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Uma análise dos balanços sociais de companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial

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Carolina Pasquini Novelini (FEA-RP) - cpnovelini@fearp.usp.br Elizabeth Krauter (USP) - ekrauter@usp.br

Resumo:

A prática de responsabilidade social tem crescido entre as empresas. Diz respeito à maneira como elas relacionam-se com o meio ambiente e com os stakeholders. O balanço social é a principal ferramenta utilizada pelas empresas para informar à sociedade sobre suas ações nas áreas econômica, social e ambiental. O objetivo da pesquisa é verificar quanto as empresas estão investindo, em relação à receita líquida, em indicadores sociais internos, em indicadores sociais externos e em indicadores ambientais. São analisados os balanços sociais publicados por companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e que utilizam o modelo IBASE. A amostra é composta por 18 empresas listadas na carteira teórica anual de dezembro 2009/novembro 2010. Os balanços sociais analisados são dos exercícios de 2008 e de 2009. A análise aponta que as empresas investiram mais em indicadores sociais externos. Em seguida vieram os investimentos em indicadores sociais internos. Apesar da preocupação crescente com a questão ambiental, os investimentos das empresas em meio ambiente ainda são incipientes.

Palavras-chave: Balanço social. ISE. Modelo IBASE.

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Uma análise dos balanços sociais de companhias listadas no Índice de

Sustentabilidade Empresarial

Resumo

A prática de responsabilidade social tem crescido entre as empresas. Diz respeito à maneira como elas relacionam-se com o meio ambiente e com os stakeholders. O balanço social é a principal ferramenta utilizada pelas empresas para informar à sociedade sobre suas ações nas áreas econômica, social e ambiental. O objetivo da pesquisa é verificar quanto as empresas estão investindo, em relação à receita líquida, em indicadores sociais internos, em indicadores sociais externos e em indicadores ambientais. São analisados os balanços sociais publicados por companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e que utilizam o modelo IBASE. A amostra é composta por 18 empresas listadas na carteira teórica anual de dezembro 2009/novembro 2010. Os balanços sociais analisados são dos exercícios de 2008 e de 2009. A análise aponta que as empresas investiram mais em indicadores sociais externos. Em seguida vieram os investimentos em indicadores sociais internos. Apesar da preocupação crescente com a questão ambiental, os investimentos das empresas em meio ambiente ainda são incipientes.

Palavras-chave: Balanço social. ISE. Modelo IBASE. Área Temática: 7. Abordagem contemporânea de custos.

1 Introdução

O conceito de desenvolvimento sustentável ganhou relevância nos últimos anos. Trata da utilização dos recursos naturais de que temos necessidade hoje, para permitir boa qualidade de vida, sem comprometer a utilização desses mesmos recursos pelas gerações futuras (TINOCO, 2010).

A contabilidade ambiental surge como forma de aprimorar a contabilidade tradicional. Ela permite a identificação de passivos ambientais, bem como a confrontação com as receitas geradas pelos investimentos em meio ambiente. Isso permite aos stakeholders uma análise da capacidade das operações ambientais da empresa, de modo a permitir a verificação de como e quando estas atividades influenciam o patrimônio da empresa. As informações da contabilidade ambiental são mensuradas de forma eficiente no balanço social (SILVA; SOUZA, 2004).

O balanço social, também chamado de relatório socioambiental e relatório de sustentabilidade (TINOCO, 2010), é a principal ferramenta utilizada pelas entidades (empresas, governos, ONGs) para informar à sociedade sobre suas ações econômicas, sociais e ambientais.

O balanço social é elaborado com base em diferentes metodologias. No Brasil, os modelos mais utilizados de balanço social são: o modelo IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), o modelo GRI (Global Reporting Initiative) (CRCRS, 2009) e o modelo desenvolvido pelo Instituto Ethos.

Esta pesquisa justifica-se pela relevância do tema e sua importância está em mostrar como as empresas estão desempenhando sua responsabilidade socioambiental.

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2 Objetivo e problema de pesquisa

O objetivo da pesquisa é verificar quanto as empresas estão investindo em indicadores sociais internos, em indicadores sociais externos e em indicadores ambientais, em relação à receita líquida. São analisados os balanços sociais dos exercícios de 2008 e de 2009, de companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e que utilizam o modelo IBASE.

