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Adubação NPK afetando o desenvolvimento do caule da seringueira e parâmetros fisiológicos do látex

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Academic year: 2021

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(1)ADUBAÇÃO NPK AFETANDO O DESENVOLVIMENTO DO CAULE DA SERINGUEIRA E PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DO LÁTEX. Newton Paulo de Souza Falcão Engenheiro Agrônomo. Orientador: Prof. Dr. Takashi Muraoka. Tese apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Doutor em Agronomia, Área de Concentração: Solos e Nutrição de Plantas.. PIRACICABA Estado de São Paulo - Brasil Maio de 1996.

(2) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - Campus "Luiz de Queiroz"/USP Falcão, Newton Paulo de Souza Adubação NPK afetando o desenvolvimento do caule da seringueira e parâmetros do látex/ Newton Paulo de Souza Falcão. · · Piracicaba, 1996. 134p. Tese (doutorado) · • Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1996. Bibliografia. 1. Caule • Desenvolvimento 2. Látex· Parâmetros fisiológicos 3. Seringueira • Adubação NPK · Efeito 1. Título CDD. 633.895.

(3) ii. ADUBAÇÃO NPK AFETANDO O DESENVOLVIMENTO DO CAULE DA SERINGUEIRA E PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DO LÁTEX. NEWTON PAULO DE SOUZA FALCÃO. Aprovada em: 23.08.1996. Comissão Julgadora: Prof. Dr. Takashi Muraoka. CENA/ USP. Prof. Dr. José Dias Costa. ESALQ / USP. Prof. Dr. Quirino A. de C. Carmello. ESALQ / USP. Pror Dr8 Maria A. P. da Cruz Centurion. UNESP/JABOTICABAL. Dr. Newton Bueno. EMBRAPA/CPAA. �---. Prof. Dr. Takashi Mura� Orientador.

(4) lll. A Deus pela força espiritual. "É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo." Livro do profeta Oséias (Os. 6, 3-6).. Aos meus pais Nilson & Cleonice Falcão Ao meu sogro Carlos S. Filho Minha eterna gratidão. A minha esposa Noélia e as minhas filhas Nádia e Nívea Ofereço este trabalho em reconhecimento a incansável pac1encia e compreensão nos momentos difíceis, e a tudo que representam para mim..

(5) iv. AGRADECIMENTOS • Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". (ESALQ/USP) e ao Centro de Energia Nuclear na. Agricultura (CENA) pela oportunidade de realizar este curso. • Ao ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Prof. Dr. Seixas Lourenço e ao ex-chefe de gabinete, Sr. José Edil Benedito, pela oportunidade. • Ao IBAMA e a FAPESP pelo apoio financeiro. • Ao Prof. Dr. Takashi Muraoka, pela orientação, compreensão, amizade e confiança depositada em minha pessoa. • Ao Prof. Dr. Ronaldo Ivan Silveira, pela colaboração. • .Ao Prof. Dr. Antonio Enedi Boaretto, pelo incentivo e pela colaboração do laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do CENA/USP. • Ao Prof.Dr. Geraldo Victorino de França, ex-coordenador do Curso de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, pelo tratamento dispensado durante o curso de Pós­ Graduação. • Ao Prof. Dr. Diiermano Perecin pela proveitosa assessoria nas análises estatísticas. • Ao Engenheiro Agrícola Luiz Roberto Takitane, gerente da Fazenda Mundo Novo, ao Sr. Hissashi e ao Grupo Sasazaki, pelo apoio logístico na execução do presente trabalho. • Aos técnicos de laboratório: Marileuza A.B. Elias, Sandra T.Pereira, João O.Salvador, Henriqueta M.G.Fernandes. • Ao técnico Agrícola do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ, Sr. Dorival Grisotto pela colaboração nos trabalhos de campo. • A amiga Maria A.Calegaro pela amizade, paciência e dedicação na digitação da tese. • Aos Colegas de Pós-Graduação: Marcos F. Camargo, Adonias de Castro Virgens Filho e Marcos Murback, pela parceria ao longo da condução desta pesquisa. • Aos demais companheiros de curso: Cassio Hamilton Abreu Junior, Edilson Brasil, Eduardo J. Maklouf Carvalho, Amarindo Fausto Soares, Rivaldo Vital dos Santos, Raffaella Rossetto, A todos que direta ou indiretamente contribuiram para a realização do presente trabalho, externo meus s inceros agradecimentos..

(6) V. SUMÁRIO. RESUMO........................................................................................................... viii SUMMARY ........................................................................................................ x 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1 2.. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 3 2.1.. Histórico e Importância E conômica ........................................ 3. 2.2.. Aspectos Botânicos ................................................................. 6. 2.3.. Características Edafoclimáticas Requeridas pela Seringueira ................................................................................ 7. 2.4.. Efeito da Adubação Nitrogenada, Fosfatada e Potássica: .... 12 2.4.1. Na Fertilidade do Solo..................................................... 12 2.4.2. No Desenvolvimento da Seringueira ............................... 13 2.4.3. Na Concentração de Nutrientes nas Folhas ................... 16 2.4.4. Na Produção de Borracha Seca ..................................... 17. 2.5.. Composição do Látex da Seringueira..................................... 20. 2.6.. Controle do Metabolismo do Látex...........................................21. 2. 7.. Descrição e Significado dos Parâmetros Fisiológicos do Látex Relacionados com a Produção ................................ 22 2.7.1. Parâmetros Fisiológicos do Látex Relacionados com o Fluxo .................................................................... 22 2.7.2. Parâmetros Fisilógicos do Látex Associados com a Regeneração do Tecido Laticífero ................................. 23. 2.8.. Diagnose Fisiológica do Látex e Produção da Seringueira................................................................................ 26 2.8.1. Correlações lnterparamétricas ........................................ 26. 2.9.. Avaliação do Estado de Sub-Exploração ou de SuperExploração da Seringueira. .................................................... � 27.

(7) vi. 3.. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 31 3.1.. Localização da Área ................................................................. 31. 3.2.. Solo............................................................................................ 31. 3.3.. Clima .......................................................................................... 31. 3.4.. Área e Delineamento Experimental ......................................... 32. 3.5.. Tratamentos .............................................................................. 32. 3.6.. Instalação e Condução do Experimento ................................. 33. 3.7.. Parâmetros Observados .......................................................... 36 3.7.1. Variação na Fertilidade do Solo ...................................... 36 3.7.2. Concentração de Nutrientes nas Folhas ......................... 36 3.7.3. Perímetro do Tronco, Espessura da Casca e Produção Bimestral ......................................................... 37 3.7.4. Diagnose do Látex por Parâmetros Fisiológicos ............. 38 3.7.4.1.Teores de Sacarose, Tióis, Fósforo Inorgânico, Magnésio, Cálcio e Potássio................................ 38 3.7.4.2.Conteúdo de Borracha Seca(% DRC) ................ 39. 3.8.. Análise Estatística do Experimento......................................... 41.

(8) vii. 4.. 5.. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................. : •............................. 42 4.1.. Aspectos Gerais da Fertilidade do Solo................................. 42. 4.2.. Influência dos Tratamentos em Algumas Características Químicas do Solo ..................................................................... 45. 4.3.. Efeito da Adubação Nitrogenada, Fosfatada e Potássica no Estado Nutricional das Plantas......................... 58. 4.4.. Efeito da Adubação Nitrogenada, Fosfatada e Potássica em Alguns Parâmetros de Crescimento........................................ 83. 4.5.. Efeito da Adubação Nitrogenada, Fosfatada e Potássica no Perímetro do Caule e na Espessura da Casca do Caule da Seringueira................................................................................ 96. CONCLUSÕES...................................................................................... 121. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 123.

