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RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA SITUAÇÃO ATUAL

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Academic year: 2021

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Revisão Descrição Elaborado Verificado Aprovado Data

Contratante: ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO VALE DO ITAPOCU - AMVALI

Execução: ETHOS SERVIÇOS TÉCNICOS LIMITADA

Apoio: PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA VELHA

Empreendimento

EXECUÇÃO DOS MONITORAMENTOS AMBIENTAIS DAS OBRAS PARA ABERTURA DA BARRA E IMPLANTAÇÃO DOS MOLHES DE FIXAÇÃO DA FOZ DO RIO ITAPOCU - BARRA

VELHA/SC Título

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA SITUAÇÃO ATUAL

Elaborado Verificado Aprovado Data Folhas Responsáveis técnicos:

FASH AJM AJM/FASH 09/2013 132 Engenheiro Civil Alberto J. Marcatto Biólogo Fernando A. S. Hardt

Número Ethos Revisão Cliente Revisão

(2)

CONTRATANTE: ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO VALE DO ITAPOCU -

AMVALI

EXECUÇÃO: ETHOS SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA

APOIO: PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA VELHA

EXECUÇÃO DOS MONITORAMENTOS AMBIENTAIS DAS OBRAS PARA ABERTURA

DA BARRA E IMPLANTAÇÃO DOS MOLHES DE FIXAÇÃO DA FOZ DO RIO

ITAPOCU - BARRA VELHA/SC

RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA SITUAÇÃO ATUAL

101

(3)

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS ... 6

ÍNDICE DE TABELAS ... 9

1. INTRODUÇÃO ... 10

2. MONITORAMENTO DA DINÂMICA COSTEIRA E DA RECARGA SEDIMENTAR DA RESTINGA .. 11

2.1. Introdução ... 11

2.2. Metodologia ... 12

2.2.1. Levantamento topo-hidrográfico de perfis transversais da orla costeira: ... 12

2.2.2. Monitoramento da dinâmica costeira ... 13

2.2.3. Levantamento topo-batimétrico ... 14

2.2.3.1. Software de processamento de dados ... 14

2.2.4. Análise granulométrica das praias ... 15

2.3. Resultados ... 16

2.3.1. Histórico do monitoramento do perfil praial ... 16

2.3.2. Levantamento topo-batimétrico ... 26

2.3.3. Análise granulométrica das praias ... 26

3. MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA ... 27

3.1. introdução ... 27

3.2. Ictiofauna ... 27

3.2.1. Introdução ... 27

3.2.2. Metodologia ... 28

3.2.2.1. Coleta de dados ... 28

3.2.2.2. Análise dos dados ... 29

3.2.3. Resultados ... 30 3.2.4. Discussão ... 35 3.3. Organismos planctônicos ... 37 3.3.1. Introdução ... 37 3.3.2. Plâncton ... 38 3.3.2.1. Fitoplâncton ... 38 3.3.2.2. Zooplâncton ... 40 3.3.3. Metodologia ... 41 3.3.4. Fitoplâncton ... 43 3.3.4.1. Atividades de Laboratório ... 43

3.3.4.2. Análise dos resultados ... 44

(4)

3.3.5.1. Atividades de Laboratório ... 45

3.3.5.2. Análise dos resultados ... 45

3.3.6. Resultados ... 45 3.3.6.1. Fitoplâncton ... 45 3.3.6.2. Zooplâncton ... 55 3.3.7. DISCUSSÃO ... 60 3.3.7.1. Fitoplâncton ... 60 3.3.7.2. Zooplâncton ... 62 3.4. Macrofauna bentônica ... 64 3.4.1. Introdução ... 64 3.4.2. Metodologia ... 65 3.4.2.1. Atividades de campo ... 66 3.4.2.2. Atividades de laboratório ... 68

3.4.2.3. Análise dos resultados ... 69

3.4.3. Resultados ... 69

3.4.4. DISCUSSÃO ... 73

3.5. Considerações finais - biota aquática ... 75

4. MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS ... 76

4.1. Introdução ... 76 4.2. metodologia ... 77 4.3. Resultados ... 79 4.3.1. Temperatura ... 82 4.3.2. Salinidade ... 82 4.3.3. Ph ... 83 4.3.4. Oxigênio dissolvido ... 83 4.3.5. Turbidez ... 84 4.3.6. Fósforo total ... 84 4.3.7. Nitrito e Nitrato ... 85 4.3.8. Nitrogênio amoniacal ... 86 4.3.9. Características Biológicas ... 87 4.3.9.1. Coliformes Fecais ... 87

4.4. Considerações finais – qualidade das águas... 88

5. MAPEAMENTO DE CORRENTES ... 89

5.1. introdução ... 89

5.2. Metodologia ... 89

5.2.1. Processamento e Análise dos Dados ... 90

5.2.2. Histórico das Medições de corrente ... 91

(5)

5.2.2.2. Medições pela JICA ... 91

5.2.3. Dados de Ventos ... 91

5.2.3.1. Medições do INPH ... 91

5.2.4. Dados do EIA ... 91

5.2.5. Medições do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET ... 92

5.2.6. Tabela de Previsões de Marés ... 92

5.3. Resultados ... 92

5.3.1. Observações ... 94

5.3.2. Alteração no Tempo de Residência das Águas no Interior do Sistema ... 100

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 102

7. EQUIPE TÉCNICA... 103

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 104

9. ANEXO – PLANTA BATIMÉTRICA DA ÁREA DE ESTUDO ... 111

10.ANEXO – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DO SEDIMENTO ... 112

11.ANEXO – DADOS DO INMET ... 116

12.ANEXO – TABELA DE PREVISÃO DE MARÉS PARA O PORTO DE ITAJAÍ ... 124

13.ANEXO – RELATÓRIO DE ENSAIO DA ANÁLISE DA ÁGUA – MARÉ ENCHENTE ... 127

14.ANEXO – RELATÓRIO DE ENSAIO DA ANÁLISE DA ÁGUA – MARÉ VAZANTE ... 128

15.ANEXO – MAPA DO FLUXO DE CORRENTES – MARÉ ENCHENTE ... 129

16.ANEXO – MAPA DO FLUXO DE CORRENTES – MARÉ VAZANTE ... 130

17.ANEXO – PERFIS PRAIAIS ... 131

(6)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2-1 Levantamento topo-hidrográfico de perfis transversais da orla costeira no entorno das obras de fixação da

Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 13

Figura 2-2 Procedimentos de campo para o levantamento topo-batimétrico no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 15

Figura 2-3 Croqui esquemático com a localização dos perfis praiais para monitoramento da dinâmica costeira no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 16

Figura 2-4 Foto da antiga Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC no ano de 2003 ... 17

Figura 2-5 Foto da antiga Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC no ano de 2004 ... 17

Figura 2-6 Vista panorâmica – tentativa de abertura do canal pelos pescadores locais, circunscrito em vermelho - Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC ... 18

Figura 2-7 Vista panorâmica da foz do Rio Itapocu – Barra Velha – SC - ano de 2004 ... 18

Figura 2-8 Mapa batimétrico das proximidades da foz do Rio Itapocu, em período pretérito ás obras de fixação – Barra Velha – SC ... 19

Figura 2-9 Fotografias do mangue erodido nas proximidades da Barra do Rio Itapocu– Barra Velha – SC ... 20

Figura 2-10 Série de aerofotos mostrando a variação temporal da posição da desembocadura do Rio Itapocu e sua tendência migratória para norte – Barra Velha – SC ... 21

Figura 2-11 Restituição Aerofotogramétrica, voo de 1995, da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC ... 22

Figura 2-12 Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2005 ... 22

Figura 2-13 Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2011 ... 23

Figura 2-14 Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2005 com a marcação dos molhes ... 23

Figura 2-15 Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2011 com a marcação dos molhes ... 24

Figura 2-16 Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2005 ... 25

Figura 2-17 Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2011 com a marcação da barra antiga 25 Figura 3-1 Curva da granulometria na área de entorno das obras de fixação da barra do Rio Itapocu– Barra Velha – SC26 Figura 4-1 Malha amostral do monitoramento da ictiofauna no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 29

