• Métodos de caracterização química e
físico-química de superfícies:
– Espectroscopia fotoelectrónica de raios X (XPS)
– Determnação da energia de superfície
– Espectroscopia de Infravermelhos (FTIR - ATR,
ou reflectância total atenuada)
– Microscopia electrónica de varrimento (SEM)
– Microscopia de força atómica (AFM)
– Espectroscopia fotoelectrónica de raios X (XPS)
Permite a análise da composição química da superfície de materiais.
Faz-se incidir um feixe de fotões sobre a superfície da amostra; a
energia dos fotões incidentes é tão elevada (energia da região
espectral dos raios X), que é suficiente para arrancar electrões das
camadas interiores dos átomos constituíntes do material a analisar.
A energia do fotão incidente, h
ν
, é igual à soma da energia de
ligação (E
L) do electrão ao átomo, com a energia cinética do
fotoelectrão (electrão ejectado do átomo, E
k):
hν = Ek + EL + φ
Approximate ionisation energies for the 1s level [P. W. Atkins, 1994]
h
ν
= E
k+ E
L+
φ
h
ν
Desvios de energia de ligação para o nível C1s devidos à presença
de oxidação superficial de diferentes características químicas, e
portanto de diferentes tipos de ligação carbono-oxigénio.
Group BE shift (eV)
Phenol [C. Jones, E. Sammann, 1990] 1.6
Hydroquinone [C. Jones, E. Sammann, 1990] 1.7
Carbonyl [R. Schlögl, H. P. Boehm, 1983] 3-5 Carboxyl [R. Schlögl, H. P. Boehm, 1983] 4.5 π→π*
shake-up satellite [C. Kozlowski, P. M. A. Sherwood, 1987]
A espessura de amostra que é
analisada depende da inclinação
da amostra relativamente ao
Espectro de XPS de fibras de carbono sem e com tratamento superficial oxidante:
• Algumas aplicações:
– Análise elementar (qualitativae, quantitativa)
– Análise da composição química
– As análises são efectuadas à superfície (dimensão
mínima
da
camada
superficial que
é
possível
analisar: 30 Å)
– Permite a análise da variação da composição ao
longo da espessura superficial, variando o ângulo de
incidência
• Forma das amostras:
– Sólidos
– As amostras devem estar limpas de contaminações
– Não é possível efectuar análises em materiais com
elevadas pressões de vapor
• Limitações:
– Não é possível detectar H ou He
– Limite de detecção 1%
– Área de amostra que é possível analisar: 30 microns - 10
mm
– Necessita de Ultra-alto-vácuo
Determinação de energia de superfície de sólidos usando métodos
de molhabilidade
W11 = -2 γ1
O trabalho necessário para juntar duas superfícies idênticas ideais no vazio, W11 está relacionado com a energia de superfície do material, γ1
W11 corresponde ao trabalho de coesão num caso ideal, e está normalizado relativamente à área das superfícies. Este trabalho deve ser idêntico ao trabalho necessário para separar o corpo em duas metades. Na realidade o processo de separação é irreversível, devido à dissipação de energia, por isso o trabalho de separação/coesão é maior do que a energia de superfície. Energia de superfície elevada ↔ forte coesão → elevado ponto de ebulição...
Superfícies de energia elevada têm tendência para reduzir essa energia por adsorção de contaminantes do meio em que se encontram.
Tensão superficial de líquidos: γ é definido pelo trabalho infinitesimal dW necessário para aumentar a superficie numa área infinitesimal dσ:
dW = γδσ
É necessário exercer trabalho para aumentar a superfície do líquido. Os líquidos tendem a minimizar a sua superfície
A energia de superfície dos sólidos é o equivalente à tensão superficial dos líquidos, e estas grandezas estão relacionadas (aproximadamente) com a entalpia de vaporização das substâncias
Molhabilidade: é um fenómeno de contacto entre líquidos e superfícies sólidas
Molhabilidade parcial
Molhabilidade total
Totalmente não molhável Não há molhabilidade
V SL LV SL SV
γ
γ
cos
θ
/γ
=
+
Equação de Young:Forças de adesão que actuam sobre os dois corpos que entram em contacto
Equação de Dupré: a variação total de energia livre é igual à energia
interfacial γ12 12 2 1 12
=
γ
+
γ
−
W
γ
Em que γ1 e γ2 são as energias de superfície de 1 e 2 e W12 é o trabalho de adesão
• Na interface sólido-líquido – equação de Dupré:
γ
S=
γ
SL+
γ
LVcos
θ
SL V/+
π
eγ
SL=
γ
S+
γ
L−
W
SLW
SL= γ
L(1+ cos
θ
SL/V) + π
e• Combinando as equações de Young e de Dupré:
πe – pressão de “espalhamento” do vapor do líquido na superfície do sólido
Fowkes decompôs o trabalho de adesão em diferentes contribuições:
nd AB d AB ABW
W
W
=
+
(
)
γ
SLγ
Sγ
Lγ γ
Sd L d SL ndW
=
+
−
2
−
nd nd d d AB A B A BW
≅
2
γ
γ
+
2
γ
γ
Em que:
Deste modo:
Combinando com a equação de Young-Dupré:
1
2
2
cos
/=
+
−
−
L e L nd L nd S L d L d S V SLγ
π
γ
γ
γ
γ
γ
γ
θ
Desprezável parasólidos de baixa energia de superfície
A componente não dispersiva da energia de superfície reflecte a capacidade do sólido para estabelecer interacções polares de curto alcance
nd S d S
γ
γ
,
1
2
cos
/=
+
−
L nd SL L L S V SLW
γ
γ
γ
γ
θ
d d1
2
cos
/=
−
L d L S V SLγ
γ
γ
θ
W
SLnd= 0 e γ
S= γ
SdPor medição dos ângulos de contacto com vários líquidos de tensão superficial conhecida, verifica-se a variação linear de cos θ com
molhabilidade envolvem a medição de ângulos de contacto entre diversos líquidos, de tensão superficial conhecida, e a superfície do sólido.
Medição da contribuição dispersiva e não dispersiva da energia de superfície de um sólido:
a) Sólidos apolares:
Pois:
d γ
b) Sólidos polares:
Para determinar a componente não dispersiva, ou polar, da energia de superfície do sólido, fazem-se agora medições de ângulos de contacto com líquidos polares. Neste caso a relação linear indicada no caso anterior não é válida, e mede-se o afastamento da linearidade.
Aplicações:
Estudo do aumento de energia de superfície por tratamento do sólido
Estudo da diminuição de energia de superfície para impermeabilização, imitando a natureza: