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PROCESSO Nº TST-RR

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Academic year: 2021

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(1)Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. A C Ó R D Ã O 2ª Turma GMJRP/rl/JRP/pr/ac EVOLUÇÃO SALARIAL. RECIBOS DE PAGAMENTO DE SALÁRIO SEM ASSINATURA DO TRABALHADOR. Consta do acórdão regional que “insurge-se o Autor contra o reconhecimento dos contracheques juntados aos autos como válidos para fins de observância do salário e o consequente indeferimento das diferenças de parcelas constantes no termo de rescisão. Aduz que caberia à acionada juntar os recibos com a devida assinatura”. Nesse contexto, discute-se, nos autos, se são válidos os recibos de pagamento de salário sem a assinatura do trabalhador para comprovar a evolução salarial. O Regional consignou que os documentos juntados aos autos devem ser considerados válidos, pois, apesar de deles não constar a assinatura do reclamante, fazem menção ao nome do autor, e esse não foi capaz de desincumbir-se do ônus de demonstrar a sua invalidade. Esta Corte superior considera inválidos os recibos sem a assinatura do trabalhador, na hipótese de pagamento de salários, nos termos do artigo 464 da CLT. Assim, no caso, houve violação expressa e literal desse dispositivo legal, que exige a assinatura do empregado para que os contracheques valham como recibo, o que não se verificou. Ademais, o parágrafo único do mencionado dispositivo legal dispõe que “terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado”. Todavia, conforme mencionado no acórdão regional, nem sequer houve juntada dos depósitos bancários correlatos. Recurso de revista conhecido e provido. AVISO-PRÉVIO. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 126 DO TST. Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641.

(2) fls.2. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 O Regional, com base no conjunto fático-probatório, indeferiu o pagamento do aviso-prévio indenizado, sob o fundamento de que o documento, acostado aos autos, atesta a concessão do aviso-prévio, bem como a opção do autor por faltar ao serviço nos últimos sete dias do contrato. Ainda, a Corte a quo assentou que o reclamante não se desincumbiu de infirmar a validade de tais documentos, nem mesmo de que não gozou, efetivamente, dos sete dias de folga, ônus que, indubitavelmente, lhe incumbia. Para se adotar entendimento diverso, necessário seria, inequivocamente, o revolvimento fático-probatório dos autos, procedimento vedado nesta instância recursal de natureza extraordinária, nos termos em que dispõe a Súmula nº 126 desta Corte. Recurso de revista não conhecido. HORAS IN ITINERE. ÔNUS DA PROVA. Inicialmente, esclareceu a Corte a quo ser incontroverso o direito à percepção das horas in itinere, visto que o direito à referida parcela foi negociada coletivamente conforme o disposto na cláusula 25ª do Acordo Coletivo 2009/2010, ajustada em 60 minutos diariamente. Ademais, o Regional consignou que, nos contracheques da reclamante, constam os pagamentos correlatos das horas in itineres negociadas por instrumento coletivo. Assim, a controvérsia residia apenas na extensão do percurso e, consequentemente, no tempo despendido. O Regional assentou que o autor não se desincumbiu do ônus de comprovar que as horas in itinere eram superiores àquelas quitadas pela empresa ré, ônus que lhe competia por se tratar de fato constitutivo do direito pleiteado, visto que o reclamante não produziu, Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(3) fls.3. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 sequer, prova testemunhal para afirmar sua tese. O artigo 373, inciso I, do CPC/2015 preceitua que ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. In casu, o Regional aduziu que o reclamante não produziu nenhuma prova de que o período gasto durante o trajeto casa/emprego (e vice-versa) fosse superior àquelas quitadas pela empresa ré, que foram acordadas em negociação coletiva. Desse modo, verifica-se que o Regional decidiu em consonância com as regras de distribuição do ônus da prova, o que afasta a indicação de violação dos artigos 818 da CLT e 373, incisos I e II, do CPC/2015. Recurso de revista não conhecido. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. VERBAS RESCISÓRIAS PAGAS NO PRAZO LEGAL. Prevê o artigo 477 da CLT que o não pagamento das verbas constantes do termo de rescisão contratual no prazo de dez dias, previsto no § 6º, enseja o pagamento da multa, consoante o disposto no § 8º. Não há previsão legal para a incidência da multa em questão, na hipótese de existência de diferenças sobre as parcelas rescisórias, a não ser se evidenciado abuso por parte do empregador. Assim, a reclamada, se efetuou o pagamento das parcelas rescisórias que razoavelmente entendia devidas ao reclamante dentro do prazo legal, não pode ser condenada ao pagamento da multa. Em se tratando de norma punitiva, como é o caso da multa pelo atraso do pagamento das verbas constantes do termo de rescisão contratual, deve essa ser interpretada restritivamente, ou seja, dentro dos estritos termos da lei, que não abrange a hipótese da simples existência de diferenças de parcelas rescisórias pagas dentro do prazo. Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(4) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 Recurso de revista não conhecido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n° TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641, em que é Recorrente ELIÊNIO CARDOSO DA SILVA e Recorrida REVATI AGROPECUÁRIA LTDA. O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região autorizou o desconto/abatimento dos valores pagos a título de diferenças salariais, mesmo sem a devida assinatura do autor nos respectivos contracheques, bem como indeferiu o pagamento do aviso-prévio indenizado, sob o fundamento de que o documento, acostado aos autos, atesta a concessão do aviso-prévio e a opção do autor por faltar ao serviço nos últimos sete dias do contrato. Por fim, a Corte a quo manteve a sentença em que se indeferiu o pleito das horas in itinere e consignou ser indevida a multa prevista no artigo 477 da CLT. Irresignada, a parte interpõe recurso de revista às págs. 458-482, que foi recebido mediante despacho exarado às págs. 488-490. Contrarrazões não foram apresentadas conforme certidão exarada à pág. 494. Não houve remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, ante o disposto no art. 83 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. É o relatório. V O T O 1. EVOLUÇÃO SALARIAL. RECIBOS DE PAGAMENTO DE SALÁRIO SEM ASSINATURA DO TRABALHADOR I - CONHECIMENTO Quanto. ao. tema,. o. Tribunal. de. origem. assim. se. manifestou: Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. fls.4.

(5) fls.5. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 “DO SALÁRIO. BASE DE CÁLCULO Insurge-se o Autor contra o reconhecimento dos contracheques juntados aos autos como válidos para fins de observância do salário e o consequente indeferimento das diferenças de parcelas constantes no termo de rescisão. Aduz que caberia à acionada juntar os recibos com a devida assinatura. Sem razão, contudo. No particular, entendo os documentos mencionados (fls.84/88) devem ser considerados válidos, pois, apesar de não constar a assinatura correspondente, fazem menção ao nome do Autor, e esse último não foi capaz de desincumbir-se do ônus de demonstrar a sua invalidade. O fato de não haver juntada de depósito bancário correlato ao valor em nada se associa com a invalidade apontada, especialmente porque não se alega falta de pagamento de salário na exordial. Ressalto que o mesmo raciocínio ora esposado não se aplica aos cartões de ponto, em razão da obrigação legal que a empresa tem de controlar a jornada, no caso. Sendo assim, reputo válida a evolução salarial de acordo com os contracheques juntados, bem como mantenho o indeferimento das diferenças pleiteadas sob tal argumento. Nada a reparar.” (pág. 446) O reclamante, em suas razões de recurso de revista, sustenta que a decisão merece reforma, já que o Colegiado indeferiu as diferenças salariais pleiteadas com base em contracheques sem a assinatura do autor. Alega que é ônus da empregadora colher recibo devidamente assinado por seus empregados ou a demonstração de comprovante de depósitos quando o salário for pago mediante deposito em conta-salário. Aponta violação dos artigos 464, caput e parágrafo único, e 818 da CLT e 333, inciso II, e 371, inciso I, do CPC/73. Colaciona arestos para comprovar divergência jurisprudencial. Com razão. Discute-se, nos autos, se são válidos os recibos de pagamento de salários sem a assinatura do trabalhador para comprovar a sua evolução salarial. O Regional consignou que os documentos juntados aos autos devem ser considerados válidos, pois, apesar de não constar a Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(6) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 assinatura do reclamante, fazem menção ao nome do autor, e este não foi capaz de desincumbir-se do ônus de demonstrar a sua invalidade. Esta Corte superior considera inválidos os recibos sem a assinatura do trabalhador, quando a demanda versar sobre o pagamento de salários, nos termos do artigo 464 da CLT, in verbis: “Art. 464. O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.” Esta Corte superior considera inválidos os recibos sem a assinatura do trabalhador, na hipótese de pagamento de salários, nos termos do artigo 464 da CLT. Assim, no caso, houve violação expressa e literal desse dispositivo legal, que exige a assinatura do empregado para que os contracheques valham como recibo, o que, no entanto, não se verificou. Ademais, ressalta-se que o parágrafo único do mencionado dispositivo legal dispõe que “terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado”. Todavia, conforme mencionado no acórdão regional, nem sequer houve juntada dos depósitos bancários correlatos. Nesse contexto, conheço do recurso de revista por violação do art. 464 da CLT. II – MÉRITO Em face do conhecimento do recurso por violação de dispositivo legal, o seu provimento é medida que se impõe. Diante do exposto, dou provimento ao recurso de revista para determinar o cálculo das diferenças salarias pretendidas seja feito com base no salário indicado na petição inicial. 2. AVISO-PRÉVIO. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 126 DO TST CONHECIMENTO Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. fls.6.

(7) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641. Quanto. ao. aviso-prévio,. assim. se. manifestou. o. Regional: “DO AVISO-PRÉVIO Insurge-se contra o indeferimento do aviso-prévio. Aduz que não houve redução do labor em sete dias, como relatado na exordial. Sem razão, contudo. Conforme mencionado na sentença, o documento de fl. 71 atesta a concessão do aviso prévio e, bem assim, a opção do autor por faltar ao serviço nos últimos sete dias do contrato. Ademais, o acionante não se desincumbiu de infirmar a validade de tais documentos, nem mesmo de que não gozou, efetivamente, dos sete dias de folga, encargo que lhe incumbia no particular. Mantenho a decisão cognitiva.” (págs. 446-448, destacou-se) O reclamante, em suas razões de recurso de revista, sustenta que os controles de frequência apresentados pela defesa são todos apócrifos e, portanto, inservíveis como meio de provas. Pugna pelo deferimento do aviso-prévio indenizado e reflexos. Aponta violação dos artigos 219, inciso I, do Código Civil e 368 e 371 do CPC/73. Indica contrariedade à Súmula nº 338, itens I, II e II, do TST. Sem razão. O Regional, com base no conjunto fático-probatório, indeferiu o pagamento do aviso-prévio indenizado, sob o fundamento de que o documento, acostado aos autos, atesta a concessão do aviso-prévio, bem como a opção do autor por faltar ao serviço nos últimos sete dias do contrato. Ainda, a Corte a quo assentou que o reclamante não se desincumbiu de infirmar a validade de tais documentos, nem mesmo de que não gozou, efetivamente, dos sete dias de folga, ônus que, indubitavelmente, lhe incumbia. Para se adotar entendimento diverso, necessário seria, inequivocamente, o revolvimento fático-probatório dos autos, Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. fls.7.

(8) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 procedimento vedado nesta instância recursal de natureza extraordinária, nos termos em que dispõe a Súmula nº 126 desta Corte. A indicação de violação dos artigos 219, inciso I, do Código Civil e 408 e 371 do atual CPC/2015 e de contrariedade à Súmula nº 338, itens I, II e II, do TST não será analisada nesta decisão, ante a ausência do necessário prequestionamento da matéria. O Regional não julgou com base nesses dispositivos, não elaborou tese acerca de seus fundamentos nem foi instado a se manifestar a seu respeito nos embargos de declaração. Incidem no caso o artigo 896, § 1º-A, inciso I, da CLT e a Súmula nº 297, item I, do TST. Não conheço do recurso de revista. 3. HORAS IN ITINERE. ÔNUS DA PROVA CONHECIMENTO Quanto às horas in itinere, assim se manifestou o Regional: “DAS HORAS IN ITINERE Insurge-se contra o indeferimento das horas in itenere. Aduz que cabia à acionada comprovar a extensão do deslocamento para a empresa. Na inicial, o Autor alega que se deslocava para a empresa das 05:00 às 06:30h e retornava às 16:30h, com chegada às 18:00h, em transporte fornecido pela empresa. Em defesa, a empresa alegou que o local de trabalho do autor não era de difícil acesso, contestou o tempo necessário ao deslocamento descrito na inicial - aduziu que não era de três horas diárias, mas, em média, de 05 a 10 minutos em cada trecho de ida e volta - e invocou cláusula normativa prevendo o pagamento de uma hora por dia sob tal título. Primeiramente, saliento que é incontroverso, nos autos, o direito à percepção da parcela, notadamente porque negociada coletivamente conforme se vê na cláusula 25ª do Acordo Coletivo 2009/2010 (fl. 111), ajustada em 60 minutos diariamente -, e consta o pagamento correlato nos contra cheques juntados (fls. 84/88). A questão, portanto, reside apenas na extensão do percurso e, consequentemente, no tempo despendido. Conforme mencionado na sentença, o Reclamante não se desincumbiu do ônus de provar que as horas in itinere eram superiores àquelas quitadas pela Ré, ônus que lhe cabia por se tratar de fato constitutivo do direito pleiteado, pois sequer se ocupou de produzir prova testemunhal no caso. Sendo assim, mantenho o indeferimento da parcela. Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. fls.8.

(9) fls.9. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 Não há o que reparar.” (págs. 448-450, destacou-se) O reclamante, em suas razões de recurso de revista, sustenta que o ônus da prova dos fatos controvertidos, levados à apreciação judicial, sofre uma distribuição, cuja consequência é cometer às partes o ônus de se desvencilharem da carga probatória. Afirma que, no tocante à extensão temporal do deslocamento, por compor as horas in itinere, a obrigação é do empregador que conta com mais de 10 empregados demonstrar que o período gasto no percurso era inferior àquele declinado na exordial. Aponta violação dos artigos 818 e 74, §§1º e 2º, da CLT, 6º do Código de Defesa do Consumidor, c/c os artigos 8º e 769 da CLT e 333, incisos I e II, do CPC/73, bem como contrariedade às Súmulas nºs 90 e 338, item I, do TST. Colaciona arestos para o cotejo de teses. Sem razão. Inicialmente, esclareceu a Corte a quo ser incontroverso o direito à percepção das horas in itinere, visto que o direito à referida parcela foi negociada coletivamente conforme o disposto na cláusula 25ª do Acordo Coletivo 2009/2010, ajustada em 60 minutos diariamente. Ademais, o Regional consignou que, nos contracheques do reclamante, constam os pagamentos correlatos das horas in itineres negociadas por instrumento coletivo. Assim, a controvérsia residia apenas na extensão do percurso e, consequentemente, no tempo despendido. O Regional assentou que o autor não se desincumbiu do ônus de comprovar que as horas in itinere eram superiores àquelas quitadas pela empresa ré, ônus que lhe competia por se tratar de fato constitutivo do direito pleiteado, visto que a reclamante não produziu, sequer, prova testemunhal para afirmar sua tese. O artigo 373, inciso I, do CPC/2015 preceitua que ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. In casu, o Regional aduziu que o reclamante não produziu nenhuma prova de que o período gasto durante o trajeto casa/emprego (e vice-versa) fosse Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(10) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 superior àquelas quitadas pela empresa ré, que foram acordadas em negociação coletiva. Desse modo, verifica-se que o Regional decidiu em consonância com as regras de distribuição do ônus da prova, o que afasta a indicação de violação dos artigos 818 da CLT e 373, incisos I e II, do CPC/2015. Não há de se falar em violação à Súmula nº 90 do TST, visto que a Corte a quo consignou ser incontroverso o direito à percepção das horas in itinere, diante da negociação coletiva que ajustou o direito do pagamento da referida parcela em 60 minutos diários. A indicação de violação dos artigos 74, §§ 1º e 2º, da CLT e 6º do Código de Defesa do Consumidor, c/c os artigos 8º e 769 da CLT e de contrariedade à Súmula nº 338 do TST não será analisada nesta decisão, ante a ausência do necessário prequestionamento da matéria. O Regional não julgou com base nesses dispositivos, não elaborou tese acerca de seus fundamentos nem foi instado a se manifestar a seu respeito nos embargos de declaração. Incidem no caso o artigo 896, § 1º-A, inciso I, da CLT e a Súmula nº 297, item I, do TST. Por fim, a divergência jurisprudencial colacionada não viabiliza o conhecimento do recurso de revista, tendo em vista que o acórdão paradigma se ressente da necessária especificidade à que alude a Súmula nº 296, item I, desta Corte, na medida em que não registra a mesma premissa fática consignada no acórdão recorrido, de que é ônus de comprovar a jornada de trabalho, e não a extensão do percurso que compõe as horas in itinere. Não conheço do Recurso de Revista. 4. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. VERBAS RESCISÓRIAS PAGAS NO PRAZO LEGAL CONHECIMENTO Quanto à multa prevista no artigo 477 da CLT, assim se manifestou o Regional: “DA MULTA DO ART. 477 DA CLT. Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. fls.10.