Figura 4-2 Número de espécies e de indivíduos distribuídos por família da ictiofauna observada no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 32

Figura 4-3 Riqueza e abundância da ictiofauna entre os pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 33

Figura 4-4 índices ecológicos da ictiofauna entre os pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 34

Figura 4-5 Malha amostral do monitoramento dos organismos planctônicos no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 42

Figura 4-6 Procedimentos para a coleta de plâncton ... 43

Figura 4-7 Procedimentos para a análise laboratorial de organismos planctônicos ... 44

Figura 4-8 Contribuição dos principais grupos de algas componentes da comunidade fitoplanctônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 51

Figura 4-9 Valores de riqueza de taxa (S), densidade fitoplanctônica (células.L-1), índice de diversidade de Shannon-Wiener (H') e Índice de equitabilidade de Pielou (J`) da comunidade fitoplanctônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 52

(7)

Figura 4-10 Abundância relativa das principais classes de algas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu

– Barra Velha - SC ... 53

Figura 4-11 Análise de agrupamento (CLUSTER) realizada sobre a matriz de similaridade de Bray-Curtis, evidenciando a similaridade da comunidade fitoplanctônica entre os pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 54

Figura 4-12 Contribuição média dos principais grupos de organismos componentes da comunidade zooplanctônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 57

Figura 4-13 Valores de riqueza de taxa (S), densidade zooplanctônica (organismos.m-3), índice de diversidade de Shannon-Wiener (H') e Índice de equitabilidade de Pielou (J`) da comunidade fitoplanctônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 58

Figura 4-14 Abundância relativa das principais classes de algas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 59

Figura 4-15 Análise de agrupamento (CLUSTER) realizada sobre a matriz de similaridade de Bray-Curtis, evidenciando a similaridade da comunidade zooplanctônica entre os pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 60

Figura 4-16 Malha amostral do monitoramento da macrofauna bentônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 66

Figura 4-17 Coleta das amostras da macrofauna bentônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 67

Figura 4-18 Processamento das amostras da macrofauna bentônica em laboratório especializado ... 68

Figura 4-19 Valores de riqueza de espécie (S), abundância (ind./0,04m²), equitabilidade de Pielou (J’) e diversidade de Shannon-Weaver (H’) para cada ponto amostral da macrofauna bentônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 70

Figura 4-20 Análise de proximidade não métrica (MDS). As linhas contínua e a linha tracejada foram plotadas para identificar os agrupamentos dos pontos de acordo com a similaridade, sendo realizada com base na análise de agrupamento (CLUSTER – no canto superior esquerdo da figura) ... 71

Figura 4-21 Fotografias de exemplares da macrofauna bentônica encontrados no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC ... 72

Figura 4-22 Fotografias de exemplares da macrofauna bentônica encontrados no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC ... 72

Figura 4-23 Fotografias de exemplares da macrofauna bentônica encontrados no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC ... 73

Figura 5-1 Malha amostral do monitoramento da qualidade das águas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 77

Figura 5-2 Procedimentos amostrais para o monitoramento da qualidade das águas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 79

Figura 6-1 Perfilador acústico(ADCP marca Argonaut) para o monitoramento das correntes no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 89

Figura 6-2 Gráfico da velocidade das correntes no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 94

Figura 7-1 Fotografia com a largura do canal de acesso ao Porto de Itajaí, na foz do Rio Itajaí - SC ... 95

Figura 7-2 Grade Computacional utilizada para a modelagem da região antes do empreendimento ... 97

Figura 7-3 Grade Computacional utilizada para a modelagem da região com o empreendimento ... 97

Figura 7-4 Batimetria utilizada na grade do modelo hidrodinâmico para a geração do cenário antes do empreendimento98 Figura 7-5 Variação média do padrão de intensidade da corrente, antes e com a implantação dos molhes de fixação da barra, para o período de verão ... 99

(8)

Figura 7-6 Variação média do padrão de intensidade da corrente, antes e com a implantação dos molhes de fixação da barra, para o período de inverno ... 99 Figura 7-7 Dispersão do traçador sem o empreendimento, em 2 horas de simulação, para o período de inverno ... 100 Figura 7-8 Dispersão do traçador com o empreendimento, em 2 horas de simulação, para o período de inverno ... 101

(9)

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 4-1 Malha amostral no para o monitoramento da biota entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu –

Barra Velha - SC ... 28

Tabela 4-2 Lista das espécies da ictiofauna observadas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 31

Tabela 4-3 Lista das espécies da ictiofauna observadas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 33

Tabela 4-4 Malha amostral no para o monitoramento da biota entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 41

Tabela 4-5 Análise quali-quantitativa do fitoplâncton no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 46

Tabela 4-6 Análise do percentual de similaridades (SIMPER) para em relação aos pontos amostrais.no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 54

Tabela 4-7 Lista das espécies que compõem comunidade zooplanctônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC ... 55

Tabela 4-8 Análise do percentual de similaridades (SIMPER) para em relação aos pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC ... 60

Tabela 4-9 Malha amostral no para o monitoramento da macrofauna bentônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 65

Tabela 4-10 Abundância de cada espécie por ponto amostral, abundância total por ponto amostral e contribuição (%) de cada espécie da macrofauna bentônica no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC .... 69

Tabela 5-1 Malha amostral para o monitoramento da qualidade das águas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 77

Tabela 5-2 Parâmetros avaliados para as amostras de água no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC ... 78

Tabela 5-3 Monitoramento da Qualidade da Água – Área do entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC - Maré Enchente... 80

Tabela 5-4 Monitoramento da Qualidade da Água – Área do entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC -– Maré Vazante ... 81

Tabela 9-1 Equipe técnica responsável pela elaboração do projeto ... 103

Tabela 12-1 Tabela demonstrativa com os dados granulométricos do ponto PS 1 (-2,5) ... 112

Tabela 12-2 Tabela demonstrativa com os dados granulométricos do ponto PS 2 (Praia) ... 113

Tabela 12-3 Tabela demonstrativa com os dados granulométricos do ponto PS 3 (Meio) ... 114

Tabela 12-4 Tabela demonstrativa com os dados granulométricos do ponto PS4 (Rio) ... 115

Tabela 13-1 Tabela demonstrativa com os dados do INMET... 116

(10)

1. INTRODUÇÃO

O presente Relatório contempla o diagnóstico ambiental da situação atual da área de entorno das obras para a Abertura da Barra e Implantação dos Molhes de Fixação da Foz do Rio Itapocu, Barra Velha/SC. Serão abordados os resultados das campanhas de campo referentes á:

 Monitoramento da Dinâmica Costeira e da Recarga Sedimentar da Restinga;  Monitoramento da Biota Aquática;

 Monitoramento da Qualidade das Águas;  Mapeamento de Correntes.

O presente estudo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, a partir de estudos técnicos desenvolvidos na área em questão e em dados secundários disponíveis na literatura científica, complementados por campanhas de campo que visaram atualizar as informações e preencher as lacunas existentes, o que permitiu minuciosa observação da área de influência do empreendimento em seus aspectos físicos e biótico.

(11)

2. MONITORAMENTO DA DINÂMICA COSTEIRA E DA RECARGA SEDIMENTAR

DA RESTINGA

2.1. INTRODUÇÃO

O cenário do monitoramento é um estuário lagunar construído por barra, proveniente da desembocadura do rio Itapocu com um único canal de conexão com o ambiente marinho. Esta desembocadura era formada por aberturas arenosas com migrações predominantes ao norte, e eventualmente abriam novamente na foz do Rio na ocorrência de eventos meteorológicos, iniciando um novo ciclo da dinâmica.

Atualmente esta dinâmica de deslocamento da barra foi estagnada com a execução da obra de fixação da barra com emprego de método de enrocamento. Destaca-se que o monitoramento da dinâmica costeira foca-se nas áreas não fixadas localizadas ao norte do molhe norte e a sul do molhe sul passiveis de alterações decorrentes principalmente das ações das ondulações de sul e sudeste, da deposição de sedimentos proveniente do rio Itapocu e do deslocamento de sedimentos das praias do sul que se deslocam para o norte.

De acordo com o EIA/RIMA (Caruso Jr, 2004), os levantamentos prévios no local sugerem a possibilidade de redução no aporte sedimentar para a restinga ao norte dos molhes. Tal evidência torna imperativo que se proceda a um monitoramento contínuo da dinâmica costeira, antevendo condições de significativa redução do depósito arenoso que compreende a praia e a restinga, permitindo que medidas corretivas sejam executadas. O objetivo é de acompanhar em escala temporal adequada, a evolução dos processos costeiros relacionados à dinâmica de deposição ou erosão da orla costeira, buscando correlacionar as mudanças do processo natural com a implantação do empreendimento, de modo a encontrar alternativas para gerenciar tais intervenções.

Deste modo, o monitoramento costeiro foi definido e referenciado de modo a facilitar a sua avaliação e a sua comparação espacial e temporal. Representaram as diretrizes do trabalho:

 Monitorar o perfil praial e da dinâmica costeira, como fenômeno responsável pelo aporte sedimentar do ambiente litorâneo;

 Formar e manter um banco de dados integrativos, que permita avaliar a evolução dos processos e da morfologia costeira, em escala temporal adequada;

 Fornecer subsídios à tomada de decisão, para que os órgãos envolvidos procedam de forma adequada à gestão da área.

(12)

2.2. METODOLOGIA

Para a execução dos trabalhos foi registrada a evolução da orla costeira através dos procedimentos, coforme os itens elencados a seguir.

2.2.1. Levantamento topo-hidrográfico de perfis transversais da orla costeira:  Localização: um ponto na praia ao norte e outro ao sul da foz do rio Itapocu;

 Comprimento dos perfis: desde um ponto fixo ou desde a base da praia até a profundidade de -2,5 m;

(13)

Figura 2-1

Levantamento topo-hidrográfico de perfis transversais da orla costeira no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

2.2.2. Monitoramento da dinâmica costeira

A morfologia praial foi monitorada através de levantamentos de perfis topográficos realizados em dois pontos, um ao norte do molhe e um ao sul do molhe.

(14)

Os levantamentos consistem em medições das cotas da praia em diferentes pontos, fazendo-se o uso de uma Estação Total. Os pontos de referência de nível (RN´s) adotados neste trabalho foram implantados, georreferenciados e amarrados em dois marcos existentes sobre o molhe sul. 2.2.3. Levantamento topo-batimétrico

O levantamento topo-batimétrico abrangeu toda a área de influência dos molhes de fixação da Barra do Rio Itapocu, sendo que para obter as profundidades, utilizou-se ecobatímetro monofeixe da South, SDE, com as seguintes características (Figura 2-2):

 Frequência: 200 Khz;  Ângulo do Feixe: 7º;

 Monitor: Tela a cores LCD 12.1 polegadas;  Resolução de profundidade: 1 cm;

 Precisão: +- 0.1% de profundidade da água;  Velocidade do som: 1300 – 1650 m/s;  Extensão da profundidade: 0:39 – 220m. 2.2.3.1. Software de processamento de dados

Para o processamento dos dados adquiridos com o ecobatímetro foram utilizados os seguintes softwares de análise:

 POWERNAV – SOUTH: Software utilizado para coleta de dados, edição, redução e correção da maré.

 SDE-28: Software para coleta da profundidade medida pelo ecobatímetro e fornecimento dos dados para o POWERNAV.

(15)

Figura 2-2

Procedimentos de campo para o levantamento topo-batimétrico no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

2.2.4. Análise granulométrica das praias

A análise granulométrica das praias foi efetuada no mesmo local dos perfis transversais, ao longo do perfil de praia, conforme a Figura 2-3. As análises foram realizadas no Laboratório de Solos da Ethos Serviços Técnicos de acordo com a NBR-7181/ABNT – Análise Granulométrica de Solos.

(16)

Figura 2-3

Croqui esquemático com a localização dos perfis praiais para monitoramento da dinâmica costeira no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

2.3. RESULTADOS

2.3.1. Histórico do monitoramento do perfil praial

Salienta-se que anteriormente á este estudo não foram realizados perfis transversais da orla costeira, desta forma não se tem histórico para comparação e avaliação dos processos de dinâmica praial no local do empreendimento.

Portanto, avaliou-se “in loco” e também através de imagens de satélite periódicas a evolução praial e da restinga para a avaliação da dinâmica, além do que, conforme previsto no EIA, procedeu-se o levantamento de dois perfis praiais. O resultado dos perfis praiais pode ser observado no Anexo – perfis praiais, ao final do relatório.

(17)

Figura 2-4

Foto da antiga Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC no ano de 2003

Figura 2-5

(18)

Figura 2-6

Vista panorâmica – tentativa de abertura do canal pelos pescadores locais, circunscrito em vermelho - Barra do Rio Itapocu – Barra Velha – SC

Figura 2-7

(19)

Figura 2-8

Mapa batimétrico das proximidades da foz do Rio Itapocu, em período pretérito ás obras de fixação – Barra Velha – SC 1

Verifica-se que a desembocadura esta buscando a condição de equilíbrio, porém a não finalização das obras do molhe sul e as obras de dragagem cujo objetivo não esta alinhado ao objetivo da

(20)

obra da barra do Itapocu, vêm alterando a condição final de equilíbrio, gerando um conflito entre as forças naturais e intervenções humanas.

Em 2012, na região interna do molhe sul estava ocorrendo um processo de assoreamento, mantendo o fluxo principal do rio próximo ao molhe norte, cuja área estava sendo erodida. As obras de dragagem estão buscando a centralização do fluxo entre os dois molhes, porém a não finalização do molhe sul e direcionamento do mesmo gera condições onde as ondulações de leste e sudeste adentram a barra, impactando diretamente a margem direita do Rio Itapocu e degradando uma porção da área de mangue, coforme a Figura 2-9.

Figura 2-9

Fotografias do mangue erodido nas proximidades da Barra do Rio Itapocu– Barra Velha – SC 2

Verifica-se ainda um superdimensionamento da largura da boca, cujos molhes estão distanciados em média entre 180 e 190m (medida transversal ao direcionamento dos molhes). Tal situação acarretará em variações das seções transversal com assoreamento próximo ao molhe norte e erosão próximo ao molhe sul, obrigando uma dragagem de desassoreamento continua.

De acordo Estudo de Impacto Ambiental (Caruso Jr, 2004), as séries históricas de fotografias aéreas (1957, 1966, 1978 e 1995) evidenciam a instabilidade na posição da desembocadura do sistema, mas atestam que há uma tendência de migração para norte (Figura 2-10).

Segundo BRUUN (1978, apud SCHETTINI & KLEIN, op. cit.), observações empíricas em diferentes desembocaduras mostram que sua seção transversal é estável quando ajustada a picos de velocidade de aproximadamente 1m3.s-1.

(21)

Através da análise do Estudo de Impacto Ambiental (Caruso Jr, 2004), verifica-se que a observação feita por BRUNN não foi verificada, haja vista que não foram realizadas medições de corrente e cálculos de vazão para a região da desembocadura.

Figura 2-10

Série de aerofotos mostrando a variação temporal da posição da desembocadura do Rio Itapocu e sua tendência migratória para norte – Barra Velha – SC 3

Entre os anos de 1995 e 2005, a barra do Itapocu deslocou-se 1.370m no sentido norte (média de 137m/ano).

(22)

Figura 2-11

Restituição Aerofotogramétrica, voo de 1995, da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC4

Figura 2-12

Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 20055

4 Fonte: SPU. 5 Fonte: Google Earth.

(23)

Figura 2-13

Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 20116

Figura 2-14

Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2005 com a marcação dos molhes7

6 Fonte: SPU.

(24)

Figura 2-15

Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2011 com a marcação dos molhes

Observando as fotos Figura 2-16 e Figura 2-17, abaixo, verifica-se que ao sul dos pontos 2 e 4 esta tendo uma recuperação da restinga, indicada pelo círculo em vermelho, onde se localizava a barra do rio Itapocu em 2005.

(25)

Figura 2-16

Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 20058

Figura 2-17

Fotografia da desembocadura do Rio Itapocu– Barra Velha – SC em 2011 com a marcação da barra antiga

(26)

2.3.2. Levantamento topo-batimétrico

Observações em campo nos subsidiaram na elaboração de uma planta batimétrica da área, conforme pode ser visto no Anexo – Planta batimétrica da área de estudo.

2.3.3. Análise granulométrica das praias

Os resultados das análises granulométricas detalhadas dos pontos amostrados se encontram no e a síntese dos resultados pode ser observada na Figura 2-18 e as tabelas com o detalhamento por ponto amostral no

Figura 2-18

Curva da granulometria na área de entorno das obras de fixação da barra do Rio Itapocu– Barra Velha – SC

Através dos resultados obtidos, é possível a construção da curva de distribuição granulométrica, que possui fundamental importância na caracterização geotécnica do solo.

Através da curva granulométrica podem-se estimar as percentagens (em relação ao peso seco total), correspondentes a cada fração granulométrica do solo.

(27)

3. MONITORAMENTO DA BIOTA AQUÁTICA

3.1. INTRODUÇÃO

O programa de monitoramento da biota torna-se importante principalmente devido á suscetibilidade de diferentes organismos frente aos mais diversos tipos de impactos ao seu habitat. Desta forma o levantamento de dados sobre as reais condições da biota na área de influência das obras de abertura da barra e implantação dos molhes de fixação da foz do rio Itapocu, se constituiu numa importante ferramenta para mensurar o espectro dos possíveis impactos das obras sobre os organismos marinhos.

As informações geradas são ainda úteis como fonte de referência para futuros estudos de impacto ambiental que abordem empreendimentos com características similares aos enfocados neste documento.

O Programa de Monitoramento da Biota Aquática considerou como grupos-alvo de trabalho a ictiofauna, as comunidades bentônicas e as comunidades planctônicas (fito e zooplanctôn). A malha amostral foi delineada no sentido de abranger todas as áreas do corpo hídrico nas proximidades das obras de fixação da barra do rio Itapocu.

3.2. ICTIOFAUNA

3.2.1. Introdução

Os peixes compõem a classe de vertebrados com maior diversidade em número de espécies (24.843 conhecidas mundialmente), perfazendo 49,81 % do total das espécies de vertebrados existentes (MMA, 2000). Esta riqueza de espécies geralmente está relacionada com o aumento da complexidade e do número de habitat disponíveis (ROUGHGARDEN, 1996).

Os ambientes estuarinos, principalmente aqueles com manguezais, são ambientes altamente produtivos que suportam ricas comunidades de espécies, pois provêm habitat e locais protegidos e também apresenta uma fonte de nutrientes e alimentos (LITTLE, 2000). Estas características atraem grande número de peixes, principalmente juvenis que utilizam estuários e manguezais como berçário devido às diversidades de refúgios contra predação e disponibilidade de alimento (ROBERTSON & BLABER, 1992).

Estudar a estrutura dos peixes (ictiofauna) de estuários é uma maneira eficaz de investigar os tipos dos estresses introduzidos por mudanças antropogênicas (KARR, 1991). As mudanças na

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estrutura da comunidade dos peixes, tal como a abundância e a diversidade de espécies, podem refletir os efeitos de vários estresses na integridade biótica (FAUSCH et al., 1990). Desta forma, estudos da ictiofauna em regiões estuarinas são de fundamental importância quando se quer definir a qualidade de vida do ecossistema estuarino.

Os peixes desempenham um importante papel ecológico nos ambientes estuarinos, transformando o potencial energético dos detritos ao conduzir a energia para níveis tróficos superiores, exportam energia para ecossistemas vizinhos, importam energia de outros ecossistemas e armazenam esta através de peixes jovens que penetram nas águas estuarinas e passam grande parte de sua vida; além disso, regulam a energia, pois se deslocam cíclica e irregularmente no ecossistema, representando assim um fator energético dentro do estuário (YAÑEZ-ARANCIBIA, 1985).

O presente estudo da ictiofauna da área de influência dos molhes de fixação da barra do rio Itapocu foi baseado em dados primários e secundários, buscando-se enfatizar uma discussão ecológica global da área de influência das referidas obras no que se refere á ictiofauna.

3.2.2. Metodologia 3.2.2.1. Coleta de dados

As artes de pesca empregadas nas coletas da ictiofauna foram o arrasto de fundo e amostragens através de lances com tarrafas. O tempo de arrasto foi de 05 min em cada ponto amostral. As amostras coletadas foram identificadas em campo e os exemplares foram devolvidos ao ambiente após coleta dos parâmetros Comprimento total (com auxílio de um ictiômetro) e peso total (com auxílio de balança). As amostras foram identificadas á menor categoria taxonômica possível de acordo com MENEZES & FIGUEIREDO (1980; 1985).

Para a amostragem da ictiofauna foram determinadas 3 estações amostrais, sendo uma na parte externa (região costeira) do canal (P01), uma estação entre os dois molhes (P02), e ainda uma estação na área interior do rio Itapocu (P05), conforme a Tabela 3-1 e a Figura 3-1.

Tabela 3-1

Malha amostral no para o monitoramento da biota entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Pontos Coordenadas (X/Y) Datum SAD 69

P01 26°34'58.90"S / 48°39'38.99"O P02 26°34'46.89"S / 48°39'57.52"O P05 26°34'37.73"S / 48°40'43.09"O

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Figura 3-1

Malha amostral do monitoramento da ictiofauna no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

3.2.2.2. Análise dos dados

Para a ictiofauna foram aplicados e discutidos os índices de diversidade, que foram utilizados para comparar a composição das espécies de acordo com as mudanças espaciais (pontos de coleta) com o objetivo de avaliar as variações da comunidade biológica. Estes índices permitem a visualização sintética da estrutura da comunidade e suas respostas mediante as múltiplas variáveis ambientais. Para isso, foram utilizados os índices de riqueza de Margalef, o índice de diversidade de Shannon, e o índice de eqüitabilidade de Pielou, além da abundância e da dominância.

O índice de riqueza (d) descrito por MARGALEF (1968) foi calculado pela seguinte equação.

Onde:

S

= número total de espécies.

N

= número total de indivíduos

Para a observação da abundância, número de espécies e diversidade foi aplicado o índice de Shannon-Wiener (equabilidade ou eveness):

N S d ln 1  

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i i p p H ln ' e N n p i i  Onde: i

p

= abundância relativa da espécie i,

i

n

= número de indivíduos da espécie i

N

= número total de indivíduos

Por fim foi calculada e equitabilidade (ou equabilidade), que pode ser definida como o grau de homogeneidade de distribuição, ou a taxa percentual da distribuição máxima. Foi adotado o índice de PIELOU (1966) por ser um dos mais usados por sua simplicidade em ser calculado. Usa-se o índice de Shannon-Wiener H’. A diversidade máxima H’máx ocorreria quando todas as espécies fossem igualmente abundantes, isto é, todos os valores pi seriam iguais. Neste caso,

H

'

máx

ln

S

, em que S é número total de espécies.

S H J ln ' ' Onde:

S

= número total de espécies

'

H = índice de Shannon-wiener

Para auxiliar nos demais cálculos estatísticos, teste de normalidade, homocedasticidade, foi utilizado o freeware PAST (HAMMER, 2013).

Os índices ecológicos reúnem informações sobre vários atributos de uma comunidade biológica dentro de um número que reflete o status ecológico da comunidade, e levam ainda em consideração a sensibilidade ou tolerância de uma espécie ou grupos de espécies frente á alguma alteração ambiental.

3.2.3. Resultados

No monitoramento da ictiofauna foi observado um total de 57 peixes pertencentes á 10 famílias e 15 espécies (Tabela 3-2). A família com o maior número de espécies (n=4 espécies) e também a com maior número de indivíduos (n=21 indivíduos) foi a Sciaenidae (Figura 3-2).

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Tabela 3-2

Lista das espécies da ictiofauna observadas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Família Espécie Nome comum Num. ind Comp. médio (cm) Desv pad Peso médio (g) Desv pad Peso total (g)

SCIAENIDAE

Stellifer stellifer Cangoá 7 7,7 0,9 4,8 1,6 33,6

Stellifer brasiliensis Cangoá 9 8,7 1,1 9,9 4,3 89,1

Menticirus americanus Betara 4 13,1 4,0 45,2 35 180,8

Micropogonias furnieri Corvina 1 16,0 29,0 29

PARALICHTHYDAE Ethropus crossotus Linguado 2 11,4 1,0 17,0 4,6 34

Citharichthys spilopterus Linguado 5 14,6 2,3 31,2 2,3 156

GERREIDAE Diapterus rhombeus Carapeva 8 13,2 1,6 18,3 8,4 146,4

Eucinostomus melanopterus Escrivão 4 10,2 3,1 13 3,7 52

ENGRAULIDAE Cetengraulis endentulus Sardinha 3 12,7 5,2 28 3 84

TETRAODONTIDAE Sphoeroides testudines Baiacu 3 12,4 1,5 46 3,4 138

ARIIDAE Genidens genidens Bagre-branco 4 21,4 2,4 67 12,4 268

CLUPEIDAE Opisthonema oglinum Sardinha-laje 2 7,1 1,2 10,6 2,1 21,2

MUGILIDAE Mugil curema Tanhota 1 17 52 52

ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis Peixe-rei 2 10,2 1,5 15,2 2,8 30,4

CICHLIDAE Geophagus brasiliensis Cará 2 11,3 1,2 12,3 2,1 24,6

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A biomassa total capturada foi de 1339,1 gramas, sendo que a espécie com a maior biomassa foi o bagre-branco, Genidens genidens, com peso total de 268 gramas e 4 indivíduos capturados.

A segunda família mais abundante foi a Guerridae (n= 12 indivíduos), representada por duas espécies, a carapeva, Diapterus rombeus e o escrivão, Eucinostomus melanopterus (Figura 3-2). Outra família com abundância considerável de indivíduos foi a Paralichthydae, com as espécies de linguado Citharichthys spilopterus e Euthropus crossotus (n= 5 e n=2 respectivamente).

Figura 3-2

Número de espécies e de indivíduos distribuídos por família da ictiofauna observada no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Na análise da ictiofauna por ponto amostral, se verifica que o ponto P01, na região costeira, foi aquele que apresentou maior diversidade de espécies bem como maior abundância de indivíduos, de acordo com a tabela Figura 3-3.

Tanto a abundância como a diversidade apresentaram valores decrescentes em direção á porção mais interna do estuário do rio Itapocu, com os valores intermediários encontrados no P02 (NE porção entre os molhes de fixação da barra) e os menores valores na estação amostral P05 (na parte mais interna do rio Itapocu), conforme a Tabela 3-4.

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Figura 3-3

Riqueza e abundância da ictiofauna entre os pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Tabela 3-3

Lista das espécies da ictiofauna observadas no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Família Espécie Nome comum P01 P02 P05 Total

SCIAENIDAE

Stellifer stellifer Cangoá 4 3 0 7

Stellifer brasiliensis Cangoá 7 2 0 9

Menticirus americanus Betara 3 1 0 4

Micropogonias furnieri Corvina 1 0 0 1

PARALICHTHYDAE Euthropus crossotus Linguado 1 1 0 2

Citharichthys spilopterus Linguado 3 2 0 5

GERREIDAE Diapterus rombeus Carapeva 1 4 3 8

Eucinostomus melanopterus Escrivão 1 2 1 4

ENGRAULIDAE Cetengraulis endentulus Sardinha 2 1 0 3

TETRAODONTIDAE Sphoeroides testudines Baiacu 2 1 0 3

ARIIDAE Genidens genidens Bagre-branco 1 1 2 4

CLUPEIDAE Opisthonema oglinum Sardinha-laje 2 0 0 2

MUGILIDAE Mugil curema Tanhota 1 0 0 1

ATHERINIDAE Atherinella brasiliensis Peixe-rei 1 0 1 2

CICHLIDAE Geophagus brasiliensis Cará 0 0 2 2

Total 30 18 9 57

Em relação aos índices ecológicos, se observa que a dominância teve seu maior valor na estação amostral P05, sendo que foi influenciado pela pequena diversidade encontrada nesta estação (Figura 3-4). Tal fato foi ainda responsável pelos baixos valores de Shannon e de diversidade de Margalef. Ressalta-se que o comportamento dos índices ecológicos no P05 pode ser reflexo da influencia dulcícola e por fatores relacionados á maior distância da zona costeira.

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Já no ponto P01, foram registrados os maiores valores de Shannon e de Margalef, pelo fato de não ter sido observada dominância de nenhuma espécie, ou seja, as abundâncias entre as espécies encontradas foram parcialmente semelhantes neste ponto.

No Ponto 02 os índices foram medianos influenciados tanto pela movimentação da maré como pelo aporte dulcícola do rio Itapocu, caracterizando-se como uma zona intermediária, ou de mistura.

De modo geral, verifica-se que em todas as estações amostrais a Equitabilidade apresentou valores elevados, sem a presença marcante de espécies dominantes.

Figura 3-4

índices ecológicos da ictiofauna entre os pontos amostrais no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

De acordo com Pinhiero et al (2004) teorias recentes apontam que, na realidade, o aumento ou decréscimo na diversidade, riqueza e equitatividade tem relação com a competição intra e interespecífica, que pode estar ou não associada às perturbações ambientais. Entretanto, é importante ressaltar que aumentos nos níveis de estresse (e.g. induzidos por poluição ou por competição intra e interespecíficas) podem resultar em aumento ou diminuição da diversidade (CLARKE & WARWIK, 1994).

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3.2.4. Discussão

No presente estudo, foi registrada a ocorrência de 15 espécies de peixes, pertencentes a 10 espécies. Em ambientes estuarinos próximos, como no caso o estuário do Rio Itajaí-Açú, nas adjacências do estuário do Saco da Fazenda, foi registrada a ocorrência de 38 espécies, pertencentes a 18 famílias (HOSTIM-SILVA et al., 2002). Já no manguezal do Rio Camboriú, foram encontradas 25 espécies (RODRIGUES et al., 1994). HOSTIM-SILVA et al., (1998), analisando a ictiofauna do manguezal da Baía da Babitonga, levantaram 76 espécies, as quais estavam distribuídas em 29 famílias de peixes. Enquanto que no manguezal do Itacorubi, CLEZAR et al., (1998), observaram que a comunidade ictiofaunística esteve composta por 49 espécies, compreendidas em 23 famílias. Já para região de Laguna, foram capturadas 59 espécies, distribuídas em 21 famílias (MONTEIRO-NETO et al., 1990).

A diversificação e a amplitude da utilização de métodos amostrais, pode resultar em maior representatividade das espécies que compõem o ambiente, o que foi implementado por ANDREATA et al., (2002), onde foram utilizados arrastos de fundo, de praia (picaré), puçás e censo visual, na caracterização das assembleias de peixes da Baía do Ribeira, Angra dos Reis, RJ, obtendo 148 espécies distribuídas em 59 famílias.

Desta forma, as diferenças observadas na composição da ictiofauna entre os locais comparados, provavelmente estão relacionadas com as características hidrológicas do sistema (YAÑEZ-ARANCIBIA, 1985; ARAÚJO et al., 2001), a heterogeneidade de habitats (ARAÚJO et al., 1998), assim como a diversidade de métodos amostrais e o esforço de pesca diferenciado (VIERIA & MUSICK, 1993).

As famílias Sciaenidae e Gerreidae foram as que apresentaram as maiores riquezas específicas neste estudo, o que tem sido observado em levantamentos realizados por CLEZAR et al., (1998), HOSTIM-SILVA et al., (1998), SPACH et al., (2003). Além de estarem entre as mais diversas, essas famílias apresentam um incremento expressivo na atividade pesqueira das regiões estuarinas (HOSTIM-SILVA et al., 2002).

Embora possam existir diferenças entre estuários em relação ao padrão de dominância das espécies de peixes, poucas são as famílias dominantes (SANTOS et al., 2002). No estuário do rio Itapocu, os Sciaenidae contribuíram com as maiores abundâncias, o que é relatado para diversas regiões costeiras do Brasil (RODRIGUES et al., 1994; CLEZAR et al., 1998; PESSANHA et al., 2000).