(9) viii. ADUBAÇÃO NPK AFETANDO O DESENVOLVIMENTO DO CAULE DA SERINGUEIRA E PARÂMETROS FISIOLÓGICOS DO LÁTEX. Autor: Newton Paulo de Souza Falcão Orientador: Prof.Dr. Takashi Muraoka. RESUMO. Com o objetivo de avaliar os efeitos das adubações nitrogenada, fosfatada e potássica sobre o desenvolvimento da seringueira, a redução do período de imaturidade, e alguns parâmetros fisiológicos do látex, nas condições edafoclimáticas do planalto do estado de São Paulo, conduziu-se um experimento de campo, instalado em Garça (SP), em solo Podzólico Vermelho Amarelo, variação Marília (Pml). O. plantio foi efetuado em janeiro de 1984. O experimento de. adubação iniciou-se em novembro de 1987. O clone utilizado foi o PB 235. A área 2. total do experimento foi de 46080m , instalado em blocos ao acaso, em esquema 3. fatorial fracionário (1/4)4 , totalizando 16 tratamentos e 4 repetições. Cada 2 parcela, de 720 m , continha 30 plantas dispostas em 3 linhas, em espaçamento. de 8,0 x 3,0m. Os tratamentos foram constituídos pela combinação de quatro níveis de N, P2Os e K2O. Os tratamentos testados foram: NoPoKo , N1P1Ko, N1PoK1, NoP1K1, N1P1K1, N2P1K1, N3P1K1, N1P2K1, N1P3K1, N1P1K2, N1P1K3, N2P1K2, N3P1K2, N2P1K3 , 1 N2P2K2 e N3P3K3. As fontes utilizadas foram: uréia (450g kg- de N), superfosfato 1 1 simples (180 g kg- de P2Os) e cloreto de potássio (600g kg- de K2 O). 1. Do quarto ao sexto ano, utilizou-se 00, 40, 80 e 160 kg ha- 1 ano1 1 1 1 N; 00, 35, 70 e 140 kg ha- ano- de P 2Os e 00, 35, 70 e 140 kg ha- ano1 1 K2O. No sétimo ano as doses utilizadas foram 00, 60, 120 e 240 kg ha- ano1 1 1 1 N; 00, 35, 70 e 140 kg ha- ano- de P2O5 e 00, 40, 80 e 160 kg ha- ano-. de de de de. 1 1 K 2O. No oitavo ano utilizou-se 00, 75, 150 e 300 kg ha- ano- de N; 00,35,70 e 1 1 1 1 140 kg ha- ano- de P 2Os; 00,50,100 e 200 kg ha- ano- de K2O. Do nono ao.

(10) ix 1. 1. décimo primeiro anos foram utilizadas 00, 80, 160 e 320 kg ha- ano- de N; 00, 40, 80 e 160 kg ha-1 ano- 1 de P2Ose 00, 80, 160 e 320 kg ha-1 ano-1 de K2O. Os parâmetros de crescimento foram coletados das 6 plantas centrais de cada parcela experimental, sendo a circunferência do tronco medida semestralmente, do quarto ao décimo primeiro ano; a espessura da casca foi mensurada no quarto, quinto e décimo primeiro anos de desenvolvimento das plantas. Para a diagnose do látex, foram retiradas amostras de 3 plantas úteis, de cada parcela experimental, no décimo primeiro ano, totalizando 192 amostragens. O solo continuou ácido, com baixos teores de Ca e Mg trocáveis, necessitando, portanto, de uma calagem com calcário magnesiano. O K trocável encontrava-se baixo para a maioria dos tratamentos, requerendo a aplicação de dose mais alta (320kg ha-1 ). A concentração de N, P e S nas folhas, e o teor de P no solo encontrava-se em níveis adequados, portanto, recomenda-se adubação de manutenção. A análise foliar efetuada em fevereiro de 1995 revelou baixos teores de Cu e B, mostrando a necessidade de adubação para elevar a concentração desses micronutrientes nas seringueiras. O K proporcionou maior desenvolvimento da seringueira e apresentou resposta de natureza linear. Entre os níveis estudados, o nível N1 P1 K3 foi quem possibilitou que a seringueira atingisse o diâmetro adequado para o início de exploração aos sete anos de idade. As doses de N diminuiram o teor de fósforo inorgânico (Pi) de 29,45 para 15,72mM; aumentaram o teor de sacarose de 1,79 para 3,07mM; ++. aumentaram a relação Mg /Pi de 0,41 para 0,72mM no látex. As doses de P2 Os diminuiram a percentagem de borracha seca (% DRC) de 34,23 para 29,50% no látex. As plantas que receberam o tratamento 80 1 kg ha-1 ano-1 de N, 160kg ha-1 ano-1 de P2 O5 e 80kg ha- ano- 1 de K2 O. apresentaram valores dos p'arâmetros fisiológicos indicando uma situação de super-exploração. As plantas dos tratamentos que receberam as menores doses de nitrogênio (00 e 80 kg ha-1 ano-1 ) também mostraram uma tendência de super­ exploração..

(11) X. NPK FERTILIZATION AFFECTING THE RUBBER TREE STEM DEVELOPMENT ANO PHYSIOLOGICAL PARAMETERS OF LATEX. Author: Newton Paulo de Souza Falcão Adviser: Prof.Dr. Takashi Muraoka. SUMMARY. The effects of nitrogen, phosphorus and potassium fertilizations on the growth of rubber tree (Hevea brasi/iensis Muell. Arg.), reduction of its period of immaturity and on some physiological parameters of latex were investigated. The study, started in 1987, was carried out at the Mundo Novo farm (Garça-São Paulo, Brazil), in an Ultisol, with a crop planted in 1984. The clone was PB 235. 3. The experiment was conducted in a fractional factorial (1/4)4 , and random block design with 16 treatments and 4 replications. Each plot, of 720 m2 , contained 30 plants in three rows, spaced 8.0 x 3.0m. The treatments consiste d of combination of four levels of N, of P2O5 and of K2O : NoPoKo; N1P1Ko; N1PoK1; NoP1K1; N1P1K1; N2P1K1; N3P1K1 ; N1P2K1; N1P3K1; N1P1K2; N1P1K3; N2P1K2; N3P1K2; N2P1KJ; N2P2K2 e N3P3K3. The fertilizers 1 1 sources utilized was urea (450g kg- N) ordinary superphosphate (180g kg- P2O 5) 1 and potassium chloride (60g kg- K20). t th The NPK rates utilized were: a) during 4 to 6 h year, 00, 40, 80 and 1 1 1 160 kg ha- of N; 00, 35, 70 and 140 kg ha- P2O5 and 00, 35, 70 and 140 kg ha1 K2O, b) in the ?'h year, 00, 60, 120 and 240 kg ha- of N; 00, 35, 70 and 140 kg 1 th 1 ha- P2Os and 00, 40, 80 and 160 ha- K2O; e) in the 8 year; 00, 75, 150 and 300 1 1 1 kg ha- of N; 00, 35, 70 and 140 kg ha- of P2O5; 00, 50, 100 and 200 kg ha- of 1 th h K2O, d) during 9 and 12' years, 00, 80, 160 and 320 kg ha- of N; 00, 40, 80 and 1 1 160 kg ha- of P2Os and 00, 80, 160 and 320 kg ha- of K2O..

(12) xi. The growth parameters were collected from the six central plants of each plot. The trunk girths were measured at the intervals of six months, in the period of fourth to twelfth years and the bark thicknesses were measured in the four, five and twelve years old trees. Latex samples of three central plants of each plot were collected during cropping season of 1994/1995, for latex diagnosis. The soil remained acid, with low exchangeable Ca and Mg contents, requiring, therefore, a liming with dolomitic lime. The exchangeable K contents were also low in most of treatment, needing application of higher dosis (320 kg 1 ha- ). The leaf N, P, and S and soil P contents were in the adequate leveis. lt is, therefore, recommended the maintenance fertilization. Potassium increased significantly the rubber tree growth and showed linear response to this parameters. The treatment which gave adequate trunk girth to start explotation at the age of seven years was N1P1K3. The increasing rate of nitrogen reduced the latex inorganic phosphorus (Pi) content from 29.45 to 15.72mM; increased slightly the sucrose ++. content from 1.79 to 3.07mM; and increased the Mg /Pi ratio from 0.41 to 0.72mM in the latex. The increased rate of phosphorus decreased the latex Dry Rubber Content (% DRC) from 34.23 to 29.50%. The rubber trees which received the 80160-80 rate presented values of physiological parameters indicating over­ explotation. The plants from the treatments with the lowest rates of N (O and 80 kg ha- 1 yea( 1 ) showed also a tendency of over-explotation..

