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Influência da temperatura sobre o desenvolvimento de juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus)

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Academic year: 2021

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Tania Maria Lopes dos Santos

Influência da temperatura sobre o desenvolvimento de juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus)

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Aquicultura. Orientador: Alex Pires de Oliveira Nuñer

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Dedico este trabalho a minha família pela fé e confiança demonstrada, aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar e ao meu orientador da graduação Me. Melo Júnior por nunca deixar de acreditar em mim, mesmo quando eu não

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha vida, minha família, meus amigos e por me permitir a realização de mais um trabalho.

Aos irmãos que Deus me permitiu escolher: Camila, Greyce, Lincon, Lu, Samara e Nice, pela atenção e preocupação sincera, cujo otimismo me ajudou a superar os momentos de ansiedade e incerteza. Aos colegas do Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce/LAPAD, principalmente Leonardo, por aturarem o meu mau humor, chatice, estresse e reclamação quando tudo parecia dar errado, e pelo suporte à pesquisa.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura pelos ensinamentos e serviços prestados, em especial ao Prof.º Alex, pela orientação, e a Prof.ª Aimê, pelos conselhos nos momentos de incerteza em continuar no curso.

À Prof.ª Sirlies, por está sempre me incentivado a buscar a melhor qualificação profissional.

Aos moradores do Residencial, minha segunda casa: Rosângela, Pedro, Sr. Romildo, Caitano, Sr. Joca, Gilberto, Patrícia, Ana, Julle e em especial a Hamilton; como ele sempre fala “você é quem mais reclama e quem menos incomoda”.

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“Um dia você, em ato muito nobre, me disse “eu não sei escrever”. Hoje você me diz eu não passei no Doutorado: reflita sobre isso, é uma evolução muito grande.”

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RESUMO

O presente estudo teve como objetivo avaliar o crescimento de juvenis de piracanjubas, Brycon orbignyanus, submetidos a diferentes temperaturas. O experimento foi realizado de maio a agosto de 2017 durante um período de 64 dias, no qual foram utilizados juvenis de piracanjubas (n = 348) estocados em tanques com capacidade de 100 L, resultando em uma densidade de 0,29 juvenis/L. Os juvenis foram submetidos a quatro tratamentos de temperatura: T24 (24°C), T27 (27°C), T30 (30°C) e T33 (33°C), tendo sido utilizadas três repetições para cada tratamento. Para avaliar a curva de crescimento e a biomassa dos juvenis foram realizadas biometrias quinzenais. As variáveis de qualidade de água foram analisadas semanalmente, com exceção da temperatura da água que foi mensurada duas vezes por dia (08:30 e 16:00 h). A qualidade de água manteve-se dentro dos níveis adequados para o cultivo de juvenis de piracanjubas. A sobrevivência foi afetada pela temperatura da água, sendo que as médias obtidas nos tratamentos T27, T30 e T33 ficaram entre 90,58 e 93,10%; no tratamento T24 foi registrada de sobrevivência de 77,55%. Esta redução na sobrevivência foi influenciada pelo estresse, que pode induzir um comportamento agonístico territorialista, competitivo, com altos níveis de agressividade, que culminaram em canibalismo oportunista entre os juvenis. A temperatura afetou de forma significativa o crescimento, tendo sido registrado maior ganho de peso nas temperaturas mais elevadas. A maior conversão alimentar aparente foi encontrada no T24 (1,11 ± 0,13), onde ocorreu o menor ganho de peso, e a menor foi registrada no tratamento T30 (0,80 ± 0,07). Os resultados sugeriram que a temperatura ótima para o cultivo de juvenis de B. orbignyanus está acima de 30°C, sendo que esta espécie tolerou elevadas concentrações de NH4 + NH3 e NO2 por um curto período de tempo.

Palavras-chave: Aquicultura, Comportamento agonístico, Sobrevivência, Tolerância térmica, Taxa de crescimento específico.

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ABSTRACT

This study aimed to evaluate the growth of juveniles of piracanjubas,

Brycon orbignyanus, submitted to different temperatures. The

experiment was carried out from May to August 2017 during a period of 64 days, in which juveniles of piracanjubas (n = 348) were stocked in 100 L tanks, resulting in a density of 0.29 juveniles/L. The juveniles were submitted to four temperature treatments: T24 (24°C), T27 (27°C), T30 (30°C) and T33 (33°C), with three replicates used for each treatment. To evaluate the growth and biomass of juveniles, biweekly biometries were performed. The water quality variables were analyzed weekly, except for the water temperature that was measured twice a day (08:00 and 16:00 h). The water quality remained within the adequate levels for the cultivation of juveniles of B. orbignyanus. Survival was affected by water temperature: the mean values for juveniles kept in the T27, T30 and T33 varied between 90.58 and 93.10%; in T24 the recorded survival was 77.55%. This lower survival was influenced by stress, which can induce a territorial competitive agonistic behavior with high levels of aggressiveness, which culminated in opportunistic cannibalism among juveniles. The temperature significantly affected the growth, with a higher weight gain found at the higher temperatures. The highest apparent feed conversion was found in T24 (1.11 ± 0.13), where the lowest weight gain occurred, and the lowest was recorded in T30 (0.80 ± 0.07). The results suggested that the optimal temperature for the cultivation of B. orbignyanus is above 30°C, and that this species tolerated high concentrations of NH4 + NH3 and NO2 for a short period of time.

Keywords: Aquaculture, Agonistic behavior, Specific growth rate, Survival, Thermal tolerance.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Produção de peixes no Brasil em 2016. (a) Produção por região. (b) Ranking dos cincos maiores estados

produtores... 24

Figura 2 - Percentual das espécies de peixes produzidos em Santa

Catarina... 25

Figura 3 - Classificação taxonômica de Brycon orbignyanus... 26 Figura 4 - Brycon orbignyanus - Aparência do juvenil... 27 Figura 1 -

(Artigo)

Concentrações de NH4 + NH3 (mg L-1) (a) e NO2

(mg L-1) (b) nas diferentes temperaturas (°C) a que

foram submetidos juvenis de piracanjuba,

Brycon orbignyanus, ao longo de 64 dias de cultivo... 39 Figura 2 -

(Artigo)

Relação do peso (g) (a) e do comprimento total (cm) (b) de juvenis de piracanjuba, Brycon orbignyanus, ao longo de 64 dias de cultivo em diferentes

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Produção de grupos de peixes no Brasil... 28 Tabela 1 -

(Artigo)