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De acordo com Corrêa et al (2006) na Baía da Babitonga, baseados na abundância, distribuição espacial e temporal e no ciclo de vida foram observadas espécies de peixes que residem no estuário, que completam seu ciclo de vida dentro do estuário. A maioria das espécies está presente durante todo o ano. As espécies incluem Stellifer rastrifer, Stellifer brasiliensis e Genidens genidens, dentre as mais abundantes.

Ainda de acordo com os mesmos autores, existe outro tipo de categoria de peixes, os peixes marinhos que dependem do estuário, ou seja, estuarinos dependentes: são aquelas espécies marinhas que utilizam o estuário para desova podendo habitar estas áreas durante seus primeiros anos de vida. Algumas espécies de peixes podem ser encontradas durante todo o ano (Micropogonias furnieri, Cynoscion leiarchus e Menthicirrhus americanus), além das tainhas Mugil curema.

A corvina ocorre desde as Antilhas, sul do Caribe até o Golfo de San Matias na Argentina, em estuários, baías ou ao longo da costa, em profundidades menores que 60 m. Sua preferência é por ambientes com fundo de areia, lodo ou cascalho. Indivíduos jovens são frequentemente encontrados em estuários, os quais utilizam como áreas de alimentação e crescimento (Vazzoller, 1991). Os juvenis alimentam-se de crustáceos bentônicos, misidáceos, moluscos e poliquetos; os adultos comem pequenos peixes, crustáceos (decápodes, cirripédios, pelecípodes, tanaidáceos), poliquetos (Gonçalves, 1993).

Segundo MENEZES & FIGUEIREDO (1985), as tainhotas, Mugil curema, possuem uma ampla distribuição em águas tropicais e subtropicais de todo o mundo, formando importantes cardumes em lagoas estuarinas, onde passam boa parte do seu ciclo de vida, migrando depois para o mar. Já as manjubas, Cetengraulis endentulus, da família Engraulidae, apesar de terem sido amostrados apenas 3 exemplares no presente estudo, são conhecidas por contribuir com grandes abundâncias em diversas regiões costeiras do Brasil (RODRIGUES et al., 1994; SERGIPENSE & SAZIMA, 1995; CLEZAR et al., 1998; GAY et al., 2000; PESSANHA et al., 2000). Os integrantes desta família são conhecidos como manjubas, apresentam hábitos pelágicos costeiros e concentram-se em cardumes, o que faz com que sejam pescados em grandes quantidades (SILVA & ARAÚJO, 1999). Sendo comum, uma elevada densidade desses peixes em áreas de alta produtividade primária, como baías e estuários (SERGIPENSE & SAZIMA, 1995).

O peixe-rei, Atherinella brasiliensis, distribui-se desde Santa Catarina, Brasil até Baía Blanca, na Argentina, sendo muito comum nas enseadas rasas dos estuários e regiões costeiras adjacentes.

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Vivem próximos à superfície em áreas costeiras, preferencialmente em estuários, mangues, lagoas salobras e praias rasas, onde é abundante. Forma cardume de juvenis e de adultos em águas menos salinas (Bemvenuti, 1987). Os indivíduos juvenis são planctófagos, alimentando-se de crustáceos, larvas de insetos e algas filamentosas, enquanto os adultos são preferencialmente bentófagos, alimentando-se de crustáceos bentônicos, poliquetos e moluscos (Bemvenuti, 1990). Já os carás, Geophagus brasiliensis, são incluídas na categoria dos peixes característicos de rios e lagoas, sendo também encontrados em ambientes de transição como estuários. De acordo com o levantamento da ictiofauna realizado na ocasião do EIA (Caruso Jr, 2004) esta espécie foi a mais abundante nas estações amostrais próximas á foz do rio Itapocu. Os ovos, larvas e juvenis de espécies típicas de água-doce como Perciformes (Geophagus brasiliensis) são capturados frequentemente, mas em pequeno número, principalmente em períodos de precipitação pluviométrica intensa (Garcia & Vieira 2001).

As carapevas, Diapterus rombeus, e os escrivãos, Eucinostomus melanopterus, são incluídas na categoria dos peixes visitantes ocasionais: aqueles peixes marinhos ou de água-doce que aparecem esporadicamente e de forma irregular no estuário. Peixes tropicais das famílias Carangidae, Serranidae, Pomacentridae, Gerreidae e Balistidae são registrados em aparições durante o verão em estuários como a Baía da Babitonga (Corrêa et al., 2006).

De acordo com DAY et al., (1989), estuários são ambientes muito dinâmicos, onde as rápidas mudanças físico-químicas exigem muita energia dos peixes, dificultando a sobrevivência de alguns grupos. Desta forma, poucas são as espécies residentes que completam seus ciclos de vida nos estuários; a grande maioria são visitantes ocasionais de origem marinha (SANTOS et al., 2002).

3.3. ORGANISMOS PLANCTÔNICOS

3.3.1. Introdução

O levantamento dos organismos, destacando o comportamento e as interações da comunidade planctônica a fim de se definir padrões de variação da sua abundância e da sua composição é fundamental para o monitoramento das condições ambientais do ecossistema aquático. O presente trabalho tem por objetivo descrever a comunidade planctônica (fitoplâncton e zooplâncton) no estuário do Rio Itapocu (SC), analisando a composição, abundância e distribuição dos principais grupos taxonômicos das comunidades planctônicas presentes na região.

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3.3.2. Plâncton

Plâncton ou plankton, do grego “plagktos”, que significa “errante”, abrange o conjunto de organismos pelágicos cujo poder de deslocamento é insuficiente para vencer a dinâmica das massas d’água e correntes. São integrantes desta comunidade organismos de diversos tamanhos e pertencentes às mais variadas categorias taxonômicas, já que grande parte dos organismos aquáticos apresenta, pelo menos nos estágios iniciais de desenvolvimento, um hábito planctônico. Segundo Nybakken (1993), considerando as características taxonômicas a comunidade planctônica pode ser dividida em bacterioplâncton (bactérias auto e heterotróficas), protozooplâncton (protozoários, como por exemplo, tintinídeos e foraminíferos), fitoplâncton (microalgas - organismos autotróficos, como por exemplo, diatomáceas), zooplâncton (pequenos animais - metazoários heterotróficos, como por exemplo, copépodos e larvas de crustáceos, moluscos e peixes) e ictioplâncton (larvas e ovos de peixes).

3.3.2.1. Fitoplâncton

O estudo do fitoplâncton em monitoramento e estudos da qualidade da água é essencial devido a essa comunidade constituir o mais importante grupo de produtores primários do planeta, e serem as responsáveis pela iniciação do fluxo de energia transformando-a em uma forma aproveitável e transferindo aos outros níveis tróficos do ecossistema aquático (KENNISH, 1986; KIRK, 1994). São especialmente significantes na ecologia destes ambientes, servindo de fonte de carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais para consumidores primários, decompositores e detritívoros ao longo dos níveis tróficos (BARNES, 1980; LEE, 1999). As algas apresentam papel fundamental na manutenção da qualidade da água, uma vez que produzem o oxigênio que é imprescindível para a manutenção da vida e da eficácia dos processos de autodepuração do meio aquático.

A importância do monitoramento periódico da fitoplâncton, é que desequilíbrios na estrutura das populações que compõe esta comunidade podem ocasionar a proliferação de determinadas espécies potencialmente nocivas e até mesmo tóxicas, causando graves problemas econômicos, ambientais e de saúde pública. Algumas espécies de microalgas podem gerar efeitos prejudiciais ao ambiente, como é o caso de diatomáceas como Skeletonema costatum, Leptocylindrus spp. Chaetoceros spp. e Coscinodiscus spp. Estas espécies possuem potencial de atingir níveis de densidade elevados em algumas situações e, pelo fato de algumas delas apresentar morfologia com estruturas pontiagudas, podem romper e/ou entupir as brânquias de peixes e organismos filtradores, causando a morte destes por asfixia (PROKOPIAK et al., 2006; VILLAC e TENEMBAUM, 2010). Além disso, algumas espécies podem causar alterações nos níveis de oxigênio dissolvido,

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podem competir por nutrientes, acarretando na diminuição de nutrientes na água, além de cobrirem a superfície da água, dificultando a penetração da luz e, consequentemente, afetando os organismos bênticos. Todo este processo contribui para o incremento de matéria orgânica na água, acelerando a decomposição bacteriana e o consequente consumo de oxigênio (REGUERA, 2002). No litoral do Paraná algumas microalgas têm causado florações nocivas, como foi o caso de Coscinodiscus wailesii, na Baía de Paranaguá (TCP, 2010 apud FERNANDES et al., 2001; PROENÇA e FERNANDES, 2004).

