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Palavras-chave: Divulgação da ciência, ensino médio, nutrição, curso de férias

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CONSCIÊNCIA NA CIÊNCIA: INSERÇÃO UNIVERSITÁRIA DE JOVENS ATRAVÉS DA NUTRIÇÃO

Fernanda Amorim de Morais Nascimento Braga1 fernanda.amorim@gmail.com Bianca Martins Gregório2 bmgregorio.uerj@gmail.com

Caroline Fernandes dos Santos Bottino3* cf_santos@id.uff.br

1Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus Macaé

2Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Anatomia, Campus Maracanã 3Universidade Federal Fluminense, Instituto de Saúde de Nova Friburgo

Resumo: O objetivo deste capítulo é relatar uma estratégia de inserção de estudantes na

universidade através da oferta de um curso de férias em Nutrição. O Campus de Nova Friburgo da UFF oferece anualmente cursos de férias para estudantes do ensino médio pelo projeto de extensão consCIÊNCIA na CIÊNCIA. O curso de nutrição é oferecido desde 2014 e a estratégia utilizada em 2017 foi apresentar um breve histórico sobre a ciência da nutrição e do comportamento alimentar, de forma a levantar discussões críticas e despertar o interesse pela ciência da nutrição e pelo ambiente universitário. Primeiramente, foi aplicado um questionário de frequência alimentar para promover uma discussão sobre os hábitos

alimentares da sociedade e dos estudantes. Discutiu-se a diferença entre a ciência da nutrição baseada em evidência científica e aquela apresentada pela mídia. Posteriormente os estudantes construíram coletivamente um cartaz cujo objetivo era ilustrar seus hábitos alimentares

diários e suas diversas motivações para se alimentar. Após a aplicação do questionário de avaliação da atividade, viu-se que todos os estudantes pretendiam fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e a participação no curso de férias auxiliou em sua escolha da carreira profissional. Dessa forma, o capítulo proposto contribui com a coletânea através da

apresentação de um projeto de extensão que promove a inserção de jovens egressos do ensino médio na universidade, através de um curso de férias em nutrição proferido por professores universitários com o auxílio de estudantes da graduação.

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Interface ensino médio-universidade

A região serrana do estado do Rio de Janeiro, local onde está situado o município de Nova Friburgo, consiste em 16 municípios e uma população estimada de 873.837 habitantes, representando 5,3% da população total do estado. Nova Friburgo é uma das principais cidades da região, com uma população de 182.016 habitantes segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010 (IBGE, 2010).

A cidade destaca-se como centro educacional da região serrana desde a década de 90 e possui Campi de Instituições renomadas de Ensino Superior e Tecnológico como, por exemplo, a Universidade Federal Fluminense (UFF), o Instituto Politécnico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IPRJ) e o Consórcio CEDERJ/CECIERJ. Desta forma, o município assume um papel estratégico na formação e fixação de recursos humanos qualificados no interior do estado e na descentralização da produção do conhecimento acadêmico-científico das capitais.

Em relação ao ensino médio, Nova Friburgo possui escolas privadas entre as melhores instituições do Brasil. No ensino público, a região possui mais de 20 escolas estaduais, onde algumas também possuem destaque na formação de seus estudantes. Além disso, o município possui instituições que oferecem ensino técnico como a Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional diz que a educação escolar consiste em educação básica e superior, onde a primeira é constituída pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. O ensino médio teria por função consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental e preparar para o trabalho e a cidadania. Os estudos no ensino médio devem destacar a educação tecnológica, através do domínio de princípios científicos e tecnológicos (LBD, 1996).

Uma crítica suscitada ao ensino médio seria a sua natureza, uma vez que ele não prepararia o adolescente para o mercado de trabalho ou para o ingresso na educação superior (OLIVEIRA & CAIXETA, 2014). O que se nota é que para ingressar no mercado de trabalho, o estudante precisa complementar os seus estudos em curso de nível técnico ou na educação superior. Para ingressar em um curso de ensino superior de qualidade, grande parte dos estudantes opta por cursos pré-vestibulares oferecidos por instituições privadas ou

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públicas/sociais, visto que apenas o ensino médio não seria suficiente para prepará-los para o processo seletivo.