A pesquisa procura responder à seguinte pergunta: Quanto as empresas estão investindo, em relação à receita líquida, em indicadores sociais internos e externos, e em indicadores ambientais?

3 Revisão teórica

A deterioração ambiental e sua relação com o estilo de desenvolvimento econômico é objeto de estudo e preocupação desde a década de 1950 (TINOCO, 2010).

Segundo Tinoco (2010), o balanço social é um instrumento de gestão e de informação, que procura evidenciar informações contábeis, econômicas, ambientais e sociais do desempenho das entidades, aos diferentes usuários da informação, na busca do desenvolvimento sustentável.

O balanço social surgiu como resposta à necessidade de transparência das operações realizadas pelas entidades. É uma prestação de conta dos recursos utilizados pelas entidades e do retorno oferecido por elas à sociedade (QUINTANA et al., 2007).

O balanço social começou a ser elaborado a partir de 1970, na França, com o objetivo de apresentar aos stakeholders as características financeiras, sociais e ambientais das entidades. Atualmente, alcança inúmeras entidades de vários países, já que a evidenciação dessas relações sociais e ambientais tornou-se uma questão de estratégia financeira e de sobrevivência empresarial (TINOCO, 2010). A seguir um breve histórico do balanço social em alguns países e no Brasil

• Balanço social na França

A França foi o primeiro país a regulamentar o balanço social. A Lei nº 77.769, de 12 de julho de 1977, tornou obrigatória a elaboração e divulgação de um conjunto de informações sociais, denominado balanço social da empresa (CUNHA; RIBEIRO, 2007).

O balanço social francês está dividido em sete partes: emprego, remuneração e encargos sociais, formação profissional, relações profissionais, condições de higiene e segurança, outras condições de trabalho e as condições de vida dos assalariados e de suas famílias na parcela em que estas dependem da entidade (CUNHA; RIBEIRO, 2007).

Embora apresente inúmeras contribuições, o balanço social francês apresenta uma defasagem, que é não evidenciar características tidas como cruciais. Segundo Cunha e Ribeiro (2007), o balanço social francês não evidencia o valor adicionado bruto gerado pela empresa, focando apenas as características de recursos humanos.

• Balanço social em Portugal

A elaboração do balanço social foi introduzida em Portugal pelo Decreto-Lei nº 9/92, de 22 de janeiro de 1992, obrigatória para empresas que possuíssem mais de 100 funcionários. Tem como foco principal analisar as características sob as quais seus empregados são afetados (FREIRE; REBOUÇAS, 2001).

As empresas portuguesas têm ainda o dever de fixar seus balanços sociais em locais de trabalho, de modo que os funcionários possam consultar e submeter à comissão de trabalhadores (FREIRE; REBOUÇAS, 2001).

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recursos humanos, estrutura de antiguidade segundo o sexo, estrutura etária, trabalhadores estrangeiros, escolaridade, admissões e demissões, mudanças de situação dos efetivos, tipo de contrato, assiduidade no trabalho, encargos com pessoal, acidentes em serviço, ações com formação profissional, benefícios e relações profissionais (CUNHA; RIBEIRO, 2007).

• Balanço social na Bélgica

Foi instituído a partir de um Decreto Real de 4 de agosto de 1996, obrigando todas as empresas a publicarem. O balanço social belga inclui 4 vertentes: estado das pessoas ocupadas, movimento do pessoal durante o exercício, informações sobre manutenção e criação de empregos e formação dos trabalhos durante o exercício (FREIRE; REBOUÇAS, 2001).

• Balanço social na Holanda

Segundo Tinoco (2010), a Holanda foi o primeiro país a publicar seus relatórios sociais. O relatório, em si, agrega informações sobre os aspectos econômicos da empresa como também características relacionadas ao trabalho e ao emprego, sendo estas destacadas entre os dados (CUNHA; RIBEIRO, 2007).

• Balanço social na Alemanha

O balanço social alemão faz menção aos gastos para controle da poluição ambiental, evidenciando aspectos ecológicos. Como traz Cunha e Ribeiro (2007) citando Mendes et al. (1998), os temas mais abordados são: despesas sociais voluntárias, custos dos salários e encargos sociais, formação profissional, número de acidentes, desempenho para controle da poluição ambiental e gastos para manter informados os trabalhadores internos.

