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Prevalência de entorses de tornozelo em praticantes de voleibol na cidade de Tubarão - SC

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Academic year: 2021

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PREVALÊNCIA DE ENTORSES DE TORNOZELO EM PRATICANTES DE VOLEIBOL NA CIDADE DE TUBARÃOSC

Felipe Farias Goulart**

Resumo: Introdução: Qualquer atividade física está sujeita a algum tipo de lesão, seja

ela por lazer ou competitiva. O voleibol, um dos esportes mais praticados no mundo e com um limitado contato físico, possui alta incidência de lesões. Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi investigar a prevalência de entorses de tornozelo em praticantes de voleibol, na cidade de TubarãoSC. Método: Participaram da pesquisa 80 praticantes de voleibol, sendo 33 do sexo feminino e 47 do sexo masculino, que responderam a um questionário contendo perguntas fechadas e abertas. Resultados: Os resultados obtidos nos mostram que 60% (n=48) dos praticantes de voleibol já sofreram lesão de entorse no tornozelo e que 98% (n=47) foi por inversão. Conclusão: Podemos concluir que a prevalência de entorse de tornozelo no voleibol é alta, e que um dos mecanismos de proteção como a tornozeleira é pouco utilizado entre os praticantes, porém os entrevistados afirmaram realizar como forma de prevenção o aquecimento, alongamento e outras atividades físicas como a musculação, corrida e treinamento funcional, entre as mais citadas.

Palavras-chave: Entorses, Tornozelo, Voleibol.

Abstract: Introduction: Any physical activity is subject to some type of injury, be it

leisure or competitive. Volleyball, one of the most practiced sports in the world and with limited physical contact, has a high incidence of injuries. Objective: The objective of this research was to investigate the prevalence of ankle sprains in volleyball practitioners in the city of TubarãoSC. Method: Participated in the study of 80 volleyball players, of which 33 were female and 47 were male, who answered a questionnaire containing closed and open questions. Results: The results showed that 60% (n = 48) of volleyball players already suffered an ankle sprain injury and that 98% (n = 47) was inversion. Conclusion: We can conclude that the prevalence of ankle sprain in volleyball is high, and that one of the protection mechanisms, such as ankle brace, is little used among the practitioners, but the interviewees affirmed that they perform heating, stretching and other physical activities Such as bodybuilding, running and functional training, among the most cited. Keywords: Sprains, Ankle, Volleyball.

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Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação da Universidade do Sul de Santa

Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel. Orientador: Prof. : Ana Cristina da Silva Mendes Huber, Mestre em Ciências da Saúde. Tubarão, 2017.

Acadêmico do curso Educação Física Bacharelado da Universidade do Sul de Santa Catarina.

felipe_fariastb@hotmail.com 1 INTRODUÇÃO

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O voleibol segundo Bizzocchi (2013), foi criado por William George Morgan em 1895 nos EUA, sendo reconhecido mundialmente após a segunda Guerra Mundial, tornando-se modalidade esportiva nas olimpíadas de Tóquio em 1964 e hoje está entre os esportes mais populares do mundo.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério do Esporte (2015) o voleibol é o segundo esporte preferido, sendo praticado por 21,4% das pessoas que fazem atividade física, perdendo somente para o futebol. Nas três ultimas décadas tivemos um considerável aumento na prática desta modalidade, motivado, pelas importantes conquistas no cenário internacional e por influência dos meios de comunicação.

Apesar do baixo contato físico com o adversário, o voleibol apresenta uma grande incidência de lesões, principalmente no tornozelo, joelho, ombros, mãos e coluna vertebral. (FARINA, 2008).

De acordo com Fortes e Carazzato (2008), no voleibol a zona de ataque é onde ocorre a maior parte das lesões por entorses de tornozelo, pois durante a aterrissagem de um bloqueio, um ataque ou um levantamento com salto, os atletas podem cair com um dos pés mal posicionado no solo, sobre o(s) pé(s) do companheiro ou do adversário, acarretando sérias consequências.

Existem dois mecanismos de entorse, por eversão (pronação) e inversão (supinação). Segundo Perrin (2008) o ligamento colateral medial (deltoide) é mais forte do que os três ligamentos laterais (ligamento talofibular anterior, ligamento calcaneofibular e ligamento talofibular posterior), dispostos lateralmente, o entalhe criado pela fíbula estende-se mais distalmente do que a tíbia. Esses fatores limitam a eversão e são responsáveis pela alta incidência de entorses no tornozelo por inversão.

