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Ministério Público Federal Procuradoria da República em Pernambuco

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Academic year: 2021

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Inquérito Civil Público n. º 1.26.000.002238/2010-98 Promoção de Arquivamento nº 599-2013/MPF/PRPE/AT

PROMOÇÃO

Cuida-se de inquérito civil público instaurado nesta Procuradoria da República, com o intuito de apurar notícia de irregularidades perpetradas no âmbito da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, constatadas por equipe de auditoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, a partir de inspeção realizada no período de 29/09/2008 a 10.10.2008, conforme Relatório de Auditoria nº 49/2008.

Dentre as diversas impropriedades/irregularidades apontadas no referido relatório, o membro ministerial que presidiu inicialmente o feito consignou, no despacho de fls. 46/48, que apenas duas delas demandariam o aprofundamento das investigações: as irregularidades descritas nos subitens 1.2 (Participação em processo licitatório de empresas com o mesmo sócio) e 6.2 (ausência de assinaturas comprovando a prestação de serviços de hospedagem).

No que tange à irregularidade descrita no subitem 6.2 (ausência de assinaturas comprovando a prestação de serviços de hospedagem), a equipe de auditores concluiu que houve prejuízo ao erário e solicitou a restituição dos valores conforme demonstrativo de débito.

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Inicialmente, o FNDE, no Parecer nº 03/2011 (fls. 239/240), registrou que houve o ressarcimento no montante de R$ 105,601,51. Contudo, esse valor estava aquém do devido, uma vez que corresponderia ao montante corrigido até o dia 30/09/2009 e o recolhimento somente se deu em 11/12/2009. O atraso no recolhimento implicou uma diferença de R$ 3.349,05. Mais adiante, por meio do Parecer nº 40/2012 (fl. 242), o FNDE acrescentou que a Secretaria de Educação recolheu aos cofres daquela autarquia, em 25/02/2011, o valor de R$ 4.093,05, sanando, assim, a impropriedade descrita no item 6.2 do Relatório de Auditoria nº 49/2008..

Já no que diz respeito à irregularidade apontada especificamente no subitem 1.2 (Participação em processo licitatório de empresas com o mesmo sócio), da análise do relatório de Auditoria nº 49/2008/FNDE, depreende-se que a Secretaria de Educação, em 2006, realizou licitação (Processo Licitatório PC 071/2006), na modalidade Shopping (Shopping nº 034/2006), no valor de R$ 95,820,60, com a participação de três empresas, dentre as quais apresentavam sócios em comum, quais sejam, R.C. Hotéis e Turismo s/a e R.C. Consultoria, Marketing e Empreendimentos Turísticos S/A., restando frustrado, assim, o caráter competitivo do processo licitatório, prejudicando a obtenção de proposta mais vantajosa para a administração.

À época dos fatos, a Comissão responsável pela realização do processo licitatório era composta por Ednalda Martins César, Cláudia Rodrigues de Araújo e Marlene Fritsch Damásio da Silva – Comissão Especial de Licitação da Unidade de Coordenação do Programa “Melhoria da Qualidade da Educação Básica do Estado de Pernambuco” - e vinculada a Gerência Geral do Programa.

Quanto a esse aspecto, a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, com fundamento no Parecer nº 06/2011 (f. 137-141, Anexo II), elaborado pela I Comissão de Sindicância, instaurou processo administrativo disciplinar em desfavor das servidoras Ednalda Martins César, Claúdia Rodrigues de Araújo e Marlene Fritsch Damásio da Silva (PortariaSE nº 5217, fl. 217).

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A conduta realizada pela Comissão de Licitação tem enquadramento na tipificação prevista no art. 10, VII, da Lei nº 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa, assim como também guarda tipicidade com o crime previsto no art. 90, da Lei nº 8.666/93 – Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos. Além disso, possui prazo prescricional de oito anos, onde a pretensão prescreverá em novembro de 2014, por este motivo, dando prosseguimento às diligências instrutórias deste inquérito civil, onde foi informado por meio do Ofício nº 1272/2013-GAB/SEE-PE que o Relatório da Comissão de Inquérito Administrativo Disciplinar foi finalizado em 18.07.2013, recomendando o arquivamento dos autos, em virtude de não ter sido configurada irregularidades administrativas imputadas às acusadas, conforme cópia da decisão da Comissão (Anexo 02).