(13) 1.INTRODUÇÃO A produção brasileira de borracha natural, durante um longo. período,. foi. oriunda. dos. seringais. nativos. da floresta. Amazônica, e somente a partir de 1987 é que a produção de seringais de cultivo passaram a predominar, com o aumento da exploração de seringais plantados, principalmente, nos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Bahia e Espírito Santo. Os seringais implantados no planalto do Estado de São Paulo vêm apresentando bons resultados de desenvolvimento e produção.. No. entanto,. algumas. limitações. exigem. esforços. concentrados de pesquisas para superá-las, destacando-se neste contexto os trabalhos nas áreas de adubação, nutrição e fisiologia da cultura, no sentido de tornar mínimo e/ou anular os efeitos negativos. dos. fatores. edáficos. que. podem. limitar. o. adubação. da. desenvolvimen_to e a produção da seringueira. A. literatura. ainda. limitada. sobre. a. seringueira mostra que muitas vezes a resposta à aplicação de fertilizantes tem sido inconsistente, particularmente para alguns nutrientes, como o nitrogênio e o potássio. Tais fatos que levam a conclusão. precipitada de que. a adubação seria desnecessária. para a seringueira, não podem ser tomados como definitivos. Alguns resultados experimentais tem evidenciado o efeito benéfico da. aplicação. de. fertilizantes,. não. somente. na. fase. de. desenvolvimento como também na fase produtiva. Os fatores primários limitantes na produção de látex da seringueira são:. o fluxo que governa a quantidade de látex. coletado durante a sangria e a regeneração do material celular entre duas sangrias. Sabe-se que quanto maior for a intensidade.

(14) 2. do fluxo, maior será a produção de látex. Quando o intervalo entre duas sangrias for suficiente para a regeneração total das células, este deixa de ser um fator limitante da produção. Na diagnose do látex são determinados: de campo,. extrato seco. (%ES),. o pH a nível. conteúdo de borracha. seca. (%DRC}, sacarose, fósforo inorgânico, tióis, magnésio e a relação Mg/Pi.. Todos. esses. parâmetros. fisiológicos. do. látex. estão. relacionados com os processos envolvidos no fenômeno d e fluxo e a regeneração do tecido laticífero, tornando possível avaliar a qualidade desses dois fatores essenciais para um dado tipo de planta em um tempo determinado. Conhecimento desses dados devem,. por isso,. ser. úteis. na. determinação da. capacidade. produtiva de árvores estudadas. A diagnose do látex é utilizada para orientar e otimizar a exploração de tal forma que evite o esgotamento dos sistemas laticíferos. Portanto,. torna-se. necessário. estudar. para. as. condições do Estado de São Paulo, as possíveis limitações de ordem nutricional e fisiológica, durante os diferentes estádios de desenvolvimento. da. seringueira,. bem. como. elaborar. recomendações técnicas e agronômicas adequadas para sanar ou minimizar esses problemas. O. presente. trabalho. tem. por. objetivo. avaliar. a. influência de diferentes níveis de nitrogênio, fósforo e potássio na redução do tempo para início da sangria, e em alguns parâmetros fisiológicos do látex da seringueira cultivada no planalto do estado de São Paulo..

(15) 3. 2.. REVISÃO DE LITERATURA 2.1.. Histórico e Importância Econômica. Os mais antigos relatos sobre a borracha vieram da América Central, onde bolas e outros objetos eram fabricados com ela. Obtinha-se essa borracha a partir do látex de árvores do gênero Castilhas (ou Castilloa). Colhida na selva, a borracha da Castilla, ou caucho, constituía um modesto artigo do comercio internacional até meados do século XVII 1. Por volta de 1750 botas do exército, mochilas e outros artigos às. vezes eram mandados. de Lisboa para Belém a fim de ser impermeabilizadas (Dean, 1989). A coleta de sementes bem sucedida pelo inglês Henry Alexander. Wickham. em. 1876. foi. um. marco. importante. na. domesticação da seringueira. Em 1872 Wickham publicou um livro sobre suas viagens da Venezuela ao Brasil e em 1870 contatou J.D. Maym, cônsul britânico em Belém e obteve uma cópia de um relatório que mostrava que as melhores seringueiras eram. de. Hevea brasi/iensis da região do rio Tapajós (Gonçalves & Cardoso, 1987). Com ajuda dos índios Mura, Wickham teria coletado 70.000 sementes de seringueiras e enviadas a Londres pelo navio "Amazonas", que deixou o porto de Belém em 29-5-1876, as sementes. chegaram. ao. seu. destino. dezesseis. dias. depois.. Aproximadamente 2.800 das 70.000 sementes germinaram em casa de vegetação. A rapidez de crescimento das plântulas nas casas de vegetação do Jardim Botânico Real, no subúrbio de Kew, exigiu seu embarque imediato para os. trópicos, e seu destino eventual.

(16) 4. foi o Jardim Botânico do Ceilão. Esse foi o ponto de partida das plantações que se estabeleceram na Ásia a partir de então (Gonçalves & Cardoso, 1987; Dean, 1989) O interesse pela borracha aumentou, ainda mais, com as novas descobertas de suas propriedades e usos. A principal descoberta ocorreu. em. 1939,. quando. o. americano. Charles. Goodyear e o inglês Thomas Hancock ampliaram muitíssimo as aplicações. potenciais. da. borracha. graças. à. descoberta. da. possibilidade de ela ser estabilizada quimicamente com a mistura de enxofre em presença de calor-processo conhecido pelo nome de vulcanização (Gonçalves et ai., 1983; Dean, 1989) Devido ao expressivo interesse pela cultura, por volta de 191 O, os países do Império Britânico da Ásia iniciavam suas exportações.. Nesta fase o Brasil atingiu o maior volume de. exportações, oriundas do extrativismo, com cerca de 31,1 mil toneladas. A última remessa expressiva do Brasil ocorreu em 1947, onde foram exportadas somente 7.000 toneladas (Miranda et ai., 1975; Dean, 1989; Martin & Arruda, 1993). A introdução da seringueira no Estado de São Paulo aconteceu em 1916 no distrito de Gavião Peixoto, município de Boa Esperança do Sul, SP. Em 1942, o Instituto Agronômico de Campinas efetuou plantio de progênie de sementes originadas de Gavião Peixoto, em diversas. Estações. Experimentais (Cortez,. 1986). A partir de 1981, com a criação do PRÓ-BORRACHA, programa. estadual. Coordenadoria. de. de. borracha. Assistência. natural,. Técnica. coordenado. Integrada. pela. (CATI),. os. seringais implantados no Estado de São Paulo cresceram de forma significativa. Uma avaliação sobre a extensão dos plantios nos anos agrícolas 1978/1985, demonstrou um aumento de mais de sete vezes na área plantada (Cortez, 1986). Por. outro. lado,. a. produção. nacional. esteve. praticamente estabilizada nos anos 70, crescendo de 1980, até 1985, quando atingiu 40,4 mil toneladas e decrescendo nos anos.

(17) 5. .seguintes. Desta forma, a participação no consumo nacional de 67,98% em 1970, decr�sceu, com algum período de recuperação no início dos anos 80, e atingiu, em 1992, uma participação de apenas 24,31%, sendo o menor do período. Por outro lado, o consumo cresceu, cerca de 5,27% ao ano, sendo que, a partir da recessão econômica iniciada em 1990, entrou em estagnação e em 1992 sofreu uma redução de 10% (Martin & Arruda, 1993). O aumento contínuo do consumo brasileiro de borracha natural tem sido suprido com importações crescentes do Sudeste Asiático, De uma importação de 11.763 toneladas em 1970, cresceu para 93.672 toneladas em 1989, decrescendo em 1992 para um total de 81.504 toneladas. A produção nacional estimada para 1992, seria de 26.181 toneladas, sendo 9.181 de seringais nativos e 17.000 de seringais de cultives. São Paulo surge como maior produtor nacional com 27% de participação (Martin & Arruda, 1993). A produção de borracha natural no Sudeste Asiáti.co e na África atingiu 5,34 milhões de toneladas em 1991, crescendo mais de 3% ao ano, em média, nos últimos quinze anos. Mesmo tendo sua produção distribuída em vários países, cerca de 75% a 85%. concentram-se na Malásia, Tailândia e Indonésia, sendo a. Tailândia o maior produtor com 1, 5 milhões de t/ano, seguido da Indonésia com 1,25 milhões, e da Malásia com 1,1 milhão. O Brasil com sua produção de 29,6 mil toneladas em 1991 é um produtor inexpressivo no cenário mundial. Em 1993 o consumo brasileiro foi de 125 mil toneladas, com. uma produção de 31 mil toneladas,. sendo 40% proveniente de produção extrativa (Martin & Arruda, 1993; Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha, 1994). Somente no Estado de São Paulo, existe. atualmente. cerca de 37.000 ha de seringais plantados. O acompanhamento da produção, do consumo e do estoque mundial de borracha natural, nos últimos cinco anos, tem mostrado que, em janeiro de 1990 a produção. se equilibrava ao. consumo,. girando. em. torno. de.