Farina (2008) salienta que os praticantes de voleibol que costumam aquecer, alongar e utilizam alguma proteção para o tornozelo bem como um calçado adequado, tendem a ter menos chances de ter lesão no tornozelo e mais tempo em atividade com o voleibol.

Sendo assim o presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência de entorses de tornozelo em praticantes de voleibol, na cidade de TubarãoSC.

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Verificar a prevalência de entorse em praticantes de voleibol;

Verificar se o praticante de voleibol utiliza alguma proteção para o tornozelo; Verificar se o praticante de voleibol realiza aquecimento antes do jogo; Verificar se o praticante de voleibol faz alongamento antes e após o jogo; Verificar o tempo semanal da prática de voleibol;

Verificar se além do voleibol, o praticante realiza alguma outra atividade física.

2 METODOLOGIA

2.1 TIPO DE ESTUDO.

A presente pesquisa é do tipo epidemiológica, com delineamento transversal.

2.1.1 População do estudo.

A população estudada foi composta por 100 praticantes de voleibol, com idades entre 18 e 60 anos, de ambos os sexos, do município de TubarãoSC.

2.1.2 Amostragem.

Para a coleta de dados foi utilizado programa OPEN EPI, versão online, com 50% de prevalência, perfazendo um mínimo de 80 praticantes de voleibol, com intervalo de confiança de 95%.

2.1.3 Critérios de inclusão e exclusão.

Foram inclusos, os praticantes de voleibol, com idades entre 18 e 60 anos, de ambos os sexos, que residiam no município de TubarãoSC e que se disponibilizaram a responder ao questionário, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE (APÊNDICE A).

Foram excluídos os participantes que, não preencheram corretamente o questionário, e que tinham algum comprometimento mental, que impossibilite a sua participação.

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2.2 MÉTODO DE COLETA DE DADOS.

A coleta dos dados foi realizada nos ginásios particulares e municipal, onde ocorreu a prática do esporte, com grupos aleatórios que não tinham orientação de um profissional de educação física. Os praticantes de voleibol foram convidados para participarem do estudo através da apresentação do tema do estudo e do instrumento de pesquisa no local e horário de jogo. Após esta abordagem, os praticantes foram convidados a lerem e assinarem o TCLE, para posteriormente responderem ao questionário proposto para a coleta de dados.

A coleta de dados foi feita com a aplicação de um questionário (APÊNDICE B), elaborado pelo autor, com perguntas fechadas e abertas, sobre o tempo de prática do voleibol, qual posição que joga em quadra, se realiza aquecimento, alongamentos antes e após o jogo, se já teve entorse, se fez algum tratamento médico, quanto tempo ficou afastado em função da lesão, se utiliza alguma proteção durante a prática e se faz outra atividade física.

Os dados coletados foram inseridos em uma tabela do excel e tratados estatisticamente de forma descritiva.

2.3 ASPECTOS ÉTICOS.

Foi solicitada a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), de acordo com a Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, para dar-se início a coleta de dados.

Esta pesquisa teve sua aprovação sob o número do parecer 2.044.776, (ANEXO A).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa foi composta por praticantes de voleibol residentes em TubarãoSC, sendo os dados coletados nos ginásios particulares e municipal, onde realizavam a prática do esporte, foram 80 participantes, 41,3% (n=33) do sexo feminino, com idades entre 19 e 58 anos e 58,7% (n=47) do sexo masculino, com idades entre 18 e 49 anos. A média de idade foi de 28,2 anos (DP 7,7).

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A tabela 1 abaixo apresenta o perfil dos praticantes de voleibol quanto à prática esportiva.

Tabela 1 – Perfil dos praticantes de voleibol quanto à prática esportiva.

