DA SIMILIS
EDOS MEIOS
PROPHYLACTICOS
.
—
«Ô**—
THESE
»apresentada áFaculdadedcMedicina do Rio deJaneiro, esustentadapublicamcntcaos15 de Xovembro de 18S5, paraaverificaçãodoseu
diplôma, conforme mandamasleisemvigor : POR
^^
nas
ídsto
HH
^
mpjjrowio
be
?HATCIAL DE S.PEDRO(MOYMA DE MKAS GERAES)
Doutorem medicinapelaUniversidadeRcgia
-
Bavara-
Frederico-
Alexandrina,de Erlangen) ex-
medico adjunto doInstitutooph tal micode Bruxellas,Membrocorrespondente dasSociedadesMedico
-
Cirurgira deBruges,das scienriasMedicaseNatnracs de MalinesedeMedicina Pratica daprovínciadeAnvers,e&c.
•RIO DE
JANEIRO
.
TYP
.
niPARfUE»El
*.
DF.
PAUL.4 BRITO,1815.
ACADEMIAIMPERIALDEMEDITODORIODE JANEIRO.
DTP
.
SSTCR.
O SNR
.
I)R.
JOSR MARTINSOACRUZ Joni ».LENTES PROPRIETÁRIOS
.
OsSrs
.
Drs.
I
—
ANNO.
Francisco de PaulaCândido Francisco Freire Allemão
.
.
Physica Medica
.
Botanica Medica,eprincí pioselementares
deZoologia
.
\
!I
—
ANNO.
Joaquin VicenteTorre* Homero
.
.
JoséMaurícioNunesGarciaIII
—
A N N O.
JoséMauricio Nunes Garcia Anatomia geraledescriptiva. Lourenço de Assis Pereira da Cunha, Exam Physiologie
.
IV
—
ASNO.
<Ch'mica Medica,e principio.«eljrentaresde *$ Mineralogia
.
.
Anatomin geral cdescriptiva.Pathologiaexterna. Patliologiainterna
.
ÇPharmacia, Materia Medica,espeeialmcnte
I aBrasileira,Therap,e Artedefo
-
mular.
Luiz Francisco Ferreira, Presidente.
JoaquimJosé daSilva *
João JosédeCarvalho
V
—
ANNO.
Cnndido Borges Monteiro,Examinador
...
.
Operações,Anatomiatopngr.
eApparclho».
, '
c
.
, . <Partos, Moléstias das mulheres pejadas eps -FranciscoJulioXavier,tiupptrnu $ ridas,edosmeninosrecem-nascidos.VI
—
ANNO.
ThomasGomes dos Santos
.
,JMC Martins daCruz Jobim
.
2
.
°ao 4." Manoel Felic.Per.deCarr.
°,Ex.
<linieaexterna, cAnat.pathol.respectira,5
.
°ao 6.°
ManoeldeValladâoPimentel...
.
Clinic?interna,c Anat.pathol.
rcspcctiva. LENTESSUBSTITUTOS.Hygiene,chistoria da Medicina
.
Medicina legal.
Francisco GabrieldaRocha Freire
..
Antonio MariadeMiranda Castro.
.
.
.
JosCBentodaRosa
.
Examinador....
Antonio Felix Martins,Supplente...
IJomingosMarinhodeAzevedo Americano.
Luiz daCunhaFeijó..
...
.
£
Sccçãqdc scicncias accessorial.
Secção medica.
Secção cirúrgica;
SECRETARIO
.
Dr
.
Luiz Carlos daFonccca.
Em virtude dcumaresoluçãona, n Faculdade não approva r
-
n reprova asopiniões emittidas nasTheses,as quaes devem sercousideradaspropriasdcseusauctores.
A
MEU AMIGO
a
SKR« JQ&
Q)PIRES PA
SULVA
.
Vós mevisteis no vcrdAr de meus annos;depoisdestaépoca dous lustrossepassaram
,
c emtodo estetempoentreti comvoscoamigá-veisrelações
.
Osserviçosque meprestasteis, durante minha vida escolar, samirrefragáveis provas do vossa estima edesinteressada amizade.
Permitti,pois,que cu tenha presumpçãodevos conhecer
..
.
Tam -bém,possa eu ter a certeza que vóslôdcscm minha alma, c que acei-taisesta oflerta como nascida de um coraçãoque
vos
6grato.
Rio deJaneiro 15 do
Novembro
de1845.
Na those quo defendi na universidade deErlangen,por occa
-siãodo meu doutoramento,deixei passar umerro que,ainda que de pequena importância,
convém desfaze-
lo.
Durante minha estada na Europa
,
tive a satisfaçãode conhecer alguns homens que seoccupando da medicina, desejavam ter um correspondente no meu paiz,epara
este fim me convidaram.
Dando àelleso meuenderêsso,foiSahara,cidade maisnotável nadirecção deminhacasa,eaondetenho parentescamigos,
quelhes designeipara
enviarem-
mesuascartas,
&c.
Portanto,quandoimprimiu
-
sc ofrontispíciodaquella these,não dando cuapenas
senãoo nome da proví ncia em que habito,oim-pressor,
que me conhecia do a muito,
ajuntou, pelarazão que
fica exposta, Sahara,
comoo lugar domeu nascimento ou de minha residência.
Nas visinhanças desta antiga cidade
,
óna verdade onde osmeus
avôsnasceram,
eonde ainda hoje habita grande parte dos meus pa-rentes
.
Em quanto
à mim,não foiaïo lugar do meunascimento
; foi nacommarca
do ParacatùdoPrincipe
,
emumafazenda de meus
pays
denominada
Sam
Pedro
,
ondo vi
osprimeiros
raios de luz.
DA
S
1PH1LIS
.
Alguns escritoresdamo
—
Novo-
mundo—
porberço do mal ve -néreo; outros fazem-
noapparôcer naEuropamuitoantes da des -coberta d’America.
Aspesquizas, aque procédémos, nos conven -ceram,
de que essa moléstia não houve sua origem nesta ultima, cque aepidemia siphilitica que reinou em1494 e1495, eque coincidiu com a primeira volta de ChristovSo Colombo não foi senão um accidente, umacasualidade,
enunca uma demonstração de que fosseessa alTecçáo importada d’America. E nossaopinião sebaséa sobre provasconvincentes.
Com eiïeito,
aG de Novembro de1492 descobriu Colombo a America ; a 4 de Março de1493 elle de volta desembarcou em Lisbôa : em Setembro de1494
Car -los8o, rei deFran ça, partiu para aItalia na intenção de con-quistar Nápoles ; a20 de Maio de1495elleadeixou para voltar áFrança
,
oaportou emLyão a 7 do Novembro do mesmo anno. Disposto isto, examinémos, seentre aspublicaçõesdessa epoca encontramos algumasque tenham dadas certas, e que façam menção da moléstia que mais tarde se chamou mal venéreo,si -philis,($íC.