• Balanço social na Espanha

Diferentemente dos outros países, não há nenhuma lei que obrigue a publicação do balanço social. As empresas o fazem para manter a transparência de suas atividades. A primeira empresa a publicar o balanço social foi o Banco de Bilbao (TINOCO, 2010).

• Balanço social nos Estados Unidos

O balanço social nos Estados Unidos está direcionado para projetos sociais e ambientais, dando prioridade a atender a demanda de informações por parte de usuários externos. Não existe lei ou decreto que obrigue a publicação do mesmo (CUNHA; RIBEIRO, 2007).

• Balanço social no Brasil

A publicação do balanço social não é obrigatória no Brasil. Existem vários modelos para elaborá-lo. Os mais utilizados são: o modelo IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), o modelo GRI (Global Reporting Initiative) (CRCRS, 2009) e o modelo desenvolvido pelo Instituto Ethos.

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) foi criado em 1981, tendo entre seus fundadores o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Em parceria com técnicos, pesquisadores e representantes de instituições públicas e privadas, o IBASE desenvolveu em 1997 um modelo de balanço social, que obteve o aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (GODOY et al., 2007).

O modelo pode ser utilizado por todas as empresas, independentemente de tamanho e setor. Nesse modelo, a sociedade e o mercado são os grandes auditores do processo e dos resultados alcançados (IBASE, 2007).

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visualização. São apresentados os dados de dois exercícios sociais, em uma planilha com 43 indicadores quantitativos e 8 qualitativos, organizados em 7 grupos (IBASE, 2007):

• Base de cálculo: contém valores da receita líquida, resultado operacional e folha de pagamento bruta, sendo que estes dados fornecerão a base dos percentuais das próximas informações.

• Indicadores sociais internos: subdivididos em dados sobre alimentação, encargos sociais compulsórios, previdência privada, saúde, educação, creches/auxílio creche, participação nos lucros ou resultados e outros benefícios.

• Indicadores sociais externos: subdivididos em informações sobre tributos (exceto encargos sociais), contribuições para a sociedade/investimentos na cidadania, educação e cultura, saúde e saneamento, habitação, esporte e lazer, alimentação, creches e outros.

• Indicadores ambientais: abrange investimentos em meio ambiente relacionados com as atividades da empresa e relacionados em projetos externos.

• Indicadores de corpo funcional: inclui número de funcionários ao final do período, número de admissões durante o período, número de mulheres que trabalham na empresa, percentual de cargos de chefia ocupados por mulheres, número de empregados portadores de deficiência, número de estagiários e valorização da diversidade.

• Informações relevantes quanto ao exercício da responsabilidade social: contém dados sobre a distribuição de benefícios e como se realiza a participação interna. • Outras informações; contêm dados que a empresa julgue necessário expor á

sociedade sobre suas atividades sociais.

A Global Reporting Initiative (GRI) surgiu em 1997, nos Estados Unidos, como um padrão normativo para balanços de responsabilidade social. Em 2002, foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e transformou-se em uma instituição independente (TINOCO, 2010). O modelo GRI apresenta 96 indicadores, distribuídos em 6 categorias (GRI, 2006):

• Desempenho econômico • Desempenho do meio ambiente

• Desempenho referente a práticas trabalhistas e trabalho decente • Desempenho referente a direitos humanos

• Desempenho referente à sociedade

• Desempenho referente à responsabilidade pelo produto

O Instituto Ethos foi criado em 1998 e tem como objetivo elevar a qualidade, a consistência e a credibilidade dos relatórios das empresas. Os indicadores do modelo Ethos mesclam características dos modelos IBASE e GRI (ETHOS, 2007).

O Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foi criado pela BM&FBOVESPA. Inspirado em experiências internacionais, o índice tem como objetivo analisar o retorno da carteira de ações de empresas que têm comprometimento ambiental e social com a sociedade. O ISE foi desenvolvido para oferecer informações a investidores cada vez mais preocupados em aplicar seus recursos em empresas sustentáveis. Acredita-se que empresas sustentáveis geram valor, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais (CRCRS, 2009).

Para as empresas, ser integrante do ISE significa ser reconhecida pelos stakeholders como uma empresa sustentável no longo prazo; como uma empresa que se preocupa com os impactos sociais e ambientais de suas atividades na sociedade. É como ter um “selo de

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qualidade”.