Variáveis Total (n) Total (%)

Tempo de prática Até 6 meses 6 meses a 1 ano 1 ano 7 2 71 8,8 2,5 88,7 Horas semanais Até 1 hora Duas horas  2 horas 12 23 45 15 28,7 56,3

Posição em que joga

Libero Levantador Atacante

Faz todo o rodízio jogando em todas as posições

3 14 36 27 3,8 17,5 45 33,7

Realiza aquecimento antes de começar a jogar

Sim Não 67 13 83,7 16,3

Faz alongamento antes de começar a jogar

Sim Não 56 24 70 30

Após o jogo realiza alongamento Sim Não 23 57 28,7 71,3 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS (2017), devemos fazer pelo menos 150 minutos de atividades físicas de intensidade moderada ao longo da semana, ou fazer pelo menos 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa ao longo da semana, ou uma combinação equivalente de atividade de intensidade moderada e vigorosa. De acordo com atabela 1 podemos observar que mais de 85% dos participantes praticam voleibol a mais de 1 ano e que 56,3% jogam mais de 2 horas por semana.

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Quando questionados sobre a posição que joga quando estão praticando a modalidade, 45% afirmaram que são atacantes e 33,7% utilizam o rodízio 6x0, onde passam por todas as posições dentro de quadra.

Perguntados sobre o aquecimento, 83,7% realizam antes de iniciar, sendo que 70% dos entrevistados afirmaram que fazem alongamento antes do jogo, e que somente 28,7%, realizam alongamentos após a prática esportiva.

De acordo com Simas e Gonçalves (2012) o aquecimento realizado antes da prática esportiva ajuda na prevenção do surgimento de lesões, pois apresentam um aumento considerável da temperatura muscular, metabolismo energético, aumento da elasticidade muscular, aumento do fluxo cardiovascular, melhora da função do sistema nervoso central e recrutamento das unidades motoras neuromusculares.

O alongamento após o aquecimento e após o termino do jogo ajudam a aumentar a flexibilidade, diminuição de tensões musculares, relaxamento, contribui na coordenação, já que os movimentos se tornam mais soltos e ágeis, desenvolvimento da consciência corporal na medida em que o praticante focaliza a parte do corpo que está sendo alongada, ativação da circulação e previne lesões. (ACHOUR JÚNIOR, 2009).

Gráfico 1- Prevalência de entorses com os praticantes de voleibol na cidade de TubarãoSC.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O tornozelo é uma articulação uniaxial, do tipo gínglimo, em dobradiça onde realiza movimentos de dorsiflexão e flexão plantar. É formado por três ossos: tíbia, fíbula

60%

40%

Sim

Não

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e tálus, sendo composta por três articulações: talocrural, subtalar e tibiofibular. (FAIZ; BLACKBURN; MOFFAT, 2013).

O termo entorse é definido como uma lesão ligamentar traumática sofrida por uma articulação, devido a um movimento súbito que não chega a ocasionar luxação. (BELANGERO et al., 2010).

Os praticantes de voleibol que responderam ao questionário, afirmaram que já sofreram a entorse de tornozelo quando estavam praticando o voleibol, no total foram 60% (n=48).

Segundo Fortes Carazzato (2008), Santos, Piucco e Reis (2007) e Peres et al. (2014) o voleibol é caracterizado por uma grande quantidade de saltos repetitivos, como o defesa (bloqueio), armação de jogadas (levantamento, que pode ser executado em suspensão) e movimentos de ataques (saque e finalização das jogadas), com isso tem grande incidência de lesões, principalmente a entorse de tornozelo, que quase sempre ocorre na zona de rede, durante o contato tanto com um companheiro de equipe ou um adversário, ou na aterrissagem após atacar ou bloquear uma bola.

Peres et al (2014), salienta que a entorse é a lesão mais frequente no voleibol e o tornozelo a articulação mais acometida quando comparada com as outras articulações, correspondendo a quase 80% de todas as lesões.

Um dado importante ressaltado por Santos, Piucco e Reis (2007) é que a incidência de lesão de tornozelo no voleibol está entre 1,7 e 4,2 lesões por 1000 horas de jogo.

De acordo com Rodrigues et al. (2015) um dos motivos para a alta taxa de entorse, pode estar ligado a fatores como a altura, peso, histórico de lesão no tornozelo, gênero e a fadiga muscular que figura como um fator predisponente a lesão, pois em função da sua ocorrência há a redução da capacidade de gerar força principalmente em fases finais de jogo.

