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PARECER SEI Nº 6550/2020/ME

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Academic year: 2021

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MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade Subsecretaria de Advocacia da Concorrência

Coordenação-Geral de Inovação, Indústria de Rede e Saúde

PARECER SEI Nº 6550/2020/ME

A s s unto : Contribuição à Consulta Pública nº

05/2020 da Anatel, referente a proposta de Reavaliação do modelo regulatório brasileiro de prestação de serviços de telecomunicações, baseado nos regimes público e privado, conforme a Lei Geral de Telecomunicações - LGT (Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997), considerando, entre outros aspectos, as melhores práticas internacionais sobre o tema, a essencialidade dos diversos serviços de telecomunicações, os modelos de outorga (concessão, autorização e permissão), a reversibilidade dos bens, a continuidade, a universalização e os regimes de estabelecimento de preços. Nesse sentido, incluem-se neste projeto a proposição de alterações legislativas, a revisão do Plano Geral de Outorgas - PGO, a elaboração de um modelo de Termo de Autorização único e a elaboração de normatização que discipline a adaptação de instrumentos de outorga vigentes. Processo SEI nº 14021.109764/2020-88

1 SUMÁRIO EXECUTIVO

1. Em 11/02/2020, a Anatel abriu a Consulta Pública nº 05/2020, que trata do Projeto Estratégico sobre reavaliação do regime e escopo dos serviços de telecomunicações.

2. Os principais pontos da consulta em questão consistem em: autorizar a Anatel a adaptar os instrumentos de concessão para adaptação, à manutenção da prestação do serviço adaptado e compromisso de cessão da capacidade que possibilite essa manutenção, nas áreas sem competição adequada; e o valor econômico decorrente da adaptação será determinado pela Agência, que será revertido em compromissos de investimento.

3. A Anatel apresentou um Relatório de AIR apontando 7 (sete) eixos temáticos de alterações regulamentares necessárias: prazos, definição de áreas sem competição adequada, continuidade do serviço adaptado, compromissos de investimentos em banda larga, garantias a serem apresentadas, transferência parcial do Termo de Autorização de Serviços e critérios para priorização dos compromissos de investimentos.

4. A Secretaria foi favorável a um tratamento assimétrico do ponto de vista regulatório para a universalização/massificação entre as diversas áreas geográficas do país e para melhor se adaptar aos contextos regionais.

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5. Sugerimos à Anatel que escolha unidades geográficas menores que a dos municípios brasileiros, em especial para as categorias 2 e 3[i], tais como localidades não sede dos municípios para serem elegíveis aos saldos decorrentes da adaptação.

6. A Seae entendeu que os saldos da adaptação devem ser aplicados em áreas geográficas verdadeiramente não econômicas (onde as receitas do serviço são menores que o custo total para prestação do serviço), portanto, localidades sem competição adequada ou porque não há concorrência no mercado ou porque não há mercado no estado inicial da concorrência antes da intervenção.

7. As áreas geográficas sem competição adequada, devem ser obrigatoriamente definidas como aquelas sem nenhuma forma de viabilidade de concorrência na rede em um período de dois anos. 8. Do ponto de vista concorrencial, a Seae avalia que a Alternativa C sugerida pela Anatel para solucionar os problemas do TEMA 2 da AIR (Definição das áreas sem competição adequada para fins de compromissos de investimento) tem o potencial de distorcer a competição.

9. A Alternativa C coloca como elegíveis para receber o saldo da adaptação, os municípios classificados como categorias 2, 3 e 4 no mercado de varejo associado ao projeto.

10. Com relação ao TEMA 2 somos favoráveis a que todos os municípios não competitivos da categoria 4 sejam considerados elegíveis para receber o saldo da adaptação.

11. Quanto às localidades da categoria 3, observamos que a Anatel ao definir os compromissos de investimentos decorrentes de recursos públicos estabelece apenas a elegibilidade de instalação nas localidades de municípios desatendidos, mas não antecipa as localidades que provavelmente se conectarão nos próximos dois anos, o que eleva o risco de ocorrência do efeito de crowding-out. Neste contexto é essencial que o saldo de adaptação priorize investimentos em locais onde não há investimento privado em redes de banda larga e onde nenhum é previsto dentro de um tempo determinado. Assim, para esta Secretaria são elegíveis para o saldo apenas as localidades de municípios desatendidos da categoria 3 que provavelmente não serão conectadas nos próximos dois anos.

12. Sabendo-se que as localidades da categoria 2, sejam elas áreas cobertas ou não por redes de telecomunicações, consistem em áreas nas quais as condições de competição já são semelhantes ou suficientemente homogêneas e que não se pode distinguir de forma clara de outras áreas vizinhas nas quais as condições de competição não são apreciavelmente diferentes. Neste contexto, como não podemos definir mercados relevantes geográficos separados, os municípios da categoria 2 em principio, não seriam elegíveis para receber o saldo de adaptação das concessionárias.

13. Por fim, os benefícios intangíveis devem ser incorporados ao cálculo de saldos e estimados em termos monetários e depois deduzidos do custo direto estabelecido da prestação de serviços das Concessionárias.

2 INTRODUÇÃO

14. A Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia (Seae/ME), em consonância com o objetivo traçado pela Anatel, apresenta, por meio deste parecer, as suas contribuições à Consulta Pública nº 05/2020, com a intenção de contribuir para o aprimoramento do arcabouço regulatório do setor, nos termos de suas atribuições legais, definidas nas Leis nsº 12.529, de 30 de novembro de 2011 e 13.848, de 25 de junho de 2019, e no Decreto nº 9.745, de 08 de abril de 2019.