Um estudo realizado com 659 alunos de oito escolas públicas e privadas de Porto Alegre verificou a importância atribuída pelos estudantes de ensino médio ao ingresso na educação superior (SPARTA & GOMES, 2005). Foi perguntado quais as possíveis atividades que eles assumiriam após a conclusão do ensino médio ― vestibular, curso pré-vestibular, curso profissionalizante, ingresso no mercado de trabalho e outros. Entre os alunos do ensino privado, 95% optou pela opção vestibular e 31% por ingressar no mercado de trabalho. Entre os alunos da rede pública, 77% manifestaram interesse pelo vestibular e 64% por ingressar no mercado de trabalho. Nota-se assim que grande parte dos alunos que concluem o ensino médio atribuem uma maior importância ao ingresso no ensino superior.

Apesar do grande interesse em ingressar no ensino superior, os cursos de graduação são acessíveis àqueles que terminam o ensino médio e conseguem se classificar em um processo seletivo específico, dependendo da universidade e do curso pretendido (SPARTA & GOMES, 2005). Esse é um momento da vida que gera muito estresse e angustia, visto que o aluno precisa optar por uma profissão a qual irá seguir para o resto de sua vida e o processo seletivo por uma vaga é extremamente competitivo (AZEVEDO & FARIA, 2006). Além disso, quando os alunos não moram nos grandes centros urbanos, muitas vezes são forçados a mudar de cidade para estudar, deixando para trás o seio de sua família, sendo assim a sua primeira experiência onde precisarão viver sozinhos e cuidar de si.

Projeto de extensão universitária consCIÊNCIA na CIÊNCIA

O projeto consCIÊNCIA na CIÊNCIA consiste na oferta de cursos de férias para alunos do ensino médio (2° e 3° ano) e curso pré-vestibular do município de Nova Friburgo e municípios vizinhos. O principal objetivo é difundir a ciência aos jovens, proporcionar a eles a oportunidade de conhecer o campus, os professores e seus estudantes e assim motivá-los a ingressar no ensino superior. Os cursos são oferecidos anualmente no período de férias escolares de julho por professores da UFF e colaboradores externos. Informações detalhadas sobre a logística de oferta de cursos e seleção dos alunos podem ser consultadas no website www.consciencianaciencia.uff.br e no relato de Silva e colaboradores (SILVA et. al., 2016).

Os discentes de graduação em biomedicina participam ativamente dos cursos. Existe uma equipe principal, que consiste em três a quatro discentes, cujas atribuições incluem a

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divulgação dos cursos, recepção das inscrições, seleção dos estudantes, organização de listas de presença e do feedback após o curso. Um segundo grupo de discentes atua como monitor. Em geral eles são discentes que já realizam algum projeto de iniciação científica nos laboratórios do campus com os professores que ministram os cursos, contudo outros discentes também se voluntariam para colaborar. Os monitores participam do preparo do curso, através da busca e confecção de materiais para as atividades a serem desenvolvidas, assim como auxiliam as atividades práticas. Essa participação confere a eles carga horária em atividades complementares, conforme previsto no currículo do curso de graduação em biomedicina.

A proposta de um curso de férias sobre Nutrição

O hábito alimentar ou contexto alimentar do ser humano é complexo e formado pelas somas de experiências vividas desde o útero materno. Sabe-se que as escolhas alimentares da mãe são capazes de alterar a composição do líquido amniótico, dando ao feto suas primeiras experiências sensoriais na alimentação. Ainda, o tipo de alimentação recebida nos primeiros dois anos, somados aos estímulos ambientais, formarão a base do contexto alimentar de um indivíduo. No entanto, comer é mais que suprir as necessidades energéticas ou fisiológicas do corpo. Assim, desde pequenos aprendemos que as escolhas alimentares envolvem também os componentes sociais e psicológicos.

A alimentação e a nutrição são fatores primordiais na promoção da saúde. É inegável que a instalação de hábitos alimentares saudáveis garante melhor qualidade de vida e longevidade ao ser humano. Cabe ao profissional nutricionista a responsabilidade de contribuir para a promoção, a manutenção e a recuperação da saúde por meio da alimentação. Esta tarefa está cada vez mais árdua na sociedade atual, marcada por um domínio quase que unânime da indústria alimentícia que oferta grande variedade de alimentos processados e ultra processados.

O trabalho de conscientização alimentar deve englobar todas as faixas etárias, desde gestantes, lactantes a idosos. Em nosso trabalho, atenção especial é dada ao público adolescente, haja vista a influência do período na formação de opiniões, evasão escolar e escolha profissional. Sabe-se que entre os jovens é crescente o índice de evasão escolar e de desconhecimento da essência da carreira escolhida, o que pode gerar frustração, desentendimentos familiares e transtornos psicológicos graves. A educação brasileira conquistou inúmeros avanços nas últimas décadas no que se refere à universalização do

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ensino e aos índices de aprendizagem. Porém, conforme mencionado anteriormente, alguns alunos não conseguem concluir os ensinos médio e superior, desistindo dos estudos e se inserindo precocemente no mercado de trabalho. Tal fato repercute negativamente no cenário socioeconômico e cultural do nosso país.

Dessa forma, o projeto de extensão consCIÊNCIA na CIÊNCIA vem oferecendo há cinco anos o curso de férias em Nutrição, onde a cada ano um novo tema é debatido. Já foram trabalhados os temas rotulagem de alimentos (2014), nutrição e boas práticas de alimentação (2015), dietas da moda e reeducação alimentar (2016), a ciência da nutrição e o comportamento alimentar (2017) e a alimentação saudável na escola (2018). A seguir, será abordado o desenvolvimento do curso de férias em Nutrição ofertado em 2017 e como foi a participação dos alunos de ensino médio e de graduação da UFF.

Curso de férias 2017 – Nutrição: Ciência e a mídia

É na adolescência que a construção da autonomia se fortalece e, para a alimentação, este contexto é fortalecido por meio das experiências do indivíduo dentro do grupo social ao qual está inserido. Em outras palavras, o adolescente reforça ou transgride os hábitos alimentares construídos pela família a fim de firmar-se como ser único e individual, fazendo então, suas próprias escolhas alimentares. Porém, atualmente, este contexto é fortemente influenciado por propagandas e marketing de alimentos, que força (muitas vezes) ao hábito alimentar não saudável, como mostram as Pesquisas Nacionais mais recentes. O adolescente urbano brasileiro consome assim grande quantidade de alimentos ultra processados e industrializados, com alto teor de açúcar e gordura, presentes nos refrigerantes, biscoitos, alimentos congelados e alimentos comercializados pelas redes de fast food.

Nesse contexto, o curso buscou promover uma ampla e crítica discussão sobre o hábito alimentar, através do uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem (LEAL, MIRANDA & CASA NOVA, 2017). O debate permitiu dialogar com os aspectos da nutrição como ciência de conhecimento pessoal e amplo, principalmente nos dias atuais, cujo tema é extensivamente abordado na mídia aberta (rede de televisão, internet e mídia social) e de fácil acesso ao público alvo escolhido. O curso foi ministrado por duas docentes nutricionistas oriundas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, Rio de Janeiro) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, Macaé). A duração foi de três horas no

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período da tarde e contou com a participação de 18 jovens, todos residentes da região serrana do estado do Rio de Janeiro.

O curso foi dividido em quatro momentos, conforme ilustrado no Quadro 1. Primeiramente, as docentes fizeram uma abordagem teórica sobre a evolução do comportamento alimentar do homem e da sociedade através de uma aula expositiva dialogada. Abordou-se brevemente o histórico alimentar do ser humano, trazendo uma reflexão do processo histórico e social no Brasil, assim como, discutiu-se como um hábito ou comportamento alimentar é formado.

Quadro 1 – Desenvolvimento do Curso de férias Nutrição: Ciência e a mídia Aula expositiva dialogada Evolução do comportamento alimentar do homem e da

sociedade

Roda de conversa Discussão dos hábitos alimentares dos estudantes através de relatos e aplicação de um Questionário de Frequência Alimentar*

Construção do cartaz Elaboração coletiva de um cartaz com os principais hábitos alimentares dos estudantes e sua percepção sobre a alimentação

Avaliação do curso Preenchimento do formulário de feedback sobre o curso

* BRASIL, 2008.

A seguir, foi estabelecida uma roda de conversa para avaliar e discutir os hábitos alimentares dos participantes. Discutiu-se a diferença entre ciência e especulação midiática à qual os estudantes têm acesso. Além disso, foi aplicado um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) para promover um debate sobre os hábitos alimentares dos adolescentes participantes do curso, o qual consistiu em 10 perguntas objetivas de múltipla escolha (BRASIL, 2008). O QFA mostrou que a maioria dos adolescentes não consumia salada crua, legumes e vegetais, ou frutas frescas durante a semana. Ainda, mais de 70% deles consumia em algum dia na semana batatas fritas, embutidos, biscoitos e refrigerantes. Por exemplo,

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35% dos adolescentes consumiam biscoitos do tipo salgado mais de três vezes na semana (Figura 1).

Figura 1 – Frequência de consumo de alimentos pelos alunos do curso obtido através de um Questionário de Frequência Alimentar simplificado (BRASIL, 2008). Os alimentos foram subdivididos em duas categorias, de acordo com a frequência recomendada do seu consumo, onde a barra com pontos representa alimentos que não são recomendados para consumo ou o seu consumo deve ser raro e a barra com listras indica alimentos cujo consumo deve ser frequente.

Dando seguimento, foi feita a construção coletiva de um cartaz, mediante a metodologia ativa de roda de conversa para que debatêssemos as razões pelas quais comemos (sentimentos e ações envolvidas) e o que se come, relacionando-as com as ações. Após amplo debate, construiu-se, de forma comparativa, uma coluna contendo as orientações científicas para a alimentação, como forma de gerar debate entre recomendação e ato de comer social, político e psicossocial (Figura 2). Em síntese, destacamos que o processo conclusivo do curso permitiu debate sincero sobre as dimensões socioculturais envolvidas no ato de comer. Todo o material utilizado na construção do cartaz foi previamente selecionado pelos monitores do curso. Ao final, foi entregue aos participantes um questionário feedback para a avaliação do curso de férias.

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Figura 2 – Processo coletivo de construção de um mural sobre alimentação e hábito alimentar.

Engajamento dos participantes durante o curso

Antes do início das atividades, as docentes questionaram quantos inscritos selecionariam o curso de graduação em Nutrição como primeira opção no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Para a nossa surpresa, a maioria deles escolheu a Nutrição como primeira opção. Obviamente, esta resposta suscitou outra dúvida: qual seria a motivação destes alunos para a realização do curso de férias proposto? E mais uma vez a resposta nos surpreendeu: “para ver se estamos no caminho certo”, o que denota certa maturidade do público alvo.

A partir desta sondagem inicial, procurou-se fornecer informações sobre Nutrição através de metodologias ativas de aprendizagem, tais como a aula expositiva dialogada, a roda

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de conversa, o debate e a construção coletiva de material ilustrativo (cartaz). Percebemos que o grupo foi formado em sua maioria por estudantes que não se conheciam previamente, o que fez com que eles permanecessem silenciosos e pouco participativos. No entanto, ao desenvolver a roda de conversa, os estudantes ficaram mais à vontade e mostraram-se participativos, principalmente quando a proposta de construção coletiva do cartaz foi iniciada. Ao final, aplicou-se um questionário simples para avaliação do curso de férias. O retorno dos estudantes foi positivo, visto que, a maioria relatou que a estrutura geral do curso ministrado, quanto ao conteúdo e sua organização, foi considerada muito boa.