Para Figueiredo (2013), um dos motivos para a alta taxa de incidência de lesão também pode estar ligado a fatores intrínsecos (frouxidão ligamentar, força muscular, controle neuromuscular) e extrínsecos (calçado, a intensidade da atividade desportiva, tipo de piso e aquecimento).

A tabela 2 apresenta a média de entorses de tornozelo por praticantes de voleibol que obtiveram lesão.

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Variáveis Total de entorses (n) Média de entorse por praticante

Entorses tornozelo direito esquerdo 121 2,5 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Com o dado da tabela 2 podemos obervar que a entorse de tornozelo em praticantes de voleibol é alta, a média é de 2,5 entorses, tendo em vista que é o somatório de lesão obtidos no tornozelo direito e esquerdo, com o total de 121.

Figueiredo (2013) afirma que até um ano após a lesão de entorses, há fortes evidências dos praticantes de voleibol ter o dobro de chances daqueles que não tiveram entorse. Uma inadequada reabilitação é um fator de risco e uma das razões para as reincidências das entorses.

Para Barbanera (2012) após a ocorrência da entorse, os ligamentos do tornozelo e a cápsula articular podem se tornar frouxos e aumentar a instabilidade articular, o que favorece a recorrência das entorses em inversão.

Peres et al. (2014) e Figueiredo (2013) salientam que a instabilidade do tornozelo pode existir após uma ou mais entorses, sendo definida como a tendência do tornozelo a sofrer falseios, preferencialmente após as entorses do tipo grau II que muitas vezes se tornam instáveis.

O gráfico 2 mostra a prevalência de entorses quanto ao tipo de lesão.

Gráfico 2 - Tipo de lesão

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2%

98%

Eversão

Inversão

(9)

Quanto ao tipo de entorse, 98% afirmaram que sofreram a entorse de inversão, e que apenas 2%, foi por eversão.

De acordo com Perrin (2008) as entorses por inversão são mais comuns, devido á formação dos ossos e dos ligamentos da articulação. A lesão por inversão é a mais comum no voleibol, podendo ocorrer a lesão do ligamento talofibular anterior, da região antero-lateral da cápsula articular e do ligamento calcâneo fibular, com isso resultando em dor, amplitude de movimento diminuída e déficit da função física e a instabilidade, sendo esta considerada a maior consequência dessa lesão. (PERES et al., 2014)

De acordo com Farina (2008), a eversão é o tipo de lesão de menor ocorrência, porém, apresentam danos mais severos as estruturas comparadas aos danos causados pela inversão.

A tabela 3 apresenta o tratamento em função da lesão.

Tabela 3 – Tratamento da lesão

Variáveis fizeram tratamento (n) Praticantes que Total (%) Tratamento médico Sim Não 17 31 35,4 64,6

Qual tratamento médico

Gelo

Remédio para dor Anti-inflamatório Corticoide Bota ortopédica Gesso 16 13 12 4 3 2 32 26 24 8 6 4

Foi preciso fisioterapia

Sim Não 16 32 33,3 66,7

Tempo de afastamento em função da lesão Até 1 mês Até 2 meses  2 meses 36 7 5 75 14,6 10,4 Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

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Analisando a tabela 3, é possível notar que apenas 35,4% das pessoas procuraram ajuda médica. O principal tratamento médico utilizado foi o uso de gelo, remédio para dor, anti-inflamatório e imobilização. Quando lesionados, o afastamento das quadras foi de até 1 mês, correspondendo á 75% dos entrevistados que obtiveram entorses.

Para Oberlaender et al. (2010) a entorse por inversão corresponde à grande maioria dos casos e a severidade da lesão é comumente classificada em três graus que definem o prognóstico e protocolo de tratamento. Em grau 1- leve edema, limitação funcional mínima e estiramento ligamentar; grau 2- edema, equimose, limitação funcional moderada e lesão ligamentar; e grau 3- edema, equimose, impotência funcional, lesão ligamentar e fratura.

A grande maioria é tratada de forma conservadora utilizando o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão e elevação) que tem como objetivo recuperar o mais rápido possível uma lesão, minimizando a formação de edemas e aliviando a dor, o tratamento farmacológico (anti-inflamatórios), a imobilização e o tratamento cinesioterapêutico. (BARONI et al., 2010).

