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4ª Câmara Cível AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº /180 ( ) COMARCA DE URUANA

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Academic year: 2021

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 55413-2/180 (200701476731) COMARCA DE URUANA

AGRAVANTE MAFRE VERA CRUZ SEGURADORA S/A AGRAVADA MARIA FRANCISCA DE OLIVEIRA

RELATOR Juiz GILMAR LUIZ COELHO

RELATÓRIO E VOTO

Cuida-se de AGRAVO de INSTRUMENTO com pedido de efeito suspensivo, interposto por MAFRE VERA CRUZ SEGURADORA S/A contra decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da Comarca de Uruana - Go, Dr. J. Leal de Sousa, nos autos de Embargos à Execução proposta em desfavor de MARIA FRANCISCA DE OLIVEIRA, que indeferiu o pleito de devolução dos prazos, sob o argumento de que nos autos de Embargos à Execução não houve revogação de mandato.

Expõe a recorrente que a decisão agravada merece reforma; embora a recorrente tenha diversos procuradores constituídos, a intimação da sentença lançada nos embargos à execução, que se deu em 05.12.2006, foi dirigida apenas ao Dr. Paulo Alves Ferreira que, em 04.10.2006 informou ao julgador do feito a revogação de seu mandato.

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Verbera que o entendimento do julgador monocrático não pode ser acolhido, porquanto a revogação acostada aos autos da execução deve surtir efeito nos embargos à execuação que lhe foram apensados.

Realça que foi violado o seu direito ao devido processo legal, ampla defesa, contraditório e duplo grau de jurisdição, devendo os atos serem anulados, devolvendo à Seguradora/agravante a oportunidade de especificar provas, e após a instrução, proferida nova sentença.

Requer a agravante, diante das irregularidades ocorridas, a concessão do efeito suspensivo à decisão objurgada, pois a sua não concessão decorrerá no imediato prosseguimento da execução, de forma que a agravante poderá sofrer dano de difícil reparação, tendo em vista que a agravada já levantou parte da penhora realizada.

Alfim, pugna pelo conhecimento e provimento do presente agravo de instrumento, conforme argumentos delineados na sua exordial.

A peça recursal se fez acompanhar dos documentos de fls. 11/401.

Preparo às fls. 402.

A liminar foi deferida às fls. 404/406 do álbum processual.

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O MM. Juiz sentenciante noticiou às fls. 415/416 dos autos, ratificando a sua decisão.

Regularmente intimada, a agravada não apresentou contra-razões (fls. 417).

É, em síntese, o sucinto relatório, passo ao voto. Recurso próprio, tempestivo e regularmente preparado, dele conheço.

Pontifica a agravante que a decisão recorrida merece reforma, realçando que a revogação de mandato agregada aos autos da execução forçada, deve surtir efeitos nos embargos que lhe foram apensados.

Examinando-se acuradamente o caderno processual, vejo que em parte razão assiste à agravante pois é cediço que em casos como o ora perlustrado, encontra-se pacificado o entendimento jurisprudencial de que é desnecessária a juntada de procuração nos autos dos embargos à execução quando já constante o referido instrumento de mandato nos autos da ação de execução em apenso, porquanto, conclui-se que mister se faz considerar válida a revogação acostada nos autos de execução.

Abraçando o entendimento supra, trago à colação uma decisão do eminente Des. ALMEIDA BRANCO:

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“EMBARGOS À EXECUÇÃO. PROCURAÇÃO NÃO JUNTADA. DESNECESSIDADE. Desnecessária se apresenta a juntada de procuração de advogado, nos autos da ação de embargos a execução quando esta já existe no feito executivo em apenso. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO." (TJGO - 4ª Câmara Cível. Rel. Des. Almeida Branco, DJ 14624 de 26/10/2005, Processo: 200 501 185 342).

Ora, despiciendo a juntada do instrumento de procuração nos embargos, mutatis mutantis, também dispensa-se a juntada da revogação ou renúncia do mandato nos embargos; bastando ser encartada na execução, com o ônus do serventuário em certificar no incidente(embargos) a renúncia ou revogação do mandato outorgado a uma das partes litigantes.

Outrossim, é indispensável, sob pena de nulidade, que a intimação consigne o nome das partes e de seus advogados, pois o art. 236, § 1º, do Código de Processo Civil, assim determina, vejamos:

“No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial. § 1º É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus

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advogados, suficientes para sua identificação.

§ 2º ... omissis."

