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CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO PROCURADORIA-GERAL

CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

FEITO PGT/CCR/ICP/Nº

16179/2013

CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Origem: PRT 6ª Região

Interessado(s) 1: Sigiloso

Interessado(s) 2: Recife Jet Service Comercial Ltda.

Interessado(s) 3: Ministério Público do Trabalho

Assunto(s): - Temas Gerais 09. – 09.06. – 09.06.02.01. – 09.06.03. –

09.06.03.01. – 09.14.01.

Procuradora oficiante: Lorena Pessoa Bravo

“JORNADA DE TRABALHO – HORAS EXTRAS – ADICIONAL NOTURNO VALE-REFIÇÃO. Arquivamento fundamentado no Precedente nº 17 do CSMPT. Necessidade de complementação das investigações para formação de melhor juízo a ensejar a homelogação do arquivamento. Pela NÃO HOMOLOGAÇÃO da proposta de arquivamento do feito.”

RELATÓRIO

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FEITO PGT/CCR/ICP/Nº

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CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

FEITO PGT/CCR/ICP/Nº

16179/2013

Em apreciação prévia o i. Procurador outrora

oficiante, o Dr. Chafic Krauss Daher,nas fls. 14/17, determinou que a

empresa investigada dentro do prazo de 15 dias apresentasse documentos

necessário (Livro de Registro de Funcionários, Contrato Social, Livro de

Ponto, Comprovantes de Pagamento dos empregados, Cópias das CTPS

assinadas, Livro de Inspeção e CAGED atualizada) para a continuidade da

investigação.

A I. Procuradora oficiante Dra. Lorena Pessoa Bravo

nas fls. 28/29 verso e anverso promoveu o arquivamento da representação,

nos seguintes termos, a seguir transcritos:

“ Trata-se de procedimento instaurado por denúncia sigilosa, segundo a qual a) a empresa pratica jornada além da permitida na CCT da categoria; b) o vale-refeição é pago a menor; c) não há pagamento de horas extras e de adicional noturno.

Em atendimento à requisição ministerial, a empresa anexou documentos (anexo 1 ).

Entendo desnecessária a continuidade da investigação.

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Estabelece, ainda, como função institucional do parquet promover o inquérito civil público e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (artigo 129, inciso III).

Nesse sentido, a Lei Complementar nº75/93 prescreve as atribuições do Ministério Público do Trabalho: a) promover a ação civil pública para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos (artigo 83, inciso III); e b)

instaurar inquérito civil e outros procedimentos

administrativos para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores (artigo 84, inciso II).

Todavia, cabe frisar que, no campo da fiscalização e penalidade de possíveis irregularidades que não tenham uma conotação difusa, coletiva ou individual

homogênea, mecanismos próprios previstos no

ordenamento jurídico, como a fiscalização pela

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

Não cabe, outrossim, ao Ministério Público do Trabalho atuar em tais casos. Trata-se de mera infração administrativa que deve ser coibida através de penalidades aplicáveis pelo próprio órgão fiscalizador.

Ainda que se entenda que o presente caso envolve direito individual homogêneo, entende-se que não há repercussão social a fundamentar a atuação do MPT, já que a empresa possui reduzido número de empregados.

Logo, a defesa dos direitos individuais narrados na denúncia, ainda que venham a se qualificar como homogêneos, não deve ser feita, de imediato, pelo Ministério Público do Trabalho, nos termos do Precedente 17 do CSMPT.

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individuais homogêneos de uma coletividade de

trabalhadores, pois somente na defesa desses direitos deve o Parquet atuar, inclusive mediante a proposição de ações civis públicas ou coletivas (art. 129, inciso III, da CF/88).

A só lesão trabalhista, quando não atinge um grupo pelo menos significativo de trabalhadores e não chega ao ponto de configurar violação de natureza difusa, coletiva ou individual homogênea com repercussão social, não é suficiente para provocar a intervenção do MPT, restando a sua defesa pelo próprio trabalhador, via ação individual.

Destaque-se, ainda, a possibilidade de intervenção do sindicato profissional, que está também autorizado a defender judicialmente os almejos coletivos (co- legitimados), cabendo a ele a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (art. 8º, III, da CF).

Logo, quanto à denúncia específica dos temas aqui analisados, tanto o sindicato representativo da classe supostamente lesada quanto os trabalhadores alvos das condutas denunciadas como irregulares estão legitimados ao exercício do direito de ação com vistas à cessação da suposta irregularidade, não comportando, por ora, a atuação direta do Ministério Público do Trabalho.”

Por distribuição deste feito na CCR/MPT, vieram os

autos a esta Relatora (fl. 38).

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VOTO-FUNDAMENTAÇÃO

Compulsando os autos, verifica-se que o i. Órgão

Ministerial oficiante procedeu ao encerramento do presente expediente, sob

os fundamentos de que a matéria não reclama atuação ministerial, tendo em

conta a inexistência de repercussão social, invocando o Precedente nº17 do

Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho e que as infrações

cometidas são de ordem meramente administrativa.

Todavia, os fatos relatados na peça de ingresso

revelam situação que, a priori, reclama a atenção do Ministério Público do

Trabalho, já que relacionados, sobretudo, ao descumprimento dos limites

legais em matéria de jornada de trabalho disciplinados em instrumento

coletivo de trabalho, pagamento a menor de vale-refeição, além do não

pagamento de horas extras e adicional noturno.

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comporte as assertivas da d. Procuradora oficiante, mormente quando não

há no feito indicativo da dimensão dos ilícitos supostamente praticados

pela denunciada que, se efetivamente existentes, refletem graves

transgressões trabalhistas.

Além do que, vê-se na denúncia que os empregados

da inquiridada, trabalham com abastecimento de aeronaves, merecendo,

pois, atenção especial do Ministério Público do Trabalho, por tratar-se de

matéria atinente à saúde e segurança do trabalho, notadamente quando se

há notícia de sobrejornada laboral, prestada com habitualidade num

ambiente que requer o manejo de combustível.

Salienta o i. Órgão Ministerial oficiante que a

matéria versada nos presentes autos, por entendê-la irrelevante socialmente,

deveria ser submetida à análise do Órgão Fiscalizador (Ministério do

Trabalho e Emprego).

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Todavia, a competência fiscalizadora do MTE não

afasta a legitimidade do Ministério Público do Trabalho para atuar no coso

em análise, sobretudo quando se trata de sobrejornadas em um meio

ambiente que envolve o manejo de grande quantidade de combustível.

O próprio Procurador do Trabalho, o Dr. Chafic

Krauss Daher, então oficiante, em sede de apreciação prévia (fls. 14/17)

requisitou ação fiscal da SRTE-PE como instrumento a subsidiar sua

atividade investigatória, que restou não atendida.

Portanto, os elementos constantes dos autos não

suportam, por ora, o arquivamento do presente feito. A tarefa investigatória

deve prosseguir no intuito de angariar melhores subsídios ao

convencimento ministerial.

CONCLUSÃO

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autos à Procuradoria Regional do Trabalho da 6ª Região para as

providências cabíveis e necessárias.

Deixo, no entanto, de aplicar o inciso II, do §4º,

do art. 10 da Resolução CSMPT nº69/07, devendo a designação

atender às práticas da Regional.

Brasília, 11 de dezmbro de 2013.

VERA REGINA DELLA POZZA REIS

Subprocuradora-Geral do Trabalho

Coordenadora da CCR – Relatora

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