15. A Anatel utiliza-se, recorrentemente, do expediente de emissão de Informes das áreas técnicas, de Pareceres da Procuradoria Federal Especializada junto à Anatel e de Análises do Conselho Diretor da Agência, para a fundamentação de atos administrativos que afetam direitos dos agentes econômicos do setor de telecomunicações ou dos usuários finais. Além dos referidos documentos embasando a proposta em determinadas consultas públicas a Agência vem nos últimos anos apresentado também Relatório da Análise de Impacto Regulatório (AIR), para cada um dos temas elencados na consulta pública. No presente Relatório da AIR foram apontados 7 (sete) eixos temáticos de alterações

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regulamentares necessárias:

TEMA 01 – Definição das áreas sem competição adequada para fins de continuidade do serviço adaptado;

TEMA 02 – Definição das áreas sem competição adequada para fins de compromissos de investimento: TEMA 03 – Obrigações de continuidade do serviço adaptado;

TEMA 04 – Transferência parcial do Termo de Autorização de Serviços;

Tema 05 – Garantias a serem apresentadas para a continuidade do serviço adaptado e para os compromissos de investimento assumidos;

TEMA 06 – Tipos de compromissos de investimento a serem assumidos no processo de adaptação; e TEMA 07 – Critérios para priorização dos compromissos de investimento a serem assumidos no processo de adaptação.

16. Observamos que esta Secretaria já elaborou manifestações anteriores acerca de temas correlatos desta consulta pública (Parecer Analítico sobre Regras Regulatórias nº 22/COGIR/SEAE/MF, de 31 de janeiro de 2014[ii], Parecer Analítico sobre Regras Regulatórias nº 349/COGIR/SEAE/MF, de 26 de dezembro de 2014[iii], Parecer Analítico sobre Regras Regulatórias nº

166/COGPC/SUCON/SEAE/MF, de 09 de junho de 2017[iv], Nota Técnica SEI nº

18/2018/COGIS/SUPROC/SEPRAC-MF, de 27 de dezembro de 2018 - SEI nº 1592224[v], Parecer SEI nº 14/2019/COGIS/SUCIS/SEAE/SEPEC-ME, de 13 de março de 2019 - SEI nº 1923047[vi] e PARECER SEI Nº 37/2019/COGIS/SUCIS/SEAE/SEPEC-ME, 26 de março de 2019 - SEI nº 1990622[vii]). Diante da semelhança da presente matéria com as oriundas desses 6 (seis) pareceres anteriores, o presente parecer resgata alguns dos argumentos utilizados previamente nessas manifestações.

3 ANÁLISE DO IMPACTO CONCORRENCIAL

17. Os impactos à concorrência foram avaliados a partir da metodologia desenvolvida pela OCDE[viii], que consiste em um conjunto de questões a serem verificadas na análise do impacto de políticas públicas sobre a concorrência. O impacto competitivo poderia ocorrer por meio da: A) limitação no número ou variedade de fornecedores; B) limitação na concorrência entre empresas; C) diminuição do incentivo à competição; e D) limitação das opções dos clientes e da informação disponível. Quanto aos impactos concorrenciais, esta Seae acredita que:

A norma proposta tem o potencial de diminuir o incentivo à competição.

18. A Consulta Pública nº 05/2020-Anatel de reavaliação do regime e escopo dos serviços de telecomunicações trata na verdade da regulamentação da Lei nº 13.879, de 3 de outubro de 2019, que alterou a Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997 (LGT). Segundo a ANÁLISE Nº 2/2020/EC do Conselheiro Emmanoel Campelo Pereira de Souza, as principais questões de alteração da LGT foram:

a) autoriza a Anatel a adaptar os instrumentos de concessão para adaptação, desde que solicitado pela concessionária;

b) condiciona a adaptação à:

(i) manutenção da prestação do serviço adaptado e compromisso de cessão da capacidade que possibilite essa manutenção, nas áreas sem competição adequada (manutenção das ofertas comerciais do serviço adaptado existentes à época da aprovação da adaptação nas áreas sem competição adequada);

(ii) assunção de compromissos de investimento;

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assumidas;

(iv) adaptação de suas outorgas e respectivas autorizações de uso de radiofrequência em termo único.

(...)

e) alteração do contrato de concessão para prever a possibilidade de adaptação; f) o valor econômico decorrente da adaptação será determinado pela Agência, que indicará a metodologia adotada e os critérios de valoração, e será revertido em compromissos de investimento;

g) determina que o valor econômico seja calculado a partir da adaptação, consistindo na diferença entre o valor esperado a partir da exploração do serviço adaptado e o valor esperado da exploração desse serviço em regime de concessão;

h) os compromissos de investimento, que integrarão os termos de autorização, priorizarão a implantação de infraestrutura de rede de alta capacidade de comunicação de dados em áreas sem competição adequada e a redução das desigualdades;

i) considera que os bens reversíveis são os ativos essenciais e efetivamente empregados na prestação do serviço concedido e serão valorados na proporção de seu uso para o serviço;

j) possibilita a revisão periódica da regulamentação para promover a competição e adequá-la à evolução tecnológica e do mercado;

19. A Consulta em questão expõe o mecanismo de adaptação dos serviços de

telecomunicações do regime público (concessão), para que sua prestação ocorra no regime privado (autorização). Assim duas questões devem ser respondidas nesta consulta: 1) como desenvolver a transição de um regime assimétrico (a concessão pública) para um simétrico (a autorização em regime privado), a fim de se aferir que tal mudança deve se dar de forma concertada, não representando uma alteração abrupta que sacrifica direitos como a continuidade dos serviços para aqueles que atuavam sob o regime vigente no modelo que se pretende superar; 2) a aplicação do saldo da adaptação apurado nas metas propostas deve limitar os efeitos negativos sobre a competição, que distorçam as decisões de investimento e de consumo, particularmente em termos de favorecimento indevido a empresas ou tecnologias específicas em detrimento dos seus concorrentes.