Qualidade da água (média±desvio-padrão) do cultivo de juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus), submetidos a diferentes temperaturas ao longo de 64 dias de cultivo. Valores mínimos e máximos entre

parênteses... 40

Tabela 2 - (Artigo)

Desempenho zootécnico (média±desvio-padrão) de

juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus)

submetidos a diferentes temperaturas ao longo de 64

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEPA - Centro de Socieconomia Planejamento Agrícola CIRAM - Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina

EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations FAPEU - Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária LAPAD - Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce MMA - Ministério do Meio Ambiente

NH4 + NH3 - Amônia total NO2 - Nitrito

PB - Proteína Bruta

pH - Potencial Hidrogeniônico

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL... 23

1.1. PANORAMA DA AQUICULTURA MUNDIAL... 23

1.2. PANORAMA DA AQUICULTURA NACIONAL... 23

1.3. PANORAMA DA AQUICULTURA NO ESTADO DE SANTA CATARINA... 24

1.4. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DE Brycon orbignyanus... 25 1.5 TEMPERATURA DA ÁGUA... 29 1.6. OBJETIVOS... 31 1.6.1. Objetivo geral... 31 1.6.2. Objetivos específicos... 31 2. ARTIGO CIENTÍFICO Influência da temperatura sobre o desenvolvimento de juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus)... 33

1. INTRODUÇÃO... 35

2. MATERIAL E MÉTODOS... 37

2.1. Animais e desenho experimental... 37

2.2. Tratamentos... 37

2.3. Amostragens... 38

2.4. Parâmetros de desempenho zootécnico e qualidade de água... 38 2.5 Análise estatística... 38 3. RESULTADOS... 39 3.1. Qualidade de água... 39 3.2. Desempenho zootécnico... 41 4. DISCUSSÃO... 43 4.1. Qualidade de água... 43 4.2. Desempenho zootécnico... 44 5. AGRADECIMENTOS... 46 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO GERAL... 51

APÊNDICE A - Registro fotográfico da influência da temperatura da água sobre o comportamento agonístico em cultivo de Brycon orbignyanus... 57

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temperatura da água sobre o crescimento heterogêneo em cultivo

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1. INTRODUÇÃO GERAL

1.1. PANORAMA DA AQUICULTURA MUNDIAL

O crescimento populacional e a procura por uma alimentação mais saudável têm aumentado a demanda mundial de pescados nos últimos anos. O abastecimento global per capta de pescados atingiu um novo recorde em 2014 (20 kg), devido ao intenso crescimento da aquicultura, que atualmente fornece metade de todos os peixes destinados ao consumo humano (FAO 2016).

Segundo a FAO (2016), o peixe ainda é um dos produtos alimentícios mais comercializados no mundo e mais da metade do valor de exportações vêm de países em desenvolvimento. Ainda segundo a FAO, estudos destacam o enorme potencial que tem os oceanos e as águas continentais, que podem contribuir com destaque para a segurança alimentar e nutrição adequada da população mundial, que poderá atingir 9,7 bilhões de habitantes em 2050.

O total mundial de produção de pescados em 2013 foi de 162,9 milhões de toneladas, das quais 92,7 milhões de toneladas vieram da pesca por captura e 70,3 milhões de toneladas da aquicultura; e em 2014 a produção foi de 167,2 milhões de toneladas, das quais 93,4 milhões de toneladas da pesca por captura e 73,8 milhões de toneladas da aquicultura (FAO, 2016). Neste contexto, a aquicultura desponta como a alternativa mais viável para o aumento contínuo da oferta desses produtos nos próximos anos, visto que a pesca se encontra com a produção estabilizada desde a década de 90 (FAO, 2014).

1.2. PANORAMA DA AQUICULTURA NACIONAL

O Brasil é uns dos países com maior potencial para a aquicultura, devido a suas reservas hídricas, clima propício, a ocorrência de espécies aquáticas com importância zootécnica e de mercado. Contudo, a produção aquícola nacional ainda apresenta números incipientes se comparada a dos maiores produtores mundiais, como a China, a Índia, o Vietnã e a Indonésia (FAO, 2012).

A piscicultura continental, a carcinicultura marinha e a malacocultura são os ramos mais desenvolvidos da aquicultura brasileira, baseadas principalmente em espécies exóticas ou não nativas, sendo praticadas em diversos ambientes, modalidades e com diferentes estratégias de produção (BRABO et al., 2016). No Brasil, a piscicultura

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produziu 640.510 toneladas em 2016 (Figura 1), movimentando R$ 4,3 bilhões e gerando um milhão de empregos diretos e indiretos (NASCIMENTO, 2017).

No Brasil a aquicultura é a atividade agrícola que mais cresce, criando novas oportunidades de negócio. O desenvolvimento da piscicultura brasileira deu-se por meio do cultivo de espécies exóticas, sendo que, por muito tempo, as espécies nativas não foram consideradas para a piscicultura (ZANIBONI-FILHO 2000). Segundo Weingartner et al. (2008), este cenário está se alterando, em razão do aumento do interesse pelo cultivo de peixes nativos das grandes bacias hidrográficas brasileiras, motivado por centros de pesquisa especializados e pelo setor hidrelétrico, que precisa de alevinos para eventuais repovoamentos dos reservatórios.

Figura 1 - Produção de peixes no Brasil em 2016. (a) Produção por região. (b) Ranking dos cincos maiores estados produtores.

Fonte: Peixes BR, 2016.

1.3. PANORAMA DA AQUICULTURA NO ESTADO DE SANTA CATARINA

De acordo com o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (CEPA), da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) (2016), a piscicultura catarinense tem algumas características diferentes da praticada em outros estados brasileiros, tais como a forma de alimentar os peixes durante o cultivo e

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a ocorrência de inverno com frio bastante acentuado, que faz com que a produção fique restrita apenas ao período mais quente do ano.

Ainda segundo esses autores, a topografia declivosa também distingue Santa Catarina dos demais estados, sendo que uma grande vantagem catarinense é o volume hídrico, vinculado a chuvas que ocorrem proporcionalmente durante o ano todo, permitindo o desenvolvimento dos cultivos sem grandes problemas de falta da água.

Segundo a Epagri (2017) entre os anos de 2005 e 2015, a produção anual da piscicultura no estado de Santa Catarina cresceu em média 8,3%, passando de 19,3 mil toneladas para 42,7 mil toneladas de peixes de água doce, sendo que tal aumento na produtividade se deu pela melhor utilização de tecnologias e ao crescimento no número de produtores. A Figura 2 mostra que as espécies exóticas têm sido mais produzidas no estado, em relação às espécies nativas.

