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O QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE DAR PLANTÃO EM UM LUGAR NOVO

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Academic year: 2021

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O QUE VOCÊ PRECISA SABER

ANTES DE DAR PLANTÃO

(3)

SUMÁRIO

SOBRE NÓS

APRESENTAÇÃO

QUESTÕES PESSOAIS

QUESTÕES ESTRUTURAIS

QUESTÕES ADMINISTRATIVAS

(4)

Fomos residentes de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP 2016-2018). Chegar até aqui não foi fácil!

A verdade é que, apesar de muito estudo e dedicação, tivemos muitas dúvidas ao longo do caminho à residência médica.

E não tivemos quem nos orientasse, sobre o que fazer, durante esse período tão difícil da nossa vida acadêmica.

Percebemos que passar nos concursos de residência médica vai além de apenas estudar. É necessário ter conhecimento, produtividade e um mindset ajustado para o seu objetivo.

Nós conseguimos alcançar o nosso objetivo. Queremos te mostrar como fazer o mesmo.

SOBRE NÓS

João Vitor

UFES

Alexandre Remor

UFSC

Micael Hamra

FAMECA

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Boa; você acabou de ser adicionado no grupo de plantões da sua região, da sua cidade ou daquele convênio que você tanto queria. Você já ouviu muitos colegas falarem coisas do tipo: “Lá você atende muito”, ou “Lá não paga tão bem”... Será que é só isso que conta? Será que é uma equação tão linear assim? Será que na balança a gente tem que pesar só fluxo e remuneração? Se você chegou até aqui, você sabe que tem muito mais coisa que deveria influenciar. Preparando esse e-book, tentamos pensar quais seriam as perguntas que

você deveria fazer antes de assumir um plantão, antes de se expor àquela

sala vermelha que “paga quase R$ 1.500,00 por 12 horas e quase não chega paciente”. Será que vale a pena? Será que não compensa um plantão que paga menos, mas também atende menos, em uma cidade pequena, por exemplo? A verdade é: não existe resposta certa para essa pergunta. Não existe um

plantão ideal universal. Existe o plantão que mais se encaixa com o seu estilo.

Pensando em perguntas que todo médico deveria fazer, conseguimos compartimentalizá-las em 3 categorias: Questões pessoais, estruturais e burocráticas. Vamos tecer breves comentários sobre elas, para ver se te ajudamos a escolher os plantões com mais propriedade -

Uma coisa ruim para um colega pode ser boa para você e vice-versa.

Vamos começar pelas pessoais.

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Parece uma coisa óbvia, mas acompanha o nosso raciocínio: Se você não sabe tocar uma parada sozinho, evite locais em que você é o único médico. Ou se não tiver escolha, veja se tem a possibilidade de você dividir o plantão com alguém experiente. Você ganha menos, porém não expõe nem o seu CRM e nem o seu paciente a riscos. Bom mesmo seria você se capacitar para tocar uma parada.

Recomendamos fortemente que você faça o curso do ACLS.

1 - Eu sei tocar uma

parada sozinho?

A ideia é a mesma da parada. Mas, em alguns casos, é possível postergar a intubação. É sempre melhor uma intubação eletiva, no paciente estável, mas se você não domina o procedimento, melhor fazer uma ponte com suporte ventilatório não invasivo, até que outro colega mais experiente realize o procedimento. Contudo, nos casos que não for possível aguardar o colega, você vai ter que manejar a via aérea do doente. Se você ainda se sente completamente inseguro para realizar uma IOT, compre uma máscara laríngea e/ou um bougie. Não são caros e podem salvar a vida de um paciente no plantão (e o seu CRM), se você não souber, ou não conseguir intubar.

2 - Eu sei intubar um

paciente sozinho?