20. Assim, um princípio orientador da intervenção pública na banda larga é o de limitar o máximo possível à possibilidade de que essa intervenção afete ou distorça a competição dinâmica neste mercado. Ante o exposto, esta Secretaria avaliará os possíveis impactos à concorrência da presente consulta com base no seguinte efeito negativo sobre a competição: Efeito-Substituição (crowding out): refere-se ao uso de recursos públicos para implementar um projeto que de outra forma teria sido implementado com recursos privados;

21. A Anatel, para operacionalizar os diferentes aspectos que envolvem a referida adaptação, desenvolveu uma Análise de Impacto Regulatório (AIR) com os seguintes temas para regulamentação: prazos, definição de áreas sem competição adequada, compromissos de investimentos em banda larga, garantias a serem apresentadas. A agência estudou as alternativas para o enfrentamento de cada um dos problemas e dos objetivos identificados sobre os sete temas da consulta pública. A seguir apresentamos o TEMA 2, com seu problema, os seus objetivos e as alternativas estudadas, bem como a alternativa sugerida como solução para o problema do tema, visto que ele foi o único em que identificamos questões de âmbito concorrencial:

TEMA 2: DEFINIÇÃO DAS ÁREAS SEM COMPETIÇÃO ADEQUADA PARA FINS DE COMPROMISSOS DE INVESTIMENTO

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Problema refere em como proceder à definição de áreas sem competição adequada para fins de compromisso de investimento; enquanto que o segundo se resume em como identificar essas áreas com base nos dados do PGMC.

Objetivos

O objetivo da ação é definir, com uma razoável confiança, quais são as áreas sem competição adequada em que as atuais concessionárias, quando da adaptação de suas outorgas, deverão alocar seus investimentos. Por ser uma informação de importância indiscutível para o setor, é imprescindível que a origem dessa lista seja confiável e que a metodologia seja amplamente debatida, impedindo, assim, uma classificação arbitrária.

Alternativas

Alternativa A – Utilizar como base o estudo de varejo do Plano

Geral de Metas de Competição – PGMC, considerando como sem competição adequada para fins de continuidade de serviço adaptado somente os municípios classificados como categoria 4 no mercado de varejo associado ao projeto;

Alternativa B – Utilizar como base o estudo de varejo do Plano

Geral de Metas de Competição – PGMC, considerando como sem competição adequada para fins de continuidade de serviço adaptado somente os municípios classificados como categorias 3 e 4 no mercado de varejo associado ao projeto;

Alternativa C – Utilizar como base o estudo de varejo do Plano

Geral de Metas de Competição – PGMC, considerando como sem competição adequada para fins de continuidade de serviço adaptado somente os municípios classificados como categorias 2, 3 e 4 no mercado de varejo associado ao projeto.

Alternativa Sugerida

Alternativa C – Utilizar como base o estudo de varejo do Plano

Geral de Metas de Competição – PGMC, considerando como sem competição adequada para fins de continuidade de serviço adaptado somente os municípios classificados como categorias 2, 3 e 4 no mercado de varejo associado ao projeto.

Fonte: Anatel

22. A análise desta Secretaria concentra-se nas redes de banda larga móvel, pois essas são tipicamente mais adequadas para oferecer cobertura em áreas remotas menos densamente povoadas. Entretanto, nossas conclusões podem, em grande parte, ser aplicadas também a redes de banda larga fixa.

3.1. Da Definição de Áreas Sem Competição Adequada

23. O atual cenário é totalmente diferente do encontrado à época da privatização, pois o setor de telecomunicações está entre os setores que passaram pelas mais importantes mudanças tecnológicas e de comportamento do usuário nas últimas décadas. Uma série de fatores tecnológicos, econômicos, de consumo e de politica foram sumarizadas por C Decker (2016)[ix], no quadro abaixo:

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Mudanças Tecnológicas e Inovativas

Em todas as indústrias, um importante motor comum de mudanças no uso da rede está relacionado à mudança tecnológica e à inovação. O avanço na tecnologia da informação, incluindo a digitalização dos fluxos de informação, levou ao desenvolvimento de novos

produtos e serviços e mudanças maciças na forma como a maioria das redes de serviços públicos são operados e gerenciados. Os desenvolvimentos tecnológicos também levaram a reduções significativas de custos para alguns equipamentos (como telefones móveis), que teve o efeito de mudar o uso da rede e reduzir a demanda por serviços de rede tradicionais (STFC). A pressão de novos concorrentes não regulamentados do mundo da Internet, como Over the Top Players, apagou qualquer forma do poder de mercado dos antigos monopólios no lado do serviço de varejo.

Mudanças das Preferências dos Usuários Finais

O cenário atual do setor de telecomunicações é caracterizado por um novo comportamento dos

usuários, que passaram a utilizar as variadas alternativas de comunicação eletrônica, surgidas a partir do

desenvolvimento tecnológico, da massificação e do uso da internet em detrimento do uso da telefonia fixa. Neste novo cenário, houve o acirramento da rivalidade entre as empresas alternativas no setor, agora não mais

direcionado aos serviços de voz, mas serviços

convergentes agregados na forma de pacotes de varejo “combos” contendo outros serviços dados/banda larga móvel e TV por assinatura.

Surgimento de Operadoras Alternativas

Em algumas indústrias, surgiram operadores alternativos como as Prestadoras de Pequeno Porte (PPP) e as do Serviço Móvel Pessoal (SMP) que competem frente a frente com operadoras tradicionais (STFC) para os

usuários finais. O declínio da demanda por assinaturas de telefonia fixa em algumas jurisdições reflete a

substituição dos serviços de rede de telefonia móvel. Embora a utilização de alguns serviços fornecidos pela rede tradicional esteja em declínio, em alguns casos, isso está sendo compensado por um aumento na utilização de outros serviços prestados nas redes, ou pelo

surgimento de novas oportunidades para os utilitários de rede. Da mesma forma, enquanto o número de

assinaturas fixas de telefone de voz pode estar em declínio, existe o crescimento de assinantes conectados as rede debanda larga móvel, de serviços de VoIP

gerenciados e de fibra ótica.