Percepção dos monitores sobre o curso de férias

Três discentes atuaram como monitores no curso de férias em nutrição: uma aluna de graduação em biomedicina e dois do ensino médio. Os dois discentes do ensino médio participaram nos anos de 2015, 2016 e 2017 como alunos do curso de férias e posteriormente como monitores, além de atuarem também como alunos de iniciação científica júnior na UFF ao longo dos anos de 2016 e 2017. Eles relataram que:

“Para nós o curso foi capaz de despertar um maior interesse em saber com o que nos alimentamos, ter cuidado com os detalhes. Como auxiliamos na estrutura da aula, o interesse por ser professores um dia aumentou, além de incentivar o ingresso no ensino superior, por ter contato direto com professores da faculdade. E por estar em um ambiente diferente facilita o aprendizado.” L.T.A e G.M.F.S., monitores e atualmente ex-alunos do Colégio Externato Santa Ignês, Nova Friburgo.

Oliveira e colaboradores avaliaram a percepção que ex-alunos do ensino médio têm sobre a experiência de trabalho em projetos de extensão e pesquisa universitária durante o ensino médio (OLIVEIRA & CAIXETA, 2014). Os ex-alunos constroem uma identidade profissional a partir da experiência de atuação na universidade e relatam uma maior maturidade, responsabilidade e prazer na execução das tarefas. Os ex-alunos relataram que mudaram a sua forma de ser, sua visão de mundo, mudando assim sua identidade. Essas são características que também observamos no presente projeto.

O relato da aluna de graduação que participou como monitora do curso de férias também demonstra a importância desta atividade em sua formação profissional, no que

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concerne o seu desenvolvimento docente e como promotora da saúde, conforme previsto no projeto pedagógico de seu curso de graduação:

“Como monitora voluntária do curso de férias Nutrição: ciência e mídia no ano de 2017 posso relatar que foi uma ótima experiência, pois pude ajudar as professoras com as atividades que foram propostas durante o curso, além de eu poder repassar conceitos que venho aprendendo durante a graduação e passando assim para os alunos. Divulgar o conhecimento é de suma importância e o curso faz isso com excelência, pois as informações passadas são interessantes deixando as alunos atentos ao que é passado e abrindo margem para diversas discussões, o conteúdo programático dele é didático para os alunos, de modo a possibilitar que os monitores ajudem de modo ativo durante as atividades." C.V.A.L., graduanda em biomedicina, UFF/Nova Friburgo.

Considerações finais

Não existem estudos realizados em Nova Friburgo sobre o desejo dos jovens em ingressar no ensino superior, exceto por um relato oriundo deste projeto de extensão publicado em 2016 (SILVA et. al., 2016). Quando primeiramente iniciamos a oferta de cursos de férias no ano de 2014, muitos jovens não sabiam da existência do Campus da UFF em Nova Friburgo e dos cursos de graduação e pós-graduação que eram oferecidos. Assim, nos últimos cinco anos, a oferta dos cursos de férias tem auxiliado na divulgação da UFF como Instituição sediada neste município.

De acordo com o formulário de feedback preenchido ao final do curso de férias, a grande maioria dos alunos que frequentam os diversos cursos de férias oferecidos pelo projeto pretendem ingressar no ensino superior. Sabe-se que a escolha da carreira acadêmica após o término do ensino médio gera estresse, angustia e aflição nos alunos, porém o curso de férias tem auxiliado nesse processo, uma vez que todos os alunos também relataram no formulário de feedback que ter participado do curso de férias os auxiliou na escolha da carreira profissional a ser seguida.

Os cursos de graduação da UFF em Nova Friburgo tiveram início em 2009 e a grande maioria dos graduandos eram oriundos de outros estados da Federação. Nos últimos três anos,

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temos visto uma maior entrada de discentes oriundos de Nova Friburgo e municípios vizinhos da região serrana, incluindo alunos que participaram no passado dos cursos de férias, sugerindo assim que os cursos têm servido a função de divulgar o campus e atrair os jovens para o ensino superior.

Dessa forma, o projeto consCIÊNCIA na CIÊNCIA é um espaço onde o estudante do ensino médio tem contato com disciplinas da graduação, professores e alunos do ensino superior, sendo um espaço de compartilhamento de experiências e vivências. Por outro lado, os alunos podem conhecer o campus e seus cursos, o que pode despertar o seu interesse por um dos nossos cursos de graduação, mantendo assim esses alunos na cidade. Com relação aos alunos da graduação, o projeto é um espaço onde eles podem exercer a prática docente e aprender sobre a logística de organização e oferta de um curso.

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