Algumas espécies de microalgas comumente encontradas nas águas costeiras brasileiras são também produtoras de toxinas e compreendem espécies pertencentes aos grupos das diatomáceas, dinoflagelados e cianobactérias. Inúmeros fatores podem acarretar a aparecimento de florações de algas nocivas, contudo alguns deles ligados à ação antrópica, como a eutrofização (processo em que há uma elevada disponibilização de nutrientes no meio aquático), favorecem a ocorrência destes eventos. Muitos dinoflagelados, por exemplo, formam cistos, ou seja, células de resistência presentes nos sedimentos de fundo. Estes cistos podem ser ressuspendidos para a coluna d’água, por ação antrópica, e.g. escavação, dragagens, e se encontrarem condições ambientais viáveis, podem voltar a se desenvolver. As toxinas produzidas por estes organismos são acumuladas ao longo da cadeia trófica, podendo atingir inclusive o homem, quando este ingere organismos que se alimentaram de outros contaminados. Assim, a pesca e os cultivos de organismos marinhos são diretamente afetados pelas florações de algas tóxicas e nocivas e durante estes períodos, sendo necessário interromper a comercialização dos produtos, causando prejuízos financeiros à economia da região afetada (TCP, 2010; CASTRO e MOSER, 2012). Dentre as diatomáceas tóxicas, a mais frequentemente registrada é do gênero Pseudo-nitzschia. Dentre os dinoflagelados, ocasionalmente são registradas ocorrências de florações de Dynophysis spp., Alexandrium spp. e Gymnodinium catenatum (PROENÇA et al., 2004; PROENÇA e MAFRA, 2005). As análises da estrutura das populações de algas são rotineiramente e amplamente utilizadas para monitorar qualidade de água em diversos países como Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, EUA e Japão. A avaliação da qualidade da água pode ser feita através da composição e diversidade de espécies de fitoplâncton, as quais são indicadoras de perturbações hidrológicas extremas, visto que a qualidade de água produz alterações rápidas na estrutura das populações (HÜRLIMANN et al., 1991). Como suas flutuações são significativamente influenciadas por fatores inerentes às próprias condições ambientais, é imprescindível o monitoramento contínuo e duradouro desta comunidade, para que seja possível identificar e prever os efeitos gerados pela ação antrópica e,

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assim, racionalizar e tornar mais eficientes os planos de controle ambiental e processos de tomada de decisão.

3.3.2.2. Zooplâncton

De forma semelhante, o zooplâncton é considerado um dos organismos mais representativos em densidade e diversidade nos ecossistemas aquáticos, portanto, o seu estudo vem fornecendo informações básicas sobre a sua composição e abundância e sua interação com os demais organismos vivos e com as variáveis abióticas que condicionam todo o ambiente aquático. É um dos grupos de organismos mais utilizados como indicadores biológicos, devido ao seu ciclo de vida curto, alta sensibilidade e abundância nos ecossistemas aquáticos. O levantamento faunístico, destacando o comportamento e as interações da comunidade zooplanctônica a fim de se definir padrões de variação da sua abundância e da sua composição é fundamental para o monitoramento das condições ambientais de determinado sistema aquático (OMORI e IKEDA, 1984).

O padrão de distribuição e ocorrência encontrado para os organismos do zooplâncton em regiões estuarinas ao redor do mundo, também apresenta um padrão típico onde se destaca a frequente dominância dos crustáceos (estágios larvais de decapodos e cracas) e principalmente da casse Copepoda (OMORI e IKEDA, 1984; NEUMANN-LEITÃO, 1994; LOPES et al., 1998; STERZA e FERNANDES, 2006; RESGALLA JR, 2011). Outros grupos zooplanctônicos numericamente importantes são os tintiníneos, apendiculárias, cladóceros e organismos meroplanctônicos como larvas de poliquetas e decápodes.

A composição e a abundância do zooplâncton nos estuários estão diretamente relacionadas às características hidrográficas das massas de água e das variações sazonais de alguns parâmetros físico-químicos, os quais determinam o sucesso de cada organismo nesse ambiente. Entre os descritores ambientais, a salinidade e temperatura seriam as principais forçantes que determinam a estruturação e distribuição da comunidade. De acordo com TCP (2010) apud. Ré (1984), alguns organismos exibem estratégias próprias para permanecerem no interior do estuário, utilizando as correntes de entrada e de saída de água nos estuários parcialmente ou altamente estratificadas pela temperatura e salinidade. Secundariamente, a turbidez funciona como um fator limitante da produção fitoplanctônica e consequentemente da produção secundária. Assim, a observação da abundância relativa de espécies esteno-halinas ou esteno-térmicas em uma determinada amostra descrevem as características físico-químicas e até mesmo o grau de trofia do meio (DUSSART e DEFAYE, 1995).

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O estudo das flutuações na estruturação e distribuição na comunidade zooplanctônica deve ser contínuo e duradouro a fim de compreender os padrões de variação naturais e poder identificar algum eventual impacto gerado pela ação antrópica. Diversas espécies de peixes, crustáceos e moluscos de interesse comercial como camarões, caranguejos e mexilhões, possuem estágio inicial de vida planctônico, as larvas e ovos destes organismos são denominados de meroplâncton. Assim, uma eventual mortandade destes organismos na sua fase planctônica, consequentemente refletirá na quantidade de organismos que recrutarão ao estoque adulto disponível para a pesca e/ou na quantidade de organismos que serviria de alimento para outros organismos de maior nível trófico. Outra importância do zooplâncton se refere à manutenção do equilíbrio ecológico. Em alguns ambientes, o zooplâncton, devido a sua grande abundância é em parte responsável pelo controle do aumento da densidade da comunidade fitoplanctônica através da herbivoria (BURKILL et al., 1987; KAMIYAMA, 1994).

3.3.3. Metodologia

Para a amostragem do fito e do zooplâncton foram determinadas 3 estações amostrais, sendo uma na parte externa do canal (P01), uma estação na altura do mesmo (P02), e ainda na área interior do rio Itapocu (P05) conforme a Tabela 3-4 e a Figura 3-5.

Tabela 3-4

Malha amostral no para o monitoramento da biota entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Pontos Coordenadas (X/Y) Datum SAD 69

P01 26°34'58.90"S / 48°39'38.99"O P02 26°34'46.89"S / 48°39'57.52"O P05 26°34'37.73"S / 48°40'43.09"O

(42)

Figura 3-5

Malha amostral do monitoramento dos organismos planctônicos no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

As amostras de plâncton foram recebidas no laboratório ECOTEC – Bioanálises e Ecotecnologia no mês de agosto de 2013. A coleta foi realizada seguindo normas específicas e instruções de coleta disponibilizadas pela empresa ECOTEC (Responsável Técnico: Oceanógrafo MSc. Rodrigo Soares Macedo).

No momento da coleta as amostras destinadas as análises qualitativas de fitoplâncton foram obtidas através de arrasto horizontal em sub-superfície com rede de plâncton (65 micra de abertura de malha) e conservadas com formalina 4%. As amostras destinadas as análises quantitativas de fitoplâncton foram obtidas com a amostragem de aproximadamente 500 mL água do mar coletada em sub-superfície e conservadas com lugol acético 0,3%.

Já as amostras destinadas as análises quali-quantitativas de zooplâncton e ictioplâncton foram obtidas também através de arrastos subsuperficiais com rede de plâncton (200 micra de abertura de malha) e conservadas com formalina 4%. O volume de água do mar filtrado pela rede foi determinado com a utilização um fluxômetro (G.O. Genenal Oceanics Inc, USA) acoplado na boca da rede, conforme a Figura 3-6.