Mudanças nas Políticas de

As mudanças no uso da rede também são o resultado de políticas massificação do acesso móvel. Neste contexto, o governo nos últimos anos tem implementado diversas iniciativas de massificação do acesso por meio de

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Massificação Móvel tais como obrigações de ampliação de cobertura nos

leilões do 3G e 4G, que foram fundamentais para garantir a massificação do acesso móvel em banda larga pelo interior do país.

Fonte: Decker (2016)

24. Assim, o surgimento de novas tecnologias (banda larga móvel, banda larga fixa e over the top) levou à implantação de novas plataformas, com o desenvolvimento de infraestruturas de rede concorrentes que não mais atuam exclusivamente apenas em áreas geográficas densas. Diante do exposto, não há mais a possibilidade de oferta dos serviços de telecomunicações de forma homogênea em todo território nacional. Há 20 anos não tínhamos uma rede pré-existente, não havia de certa forma uma competição pré-instalada, portanto, não é possível pensar em uma universalização de forma uniforme. Atualmente, há desigual nível de carência de infraestrutura de telecomunicação, bem como áreas geográficas onde inexiste rede, o que acarreta em necessidades de intervenção pública para a universalização/massificação aparentemente distintas entre as diversas áreas geográficas do país. Neste cenário, necessitamos de um tratamento assimétrico do ponto de vista regulatório para a universalização/massificação entre as diversas áreas geográficas do país e para melhor se adaptar aos contextos regionais.

25. Como a intervenção de adaptação para fins de investimento envolve saldos públicos, a escolha das áreas geográficas deve recair primordialmente sobre aquelas que realmente são mal servidas. A intervenção não deve ocorrer em nenhuma área que já esteja coberta, ou que será coberta em curto prazo, como em um período de dois anos. Neste sentido, tais áreas geográficas obrigatoriamente devem ser relativamente estáticas no curto prazo. A intervenção pública em áreas onde alguma forma de concorrência na rede é viável provavelmente distorcerá a estrutura do mercado à custa dos usuários finais. Idealmente, as áreas geográficas escolhidas devem respeitar o princípio da neutralidade concorrencial[x][xi], ou seja, a estrutura geográfica proposta NÃO deve ser baseada em qualquer área geográfica de determinada operadora (seja móvel ou fixo); deve basear-se numa base independente, tais como código postal, setor censitário, grupo de quarteirões do censo. Teoricamente, a menor granularidade geográfica possível deve ser usada para determinar os pagamentos do saldo público. Quanto maior a granularidade geográfica, maior a probabilidade de subsídios cruzados implícitos entre as áreas mais baixas e mais altas de custos para implantação das redes. Enfim o saldo da adaptação deve ser aplicado em áreas geográficas verdadeiramente não econômicas (a receita do serviço é menor do que o custo total para prestação do serviço), portanto, localidades sem competição adequada ou porque não há concorrência no mercado ou porque não há mercado no estado inicial da concorrência antes da intervenção.

26. Dessa forma, a ausência de rede de banda larga em localidades verdadeiramente não econômicas está diretamente relacionada às características desta rede como os altos custos fixos e economias de escala que tornam a sua implantação não rentável em área de granularidade geográfica de baixa densidade populacional. Em síntese, há vários fatores que contribuem para que haja o aumento da complexidade técnica e operacional das redes destas localidades, o que eleva os custos decorrentes da implantação da rede em áreas de grande dimensão territorial e de baixa densidade populacional. Como resultado, é improvável que as prestadoras privadas invistam em banda larga nestas localidades.

27. Conforme esclarece a Consumer Protection Commission (2015, p.13)[xii]:

Se o mercado não satisfaz claramente uma necessidade particular, não haverá fornecedores existentes e, portanto, nenhuma competição existente. Não há possibilidade, nesta situação, de afetar a concorrência no mercado e as preocupações com a neutralidade competitiva não surgem - pelo menos no curto prazo. (Tradução Livre)

28. Com a revisão do Plano Geral de Metas de Competição – PGMC por meio da Resolução

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dependendo do valor obtido na análise competitiva: I - Categoria 1: municípios competitivos: não há um operador com PMS claro, pelo que se pode indicar uma desregulamentação completa dos serviços varejistas; II - Categoria 2: municípios potencialmente competitivos: municípios onde num futuro próximo e a partir da aplicação de medidas assimétricas por atacado se espera que se alcance um nível de competição igual ao da primeira categoria; III - Categoria 3: municípios pouco competitivos: requerem a aplicação de medidas assimétricas no mercado atacadista mais elaboradas e centradas na reprodutibilidade de preços varejistas; e IV - Categoria 4: municípios não competitivos: municípios onde a imposição de medidas assimétricas não é suficiente para promover a competição. Ante o exposto, somente os municípios não competitivos da categoria 4 são áreas verdadeiramente não econômicas, portanto, sem competição, visto que mesmo medidas regulatórias assimétricas não seriam suficientes para incentivar uma entrada das operadoras privadas no médio prazo nestas localidades.

29. As demais as localidades dos municípios classificados como categorias 2 e 3 provavelmente são fluidas e sujeitas à mudanças no curto prazo. Neste contexto, à medida que o equipamento se torna mais barato com o tempo e os níveis de renda (e, portanto, a demanda) aumentam com o tempo, as áreas geográficas que antes não eram lucrativas para cobrir os custos de prestação do serviço de rede podem se tornar suficientemente rentáveis para as operadoras implementarem redes concorrentes. Nestas categorias municipais, o potencial de entrada de novos players é real, o que apresenta algum efeito concorrencial, e, portanto pode ser “provável”, “suficiente” e “tempestiva”[xiii], e ocorrerá em um período de até dois anos (conforme definição do Guia de Concentrações Horizontais SEAE/SDE, uma entrada é considerada tempestiva apenas quando inferior a dois anos), em magnitude que afete o mercado e em condições tais que, ao nível de preços existentes, o entrante cobrirá todos os seus custos, inclusive os de capital, remunerando seus acionistas. Assim nos termos da jurisprudência consolidada no Guia da SEAE/SDE, uma entrada é considerada tempestiva apenas quando ocorrer em até dois anos. Ante o exposto, nenhuma intervenção regulatória deve ocorrer quando a área geográfica já está coberta, ou será coberta no curto prazo (2 anos) pelo processo concorrencial em redes de telecomunicações.