1.4. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DE Brycon orbignyanus Segundo Weingartner et al. (2012), como a piscicultura brasileira está baseada na criação de espécies exóticas como as carpas, tilápias, poucos foram os investimentos em tecnologia para a produção de alevinos das espécies nativas, principalmente das espécies migradoras.

Nos últimos anos estudos com espécies nativas têm sido desenvolvidos, inclusive com as migradoras, como Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1849), conhecida com piracanjuba, cuja classificação taxonômica está apresentada na Figura 3.

Figura 2 - Percentual das espécies de peixes produzidos em Santa Catarina.

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26

Figura 3 - Classificação taxonômica de Brycon orbignyanus.

Fonte: Lauder e Liev (1983)

O nome Brycon, descende etimologicamente da palavra grega

brycho, que significa morder ou devorar com certo barulho (GODOY,

1975). O nome comum Piracanjuba vem do tupi: pirá: peixe, akanga: cabeça, îuba: amarela, que quer dizer “peixe de cabeça amarela”, o nome desta espécie foi utilizado para nomear uma cidade em Goiás, localizada no sul do estado, onde são produzidos os “Palheiros de Piracanjuba”, um dos cigarros de palha mais consumidos do Brasil (TUPIGUARANI, 2017).

São animais de grande porte, de corpo alongado, apresentando cabeça com duas grandes fontanelas, com escamas (CECCARELLI et al., 2010), chegando a atingir 65 cm de comprimento e 10 kg de peso (GERY, MAHNERT, DLOUHY, 1987; GERY, MAHNERT, 1992), sendo que as fêmeas sempre são maiores que os machos.

B. orbignyanus apresenta o dorso acinzentado com viés

azul-esverdeado, laterais e ventre prateado e nadadeiras alaranjadas, principalmente a caudal. Segundo Schutz et al. (2008), a espécie apresenta uma grande mancha negra na base do pedúnculo caudal, e nadadeira caudal com faixa mediana bem escura (Figura 4).

A espécie está amplamente distribuída, ocorrendo nas bacias dos rios Paraná e Uruguai, e nos países Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai; no entanto não ocorre na bacia do rio Paraguai, (MINISTÉRIO do MEIO AMBIENTE 2008), sendo geralmente encontrada em rios de grande e médio porte, principalmente em canais e lagoas associadas aos vales dos grandes rios (AGOSTINHO et al., 2004).

É um peixe reofílico, segundo Godoy (1975), que migra por longas distâncias para se reproduzir (CECCARELLI et. al., 2010).

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B. orbignyanus inicia as migrações reprodutivas a partir de

setembro até meados de outubro, e se reproduz nos meses de dezembro a janeiro, sempre com nível do rio em ascensão; a primeira maturação gonadal no ambiente natural ocorre em animais com 20 e 25 cm de comprimento para machos e fêmeas, respectivamente, sendo que a fecundação é externa com reprodutores que não apresentam cuidado com a prole (CECCARELLI et al., 2010).

Figura 4 - Brycon orbignyanus - Aparência do juvenil.

Foto da autora, 2017.

Os ovos são semidensos, transparentes, esféricos e tem grande espaço perivitelínico (WEINGARTNER et al., 2008), e a larva apresenta hábito alimentar inicial carnívoro (WEINGARTNER et al., 2008, CECCARELLI et. al., 2010). Existe dimorfismo sexual entre os adultos, que é manifestado pela presença de ganchos nos raios das nadadeiras anal dos machos durante o período reprodução (ZANIBONI FILHO et al., 2004).

Segundo Ceccarelli et al. (2010), a alimentação de

B. orbignyanus varia constantemente durante o ciclo de vida

(nascimento, desenvolvimento, reprodução), pelo fato de que em cada fase de vida as necessidades nutricionais são diferentes. Em ambiente natural a espécie apresenta hábito alimentar principalmente frugívoro (MAGALHÃES, 1931; RINGUELET et al., 1967, ZANIBONI-FILHO, SCHULZ, 2003, CECCARELLI et al., 2010).

Insetos e pequenos peixes podem ser considerados itens secundários e, como tal, assumem importância na escassez dos primeiros (HAHN et al., 1997; AGOSTINHO et al., 1997a, b). Deste modo a espécie é dependente da mata ciliar, de onde vem a maior contribuição do seu alimento (CECCARELLI et al., 2010).

Em ambientes confinados, estudos têm demonstrado que essa espécie aceita bem dietas artificiais e apresenta alta capacidade de digestão e assimilação de proteínas de origem vegetal (CECCARELLI

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et al., 2005), característica importante para a aquicultura (BEUX et al., 2012).

Segundo Ceccarelli et al. (2010), a espécie apresenta elevado valor comercial, sendo bastante conhecida pelas comunidades ribeirinhas onde a espécie ainda é encontrada, e é muito procurada pelos amantes da pesca esportiva por ser um peixe que “briga no anzol”, ainda que não figure mais nas estatísticas da pesca comercial.

De acordo com o IBGE (2016), B. orbignyanus pertence ao grupo

que ocupa a 10ªcolocação na produção dos peixes no Brasil (Tabela 1).

Abundante em décadas passadas, as populações desta espécie tem apresentado drástica redução, em decorrência do represamento dos rios para construção e operacionalização de usinas hidrelétricas, da destruição das matas ciliares, da poluição, da redução do número de lagoas marginais e da pesca predatória (CECCARELLI et al., 2010). Tabela 1- Produção de grupos de peixes no Brasil.

Fonte: IBGE, 2016.

O fato de estar ameaçada de extinção, juntamente com suas boas características zootécnicas, como o rápido crescimento, motiva a realização de estudos que viabilizem sua utilização em maior escala, para fins comerciais ou para o repovoamento do ambiente natural (BEUX et al., 2012). De acordo com Ministério do Meio Ambiente

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(2008), B. orbignyanus atualmente se encontra no livro vermelho de espécies ameaçadas de extinção.

Devido ao que foi abordado sobre esta espécie, verifica-se que mais estudos são necessários para garantir a sua sobrevivência, dentre os quais a qualidade de água apresenta grande importância. Neste contexto se destaca a temperatura da água, que desempenha uma importante função de controle no ambiente aquático, atuando sobre uma série de variáveis físicas, químicas e biológicas.

1.5. TEMPERATURA DA ÁGUA

No sul do Brasil, a temperatura no inverno é baixa e pode ser fator limitante à sobrevivência e ao crescimento de várias espécies de peixes (FERRAZ et al., 2011), uma vez que a temperatura da água pode afetar diretamente o metabolismo e, por conseguinte, o consumo de oxigênio, o crescimento e a sobrevivência dos organismos (JIAN et al., 2003). Segundo o Centro de informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri, 2018), no estado de Santa Catarina, a média da temperatura do ar, no inverno, nos últimos 20 anos, foi de 9,1 °C.