A carteira anual do ISE de dezembro 2009/novembro 2010 é composta por ações das seguintes empresas: AES Tietê, Banco Bradesco, Banco do Brasil, Braskem, BRF Foods, Cemig, Cesp, Coelce, Copel, CPFL Energia, Dasa, Duratex, Eletrobras, Eletropaulo, Embraer, Energias do Brasil, Even, Fibria, Gerdau S/A, Gerdau Metalúrgica, Indústrias Romi, Itausa, Itauunibanco, Light, Natura, Redecard, Sabesp, Sul America, Suzano Papel, Telemar, Tim Participações, Tractebel, Usiminas e Vivo (BMF&BOVESPA, 2010).

4 Metodologia

Segundo Kerlinger (1980, p. 321), a pesquisa “é dirigida para a solução de problemas práticos especificados em áreas delineadas e da qual se espera melhoria ou progresso de algum processo ou atividade, ou o alcance de metas práticas”.

Köche (2000) distingue três tipos de pesquisa: a bibliográfica, a experimental e a descritiva. Os tipos de pesquisa que melhor se enquadram neste trabalho são: a bibliográfica e a descritiva.

A pesquisa bibliográfica utiliza o conhecimento disponível. O objetivo é “calcular e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema [...]” (KÖCHE, 2000, p. 122). A pesquisa descritiva é utilizada quando “o interesse é descrever um fato ou fenômeno” (SANTOS, 2000, p. 26).

A pesquisa utiliza o método quantitativo. Segundo Richardson (1989), o método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto na coleta de dados quanto no tratamento desses dados.

O universo da pesquisa, segundo Barros e Lehfeld (1986, p. 105), é a “totalidade de elemento que possuem determinadas características, definidas para um estudo”. Neste estudo, o universo é composto pelas 34 companhias listadas na carteira teórica anual de dezembro 2009/novembro 2010 do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

A amostra, “um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população” (GIL, 1995, p. 92). A determinação da amostra ocorre por meio de uma técnica específica de amostragem, podendo ser uma técnica probabilística ou não probabilística. A amostragem não probabilística foi utilizada. A amostra é composta por 18 empresas listadas no ISE, que adotam o modelo IBASE de balanço social e o publicam em seu sítio na internet.

Optou-se por escolher empresas listadas no ISE, pois a carteira é composta de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. A escolha pelo modelo IBASE deu-se em virtude de ser o modelo mais utilizado pelas empresas brasileiras (ETHOS, 2007). O Quadro 1 apresenta as empresas da amostra.

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Banco do Brasil Banco Bradesco Cemig Cesp Coelce Copel CPFL Duratex Embraer Energias do Brasil Gerdau S/A Light Redecard Sabesp Suzano Tim Participações Tractebel Usiminas

Quadro 1 – Empresas da amostra

Os balanços sociais analisados são dos exercícios de 2008 e de 2009. Utilizou-se o método de análise de conteúdo. Foram coletados os investimentos em indicadores sociais internos, indicadores sociais externos, indicadores ambientais, em relação à receita líquida.

Na análise, o valor 0% foi atribuído: a) às empresas que não realizaram investimentos em determinado item; b) às empresas que, embora tivessem realizado investimentos em determinado item, o valor investido, em relação à receita líquida, era insignificante (por exemplo, 0,0001%).

5 Análise dos resultados

Os indicadores sociais internos informam o valor investido pelas empresas com seus funcionários. O Quadro 2 apresenta os itens que compõem os indicadores sociais internos.

Alimentação

Encargos Sociais Compulsórios Previdência Privada

Saúde

Segurança e Medicina no Trabalho Educação

Cultura

Capacidade e Desenvolvimento Profissional Creches ou Auxílio-Creche

Participação nos Lucros ou Resultados Outros

Quadro 2 – Indicadores sociais internos

A análise dos indicadores sociais internos dos balanços sociais de 2008 mostra que o item Alimentação varia de 0% (Light) a 3,9% (Banco Bradesco). Já o item Encargos Sociais Compulsórios varia de 0,87% (Tractebel) a 8,2% (Banco Bradesco).

No item Previdência Privada, o mínimo é de 0% (Light) e o máximo é de 2,4% (Cemig). Em Saúde, o mínimo é de 0% (Light) e o máximo é de 2,2% (Banco Bradesco). O

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item Segurança e Medicina no Trabalho varia entre um mínimo de 0% (Banco Bradesco, Tractebel, Energias do Brasil, Light e Redecard) e um máximo de 0,4% (Usiminas).

