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Academic year: 2021

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TÍTULO: COMPORTAMENTO DE BROCA DO CAFEEIRO (HIPOTHENEMUSHAMPEI) EM QUATRO CONDIÇÕES DE MANEJO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS AGRÁRIAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): WATUS CLEIGSON ALVES DA COSTA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): RAFAEL TADEU DE ASSIS ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): TIAGO DE OLIVEIRA TAVARES COLABORADOR(ES):

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1. RESUMO

A broca permanece na lavoura, de uma safra para outra, nos frutos remanescentes da colheita. Assim, todas as práticas que permitem a permanência desses frutos nas plantas ou até mesmo no solo, favorecem o aumento do ataque nos frutos na próxima safra, dentre estes fatores destacam-se colheita mal feita, na qual ficam frutos em maior quantidade, no pé ou no chão. Um ambiente sombrio, onde os frutos e as brocas permanecem abrigadas em um período úmido na entressafra, é a melhor condição para a sobrevivência e reprodução da praga. A broca se alimenta das sementes e causa grande impacto negativo na produção. Entender o comportamento deste inseto na planta, ou melhor, na migração entre os frutos, pode auxiliar no melhor controle e reduzindo prejuízos na safra.

2. INTRODUÇÃO

Segundo MAPA (2015) o território nacional produziu 45,34 milhões de sacas, e exportou aproximadamente 34,6 milhões de sacas de 60 kg em 2014, sendo que os principais compradores do café foram UE-28, Estados Unidos, Japão, Canadá, México, Turquia, Rússia, Argentina, Coréia do Sul, Líbano.

Um dos fatores mais limitantes da produção do cafeeiro são as pragas. O café é atacado por várias, sendo as principais: Broca do café (Hipothenemus hampei), Bicho Mineiro (Perileucoptera coffeella), cochonilhas e nematóides. Atualmente, a broca do café continua sendo o principal problema, mas não tanto como antigamente devido ao manejo correto da cultura.

A broca é um besouro pequeno com 1,65 mm de comprimento por 0,78 mm de largura de cor escura e brilhante com formato cilíndrico. O inseto sofre metamorfose completa. O macho não voa e cúpula até 10 fêmeas dentro do fruto. A fêmea perfura o fruto, quase sempre na coroa, faz uma galeria na polpa e vai até o interior de uma das sementes onde constrói uma câmara para postura. Ela coloca de 31 a 119 ovos, que duram aproximadamente de 80 a 280 dias. Colocando em média de dois ovos por dia e no máximo 20 por câmara; de 4 a 16 dias após dão origem as larvas que tem um ciclo de 9 a 20 dias, passando para pulpa após 4 a 10 dias. A praga tem cerca de 7 gerações anualmente, sendo 4 a 5 de novembro a agosto com ciclo médio de 27 dias. A única que consegue voar é a fêmea, o macho tem as asas atrofiadas (SANTINATO & FERNANDES, 2012).

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O controle pode ser feito através de medidas culturais, como exemplo uma colheita onde se retira todos os frutos da planta e o repasse; controle químico e o controle biológico realizado através de vespas ou fungos antagônicos. (REVISTA BRASILEIRA DE CAFEICULTURA, 2005)

As condições favoráveis para o aparecimento e proliferação da praga são as chuvas precoces, colheitas mal feitas, lavouras abandonadas ou ainda sem controle (SANTINATO & FERNANDES, 2012).

Prejuízos causados no fruto por Hipothenemus hampei são a perda de peso e qualidade dos frutos. A consequência final é a depreciação do valor do café produzido (REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS, 2013).

O inseto ataca o fruto do cafeeiro em diversos estádios de desenvolvimento, podendo prolongar o ataque ao café armazenado em coco ou beneficiado. (BENASSI et al., 2001).

Existem produtos para o controle químico da praga do cafeeiro porém com baixa eficiência. O Endossulfan era o produto mais utilizado para o controle da broca, porém, seu uso foi proibido em 2013. O produto foi proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por ser considerado extremamente tóxico, classificado na classe toxicológica I, sendo então retirando do mercado (EMBRAPA, 2013).

3. OBJETIVO

Objetivou-se neste trabalho conhecer melhor o comportamento da broca em quatro condições de manejo dos frutos colhidos (frutos remanescentes no solo, frutos remanescentes na planta, e colheita total planta e chão), assim como sua infestação na safra seguinte.

4. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

O ensaio foi instalado no Campo Experimental da CAPAL (Cooperativa Agropecuária de Araxá Ltda.) em solo LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico (EMBRAPA, 2006), declive de 3%, e altitude 980m, espaçamento 4 x 0,5m (5.000 plantas ha-1) com o cultivar Catuai Vermelho IAC 144.