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A ideia é a mesma da IOT. Em alguns casos é possível manejar o paciente com drogas vasoativas no acesso periférico e postergar a passagem do central, até que o paciente seja encaminhado para a referência. Dificilmente um acesso central será uma emergência médica, uma coisa para você realizar na correria. Então se você não se sente seguro para passar um central sozinho, saiba que isso não deve ser determinante na escolha de um local de plantão - Claro, se

você tem uma cidade de referência a 6 horas (ou mais) de onde você está dando plantão, ou se você é o médico responsável pela sala vermelha, não

adianta manter o paciente com drogas no periférico - Aí o central passa a ser o acesso de escolha. Além disso, dificilmente aceitam um paciente transportado com drogas vasoativas no acesso periférico, principalmente com altas doses, porque se perder o acesso, as chances de óbito são grandes.

3 - Eu sei passar um

central sozinho?

Repare que são duas perguntas combinadas em uma. Na inexistência de um ventilador mecânico, nem se preocupe com isso. Vai ter que “ambuzar”, nem ocupe a cabeça (naquele momento, para aquele plantão) com conhecimentos sobre ventilação mecânica. Porém, se tiver disponibilidade na unidade, você sabe ajustar os parâmetros? Sabe identificar e corrigir os problemas que aparecem? Se não souber e tiver que pegar aquele plantão, se proteja de algumas formas: Opte por lugares em que você não é o único médico de plantão - e que seu colega saiba ligar, obviamente - ou estude antes parâmetros de ventilação, procure o manual do ventilador na internet e saiba ao menos quais são os botões e como ajustar. Se você for ainda mais detalhista, pode acrescentar uma outra pergunta: “O ventilador mecânico está funcionando?”.

4 - Se tiver um ventilador

mecânico, eu sei usar?

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Dificilmente uma unidade de pronto-socorro não terá materiais para drenagem de tórax. Isso significa que você tem que saber? Olha, é muito bom que saiba! Isso pode salvar vidas. Agora, pense: Drenagem de tórax em selo d’água é um procedimento definitivo para pneumotórax hipertensivo ou aberto (nesse caso, a gente ainda associa o curativo em 3 pontas).

O que um cirurgião ou um emergencista fazem enquanto não há possibilidade de drenagem de tórax? Você faz uma punção de alívio. Essa sim você deve dominar (e é bem mais fácil, diga-se de passagem).

Se você nunca viu um tórax sendo drenado, não dê uma de super-herói quando medidas heróicas não são necessárias.

5 - Eu sei drenar um tórax?

Mesmo que você não tenha atendido sozinho nenhuma vítima de trauma, temos certeza que você viu ao menos uma ao longo da sua graduação. Se você viu uma, viu todas. Isso porque todo atendimento de trauma passa

pelo ABCDE. Obviamente, cada trauma tem sua particularidade em cada

uma das letras, mas todos passam por essa ordem. Existem diversas apostilas que orientam o atendimento ao politraumatizado.

Sempre bom fazer o ATLS.

6 - Eu sei conduzir uma

vítima de trauma?

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“Só o que me faltava, vou ter que entrar na internet e ver quantos habitantes moram naquela região”. Claro, meu amigo. Isso é mais do que óbvio! Lembra quando você estudou patologia? O professor começava a falar da epidemiologia e seu cérebro já desligava. Prevalência e incidência de doença eram informações que você fez questão de nem registrar! Então, olhe por esse lado: A maior chance de você encontrar uma doença mais grave, mais complicada, mais rara… É em uma cidade de grande porte, concorda?! Só tenha o cuidado de não se confundir com a matemática. Você pode se deparar com doenças graves, complicadas na cidade do interior, que costumam ser pobres em recursos materiais e menos treinadas em emergências, também por uma menor exposição - “Um plantão no interior pode ser um céu ou um

verdadeiro inferno!” (Djon Machado)

1 - Qual o tamanho da cidade?