(18) 6. 5.100.000. t/ano.. Embora. em. janeiro. de. 1994. a. (5.200.000 t/ano) tenha sido inferior ao consumo. produção (5.400.000. t/ano), o quadro se inverteu e em janeiro de 1995, com. a. produção alcançando 6.000.000 t/ano, superando o consumo que ficou em torno de 5. 700.000 t/ano. Isto explica o aumento no estoque e a queda do preço no mercado mundial (lnternational Rubber Digest, 1995).. 2.2.. Aspectos Botânicos. Em 1749, F. Fresnau descreveu a primeira espécie do gênero Hevea, a qual foi posteriormente identificada, em 1775, por J. B. Fusée Aublet, como sendo a Hevea guianensis. Apesar do nome. Hevea ter sido mantido até a atualidade pelo Código. Internacional de Nomenclatura,. em 1779,. a sua mudança foi. sugerida por Richard que propôs a denominação de Siphonia brasiliensis,. sob autoria de Willdenow; com base nos desenhos. diagnosticados de uma coleção feita por Siebert, provavelmente de uma das principais produtoras do Baixo Amazonas. Atualmente, esta espécie tem a denominação de Hevea brasiliensis (Willd. ex. Adr. de Juss.) Muell Arg.], sendo a principal produtora de borracha natural (Ducke, 1946 ; Gonçalves, 1986). A seringueira pertence a família das Euforbiáceas. É uma. dicotiledonea monóica, isto é, possui flores masculinas e. femininas em um mesmo indivíduo. As flores são unissexuadas, pequenas,. amareladas e dispostas em rácemos e as folhas. longamente pecioladas e repartidas em três folíolos. O fruto é uma cápsula grande que geralmente apresenta 3 sementes. Quando plenamente desenvolvida a seringueira pode alcançar até 50 metros de altura (Cardoso, 1980)..

(19) 7. 2.3.. Características. Edafoclimáticas. Requeridas. pela. Seringueira O gênero Hevea ocorre naturalmente em área superior a 4 milhões de Km. 2. ,. abrangendo 3. °. de latitude Norte a 15. °. de. latitude Sul no continente americano. A importância da cultura da seringueira para o ser humano,. determinou a sua expansão. geográfica, abrangendo regiões bem diferenciadas das suas áreas de origem.. Atualmente as regiões de produção compreendem °. latitudes de 24 ao Norte da China até 25. °. ao Sul do Brasil. A. possibilidade de cultivo comercial em áreas com. climas tão. diferenciados exige, como premissa básica, o desenvolvimento e adaptação de tecnologia de produção (Ortolani, 1987) A distribuição do gênero Hevea na região amazônica abrange uma área em torno de seis milhões de Km. 2 ,. onde este. gênero, sem dúvida, localiza-se seus extremos tendo como limites °. °. °. na América do Sul, aproximadamente 6 Norte, 15 Sul, 46 Leste e °. 77 Oeste de Gr. W., também reconhecido como limites extremos da floresta amazônica (Figura 1) (Superintendência da Borracha , 1971a). °. A temperatura média anual de 20 C tem sido adotada como um limite mínimo para o cultivo da seringueira, sendo de 26. °. °. a 28 C a faixa tida como ideal para o seu bom desenvolvimento. Temperaturas muito baixas são considerad--as limitantes por afetar o desenvolvimento, podendo ocasionar lesões tão graves que acabam. por. matá-las.. Limites. térmicos °. mais. favoráveis. à. °. fotossíntese da espécie estão entre 27 e 30 C. Lemos. Filho et ai.. (1991) observaram. que folhas. maduras de seringueiras podem apresentar maior tolerância a baixas temperaturas que as da cana-de-açúcar e as de cafeeiro, ressaltando que variações podem ocorrer, dependendo do estado nutricional e das características genéticas dos diversos clones de seringueiras..

(20) 8. 80. 70. ■ Hevea microphyfla ■ Hevea pauciflora. 60. □ Hevea spruceana □ Hevea benthamiana. 50. 40. ■ Hevea nítida Hevea brasiliensis. Hevea guianensis. Figura 1. Limites extremos da distribuição do gênero Hevea na Amazônia (Fonte: Superintendência da Borracha, 1971a).

(21) 9. Para o fluxo de látex,. o intervalo entre 18. °. °. e 28 C,. é o mais indicado. Em relação as exigências hídricas, após o pleno. desenvolvimento. do. sistema. radicular,. mesmo. na. juvenilidade, a seringueira demonstra boa tolerância a períodos prolongados de estiagem. Na maturidade, com o aprofundamento do sitiam radicular , essa tolerância é mais elevada (Cardoso, 1980 e Ortolani, 1987). O adequado desenvolvimento do sistema radicular e a disponibilidade de água e nutrientes minerais no solo, são fatores preponderantes. para. o. desenvolvimento. vegetativo. e. consequentemente produção de látex. O relevo também é um fator importante que. deve. ser considerado pois,. relevo. muito. acentuado tende a aumentar o custo de instalação, dificultar o controle da erosão e onerar a colheita. A profundidade e a permeabilidade do solo são fatores preponderantes. para. a. infiltração. desenvolvimento do sistema radicular.. de. água. e. para. o. Camadas compactadas,. solos lateríticos (Plintossolos) e lençol freático muito raso (menos de. 1m. abaixo. da. superfície. do. solo). podem. limitar. o. desenvolvimento das raízes, retardando o desenvolvimento das plantas. e. favorecer. o. tombamento. das. mesmas. devido. ao. desequilíbrio entre volume de raiz e volume de copa, levando a uma baixa produção. As importantes. características. para. o. físicas. adequado. do. solo. desenvolvimento. são. fatores. do. sistema. radicular, e capacidade de retenção de água. Krishnakumar et ai. (1990), avaliando a influência de um seringai cultivado. nas. propriedades físicas do solo, observaram que o próprio plantio contribuiu para o enriquecimento da matéria orgânica do solo, com conseqüente. melhoria. das. propriedades. físicas,. tais. como:. densidade aparente, porosidade total, retenção de umidade e infiltração. Estudos de infiltração revelaram que a relação do fluxo inicial e após o estabelecimento do plantio foram respectivamente,.

(22) 10. de 67.5% e 138% mais altas dentro do plantio, comparadas com avaliações efetuadas em culturas anuais. Solos com textura muito argilosa e solos de textura muito arenosa. limitaram o crescimento e a produção de látex.. Solos arenoargilosos são os mais adequados.. A presença de. partículas grossas no perfil do solo não apresenta limitações se o conteúdo dessas partículas não ultrapassar 30% (Chan et ai., 1974). Chan & Pushparajah (1972), avaliando a produtividade da. seringueira. em. solos. com. diferentes. classes. texturais,. observaram que plantios instalados em solos contendo somente 5% de areia, produziram um pouco mais da metade da produção alcançada em plantios instalados em solos com 20% de areia. Solos. hidromórficos. desenvolvimento e produção. são. desfavoráveis. da seringueira.. drenagem até uma profundidade de 50cm,. para. Solos com. o boa. apresentaram uma. produção acumulada de até 5823kg de borracha seca/ha/ano em um intervalo de 2 a 7 anos. Por outro lado, solos com boa drenagem até 100cm de profundidade foi observado uma produção acumulada de até 7156kg de borracha seca/ha/ano neste mesmo intervalo de tempo (Rubber Research lnstitute of Malaya, 1971). Os solos onde ocorrem a maior parte dos seringais nativos estão situados na Amazônia legal e são extremamente pobres na sua fertilidade natural, especialmente em fósforo e bases trocáveis. Além desta pobreza, apresentam teores elevados de alumínio tóxico, associados a índices de pH muito baixo (Haag et ai., 1986). Observações feitas em vários locais da Amazônia e comparados com trabalhos existentes no Oriente, sugerem que a cultura da seringueira é pouco exigente em solo, notando-se, porém, que em solo de textura argilosa, o comportamento das plantas é melhor do que nas de textura arenosa ou média (Superintendência da Borracha, 1971b)..