Com vistas a melhor instrução dos autos foi oficiada a Polícia Federal acerca das diligências empreendidas nos autos do Inquérito Policial nº 853/2010-SR/DPF/PF, instaurado em 17/11/2010, em atendimento ao Ofício nº 4358/2010-PRPE/LBN/8ºOCR, referente às Peças de Informação Criminal nº 1.26.000.001593/2010-10.

Em resposta, o Departamento de Polícia Federal encaminhou1 o relatório do Inquérito Policial nº 853/2010-SR/DPF/PF (fls. 313/318), para apurar a prática do delito de previsto no art. 90 da Lei nº 8.666/93, vez que integrantes da Comissão de Licitações da Secretaria de Educação de Pernambuco teriam convocado para participar do certame duas empresas pertencentes ao mesmo sócio, frustrando a competitividade desejada. Ocorre que, o Delegado de Polícia Federal externou juízo no sentido de não se ter comprovado a prática do apontado crime.

Nessa esteira, ainda no bojo do Inquérito Policial nº 853/2010-SR/DPF/PF, foi solicitado por este Parquet, Promoção de Arquivamento baseado nas alegações de que, em se tratando de contratação de empresa para prestar serviço a ser financiado com recursos repassados por instituição multilateral da qual o Brasil faz parte (BIRD), o art. 42 §5º da Lei nº 8.666/93 admite no certame a utilização das normas e procedimentos da entidade repassadora dos recursos para 1 Oficio nº 4899/2013 – IPL 0853/2010-4 – SR/D|PF/PE (fl. 312)

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selecionar a proposta mais vantajosa, no caso, as Diretrizes para Aquisição no Âmbito de Empréstimo do BIRD e Créditos da AID. Por sua vez, essas diretrizes estabelecem para este tipo de contratação a realização de cotação de preços, que tem que ocorrer antes da habilitação das empresas. Verificou-se, portanto, que os integrantes da Comissão de Licitação realizaram a cotação de preços antes da habilitação e, dessa forma, não tinham como saber que as empresas R.C Hotéis e Turismo S/A e R.C Consultoria, Marketing e Empreendimentos Turísticos S/A possuíam o mesmo sócio. Ademais, quanto às empresas participantes, não ficou vislumbrado que seu sócio comum teve conhecimento da participação de suas empresas no certame, visto que a estrutura administrativa de seus hotéis permitia que pessoas diferentes pudessem subscrever propostas apresentadas em licitação como a ora analisada.

Da análise dos autos, vislumbro que a equipe de auditoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE não logrou trazer aos autos qualquer prova concreta de que as servidoras teriam convocado para participar do certame duas empresas pertencentes ao mesmo sócio, frustrando a competitividade desejada, como descrita na representação.

De fato, apenas a partir da análise documental não é possível afirmar que as servidoras que atuaram na formalização da licitação tinham conhecimento do fato de as empresas possuírem sócio em comum, pois não tiveram acesso aos atos constitutivos das duas firmas.

Pelo exposto, constata-se que a irregularidade a qual ensejou a instauração dos presentes autos, na verdade, não restou comprovada. Neste sentido, este inquérito civil público não carece de mais providências instrutórias, devendo ser arquivado.

Pelas considerações acima e não havendo outras providências a serem tomadas por este parquet, decido pelo arquivamento dos presentes autos e determino à DTCC e à secretaria deste gabinete que:

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1. informe ao noticiante sobre a presente decisão, participando-lhes que terá o prazo de 10 (dez) dias para, querendo, apresentar recurso dirigido ao 1º OTC, o qual, em caso de não retratação, será encaminhado à competente Câmara de Coordenação e Revisão para apreciação; e

2. após o prazo para recurso, remetam os autos à 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal para fins de homologação.

Recife (PE), 18 de novembro de 2013.

A

NASTÁCIO

N

ÓBREGA

T

AHIM

J

ÚNIOR

Referências

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