“Não é possível que isso influencie na hora da minha escolha”. Não; não é que influencia na escolha, influencia na sua preparação. Como assim? Se uma cidade tem um perfil mais urbano, qual a chance de você se deparar com acidentes ofídicos; acidentes escorpiônicos; ferimentos corto-contusos com facões, machados... Lesões com arame farpado; mordedura por cachorros não observáveis; corpo estranho no olho? Repare que é uma preparação completamente diferente (vale sempre a pena estudar profilaxia de tétano, de raiva…). Seja inteligente, se for pegar um plantão, seja sagaz e antecipe problemas! - “Eu mesmo já peguei um coice de cavalo no hipocôndrio

esquerdo. Tive que conduzir como trauma contuso de abdome, mas ninguém nunca me ensinou a tratar coice de cavalo!” (Gabriel Sgarbosa)

2 - A cidade é “mais urbana”

ou “mais rural”?

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Mesmo raciocínio da questão anterior. Se você está de plantão numa cidade em que o cultivo de café ou cana, por exemplo, é a principal atividade econômica, aumentam as chances de sutura, de traumas oculares, e por aí vai... Se uma cidade tem um perfil econômico dependente de metalurgia, por exemplo, também aumentam as chances de sutura. Só dois exemplos bem básicos!

3 - Qual a principal atividade

econômica da cidade?

A explicação desta é bem elementar, mas muita gente não pensa nisso. Vamos lá, raciocine com a gente: Diante de um trauma de alta energia (carro, moto, caminhão, atropelamento), quase sempre o serviço móvel de urgências acaba levando o paciente não para o centro referência de trauma, e sim para aquele que está mais perto. E, pelo mesmo raciocínio do tamanho da cidade, concorda que em rodovias de alta velocidade o fluxo de carros é maior?! Logo, as chances de acidentes aumentam. Você precisa estar seguro de como realizar um atendimento à vítimas de trauma.

4 -

Tem rodovia de alta velocidade,

ou estrada perigosa, próximo

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Alguns pacientes precisam de internação em leito de UTI. Infelizmente, no Brasil temos uma escassez de leitos intensivos. Geralmente o paciente com clara indicação de cuidados em UTI acaba ficando na sala vermelha, ou pior, na sala de observação. Saiba se, precisando desse leito, você terá para onde enviar o paciente ou se terá que permanecer sob seus cuidados e transformar a “sala vermelha” em uma UTI.

5 - Tem UTI à disposição?

Nem precisamos nos alongar muito neste tópico. Estudar pediatria e gineco-obstetrícia são dois mundos completamente diferentes. Se você sabidamente não atende gestantes, crianças ou queixas ginecológicas, não perca tempo estudando essas áreas antes de ir pro plantão. Agora, se você vai atender, sempre vale a pena dar aquela lida em trabalho de parto, recepção do RN, doenças exantemáticas na criança e até drogas e doses de emergências pediátricas (não precisa decorar, faz uma nota no celular ou até em um papel e coloca no bolso do jaleco!)

6 - Atende GO? Atende PED?

Isso é importante não só para casos de síndrome coronariana aguda ou AVC, mas também para casos em que você precisará enviar um paciente instável ou estável para um local de referência. Não adianta nada tentar estabilizar um abdome agudo perfurativo que você viu no raio-x e encaminhar ambulatorialmente para a equipe da cirurgia. A conduta só é definitiva com abordagem cirúrgica.

7 - Qual a distância até a

cidade de referência?

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Às vezes você tem um pouco de dúvida no exame físico, ou não consegue relacionar a história clínica com os exames laboratoriais e gostaria de discutir o caso com o especialista. Algumas doenças são tão caprichosas que só com o especialista conseguiríamos “bater o martelo”.

É sempre bom contar com a opinião do especialista. O número do médico especialista costuma ficar com a enfermagem ou na recepção do hospital. Só não espere um tratamento gentil e cordial de todos os médicos, ainda mais se a ligação for durante à noite!

8 -

Tenho um especialista

não presencial? (cirurgião,

pediatra ou obstetra?)

Esse é um ponto crítico para muitos recém-formados. Com isso, a gente quer te perguntar uma coisa: Você precisa dos exames para formular a sua hipótese diagnóstica? Ou precisa deles para confirmar ou descartar hipóteses? Se você respondeu que precisa deles para formular sua hipótese - Não é bem assim! Sua hipótese diagnóstica deve ser feita com base na sua história clínica e no seu exame físico - Pensa! Paciente etilista crônico, chega no pronto atendimento com “náuseas e vômitos, dor intensa no epigástrio, hipocôndrio esquerdo e parece que a dor vai pras costas”. Você tem alguma dúvida de que a principal hipótese diagnóstica para esse quadro é de pancreatite? Tem dúvida de que a conduta inicial é analgesia, hidratação e jejum? Não ouse dizer que antibiótico também! Ela não está indicada! Você pode até dizer: “Mas eu aprendi que o diagnóstico de pancreatite precisa de fator clínico, laboratórial e imagem” - E você está certíssimo! - Entretanto, aqui estamos trabalhando com hipóteses.

9 - Tenho exames

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Consegue levantar outras? Síndrome Coronariana Aguda? (pela história clínica e pelo ECG você pode começar a descartar); Cetoacidose diabética? (Com um dextro você já se resolve). Perceba que a hipótese norteia a conduta, não a confirmação da patologia. Se você suspeita de um IAM sem supra de ST, o melhor é transportar o paciente ou solicitar transporte até a cidade de referência, aonde poderão ser seriados os marcadores de lesão miocárdica.

A ideia é a mesma dos exames laboratoriais. Para qual patologia você precisa de um exame de imagem para fazer sua hipótese diagnóstica? Exato, nenhuma! Eles complementam a sua hipótese diagnóstica. Quantas foram as patologias que, para a suspeita clínica, você precisa de um exame de imagem? (dica: a suspeita é CLÍ-NI-CA). Suspeitar é pela clínica, mas algumas condutas dependem, sim, de exames de imagem. Um AVC precisa de uma tomografia para localizar a obstrução. Em muitos casos você vai precisar complementar a investigação com um raio-x - na suspeita de um abdome agudo, por exemplo - se for perfurativo você já deve ver evidências de pneumoperitônio. Pelo menos com a suspeita clínica você já tem uma justificativa para solicitar o exame e/ou justificar o encaminhamento à cidade de referência.

10 - Tenho exames de

imagem disponíveis?

Básico do básico do básico… E nem é sempre que tem. Infelizmente. Você concorda que ECG muda a conduta? Nós, particularmente, recomendamos que você não dê plantões numa unidade sem máquina de eletrocardiograma: “Ah, mas se der problema a culpa é da unidade que não forneceu o material”. Na verdade, a culpa é sua, que se submeteu a risco nessa unidade. É triste, mas é a verdade.

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O raciocínio para essa questão é o mesmo da UTI. Às vezes, o paciente não tem motivos para permanecer na sala vermelha ou no hall de observação do hospital, contudo se beneficiaria de uma internação, mesmo que curta. Saiba se, precisando desse leito, você terá para onde enviar o paciente, ou se terá que permanecer sob seus cuidados, ou transferir para o médico da observação e transformar a observação em enfermaria.

12 - Tenho enfermaria caso

precise internar?

Visualize! Você está em uma pequena cidade do interior, com cerca de 5.000 habitantes e precisa que um paciente seja internado na UTI, um choque séptico de foco pulmonar, de uma cidade que fica há cerca de 90 minutos de onde você está. Você sabe que a vaga foi cedida e ele “só precisa ser encaminhado até lá.” Você não pode simplesmente deixar um paciente desse ir por meios próprios. Ele precisa de ambulância. Só que, se você for o único médico, não pode simplesmente transportar e deixar o PS sem médico. É necessário entrar em contato com o responsável técnico pela unidade, e ele precisa garantir que um médico assuma seu lugar, ou que outro faça o transporte. Pense que nem sempre a cidade tem SAMU. Então é bem provável que, assim como alguns de nossos professores, você fará transporte de pacientes graves em ambulâncias que são praticamente caminhonetes com capota, um improviso total.