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Figura 3-6

Procedimentos para a coleta de plâncton

3.3.4. Fitoplâncton

3.3.4.1. Atividades de Laboratório

Análises qualitativas: Todas as amostras coletadas foram utilizadas nas análises qualitativas. A observação qualitativa do fitoplâncton, para obtenção da lista de espécies, foi realizada em microscópio óptico invertido modelo Coleman NIB-100, equipado ocular de medição (Figura 3-7). Os organismos foram identificados analisando-se as suas características morfológicas e morfométricas, utilizando-se bibliografia especializada.

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Figura 3-7

Procedimentos para a análise laboratorial de organismos planctônicos

Análises quantitativas: A contagem do fitoplâncton foi feita utilizando-se câmaras de sedimentação de Uthermöhl (UTHERMÖHL, 1958) em microscópio invertido modelo Coleman NIB-100 com aumento de 200 vezes após um tempo de sedimentação mínimo de 12 horas. O procedimento de contagem escolhido foi o dos campos aleatórios descritos por Uehlinger (1964). O critério utilizado para determinação do número de campos a serem contados foi o que procura alcançar 100 células do segundo táxon mais abundante (LUND et al., 1958). Os resultados das contagens foram expressos em células por unidade de volume (células.L-1), calculado pela fórmula modificada de

Wetzel e Likens (1979).

3.3.4.2. Análise dos resultados

Para análise da estrutura da comunidade fitoplanctônica foram determinados a riqueza de taxa (S) e os índices de diversidade de Shannon (H’), o índice de equitabilidade de Pielou (J’) e o índice de dominância de Simpson (D).

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No intuito de comparar as comunidades entre os pontos amostrais foram realizadas análises de agrupamento hierárquico com base na matriz de similaridade de Bray-Curtis, utilizando o método da média dos grupos (Group Avarege Method). Para estas análises, somente os taxa com freqüência relativa maior ou igual a 5 % foram considerados, cujos dados foram transformados em log (x+1).

3.3.5. Zooplâncton

3.3.5.1. Atividades de Laboratório

Análises qualitativas e quantitativas: As análises qualitativas e quantitativas do zooplâncton foram realizadas em câmaras de contagem tipo Bogorov sob microscópio esterocópico óptico Coleman XBT-2B, nos aumentos de 40x e 80x. Foram observadas as características morfológicas e morfométricas dos organismos e os mesmos foram identificados utilizando-se bibliografia especializada. Para a análise quantitativa foram triadas alíquotas que variaram em cerca de 10 a 30% da amostra (BOLTOVSKOY, 1981) e foram contabilizados o total de organismos encontrados na câmara inteira (UNESCO, 1968). Os resultados das contagens foram expressos em número de organismos por unidade de volume (organismos.m-3).

3.3.5.2. Análise dos resultados

Para análise da estrutura da comunidade zooplanctônica foram também determinados a abundância relativa dos principais grupos taxonômicos encontrados, a riqueza de taxa (S) e os índices de diversidade de Shannon (H’) e o índice de dominância de Simpson (D).

Foram também foram realizadas análises de agrupamento hierárquico com base na matriz de similaridade de Bray-Curtis, utilizando o método da média dos grupos (Group Avarege Method). Para estas análises, somente os taxa com freqüência relativa maior ou igual a 5 % foram considerados, cujos dados foram transformados em log (x+1).

3.3.6. Resultados 3.3.6.1. Fitoplâncton

A comunidade fitoplanctônica no estuário do Rio Itapocu teve como representantes 07 classes de algas (Bacillariophyceae, Dinophyceae, Chlorophyceae, Cyanophyceae, Chrysophyceae, Dictyochophyceae e Bicosoecophyceae). Foram encontradas 52 categorias taxonômicas entre ordem, família, gênero e espécie de acordo com a Tabela 3-5.

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Tabela 3-5

Análise quali-quantitativa do fitoplâncton no entorno das obras de fixação da Barra do Rio Itapocu – Barra Velha - SC

Táxon

Análise qualitativa Abundância (células/L)

Total P01 P02 P05 P01 P02 P05 FILO HETEROKONTA CLASSE BACILLARIOPHYCEAE SUBCLASSE BACILLARIOPHYCIDAE ORDEM BACILLARIALES FAMÍLIA BACILLARIACEAE Pseudo-nitzschia X X X 74,78 2,09 12,56 89,44 Bacillaria paxilifera X X - - - - ORDEM NAVICULALES FAMÍLIA NAVICULACEAE Naviculaceae X X X - - 0,30 0,30 Meuniera membranaceae X - - - - FAMÍLIA PLEUROSIGMATACEAE Pleurosigma directum X - - - - Gyrosigma sp. X - - - - ORDEM SURIRELLALES FAMÍLIA SURIRELLACEAE Surirella sp. X - - - - SUBCLASSE COSCINODISCOPHYCIDAE ORDEM RHIZOSOLENIALES FAMÍLIA RHIZOSOLENIACEAE Rhizosolenia hebetata X X - 0,30 - 0,30 Rhizosolenia setigera X - - - - Rhizosolenia robusta X Dactyliosolen sp. X - - - - ORDEM LITHODESMIALES FAMÍLIA LITHODESMIACEAE Ditylum sp. X X X 39,88 - 2,99 42,87

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Táxon

Análise qualitativa Abundância (células/L)

Total P01 P02 P05 P01 P02 P05 ORDEM THALASSIOSIRALES FAMÍLIA THALASSIOSIRACEAE Thalassiosira sp. X X 9,97 - 0,30 10,27 FAMÍLIA SKELETONEMATACEAE Skeletonema costatum X X X 2692,03 112,17 174,98 2.979,18 ORDEM COSCINODISCALES FAMÍLIA COSCINODISCACEAE Coscinodiscus sp. X 4,99 - - 4,99 ORDEM CHAETOCERATALES FAMÍLIA CHAETOCERATACEAE Chaetoceros sp. X - - - - Chaetoceros decipiens X X X 174,48 8,08 7,48 190,04 Chaetoceros convolutus X 59,82 - - 59,82 Chaetoceros atlanticus X X - - - - Chaetoceros delicatulum X X - - - - ORDEM TRICERATIALES FAMÍLIA TRICERATIACEAE Odontella mobiliensis X X - - - - ORDEM LEPTOCYLINDRALES FAMÍLIA LEPTOCYLINDRACEAE Leptocylindrus danicus X X X 4,99 - 7,18 12,16 ORDEM HEMIAULALES FAMÍLIA HEMIAULACEAE Hemiaulus sinensis X - - 1,20 1,20 Cerataulina sp. X X - - - - ORDEM MELOSIRALES FAMÍLIA MELOSIRACEAE Melosira sp. X X - - 5,38 5,38

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Táxon

Análise qualitativa Abundância (células/L)

Total P01 P02 P05 P01 P02 P05 ORDEM CORETHRALES FAMÍLIA CORETHRACEAE Corethron criophilum X 4,99 - - 4,99 ORDEM AULACOSEIRALES FAMÍLIA AULACOSEIRACEAE Aulacoseira granulata X X - 0,90 - 0,90 SUBCLASSE FRAGILARIOPHYCIDAE ORDEM FRAGILARIALES FAMÍLIA FRAGILARIACEAE Fragilariaceae X - - 0,30 0,30 Synedra sp. X X - - 0,30 0,30 Asterionellopsis glacialis X X X 284,16 5,38 15,25 304,80 Asterionella formosa X X X - - 3,59 3,59 ORDEM THALASSIONEMATALES FAMÍLIA THALASSIONEMATACEAE Thalassiothrix longissima X X - 0,30 - 0,30 Thalassiothrix bacillare X - - - - Thalassiothrix nitzschioides X X - - - - CLASSE DICTYOCHOPHYCEAE ORDEM DICTYOCHALES FAMÍLIA DICTYOCHACEAE Dictyocha octanaria X - - 0,30 0,30 CLASSE CHRYSOPHYCEAE ORDEM CHROMULINALES FAMÍLIA DINOBRYAACEAE Dinobryon sp. X X - - 6,88 6,88 FILO CHAROPHYTA CLASSE CONJUGATOPHYCEAE

Referências

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