ôíC.
Apparôceucm1489um livro em4.°, tendo portitulo: Paci
/
icitnaximi
poetœ Æsculani.
Florentiœ,
anno gratiœ MCCCCLXXXIX, idibui novembris,
perAnloniumMiscominttm.
No livro X
.°
,
intitulado deMatrona enolivro III.
0,ad Pna—
2—
pum(1), sc encontraprovas certas de que asiphilis existia
na Eu
-ropa antes da descoberta d’America,Baptista Fulgosi nos diz naedição latina de sua obra,
—
Vaclot
cdictasmemoráveis
—
,impressa em Milão em1509« Dous anno*
antesda vinda de Carlos 8.
° últalia,opovofoi assaltado poruma novamoléstia, cujo nomectratamento osMedicos nãoencontra -ram nasdoutrinas dos antigos,&c.
&c.
»Nósfizemosobservar
,
que Colombo voltou a Lisbôa de sua via -gem àAmerica emMarço de1493,cque no annoseguinte Car -los 8.° fez
aguerra da ltalia; porconsequência seasiphilisexis -tia neste paiz dous annosantes daconquista franceza, cilaéan -teriorûvolta d’aquelle.
E'provávelque naepoca dositio deNápoles circunstancias cos
-mologicas, que então seapresentaram, mas que ao depois não conservaram no mesmo gráu asua influencia, dessem ocaracter epidemico emort í feroaestamoléstia.
E,
certo, asrapidasdesor -densque occasionava,
eo grande numero de victimasque produ -zia, contribu íram para que osescritores contemporâneosaolhas -sem como nova, cmesmocomouma punição celeste.
Não temos tambémoutrasenfermidades
,
que derepentetomam, sem causaconhecida, um ar degravidade de que anteriormente não sc as acreditava susceplivcis?...
Como foram espantosas as devastaçõesnoParaguay ãté1843causadas pelasbexigas,e naEu -ropa cm 1832 c1833as docholera-
morbus 1!..
E para que va -mos fóra buscar exemplos deste gencro?..
Passadossara apenas dous annos, que uma epidemia de lebresvictimoucruclmcnle os habitantes de nossa bella Córte.
Quanto aos nomes,debaixo dosquaesasiphilisóconhecida boje, sem duvida, nãosam os mesmosqueadistinguiam antes do sitio deNápoles : cnisto não différé cila muito das outras moléstias
.
Para prova doque vimosdedizer, chamaremoso typhus, que uns denominam febre typhoide, outros gastro-
entcro-
ccphalite,ente -rite folliculosa,
typhlitc,&c.
; nossos bis-
nettosperceberãomaloque(1)Extradosdesta obrarstmn consignados
—
no Jornal deMedicina tom2o pag.372,ctambémnas
-
Ane-
cd.
-
iaade Medicina-
,toro.l.°,p„
K.
122eseguintes’—
3—
essas palavrasexprimem;a elles aconteceráo mesmoque nosacon
-tece respeitoaoverdadeiro nome da siphilis antes da descobertad’America
.
Posto que nossa intençãoseja somente expôr empoucas pala
-vrasanossa opinião acerca doassumpto que nos occupa, todavianãocalaremos um facto ainda não publicado, que nosfoi trans
-mittidopor M
.
Dugniolle,
Medico notáveldeBruxellas.
Esse factoconsiste na notta seguinte, quese 16emum manuscrito dosAr
-chivas do Bcino da líelgica:
“
Tabbardus foi admittido para o Hospital, por causa de uma moléstia—
palicbaíur in virrja vi-rili (1)
.
Istoéparanósumaprova de que asiphilis existia antes da volta
deColombo; masalguém poderádar
-
lhe pouco valór porseha-ver denominadoumtantovagamente o soíTrimento deTabbardus; comtudoobservemos que n’aquelles tempos asaffecçoes deum tal
orgão só reclamavam um tratamento noHospital, quando eram denatureza grave; c cmgeral samasconsequências deum com
-mercio impuro quedam a essasaffecçoes o caracter grave; além
de que pode
-
se mui bem julgar queoditosoíTrimento seria cla-ramenteespecificado se elle fosse poucocommun)
.
i>o V í RUS SIPIIILITICO.
Acercadaexistência do virus venéreo osautoresso ham divi
-dido cm dous partidos: uns o admittem comoum principio ex -trcmamenlesubtil, nãosujeito aexames eeminentementeconta -gioso : attribuem-
lhc, nao sóapropriedade contagiosa da siphilis,
mas lambemsuanaturezaeparticularidades.
Outrosnegam tencia do virus, cconsideram a siphiliscomo uma inflammação simples.Asrazoescomque uns c outros apoiamsua opiniãosam basea
-das antes sobreoresultado da medicaçãoque empregam paraacxis
-com
-(I)Comptes des flt
-
fsduBrabant de 1369 a 1386,(porconsequência muiloan -tesda descoberta do Novo-
Mundo).
—
4
—
Later esta affecção,doque sobre
provas
dircctas.
A discussãodeste
assumptoainda nãoestáconclu ída ; masnós nosdeclaramos pouco inclinado a darásiphilis um caracter puramente inflaminatorio.
PA TRANSMISSAÕ PA SIPIIILIS
.
Logoqueapparôccu aprimeira grande epidemia na
Europa
em 149 í, a siphilis se mostrou com tacssignaesde gravidade,
que algunsGovernos seacreditaram obrigadosaempregarrigorosíssi -masmedidas contraaquelles que foram iníeccionados para impe -dir a sua propagação.
Dos parlamentos de Paris e deEdimbourg baixaram decretos, que,
sob-
nena demorte, mandavam áspessoas atacadas dessemal retirar-
sedo centro das cidades atéocompleto restabelecimento ; o que mui raramente acontecia,
por causa da ignorância em que seachavam os médicos dessa epoca relativa -mente ao tratamento que deviam empregar. Com elíeito foi so -mentedepois queJ.
Widemann, oprimeiro que propoz rio paracombater asiphilis,esobre-
tudo depois que Uerenger de Carpi cm1552fixou de uma maneira racional ousodestemedi -camento, que seobteve maior numero decurasradicaes.
Também pouco depois
,
comoacontece atodas asepidemias, a siphilis perdeu a intensidade que nessascircunstancias adquiriu, para tomar seuverdadeirocaracter, suamarcha, esuas proporçoes ordinárias.
