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Palavras-chave: Imprensa periódica pedagógica. Repertório Analítico. História da Educação.

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LEVANTAMENTO DE FONTES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: A IMPRENSA PERIÓDICA PEDAGÓGICA NO SUL DE MATO GROSSO EM

QUESTÃO

Bianca de Souza Oliveira Kênia Hilda Moreira

RESUMO: Objetiva-se apresentar a análise da imprensa periódica pedagógica que circulou no sul de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul, até a década de 1980. A intenção da pesquisa era localizar e identificar os periódicos sul-mato-grossenses nos arquivos e acervos do Centro de Documentação Regional (CDR) para a realização de uma investigação nas páginas que cruzam os periódicos, buscando compreender as múltiplas facetas dos processos de ensino por meio da materialidade para compor a história da cultura escolar e a história das instituições educativas. A metodologia empregada baseou-se em uma pesquisa de campo em arquivos e acervos, no que se refere ao trabalho de campo os procedimentos metodológicos constaram em localização e acesso dos periódicos e na sistematização das consultas para análise, iniciou-se o processo de identificação, seleção e catalogação das informações dos impressos pedagógicos localizados, concretizando a criação do repertório analítico. Ao final, compondo o repertório analítico descrevemos os periódicos localizados, com intuito de facilitar e fomentar novas pesquisas em torno dos impressos pedagógicos em Mato Grosso do Sul.

Palavras-chave: Imprensa periódica pedagógica. Repertório Analítico. História da Educação.

Introdução

Objetivamos apresentar a imprensa pedagógica que circulou no sul de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul, até a década de 1980, contribuindo com a criação de um repertório analítico desses impressos sul-mato-grossenses localizados. O intuito da pesquisa é compor o acervo do Laboratório de História da Educação, Memória e Sociedade

Acadêmica do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados (FAED/UFGD). E-mail: oliveirabia.souza@hotmail.com

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(LADHEME), na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Grande Dourados (FAED/UFGD).

Como fonte de pesquisa, a imprensa periódica pedagógica permitiu localizarmos impressos que contribuíram para a compreensão de múltiplas facetas do campo educativo, sendo representados por jornais, boletins e revistas ilustrando discursos educativos por meio de professores, alunos, associações e instituições. A interrogação das perspectivas que cruzam as páginas dos impressos interpretando os conteúdos, as finalidades, as instituições, correntes de opiniões, o papel que desempenhou com sua circulação e quais as mudanças no campo educativo norteou-se pela criação do repertório analítico.

A pesquisa de campo realizou-se no Centro de Documentação Regional (CDR) que é um laboratório pertencente à Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O CDR destina-se a apoiar as atividades de ensino e pesquisa, em nível de graduação e pós-graduação, atendendo a pesquisadores docentes e discentes das unidades da UFGD, bem como de outras instituições, e ao público interessado em geral, contendo documentação para estudos da região.

Para expor nossas análises, dividimos o texto em três partes: na primeira, apontamos a importância da utilização da imprensa periódica pedagógica como fonte; na segunda, discorremos sobre os procedimentos metodológicos que nortearam a pesquisa; e na terceira, descrevemos sobre as características quanti-qualitativas abordadas nos impressos sul-mato-grossenses até a década de 1980.

1 A importância da imprensa periódica pedagógica como fonte de pesquisa

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informações internas sobre cursos, currículos, além de se ilustrar a diversidade de conteúdos e informações que compõe o campo educativo.

A imprensa é, provavelmente, o local que facilita um melhor conhecimento das realidades educativas, uma vez que aqui se manifestam, de um ou de outro modo, o conjunto dos problemas desta área. É difícil imaginar um meio mais útil para compreender as relações entre a teoria e a prática, entre os projectos e as realidades, entre a tradição e a inovação. (NÓVOA, 2002, p. 31)

Desse modo, realizar uma pesquisa para compreender o campo educativo por meio da imprensa pedagógica contribui relevantemente com informações de instituições de ensino oferecendo compreensão das relações educativas que ocorrem nesse meio como trabalho docente e suas práticas específicas de organização de ensino e como são articuladas as práticas dos alunos das instituições, com base nas ideias de Catani e Bastos (2002, p. 5-7).

Todavia, segundo Bastos (2002, p. 49) a referida imprensa periódica pedagógica é representada pelos jornais, boletins e revistas, elaboradas por professores para professores, feita por alunos ou por instituições. Nessa perspectiva, segundo Pierre Ognier (1984, p. 05), a imprensa pedagógica “torna-se um guia prático do cotidiano educacional e escolar, permitindo ao pesquisador estudar o pensamento pedagógico de um determinado setor ou de um grupo social, dentro e fora do universo escolar”. Complementando e concordando com esse pensamento, Rodrigues (2012, p. 22) entende que a imprensa pedagógica quando tomada como fonte possibilita organização de informações do universo educacional escolar de um período.

