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Efeito da adubação nitrogenada no cultivo de taro

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Academic year: 2021

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Bianca Fialho Bonicontro(1), Sanzio Mollica Vidigal(2),

Iza Paula de Carvalho Lopes(3), Maria Aparecida Nogueira Sediyama(2)

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Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, biafbonicontro@yahoo.com.br;

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Pesquisadores EPAMIG-Viçosa, MG, sanziomv@epamig.br, marians@epamig.br;

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Bolsista BAT FAPEMIG/EPAMIG-Viçosa, MG, izzaagro@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

Pertence à família Araceae, o taro, Colocasia esculenta (L.) Schott, é conhecido na região Centro-Sul do Brasil como inhame, ocupando lugar de destaque na alimentação humana, sendo seus rizomas fontes de minerais, proteínas e vitaminas, além de excelente fonte de carboidratos (PUIATTI; PEREIRA, 2007).

O nitrogênio (N) tem influência direta na produção de diversas hortaliças, sendo absorvido em grande quantidade, superado somente pelo potássio (K) (FERREIRA; CASTELLANE; CRUZ, 1993). Este fato foi observado na cultura do taro ‘Japonês’ por Puiatti et al. (1992) e Sediyama et al. (2009), sendo exportados pelos rizomas 192,8 e 132,9 kg/ha de N, respectivamente.

Para o cultivo do taro tem sido recomendada a aplicação de 60 kg/ha de N (RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ V., 1999). No entanto, os produtores de taro tem utilizado as mais diversas quantidades de N, tanto no plantio quanto em cobertura. Há poucos trabalhos disponíveis sobre efeito da adubação nitrogenada na cultura do taro.

Desse modo, a cultura do taro pode responder positivamente a doses de N maiores que 60 kg/ha de N. Este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito de doses de N aplicadas em cobertura na produtividade do taro.

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MATERIAL E MÉTODO

O experimento foi conduzido, no período de setembro de 2011 a julho de 2012, na Fazenda Experimental do Vale do Piranga (FEVP) da EPAMIG Zona da Mata, em Oratórios, MG, situada a aproximadamente 20°24’S e 42°49’O, altitude média de 450 m; com temperatura média máxima anual de 21,8 °C e mínima anual de 19,5 °C e precipitação média anual de 1.250 mm.

Foi utilizado o delineamento experimental de blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram de cinco doses de N (0; 40; 60; 80 e 160 kg de N/ha), aplicadas em cobertura, na forma de ureia dissolvida em água. Foram três adubações de cobertura, sendo 10% da dose aplicada aos 45 dias após o plantio (DAP); 25% aos 90 DAP e 65% aos 150 DAP.

As mudas usadas no plantio, com massa média de 85 g, foram provenientes de rizomas-filho do clone Japonês (BGH 5925), obtidas do Banco de Germoplasma de Hortaliças da Universidade Federal de Viçosa (BGH/UFV). A parcela foi constituída de quatro linhas com dez plantas cada. O espaçamento foi de 0,90 m entrelinhas e 0,30 m entre plantas (37.037 plantas/ha) e a parcela útil constou de 16 plantas das duas linhas centrais.

O solo apresentou na camada de 0 a 20 cm de profundidade as seguintes características: pH (água) = 5,4; Ca, Mg, Al e H + Al, respectivamente 1,7; 0,8; 0,0 e 2,4, expressos em cmolc/dm³; P e K, 23,3 e 103,0 mg/dm³ e matéria orgânica = 20,0 g/kg. O preparo do solo constou de aração e gradagem, sulcamento das linhas, com profundidade de 12 cm. Na adubação de plantio, feita no sulco, foram utilizados 50 kg/ha de P2O5 (superfosfato simples) e 40 kg/ha de K2O (cloreto de potássio), além de 10 t/ha de esterco de bovino. As irrigações, quando necessárias, foram realizadas por aspersão. A cultura foi mantida no limpo por meio de capina manual; os demais tratos culturais foram realizados de acordo com Puiatti e Pereira (2007).

A colheita foi realizada aos 297 dias após o plantio. Os rizomas-mãe, depois de separado, e os rizomas-filho, após classificados, foram contados e pesados. Os rizomas-filho foram classificados, com base na massa fresca, de acordo com

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gramas), filho especial (50-100 gramas), filho primeira (25-50 gramas) e refugo (<25 gramas). Considerou-se como comercializáveis o somatório das classes de rizomas-filho extra A, extra, especial e primeira. A produção total consistiu do somatório das produções de rizomas-mãe e de todas as classes de rizomas-filho. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o Programa Sistema para análises Estatísticas (SAEG), relacionando-se as variáveis dependentes obtidas com as doses de N aplicadas. Os modelos de regressão foram escolhidos com base no significado biológico do modelo, na significância dos coeficientes de regressão e no maior coeficiente de determinação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção de rizomas-mãe foi influenciada pelas doses de N, alcançando a produtividade máxima de 4.223 kg/ha, com a aplicação de 132 kg/ha de N (Gráfico 1). Heredia Zárate et al. (2009) obtiveram produção semelhante de 4.220 kg/ha de rizomas-mãe para o clone Japonês, com a aplicação de 10,0 t/ha de cama de frango semidecomposta.