Segundo Baldisserotto e Silva (2004) e Leira et al. (2017), várias espécies de peixes toleram uma ampla variação de temperatura da água, no entanto, para o crescimento, cada espécie possui uma faixa considerada ótima, sendo que em temperaturas extremas, podem ser registradas mortalidades dos organismos (LEIRA et al., 2017).

Peixes expostos a temperaturas inferiores ao seu ótimo têm o consumo de alimento limitado à sua taxa metabólica basal, enquanto os peixes expostos a temperaturas acima do seu ótimo utilizam maior quantidade de energia para obtenção de oxigênio dissolvido (SCHMIDT-NIELSEN, 2002). Quando os peixes alcançam a sua temperatura corpórea ideal, o alimento consumido é mais bem aproveitado, liberando a energia necessária à multiplicação celular e ao crescimento (PIEDRAS, MORAES, POUEY, 2006).

Segundo Ferreira et al. (2009), de maneira geral a taxa das reações químicas e biológicas dobra quando há um aumento de 10 °C na temperatura. O efeito da temperatura sobre os processos vitais normalmente é mais intenso em temperaturas elevadas e é reduzido em temperaturas mais baixas (MOURAD, 2012). Todas as atividades fisiológicas dos peixes (respiração, digestão, reprodução, alimentação)

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ajustam sua temperatura corporal de acordo com a temperatura da água (LEIRA et al., 2017), o que pode afetar o seu metabolismo.

Portanto o melhor crescimento e desempenho dos peixes estão associados à época do ano em que o cultivo é iniciado (SANTOS, 2004; MOURA et al., 2007; CYRINO et al., 2010). Neste sentido, a determinação das condições ambientais ótimas para se alcançar o melhor desempenho de crescimento é essencial para a maximização e otimização da produção (AZAZA et al., 2008). Segundo esses autores o controle de temperatura é essencial para otimizar o desenvolvimento de estágios mais jovens, já que especialmente os estágios iniciais de crescimento são mais sensíveis a condições térmicas.

Em estudos com juvenis de Oreochromis niloticus em diferentes temperaturas, quando a temperatura experimental atingiu o extremo superior de tolerância, o crescimento diminuiu (AZAZA et al., 2008). Esta redução do crescimento foi associada ao maior gasto de energia para a manutenção do metabolismo, e parece estar relacionado diretamente com a perda de apetite.

Piedras et al. (2006) estudaram o desempenho de juvenis

Ictalurus punctatus em temperaturas de 20, 23 e 26°C, Os animais, com

peso médio inicial de 26,0 g, foram cultivados durante 33 dias em laboratório. Nestas condições os autores concluíram que os peixes apresentaram melhor desempenho na temperatura de 26°C, com um

mínimo de 6,1 mg L-1 de oxigênio dissolvido. Já Okamoto et al. (2006),

analisaram o efeito da temperatura (20, 25 e 30°C) sobre o crescimento e a sobrevivência de juvenis de Mugil platanus (peso médio inicial de 0,87 g). Os resultados obtidos mostraram que a temperatura de 30°C foi a mais adequada para o cultivo dos juvenis.

Por outro lado, a redução da temperatura da água durante o transporte é fundamental para a segurança, a eficiência e o sucesso do transporte (Kubitza, 2009). A baixa temperatura reduz o metabolismo dos peixes, diminuindo o consumo de oxigênio e a excreção de gás carbônico e amônia. Devido a isto, a temperatura da água para o transporte de peixes tropicais deve ser mantida entre 19 e 22°C; já temperaturas entre 16 e 18°C devem ser utilizadas para o transporte de espécies de peixes de clima temperado, e entre 8 e 15°C para o transporte de peixes de águas frias (REBOUÇAS et al., 2014).

A temperatura também influencia o sucesso da reprodução dos peixes. Longo et al. (2010), verificaram que em diferentes temperaturas de fertilização e incubação (19, 25 e 30 °C) o aumento da temperatura reduziu a taxa de fertilização, enquanto o número final de animais foi

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No habitat natural, os peixes tendem a fugir de condições adversas, como baixos níveis de oxigênio e elevadas temperaturas, no entanto, em cultivo nem sempre é possível, devido à uniformidade das variáveis físico-químicas da água e das limitações do espaço físico dos viveiros (Ali et al., 2003).

Os efeitos da temperatura da água sobre o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência foram bem documentados para várias espécies de peixes, contudo estudos para B. orbignyanus não foram desenvolvidos. Considerando-se a importância da temperatura da água para o cultivo de peixes, a sua influência sobre o desenvolvimento de juvenis B. orbignyanus foi avaliada neste estudo.

1.6. OBJETIVOS 1.6.1. Objetivo geral

O presente estudo tem como objetivo avaliar a influência da temperatura sobre o desenvolvimento de juvenis de B. orbignyanus. 1.6.2. Objetivos específicos

✓ Analisar a taxa de conversão alimentar, o fator de condição e a taxa de crescimento específico de juvenis de B. orbignyanus em diferentes temperaturas.

✓ Analisar a sobrevivência de juvenis de B. orbignyanus em diferentes temperaturas.

Os resultados dessa pesquisa serão submetidos em forma de artigo científico para a revista Aquaculture Research (ISSN online: 1365- 2109). Qualis A2 na área de Zootecnia / Recursos Pesqueiros. (Fator de impacto: 1,606).

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2. ARTIGO CIENTÍFICO

Influência da temperatura sobre o desenvolvimento de juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus)

Tania Maria Lopes dos Santosa, Greyce Kelly da Silva Aparícioa,

Leonardo Schorcht Bracony Porto Ferreiraa, Luciano Augusto Weissa &

Alex Pires de Oliveira Nuñera.

aLaboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce/LAPAD-

Universidade Federal de Santa Catarina/CCA/ Departamento de Aquicultura. Rodovia Francisco Thomaz dos Santos, 3532, Armação do Pântano do Sul, Florianópolis, SC, CEP 88066-260, Tel. +55 (48) 3721-6300. e-mail: agentetania@bol.com.br

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo avaliar o crescimento de juvenis de piracanjubas, Brycon orbignyanus, submetidos a diferentes temperaturas. O experimento foi realizado de maio a agosto de 2017 durante um período de 64 dias, no qual foram utilizados juvenis de piracanjubas (n = 348) estocados em tanques com capacidade de 100 L, resultando em uma densidade de 0,29 juvenis/L. Os juvenis foram submetidos a quatro tratamentos de temperatura: T24 (24°C), T27 (27°C), T30 (30°C) e T33 (33°C), tendo sido utilizadas três repetições para cada tratamento. Para avaliar a curva de crescimento e a biomassa dos juvenis foram realizadas biometrias quinzenais. As variáveis de qualidade de água foram analisadas semanalmente, com exceção da temperatura da água que foi mensurada duas vezes por dia (08:30 e 16:00 h). A qualidade de água manteve-se dentro dos níveis adequados para o cultivo de juvenis de piracanjubas. A sobrevivência foi afetada pela temperatura da água, sendo que as médias obtidas nos tratamentos T27, T30 e T33 ficaram entre 90,58 e 93,10%; no tratamento T24 foi registrada de sobrevivência de 77,55%. Esta redução na sobrevivência foi influenciada pelo estresse, que pode induzir um comportamento agonístico territorialista, competitivo, com altos níveis de agressividade, que culminaram em canibalismo oportunista entre os juvenis. A temperatura afetou de forma significativa o crescimento, tendo sido registrado maior ganho de peso nas temperaturas mais elevadas. A maior conversão alimentar aparente foi encontrada no T24 (1,11 ± 0,13), onde ocorreu o menor ganho de peso, e a menor foi registrada no tratamento T30 (0,80 ± 0,07). Os resultados sugeriram que

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a temperatura ótima para o cultivo de juvenis de B. orbignyanus está acima de 30°C, sendo que esta espécie tolerou elevadas concentrações de NH4 + NH3 e NO2 por um curto período de tempo.

Palavras-chave: Tolerância térmica, Comportamento agonístico, Sobrevivência, Taxa de crescimento específico.

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the growth of juveniles of piracanjubas,

Brycon orbignyanus, submitted to different temperatures. The

experiment was carried out from May to August 2017 during a period of 64 days, in which juveniles of piracanjubas (n = 348) were stocked in 100 L tanks, resulting in a density of 0.29 juveniles/L. The juveniles were submitted to four temperature treatments: T24 (24°C), T27 (27°C), T30 (30°C) and T33 (33°C), with three replicates used for each treatment. To evaluate the growth and biomass of juveniles, biweekly biometries were performed. The water quality variables were analyzed weekly, except for the water temperature that was measured twice a day (08:00 and 16:00 h). The water quality remained within the adequate levels for the cultivation of juveniles of B. orbignyanus. Survival was affected by water temperature: the mean values for juveniles kept in the T27, T30 and T33 varied between 90.58 and 93.10%; in T24 the recorded survival was 77.55%. This lower survival was influenced by stress, which can induce a territorial competitive agonistic behavior with high levels of aggressiveness, which culminated in opportunistic cannibalism among juveniles. The temperature significantly affected the growth, with a higher weight gain found at the higher temperatures. The highest apparent feed conversion was found in T24 (1.11 ± 0.13), where the lowest weight gain occurred, and the lowest was recorded in T30 (0.80 ± 0.07). The results suggested that the optimal temperature for the cultivation of B. orbignyanus is above 30°C, and that this species tolerated high concentrations of NH4 + NH3 and NO2 for a short period of time.

Keywords: Agonistic behavior, Specific growth rate, Survival, Thermal tolerance.

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35

1. INTRODUÇÃO

Muitas espécies de peixes da região Neotropical apresentam grande potencial para a aquicultura, dentre elas destacam-se as da ordem Characiformes, como Brycon orbignyanus. Conhecida com piracanjuba, ela pertence à família Characidae, uma das maiores famílias de peixes neotropicais de água doce (Ceccarelli, Senhorini, Cantelmo & Rego, 2010).

A espécie apresenta o dorso acinzentado com viés azul-esverdeado, laterais e ventre prateados, e nadadeiras alaranjadas, principalmente a caudal. Segundo Schütz, Nuñer & Zaniboni -Filho (2008), a espécie apresenta uma grande mancha negra na base do pedúnculo caudal, e nadadeira caudal com faixa mediana bem escura.

B. orbignyanus está entre as seis espécies de peixes de maior

valor comercial do Brasil, sendo conhecida no mercado pela excelente qualidade de sua carne e rendimento de carcaça e, na pesca esportiva, pela sua voracidade e briga no anzol quando fisgada (Ceccarelli et al., 2010). Atualmente se encontra no livro vermelho de espécies ameaçadas de extinção (Ministério do Meio Ambiente, 2008).

O fato de estar ameaçada de extinção, aliado às suas boas características zootécnicas, como rápido crescimento, motiva a realização de estudos que viabilizem sua utilização em maior escala, para fins comerciais ou para o repovoamento do ambiente natural (Beux, Fracalossi, Brol, Zaniboni-Filho & Nuñer, 2012).

Poucos estudos têm sido desenvolvidos com esta espécie devido também aos fatores enumerados por Ceccarelli et al. (2010) como a paralisação do crescimento verificada quando os peixes atingem 500 a 700 g, a heterogeneidade de tamanho no cultivo e a fragilidade durante o manejo de captura e transporte, devido à alta taxa de descamações, que pode provocar desequilíbrio osmótico (Roberts, 1982) com manifestações de fungos e outros agentes patogênicos.

Contudo B. orbignyanus está entre as espécies que apresentam grande potencial para a piscicultura nacional, devido ao seu desempenho zootécnico e produtivo, ainda que, em condição de estresse, possa apresentar comportamento agonístico, com altos níveis de agressividade, o que influencia o crescimento e a sobrevivência da espécie.

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o crescimento, reprodução, sanidade e sobrevivência dos organismos Gomes & Urbinati (2005). Neste contexto a temperatura da água é variável que se destaca, pois desempenha uma importante função de controle no ambiente aquático, atuando sobre uma série de variáveis físicas, químicas e biológicas.

Todas as atividades fisiológicas dos peixes (respiração, digestão, reprodução, alimentação) são fortemente influenciadas pela temperatura da água. Os peixes ajustam sua temperatura corporal de acordo com a temperatura da água (Leira et al., 2017), o que pode afetar o metabolismo e, por conseguinte, o consumo de oxigênio, o crescimento e a sobrevivência dos organismos (Jian, Cheng, & Chen, 2003 & Rebouças, Lima, Dias & Filho 2014).