Desde entãoella muito pouco assustou aosquese ex-punham ao seucontagio ; e mesmoumaepoca houve
,
nãomuito alíastada d’aquella emque tevelugar aepidemia
de que acaba -mosdefallar,
na qual,segundoErasmo, erado bom tom,
téen -tro agenteda côrtc,
estar-
se infeccionadodasiphilis.
Em
verdade, que bella gloria! ver-
sequalquer molestadopor
tamterrí vel mal,
milvezes consequência dadevassidão; mal,cuja acção,cnfranquecendoasfaculdades phvsicas cmoraes,
deveria
tor -turar ainda maisassuas desgraçadasvictimas
pelo temordever
o castigo deseus erros continuar cm seus descendentes !.
.
.
Duranteaepidemia de
1194
pensou-
se queasiphilispodia
trans* mitlir-
seádistancia
porinterm
édio do àratmospherico.
David Hu
-It
me conta,queoparlamento de Inglaterra accusára oprimeiromi
-nistro deHenrique 8.
° de havercornmunicadoomal deNápoles aseu Hei,somente por que lhe fullou ao ouvido.
Sem querermos contestaressamaneira de transmissãodomal ve
-néreo, importa fazermos observar,que nãoémais deste modo que elle paréce propagar-
se naactualidade, equenão se créquasi nada em oseu contagio por intermédio deum talvehiculo.
Ordinaria -menteé pelocontacto immediato que o mal se transmitte;entre -tanto essa transmissão podo ter lugar, sendo intermediário um corpo estranho.
M.
Dugniolle teveabondadedenoscommunicar, que viu um soldado ganhar omal venéreo no anus, servindo-
se das calças deum companheiroqueestava infectado.
Tendosido consideradocomomeiocommunicante da siphilisa maior parte dos nossos humores, somos forçado a dizer algumas palavras, para fazer conhecer as opinioes emittidas sobre esteas
-sumpto pelos homenscompetentes.
Oshumores que servem de conductores ao principiovenéreosam emsua ordem de frequência, ecorneando pelos maisraros:l
.
° oleite ( conformoAstruceBell ):2.
°osangue (Bell eFourmiér): 3.
®osuor(Astruc):asinfecções por estestrèsexcipientessam ex -cessivamento raras econtestadas: 4.
° asaliva ( Petit-
Hudel e Bos -quillon ): 5.
°a matéria seminal, o muco,opuzdaspuslulasedos tubérculos mucósos, o puz dos cancros e dos buboes primitivos: este ultimo éconsideradopor todos ossiphilographoscomovehi -culo ordináriodamoléstiaemquestão :noentanto que existe ainda tanta ou quanta duvida sobre a natureza contagiosa do producto dasoutrasa Aceções.
Ascondiçõesmaisfavoráveisparaainfecção samcommummente um contacto mais ou menos prolongado damateriainfectantecom apartesäa docorpo humano
.
Podeentretanto acontecer,
ecom effeito acontece muitasvezes,quo entre algunsindivíduos,em vir -tude de umasuscoptibilidado particular,
ainfecção tem lugar pelo contacto o mais simples, eomenosduradouro.
Aproposito de sus -ceptibilidade,
édigno de notar-
so suas numerosas variedades,es -pcciaesacada um indivíduo : do tal modoque podem muitos ter impunemente commcrciocom as mais impuras mulheres; cm quan-—
G—
tooutrosn ãoresistiriam áinfluencia das mais passageiras
causas
deste mal.
Lima primeira infecção trazapozsi uma segunda, porqueasi
-pltilis augmentaa sensibilidade
,
epor consequênciaapredisposição: e é lam verdade isto,
que em umaquantidadedada demulheres publicas o numero das que liam soílrido o malvenéreo mais de umavez 6superior ;ealgumasha mesmoquepassama maior parte desua >idanoshospitaes.
Ápezar da naturezaessencialmentecontagiosa dasiphilis,nem to
-dasasmoléstias que sam suasconsequências,temaqualidade de transmittir-
se :ea razãodeste phenomenodeveser procurado,ou nolongotempo queseguioàinfecção,ou namodificação do mesmo principiocontagioso.
K’provável quea acção incessante daeconomia animada sobro este principio,omodifique mais ou menosnolim de algumtempo sem mudarem totalidade os seus efleitos; porquese \é muitas vezesasiphilischegaraosegundoeaoterceiro gr
.
;u ,produzir ter -rí veis estragosnaorganisação daspessoas pacientes,
semque ellas a transmitiam.
Aesterespeito,admiltimosnós emparteaopinião de M.
Ricord,que encarao puzdoscancros primitivos,odosbubóes venéreoscomosóscapazesdecommunicara moléstia pelo contagio ordinário; cmquanto a siphilissecundaria só se transmitte por hereditariedade,depaysa filhos.
Com tudo M
.
Ricord pensa,quo aspustulas chatas,os tubérculos mucososc aspustulashúmidas(1),
que senão inoculam,
sam en -tretanto susceptiveis de transmittir-
sepelacopula.
Depois dainfecção omal venéreo não semostra damesmama
-neira cm todas aspessoas.
Aepoca em que elle começa amani -festar-
seétambém muito variavcl.
Nãose podo ainda explicar do modo racional csatisfactorio asdifTercnçasquo se observam a esterespeito.
Se as attribueásusccptihilidade individual, aoestado e ánatureza das partesá quantidadeda matéria, e aalgumas cir -cuinstuncias concumittantes.
Sejam ou não certas estasexplicações, um(1)Estas aflecções samconsideradascomoprimitivaspor M. Raumes,osecun
-darias por M.
M.Ricord oHonrolay.
—
7—
aexperiencia nos ensina que as circunistancias mais
favofaveis
ao contagiosam: ainfancia,»pie apresentaama sensibilidade
muito maior, umapelle maisfina,e dotada de maiorforçaabsorvente: o estadode fraqueza, ca embriaguez pela especiedeorgasmogeral
que occasiona; uma certa predisposiçãodevida ás infecçoes ante -riores, que deixam muitas vezesdepoisdesuacurapequenas
cica -trizesqueentretêmumestado habitualdehumidade. Porémcasos ha emqueessa humidade,longe de favorecerocontagio,oimpede
completamente : isto acontece desdequeé cila produzida por ummuco espessoemuito abundante
.
Aintensidadeprimitivadasiphilis varia muito,conformeoestado dos indiv íduose ascircumstanciasqueacompanharamocontagio
.
Todas as infecçoesque tiveram lugar por meio de chagas sam do or -dinário mais intensas,e sedeclaram mais depressa do que aquellas que tiveram lugar pelaspartessãasecobertasde suaepiderme.