30. A Anatel utiliza como unidade geográfica para fins de universalização/massificação o nível municipal, o que no Brasil por vezes são unidades geográficas extremamente grandes dentro das quais as condições de competição variam significativamente. Nesse aspecto, a Anatel, utilizando os municípios como unidades geográficas, não garante a inexistência de viabilidade de concorrência nestas localidades, assim como não pode comprovar certa estabilidade em toda a unidade no curto prazo. Ante o exposto, sugerimos à Anatel, que adote unidades geográficas menores que a dos municípios brasileiros, em especial para as categorias 2 e 3, tais como localidades não sede dos municípios para serem elegíveis aos saldos decorrentes da adaptação. Acreditamos ainda que deve se tratar de localidades não sedes atualmente não atendidas por nenhum serviço de telecomunicações, e que não há potencial destas localidades serem atendidas pelo movimento natural de expansão dos agentes privados no curto prazo. A definição de áreas geográficas sem competição adequada obrigatoriamente deve contemplar as áreas sem nenhuma forma de viabilidade de concorrência na rede em um período de dois anos.

3.2. Da Necessidade de Dados Auxiliares para Maximizar a Utilidade dos Dados do PGMC

31. No Tema 02 – "Definição das áreas sem competição adequada para fins de compromissos de investimento", a alternativa sugerida pela Anatel foi a Alternativa C – Utilizar como base o estudo

de varejo do Plano Geral de Metas de Competição – PGMC, considerando como sem competição adequada para fins de continuidade de serviço adaptado somente os municípios classificados como categorias 2, 3 e 4 no mercado de varejo associado ao projeto. Conforme demonstrando no subitem

deste apenas a categoria 4 de áreas de granularidade municipal recaria na definição proposta por esta Secretaria de área sem competição adequada.

32. Ante o exposto, se faz necessário conhecer previamente o estado inicial da concorrência das categorias 2 e 3, antes da intervenção via saldos de adaptação. O entendimento desta Secretaria é que dever ser compreendida antecipadamente como uma proposta regulatória pode alterar a natureza ou

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extensão da concorrência e como diferentes operadoras de telecomunicações (reais e potencias) serão impactadas.

3.2.1. Da Impossibilidade de Definir Mercado Relevantes Geográficos Separados para os Municípios da Categoria 2

33. Os mercados das Categorias 2 são aqueles que apresentam um certo nível de competitividade, mas onde ainda existem players com PMS. Para esses casos, a Anatel prevê a adoção de medidas regulatórias assimétricas para os grupos com PMS. Assim, para os mercados “potencialmente competitivos” (Categoria 2) são impostas apenas medidas de transparência e tratamento isonômico. Portanto, o grau de competitividade dos mercados será o parâmetro utilizado para implementar ou não medidas regulatórias assimétricas.

34. De acordo como a AIR, os critérios da categoria 2 são os seguintes:

(...) são agrupados em dois blocos, isto é, para ser considerado como moderadamente competitivo, o município deve atender a pelo menos um dos blocos de critérios. O primeiro bloco é similar ao da categoria 1, mas com uma exigência menor, as condições sendo (i) HHI ≤ 5.150 (nível de competição correspondente a uma situação com três empresas possuindo market-shares de 65%, 30% e 5% cada uma); (ii) indicativo de infraestrutura (quantidade de grupos econômicos com ERBs somada com o número de grupos que apresentem mais de 20% de market-share no varejo de STFC) ≥2; e (iii) densidade > 0,88.

O segundo bloco de critérios tem como condições (i) indicativo de infraestrutura (quantidade de grupos econômicos com ERBs somada com o número de grupos que apresentem mais de 20% de market-share no varejo de STFC) ≥2; (ii) densidade > 0,88 e (iii) potencial de demanda > o mínimo da categoria 1 (o município que apresenta o menor potencial de demanda e está classificado como competitivo tem como valor 4,41 da referida variável).

35. Assim, as áreas da categoria 2 provavelmente serão cobertas pela concorrência na rede (ou seja, com várias operadoras de rede) seja elas em áreas urbanas e suburbanas, bem como possuem um potencial de elevada demanda por serviços de telecomunicações, nas quais as operadoras esperariam competir e lucrar confortavelmente para cobrir os seus custos.

36. Segundo Anatel a Categoria 2 apresenta um número alto de competidores nas suas áreas de prestação:

Analisando o Indicativo de Infraestrutura para os municípios da categoria 2, percebe-se que 1006 deles contam com uma concessionária de STFC e quatro prestadoras de SMP. Ademais, 385 possuem 5 concorrentes de SMP, enquanto que os consumidores de outros 97 municípios tem pelo menos 7 opções de escolha. Ou seja, em 1665 municípios dos moderadamente competitivos, há pelo menos três grandes prestadoras de SMP.

37. Também é importante considerar que a Categoria 2 é representada por áreas densamente povoadas e com maior capacidade econômica, segundo consta das próprias informações da AIR da Anatel:

Os municípios de categoria 2 possuem 12,5 milhões de acessos em STFC (30,45% do total de acessos no Brasil) e mais de 64 milhões em SMP (parcela relativa a quase 39% do total nacional), segundo cluster com a maior quantidade de clientes de serviços de telecomunicações.

38. Dessa forma, mesmo em áreas da categoria 2 que atualmente não estão cobertas por redes de telecomunicações, há um grande potencial destas localidades serem atendidas pelo movimento natural de expansão dos agentes privados, pois são áreas contíguas de áreas densamente povoadas e com maior capacidade econômica. Assim, a entrada ou expansão para essas áreas da categoria 2 não cobertas devem ser mais prováveis, pois já estão presentes operadoras em mercados relacionados ou vizinhos. Assim, nestas localidades a expansão ou entrada é provável e sustentável, pois a obtenção da Escala Mínima Viável não é um fator crítico neste mercado relevante geográfico.