A imprensa, é talvez, o melhor meio para compreender as dificuldades de articulação entre a teoria e a prática: o senso comum que perpassa as páginas dos jornais e das revistas ilustra uma das qualidades principais de um discurso educativo que se constrói a partir dos diversos atores em presença (professores, alunos, pais, associações, instituições, etc.). (CATANI; BASTOS, 2002, p. 13).

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distribuição. Atentos na especificação das fontes, consideramos como “impressos” periódicos e revistas que têm como objetivo informar e criar opinião, construindo espaços sociais coletivos. Em outros termos, um instrumento de comunicação social que faz parte da vida cotidiana dos cidadãos e desse modo, também espaço de presença de educação e seus problemas, além de permanente ação educativa (BICCAS, 2008).

Baseando nas considerações de Nóvoa (2002) uma análise dos periódicos ou repertório pode favorecer uma dinâmica de renovação conceptual e metodológica em História da Educação. Por meio da análise da imprensa periódica pode-se criar um repertório para interrogar a imprensa a partir de múltiplas perspectivas apontando os objetivos que cruzam as páginas, os conteúdos, as finalidades, as instituições oficiais de criação do impresso, correntes de opiniões, o papel que desempenhou com sua circulação na sociedade e quais as mudanças no campo educativo (CATANI; BASTOS, 2002, p. 15).

Esses fatores apontados a partir da utilização da imprensa periódica como fonte e objeto faz do repertório a trave-mestra de uma trilogia da imprensa de educação e ensino, pois é através da investigação dos impressos que as principais características dos periódicos são organizadas, tratando de questões educativas, escolares ou pedagógicas, possibilitando compreender as ideias desses impressos ao logos das décadas fortalecendo as concepções para a História da Educação.

Giovani (2017, p. 27-28) expõe que a imprensa como fonte de pesquisa torna-se significativa depois da década de 1970, essa informação justifica nosso recorte temporal da pesquisa, pois como afirma Luca (2014) nesse período era relativamente pequeno o número de trabalhos que se valia de jornais e revistas como fonte para conhecimento da história no Brasil. Dessa forma, conforme Catani (2008) pode-se ressaltar que é a partir do final da década de 1980 que a proliferação de pesquisas envolvendo imprensa possui mais visibilidade, no entanto esse fator explica o nosso recorte temporal até 1980, pois a nossa finalidade é expor os impressos sul mato-grossenses que circulavam durante esse período de escassez de fontes.

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Trata-se de uma pesquisa em arquivos e acervos, sendo necessário primeiramente o conhecimento do campo teórico da pesquisa por meio de leituras para compreender quais os procedimentos metodológicos adequados para a investigação de impressos pedagógicos para iniciar a prática de análise dos periódicos no acervo. No entanto, utilizamos como procedimentos metodológicos a localização, seleção, acesso e identificação para realização da investigação dos impressos pedagógicos.

Como afirma Certeau (2000, p. 81) “em história, tudo começa com o gesto de separar, de reunir, de transformar em ‘documentos’ certos objetos distribuídos de outra maneira”, compreendemos que, no campo da história uma pesquisa que envolve a investigação por meio de periódicos é viável conter uma organização para a análise, possuindo procedimentos estipulados pelo pesquisador de como serão localizados e separados os impressos pedagógicos e de como guiaram os dados obtidos pelos argumentos de investigação.

Cabe ressaltar que, a pesquisa consta em localizar impressos sul mato-grossenses até a década de 1980, dessa forma, a investigação aconteceu no Centro de Documentação Regional (CDR) na UFGD, sendo que a localização desses impressos sul mato-grossenses realizou-se virtualmente, pois os nomes dos jornais, boletins e revistas da região estão em PDF para facilitação da localização de documentos. A partir da localização dos impressos realizamos a seleção e identificação abordando os periódicos que circularam até 1980 para dar início a análise presencialmente.

Após a localização, o passo seguinte foi o acesso a esses impressos pedagógicos no acervo, sendo que a disposição desses impressos consta em periódicos digitalizados e outros em envelopes e pastas. Dessa forma, para a investigação da materialidade de cada impresso pedagógico estava estipulado critérios de análise com o intuito de obter informações, como: identificação da instituição criadora, dados da comissão editorial, características materiais, objetivos do impresso, condições de produção e circulação.