As que se apresentam nas visinhançasde filetes nervososassazgrossos, ouramos arteriaes de umcerto volume,mostram maisintensidade, que asoutras.
Estas circumstancias influem igualmente sobre o tempo que intermedeia aocontagioe producção dosphenomenos morbidos.
M.Mercier Histoire deFrance)refere quealguns soldados,dos quefaziam o sitio de Nápoles cm
1494
,morreramnofim de trez dias victimasdo mal venéreo; seus membrosestavam gangrenadoseca -biam aospedaços.
Hojea marcha desta moléstiaestá muitomodifi -cada: porque, se consultarmos ossiphilographos, encontraremos, que umespaço de trezmezesa um anuo e mais,
se ha interposto entreainfecção eoapparecimcntodosphenomenosterciários,
eisto vemosn óscommummcntc.
Fournier diz ter observado na casa de saudedossuburbios do StJacques,umhomem de00annos
,
quetinhaaglandecopenis corroídospelogalico.
EssedoenteaíTirmava,quenão seexpozeraa nem-
uma nova infecção desdeo seucasamento,
que datava de 12 annos; e quesua mulher nãoexperimentara nem umaindisposi
-ção: foiantesdoseucasamento queelleseinfeccionàra.
Véem
-
semeninosque trouxeram por herançao malvenéreo, pas -sarem os primeiros annos sem o menor incommodo,e quando menos—
s
—
so espora ,
apresentarem
os resultados da infecção quereceberam.
M.
Dugniolletratou, em1843,
de umamoç
a de13annos quelinha
uma aflecção congenial, producto da siphilis,
queesteveocculta,e aquemnemumsymptoma
atéali fizerasuspeitar.
Hunter conta haver observado
pessoas
apparentemente sadias, apresentando de repente, depoisdeum accesso de febre,
oudeum excesso&c.
,
estegenerode moléstia.
Os primeiros
symptomas
da siphilis primitivaseguem umamar-chade ordinário maisconstante : e tem
-
sevistoquequasisempre
ellesapparêcemdoterceiroaosexto dia dainfecção.
Enlretantojnu -mcrosas excepçõcs se dam para esta regra:por isso,J.
L.
Petit pretende,quea acçãodo principiovenéreopodelicorvinteoutrinta annos no estado latente, soíírendo uma perfeitaincubação.
Temos conhecido indivíduosqueapresentamos symptomasda'siphilis24
horasdepois da infecção.
Em 1843,em Bruxellas,
achava-
se no Hospitalmilitar umsoldado comcrancrosprimitivos,o qualnãoti -nhacopuladohavia très mezes.
SEDE DA SIPHILIS
.
Ordinariamente ellasemanifesta nos lugaresqueseexpozeram ao contagio; masalgumas vezes,posto que raras,ellavem apparôcer empontos maisou menosafastados d’aquelles
.
No primeiro caso chama-
seprimitiva,ea demora deseu apparôcimento quasinunca excedea10dias.
Nosegundo,
istoé,quandoamoléstianãooccupa osorgãos que directamente sesubmetteramaoprincipioinfectante,
tomaonome desiphilisdeimproviso ouconstitucional;então se faznecessário um maiorespaçodetempopara suamanifestação,
que não écomosmesmoscaracteresd’aquella;pois principia por symp -tomas geraes.
Parôce que esta especie de transmissão se fazpela absorpçãodopuz.
Entretantodeclaramosqueoscasosdesta ordemformam
um pequeno numero,
e que aexplicaçãoHellesseencon
-trarásulTicientemento razoavel nas disposições peculiaresde cada umindividuo
.
—
9—
contacto,inHue inuitosobreo
appar
ûcimento da si pliilisprimitiva.
Parôcoconstante que um orgoé tanto maissusceptivel ù sédo principal da aíTecçãovenérea primitiva, quantogoza elle de uma maior sensibilidade,
istoé,recebe um maior numero de filetes ner-vososda vida animal
.
Também ó raro apresentarem-
secancros primitivos além docollo da bexiga no homem, e do espbincterdavaginaoucollodouterodamulher
.
Asiphilis deimprovisoouconstitucional teria lugarporumacs
-pecie deabsorpção,desdequeamatéria contagiosa fossedepositada
sobre aspartes poucoou n10sensí veisdo fundo e collodouteroeda vagina. L
’
oresta maneirasc poderia explicara raridadedesta es -pecie de siphilis.
Alémdistooprincipiomorbosopoderia ser absor-vido sem que as partes supramencionadasse tornassem a sédo dafiecção
.
Asmembranas mucosas samdocorpohumano aspartesquemais
seexpõemaocontagio, principalinentconde sam cilas cobertaspor
uma epiderme delicada,nas immediaçõesdasabertasnaturaes
,
equandovestem orgãossusceptivcis de orgasmo
.
Apellenão seprestamenosao contagio,especialmente quandoapresenta soluções de continuidade,etemaepidermedestacada
.
Depois quea moléstia sc torna geral,um tempo vem, emque toda a economia saturada não pode mais reagir com força suffi
—
cientecontraaarçãodoprincipio queadomina
.
Então,esóentão,
osorgansda vidavegetativa podem constituir
-
sea séde dessaacção,
edaqui surgem as exostoses,ascaries,<&c
.
&c.
1'eloqueacabamos dedizer reconhece
-
so queasiphilis estabelece em sua marcha périodessensíveis,
cadaumdos quaes paréce ter uma certa prcdilecção por tal ou tal orgão: examinemospoisoque apresentam elles de particular
,
encetando por dividi-
los,
cde -nomina-
los,
do seguinte modo :Primeiroperiodo
—
siphilisprimitiva.
Segundo dito
—
siphilis secundaria.
Terceiro dito—
siphilis tcrciaria.
1
.
° Periodo:Manifesta-
sesempresobreosorgãosque foramex -postos ao contagio: ora estessam osda geração ; logo èquasi—
10
—
sempre
sobre ellesque
se encontram osprimeiros
imlicios da exis -tência dasiphilis,
que oraveste
-
se das formas dasulceras,
ora doscancros
.
Nohomem commuminentesesituam naglande, noprepucio
,
nacircumvisinhançado freio ou nocontornoda corôa daglande
.
Namulhersam ospequenos lábios,a entradada vulva
,
quasi semprea fóssa navicular
,
poucas vezes o vest í bulo,
a parte posterior doesphincterdavaginaeocanal dauretra
,
os lugar de escolha.
Sam casosexcepcionaesaquelles em que asiphilis primitiva sefazconhe-cida por aberturas longitudinaes
.