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39. Neste caso, a utilização do saldo público para criar um novo mercado para telecomunicações nas áreas não cobertas da categoria 2 pode acarretar problemas concorrenciais. Os problemas concorrenciais surgem porque o que foi pensado como um mercado novo e totalmente separado pela Anatel, pela nossa análise preliminar parece revelar-se como parte de um mercado mais amplo com fornecedores existentes (e potenciais). Os provedores privados existentes (e potenciais) operam em um mercado relevante geográfico único, portanto, surgirão problemas de concorrência no curto prazo, caso haja alguma ação regulatória neste mercado relevante geográfico.

40. Os problemas concorrenciais surgem porque essas áreas não existem uma nítida separação entre os mercados de serviços “públicos” e os serviços privados de telecomunicações para alguma intervenção regulatória. Portanto, haverá sobreposição entre provedores que serão auxiliados com o saldo público e os que não receberam nenhuma ajuda estatal, o que altera a natureza ou a extensão da concorrência, pois diferentes empresas (reais e potenciais) serão impactadas. A política do saldo na categoria 2, não irá satisfazer uma necessidade absoluta destas localidades, pois as mesmas seriam normalmente atendidas pelo movimento natural de expansão dos agentes privados do setor de telecomunicações. Neste caso, a intervenção regulatória acabaria substituindo os investimentos privados que já seriam realizados voluntariamente sem a necessidade de incentivos regulatórios (efeito crowding-out). Portanto, sabendo-se que as localidades da categoria 2 sejam elas áreas cobertas ou não por redes de telecomunicações, consiste em áreas nas quais as condições de competição já são semelhantes ou suficientemente homogêneas e que não se pode distinguir de forma clara de outras áreas vizinhas nas quais as condições de competição não são apreciavelmente diferentes, acreditamos que em principio elas não seriam elegíveis para receber o saldo de adaptação das concessionárias.

3.2.2. Da Possibilidade de Definir Mercados Relevantes Geográficos Separados para os Municípios da Categoria 3

41. No que diz respeito à implantação de redes de banda larga, o principal efeito adverso da concorrência como já dito antes é a exclusão de investimentos privados (crodwing-out). Neste contexto é essencial que o saldo de adaptação priorize investimentos em locais da categoria 3, onde não há investimento privado em redes de banda larga e onde não há nenhuma previsão em um determinado período de tempo. Uma alternativa regulatória é determinar um prazo para a avaliação da existência de potencial investimento privado em rede banda larga em localidades que atualmente não são cobertas com intuito de minimizar a falha de mercado (2 anos).

42. Verifica-se, portanto, que a minuta de Resolução que orienta a Anatel na definição dos compromissos de investimentos decorrentes do saldo de adaptação estabelece apenas a elegibilidade de instalação nas localidades não sede de municípios desatendidos da categoria 3, mas não antecipa as instalações que provavelmente se conectarão nos próximos dois anos, o que eleva o risco de ocorrência do efeito de crowding-out. Por si só, a ausência do aspecto de avaliação temporal da existência de potencial investimento privado em rede banda larga em localidades que atualmente não são cobertas leva a supor uma probabilidade de ocorrência do efeito crowding-out mais elevada do que no caso do crowd-in. Tal fato reforça a necessidade de desenvolvimento de novos critérios de avaliação destas áreas geográficas menores como as de localidades não sede de acordos ante as suas circunstâncias particulares e de diversidade econômica, para avaliação da existência de potencial investimento privado de redes de banda larga. Como, também o aprofundamento de estudos empíricos, para o desenvolvimento de ferramentas preditivas como as propostas por Prado (2018)[xiv]. Elas podem ser adequadamente abordadas ex ante para subsidiar as escolhas das localidades que receberão recursos do saldo, bem como para minimizar os riscos de concorrência específica de cada localidade.

43. Assim, sugerimos que a minuta de Resolução determine que a Anatel desenvolva um modelo preditivo nos moldes do desenvolvido por Prado (2018) de atendimento dos municípios brasileiros no médio prazo, para que não sejam elegíveis para recebimento do saldo de adaptação.

44. Neste caso, as localidades da categoria 3 são representadas tanto por áreas geográficas que não contemplam a prestação de banda larga atualmente como são granularidades geográficas que têm potencial de investimento privado no curto prazo. A intervenção regulatória deve ser projetada para criar um novo mercado de telecomunicações sem o efeito crowding-out, e para tanto devem ser elegíveis para

(11)

o saldo apenas as localidades de municípios desatendidos da categoria 3, que provavelmente não serão conectadas nos próximos dois anos. Portanto, em principio existe dois mercados relevantes geográficos separados para as localidades da categoria 3 não atendias atualmente.

3.3. Da Metodologia de Cálculo de Saldo

45. As incumbentes do STFC gozam de vantagens competitivas devido às economias de escala e alcance das atividades nos mercados relacionados à telefonia fixa, a Exploração Industrial de Linha Dedicada – EILD e de dutos e valas de propriedade das redes herdadas nacionais e outros ativos, como experiência de mercado e marketing. Assim, o prestador de serviço universal pode obter benefícios materiais e não materiais (intangíveis) em virtude das suas obrigações e estatuto de serviço universal. Os benefícios materiais são receitas incrementais (benefícios dos serviços associados à prestação do serviço universal, por exemplo, receitas de chamadas pagas por clientes comercialmente viáveis ao chamar os clientes “não viáveis”) e os benefícios não materiais incluem economias de escala e reputação da marca. Assim, os benefícios intangíveis, como o maior reconhecimento da marca e a reputação da marca ou as vantagens da escala, que são geralmente indiretos, devem ser incorporados ao calculo de saldos e estimados em termos monetários e depois deduzidos do custo direto da prestação de serviços das Concessionárias.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

46. A Seae entende que os saldos da adaptação devem ser aplicados em áreas geográficas verdadeiramente não econômicas (as receitas do serviço é menor que o custo total para prestação do serviço), portanto, localidades sem competição adequada ou porque não há concorrência no mercado ou porque não há mercado no estado inicial da concorrência antes da intervenção. A definição de áreas geográficas sem competição adequada obrigatoriamente deve ser em áreas sem nenhuma forma de viabilidade de concorrência na rede em um período de dois anos.