13 - Se o paciente precisar

ser transportado, quem

faz o transporte?

(17)

Talvez esta seja uma das perguntas que as pessoas mais fazem, justamente com “qual o volume” e “quanto paga”. Saber quantos médicos atendem é uma ótima informação. Questione quantos ficam durante o dia e quantos ficam durante à noite. Pergunte se durante à noite os médicos costumam dividir horário. Cuidado! Dividir horário não significa que você pode se ausentar da unidade naquele período, e nem que, “não importa o que chegar, não é meu horário”. Não tenha esse tipo de conduta!

14 - Quantos médicos

atendem na unidade?

Faz sentido para você que isso seja importante saber? Concorda que, se em 12 horas cada médico atende cerca de 80 pacientes… São quase 7 pacientes por hora, contando que você atendeu as 12 horas sem almoçar, sem ir ao banheiro, sem tomar aquele cafezinho gostoso no meio da tarde. 7 pacientes em 1 hora, significa que você vai ter mais ou menos 8 minutos por paciente; 8 minutos para anamnese, exame físico, conduta e anotar tudo no prontuário. Para as queixas mais tranquilas, uma conjuntivite viral, 8 minutos são mais do que suficientes. Mas, se chega aquele vôzinho com tosse; Te garanto que, para uma consulta bem feita, para um prontuário bem feito - Claro! Você vai demorar (por baixo) uns 15 minutos. Saiba que você não é obrigado a respeitar o tempo de consulta que o local determina. Você tem autonomia para

definir o tempo da sua consulta, a partir do momento em que o paciente entrar no consultório. Mas também não fique “galinhando”, enrolando no atendimento, porque um paciente com IAM, com supra, que abriu ficha com queixa de náuseas e vômitos pode ficar 2 horas esperando, evoluir com PCR porque você vacilou nos casos simples.

15 - Qual o volume de

atendimentos?

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Seja sempre proporcional no atendimento! Todos os pacientes que estão no PS, os atendidos e os não atendidos são de sua responsabilidade!

Em alguns lugares isso é permitido. Num local em que, por horário, existe um médico, você e seu colega podem dividir o plantão. Como se cada um completasse 6 horas do plantão, mas ambos ficam 12 horas. Saiba que o valor do plantão também é dividido entre os 2, isto é: Se o valor de 12 horas é R$ 1.000,00 cada um receberá R$ 500,00... Essa pode ser uma boa saída para você, que só tem à disposição locais em que só um médico completa a escala de 12 horas e gostaria de ir em um local com mais profissionais.

16 - Posso dividir o plantão

com um colega?

Por “de qualidade”, não queremos dizer disponibilidade de laringo articulado, ventilador de última geração. De qualidade: Carrinho de parada, material e drogas para intubação e desfibrilador. Tudo funcionando, claro.

Nós recomendamos fortemente que você não dê plantões numa unidade sem uma sala vermelha, com o mínimo necessário para tocar uma parada!

17 - Tenho uma sala

(19)

De nada adianta ter desfibrilador se ele não funcionar. Converse com médicos que já deram plantão antes e pergunte se eles já o utilizaram. Caso não consiga perguntar, veja com a enfermagem quando foi a última vez que o desfibrilador foi testado. O certo é testar antes do plantão (costuma ser, num mundo ideal, uma das primeiras obrigações da equipe de enfermagem, juntamente com checar carrinho de parada). Como falamos no tópico anterior, recomendamos

fortemente que você não dê plantões numa unidade sem desfibrilador que funciona!

18 - Tem desfibrilador?

Ele funciona?

Bomba de infusão é extremamente importante num plantão, mas nem sempre disponível. Fato é; na indisponibilidade de bomba de infusão, veja se há possibilidade de troca da via de administração (esquema Pritchard e Zuspan para iminência de eclâmpsia, por exemplo), ou no (não tão) bom e velho “contagem de microgotas”. Infelizmente, sem bomba de infusão algumas situações são de difícil manejo ideal. Mas, na impossibilidade do ideal, saiba se virar com poucos recursos (Nada de coisas da sua cabeça! Não inventa moda!)