Fóra dos orgãosgenitaes,que,
como dissemos,sam asua séde ordinaria , pode ella occupar ou
-tros ; taes sam o nariz,
a boca,
osolhos,
asorelhas,esobre todosoanus
.
2
°
Siphilis secundaria:Elle vem logoapozádissipação emparte dossymptomasdasiphilis primitiva,ou melhor quando liam elles mudado decaracter.
Geralmente6em umpontoaííastado,daquelle em que teve lugar o contagio, que se ella declara.
Os primeiros indiciosdesua existência sam frequentementeas manchas côr de cobre,que sobreo corpose espalham, formando maiores e mais notáveis grupos nas parteshabitualmente cobertas;essasmanchas sammaissensí veis no verãoque no inverno;e nesta epoca se faz necessário um certo habito de ve-
laspara se aspoder distinguir.No periodoem que estamos, a siphilis ainda se apresenta sob a fórma detubérculos mucosos,pustulas,tumores gommosos evege
-tações,que receberam os nomes decrista de gallo, couve-
flor&c
.
,
conformeasdisposiçõesquetomavam.
3
.
°Periodo: Asiphilis terciariaéincontestavelmente
o maister-rível periododo malqueestudamos :é para entãoqueelle osseusmais cruéis estragos, pois espera queo principio morhoso, invada toda a economia, corrompa todos ossolidos, ataque todas as
partes
16 as mais solidas,osossos,
para dar-
seaconhecer. Os si -gnaes quea denotam sam agora acompanhadosporinsuportá
veis dòres.
Os ossos do paladar,do nariz,docraneocacrista do tihia samdeprcdilecçãopara seusinsu tos.
Elles começam
reserva
porengorgi
-tar-
se; tornam-
se cancrosos;otessido cellular,que os reveste,se constituea séde deulcerasprofundas, detumores
de todo o genero.
—
11—
Pode
-
sedizer
com razfio,
queentãodispolica
reinante da organi -sação,
asipbilisa contamina e allue.
Eis cm resumoosmales
que
asiphilis
engendra.
Comparando
nosalguns dos suussymptômescorn aquellesque caracterisamou
-tras moléstias,
examinando sobre tudo asvariadas fôrmassob-
as quaeso mal venéreo apparéce, não teremos odireito de pergun -tar,
se certas moléstias que adligem e arruinam a nossa população, taescomoa phtysica pulmonar, o marasmo, as febres hecticas e nervosasc orachitismo sam oun ãoefleitos da acção doprincipio siphilitico?..
.
Empresença dastam graves consequências dasaffecçõessipbili
-ticas,felizes nos devemos julgar,por haveraMedicina achadomeios seguros de as combater, emesmo prevenir.
Podemosadirmarque sendo reconhecida e convenientemente tratada, asiphilis pôdeser completamente curada, e em poucotempo:eeste tratamentoga -rantirá também os accidentes consecutivos, que sam muito maisperigosos doqueos primitivos
.
Masseoprimeiro tratamento loi defeituosoouincompleto,
ou sepor uma negligencia digna de re -prehensão deu-se em principio tempo para queamoléstiase en -sinuasse cada vez mais na economia, deve-
se temer que os remé-dios, outrora edicazes paravencero mal emopportunas circums
-tancias,
se tornem então inteiramente impotentes, epreciso seja recorrer-
se aos maisenergicos meios,
quoaartosóemprega em desesperodacausa.
Depois de havermosexpostoanatureza dos malesque osiphilis pôde occasionar
,
eantes de passarmos aos meios prophylacticos, não será sem interesse se nos levantar com forças contra certos preju ízos, esobre tudo contra a culpabilidade de certos indivíduos que,
sabendoqueestamatacados de doênçacontagiosa, pensam se curar emacommunicandoáuma outra pessôa,
e outros quesen -tem um verdadeiro prazer de transmittir o seu mal.
Taes actos samo indicio deum caracter perverso emáu : alem disto,
con -tribuindo á propagar um mal dos mais funestos,
seus autores se preparam ainda com novassortes de infecção.
A abstinência,
em tal caso,éuma das condiçõesa maisimperiosa para chegarpromp
-tamente a
cura ; ocoito não faz senãoenvenenar o mal cotor
-—
12—
nar
maisrebelde
aotratamento
.
Saibam
ellesque,
de todasas moléstias,
não existe nem-
uma maismysteriosa
em seus prodro* mos,
de mais perf ídia em sua transmissão,
o mais medonha em seus resultadosque
asiphilis
; suasconsequências samtacs,
que sep
óde com justo titulo aconsiderar como um dos maiores fla -gellos comque nossaespccie esteja
castigada.
Asiphilis
ótanto maistemivcl porque
ella nãoesgota toda suaperniciosa
influenciaso -bre o indivíduoque
ellaatacou ;—
setransmitte também com avida epóde assim seperpetuar
successivamente em algumas gerações.
Que não seesqueça,
que as suas victimas sam deduas especies: umasque
contraem omal poraccidento ou seexpondo volunta-riamente ásua acção; outras quenascemcomella earecebemco
-mo uma funesta herdadecom oprincipio de vida.
LVopaga-
la,
vo -luntariamente,
é anossosolhosum dobrado crime.
MEIOS
PKOPIIYLÁCTICOS.
Em
todas asépocas,sempre,
ohomem que seexpoz aum pe -rigoqualquer, procurou meiosderetardar ou impedir-
lhe osef -feitos.
Não de\e pois admirar que desde aorigem dasipliilis seandasseembusca dosmeios preservativos, l
'
araattingir-
se aesse alvo, nãoha talvezagentesquenão tenhamsido empregados; mas,ouporque hajam faltado ascircumstanciasfavoráveis parareconhe
-cer aefficacia absoluta de cada um delles, ou porque os ensaiosn ão fossem sullicientes e hem dirigidos, a arte conservou
-
se até1811 nacarênciade dados competentes para poder assegurarque existia oun ão um neutralisantecerto doprincipiovenéreo
.
Ante-riormente sóoDr.Luna Calderonencetou e concluio uma serie de experienciassobresi mesmo, com asquaes declarou terencontrado um destruidor ellicaz; masinfelizmenteoseuachado licou em si
-lencio.
E, pois, um sem numero demeios liam sido propostos, tendo por fiador acxperiencia, osquaes não tendo preenchido as\istas dosprecisados, porsi foram caindo
.
Passando-
os agora em revis -ta, mencionaremos aquelle que, a nossover,foireconhecidocomo omais efficaz.Os meios prophylacticosaté hoje apregoadosse podem dividir emtrez classes :
1
.
* Osque impedemo puz venéreo de ser posto em contacto immediatocom os orgãos gcnitacs; istoé ; aquclles queconsti -tuem um intermediárioentre o principio morbido e aspartes do corpo,
sem modificar nem avitalidade, nem a matéria contami -nante: seos pódc chamar—
mediadores—
.
2.*Osque roubam oagentemorbosodepois queelle foi depo
-sitado sobre as partes, sem quealterem-
nas, nem destruam, ao menosdeumamaneiraapparenteousensível: se
osconhecerápelo nomede—
modificadores.
—
3
.
* Osque
atacam oprincipio contaminoso, aquclles cuja in -fluencia sobre aeconomia é tal,
quese
pódc admilli-
los,
como—
H
—
destruindo
todusou emparte
aspropriedades
domesmo principio
,
transformando
-
o em agente sem forças transmissivas:estes se de-nominam
—
neulralisadores.
—
PRIMEIRO GENERO I)EMEIOS OU MEDIADORES
.
Oscorpos gordurôsossolidos, tendo a
propriedade
defacilmente
seestenderem, e formarem naspartes emque seosapplica,uma camadaque por algum tempo osobriga da acção dosagentesex -teriores, se apresentam em primeirolugar, mas emrazão desua consistência mesmaomais leveattrictoos eleva, epõe, portanto,
aspartes queestavam cobertas emcontacto com a materia conta -giôsa.
Porestemotivonao
podemas substanciassupraditas ser con-sideradas como
prophylacticas
.
E omesmo acontece com as fo -mentaçõesfeitas com oleos,
unguentosesabóessimples.Com tudo desua limitada acção
,
elles poderão,
posto quecom poucaconfiança,ser empregados.
Oscorposgordurôsos
,
quede preferencia serecommendam,
sam o oleoordinário,
ecmsua falta ounguento mercurialsimples, e aspommadas
.
Já declaramosográu de valorque lhescompete, e pois se osmencionamos, ésomente afim de torna-
los conhecidos para os casos convenientes.
Haoutro genero de meios prophylacticos mediadores mais efii
-cazesqueestes; sam:asalmofadinhas, conhecidasdebaixo do me de Rubans ou Condoms, nome deseu inventor.
Entretanto nemsempre preservamcilas docontacto,sobre tudosesam de má qualidade,oque frequentementetem lugar.
Mesmosendo deop -tima qualidade, ellassó podem proteger as partes que cobrem; e este deffeito desuaconstrucçâ
o lhes tira o valordiminuindo
-
lhe autilidade.
no
-SEGUNDO GENERO DE MEIOS OUMODIFICADORES
.
Os meiosdetergentes samnaturalmento
os que primeiro seapre
-—
15—
phlitica :
sam
ellesconstitu ídos pelaslavagenscom agua simples,
cujaacçSodevia muitas vezespreservar
aspartes
queselhesubmet-tesse
.
Mas ellas,queforam tampreconisadas,
não tardaram aser julgadas insulficientes;eapezardasopiniõesde BrassavolaeBoer -haveque sustentaram a eflicacia d’agua pura,
conheceu-
seque el-lasfalhavammuitasvezes,mesmoquandoeramempregadaspromp
-tamente,
logo àpoz ocommercioimpuro.
Des
-
deo18.0séculoquediversos outrosliquidosforamrecommen-dados comooptimos detergentes; aurina, ovinhoquente eovi
-nagre tiveram por deflensores aGodesden ,Mallou,Fallope
eLe-paulmier ; ovinagresobre todos foi nimiamenteaconselhado por Armand de Villeneuve eMassa
.
Bayfortdeu ao sueco do limãotal virtude preservativa, que por muito tempo seoconsiderou como infallivel.
Mayerne propozosadstringentes
,
porque,dizia elle, produzindo uma constricçao em todosostossidos,
feixavamdeste modoasaber -turas dos poros, efazia com que oprincipio
morbido não fosseabsorvido
.
MaistardeoDr. Haries osensaiou denovo,ejulgou deverap
-plica-
los por meio das injecçóes.
Provavelmente elle nãoobteveresultados satisfactorios, porquesubstituio
-
os pelaslavagensde ca-lomcllânossuspensosemmucilagem
.
Parôceu-
lhe tam preservativo este meio, que elle asseverou ter privado do contagio aum ho -memquecopulara com umamulher infectada, apezarde1erumaulcera nosorgãos genitaes
.
Todavia asexperiencias que depois se fizeram com outras preparações mercuriaes, especialmente com o sublimadocorrosivo, diminuiram o valor deste meio.
Fallope, em1560, propoz queselavasse o penis logodepoisdo
commercio impuro
,
e seoenvolvesse emtiras depanno de linhofinoembebidas em umadecocçáo detersiva eanti
-
septica.
Nume-rosas especies dessas decocçoes sam aindahoje recommendadas
,
e creio, queem algunscasos podem ser utilmente empregadas.
Assalami pretende ter obtidomui bonsefTeitos dos callomelânos dissolvidos
,
em umapequena
quantidadedesaliva.
M.
Dugniolle,
experimentando esta
mesmaprepara
çãoassim dissolvida
,
nem-
umHi
—
Kisos meiosmediadores que mais liam sido apregoados; se mui
-tos dellos náo sa m deevidente
eflicacia
,
nâoselhespódecoin-
ludo contestar alguma utilidade emcertoscasos; tanto mais que estéhoje provado ( M
.
Kicord pag.
92 que opu
/, contaminante perde sua acçilo
por muito delluido.
TERCEIROGENF
.
RO DE MEIOS 01' tlCUliulisarforcs.
Postoque grande numero dos meiosque entrain nacathegoria deneutralisadores
,
n ão tenhamsido deumamaneiraespecial sul> -mettidos aocadinho da experiencia ,étodavia
claroquesam elles prelcriveis aosdasclasses precedentes.
Quasi todas assubstanciasdotadas de acçfloenergira sohrea economia animal foram proclamadas neutralisadoras: oquehem sevô naseguinte
passagem
da obra de M.
Iticord (1 «I.e
pus des chancres, mélang•àunalcali caustique, ouàunacideconcentré, n’a jamaisdonné desrésultatsàl’inoculation: ceci dépend de lapropriété qu’ontces agents de détruire la matière oules
produits
organiquesde touteespèce.
Pourquccesmoyenssoient efficacescoinprophylactiques
,ilsdoiventêtreemployésá l’instant où lama-tièrecontaminanteest déposéesur lesorganes. Employésdecétte manière,onpeut
,
pourainsidire,comptersur leur propriété pre -servative. H n’en est plus demêmesionlaisseécouler uncertain tempsaprèsle dépôt delamatière cohihantcdu virus».
A cabeça daescala do gencro de meios
,
que orarepresentada
pelasprepara
çõesmercurincs.