(23) 11. Por. outro. lado,. Cardoso. (1980). discorda. dessa. afirmativa, dizendo que o tipo de solo mais adequado para a seringueira é aquele que apresenta uma relativa fertilidade em elementos minerais, índice. de. pH. em torno de 5,5. a. 6,5,. propriedades físicas adequadas, como: porosidade, capilaridade, poder de retenção de água disponível, ou seja, solos soltos, porosos, profundos e de fácil drenagem. Os argilosos, pesados e com difícil capacidade de drenagem, retardam o desenvolvimento das plantas. O cultivo da seringueira tem se intensificado com grande expressão no Sul da avaliando. o. observaram. nível que. de os. Bahia.. fertilidade mesmos. Santana et ai.. dos. são. solos. sob. quimicamente. a. (1977), cultura,. pobres. e. apresentam elevada acidez. Tratando-se de uma espécie tolerante a solos ácidos, o uso de calcário. ou outra fonte de Ca e Mg,. serviria apenas ao suprimento desses elementos, como fonte de nutrientes, em caso de. comprovada deficiência na planta, ou. níveis muito baixos no solo. Bataglia et ai.. (1987b), avaliando a influência de. diferentes tipos de solo no desenvolvimento de seringais, com 25 anos de idade, no. Estado de. São. Paulo,. verificaram. maior. desenvolvimento da seringueira em solos com melhor nível de fertilidade, Latossolo Roxo, e menor nos solos do litoral, Podzólico Vermelho-Amarelo-orto e Latossolo Vermelho-Amarelo média.. textura.

(24) 12. 2.4.. Efeito. da. Adubação. Nitrogenada,. Fosfatada. e. F'otássica 2.4.1. Na Fertilidade do Solo A análise química de solo constitui a única técnica disponível de fácil acesso, para a avaliação direta da fertilidade dos solos e das necessidades de adubação (Raij1991). Bolton (1964), estudando os efeitos da adubação NPK no desenvolvimento da seringueira em solos derivados de argilitos +. ou folhelhos, observou diminuição do Ca +, Mg. ++. e. K. +. trocáveis. nos tratamentos que receberam sulfato de amônia. Reis et ai. (1984a), estudando a influência da calagem e adubação N, P e K sobre a produção da seringueira no Sul da Bahia, observaram que a calagem contribuiu para a diminuição dos teores de potássio nas folhas, ao mesmo tempo que provocou aumentos nos teores de cálcio. Essa redução deve decorrer das mudanças nas relações catiônicas no solo, onde um aumento nos teores trocáveis de Ca e Mg pode ter provocado uma redução na absorção de potássio. Reis. et. ai.. (1984b),. estudando. a. influência. da. adubação N, P e K sobre o desenvolvimento da seringueira em solos do Sul da Bahia, observaram que os teores de Ca trocáveis decresceram com. a. adubação. nitrogenada. ++. e Mg. ++. e foram. incrementados com a adubação fosfatada e potássica. Reis & Cabala Rosand (1988), avaliando a eficiência de fertilizantes nitrogenado, fosfatado e potássico aplicados nas fases pré e pós-sangria da seringueira, observaram que os níveis de nitrogênio aplicados na forma de uréia e sulfato de amônia induziram a redução nos valores de pH e ao aumento nos teores de bases trocáveis e de AI. O fósforo disponível no solo aumentou diretamente com as doses fósforo aplicadas e os níveis, de potássio disponível no solo não se alteraram com aplicação das doses de cloreto de potássio, diminuindo com o decorrer do tempo,.

(25) 13. mesmo para os tratamentos que receberam as maiores doses desse nutriente. Joseph et ai. (1990), investigando a dinâmica do K nos principais solos. com. seringais. cultivados. no. Sul. da. Índia,. observaram que a fração de K disponível foi mais alta nos horizontes superficiais do que nos de sub-superfícies, na maioria das regiões /studadas /Coelho et ai.. (1992), avaliando a necessidade de. calagem, adubação potássica e a melhor relação Ca, Mg e K para o crescimento de porta-enxertos de seringueiras, observaram que os porta-enxertos requerem para o seu crescimento baixos níveis de Ca+Mg no solo (6,7 mmol c /dm 3 ), como também níveis baixos de K (35 mg/kg), refletindo equilíbrio ótimo de (Ca+Mg)/K no solo próximo a 7,5 e baixa saturação de bases. O crescimento dos porta-enxertos de seringueira foram influenciados pela calagem e pelo K, e maiores acréscimos de matéria seca foram obtidos quando foram aplicados calagem e K em baixas concentrações.. 2.4.2.No Desenvolvimento da Seringueira O potencial de produção de látex da seringueira é geralmente influenciado por fatores como: a) a circunferência do caule. que se reflete na redução do período de imaturidade e. início da exploração e b) espessura da casca virgem, que pode reduzir a possibilidade de danificações no painel de sangria. Em geral, plantas de um determinado clone que apresentam maiores valores para a circunferência do caule e espessura da casca indicam, também maiores médias para a produção de borracha (Gonçalves et ai., 1979). Syvanadian et ai. (1975) mencionaram que na Malásia seringais bem manejados levam de 5 a 6 anos para alcançarem o diâmetro ideal (50 cm) para início de sangria, enquanto que pequenos. plantios. de. seringueiras. consorciados. com. outras.

(26) 14. espécies podem demorar em. solos. com. de 7 a 8 anos. Os seringais formados. cobertura. de. leguminosas. apreser.tam. uma. percentagem de árvores ideal para início de exploração mais cedo (5 anos), do que aqueles que foram formados em área sem cobertura com leguminosas, os quais chegam a demorar até 8 anos para atingir o diâmetro ideal. Considerando. os. efeitos. da. adubação. sobre. a. circunferência do caule e espessura da casca da seringueira, inúmeros trabalhos têm sido conduzidos na Malásia, tais como o de Haines & Crowther (1940), que obtiveram um acréscimo de 8,0cm na circunferência do caule da seringueira com a aplicação da dose mais elevada de fósforo (P 2 0 5), antecipando o início da sangria por um período de aproximadamente 2 anos. Avaliações. do. desenvolvimento. de. seringueira. na. Malásia, em Latossolo Amarelo, com cobertura de leguminosa, mostraram que incrementes de circunferência foram alcançados com aplicação de nitrogênio e fósforo, somente até quatro anos após o plantio. Para o potássio, não foi observada resposta até cinco anos após o plantio. Resultado semelhante foi observado também. na. Índia,. quando. quatro. diferentes. clones. foram. submetidos a diferentes níveis de fertilizantes (Kalam, 1970; Pannoje & Potty, 1975; Syvanadian et ai., 1975). Syvanadian. et. a 1.. ( 1975). observaram. que. a. necessidade de K para a seringueira pode variar de acordo com o seu estádio de desenvolvimento.. A carência desse nutriente. durante a fase de crescimento pode limitar a atividade da área foliar e reduzir a atividade fotossintética das folhas, resultando em um. incremento. mais. lento. do. diâmetro. do. caule,. e. consequentemente, demorando mais tempo para atingir o tamanho ideal para sangria. Por outro lado, Ananth et ai.. (1966) encontraram. resposta negativa do K relacionado aos parâmetros de crescimento de seringueiras jovens cultivadas em solos lateríticos derivados de rochas graníticas..

(27) 15. Reis. et. ai.. (1984b),. estudando. a. influência. da. adubação N, P e K sobre o desenvolvimento da seringueira em solos do Sul da Bahia, observaram que o nitrogênio e o potássio não apresentaram efeito sobre o desenvolvimento do tronco da seringueira. Por outro lado, as doses de fósforo responderam de forma quadrática sobre o desenvolvimento do tronco, alcançando incrementes máximos com 26kg ha- 1 de P20s no 1 º- ano; 45kg ha- 1 no 2º-, 3 º- e 4º- anos e com 112kg ha- 1 de P20s no 5 º- ano. Berniz (1987), avaliando o efeito de três níveis de NPK durante 3 anos de observação, verificou que a aplicação de nitrogênio não contribuiu para o incremento da circunferência do caule, espessura da casca e altura da planta de seringueira jovem. Por outro lado, a adubação fosfatada apresentou efeito linear para a altura da planta no primeiro ano, circunferência do caule no primeiro, segundo e terceiro ano e espessura da casca no segundo e terceiro anos. Reis & Cabala Rosand (1988), avaliando a eficiência de fertilizantes nitrogenado, fosfatado e potássico aplicados nas fases de pré e pós-sangria de seringais cultivados em. Latossolo. vermelho amarelo no Sul da Bahia, observaram que a dose de 1 90kg ha- de P2Os é a mais indicada do ponto de vista econômico,. promovendo o incremento da circunferência do tronco até o décimo ano e elevando a produtividade. em. mais. de. 90%,. quando. comparado com os tratamentos que não receberam adubação fosfatada. Por outro lado, a aplicação de nitrogênio, potássio, calcário. dolomítico. e. micronutrientes. não. influenciaram. o. incremento da circunferência do tronco da seringueira. Kitamura (1992) observou que a aplicação de fósforo na forma de superfosfato triplo aumentou a circunferência do tronco da seringueira apenas no quinto ano,. e os demais. nutrientes não influenciaram no incremento da circunferência do tronco nos primeiros cinco anos após o plantio da seringueira. Reis (1992), estudando a influência do fracionamento e método de aplicação de fertilizantes no desenvolvimento da.