47. Do ponto de vista concorrencial, avalia-se que a Alternativa C sugerida pela Anatel para solucionar os problemas do TEMA 2 da AIR (Definição das áreas sem competição adequada para fins de compromissos de investimento) tem o potencial de distorcer a competição. A Alternativa C coloca como elegíveis para receber o saldo da adaptação os municípios classificados como categorias 2, 3 e 4 no mercado de varejo associado ao projeto.

48. Com relação ao TEMA 2 somos favoráveis a que todos os municípios não competitivos da categoria 4 sejam considerados elegíveis para receber o saldo da adaptação. Quanto às localidades da categoria 3, a Anatel, na definição dos compromissos de investimentos decorrentes de recursos públicos, estabelece apenas a elegibilidade de instalação nas localidades de municípios desatendidos, mas não antecipa as localidades que provavelmente se conectarão nos próximos dois anos, o que eleva o risco de ocorrência do efeito de crowding-out. Neste contexto é essencial que o saldo de adaptação priorize investimentos em locais onde não há investimento privado em redes de banda larga e onde nenhum é previsto dentro de um tempo determinado. Assim, para esta Secretaria são elegíveis para o saldo apenas as localidades de municípios desatendidos da categoria 3 que provavelmente não serão conectadas nos próximos dois anos.

49. Quanto às localidades da categoria 2, sejam elas áreas cobertas ou não por redes de telecomunicações, consistem em áreas nas quais as condições de competição já são semelhantes ou suficientemente homogêneas e que não se pode distinguir de forma clara de outras áreas vizinhas nas quais as condições de competição não são apreciavelmente diferentes. Neste contexto, como não podemos definir mercados relevantes geográficos separados, os municípios da categoria 2 em principio, não seriam elegíveis para receber o saldo de adaptação das concessionárias.

(12)

de saldos e estimados em termos monetários e depois deduzidos do custo direto da prestação de serviços das Concessionárias.

Brasília, 30 de abril de 2020.

À consideração superior,

ADRIANO AUGUSTO DO COUTO COSTA Coordenador de Inovação, Indústria de Rede e Saúde

BRUNO DE CARVALHO DUARTE

Coordenador-Geral de Inovação, Indústria de Rede e Saúde

MARCELO DE MATOS RAMOS Subsecretário de Advocacia da Concorrência

De acordo.

CÉSAR COSTA ALVES DE MATTOS

Secretário de Advocacia da Concorrência e Competitividade

[ i]

Tais categ o rias fo ram definidas na revisão do Plano Geral de Metas de Co mpetição para permitir disting uir o nível de co nco rrência no s município s brasileiro s, da seg uinte fo rma: Categ o ria 1: município s co mpetitivo s; Categ o ria 2: município s po tencialmente co mpetitivo s; Categ o ria 3: município s po uco co mpetitivo s e Categ o ria 4: município s não co mpetitivo s. Apro fundaremo s essas definiçõ es mais à frente no parecer.

[ ii]

Co ntribuição à Co nsulta Pública nº 53/2013 da Anatel, referente a apresentação e co nsulta à so ciedade do do cumento Temas Relevantes Para Avaliação do Ambiente Eco nô mico e Reg ulató rio do Serviço Telefô nico Fixo Co mutado (STFC), co m a finalidade de reco lher subsídio s à revisão do s Co ntrato s de Co ncessão para o perío do de 2016 a 2020.

[ iii]

Co ntribuição à Co nsulta Pública nº 25/2014, da Anatel, referente à pro po sta de Plano Geral de Metas para Universalização do Serviço Telefô nico Fixo Co mutado prestado no reg ime público – PGMU, para o perío do de 2016 a 2020. Ementa: Co nsulta apro vada e co nduzida pela Superintendência de Planejamento e Reg ulamentação . Submissão vo ltada a reco lher subsídio s referentes à revisão do Plano Geral de Metas para Universalização do Serviço Telefô nico Fixo Co mutado prestado no reg ime público – PGMU, para o perío do de 2016 a 2020.

[ iv]

Co ntribuição à Co nsulta Pública nº 02/2017 da Anatel, referente a pro po sta de Plano de Geral de Outo rg as - PGO e de Termo de Auto rização Único . Adicio nalmente, a Anatel co lo ca em co nsulta do cumento intitulado "Temas relevantes para alteração da leg islação de teleco municaçõ es", referente ao s temas discutido s no s estudo s de revisão do mo delo de prestação do s serviço s de teleco municaçõ es.

[ v]

(13)

Telefô nico Fixo Co mutado 2016-2020 – PGMU IV. [ vi]

Co ntribuição à Co nsulta Pública nº 05/2019 da Ag ência Nacio nal de Teleco municaçõ es (Anatel), de to mada de Subsídio s - Verificação da existência de atendimento co m tecno lo g ia 4G nas lo calidades co nstantes do Anexo IV ao PGMU apro vado pelo Decreto nº 9.619, de 20 de dezembro de 2018.

[ vii]

Co ntribuição à Co nsulta Pública nº 51/2018 da Ag ência Nacio nal de Teleco municaçõ es (Anatel), de Revisão do Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefô nico Fixo Co mutado (STFC) prestado no reg ime público (PGMU) e do s co ntrato s de co ncessão do STFC, nas mo dalidades lo cal, lo ng a distância nacio nal (LDN) e lo ng a distância internacio nal (LDI), para o perío do de 2021 a 2025.

