• Nenhum resultado encontrado

J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.41 número2

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.41 número2"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

NOSSA CAPA OUR JOURNAL COVER

J Bras Patol Med Lab • Volume 41 • Número 2 • Abril 2005 ISSN 1676-2444

In the Colonial Brazil of late 18th century, all health-related questions were under responsibility of commissaries sent by the Crown and of Senate members of the Town Council. These sectors inspected and approved the licenses of doctors, surgeons, apothecaries, midwives and barbers. The latter ones belonged to the same segment.

Such practices were made official in examining qualifications, or else, in confirming experience in diagnosis and treatment of diseases. History shows that surgeons, barbers, apothecaries and midwives, even when authorized to exercise their profession, had their activities rather limited by inspection organs; it was necessary to show evidence of at least four years’ practice in hospitals or pharmacies. The apothecaries, for instance, were only allowed to sell drugs, manipulate medicines and fill prescriptions. At the very end of the 18th century, the system definitely was not like clockwork; the model could even be effective, but the inspection was not, as there were no restrictions whatsoever. In order to face health problems, citizens (including cariocas, the citizens of Rio de Janeiro), appealed to whoever was at hand, doctor, apothecary or shaman.

It’s worth remembering that, at the beginning of colonization, the pharmacies of the Company of Jesus were the centers providing medicines to local inhabitants. And, in these pharmacies, many priests practiced the

function of physicians, apothecaries, barbers, and even surgeons. Years later, the lack of practice and/or knowledge from the apothecaries has aroused popular suspicion, and several cases in Brazil were related by European travelers along the 19th century. Luccock, in referring to the fact that apothecaries, besides selling medicines, also prescribed them, said: “the ability of apothecaries in diagnosing and curing diseases was but faintly superior to the knowledge they had of the human body. The details of their absurd processes of treatment would cause disbelief, as well as awe at the fact that patients come out of them alive and whole… we could say that what the respective owners missed in ability, the apothecaries seemed to make an effort to supply by boasting about it”.

In the watercolor entitled Pharmacy, illustrating the cover of this JBPML issue, Jean Baptiste Debret portrayed a drugstore, or pharmacy, of the time. As of habit, the customers went there not only for purchasing medicine, but also for leisure. They used to play backgammon or simply spent time in idle chats. A slave belonging to a well-off family, wearing a blue attire with a white and red collar, waits for the medicine being manipulated by the apothecary. In the scene portrayed, one should observe the classic 18th-century pharmaceutical pots and also the scale held by the image of Saint Michael.

Botica. Aquarela, 1823. Jean Baptiste Debret

No Brasil Colônia do final do século 18 todas as questões relacionadas à saúde eram de responsabilidade dos comissários enviados pela Coroa e dos membros do Senado das Câmaras Municipais. Esses setores fiscali-zavam e aprovavam as licenças para os médicos, cirurgiões, boticários, parteiras e barbeiros. Estes últimos pertenciam ao mesmo segmento. O exercício dessas profissões era oficializado após a verificação da habi-litação ou então da experiência comprovada na prática de diagnosticar e tratar doenças. A história conta que cirurgiões, barbeiros, boticários e parteiras, ainda que autorizados a exercer a profissão, tinham suas atividades bastante limitadas pelos órgãos fiscalizadores. Era necessário comprovar pelo menos quatro anos de prática em hospital ou botica. Aos boticários, por exemplo, eram somente permitidos o comércio das drogas, a manipulação dos remédios e o aviamento de receitas.

Em pleno final do século 18 nem tudo funcionava com eficiência. O modelo até poderia ser eficaz, mas não a fiscalização. As restrições não existiam. Para fazer frente às mazelas de sua saúde, os habitantes das cidades, Rio de Janeiro inclusive, recorriam a quem estivesse a seu alcance, fosse médico, boticário ou curandeiro.

Vale lembrar que no início da colonização as boticas da Companhia de Jesus eram os centros para fornecimento de medicamentos aos habitan-tes. E nessas boticas muitos padres acabavam por exercer a função de físicos, boticários, barbeiros e até cirurgiões. Anos mais tarde, a ausência de prática ou conhecimento dos boticários gerou desconfiança por parte da população e vários casos foram relatados por viajantes europeus que percorreram o Brasil ao longo do século 19. Luccock, ao se referir ao fato de os boticários, além de venderem remédios, prescreverem medi-camentos, disse que “a habilidade dos boticários em diagnosticar e curar doenças era pouquíssimo superior ao conhecimento que tinham do corpo humano. O detalhe dos seus processos absurdos de tratamento provocaria incredulidade, tanto maravilha pelo fato de os pacientes escaparem vivos e inteiros... pois que aquilo que aos respectivos proprietários faltava em habilidade pareciam eles se esforçar por suprir com a exibição”. Na aquarela intitulada Botica, que ilustra a capa desta edição do JBPML, Jean Baptiste Debret retratou uma drogaria ou farmácia da época. Como de hábito, os fregueses ali chegavam não apenas para adquirir medicamentos, mas também por lazer. Jogavam gamão ou simplesmente passavam o tempo em conversas sem compromisso. Um escravo de família abastada, usando libré azul com gola vermelha e branca, espera o remédio que está sendo manipulado pelo boticário. Na cena retratada, detalhe para os potes clássicos das boticas do século 18 e a balança na mão da imagem de São Miguel.

Fo

to cedida e r

epr

odução aut

or

izada por

: Museu

Cas

tr

o Ma

ya – IPHAN/MinC (id. MEA 0

1

8

Imagem

Foto cedida e reprodução autorizada por: Museu   Castro Maya – IPHAN/MinC (id. MEA 0187)

Referências

Documentos relacionados

O estudo também alerta para o risco de introdução de novos sorotipos, como o DEN-4, já identi- ficado em países vizinhos ao Brasil, e suas conseqüências na saúde pública, visto

Although fine-needle aspiration biopsy (FNAB) of the thyroid gland is the most important presurgical proceeding in defining the malignancy of a nodular lesion, it has limitations

Ainda há menos de uma década, a SBPC/ML criou e mantém o Programa de Acreditação de Laboratórios Clíni- cos (PALC), também pioneiro, que permite aos laboratórios participantes

Conclusions: In HD patients, hematocrit, albumin, serum zinc and testosterone levels were higher in rHuEpo recipients when compared with patients not receiving this hormone

The purpose of the present study is to test the cross reactivity of some antibodies intended for the human pathology, which may be used in animal tissues, with the help of

Vale ressaltar que não apenas os recursos eram parcos como os ganhos. obtidos com a

Como acima, contudo, não se consegue avaliar os benefícios, diretos e indiretos, gerados para a pessoa. e para a sociedade em decorrência do uso da tecnologia para o prolongamento

We attempted to monitor any DNA alteration in three groups with time of radioactive effects ranging from zero to 33 days after exposure, because thyroid is recognized as a