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possibilita maior acesso a elementos para compreender as múltiplas facetas do fenômeno investigado.

3 Descrições quanti-qualitativas dos impressos pedagógicos sul mato-grossenses até a década de 1980

Em busca de vestígios nos acervos do CDR foram localizados dezessete impressos sul mato-grossenses, essa pequena quantidade se justifica pela escassez de impressos nesse recorte temporal. A localização dos dezessete periódicos se resulta em: O jornal estudantil O ABC, na década de 1960, O grito do estudante, Pizão e Quadro Verde, na década de 1970, Boletim ADUFEMS, Boletim DAPP, Boletim [da] UFMS, DCE todo mundo é, O Ferrão, Informativo [da] DEMEC MS, Jornal da ASSUFMS, Jornal Hora H, Jornal da Matemática, Jornal da OMEP – MS, Jornal da Universidade, Tocante e Voz do estudante, na década de 1980.

Constatamos a partir da localização, acesso e identificação dos periódicos que circularam no Sul de Mato Grosso apenas um impresso na década de 1960, três impressos na década de 1970 e treze impressos na década de 1980, período final da nossa pesquisa. Com a abordagem da materialidade desses impressos certificou-se a presença de três cidades como local de circulação dos periódicos, sendo seis impressos com localidade em Dourados, nove em Campo Grande e um em Aquidauana.

Para apresentar nossas análises sobre o acervo encontrado no CDR da imprensa periódica pedagógica sul mato-grossense, dividimos a descrição dos impressos de acordo com o período de circulação.

Quadro 1 – Impresso sul matogrossense com circulação em 1960 Década de 1960

Periódico Localidade Datas (mês e ano) Edições disponíveis

O ABC Dourados Maio de 1961 a maio de

1992/ março de 1968 a setembro de 1968

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Analisando o primeiro periódico encontrado no recorte temporal estabelecido pela pesquisa, por meio de doze exemplares disponíveis para investigação documental é possível interpretar que o jornal estudantil O ABC teve sua criação efetivada pelos alunos secundaristas do Ginásio Osvaldo Cruz em Dourados-MS, sendo um jornal destinado e mantido pelos alunos dessa instituição. Um impresso que deixou de circular nos anos de 1962 possuindo a nomenclatura de O ABC e retornou apenas nos anos de 1968, com uma nova nomenclatura denominada ABC LITERÁRIO e todos os exemplares possuíam distribuição sem fins lucrativos.

O desígnio primordial desse periódico criado e mantido pelos alunos do grêmio estudantil era expor as práticas escolares dos alunos secundaristas, intra e extramuros da escola com publicações de conteúdos diversos como festas de início de ano letivo, narrativas de torneios, movimentos estudantis e opiniões políticas dos alunos. A interpretação final de todos os exemplares analisados do jornal O ABC é informar que o jornal permite evidenciar as práticas, os acontecimentos, as ideias formuladas e realizadas por esses estudantes marcando a história do ensino secundário na década de 1960.

Quadro 2 – Impressos sul mato-grossenses com circulação em 1970 Década de 1970

Periódico Localidade Datas (mês e ano) Edições disponíveis

O grito do estudante Dourados Junho a Novembro de 1974

Nº 01, 02, 03, 04, 05 e 06

Pizão Campo Grande Outubro de 1977 Ano I nº 01

Quadro Verde Dourados (até 1982) e Campo Grande

1978 a 2012 ---

Fonte: Periódicos do acervo do Centro de Documentação Regional (CDR)

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tipos de alunos existentes com uma extensa variedade de assuntos contribuindo tanto para a aprendizagem quanto para a ampliação de conhecimento, explorando as informações por meio de entrevistas, poemas, anúncios, curiosidades, fofocas, pensamentos em frases, programas de cinema, teatro e informações estudantis, tudo para uma apresentação mais didática das informações.

Outro periódico em circulação desse período era o boletim informativo denominado Pizão, abordando informações do Diretório Acadêmico Pedro Pedrossian do curso de engenharia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). De caráter acadêmico o boletim era formulado na universidade com objetivo de ser efetivamente o meio de unificação dos grupos esparsos existentes na universidade propondo assuntos variados para abranger não só o curso de engenharia, mas sim todos os cursos, sendo uma informação muito clara em apenas uma publicação disponível.