A adubação química foi realizada conforme a análise química do solo e o histórico da área, obedecendo recomendações do MAPA/Procafé para a região. Os tratos fitossanitários foram realizados normalmente, com exceção do controle da

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broca, não foi realizado o controle em virtude de observar melhor o comportamento da praga.

Adotou-se os tratamentos na colheita de 2014 e as avaliações foram realizadas na colheita de 2015, sendo possível verificar o comportamento da praga na safra seguinte.

Utilizou-se quatro tratamentos, sendo eles: Tratamento 1 = Colher todos os frutos da planta e do chão, Tratamento 2 = 0,5L de café remanescente planta-1 e recolher tudo do chão, Tratamento 3 = Colher todos os frutos da planta e não recolher no chão (média de 1L m-1) e, Tratamento 4 = 0,5L de café remanescente planta-1 e café no chão (média de 1L m-1). As quantidades de café no chão foram ajustadas manualmente em todas as parcelas. O experimento foi delineado em blocos casualizados com três repetições. A área total da parcela compreende de 30 plantas, sendo as 10 centrais consideradas úteis.

As avaliações ocorreram nos meados de julho de 2015, no auge da colheita. Coletou-se 500 frutos por parcela para as requeridas avaliações. Avaliou-se números de frutos broqueados (perfurados), número de frutos com a broca presente (viva), número de larvas vivas, e número de sementes totalmente danificadas (grãos escuros).

Para número de frutos broqueados contou-se todos os frutos com sinais de ataque, ou seja, perfurados na região da coroa do fruto. Destes frutos com sinais de ataque, analisou-se com auxílio de canivete, todos os frutos com que haviam a broca viva em estádio adulto. Analisou-se também nestes mesmos frutos o número de larvas vivas.

Os dados foram analisados utilizando o software computacional Sisvar (FERREIRA,2011), adotando-se significância de 5% de probabilidade, para o teste F. A partir da detecção de diferenças significativas entre tratamentos as médias de todas as características avaliadas serão comparadas entre si pelo teste de Tukey.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a variável porcentagem de frutos perfurados ou com sintomas de ataque externo (Tabela 1), nota-se que houve um alto índice de ataque, sendo que, para o tratamento que se teve colheita total dos frutos da planta e do chão teve-se em torno de 3 vezes menos incidência da praga, isto demonstra a importância de uma colheita bem feita. Nota-se também que a prática de se deixar café remanescente

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tanto na planta como no chão é propícia para garantir o ciclo da praga, aumentando o ataque na safra seguinte, apresentando assim um potencial prejuízo muito maior a produção e qualidade dos frutos de café.

Vale ressaltar que o nível de frutos perfurados em todos os tratamentos foi maior que o aceitável, que é de 5% segundo (MATIELLO et al., 2010). Porém, este nível ocorreu devido a não utilização do controle químico, demonstrando a importância de se ter um conjunto de cuidados, iniciando na colheita com o máximo de eficiência possível na planta e no chão, reduzindo potencialmente o inoculo. Posteriormente, ao longo do desenvolvimento dos frutos da próxima safra, a partir da fase de expansão dos frutos, que ocorrem em dezembro e janeiro (CAMARGO & CAMARGO, 2001)

, verificando a porcentagem de frutos com sinais externos de ataque, e ao atingir os 5% (BENASSI, 2000), realizar imediatamente o controle químico com produtos registrados e permitidos pela ANVISA, tendo assim uma boa convivência com a praga sem que ela traga prejuízos significativos à safra.

Tabela 1. Resultados comportamento de broca em quatro manejo dos frutos na colheita. Trat. %Frutos Perfurados % Fruto c/ Brocas Vivas

% Frutos com Grãos Escuros N° de Larvas Vivas T1 21 b 12 c 8,4 a 99 a T2 59 a 49 a 21 a 277a T3 52 a 30 b 24 a 358a T4 56 a 30 b 19 a 180 a CV 21,50 16,21 35,69 57,61

Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey (0,05). Trat. = tratamentos; T1= Sem frutos remanescente na planta e no solo; T2= Café remanescente na planta; T3= Café remanescente no chão e, T4= Café

remanescente na planta e no chão.

Para a variável porcentagem de frutos com a broca viva em seu interior, nota-se que a praga nota-se comporta de forma aleatória, perfurando frutos e buscando condições ideias de ovipositar (SOUZA et al., 2013), tanto que não se encontra a praga em todos os frutos perfurados. Apesar da aleatoriedade comportamental da praga, o tratamento que se teve colheita total dos frutos (T1), atingiu um nível menor

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de porcentagem de frutos com a broca em seu interior, reduzindo o risco de danificação de sementes.