(28) 16. seringueira, observou que nos resultados da circunferência do tronco da seringueira,. em função dos fracionamentos e dos. métodos de aplicação dos fertilizantes, não demonstraram nenhum efeito significativo, durante os seis primeiros anos de idade.. 2.4.3. Na Concentração de Nutrientes na Folhas. Chapman (1941) relatou pela primeira vez o uso do conteúdo de nutrientes nas folhas como um indicativo da absorção de nutrientes pela seringueira.. Shorrocks (1962) formulou os. procedimentos padrões para a coleta de amostras foliares em seringueira para análise químicas. posteriores. Trabalhos. relataram. métodos. de. amostragens e interpretação em relação as características das plantas e condições de crescimento para os diferentes clones de seringueira (Guha & Narayanam (1969); Pushparajah & Tan (1972). Beaufils (1957) observou que a concentração de N,P e K nas folhas diminui com a idade das plantas, enquanto que o Ca e Mg tenderam a aumentar. Reis et ai. (1984a), estudando a influência da calagem e adubação N, P e K sobre a produção da seringueira no Sul da Bahia,. observaram que o clone Fx 2261 apresentou maiores. concentrações de P, Ca. ++. e. ++. Mg. nas folhas quando comparado. com o clone Fx 3899, que, por sua vez, apresentou concentrações mais elevadas de K. Kitamura (1992) verificou que a adubação nitrogenada aumentou a concentração de N nas folhas no terceiro ano e a concentração do P no terceiro e quinto anos, enquanto que a concentração de Mg. ++. diminuiu no segundo ano.. A adubação. fosfatada proporcionou um aumento na concentração de Ca nas folhas no segundo e quarto anos. A adubação potássica aumentou a concentração de potássio nas folhas no quarto e quinto anos e.

(29) 17. diminuiu a de Mg no primeiro e terceiro anos e do Ca no segundo ano. Joseph et ai.. (1993), estudando a formulação de. normas através do DRIS para a seringueira no Sul da Índia, observaram relações de variância altamente significativas do Mg, mostrando o papel direto deste elemento na produção de látex.. 2.4.4. Na Produção de Borracha Seca O objetivo da aplicação de fertilizantes nos seringais em. formação. é. acelerar. o. seu. desenvolvimento. e,. consequentemente, antecipar o início da explotação bem como manter as plantas vigorosas a fim de garantir satisfatórios níveis de produção de látex. Mainstone (1963) mencionou que o efeito residual do fósforo aplicado desde o inicio do plantio até o fim da fase de desenvolvimento propicia uma produção de borracha duas vezes maior que aquele que somente recebeu baixas doses de fósforo nos primeiros anos depois do plantio. Pushparajah et ai. (1971), avaliando a necessidade de nutrientes da seringueira quando submetida a diferentes tipos de estimulantes e quantidades diferentes de fertilizantes NPK e Mg, observou que a quantidade de nutrientes exportados foi maior quando se aplicou o Ethephon (10%). As quantidades de N,P,K e Mg explotados foram 14, 5, 14 e 2kg/ha/ano a mais, em relação às da testemunha, mostrando que a estimulação pode levar a uma depreciação do estado nutricional. das. plantas.. As plantas. estimuladas com ethrel a 10% apresentaram um acréscimo de produção da ordem de 1150kg de borracha seca/ha/ano comparada com as plantas não estimuladas. Reis et ai. (1984a), mencionaram que a redução nos níveis de produção em plantas estimuladas é decorrência de limitações. de. ordem. nutricionais,. que. podem. ser. evitadas.

(30) 18. aplicando maiores doses de adubos, admitindo-se, portanto, que, pl!3ntas estimuladas requerem, para manter elevados níveis de produção, maiores doses de nutrientes. Reis et ai. (1984a), estudando a influência da calagem e adubação N, P e K sobre a produção da seringueira no Sul da Bahia, observaram que embora os tratamentos com a adubação e calagem e a combinação de ambos não tenham apresentado efeitos estatisticamente significativos na produção, os níveis de produção alcançados em parcelas relativamente grandes foram bastantes elevados em relação a produção média anual da região, evidenciando. a. importância. da. adubação. entre. as. práticas. agronômicas recomendadas para esta cultura. Em geral, plantas que apresentam maior capacidade fotossintética demandam maior consumo de nutrientes para o seu desenvolvimento. e. reprodução.. O. consumo. destinados à formação dos diferentes órgãos. de. nutrientes. da seringueira é. muito elevado quando comparado com a quantidade de nutrientes exportados no látex. Para cada tonelada de borracha seca produzida, são exportados aproximadamente 7,5kg de N; 3,0kg de P 2 0 5 e 6,0kg de K2O.. Seringueiras com idade média de 17 anos apresentam. consumo médio anual de 293g de N; 29g de P; 1259 de K; 46g de Mg; 1789 de Ca e 36g de S.. Esses dados mostram que os. elementos P e S são os requeridos em menores quantidades, enquanto que o N, Ca e K são requeridos em maiores quantidades (Miranda et ai., 1975) Para. uma. produção. de. 2.600kg. de. borracha. seca/ha/ano em plantio com sangria estimulada, com ethephon a 10%, as quantidades de nutrientes anualmente removidos com a exportação do látex foram de 23,9kg/ha de N, 7,2kg/ha de P, 22,3kg/ha de K e 4,1kg/ha de Mg, enquanto que tratamentos não estimulados,. com. uma. produção. de. 1390. kg. de. borracha. seca/ha/ano as quantidades de nutrientes removidos no látex.

(31) 19. foram de 9,4 kg/ha de N, 2,3 kg/ha de P, 8,3 kg/ha de K e 1,7 kg/ha de Mg (Rubber Re:search I nstitute of Malaya, 1972). Através. do. Sistema. Integrado. de. Diagnose. e. Recomendação (DRIS), diversos autores têm elaborado relações entre os macronutrientes, com o objetivo de diagnosticar os nutrientes limitantes e recomendar adequada fertilização para aumentar a produção. Beaufils. (1957). estabeleceu. relações. para. os. nutrientes N,P e K sob condições do Vietnã, encontrando valores considerados adequados em torno de 12,7-16,1 (N/P); 3,4-4,3 (N/K) e 3,4-4,3 (K/P). Para as condições da Malasia, Fallows (1961) fixou valores em torno de 13,0-17,2 (N/P); 1,9-3,1 (N/K) e 4,7-7,1 (K/P). Comparando os resultados acima com os de Joseph et ai. (1993), obtidos em solos da Índia, observa-se que o valor médio de N/P (13,87) está dentro da faixa de valores encontrados para as outras duas regiões. Para as relações N/K (2, 73) e K/P (5,26) os valores encontrados na Malásia e na Índia ficaram bem próximos, enquanto que, os valores de N/K e K/P encontrados no Vietnã foram mais altos e baixos respectivamente, fato ocorrido, possivelmente, devido o baixo conteúdo de K nas folhas. Como os solos do Vietnã são Oxisols derivados de rochas basálticas ricos ++. em Mg , isto pode levar a uma baixa absorção de K pela seringueira. Vários trabalhos desenvolvidos tem evidenciado que ++ /P alto conteúdo de P e baixas relações Mg. e. Mg. ++. estão associados com a boa estabilidade do látex. desempenha. importante. papel. no. metabolismo. ++. + ca /P O. ++. Mg. dos. vasos. laticíferos e na estabilidade do látex (Beaufils, 1957;. Yip &. Gomez, 1980). Bataglia & Cardoso (1987), comparando seringais com diferentes níveis de produtividade, verificaram que os nutrientes que possivelmente mais contribuíram para essas diferenças foram. o N e o K..