Por fim, caracterizado com Quadro Verde consta como o ultimo periódico localizado para compor a década de 1970, tendo sua criação efetivada pela federação dos professores de Mato Grosso do Sul. A circulação era mantida para ser um meio de informação destinado aos docentes, possuindo uma proposta profissional para tratar de assuntos relevantes como tabela de salários, congressos, reajustes salariais, enfim, assuntos de interesse profissional, além de disponibilizam por meio de suas diversas edições compreender que o periódico teve circulação em Dourados até 1982 e após esse período sua circulação passou a ser em Campo Grande.

Quadro 3 – Impressos sul mato-grossenses com circulação em 1980 Década de 1980

Periódico Localidade Datas (mês e ano) Edições disponíveis

Boletim ADUFEMS Campo Grande Março de 1989 e novembro de 1993

Nº 08 (1989); Ano IV, nº 03 (1993)

Boletim DAPP Campo Grande Outubro de 1984 ---

Boletim [da] UFMS Campo Grande Janeiro a dezembro de 1982 Nº 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54 DCE todo mundo é Campo Grande Agosto/setembro de

1987

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O Ferrão Aquidauana 1987 Ano I, nº 0 Informativo [da]

DEMEC MS

Campo Grande Agosto de 1984 a janeiro de 1985

nº 02 e 04 no ano I (1984), nº 01 e 02 no ano II (1995)

Jornal da ASSUFMS Campo Grande Agosto de 1989 e setembro de 1995

Ano I nº 01 e Ano II nº 02

Jornal Hora H Dourados Abril de 1984 a março de 2004

Nº 02 a nº13 Jornal da Matemática Dourados Dezembro de 1988 e

agosto de 1989

Nº 08 e nº 11 Jornal da OMEP – MS Campo Grande Setembro/outubro de

1984 e abril/maio/junho de 1987

Ano II nº 10 e Ano IV nº 22

Jornal da Universidade Campo Grande 1982 a 1994 ---

Tocante Dourados Novembro/ dezembro

de 1989

--- Voz do estudante Dourados Outubro de 1983 e maio

de 1991

Ano I nº 02 e Ano XI nº 004

Fonte: Periódicos do acervo do Centro de Documentação Regional (CDR)

Dando sequência aos periódicos em análise, no período final de nossa pesquisa, 1980, o Boletim ADUFEMS também é parte da associação dos docentes da fundação de Mato Grosso do Sul, veiculado por excelência dos Docentes da UFMS para discussão das mais variadas ideias, concepções e propostas, com objetivo de ser peça fundamental para o alcance efetivo das pretensões dos professores associados. Representando os estudantes da UFMS, o Boletim DAPP foi um informativo criado por acadêmicos na universidade que em suas páginas retratou assuntos estudantis de todos os cursos com uma metodologia de comunicação mais didática, noticiando com criatividade por meio de desenhos e figuras.

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É viável ressaltar a grande contribuição de estudantes na criação e elaboração dos periódicos que investigamos, sendo um deles o “DCE todo mundo é”, um periódico criado pela entidade estudantil para representar o corpo discente da universidade e com apenas um exemplar disponível foi possível perceber que buscavam informar e lutar por melhorias para instituição e para o ensino através dos debates e mobilizações. Outro periódico que se caracteriza como informativo dos estudantes é “O Ferrão” que possuía o objetivo de ser um informativo para estudantes de história e geografia com assuntos voltados para cada curso, porém, também era um periódico criado por acadêmicos. Pode certificar-se que dos periódicos sul mato-grossenses que investigamos, apenas esse possuía localidade em outra cidade nomeada Aquidauana, todos os outros dezesseis se dividem entre Dourados e Campo Grande.

Considerando o periódico criado pela instituição governamental, o Informativo [da] DEMEC MS corresponde a uma delegacia do Ministério da Educação de Mato Grosso do Sul, destinado ao profissional de educação para promover a qualidade de ensino e por meio da análise de seus quatro exemplares disponível foi possível obter que em suas páginas tratavam sobre encontros mensais, decisões e atribuições de conselhos, além de publicações e informações abordando as ações para a educação. Correspondendo a criação pela instituição universitária, o Jornal da ASSUFMS tinha sua circulação aberta a associação recreativa de servidores que compunham a UFMS visando consolidar a democracia e participação, seus dois exemplares disponíveis um de cada ano comunicavam aos servidores informações dos balancetes, prestação de conta com os associados, notícias sobre convênios e suas vantagens.

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Podemos evidenciar pela análise realizada que o Jornal da OMEP – MS era um periódico com um viés de organização para a educação pré-escolar destinado aos profissionais da educação, pois em suas páginas disponibilizavam manchetes da Capital do MS (Campo Grande) para discutir a quem cabe á responsabilidade de educação pré-escolar tratando de assuntos como considerações á pré-escola no Brasil, alfabetização precoce, curso de atualização na pré-escola, questionamentos e debates envolvendo a criança pequena e vale ressaltar que no acervo analisado estavam disponíveis duas edições.