Em Educação o mínimo é de 0% (Redecard, Banco do Brasil, Banco Bradesco, Tim Participações, Copel, Duratex, Energias do Brasil, Usiminas, Light) e o máximo de 0,8% (Gerdau S/A). Já em Cultura, o mínimo é de 0% (Tractebel, Usiminas, Tim Participações, Suzano, Redecard, Light, Energias do Brasil, Embraer, Duratex, CPFL, Copel, Coelce, Cemig, Banco Bradesco, Banco do Brasil) e o máximo é de 0,01% (Sabesp). O item Capacitação e Desenvolvimento varia de um mínimo de 0% (Light) a um máximo de 0,6% (Banco Bradesco).

O item Creche e Auxílio-Creche varia de 0% (Usiminas, Tractebel, Suzano, Redecard, Light, Embraer, Duratex, Copel, Cesp) a 0,3% (Banco Bradesco). Em Participação nos Lucros e Resultados, o mínimo é de 0,25% (Tim Participações) e o máximo é e 3,5% (Banco Bradesco). No item Outros, o mínimo é de 0% (Banco do Brasil, Cesp, Copel, Light) e o máximo é de 1% (Banco Bradesco).

A análise dos indicadores sociais internos dos balanços sociais de 2009 mostra que o item Alimentação varia entre um mínimo de 0% (Light) e um máximo de 3,4% (Banco Bradesco). Já os Encargos Sociais Compulsórios variam entre um mínimo de 0,9% (Tractebel) e um máximo de 6,8% (Banco Bradesco).

No item Previdência Privada, o mínimo é de 0,7% (Copel) e o máximo é de 1,3% (Banco Bradesco). Em Saúde, o mínimo é de 0% (Light) e o máximo de 1,9% (Banco Bradesco). No item Segurança e Medicina no Trabalho, o mínimo é de 0% (Banco Bradesco, Energias do Brasil, Light, Redecard e Tractebel) e o máximo é de 0,64% (Usiminas).

O item Educação varia de um mínimo de 0% (Banco do Brasil, Banco Bradesco, Cemig, Copel, Duratex, Embraer, Energias do Brasil, Light, Redecard e Tim Participações), a um máximo de 0,15% (Suzano). Em Cultura, o mínimo é de 0% (Banco do Brasil, Banco Bradesco, Coelce, Copel, Duratex, Embraer, Energias do Brasil, Light, Redecard, Suzano, Tim Participações e Usiminas) e o máximo é de 0,01% (Sabesp). Já em Capacitação e Desenvolvimento, o mínimo é de 0% (Duratex, Light e Tractebel) e o máximo de 0,4% (Banco Bradesco).

O item Creche e Auxílio-Creche varia entre um mínimo de 0% (Cesp, Copel, Duratex, Embraer, Light, Redecard, Tractebel e Usiminas) e um máximo de 0,2% (Banco Bradesco). Em Participação nos Lucros e Resultados, o mínimo é de 0% (Light) e o máximo é de 3,2% (Banco Bradesco). No último item, Outros, o mínimo é de 0,1% (Copel) e o máximo é de 0,9% (Banco Bradesco).

Os indicadores sociais externos informam o total das contribuições da empresa para a sociedade. O Quadro 3 mostra os itens que compõem os indicadores sociais externos.

Educação Cultura

Saúde e Saneamento Esporte

Combate à Fome e Segurança Alimentar Outros

Total de Contribuições à Sociedade Tributos (excluídos encargos sociais)

Quadro 3 – Indicadores sociais externos

A análise dos indicadores sociais externos dos balanços sociais de 2008 mostra que o item Educação varia entre um mínimo de 0% (Banco Bradesco, Coelce, Redecard, Copel, Duratex, Light, Usiminas) e um máximo de 0,1% (Gerdau S/A). O item Cultura varia entre 0% (Duratex, Light, Embraer, Suzano) e 0,5% (Coelce). No item Saúde e Saneamento, o

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mínimo é de 0% (Banco do Brasil, Redecard, Banco Bradesco, Coelce, Light, Suzano, Tim Participações, Usiminas) e o máximo é de 1,7% (Copel).

