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O Português: génese, variação e mudança

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Academic year: 2021

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(1)

O Português:

génese, variação

e mudança

(2)

Os grupos de línguas que têm um antepassado comum

constituem uma família de línguas.

Família das línguas indo-europeias

Família das línguas românicas

(3)

O indo-europeu é uma língua hipotética, reconstituída através de

estudos. As migrações dos povos indo-europeus deram origem a

vários ramos linguísticos:

(4)

Família das línguas românicas

O latim vulgar (variedade do latim falada pelas classes mais baixas) foi levado pelos colonos para as diversas partes do Império sobrepondo-se em muitos casos às línguas dos povos dominados

o fenómeno de transformação lenta desta língua em contacto com as já existentes deu origem à família das línguas românicas:

(5)

Conjunto das alterações registadas numa língua ao longo da

sua história.

As línguas são sistemas abertos em constante mutação.

Uma língua pode

mudar por:

A mudança linguística é lenta e ocorre depois de períodos de

coexistência de variantes novas e antigas.

Variação histórica/diacrónica

fatores externos

– contacto com novas línguas

(6)

História da língua

Antes dos romanos → Celtas (SUBSTRATO)

Deixaram-nos palavras como: camisa, caminho, Conímbriga,…

Após a conquista da Península Ibérica pelos romanos (iniciada no séc. III a.C.)

Os povos peninsulares acabaram por adotar a sua cultura/costumes/leis/língua – o latim (ESTRATO)

Depois dos romanos (SUPERESTRATO)

Bárbaros/germânicos (séc. V d.C) Palavras com “r”:

Ricardo, guerra, roubar,…

Árabes (711) Palavras com “al”: algarismo, alecrim, Algarve,…

Português antigo

(séc. XII – XV)

Português clássico

(séc. XVI – XVIII)

Português contemporâneo

(séc. XIX – atualidade)

*Substrato: língua que é substituída por outra, deixando vestígios linguísticos.

*Estrato: língua que sobreviveu ao contacto com as línguas de substrato e às línguas de superstrato.

(7)

O português é a 3ª língua europeia com maior número de falantes

e a 4ª no mundo

;

calcula-se que os falantes de português

ultrapassem os 250 milhões.

A grande difusão da língua portuguesa pelos vários continentes

teve início no séc. XVI com os Descobrimentos e consequente

colonização e foi acentuada com a emigração, desde meados do

séc. XIX.

Os diversos contextos de implantação da língua deram origem a

diferentes variedades geográficas do português (variedades

europeia, brasileira e africanas), podendo distinguir-se o conceito

de língua nacional, língua oficial e crioulos.

(8)

Língua nacional (língua principal dos habitantes de uma região, usada e

reconhecida pela população em geral): Portugal e Brasil;

Língua oficial (língua adotada pela administração de um país em

atividades oficiais): Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e

Príncipe, Angola, Moçambique, Guiné Equatorial, Timor-Leste e Macau.

Crioulos (língua natural de formação rápida resultante do contacto entre

a língua de um povo colonizador e a de uma população indígena; a estrutura

gramatical é a da língua indígena, que absorve o léxico da língua intrusa).

• Crioulos de base portuguesa:

→ em África (Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe); → na Ásia (Índia, Malásia, Macau, Hong Kong).

(9)

Ao longo da História de Portugal, os falantes de língua materna

portuguesa entraram em contacto com falantes de outras línguas

e daí resultaram [em conjugação com outros fatores] variedades

do português:

Variedade europeia – português falado em Portugal

continental e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

A língua-padrão corresponde à variedade de Lisboa

No território do continente distinguem-se dois grandes grupos

dialetais, o setentrional e o centro-meridional : o primeiro difere

do segundo, por não opor b a v e por conservar, na pronúncia, os

ditongos ou e ei.

(10)

Variedade brasileira – português falado no Brasil

• Distingue-se do português europeu por os seus falantes: • pronunciarem as vogais pretónicas mais baixas

• colocarem pronomes pessoais átonos em posição pré-verbal

• Apresenta um léxico variado resultante da influência de outras línguas, nomeadamente do tupi e do guarani ou de línguas africanas.

Variedades africanas – português falado nos países africanos

de expressão portuguesa;

• Apresentam diferenças em relação ao português europeu a nível: • fonético

• morfossintático [ex. colocação dos pronomes pessoais átonos e construção de estruturas de subordinação]

(11)

Processos

fonológicos

(12)

• Inserção:

Prótese

+início

Epêntese

+meio

Paragoge

+fim

• Supressão:

Aférese

-início

Síncope

-meio

Apócope

-fim

(13)

• Alteração:

Metátese

– semper → sempre

Assimilação

– nostru → nosso ; ipsu → isso

Dissimilação

– liliu → lírio

Sonorização

Vocalização

– nocte → noite

Palatalização

– clave → chave ; hodie → hoje

Redução vocálica

– sono → soninho

Contração

P A T A C A

B O D E G A

crase

– pee → pé

sinérese

– ree → rei

(consoante → vogal)

(2 vogais → 1 vogal) (2 vogais → ditongo) (ch, lh, nh)

(14)

Palavras

divergentes e

convergentes

(15)

Palavras divergentes

Palavras que, embora tendo nascido do mesmo étimo,

apresentam formas e significados distintos.

• Exemplo:

chave

cheio

clavem

plenum

(16)

As palavras divergentes entraram na língua em momentos e

por vias diferentes.

Momento

Via

alienare

Exemplos

materiam

Do latim vulgar

para o português

Via popular

alhear

madeira

Durante o

(17)

• Mais exemplos …

Étimo latino

Palavras divergentes

coronam

coroa

coronha

clamare

chamar

clamar

atrium

adro

átrio

palatium

paço

palácio

oculum

olho

óculo

delicatum

delicado

delgado

sigillum

selo

sigilo

(18)

Os primeiros vocábulos entraram no nosso idioma por

influência da língua falada pelas classes humildes: latim vulgar.

Estas palavras, adotadas por via popular, apresentam uma maior transformação devido às adaptações feitas pelos falantes. (constituem a maior parte dos termos que herdamos do latim)

A partir do século XV, as classes cultas desenvolveram um

novo movimento de relatinização da língua, recorrendo ao

latim para criar novas palavras.

Essas palavras, incorporadas na língua por via erudita, partiam de um étimo que já originara outra palavra.

(19)

Ao contrário dos vocábulos entrados na língua por via popular,

cuja forma sofreu diversas transformações e se afastou do

étimo, os termos integrados por via erudita mantiveram uma

forma próxima do étimo.

• Exemplo:

pai

comprar

patrem

comparare

(20)

Palavras convergentes

Palavras que, apesar de terem tido origem em étimos

diferentes, apresentam a mesma forma.

• Exemplo:

canthum

(nome, “esquina”)

cantum

(nome, “melodia”)

canto

(forma verbal do verbo cantar)

Referências

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