Representando a universidade o Jornal da Universidade foi investigado, no qual possuía diversas edições de suas publicações, sendo um periódico destinado aos acadêmicos e servidores da UFMS e em suas páginas comunicavam informações gerais sobre a universidade, contendo assuntos para todos desse meio. Outro periódico que também possuiu um viés universitário foi o Tocante, um órgão de divulgação da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil [Regional Centro-Oeste], com objetivo de ser um informativo aos estudantes de agronomia que disponibilizavam notícias sobre as escolas de agronomia e os seus respectivos centros acadêmicos, além de questões sobre mensalidade.

Finalizando os periódicos conforme o quadro elaborado, o último impresso analisado foi o denominado Voz do Estudante, um órgão oficial informativo e cultural da União Douradense de Estudante possuindo seu desígnio de ser um informativo de notícias de rede particular e estadual, destinado aos acadêmicos e servidores das universidades. Em suas duas edições definíveis para análise foi encontrado a presença de assuntos das universidades, sobre serviços de xerox, congressos disponíveis e eventos criados pelo grêmio estudantil e esse periódico possuía um preço estabelecido para obtê-lo.

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envelopes e pastas, além disso, as páginas de todos os periódicos analisados variam entre duas a dezesseis folhas. É possível também evidenciar que seis periódicos ultrapassaram a década de 1980, a única informação mais recente desses periódicos sul mato-grossenses analisados nessa pesquisa é que apenas um permaneceu até ano de 2012, mas pelos exemplares disponíveis não é possível saber ao certo se algum ainda permanece em circulação.

Considerações finais

Por meio da investigação no acervo do CDR foi possível identificar e compreender os discursos encontrados nos impressos pedagógicos, registros que muitas vezes são esquecidos, mas que possuem múltiplas facetas para entender o campo educativo contendo informações relevantes que cruzam as páginas dos jornais, boletins e revistas, sendo fontes indispensáveis para o estudo e conhecimento da cultura escolar e a história das instituições educativas.

Portanto, a pesquisa caracterizou-se na busca pela memória educacional da região sul de Mato Grosso do Sul por meio dos impressos sul-mato-grossenses que circularam até 1980, a fim de identificar informações da materialidade, objetivos, condições de produção e circulação, além de tentar desvendar o papel que realizou na sociedade através dos discursos realizados por professores, alunos ou pelas próprias instituições de ensino. Ressalta-se que o material apresentado por meio do repertório analítico possui intuito de contribuir para facilitar e fomentar novas pesquisas em torno dos impressos pedagógicos em Mato Grosso do Sul, compondo o acervo Laboratório de História da Educação, Memória e Sociedade (LADHEME) para novas investigações.

Referências

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BICCAS, Maurilane de Souza. O impresso como estratégia de formação: Revista do

Ensino de Minas Gerais (1925-1940). Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2008, 216 p.

CATANI, Denice Bárbara; BASTOS, Maria Helena Câmara. (Orgs.) Educação em

Revista. A imprensa periódica e a história da educação. São Paulo: Escrituras Editora,

2002.

CATANI, Denice B.; SOUZA, Cintia P. Catálogo da Imprensa periódica educacional

paulista (1890-1996). São Paulo: Plêiade, 1999

DE CERTEAU, Michel. A escrita da história. São Paulo: Forense Universitária 2000.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Trad. Bernardo Leitão. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003.

LUCA, Tania Regina de. História dos, nos e por meio os periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes Históricas. 3. Ed. São Paulo: Contexto, 2014. p. 111-153.

NÓVOA, Antonio. A imprensa de educação e ensino: concepções e organização do repertório português. In: CATANI, Denice Barbosa; BASTOS, M. H. C (Orgs.).

Educação em Revista: A imprensa Pedagógica e a História da Educação. 1. reimpr. São

Paulo: Escrituras Editora, 2002. p. 11-31.

NÓVOA, António (Org.) A imprensa de Educação e Ensino. Repertório Analítico (séculos XIX-XX) Lisboa: Ministério da Educação/Instituto de Inovação Educacional. 1994.

RODRIGUES, Elaine. A (Re)Invenção da educação no Paraná: apropriação do discurso democrático (1980-1990). Maringá: Eduem, 2012.

SOUZA, Kellcia Resende; KERBAUY, Maria Teresa Miceli. Abordagem quanti-qualitativa: superação da dicotomia quantitativa-qualitativa na pesquisa em educação.

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