O item Esporte varia de 0% (Coelce, Duratex, Light, Redecard, Suzano, Tim Participações) a 0,2% (Banco Bradesco). O item Combate à Fome e Segurança Alimentar, varia de 0% (Redecard, Banco Bradesco, Copel, CPFL, Light, Energias do Brasil, Sabesp, Suzano, Tim Participações, Usiminas) a 0,2% (Banco do Brasil). Em Outros, o mínimo é de 0% (Light, Copel, Duratex, Embraer, Redecard, Tim Participações) e o máximo é de 11,2% (Coelce).

O item Total de Contribuições à Sociedade é a soma dos itens: Educação; Cultura; Saúde e Saneamento; Esporte; Combate à Fome e Segurança Alimentar; e Outros. O valor varia entre um mínimo de 0% (Light, Duratex) e um máximo de 11,7% (Coelce). Por fim, o item Tributos apresenta um mínimo de 2,3% (Embraer) e um máximo de 59,1% (Copel).

A análise dos indicadores sociais externos dos balanços sociais de 2009 mostra que o item Educação apresenta um valor mínimo de 0% (Copel, Duratex, Light, Redecard, Sabesp e Usiminas) e um valor máximo de 0,4% (Coelce).

No item Saúde e Saneamento, o mínimo é de 0% (Banco do Brasil, Banco Bradesco, Coelce, Gerdau S/A, Light, Redecard, Suzano, Tim Participações e Usiminas) e o máximo é de 1,9% (Copel).

Em Esporte, o mínimo é de 0% (Duratex, Light, Redecard e Tim Participações) e o máximo de 0,1% (Banco do Brasil). O item Combate à Fome e Segurança Alimentar varia de um mínimo de 0% (Banco Bradesco, Copel, CPFL, Embraer, Energias do Brasil, Light, Redecard, Sabesp, Suzano, Tim Participações e Usiminas) a um máximo de 0,1% (Banco do Brasil). Já em Outros, o mínimo é de 0% (Copel, Duratex, Embraer, Light, Redecard e Tim Participações) e o máximo é de 3,7% (Coelce).

O item Total de Contribuições à Sociedade é a soma dos itens: Educação; Cultura; Saúde e Saneamento; Esporte; Combate à Fome e Segurança Alimentar e Outros. O valor varia entre um mínimo de 0% (Redecard) e um máximo de 4% (Coelce). Por fim, o item Tributos apresenta um mínimo de 0% (Redecard) e um máximo de 62,6% (Copel).

Os indicadores ambientais informam o valor investido pela empresa em políticas de meio ambiente. O Quadro 4 apresenta os itens que compõem os indicadores ambientais.

Investimentos em Projetos Internos Investimentos em Projetos Externos

Quadro 4 – Indicadores ambientais

Em 2008, os investimentos em indicadores ambientais em relação à receita líquida são baixos. O item Investimentos em Projetos Internos apresenta um valor máximo de 2,2% (Copel) e o item Investimentos em Projetos Externos apresenta um valor máximo de 1,3% (Tractebel).

Em 2009, os investimentos em relação à receita líquida mostram-se também baixos. O item Investimentos em Projetos Internos apresenta um valor mínimo de 0% (Banco Bradesco, Light e Tim Participações) e um máximo de 2,9% (Copel). Já em Investimentos em Projetos Externos, o mínimo é de 0% (Banco do Brasil, Duratex, Embraer, Energias do Brasil, Gerdau S/A, Light, Tim Participações e Usiminas) e o máximo é de 2,41% (Tractebel).

Concluindo, a análise dos balanços sociais de 2008 e de 2009 mostra que, em relação aos indicadores sociais internos, 88,8% das empresas possuem a maior porcentagem da receita líquida investida em Encargos Sociais Compulsórios. Já em relação aos indicadores sociais externos, as empresas investem uma porcentagem maior de sua receita líquida no item Cultura, sendo de 61,1% em 2008 e 50% em 2009.

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Com relação aos indicadores ambientais, os investimentos mostraram-se muito baixos tanto no exercício de 2008 quanto no de 2009.

A Tabela 1 apresenta o total dos investimentos sobre a receita líquida, de cada empresa da amostra, para os exercícios de 2008 e de 2009. As porcentagens em indicadores sociais internos variaram de 2% a 21,4% em 2008, e de 1,95% a 18,10% em 2009. Já as porcentagens em indicadores sociais externos variaram de 2,44% a 62,03% em 2008, e de 0% a 64,70% em 2009. As porcentagens em indicadores ambientais são muito baixas. Em 2008, 61,1% das empresas e em 2009, 83,3% das empresas apresentam investimentos menores que 1%.