[ viii]

Referência: OCDE (2011). Guia de Avaliação da Co nco rrência . Versão 2.0. Dispo nível em <

http://www.o ecd.o rg /daf/co mpetitio n/46969642.pdf > . Acessado em 19.08.2015. [ ix]

C Decker (2016), 'Reg ulating netwo rks in decline' - Jo urnal o f Reg ulato ry Eco no mics 49:344–370. [ x]

i) Pro vo car disto rçõ es no s preço s (i.e., não deverão disso ciá-lo s (...) do s seus respectivo s custo , o que afasta a ampla utilização de subsídio s cruzado s); e ii) Onerar despro po rcio nalmente determinado s ag entes eco nô mico s que atuam no seto r, co mpro metendo sua co mpetividade frente ao s demais. Faraco , A.D., Perreira Neto , C.M.S., Co utinho , D.R. Universalização das Teleco municaçõ es: uma tarefa inacabada. Revista de Direito Público da Eco no mia, Belo Ho rizo nte, ano 1, n.2 , p. 9-58, abr/jun, 2003.

[ xi]

Co mpetitio n bring s many real benefits fo r co nsumers, businesses and the eco no my. Any restrictio ns o n co mpetitio n thus co me at a co st. Where the State intervenes in a market to achieve so cial g o als ho wever, it may no t always be po ssible o r appro priate to maintain co mpetitive neutrality. It may be inevitable that so me businesses are placed in a favo urable po sitio n vis-à-vis o thers. In these circumstances, yo ur g o al may no t be to create a ‘level playing field’ fo r all. Yo u may instead be trying to ensure that any chang es in co mpetitio n which result fro m yo ur interventio n are necessary, pro po rtio nate and kept to a minimum, and that the o verall net effect fo r co nsumers and fo r the eco no my is beneficial. Co mpetitio n and Co nsumer Pro tectio n Co mmissio n (2015, ps.3 a 4) Co mpetitive Neutrality: Evaluating the Co mpetitio n Impact o f Po licy Pro po sals Guidance fo r Po licy Makers December 2015

https://www.ccpc.ie/business/wp-co ntent/uplo ads/sites/3/2017/04/Co mpetitive-Neutrality-Guidance.pdf, acessado em 28/04/2020.

[ xii]

If the market is clearly no t meeting a particular need, there will be no existing pro viders and therefo re no existing co mpetitio n. There is no po ssibility, in this situatio n, o f affecting co mpetitio n in the market and co ncerns abo ut co mpetitive neutrality do no t arise – at least in the sho rt term. Co mpetitio n and Co nsumer Pro tectio n Co mmissio n (2015, ps.3 a 4) Co mpetitive Neutrality: Evaluating the Co mpetitio n Impact o f Po licy Pro po sals Guidance fo r Po licy Makers December 2015

https://www.ccpc.ie/business/wp-co ntent/uplo ads/sites/3/2017/04/Co mpetitive-Neutrality-Guidance.pdf, acessado em 28/04/2020.

[ xiii]

Seg undo o Guia para Análise Eco nô mica de Ato s de Co ncentração Ho rizo ntal da SEAE/SDE, a analise das co ndiçõ es de entrada de uma determinada empresa em certo mercado relevante esta relacio nada a superação das seg uintes barreiras à entrada (i.e., que a entrada seja pro vável, tempestiva e suficiente). Assim seg undo Guia SEAE/SDE:

“46. Entrada Pro vável. A SEAE e a SDE co nsiderarão a entrada pro vável quando fo r eco no micamente lucrativa a preço s pré-co ncentração e quando estes preço s puderem ser asseg urado s pelo po ssível entrante. Os preço s não po derão ser asseg urado s pelo po ssível entrante quando o incremento mínimo da o ferta pro vo cado pela empresa entrante fo r suficiente para causar uma redução do s preço s do mercado . Em o utras palavras, a entrada é pro vável quando as escalas mínimas viáveis são inferio res às o po rtunidades de venda no mercado a preço s pré-co ncentração .

47. Entrada Tempestiva. A SEAE e a SDE co nsiderarão , em g eral, co mo prazo so cialmente aceitável para entrada o perío do de 2 (do is) ano s. Neste prazo , incluem-se to das as etapas necessárias à entrada no mercado , tais co mo , planejamento , desenho do pro duto , estudo de mercado , o btenção de licenças e permissõ es, co nstrução e o peração da planta, pro mo ção e distribuição do pro duto .

48. Entrada suficiente. A entrada será co nsiderada suficiente quando permitir que to das as o po rtunidades de venda sejam adequadamente explo radas pelo s entrantes em po tencial.” http://www.cade.g o v.br/assunto s/no rmas-e-leg islacao /po rtarias/2001po rtariaco njunta50-1_g uia_para_analise_eco no mica_de_ato s_de_co ncentracao .pdf - acessado em 30/04/2020.

[ xiv]

Prado , Tiag o So usa (2018) Po líticas públicas de massificação do acesso à banda larg a fixa de alta velo cidade: uma análise eco no métrica de alternativas para o Brasil. – Brasília: IPEA, 2018.

Documento assinado eletronicamente por Adriano Augusto do Couto

Costa, Coordenador(a), em 30/04/2020, às 21:41, conforme horário oficial

de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de

outubro de 2015.

(14)

Documento assinado eletronicamente por Bruno de Carvalho Duarte,

Coordenador(a)-Geral de Inovação, Indústria de Rede e Saúde, em

30/04/2020, às 22:03, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Marcelo de Matos Ramos,

Subsecretário(a) de Competitividade e Concorrência em Inovação e Serviços, em 30/04/2020, às 22:12, conforme horário oficial de Brasília,

com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por César Costa Alves de Mattos,

Secretário(a) de Advocacia da Concorrência e Competitividade, em

30/04/2020, às 22:16, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site http://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?

acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código

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