19 - Tem bomba de infusão?

Ela funciona?

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Se você achou que iríamos falar para você atender de jeitos diferentes o paciente do SUS ou o paciente do convênio particular, você não podia estar mais enganado. Esteja pronto para atender de forma idêntica a ambos. O que muda é que, no convênio, você tende a ter uma maior disponibilidade de exames e leitos para internação (em alguns casos há até incentivo para a internação). Em contraponto, no SUS costumamos trabalhar com escassez de recursos. Esteja preparado para os dois cenários.

20 - Atende convênio

particular ou SUS?

Esse é um ponto crítico no cenário de emergência, e temos que admitir uma triste verdade: Em muitos locais há uma cisão entre médicos e equipe de enfermagem. Quando a enfermagem questiona a conduta do médico, o médico acaba por responder de forma ríspida, e lá se vão 11 horas de plantão com a cara fechada. O fato de existir uma equipe de enfermagem treinada te ajuda demais no plantão. Muitas vezes ela já sabe todas as drogas de uma parada, por exemplo. Já sabe o esquema de insulinoterapia para hiperglicemia isolada ou cetoacidose diabética, hipercalemia… Aprenda com ela sempre que possível. Contudo, mostre liderança e, diante de uma equipe não tão bem treinada, oriente e ajude com todas as dúvidas.

Preze sempre por um bom relacionamento no PS!

21 - A equipe de enfermagem

é treinada?

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Esse é extremamente importante. Se há PSF, diminuem as chances de queixas simples chegarem ao PS (queixas como unha encravada há 1 mês, lesões cutâneas há 3 semanas, dor no joelho há 4 meses…). Por outro lado, se o PSF for de baixa qualidade ou inexistente, há uma chance maior de você atender queixas que não são emergência ou urgência, e que podem tumultuar bastante seu plantão.

22 - Tem Programa de Saúde

da Família na cidade?

Às vezes, no sufoco, você precisa dar uma olhada na internet, procurar no aplicativo do celular ou até mesmo ligar para alguém e tirar dúvida de um caso. Óbvio que na ausência de sinal de celular para ligações você pode recorrer ao telefone fixo da unidade.

23 - Pega sinal de celular?

Parece elementar que isso exista em todas as unidades de PS, ainda mais aquelas que comumente recebem vítimas de trauma. Colar e prancha são indispensáveis para o atendimento do paciente politraumatizado (não estão no A à toa!). Ainda mais se você precisar transportar um politraumatizado, não ouse colocá-lo numa ambulância sem colar e prancha. Infelizmente, em alguns locais você precisará transportar o doente e não vai ter colar e nem prancha. Nesses casos, improvise com os materiais da unidade um colar e uma prancha, porque nenhum paciente deve ser transportado “se debatendo” na ambulância.

24 - Tem colar cervical e

prancha na unidade?

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Isso pode ser libertador para você! Saber que se chegar aquele paciente bomba, não é na sua mão que cai. Mas, esteja preparado para dar uma ajuda, caso o colega precise. Não vem com essa de: “Meu plantão é de fichas verdes…”. Contudo, se você vir que é o mais experiente e, mesmo assim, ainda se sente inseguro, proponha ao colega que, na presença de uma emergência, os dois realizam o atendimento.

25 - Se são 2 ou mais médicos

na unidade, tem um que

só atende emergências ou

todo mundo atende tudo?

Essa é uma das piores situações que você pode enfrentar. Isso pode acontecer principalmente em cidades de pequeno porte, nas quais o pronto atendimento vinculado ao hospital da cidade. Acontece que dificilmente o médico que cuida da enfermaria durante o dia vai permanecer na unidade durante as 12 horas. Muitas vezes ele passa pela manhã, passa visita, prescreve os pacientes e vai embora. Sejam 3, 5 ou 10 leitos de enfermaria, o ponto é que são pacientes que você não conhece, não acompanhou a história e, diante de uma intercorrência, você vai ter que correr, checar o prontuário e “se virar nos 30” para resolver o problema. Informe-se disso com antecedência!