(11) fls.11. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 Pretende o pagamento da multa em epígrafe. Aduz que o valor devido era superior ao constante na rescisão contratual, notadamente em face do reconhecimento das horas extras, intervalo intrajornada e horas de percurso. Primeiramente, saliento que as horas de percurso não foram deferidas no caso, conforme fundamentação acima. Em secundo plano, o próprio Reclamante assinou o termo de fl. 72, a concordar, na ocasião, com o valor expresso no aludido instrumento rescisório. Dessa forma, a obrigação constante do preceito apontado foi devidamente cumprida e não há que se falar em interpretação extensiva da multa para abarcar diferenças decorrentes da condenação. Insta Salientar que a sua aplicação dirige-se apenas aos casos de mora na quitação das parcelas incontroversas. Consequentemente, revela-se indevida a sua incidência quando resulta de parcela controvertida no processo”. (pág. 450, destacou-se) O reclamante, em suas razões de recurso de revista, sustenta que, no caso, houve apenas o pagamento parcial das verbas devidas na rescisão e, ante o reconhecimento judicial das horas extras e do intervalo intrajornada suprimido, faz jus ao pagamento da multa prevista no artigo 477 da CLT. Colaciona arestos para o cotejo de teses. Sem razão. Com efeito, prevê o artigo 477 da CLT que o não pagamento das verbas constantes do termo de rescisão contratual no prazo de dez dias, previsto no § 6º, enseja o pagamento da multa, consoante o disposto no § 8º. Nota-se, portanto, que o fundamento para a condenação à multa é o pagamento fora do prazo legal. Dessa forma, se a empregadora efetuou o pagamento das parcelas rescisórias que razoavelmente entendia devidas ao reclamante dentro do prazo legal, não pode ser condenada ao pagamento da multa. Não há previsão legal de incidência da multa em questão na hipótese de existência de diferenças sobre as parcelas rescisórias, a não ser se evidenciado abuso por parte do empregador. Ressalta-se, por fim, que, em se tratando de norma punitiva, como é o caso da multa pelo atraso do pagamento das verbas constantes do termo de rescisão contratual, deve essa ser interpretada restritivamente, ou seja, dentro dos estritos termos da lei, que não. Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(12) fls.12. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 abrange a hipótese da existência de diferenças de parcelas constantes do termo rescisório pagas dentro do prazo legal. Nesse sentido, os seguintes precedentes: “RECURSO DE EMBARGOS. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT DIFERENÇAS DE VERBAS RESCISÓRIAS. A mera consideração sobre a existência de diferenças de verbas rescisórias reconhecidas em juízo não se consubstancia em motivo determinante da cominação do artigo 477, parágrafo 8º, da Consolidação das Leis do Trabalho. Recurso de embargos conhecido e provido” (E-RR - 193700-42.2005.5.17.0009, data de julgamento: 21/11/2013, Relator Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, data de publicação: DEJT 29/11/2013) “MULTA DO ART. 477, §8º, DA CLT. PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS PAGAS NO PRAZO LEGAL. COMPLEMENTO POSTERIOR. INDEVIDA A MULTA. Conforme determina o § 8º do artigo 477da CLT, o que enseja a condenação da multa ao empregador é o atraso no pagamento das verbas rescisórias, não o fato de este mesmo pagamento ser complementado por diferenças verificadas a posteriori, de modo que não se percebe qualquer afronta ao § 6º do artigo 477 da CLT, cuja literalidade se manteve intacta. Apenas e tão-somente haverá se falar na condenação da multa do art. 477, §8º, da CLT, diante da literalidade da norma legal, quando se tratar de pagamento das verbas rescisórias em atraso, incumbindo verificar, em cada caso concreto, se a conduta da reclamada decorre de má-fé, e quando há tese na decisão de que o valor do complemento evidencia fraude à relação de trabalho, o que não se verifica no caso em exame. Embargos conhecidos e providos” (E-RR-7290800-06.2003.5.02.0900, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 5/2/2010) “(...) 4. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. A multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT é sanção imposta ao empregador que não paga as parcelas rescisórias no prazo a que alude o § 6º do mesmo dispositivo legal, não havendo previsão de sua incidência para a hipótese de pagamento incorreto ou insuficiente. In casu, extrai-se do acórdão regional que o pagamento das verbas rescisórias foi efetuado dentro do prazo legal, mas de modo incompleto, pois ausentes as parcelas reconhecidas em juízo. Nesse contexto, não há como se impor a aplicação da referida multa. Não se cogitando da penalidade em foco pelo pagamento incorreto, mas tempestivo dos haveres rescisórios, revela-se incabível a tese da incidência da referida multa. Precedentes. Recurso de revista não conhecido. (...)” (Processo: Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(13) fls.13. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 RR - 19800-57.2010.5.17.0004, data de julgamento: 26/3/2014, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, data de publicação: DEJT 28/3/2014) “MULTA DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT. PAGAMENTO INCORRETO DAS VERBAS RESCISÓRIAS NO PRAZO LEGAL. MULTA INDEVIDA. Prevê o artigo 477 da CLT que o não pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias previsto no § 6º enseja o pagamento da multa, consoante o disposto no § 8º. Não há previsão legal para a incidência da multa em questão, na hipótese de existência de diferenças sobre as parcelas rescisórias, a não ser se evidenciado abuso por parte do empregador. Assim, se a reclamada efetuou o pagamento das parcelas rescisórias que razoavelmente entendia devidas ao reclamante dentro do prazo legal, não pode ser condenada ao pagamento da multa. Em se tratando de norma punitiva, como é o caso da multa pelo atraso do pagamento das verbas rescisórias, deve essa ser interpretada restritivamente, ou seja, dentro dos estritos termos da lei, que não abrange a hipótese da simples existência de diferenças de parcelas rescisórias pagas dentro do prazo legal. Recurso de revista conhecido e provido” (RR-67500-08.2005.5.17.0003, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, DEJT 25/2/2011) “RECURSO DE REVISTA - MULTA PREVISTA NO ART. 477, § 8º, DA CLT - DIFERENÇAS DE VERBAS RESCISÓRIAS APURADAS EM JUÍZO. Tem-se firmado nesta Corte superior o entendimento de que o escopo da penalidade prevista no art. 477, § 8º, da Consolidação das Leis do Trabalho é reprimir a atitude do empregador que cause injustificado atraso no pagamento das verbas rescisórias sobre as quais não repouse dúvida, o que não se equipara ao reconhecimento de direitos pela via judicial. Recurso de revista conhecido e provido” (Processo: RR 64800-81.2004.5.06.0009, data de julgamento: 24/11/2010, Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, 1ª Turma, data de publicação: DEJT 3/12/2010) Diante do exposto, se o pagamento das verbas rescisórias foi efetuado no prazo legal, não é devida a multa prevista no artigo 477 da CLT. Nesse contexto, por estar a decisão do Regional em consonância com a jurisprudência atual, notória e reiterada do Tribunal Superior do Trabalho, esgotada se encontra a função uniformizadora desta Corte, o que afasta a possibilidade de eventual afronta ao artigo 477 da CLT, bem como de demonstração de conflito pretoriano, na forma em que Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho.

(14) Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho. PROCESSO Nº TST-RR-1447-31.2010.5.05.0641 estabelecem a Súmula nº 333, também deste Tribunal, e o § 7º do artigo 896 da CLT. Não conheço do recurso de revista.. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista apenas quanto ao tema “Evolução Salarial. Recibos de Pagamento de Salário sem Assinatura do Trabalhador” por violação do art. 464 da CLT e, no mérito, dar-lhe provimento para determinar o cálculo das diferenças salarias pretendidas seja feito com base no salário indicado na petição inicial. Custas acrescidas em R$ 20,00 sobre o valor da condenação que ora se acresce em R$ 1.000,00 Brasília, 05 de outubro de 2016. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001). JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA Ministro Relator. Firmado por assinatura digital em 06/10/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.. Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 10014531A401F0B84A.. fls.14.

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