(32) 20. Reis &. Rosand (1988),. avaliando a eficiência dos. fertilizantes aplicados nas fases pré-pós sar.gria da seringueira, observaram que o fósforo foi o nutriente que proporcionou maiores respostas no desenvolvimento da circunferência do tronco e na produção de borracha.. 2.5.. Composição do Látex da Seringueira. O látex da seringueira é um líquido de aspecto leitoso, de função desconhecida na planta. É considerado um citoplasma de um sistema de células anastomosadas que é especializado na síntese do cis-polisopreno. Este contém de 25 a 50% de matéria seca, das quais 90% é composta de borracha. É obtido através da sangria (incisão na casca) em árvores do gênero Hevea,. em. especial de Hevea brasi/iensis (Webster & Paadekooper, 1989). Autores como D'auzac & Jacob (1989), Webster & Paadekooper (1989), relataram que o látex é um sistema coloidal polifásico que, quando submetido a ultracentrifugação, pode ser dividido em até onze fases, das quais as principais são: a). Uma. fase. leve,. constituída. essencialmente. de. borracha (hidrocarboneto isoprênico), responsável por cerca de 37% do volume total; b) Uma fase aquosa, límpida, denominada de soro citoplasmático ou soro C, que representa cerca de. 48% do. volume total; c) Uma fração de fundo, pesada, denominada de soro de sedimentação ou soro S que representa cerca de 15% do volume. total,. constituído. por. diversas. partículas,. sendo. as. principais os lutóides que são vesículas ou vacúolos envolvidos em uma membrana frágil, semi-permeável e que contém em seu interior um líquido denominado soro B, com pH em torno de 5,5 constituído de proteínas de alto ponto isoelétrico, enriquecidas de +. ++. cátions divalentes (Mg + e Ca ), sendo capaz de provocar a floculação das partículas de borracha quando liberados;.

(33) 21. d) As partículas de Frey-Wyssling, que constituem um percentual reduzido em relação ao volume total (1-3%), composta de carotenóides e lipídeos e cuja função ainda não foi esclarecida. São encontrados em seu interior, polifenol oxidases, que podem reagir com substrato do citosol e o oxigênio do ar, com reflexos· no mecanismo de fluxo do látex. 2. 6.. Controle do Metabolismo do Látex. Conforme descrito por Condurú Neto (1987) e Castro (1990),. a sacarose, o pH,. cátions divalentes como cálcio e. magnésio, grupos tióis são alguns dos fatores que atuam na regeneração do látex. A sacarose é o carboidrato predominante transportado na seiva do floema, em direção aos drenes da planta. O teor de sacarose no látex é função, por um lado, da velocidade de suprimento desse carboidrato e, por outro, da velocidade de sua utilização celular na glicólise. O. pH. do. citosol. é. responsável. pela. regulação. metabólica no látex, e, ligeiras oscilações nesse fator podem alterar profundamente a atividade de certas enzimas chaves. ++. Cátions divalentes, em especial os teores de Ca Mg. ++. e. , e sua compartimentação atuam na atividade de enzimas. chaves do metabolismo, como é o caso da fosfoenolpiruvato carboxilase e da piruvato quinase. Os tióis ou principalmente. pela. grupo. glutationa,. R-SH,. representados. cisteína. e. no. metionina,. látex são. ativadores fisiológicos de reações importantes mediadas pelas enzimas piruvatos quinase, invertase e 3-hidroxi 3-metil glutaril Coenzima A redutase (HMGCoA redutase) (Jacob & Prevot, 1989)..

(34) 22. 2. 7.. Descrição e Significado dos Parâmetros Fisiológicos do Láti'.!x Relacionados com a Produção 2. 7 .1. Parâmetros Fisiológicos do Látex Relacionados com o Fluxo. A causa principal da paralisação do fluxo do látex é a. obstrução das extremidades cortadas dos vasos laticíferos. Blocos formados de partículas de borracha e lutóides danificados, com grande quantidade de proteínas com cargas positivas, prótons. e. cátions divalentes, formam os microflocos, provocando a obstrução na região do corte. Este fenômeno é causado pela neutralização das. cargas. negativas. das. membranas. dessas. partículas. de. borracha e por ação simultânea de vários fatores (D' Auzac, 1988b; Jacob et ai., 1995b). Um dos fatores mais importantes é, provavelmente, a liberação de soro dos lutóides (que contém cátions divalentes +. ++. como o Ca + e Mg positivamente partículas. de. ,. ácidos orgânicos,. proteínas carregadas. e várias hidrolases) e também Frey-Wyssling. que. inclui. o conteúdo de. polifenol-oxidase. que. podem reagir com o substrato do citosol e o oxigênio do ar. Os lutóides. e. as. partículas. de. Frey-Wyssling. são. praticamente. degradados no momento da sangria (Jacob et ai., 1989b). Dentre os principais parâmetros fisiológicos do látex ligados ao mecanismo de fluxo, Jacob et ai., 1989a, relatam a importância do extrato seco. (ou conteúdo de sólidos totais),. presença de tióis (grupos R-SH) e teores de magnésio. De acordo com os mesmos autores, outras conclusões podem ser extraídas tais como: o conteúdo de borracha seca (Dry Rubber Content, DRC) contribui com mais de 90% do conteúdo de sólidos totais (Total Solid Contents, TSC) do látex.. Este valor é muito alto. quando comparado com o TSC das células vegetais em geral. Altos valores de TSC pode limitar a produção e mais precisamente o fluxo devido a elevada viscosidade do látex..

(35) 23. Os tióis no látex consistem de cisteína, metionina e principalmente. glutationa.. A. presença. dessas. moléculas. é. indispensável em todas as células, uma vez que, são capazes de neutralizar várias formas de oxigênio tóxicos que são considerados produtos resultantes de algum aprisionam. as. formas. compartimentação. metabolismo celular.. tóxicas. celular. do. de. oxigênio,. látex,. e. Os tióis. protegendo. portanto,. o. a. perfeito. funcionamento dos vasos laticíferos, em particular o fluxo durante a sangria. Isso evidencia a existência de alta correlação positiva entre o conteúdo de tióis e a produção (Jacob et ai.,. 1989;. D' auzac & Jacob, 1989). O magnésio é compartimentado no látex e acumulado nos lutóides. Uma análise geral do Mg ser interpretada,. uma vez que,. ++. é, portanto, mais difícil de. este desempenha papel mais. complexo e em algumas situações, papéis opostos. Com respeito ao fluxo, as cargas eletronegativas de partículas de borrachas responsáveis neutralizadas. pela. estabilidade. pelo. +. Mg +_. Este. coloidal. do. látex. cátion é liberado. podem em. ser. grande. quantidade quando os lutóides são degradados, implicando numa efetiva paralisação do fluxo. Clones como AVROS 308 ou GT 1, cujo. látex. tem. um. alto. conteúdo. de. ++. Mg ,. freqüentemente. apresentam coagulação no momento do corte (D'auzac & Jacob, 1989).. 2. 7.2. Parâmetros Fisiológicos do Látex Associados com a Regeneração do Tecido Laticífero Um baixo valor do conteúdo de sólidos totais (TSC) pode indicar uma discreta regeneração in situ do isopreno, que normalmente é, ou pode tornar-se, um fator limitante na produção. Em casos de explotação intensiva, parâmetro. indicam. uma regeneração. sangrias. Por outro lado,. os valores baixos desse insuficiente. entre. duas. elevado valor do TSC pode indicar.

(36) 24. efetiva. regeneração,. chegando. aos. extremos,. provocando. distúrbios no fluxo devido o aumento da viscosidade do l::'ttex. (Jacob et ai., 1989b; Jacob et ai., 1995b). Elevado conteúdo de sacarose no látex pode indicar um bom suprimento desse fotossintetizado nos vasos laticíferos que pode ser acompanhado por um metabolismo ativo. Por outro lado, alto conteúdo de sacarose no látex pode também indicar baixa. utilização. metabólica. deste. açúcar,. e. portanto,. baixa. produção de látex. Como exemplo, a sacarose tende a se acumular quando a regeneração in situ é completada e, consequentemente, ocorre. diminuição. no. metabolismo. dos. vasos. laticíferos.. Exploração excessiva pode causar uma diminuição no conteúdo de açúcar correlacionado ao esforço biológico exigido pela planta. É evidente que, nesse caso a sacarose torna-se um fator limitante na produção. Além disso, se a explotação é excessiva e contínua as plantas poderão apresentar um secamente. do painel,. e,. portanto, uma certa degradação dos sistemas laticíferos e seu metabolismo (Jacob et ai., 1989b). Conforme descrito por Sá (1991), o valor do pH medido no látex fresco é aquele encontrado no compartimento do citosol, onde se desenvolve a maior parte dos processos de síntese de borracha. A alcalinização do meio ativa a glicólise, particularmente através da invertase que catalisa o ponto chave no metabolismo dos laticíferos,. e que é extremamente sensível. a variações. fisiológicas do pH. Correlações positivas altamente significativas têm sido encontradas entre pH e produção sob certas condições. Tem sido amplamente aceito também que baixo valores de pH corresponderá fraco catabolismo dos glucídeos, fraca síntese do isopreno,. e,. portanto,. baixo. conteúdo. de. borracha. e baixa. produção de látex. O teor de fósforo inorgânico (Pi) no látex pode refletir seu · metabolismo de energia,. contribuição no catabolismo de. sacarose, na síntese de nucleotídeos envolvidos na transferência de energia (em particular fosfato de adenosina) ou acarreta.