Segundo Oberlaender et al. (2010) a necessidade de exames complementares para a lesão de tornozelo baseia-se na suspeita de fraturas associadas, onde a realização de radiografias é indicada apenas quando houver dor em pontos ósseos específicos ou na impossibilidade do apoio do pé ao chão.

Oberlaender et al. (2010) ressalta que a entorse quando é de grau 3 e tem necessidade de cirurgia, tem como técnica a fixação simples por meio de parafusos, sendo utilizada comumente para ligar pequenos fragmentos ósseos, como por exemplo, os maléolos.

De acordo com a tabela 3, 33,3% das pessoas afirmaram que foi preciso fazer fisioterapia. No tratamento fisioterapêutico, os pacientes com entorses de tornozelo são divididos em três etapas: agudo, subagudo e crônico. Na fase aguda podem ser aplicados recursos de hipotermoterapia, laseterapia, eletroanalgesia e cinesioterapia passiva. Na fase sub aguda o uso de hipertermoterapia, técnicas de mobilização, cinesioterapia levemente resistida e propriocepção suave podem ser indicados. Na fase crônica a prevalência de ações mais dinâmicas e de maior exigência mioarticular, destacando-se os trabalhos com mobilizações complexas, cinesioterapia ativa resistida, propriocepção dinâmica e alongamentos musculares. (OBERLAENDER et al., 2010).

Para Belangero et al. (2010) e Baroni et al. (2010) apesar de a entorse ser comumente relacionada à lesão ligamentar, estruturas capsulares, tendinosas e

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musculares estão sujeitas a prejuízos tanto pelo trauma agudo de origem mecânica, quanto pelo desuso promovido pela imobilização.

De acordo com Belangero et al. (2010), estima-se que ocorra uma entorse a cada 10.000 pessoas por dia, sendo uma das lesões musculoesqueléticas agudas de maior acometimento na população mundial.

A tabela 4 apresenta a prevalência do uso de tornozeleira pelos praticantes de voleibol.

Tabela 4 – Proteção do tornozelo através do uso de tonozeleira.

Variáveis Nº de praticantes Total (%)

Uso de tornozeleira

Sim 12 15

Não 68 85

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Sendo a entorse de tornozelo uma das principais lesões no voleibol, somente 15% dos praticantes utilizam proteção com o uso de tornozeleira.

Os estabilizadores ou comumente chamados de tornozeleira, são equipamentos que contribuem na redução das lesões no tornozelo e pode ser incluída como estratégia de prevenção. No entanto, ao utilizar por um longo período sem fazer fortalecimento muscular pode ser ainda prejudicial. (FARINA, 2008)

De acordo com Farina (2008), atletas que utilizaram as tornozeleiras, associados a um programa de prevenção através de exercícios de propriocepção, tiveram significativamente índices menores de lesões e estas diferenças estão relacionadas em pessoas com história prévia de lesão.

O treinamento proprioceptivo ajuda na prevenção ou diminuir os sintomas da instabilidade no tornozelo, utilizado para trabalhar a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais. O treino proprioceptivo visa refortalecer a musculatura do tornozelo e dos ligamentos. (FIGUEIREDO, 2013)

O gráfico 3 apresenta a prevalência da prática de outras atividades esportivas.

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Fonte: Elaborado pelo autor, 2017

Verificou-se que 79% dos praticantes de voleibol, também fazem outra atividade esportiva.

Segundo VIGITEL (2016) que é o sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, a atividade física de intensidade moderada, equivalente a pelo menos 150 minutos por semana no tempo livre no Brasil, teve um crescimento onde em 2009 era de 30,3%, em 2016 alcançamos o número de 37,6%, sendo que a prevalência diminui com a idade, sendo mais frequente entre os jovens de 18 a 24 anos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS (2017) a atividade física regular de intensidade moderada - como caminhar, andar de bicicleta ou fazer esportes - tem benefícios significativos para a saúde, como melhora da aptidão muscular e cardiorrespiratória, melhora a saúde óssea e funcional, reduz o risco de hipertensão, doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, diabetes, vários tipos de câncer (incluindo câncer de mama e cólon) e depressão, reduz o risco de quedas, bem como fraturas de quadril ou vertebral e são fundamentais para o equilíbrio de energia e controle de peso.