Assim , vemos nós; a agua solutiva de Prèval
(
eaufondante)
,
queeile tarngrandementeapregoava,
distribuindo
-
a
pessoalmente, cque nada mais era doque aagua phagedenica do codex, istoé, umamistura dedeuto-
chlorurctode mercúrio eagua decal.
Logo ôpoz encontrámos uns pós
,
chamados
de Paris,
vendidos emuma
botica de Bruxellas ; elleseram
compostos do mesmo deu-to
-
clilorurcto e deamido
,
epor algunstempos
foram acreditados
infalliveis.
(I) TraitépratiquedoSmaladies veneriennea.
me
occupa
,
é nos17
—
Pressavin lambem
propoz
oseu preservativo,
ditoayua
-
vegcto-mercurial, que
constava
douma solução de tartrito de mercúrio,
que não tardou aser condemuado pela
experiencia
.
Oulromeio houve quo teve grande voga
,
especialmente naIn -glaterra, eque sendo ao principio preparado emsegredo, foi aodepois promulgado por\\arem
,
Medico deEdimbourg.
Consistiaelle em uma dissolução de potassa caustica, disfarçada com um
pouco de camphora
.
AindaHunter aconselhou esta mesma preparação, emais todos os outrosalcalis cáusticos
,
aosquaesaddicionavaumapequena quan -tidade de oleo.
Adissoluçãodaammonia tarn usada nonorte e nomeio
-
dia daEuropa,
foi por essaepoca introduzidaem Paris, por Peyrhile.
M
.
Dugniolle,comquemmuitas vezespraticámos em suasmuito frequentesvisitas ao Institutoophtalmico de Bruxellas,
noscontouque conjunctamente com os seus dignoscollegas procedera anu
-meròsos ensaios sobre os chloruretos
,
maximè sobre osdemercúrio,cal eammonia,eque infelizmenteseus intentos haviam sido frus
-trados
,
porqueaexperiencia cada vez mais os tinha apartado deumaconclusão certa
.
Umasvezes a neutralisaçãolinha lugar; ou -tras oschloruretos nadaimpediamodesenvolvimentodomal;en-tretanto, disse
-
nos que,
a soda caustica parecia ser um meio decompensa
ção a tantosfalliveis.
Mas adiante tocaremos nesteponto, eodilucidaremos.
Além dos meiosquehavemosestudado
,
muitosoutrosha dequeiremosagora tratar, ecom osquaes
,
de proposilo,fizemos comoquesua secção particular
,
em consequência do modo deemprega-los
,
e desua composição.
Principiaremos
pela terebenthina : observandoEttmullerqueestasubstanciapromoviaoaugmento dasecreçãourinariajulgou apro
-priado o seu emprego
,
porque,
segundo elle, intima relaçãohavia
entre aquella e a excressão do semen.
Portanto inferiuelle queovirus seriaeliminado com oitoou seis gottas de oleo essencial dc terebenthina em um copo de vinhoantes e depois
do
coito.
—
18—
notado
quo
os Turcosque faziam
um uso continuadodeite
,
eram
pouco expostos
áinfec
ção.
Fallopo veio com a
formula
seguinte para os casos em queainfecçào 6
quasi certa
,
mas ainda se nãotem
manifestado; quan -do,
por exemplo,
algum prurido já íaz
-
sesentir nosorg
ãosge-nitaes:
Pôsde rosas rubras
» depau santo vermelho,
» de losna
I
aa. .
.
meiaon ça lieijoim Camphora Incenso AloésMyrrha
Cinabrio
Precipitadodemercúrio.
aã. .
.
dous escropulosï
J
oitavae meia umaoitava
.
e diz ter
empregado
estecompostoem1:100 pessoas,semquetenhafalhado
nem-
uma vezapreservação.
Agathus que annotou Fallopo (de morbo gallico)ajuntou áre
-ceita, que acabamos detranscrever
,
umperfumemercurial;estaad -dicção6a melhor provadainellicaciado meio doFallope.
Acha
-
sena—
Gazetamedicaecirúrgica
de Dutrichn.
i, de 18 ilJornal de MedicinadaSociedade das
sciencias
medicas julho e node
1843,
pag.
422,
queoDr.
Pfeifer, MedicodoEstado-
maiorde S.
Petersbourg,
descobriu um meio dotado deinfalliveis
proprie-dades de
prevenir
ainfecçào siphilitica. Elle o experimentou indiv íduos a que sehavia inoculado o puz dos cancros por inter-médiode incisões feitas na pelle dascoixas ; c obteve mui seguros
resultados
.
E’denotar que reproduziramas experiênciasdoHos
-pitaldosvenéreosdaquella cidade,presidindo uma commissão meadaad'hoc,eque alemdese
confirmarem
osfactosprecedentes,
conheceu-
se quesuaeíTicacia
subia de pontoquandoapplicadoásmembranas
mucosas do anus e dafossa navicular
na mulherem
-—
1í)—
Corroborando
a força doseu valor,
osensaios do I)r.
Dutrich cm Munich,
somosobrigadosatranscreveroreceituáriodo l)r.
Pfeifer:.
dozegrãosaoitava cmeia.
.
meiaonça.
Sublimado corrosivo
Muriato deammonia
Tritura
-
se em almofarizdepedracom Tintura de thuia oriental. . .
Ajunta
-
seTaninoFaz
-
sedissolver em aguafervendoemumvasoquese vasculeja.
Ajunta
-
seChlorureto de calSabão enitropuro
.
.
.
Tintura de thuiaoccidental
. .
.
.
duasonças.
. .
q.
s.
umaoitava.
oitava c meia
.
aaumalibra.
. .
uma libraaonze.
.
.
meia oitava.
Dá
-
seatodaa misturaaconsistência do sabão.
Agua fervendo
. .
Oleo de goivo
.
.
.
Com oquartoda formula precedenteobteui
-
se oitobolos do ta -manho de uma noz.
Esta mesmapreparaçãofeitacom todo o cui -dado,
eempregadassegundo os preceitos do inventor nãodeuen -tretantoresultadoalgum cm Bruxellas.
Aquivamdousfactos(para nãoapresentarmais) que provamoqueacabamos de dizer:A14deSetembrode1843 B.L.foi inoculado em ambas ascoxas comopuzdo cancro: dez minutos depoisopontodacoxa direita foi lavadocom a mistura acima dita
.
A19todos os douspontos estavam convertidosem cancros,que foramimmediatamcnte
cau -terisados.
A16 do mesmo mez c anno P
.
F.