A análise da tabela aponta que as empresas da amostra investiram primeiramente em indicadores sociais externos. Em seguida, vieram os investimentos em indicadores sociais internos. E em terceiro lugar, os investimentos em meio ambiente. Ou seja, as empresas da amostra investiram, em primeiro lugar, em projetos destinados à sociedade. Em segundo lugar, investiram em projetos que beneficiavam seus funcionários. E em terceiro lugar, investiram em projetos de meio ambiente. Apesar da preocupação crescente com a questão ambiental, os investimentos das empresas na área são ainda incipientes.

Tabela 1 – Total dos investimentos sobre a receita líquida

Empresas Indicadores Sociais Internos (%) Sociais Externos (%) Ambientais (%) 2008 2009 2008 2009 2008 2009 Banco do Brasil 6,99 9,39 7,59 11,99 0,03 0,03 Bradesco 21,40 18,10 28,60 31,80 0,30 0,10 Cemig 9,57 6,77 62,03 59,58 0,65 0,77 Cesp 2,67 2,53 18,52 15,39 1,56 0,93 Coelce 3,23 2,77 46,50 37,09 1,43 0,87 Copel 6,20 7,30 60,90 64,70 2,20 2,90 CPFL 2,73 2,61 47,67 46,88 1,77 1,51 Duratex 8,80 10,20 31,00 21,40 0,70 0,50 Embraer 7,24 7,39 2,44 2,69 0,10 0,10 Energias do Brasil 3,21 3,37 56,29 56,26 0,59 0,63 Gerdau S/A 4,73 5,38 13,29 13,29 0,72 0,51 Light 2,00 2,00 51,00 51,00 0,00 0,00 Redecard 3,30 3,10 39,70 0,00 ND 0,00 Sabesp 6,81 6,87 19,09 20,06 0,16 0,47 Suzano 4,74 5,63 6,18 10,16 0,24 0,23 Tim Participações 2,11 1,95 39,94 35,99 0,00 0,00 Tractebel 3,08 3,25 24,98 23,93 1,46 3,12 Usiminas 5,46 7,06 22,57 20,67 1,72 0,78 ND = não disponível

O Gráfico 1 apresenta o total dos investimentos em relação à receita líquida em indicadores sociais internos, dos exercícios de 2008 e de 2009.

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Gráfico 1 – Total dos investimentos sobre a receita líquida em indicadores sociais internos

O Gráfico 2 apresenta o total dos investimentos em relação à receita líquida em indicadores sociais externos, dos exercícios de 2008 e de 2009.

Gráfico 2 – Total dos investimentos sobre a receita líquida em indicadores sociais externos

O Gráfico 3 apresenta o total dos investimentos em relação à receita líquida em indicadores ambientais, dos exercícios de 2008 e de 2009.

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6 Considerações finais

A responsabilidade socioambiental é um tema atual, que tem atraído a atenção da mídia, de pesquisadores de várias áreas e da sociedade em geral. O balanço social é a principal ferramenta utilizada pelas empresas para informar aos seus diferentes usuários, sobre suas ações nas áreas econômica, social e ambiental. O número de empresas que publicam o balanço social no Brasil tem crescido nos últimos anos.

A pesquisa verificou quanto as empresas estão investindo, em relação à receita líquida, em indicadores sociais internos, em indicadores sociais externos e em indicadores ambientais. Foram analisados os balanços sociais dos exercícios de 2008 e de 2009.

A análise dos balanços sociais aponta que as empresas investiram mais em indicadores sociais externos. Em seguida vieram os investimentos em indicadores sociais internos. Apesar da proteção ao meio ambiente ser uma preocupação crescente de parcela significativa da população, em várias partes do mundo, os investimentos das empresas brasileiras em programas ambientais são ainda incipientes.

A pesquisa apresenta como limitações o tamanho da amostra e o método de amostragem utilizado. Os resultados refletem apenas a situação das empresas da amostra, não podendo ser generalizados.

A importância da pesquisa está em mostrar como as empresas estão desempenhando sua responsabilidade socioambiental. Outras pesquisas podem ser desenvolvidas, utilizando outros critérios para selecionar a amostra, como por exemplo, empresas listadas no ISE que adotam o modelo GRI; ou empresas listadas em outros índices de mercado.

Referências

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