A Organização Mundial de Saúde – OMS (2017) nos alerta que a insuficiência de atividade física é um dos principais fatores de risco para a mortalidade global e está a aumentar em muitos países, com isso afetando a saúde geral em todo o mundo. Sendo que as pessoas insuficientes ativas possuem de 20% a 30% maior risco de morte em comparação com pessoas ativas.

79%

21%

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Na tabela 5 podemos observar as atividades físicas mais praticadas além do voleibol.

Tabela 5 – Outras atividades físicas

Atividades físicas Número de praticantes

Musculação 25 Corrida 16 Treinamento funcional 15 Futebol 13 Ciclismo 6 Caminhada 5 Dança 2 Handebol 2 Basquete 1 Crossfit 1 Hidroginástica 1 Motocross 1 Natação 1 Pilates 1 Tênis 1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Analisando a tabela 5 podemos observar que, as atividades esportivas mais praticadas é a musculação, a corrida e o treinamento funcional.

A musculação é uma das modalidades de exercício mais praticadas em todo mundo. Ela é capaz de proporcionar vários benefícios ao nosso organismo, tais como o aumento da força, resistência muscular, massa muscular, redução da gordura corporal, além da melhora estética, autoestima, reabilitação e prevenção e contribui para a melhoria da saúde e qualidade de vida de seus praticantes. (SOUZA; MOREIRA; CAMPOS, 2015).

A participação popular em corridas de rua, no Brasil, tem aumentado significativamente nos últimos anos, com uma série de benefícios aos seus praticantes, tanta na parte física, quanto mental. (PAZIN, 2008). Segundo Farina (2008), as lesões também estão presentes em corredores de rua, irregularidades no terreno, como degraus e buracos, tipo de pisada, o uso de tênis inadequado, e o tempo de prática podem facilitar o acometimento de uma lesão quando não orientados por um profissional da área.

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De acordo com Farina (2008) o treinamento funcional é uma ferramenta que pode ser aplicado em diversas modalidades, são exercícios que respeitam os movimentos naturais do corpo como agachar, empurrar, girar, pular e correr. Os movimentos executados podem integrar todos os grupos musculares, podendo estar diretamente relacionado á atividade física praticada. O treinamento funcional voltado para praticantes de voleibol pode ser usado para se obter um melhor condicionamento físico como também pode ser usado como forma de prevenção de entorses de tornozelo, lesão de joelho, ombro e coluna vertebral, através de exercícios específicos para fortalecimento muscular.

Segundo Simas e Gonçalves (2012), o voleibol é considerado um esporte caracterizado por um jogo complexo, de movimentos constantes que exigem força, flexibilidade, potência, agilidade e condicionamento aeróbico. Nas três atividades citadas, musculação, corrida e treinamento funcional, conseguimos trabalhar essas valências onde pode contribuir no rendimento do praticante de voleibol dentro de quadra bem como contribuir na prevenção de lesões e ajudar no fortalecimento muscular.

4 CONCLUSÃO

Os dados desse estudo mostraram que existe uma alta prevalência de entorses de tornozelo em praticantes de voleibol na cidade de TubarãoSC, sendo a lesão por inversão a mais acometida.

Mesmo com um número elevado de entorses, os pesquisados pouco utilizam proteção, como a tornozeleira, um item indispensável usado na redução da lesão. Mais da metade dos praticantes da modalidade iniciam com aquecimento e logo após com alongamento para posteriormente, começar a jogar voleibol. Após a atividade, constatou-se que poucos praticantes realizam alongamentos. Os praticantes do voleibol jogam mais de duas horas por semana e realizam outras atividades esportivas como musculação, corrida e treinamento funcional, auxiliando no fortalecimento e prevenção das entorses.

As informações obtidas poderão servir de conhecimento aos que praticam de forma recreativa a modalidade, a atletas, preparadores físicos, fisioterapeutas e demais profissionais de saúde, que atuam de forma direta ou indireta com a área esportiva, auxiliando na prevenção de lesão.

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REFERÊNCIAS

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SOUZA, Guilherme Lissa; MOREIRA, Natalia Boneti; CAMPOS, Wagner. Ocorrência e características de lesões entre praticantes de musculação. Revista Saúde e

Pesquisa, Maringá, v. 8, n. 3, p.469-477, set. 2015.