A produtividade máxima de rizomas comercializáveis foi de 10.029 kg/ha, com a dose estimada de 115 kg/ha de N (Gráfico 1), esse valor representa cerca de 66,09% da produção total de rizomas. Pela equação ajustada, a colocação de 68,72 kg/ha de N proporcionaria produtividade estimada de 9.026 kg/ha, o que seria equivalente a 90% da produção máxima de rizomas comercializáveis. Esta dose foi superior à dose de N recomendada para Minas Gerais que é de 60 kg de N/ha (RIBEIRO; GUIMARÃES; ALVAREZ V., 1999). Nas condições deste trabalho, a dose de 60 kg de N/ha, pode estimar uma produtividade igual a 8.615 kg/ha, equivalente a 85,90% da produção máxima. Heredia Zárate, Vieira e Bratti (2004) avaliaram o efeito de doses de ureia e observaram que a utilização de 240 kg/ha de ureia (108 kg/ha de N) proporcionou a maior produtividade de rizomas-filho comercializáveis dos clones Macaquinho e Chinês, correspondendo a 37,05 e 26,49 t/ha, respectivamente. Porém, para uma população (73.260 plantas/ha)

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quase duas vezes à utilizada neste experimento. Heredia Zárate et al. (2009) observaram para o clone Japonês, a produtividade de 16.670 kg/ha com 10,0 t/ha de cama de frango semidecomposta. A diferença nas produtividades pode ser atribuída às diferenças no tocante ao tipo de solo, população de plantas e clone utilizado, conforme verificado por Heredia Zárate, Vieira e Bratti (2004), onde a produtividade de rizomas foi dependente significativamente do clone e adubação com N.

Dentre as classes de rizomas-filho comercializáveis (extra, especial e primeira), as classes extra e especial alcançam maiores preços de mercado. De acordo com Pereira et al. (2003), o rendimento da produção de rizomas comerciais depende diretamente da produção de rizomas-filho extra. Neste trabalho, esta classe não foi influenciada pelas doses de N aplicadas, sendo a produtividade média igual a 324 kg/ha (Gráfico 2). Os rizomas-filho especial representaram entre 19% e 34% da produtividade de rizomas comercializáveis, com produtividade máxima de 3.484 kg/ha com a dose estimada de 111 kg/ha de N (Gráfico 2). Já a produção de rizomas-filho primeira representou entre 61% e 76% da produtividade de rizomas comercializáveis, com produtividade máxima de 6.128 kg/ha com a dose estimada de 119 kg/ha de N (Gráfico 2). E a produção de refugos alcançou a máxima produtividade de 5.146 kg/ha com a dose estimada de 117 kg/ha de N (Gráfico 1).

CONCLUSÃO

A cultura do taro responde a doses de N maiores que 60 kg/ha de N, sendo a produtividade máxima estimada com a aplicação de 115 kg/ha de N.

AGRADECIMENTO

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo financiamento das pesquisas e pelas bolsas concedidas.

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REFERÊNCIAS

FERREIRA, M.E; CASTELLANE, P.D.; CRUZ, M.C.P. da (Ed.). Nutrição e adubação de hortaliças. Piracicaba: Potafos, 1993. 480p. Anais do Simpósio sobre nutrição e adubação de hortaliças, 1990.

HEREDIA ZÁRATE, N.A.; VIEIRA, M. do C.; BRATTI, R. Produção dos taros ‘Chinês’ e ‘Macaquinho’ em função de diferentes doses de ureia. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.28, n.3, p.552-560, maio/jun. 2004.

HEREDIA ZÁRATE, N.A. et al. Produção e renda bruta de quatro clones de taro cultivados em Dourados, Estado do Mato Grosso do Sul. Acta Scientiarum. Agronomy, v.31, n.2, p.301-305, abr./jun. 2009.

PEREIRA, F.H.F. et al. Caracterização agronômica da produção de rizomas de clones de taro. Horticultura Brasileira, Brasília, v.21, n.1, p.99-105, jan./mar. 2003.

PUIATTI, M. et al. Sistemas de colocação do bagaço de cana-de-açúcar e capim gordura, na cultivar de inhame Chinês. Horticultura Brasileira, Brasília, v.8, n.1, p.14-16, maio 1990.

PUIATTI, M. et al. Crescimento e absorção de macronutrientes pelo inhame ‘Chinês’ e ‘Japonês’. Horticultura Brasileira, Brasília, v.10, n.2, p.89-92, nov. 1992.

PUIATTI, M.; PEREIRA, F.H.F. Taro (Colocasia esculenta (L.) Schott). In: PAULA JUNIOR, T.J.; VENZON, M. 101 culturas: manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte: EPAMIG, 2007. p.729-734.

RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ V., H. Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5a aproximação. Viçosa, MG: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359p.

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SEDIYAMA, M.A.N. et al. Produtividade e exportação de nutrientes por rizomas de taro cultivado com resíduos orgânicos. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v.4, n.4, p.421-425, 2009.

Gráfico 1 - Relação entre os valores de produtividade total, comercial e refugo de rizomas-filho de taro e doses de nitrogênio (N) para o taro Japonês (BGH 5925) - Oratórios, MG, 2012

Gráfico 2 - Relação entre os valores de produtividade de rizomas-filho nas classes extra, especial e primeira e doses de nitrogênio (N) para o taro Japonês (BGH 5925) - Oratórios, MG, 2012 Doses de N (kg/ha) P ro d u ti v id a d e ( k g /h a ) Doses de N (kg/ha) P ro d u ti v id a d e ( k g /h a )

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