26 - Se eu der plantão em um

hospital, eu assumo os

pacientes da enfermaria

durante à noite (ou até

durante o dia) ?

(23)
(24)

Se você nos permite dar uma sugestão, não faça a seguinte conta: “Quanto eu ganho por paciente?”. Tendemos a fazer essa conta para ver se compensa ir a um local com menos fluxo e menor pagamento, ou num local com mais fluxo e maior valor. A medicina do PS não pode ser pautada por uma equação tão simples assim. Espero que, se você leu tudo até aqui e não pulou direto pra essa questão, você nem esteja se preocupando tanto com a parte financeira.

1 - Quanto paga?

Por “em dia”, queremos dizer “dentro do combinado”. Alguns locais pagam regularmente 2 meses após o plantão, e isso é combinado de antemão. Cuidado com locais em que há uma irregularidade do pagamento (Cada mês cai um dia, às vezes atrasa…), isso pode prejudicar sua organização financeira no próximo mês. Ao entrar nos grupos de WhatsApp ou Facebook de plantões, converse com plantonistas regulares lá ou que já deram plantão naquele local. Não se exponha a um risco sem se informar!

2 - Paga em dia?

No estado de São Paulo temos visto locais que só aceitam Pessoa Jurídica. Médico pode ter pessoa jurídica? Eu sou uma empresa? É isso mesmo. Você pode abrir uma empresa de serviços médicos. Mas, como tudo na vida, isso tem um custo. Você pagará taxas para abrir a conta, precisará de um contador (se você tiver um na sua família, aproveite!) e, para o conselho de medicina do seu estado, você vai ter que pagar duas anuidades: De pessoa física e de pessoa jurídica. A vantagem é que os impostos na pessoa jurídica são inferiores em relação à pessoa física. Porém, antes de sair todo empolgado

(25)

fazendo “a PJ” (sozinho ou com colegas), faça contas na ponta do lápis pra ver se compensa. Muitas vezes os gastos com contador e anuidade não compensam os descontos da PJ.

“Nossa, não é possível que até isso conte na hora de pegar um plantão.”

Acredite, conta muito. Infelizmente, os relatos de agressão a médicos têm aumentado. Você dificilmente roda a timeline do Facebook ou do site de notícias sem ver um relato de agressão a médico ou a profissional da saúde. Segurança no ambiente de trabalho é essencial. Risco de agressão por pacientes sob efeitos de álcool ou substâncias ilícitas são maiores durante à noite.

Preze por locais com seguranças em tempo integral na unidade.

4 - Fica um segurança na

unidade à noite?

Antes que você vá pensando besteira, nada de exame físico copiado e colado do bloco de notas. Não faça nada disso. Não faça esse tipo de medicina. Cada exame merece sua própria anamnese e seu próprio exame físico. Além do que, é ridículo você escrever como hipótese diagnóstica “GECA” e escrever no prontuário que as membranas timpânicas estão íntegras e translúcidas; Ou que diante de uma queixa de IVAS, com congestão nasal, escrever que as panturrilhas estão livres e sem edema. O fato de o prontuário ser eletrônico ou manual deve te mover a escrever com mais agilidade (lembrando que a letra precisa ser legível, sempre!). Naturalmente, prontuários eletrônicos te permitem um atendimento mais rápido, desde a consulta propriamente dita, até a prescrição, receitas para casa ou atestados.

5 - O prontuário é

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Se você estiver em uma unidade com prontuário manual e quiser mais agilidade, converse com o paciente sobre isso no início do atendimento. Fale que você vai anotar no prontuário enquanto ele fala, veja se ele se incomoda, garanta que ele entende que você está prestando atenção enquanto escreve. Acredite; os pacientes são super compreensivos quando você conversa e explica tudo para eles!

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