Segundo Baldisserotto e Silva (2004) e Leira et al. (2017), várias espécies de peixes toleram uma ampla va riação de temperatura da água, no entanto, para o crescimento, cada espécie possui uma faixa considerada ótima, sendo que em temperaturas extremas, podem ser registradas mortalidades dos organismos (Leira et al., 2017). Peixes expostos a temperaturas inferiores ao seu ótimo têm o consumo de alimento limitado à sua taxa metabólica basal, enquanto os peixes expostos a temperaturas acima do seu ótimo utilizam maior quantidade de energia para obtenção de oxigênio dissolvido (Schmidt-Nielsen, 2002). Quando os peixes alcançam a sua temperatura corpórea ideal, o alimento consumido é mais bem aproveitado, liberando a energia necessária à multiplicação celular e ao crescimento (Piedras, Moraes, Pouey, 2006).

No sul do Brasil, a temperatura no inverno é baixa (15 a 20°C) e pode ser um fator limitante para a sobrevivência e o crescimento de várias espécies de peixes (Ferraz, Carvalho, Schaefer, Narahara, & Cerqueira, 2011). Segundo Baldissero tto (2002), a preferência ou tolerância de uma espécie às alterações de temperatura pode ser analisada na prática pela exposição direta do organismo a diferentes temperaturas.

Os efeitos da temperatura da água sobre o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência foram bem documentados para várias espécies peixes, contudo estudos para a espécie B.

orbignyanus não foram desenvolvidos. Considerando-se a

importância da temperatura da água para o cultivo de peixes, a sua influência sobre o desenvolvimento de juvenis B. orbignyanus foi avaliada neste estudo.

(37)

37

2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Animais e desenho experimental

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no período de maio a agosto de 2017, utilizando os procedimentos experimentais do Protocolo PP00788, aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais/UFSC. Foram utilizados (n =348) juvenis de B. orbignyanus, com peso inicial de 6,80±0,57 g e comprimento de 8,31±0,27 cm. Dois animais foram depositados como representantes da espécie no Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Londrina (MZUEL 18450).

Os juvenis foram distribuídos em 12 tanques circulares de fibra e vidro de cor branca, com capacidade para 100 L, em uma densidade de 0,29 juvenis/L, que foram mantidas com vazão mínima de 0,09 ml por segundo, em um sistema de recirculação fechado, com filtração mecânica e biológica e aeração constante.

Os juvenis de B. orbignyanus passaram por um período de aclimatação de 21 dias dentro das unidades experimentais em temperatura de 24ºC, e logo após este período foram gradativamente aclimatados às temperaturas selecionadas para o experimento, utilizando-se um aumento de 3,0 °C a cada 24 h. Após este período os animais foram pesados e medidos para o registro dos dados iniciais. O fotoperíodo foi mantido em 12 h claro e 12 h escuro, sendo que a limpeza dos tanques foi realizada diariamente para a retirada de sobras de alimentos e de fezes.

2.2. Tratamentos

Os juvenis foram submetidos a quatro tratamentos de temperatura: T24 (24°C), T27 (27°C), T30 (30°C) e T33 (33°C), aplicados em um delineamento inteiramente ao acaso com três repetições. As temperaturas de cada unidade experimental foram controladas por conjuntos individuais formados por aquecedores e termostatos, com exceção do T24, cuja temperatura foi controlada pelo sistema do laboratório.

Durante a aclimatação e no experimento os juvenis de

B. orbignyanus foram alimentados com ração comercial de 1,0 mm,

(38)

38

2.3. Amostragens

As biometrias foram realizadas quinzenalmente, sendo que na biometria inicial e na final foram utilizados 100% dos juvenis. As demais foram realizadas com amostras de 20% dos juvenis de cada unidade experimental. Durante as biometrias os juvenis foram anestesiados com eugenol a uma concentração de 0,16 mg/L, e posteriormente foram pesados individualmente em balança de precisão (0,01 g) e tiveram o comprimento total obtido com um ictiômetro. A mortalidade foi avaliada diariamente.

2.4. Parâmetros de desempenho zootécnico e qualidade de água Ao final do experimento foram calculadas a conversão alimentar aparente (CAA = consumo de ração/ganho de peso), o fator de condição

de Fulton (K = 100 x [peso/(comprimento total)3]) e a taxa de

crescimento específico (TCE % = 100 x (lnPf - lnPi)/t), onde

lnPf = logaritmo natural do peso médio final (g); lnPi = logaritmo

natural do peso médio inicial (g) e t = tempo (dias).

As seguintes variáveis de qualidade da água foram mensuradas: a temperatura e a concentração de oxigênio dissolvido foram medidas diariamente duas vezes ao dia (08:30 e 16:00 h) com auxílio de um oxímetro (YSI-55); o pH e a condutividade elétrica foram mensurados semanalmente com um peagômetro/condutivímetro (YSI-63); as concentrações de amônia total (NH4 + NH3) e de nitrito (NO2) foram avaliadas semanalmente, seguindo o método descrito em Grasshoff, Ehrhardt & Kremling (1983).

2.5. Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise de regressão para determinar a influência da temperatura da água sobre cada uma das variáveis analisadas, utilizando-se o software GraphPad Software 4.03 (Inc. 2236 Avenida de la Playa La Jolla, CA 92037, USA). O nível de significância adotado foi de 0,05, sendo que os valores médios obtidos foram apresentados com o respectivo desvio-padrão (média ± dp). A análise de covariância foi aplicada às regressões entre o peso (g) e o comprimento total (cm) dos juvenis de B. orbignyanus e o tempo de cultivo (64 dias), para avaliar o crescimento em diferentes temperaturas (°C).

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39

O teste t de Student para uma amostra foi aplicado para verificar se as temperaturas da água mantiveram-se iguais às temperaturas estabelecidas para cada tratamento.

3. RESULTADOS 3.1. Qualidade de água

Como se pode observar na Tabela 1, a temperatura influenciou as variáveis da qualidade da água em todos os tratamentos (p<0,05), entretanto esta influência foi muito pequena. De modo geral, durante o período experimental o sistema de recirculação manteve a maior parte destas variáveis em condições adequadas, com exceção das

concentrações de NH4 + NH3 e de NO2 por um determinado período

(Figura 1).

As concentrações de oxigênio dissolvido apresentaram um padrão diferente da temperatura, sendo maiores pela manhã e menores no

período da tarde, variando entre 4,73 a 7,81 mg L-1 ao longo de todo

experimento. Concentrações mais baixas de oxigênio dissolvido foram registradas nas temperaturas mais elevadas, principalmente à tarde (Tabela 1).