Theotonio Negrão, in Código de Processo Civil e legislação processual em vigor, 36ª edição, preleciona na nota 17, pág. 318, sobre o artigo 236, § 1º: "É nula a intimação “ e, por conseqüência, os

atos processuais posteriores -, quando não constar da publicação o nome de nenhum dos advogados da parte à qual o ato judicial é dirigido. (RSTJ

104/179)"

Sobre o tema cito julgado:

“Processual Civil. Agravo de Instrumento. Intimação através do Órgão Oficial. Ausência do nome do Advogado da Parte Intimada. 1 - Imprescindível que da publicação relativa a intimação conste os nomes dos advogados das partes sob pena de nulidade do ato, exegese que emana do art. 236, par. 1, do cpc. 2 - Constatada a nulidade da intimação pela imprensa, há que se realizar nova publicação do ato judicial, com o fito de validar a cientificação do interessado e determinar o dies a quo do prazo recursal. Agravo de Instrumento conhecido e provido."(Agravo de Instrumento nº 43767-4/180, Relator Des. Stenka I. Neto, acórdão 19/05/2005).

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Destarte, deve ser restituído a agravante o prazo de destinado ao exercício do recurso contra a sentença prolatada nos embargos à execução, sob pena de se ferir o princípio do contraditório e da ampla defesa, pois 01(UM) dia antes da audiência de instrução e julgamento, o Dr. PAULO ALVES FERREIRA DA SILVA, advogado que recebia as intimações em nome da agravante, comunicou ao juízo “a quo” em que pese na AÇÃO DE EXECUÇÃO, a renúncia do mandato judicial que lhe fora outorgado (fls.260), data a partir da qual não mais poderia receber intimação, inclusive da sentença prolatada nos embargos.

Tanto é verdade que o advogado sequer compareceu à audiência de instrução e julgamento, esquecendo-se a escrivania de certificar nos autos em andamento(embargos) a renúncia ou revogação do mandato.

Ad summam, reabre-se o prazo recursal e não se

não se anula os atos praticados a partir da revogação ou renúncia do mandato, inclusive da v. sentença, conforme pretende, indevidamente a agravante.

ANTE O ACIMA EXPOSTO, conheço do agravo e dou-lhe provimento para, tão somente reformando a decisão atacada, restituir à agravante o prazo legal atinente ao recurso cabível contra a sentença lançada nos autos dos embargos à execução, porquanto a intimação do mencionado ato judicial se deu na pessoa de advogado que não mais possuía poderes para representar a agravante, ficando confirmada neste particular aspecto a liminar alhures deferida.

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É o voto.

Goiânia, 09 de agosto de 2007.

Juiz GILMAR LUIZ COELHO Relator em Substituição

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 55413-2/180 (200701476731) COMARCA DE URUANA

AGRAVANTE MAFRE VERA CRUZ SEGURADORA S/A AGRAVADA MARIA FRANCISCA DE OLIVEIRA

RELATOR Juiz GILMAR LUIZ COELHO

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. INTIMAÇÃO ADVOGADO. REVOGAÇÃO DO MANDATO ACOSTADO NOS AUTOS DE EXECUÇÃO. DEVOLUÇÃO DO PRAZO.

I - É direito das partes serem cientificadas dos atos processuais, pessoalmente ou através de seus procuradores legalmente habilitados e devidamente constituídos nos autos, sob pena de nulidade processual e flagrante cerceamento do direito de defesa.

II - É nula a intimação da sentença realizada na pessoa do advogado que tenha revogado/renunciado mandato procuratório.

III - O pedido de restituição de prazo recursal, com base na alegação de que a intimação da sentença deveria conter o nome do atual advogado legalmente constituído nos autos pela parte embargante, e não do advogado que havia revogado o mandato, é medida que se impõe.

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jurisprudencial de que é desnecessária a juntada de procuração nos autos dos embargos à execução, quando já constante o referido instrumento de mandato nos autos da ação de execução em apenso, porquanto, conclui-se que mister se faz considerar válida a revogação acostada somente nos autos de execução.

AGRAVO CONHECIDO E

PARCIALMENTE PROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Agravo de Instrumento nº 55413-2, da Comarca de Uruana, figurando como Agravante Mafre Vera Cruz Seguradora S/A, sendo Agravada Maria Francisca de Oliveira.

Acordam os integrantes da 2ª Turma Julgadora da 4ª Câmara Cível, à unanimidade de votos, CONHECER DO AGRAVO E PROVÊ-LO, nos termos do voto do Relator.

Votaram com o Relator – Juiz Gilmar Luiz Coelho, em substituição ao Desembargador Almeida Branco, os Desembargadores Carlos Escher e Kisleu Dias Maciel Filho. Presidiu a sessão o Des. Almeida Branco.

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Esteve presente à sessão o ilustre Procurador de Justiça, Dr. Wellington de Oliveira Costa.

Goiânia, 09 de agosto de 2007.

Desembargador ALMEIDA BRANCO Presidente

Juiz GILMAR LUIZ COELHO Relator em Substituição

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