(37) 25. redução de potencial NADPH ,para a produção de ácidos nucleicos e, evidentemsnte, para síntese isoprênica. Isto pode derivar in situ da hidrólise da molécula fosforilada e acima de tudo da fosfatase inorgânica. (PPi). produzida. pela. transferase. da. borracha. responsável pelo alongamento de cadeia de polisopreno ( Jacob et ai., 1989b). O conteúdo de magnésio no látex é,. geralmente,. analisado sem levar em consideração a sua distribuição entre o citosol e o soro intralutóide onde este se acumula e devido a essa compartimentação, pode desempenhar papéis diferentes, ou até mesmo papéis opostos. O Mg. ++. é um ativador indispensável no. funcionamento de numerosas enzimas no látex tais como: ATPase em geral; transferase, PEPcarboxilase e pirofosfatase ( Jacob et ai., 1989b). ++. O Mg. é também um inibidor de outras enzimas como. a invertase e fosfatase ácida relacionada com o fosfato de nucleotídeos. Esta diversidade de função do magnésio resulta em fenômeno de equilíbrio, e é de se esperar uma relação complexa com a produção. Alguns autores têm encontrado uma relação ++. inversa significativa entre o conteúdo de Mg. e a produção, ++. enquanto outros têm observado relação direta entre o Mg. e a. produção. Entretanto, estudos posteriores tem demonstrado que o ++. papel do Mg. como um ativador de enzimas do citosol supera a. sua função desestabilizadora. Pode-se considerar que o Mg refletir. ++. pode. ativação ou diminuição da atividade metabólica, mas. através de um processo menos perceptível e mais complexo do que o fósforo inorgânico ( Jacob et ai., 1989b). Os Tióis ou grupos R-SH, representados no látex pela cisteína,. metionina. e. principalmente. pela. glutationa,. são. ativadores fisiológicos de reações importantes, mediadas pelas enzimas piruvato quinase, invertase e HMGCoA redutase. Atuam também na proteção das membranas das organelas do látex retendo as formas tóxicas de oxigênio e portanto promovendo a estabilidade. coloidal. e. o. fluxo.. A. deficiência. de. tióis.

(38) 26. provavelmente afetaria a compartimentação celular e a atividade metabólica conduzindo a um mau funcionamento dos laticíferos e portanto diminuindo a produção (Jacob et ai., 1988a).. 2.8.. Diagnose Fisiológica do Látex e Produção da Seringueira 2.8.1.Correlações lnterparamétricas. De acordo com as condições biológicas do meio, alguns desses parâmetros como a sacarose, o fósforo inorgânico, os tióis, o pH do citosol e o conteúdo de borracha seca podem desempenhar papéis. antagônicos.. Para. demonstrar as. bases. sólidas de uma diagnose do látex, Jacob, et ai., 1989b relataram que é necessário examinar as relações interparamétricas, se possível conjuntamente, ligando esse critério com a produção, podendo essa relação ser ou não significativa. Um grande número de fatores estão envolvidos neste contexto, que pode variar de acordo com as condições ambientais e com as características genéticas do próprio clone, tanto podendo revelar como esconder ou mascarar a ligação com a produção. Trata-se de um fenômeno complexo, mas a demonstração de um relacionamento entre esses parâmetros é sempre útil e freqüentemente pode detectar um problema. Essa abordagem pode ser caracterizada através das seguintes correlações. Correlação. positiva. do. teor. de. sacarose. com. o. conteúdo de sólidos totais que pode ser avaliado através da %DRC - Elevado conteúdo de sacarose corresponde a um elevado teor de sólidos totais. Isso evidencia que provavelmente o abastecimento de sacarose para as células dos laticíferos é um fator limitante na regeneração. Plantas sangradas em espiral completa e a posição do corte. efetuado. na. base. fenômeno (Jacob, et ai., 1989b). do painel. podem. explicar. este.

(39) 27. entre TSC,. Correlação positiva. e produção -. É. evidente que a produção tem uma relação direta e posi!iva com o TSC.. Baixo conteúdo de sólidos totais é acompanhado por uma. baixa produção e vice-versa. refletida pelo. Em outras palavras, regeneração,. TSC é capaz de limitar a produção (Jacob, et ai.,. 1989b). Correlação. positiva. tióis. entre. relacionamento entre esses parâmetros. foi. e. produção.. confirmado. O. pela. observação desta correlação. Baixa produção corresponde a um baixo conteúdo de tióis e vice versa. O baixo conteúdo de tiol não é suficiente para proteger compartimentação efetivamente. O conhecimento das correlações interparamétricas e das correlações entre os parâmetros e a produção,. torna-se. possível determinar os fatores comumente limitantes da produção sob certas condições. Do ponto de vista prático,. é possível,. através de. adaptação de sistema de exploração como tipo de sangria, intensidade de sangria, época de aplicação e concentração de estimulantes,. recomendar. soluções. que. podem. reduzir. ou. eventualmente eliminar os fatores limitantes em desequilíbrio pela análise dos parâmetros fisiológicos, levando a otimização da produção.. 2.9.. Avaliação. do. Estado. de. Sub-Exploração. ou. de Super-Exploração da Seringueira. Conforme descrito por Jacob et ai. (1989), a aplicação industrial da diagnose do látex para determinar se as plantas estão bem exploradas, sub ou super-exploradas, necessita dos valores limiares fixos para os parâmetros diagnósticos do látex. Deve-se, todavia, ser observado que os valores de parâmetros brutos são todos relativos e freqüentemente dependem dos clones.. É, portanto,. necessário ter informações sobre as.

(40) 28. médias neste respeito. Adicionalmente, o sistema de explotação deve se:r levado em consideração. e correções devem ser feitas,. se necessário, para compensar a variação sazonal. A tabela 1 mostra um exemplo do procedimento usado e os valores limitantes propostos para os parâmetros fisiológicos do látex para o clone GT 1 (Jacob et ai., 1989b). Super-exploração implica em baixo pH do citosol do látex (<6,80), refletindo em distúrbios metabólicos, seguido por uma alta demanda dos tecidos laticíferos.. Este fenômeno é. acompanhado provavelmente por uma certa descompartimentação celular confirmada por um alto potencial redox. O TSC, refletindo um anabolismo isoprênico,. é. logicamente baixo (<30,00%). Em. casos extremos todavia,. mal. funcionamento dos laticíferos,. conduz a um leve aumento no TSC, resultando sérios problemas de translocação de água (Jacob et ai., 1989b). Baixo conteúdo de sacarose no látex (<5,00 mM), provavelmente é indicação de fornecimento limitado (esgotamento do estoque e/ou fenômeno de translocação ativa). A fase final da super-explotação é acompanhada por um aumento do conteúdo de açúcar (sacarose), indicando a paralisação do metabolismo nos laticíferos esgotados. Alto conteúdo de P-inorgânico no látex (>20,00mM) deve indicar hidrólise ativa do PPi e éster fosforilases e/ou a pobre ou ineficiente utilização desse fase. final. da. super-explotação;. ânion no metabolismo na. Estes. níveis. diminuem. em. correlação com a atividade metabólica mencionada acima. O conteúdo de Mg. ++. comporta-se de maneira similar ao. fósforo inorgânico para as reações fisiológicas descritas acima. Da mesma forma que Pi, valores excessivamente altos de tióis (>O,90mM) indicam que o metabolismo tem sido desviado deste caminho. metabólico.. encontrados, oxidativa.. Baixos. provavelmente. valores. como. podem. resultado. da. também. ser. degeneração. No caso de super-exploração, o secamente de painel. que se desenvolve é a prova mais evidente da existência de.

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