,soldado do regimento de escolha foi inoculado nos mesmos lugares, com o puz tirado de cancroque elletinha nopenis: haviam-
se passadoquinze mi -nutos quando o pontoda coxa esquerda foi lavado com o neu -tralisante; de 19 a 20 começaram as pustulasa apresentarem os seus verdadeiros caracteres,oque determinouo empregoda cau-terisação
.
ivstasexperiênciasforamfeitaspor M
.
Dugniolle; e,
certo,muitoconcorrem
ollas para diminuirovalordestemeio.
—
20—
Examinemos
agora
a sodacauslica, principiando por
transcrever
aformula desua preparação:
Lixivia
causticade soda a33
’depeso pclo
alcalideBaumes.
.
dezenovepartes.
Nestegrá upode apreparaçãosor facilmente
suportada
pela lingua.
uma parte
.
AguadistilladaEsta mesma
prepara
çãopodesersubstituída pela seguinte:Subcarbonato
desoda,Calvivarecente
.
. . .
Aguacommum
?
y aã. .
.
umaparlo vintepartes.
Convémquesefaça esta preparação com muito cuidado, quese empreguem substanciasbempuras,cnovas.
O uso destes meiosnãoaltera a saudegeral : seuempregocon
-siste emlavagens feitas complanchetasde algodao finoembebidas napreparaçãosupramencionada, nas partes postasemcontacto com a matériaimpura;porprecauçãoestende-
seesta lavagem atémais longe, porque como vemos osvestidos dos sugeitos infectadosser -muitas vezesdeintermediáriocommunicante.
Tambémaconse -vomlha a prudência que seja elln feita logo ãpozocommcrcio con
-taminoso, postoquepossaaindaterlugar um quartode boradepois: emfiun fazem-
semesmo injecçõosna urethra,e navagina,porquea acçãodoprincipiovenéreopode tcr-
sc estendido até lá.Eis
-
aqui algumasexperiênciasfeitas por M. Dugniolle,que pro-vamaeííicacia«leste preservativo
.
A 9 deSetembrode18V2,S
.
..
Sebastien—
foi inoculado em trezpontosdiversos do cadauma das coxascomopuz extrabido de um cancro quo tinha no penis.
Os dacoxa direita foram immc -diatamentelavados com asolução de soda caustica, e se abandona -ram os da esquerda.
AI 1 <lc Setembro os trez pontos «loladoesquerdo estavam do
-lorosos; osdadireita
tinham algumador, porém nãoinflamma
çSo.—
*21—
A 1*2osprimeiros estavam maissalientes,conicos, e dolorosos, ossegundos nadaapresentavam departicular.
A13 uma auréola inflammatoria rodeava aaquelles; aconici
-dade eador também haviamaugmentado.
A1*
> ca 16 osbotõesda coxa direitaeramquasiinsensíveis ; os da esquerda
,
pelo contrario,
tinham todos os caracteres das pústu -las deinoculaçã o. Assim marcharam atéo dia 19,emque, não havendomais duvida sobre a sua naturezasiphilitica, empregou-
se acauterisaçáo.1)
—
(
JeanJoseph) deidade de 21 annos, havendo sido infec -tado, apresentou alguns cancros na juneçãodo prepucio com a glande.
A lo deSetembro se inoculouuma porção depuz extra -hido dellesemtrez pontosseparados decada uma das coxas.
La -vou-
secom a soda caustica opontocentral dacoxa esquerda, eos extremos da direita, e sedespresou osoutros.
A18ospontosdespresados estavam fortemente inllammados;for
-mavam uma pustula, deuma linha dediâmetro, cercada de uma aureola azulada:os pontos lavados formavam também pustulas, cujo centro era entretanto mais alto,ea cor da aureolaeravioleta ; porem é de notar que na coxa emque seempregara alavagem em dous, istoé, na direita,
as pustulas dequeporultimo falíamos apresentavamcaracteresmenos intensos.
Alguns diasdepois ospontoslavados pareceramsumir
-
se; mais em breve retomaram claramente os symptômas siphiliticos, que mais tarde tornou necessário oempregodos meios convenientes.
A observaçãoque acaba de ser lida não prova porcerto aeííi
-cacia da solução,mas em si encerra a demonstração de que a si -philis póde ser absorvida.
(Jacques)de24annos de idadeapresentou
-
secom uma blenorraghiaabundante, e dous buboes, tendo também o prepucio excessivamente in ílammado,demodoquetornavaimpossí vel desco -brir-
se aglande : foi forçososervir-
se para ainoculação da mate -ria queescorria dedebaixo do prepucio.A 5 de Outubro douspontosde inoculação foram praticados nas
coxas,
eempregou-
sconeutralisante no pontodadireita.A15 nada se tinha apresentado
,
oconcluio-
sc, que,secom rf -V—
22—
feito, existiam cancros, o puz
delles
fòramuito dilu ído pela teria do escorrimento ; e então se torná rainoculavel
; ou queo doente não tinha cancros.
1)
...
.
(Charles
Louis),
doregimento de escolha veio com dous cancros caracterisados.
Inoculado a10 deOutubro
nasduascoxas, elavada acoxa direita com asolução de soda caustica quinzemi -nutosdepois,apresentou
nodia23 uma pustula bem reconhecida, ena direita nada.
Einfim nos
poderíamos multiplicar
estas observações; podería -moscontinuar c fazer uma lista de factos tanto maior, emaiscon-cludente,quanto fastidiosa ; tanto maisque longo vai o nosso tra
-balho; por tanto terminaremosdeclarandoqueM.
Dugniolle n ão tem cessado de progredir nocaminho encetado, fazendocadavez maior acquisiçaodefactos que demonstram aeflicacia doseu meio.
Nous devons des remerciments àMr.
LeProfesseurLuizFran -cisco Ferreira;ilabien vouluaccepterlapr
ésidencedenotrethèse aveccetteexquise bienveillance qu’ilappote dans toutes leurs re-lations
.
-1IIPP0CRATIS APIIORISMI
.
I. SECT
.
II,
APII.
II.
Ubi sommis delirium sedat,
bonum.
II
.
SECT
.
II,
APH.
V.
Spontanea1lassitudinis morbos pronunciant.
III
.
SECT
.
II,
APII. VII.
Quœ longo temporeextenuantur corpora,lente rcficereoportet; quæ vero brevi
,
breviter.IV
.
SECT
.
II, APII.
X.
Impura corpora quanto plus nutries; tanto magis lædes
.
V.
SECT
.
IV,
APn.
XXIV. Dysenteria,si ab atra bile inceperit, lethalis est.
VI.
SECT
.
IV,
APII.
XXXVIII.
Qua partecorporis sudor est, ibi significat morbum
.
Esta These estàconforme os estatutos