Figura 1. Concentrações de NH4 + NH3 (mg L-1) (a) e NO2 (mg L-1) (b)

nas diferentes temperaturas (°C) a que foram submetidos juvenis de piracanjuba, Brycon orbignyanus, ao longo de 64 dias de cultivo.

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40 Tabel a 1 - Q ual idade d a água (m édi a± des vi o -pa dr ão) do cul ti vo de juveni s de pi racanj uba (Bry con orbi gnyan us) , subm et idos a di fer ent es t em per at ur as a o longo de 64 di as de cul ti vo. V al or es m íni m os e m áxi m os e nt re par ênt es es .

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41

Os níveis de pH apresentaram pouco oscilação entre os tratamentos, contudo a regressão mostrou influência da temperatura

(y = 0,0088x – 779,3; R2 = 0,3865; P < 0,0309), sendo que os valores

oscilaram entre 6,47 a 7,81 (Tabela 1). A condutividade elétrica aumentou gradativamente ao logo do experimento, sendo que os mais baixos valores foram registrados no T24 (Tabela 1).

As concentrações de NH4 + NH3 e NO2 durante o cultivo

aumentaram gradativamente ao longo do experimento devido ao acúmulo de matéria orgânica oriunda da sobra de ração e das fezes dos juvenis, pois ainda que os tanques tivessem sido limpos diariamente, a vazão da entrada de água foi mantida bastante reduzida para que as temperaturas dos tratamentos pudessem ser mantidas (Tabela 1).

As concentrações de NH4 + NH3 e NO2 apresentaram um padrão similar, com concentrações elevadas nos tratamentos com maior temperatura, sendo que as maiores concentrações ocorreram de forma esporádica, sem consequências para o cultivo dos peixes (Figura 1). 3.2. Desempenho zootécnico

A sobrevivência foi afetada pela temperatura da água (Tabela 2). As médias de sobrevivência dos juvenis mantidos nos tratamentos T27, T30 e T33 variaram entre 90,58 e 93,10%, enquanto no tratamento T24, foi de 77,55%. A mortalidade ocorreu de forma contínua após o sexto dia de experimento, durante 28 dias. Foi observado um comportamento agonístico em todos os tratamentos, o que também influenciou a sobrevivência, principalmente em T24.

A relação da temperatura com o ganho de peso e com a taxa de crescimento específico (Tabela 2) foi representada pela regressão, que mostrou que a temperatura afetou de forma significativa o crescimento

(y = - 0,1935x2 + 12,60x - 168,9; R2 = 0,8652; P < 0,0001 e

y = 0,0700x - 9,33; R2= 0,8652; P < 0,0003, respectivamente). Porém

entre os tratamentos T30 e T33 as diferenças foram muito baixas (2,85 ±

0,10 e 2,88 ± 0,09 dia-1), refletindo-se em diferenças significativas no

ganho de peso (35,68 ± 1,17 e 36,03 ± 3,09 g, respectivamente). Em relação aos tratamentos T24 e T27 os valores foram menores (2,26 ±

0,16 e 2,60 ± 0,05 dia-1; 22,30 ± 2,09 e 29,65 ± 1,72 g, respectivamente).

A conversão alimentar aparente dos tratamentos no período estudado variou de 0,80 ± 0,07 a 1,11 ± 0,13. A maior conversão foi registrada no T24, no qual também foi registrado o menor ganho de peso. No T30 foi registrada a menor conversão alimentar aparente

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42

A análise de covariância mostrou que o peso final apresentou variação entre as diferentes temperaturas, sendo que em T24 a taxa de crescimento foi significativamente inferior à registrada nas demais temperaturas (Figura 2). Observando-se a Tabela 2, verifica-se que os desvios-padrões do peso e do ganho de peso finais foram superiores aos do peso inicial, podendo-se inferir que houve heterogeneidade em todos os tratamentos.

Foram observadas hierarquias de classes durante todo o experimento em todos os tratamentos, com o peixe dominante controlando os recursos, principalmente o alimentar, e selecionando alguns submissos, que se isolavam do cardume e habitavam a região superficial do tanque.

A temperatura influenciou o fator de condição dos juvenis,

contudo estes foram muito baixos (y = 0,005x2 - 0.2526x + 5, 478;

R2 = 0,3275 e S = 0,1948) (Tabela 2).

Tabela 2. Desempenho zootécnico (média±desvio-padrão) de juvenis de piracanjuba (Brycon orbignyanus) submetidos a diferentes temperaturas ao longo de 64 dias de cultivo.

Variáveis T24 (24°C) T27 (27°C) T30(30°C) T33 (33°C) Sobrevivência (%) 77,55 ± 6,32 90,58 ± 1,51 93,10 ± 2,95 90,48 ± 7,91 Comprimento Inicial (cm) 8,30 ± 0,29 8,33 ± 0,19 8,32 ± 0,19 8,29 ± 0,35 Comprimento Final (cm) 12,51 ± 0,36 13,76 ± 0,23 13,97 ± 0,15 13,64 ± 0,38 Peso Inicial (g) 6,88 ± 0,66 6,95 ± 0,46 6,85 ± 0,37 6,80 ± 0,89 Peso Final (g) 29,21 ± 2,20 36,60 ± 2,09 42,53 ± 1,04 42,83 ± 3,68 Ganho de Peso (g) 22,33 ± 2,09 29,65 ± 1,72 35,68 ± 1,17 36,03 ± 3,09 Taxa de Crescimento Específico (%) 2,26 ± 0,16 2,60 ± 0,05 2,85 ± 0,10 2,88 ± 0,09 Fator de Condição 2,31 ± 0,13 2,31 ± 0,30 2,41 ± 0,07 2,60 ± 0,04 Conversão Alimentar Aparente 1,11 ± 0,13 0,97 ± 0,05 0,80 ± 0,07 0,82 ± 0,16

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43

Figura 2. Relação do peso (g) (a) e do comprimento total (cm) (b) de juvenis de piracanjuba, Brycon orbignyanus, ao longo de 64 dias de cultivo em diferentes temperaturas (°C).

4. DISCUSSÃO

4.1. Qualidade de água

De modo geral as concentrações de oxigênio dissolvido, o pH e a condutividade elétrica mantiveram-se dentro dos níveis desejáveis para o cultivo da espécie (Frasca-Scorvo, Carneiro & Malheiros 2007, Reis et al., 2011, Silva et al., 2013 & Lagos et al., 2014).

Sistemas intensivos de produção são caracterizados por elevadas densidades de estocagem e uso de rações completas, com altos teores de proteína e energia, e consequentemente, os peixes eliminam altas quantidades de metabólitos e são expostos a altas concentrações de NH4 + NH3 e NO2 (Cyrino et al., 2010).