Souza et al. (2013) explicam que a aleatoriedade da praga ocorre devido ao teor de água interior do fruto, em frutos com teor maior que 86% a broca apenas perfura a “coroa” do fruto e não oviposita, sendo menos prejudicial em comparação a quando o fruto apresenta teor de água menor que 86%. Nesta situação a praga perfura e oviposita, ao eclodir as larvas se alimenta das sementes dos frutos.

Na fase larval, a praga pode se alimentar parcialmente ou totalmente da semente, podendo deixar a semente danificada ou totalmente preta (totalmente inviável).

Pode-se observar ainda na Tabela 1, que o número de semente preta (grão escuro) não se diferenciou entre os tratamentos, logicamente devido ao alto coeficiente de variação obtido na variável (PIMENTEL-GOMES & GARCIA, 2002), porém, vale ressaltar que estas sementes danificadas devem ser evitadas totalmente do ponto de vista econômico, uma vez que reduz o rendimento do café e reduz preço pago pelo produto final (grãos defeituosos) (SOUZA et al., 2013).

Para a variável número larvas vivas em 500 frutos, nota-se que mesmo com valores distantes não se teve significância entre os tratamentos, novamente justificado pelo alto coeficiente de variação (PIMENTEL-GOMES & GARCIA, 2002), uma vez que esta variável realmente apresenta uma elevada variabilidade em campo. Novamente, por estes resultados, é importante enfatizar a importância de se ter um controle químico no momento correto, caso o controle ocorra ainda momento de “trânsito” da praga (novembro a janeiro), o nível de larvas será controlado de forma significativo reduzindo ou evitando os danos aos frutos de café (SOUZA et al., 2013).

6. CONCLUSÃO

1- O café remanescente na planta ou no chão aumenta três vezes a incidência natura da broca do café.

2- A colheita total dos frutos na planta e no solo não eliminam a necessidade de controle químico complementar.

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BENASSI, V. L. R. M. Aspectos Biológicos da Broca-do-café,

Hypothenemushampei (FERRARI, 1867) (Coleoptera: Scolytidae), em

Coffeacanephora. SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL 1. Poços de Caldas-MG, v. 1 e 2. Set. 2000.

BENASSI, V. L. R. M. et al. Aspectos Biológicos da Cephalanomiasp (HYMENOPTERA: BETHYLIDAE), Novo parasitoide da broca do café,Hypothenemushampei (F., 1867) (Coleoptera: Scolytidae) no Espírito Santo. SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL 2. Vitória-ES, Set. 2001

BROCA DO CAFÉ (Hypothenemus hampei) Disponível em http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=3552 acesso em 27/08/2015 às 09:48.

Companhia Nacional de Abastecimento. Acompamento da safra brasileira: café – v. 1, n. 3 (2014- ) – Brasília: Conab, 2014- v. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/upl/oads/arquivos/15_01_14_11_57_33_boletim _cafe_janeiro_2015.pdf acessado: 28/08/2015>

FERREIRA, D. F. 2011. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciênc Agrotec 35: 1039-1042.

Júlio César de Souza, Paulo Rebelles Reis, Rogério Antônio Silva3, Thiago Alves Ferreira de Carvalho , Andreane Bastos Pereira. CONTROLE QUÍMICO DA BROCA-DO-CAFÉ COM CYANTRANILIPROLE, Coffee Science, Lavras, v. 8, n. 4, p. 404-410 out./dez. 2013

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em

http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina-inicial/vegetal/culturas/cafe

MATIELLO, J. B. et al. Cultura de café no Brasil: Manual de Recomendações. Rio de Janeiro: MAPA/PROCAFE, 2010. 542p.

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PIMENTEL-GOMES, F.; GARCIA, C. H. Estatística aplicada a experimentos agronômicos e florestais: exposição com exemplos e orientações para uso de aplicativos. Piracicaba: FEALQ, 2002. 309 p.

REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS: Agricultura de precisão: uma ferramenta ao alcance de todos. Falta de produto para controle da broca preocupa o setor cafeeiro. 83 ed. Franca,2013. p.27-28.

REVISTA DE TECNOLOGIA CAFEEIRA Ano 2: nº 6 março-junho/2005.

SANTINATO, R.; FERNANDES, A.L.T. Cultivo do Cafeeiro: Irrigado por gotejamento. 2. ed. Uberaba, 2012. p. 294-296.

SOUZA, J. C. de; REIS, P. R. Broca-do-café: histórico, reconhecimento, biologia, prejuízos, monitoramento e controle. 2. ed. Belo Horizonte: EPAMIG, 1997. 40 p. (EPAMIG. BoletimTécnico, 50).

Referências

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