VIGITEL.Vigitel Brasil 2016, hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão. 2016. Disponível em:< http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/abril/17/Vigitel.pdf Acesso em: 28 de Maio de 2017.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar do projeto de

pesquisa intitulado:” PREVALÊNCIA DE

ENTORSES DE TORNOZELO EM PRATICANTES DE

VOLEIBOL NA CIDADE DE TUBARÃO” Este estudo tem

como objetivo investigar a prevalência de entorses de tornozelo em praticantes de voleibol na cidade de Tubarão de ambos os sexos com idades entre 18 e 60 anos.

Para participar dessa pesquisa você terá que responder um questionário.

A confidencialidade das informações geradas será mantida durante todo o processo, mantendo sua privacidade, tendo somente os pesquisadores acesso aos dados coletados, que poderão, depois de copilados e analisados, serem utilizados para futuras publicações de âmbito cientifico.

A participação no estudo se dará de forma livre e voluntária, sem qualquer constrangimento ou dano a quem não quiser fazer parte da pesquisa. Não haverá qualquer tipo de pagamento para ambas as partes. Você poderá retirar o seu nome do estudo em qualquer momento sem qualquer penalização ou prejuízo.

Não existem riscos quanto ao preenchimento do questionário, porém caso você se sinta desconfortável ou constrangido, poderá contar com o auxílio dos pesquisadores para o preenchimento do mesmo.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li, descrevendo o estudo, ficando claros para mim os propósitos deste estudo, bem como os procedimentos a serem realizados, seus riscos e garantias de confidencialidade. Ficou claro também que minha participação é livre de despesas.

Eu_________________________________________ concordo em participar da pesquisa e poderei retirar meu consentimento a qualquer momento, antes, durante ou depois da coleta de dados, sem penalidades/prejuízos, ou mesmo perda de qualquer benefício que possa ter adquirido nesse serviço.

Data: ______________Local: _______________________RG: _____________ Assinatura: __________________________________________________

Em caso de duvidas, perguntas ou solicitações de resultados do estudo, entre em contato com: Pesquisador Responsável:

Prof. Ana Cristina Huber Telefone: (48) 98429-6002 e-mail: ana.mendes4@unisul.br

Assinatura do pesquisador:

Outros Pesquisadores: Felipe Farias Goulart Telefone: (48) 996019858

e-mail: felipe_fariastb@hotmail.com Assinatura do pesquisador:

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QUESTIONÁRIO

O presente questionário foi elaborado para verificar a prevalência de entorses de tornozelo em praticantes de voleibol no município de Tubarão, de ambos os sexos com idades entre 18 e 60 anos.

Nome (opcional):_____________Idade:____anos Sexo: ( ) feminino ( ) masculino

1. Joga voleibol á quanto tempo?

( ) Até 6 meses ( ) Seis meses a 1 ano ( ) Há mais de 1 ano

2. Quantas horas por semana você joga voleibol?

( ) Até 1 hora ( ) Duas horas ( ) Mais de 2 horas

3. Quando você está jogando, você é

( ) Líbero ( ) Levantador ( ) Atacante ( ) Faz todo o rodízio jogando em todas as posições

4. Realiza aquecimento antes de começar a jogar voleibol? ( )Sim ( ) Não

5. Faz alongamento antes de jogar? ( )Sim ( ) Não

6. Após o jogo realiza alongamento? ( )Sim ( ) Não

7. Você já teve alguma entorse no tornozelo?

( )Sim, quantas vezes:________ ( ) Não

8. A entorse foi em qual tornozelo?

( ) direto, quantas vezes_____ ( ) esquerdo, quantas vezes_____

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( )Sim ( ) Não

10. A entorse foi por eversão?

( )Sim ( ) Não

11. Chegou a fazer algum tratamento médico?

( )Sim, qual:__________________ ( ) Não

12. Foi preciso fazer fisioterapia? ( )Sim ( ) Não

13. Quanto tempo ficou afastado em função da lesão?

( ) Até 1 mês ( ) Até 2 meses ( ) Mais que 2 meses

14. Utiliza proteção para o tornozelo quando está jogando voleibol, como tornozeleira?

( )Sim ( ) Não

15. Realiza alguma outra atividade física além do voleibol? ( )Sim, qual:______________________ ( )Não

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Referências

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