Ferraz & Cerqueira (2011) encontraram concentrações de

NH4 + NH3 variando entre 0,00 a 0,23 mg L-1 em cultivo de

Centropomus undecimalis, e Filho, Fabregat & Rosa (2013), em cultivo

intensivo de juvenis da mesma espécie registraram concentrações

máximas de nitrogênio amoniacal total de 1,5 mg L-1, que corresponde a

0,01 mg L-1 de amônia não ionizada. Frasca-Scorvo et al. (2007)

registraram concentrações de NH4 + NH3 com média de 0,77 ±0,10 mg

L-1 em produção de Brycon amazonicus. Neste estudo as elevadas

concentrações de NH4 + NH3 durante um curto período, não formaram condições adequadas para a produção de amônia não ionizada, que é

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44

tóxica para muitas espécies de organismo aquáticos, uma vez que o pH não atingiu valores para formação expressiva de amônia não ionizada.

O NO2 em elevada concentração pode prejudicar os sistemas de cultivo quando absorvido pelos peixes, uma vez que ele impossibilita o transporte de oxigênio, e nestas condições, os peixes são levados a uma condição de hipóxia, e podem morrer por envenenamento ou sufocação (Cyrino et al., 2010).

Leiras et al. (2017) afirmaram que a exposição contínua a

concentrações subletais de NO2 (0,3 a 0,5 mg L-1) pode causar redução

no crescimento e reduzir a resistência dos peixes a doenças. Neste estudo, no entanto as altas concentrações pontuais de NO2 registradas não produziram alterações comportamentais detectáveis nos juvenis. 4.2. Desempenho zootécnico

No Sul do país, onde o clima é predominantemente subtropical, altas taxas de mortalidade de B. amazonicus foram associadas a diminuições abruptas na temperatura da água (Inoue, Moraes, Iwama & Afonso 2008). Guimarães e Storti-Filho (2003) expuseram Brycon

cephalus (= B. amazonicus) a um amplo intervalo temperaturas (12 a

39 °C), e demonstraram que o limite de temperatura baixa era de 18 °C. Segundo Ferraz & Gomes (2009), Wolkers, Serra, Hoshiba & Urbinati (2012) & Wolkers, Serra, Szawka & Urbinati (2014),

B. amazonicus apresenta comportamento agonístico, alta motivação

agressiva e alta frequência de ataques que machucam e podem até matar o subordinado (Serra, 2014). Esse tipo de disputa violenta, porém, ocorre apenas em condições em que os recursos são escassos (Grafen, 1987). Quando os recursos são abundantes, a disputa por territórios pode desaparecer (Goodenough, McGuire, & Wallace, 1993). Jan, Ho & Shiah (2003) & Beux et al. (2012) observaram comportamento agonístico e altos níveis de agressividade em cultivo de piracanjuba em tanques-rede com diferentes densidades.

Feiden & Hayashi (2005) observaram, em cultivo com juvenis de

B. orbignyanus, que alguns peixes mortos foram parcialmente

devorados, demostrando que a espécie possui tendência ao canibalismo na fase juvenil, condição que foi relacionada ao estresse causado pela alteração das características físico-químicas da água. Além da qualidade de água, outros fatores podem desencadear o comportamento agonístico desta espécie. Currie, Bennett & Beitinger (1998), sugerem que mudanças na temperatura de aclimatação produzem maior influência na

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45

tolerância a temperaturas mais baixas ou mais altas, sendo que extremos de temperatura da água podem influenciar o comportamento agonístico de B. orbignyanus.

As espécies de peixes normalmente apresentam crescimento ótimo em temperaturas de 28 a 32°C (Ostrensky & Boeger, 1998). De acordo com Guimarães & Storti-Filho (2003), juvenis de Brycon

cephalus (= B. amazonicus) suportam temperaturas entre 18 e 36°C. No

presente estudo a ótima encontrada para o cultivo de juvenis de

B. orbignyanus variou 30 a 33°C, sendo que no T30 os animais

apresentaram maior homogeneidade.

A sobrevivência mais baixa foi influenciada pelo estresse, que pode induzir um comportamento agonístico territorialista, competitivo, com altos níveis de agressividades, que culminaram em canibalismo oportunista entre os juvenis, e consequentemente com a estruturação de classes dominantes e submissas, característica predominante na espécie.

Azaza et al. (2008), mostraram, em estudos onde foram testadas diferentes temperaturas (22, 26, 30 e 34 °C) para juvenis de

Oreochromis niloticus em condições de laboratório, que o peso médio

final, a conversão alimentar e o ganho de peso diário, foram melhores nas temperaturas 26 e 30°C. Ainda segundos estes autores, a sobrevivência não foi afetada pela temperatura, sendo que o crescimento e o aproveitamento alimentar de juvenis foi maior entre 26 e 30°C.

Mazumder, Das, Bakar & Ghaffar (2016), em estudo com juvenis de Lutjanus malabaricus em diferentes temperaturas (22, 26, 30 e 34°C) e com diferentes dietas encontraram maior taxa de crescimento específico e fator de condição na temperatura de 30°C, na qual o fator de condição foi superior a 1,0, indicando o bem-estar dos juvenis. Montero et al. (2017), verificaram em estudo com juvenis de Seriola dumerili em diferentes temperatura que o melhor crescimento e a utilização de alimento foram obtidos em temperatura mais elevadas (26 °C).

Em estudo de curvas de crescimentos de linhagens de O. niloticus cultivada em sistema de recirculação em diferentes temperaturas (22, 28 e 30° C), a melhor taxa de crescimento específico foi registrada na temperatura de 30°C (Santos, Mareco & Silva, 2013).

Para Ferraz & Cerqueira (2011), baixos valores do fator de condição podem indicar queda da condição nutricional.

Beux et al. (2012), observaram heterogeneidade do cultivo de

B. orbignyanus em tanques-redes, uma vez que animais dominantes

controlam as zonas de alimentação, ocasionando crescimento diferente entre as classes de tamanho. Segundo Ceccarelli et al. (2010), a

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46

heterogeneidade observada no cultivo de B. orbignyanus ocorre também com a maioria das espécies de peixes reofílicos.

Os resultados sugerem que a temperatura ótima para o cultivo de juvenis de B. orbignyanus está acima de 30°C, sendo que esta espécie tolerou elevadas concentrações de NH4 + NH3 e NO2 por um determinado período de tempo.

5. AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de estudo oferecida à primeira autora e ao apoio financeiro de projetos já em desenvolvimento na Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária/UFSC.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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