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A praça da República de Niterói

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(1)

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE

"

DA ESCOLA,DE BELAS ARTES DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO

·

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSARIOS A OBTENÇAO DO GRAU DE MESTRE.

Aprovada por1

Profa. Sônia Gomes Pereira

(Presidente da Banca)

Profa. Dora Alc�ntara

Prof. Ferdinando Moura R6drigues

Rio de Janeiro, RJ - BRASIL

199(1

� PRAÇA DA REPUBLICA DE NITEROI

I

(2)

f

o

o

-

1J.

-

-O ->

O

o

o

o

O

BRITO,

Clélia Fernandes de

n

A

Praça da República de Niterói

.

Rio de

n

Janeiro

,

UFRJ

,

EBA

,

1990

.

O

xi

» 355 f

.

Tese: Mestre em História da Arte

0

1

.

História da Arte 2

.

Ecletismo

3

.

A

Praça da

0

República de Niterói 4

MTeses

I

-

Universidade Federal do Rio de Janeiro

EBA

\ 11

.

Titulo

D

j

>

3

y

)

\ A

)

\

)

\

)

) )

(3)

o

-

iii••••#

o

o

o

v /

o

o

n

O

O

n

n

o

o

o

n

n

o

o

» > N

>

1 > '

A Ciro

.

,

Rafael

? © Flávia

(4)

o

J.V'~ O

O

D

O

AGRADECIMENTOS

r

\

n

\ '

r

\

n

V V

r

\

r

^

C

\

r

\

r

>ï

A

professora Sôn i a Gomes Pereira

minha

O

orientadora

,

pelo inestim ável apoio

;

á diretora Liana

s\~

n

Si 1 veira e aos demais professores do Curso do Mestrado

C\

pelas va1iosas sugestões

;

e à todos os colegas

mestrandos pelas oportunas contribuições

.

n

Ao amigo

Renato

Moreth

,

pelo trabalho fotográfico

,

, ao professor Guirino Campofiorito

,

ao jornalista

Luiz

O

Ant

ônio Pimentel

,

ao escultor

Hon

ório

Pe

çanha

e

ao

n

saudoso Aluizio

Valle

pelos seus

testemunhos

.

n

Ao

meu

esposo Ciro e filhos Rafael e

Fl

ávia pela

compreens

ã

o

nas

tantas aus

ências

.

r

\

(5)

n

n

-

V

-n

r

\

SINOPSE

r

\

r

\

r

\

r

\

r

\

r

\

C

\

r

\

Esta

tese

esclarece a discutida história da

Pra

ça

fS

da

Rep

ública de Niterói

,

resgata seu valor O

artistico

-

cultural como conj

unto

arquitetônico

eclético do começo do século e comprova serem seus

autores

o francês Emilio

Dupuy

Tessain e o italiano

Pedro Campofiorito

-

Registra també

m

o êxito da

N

campanha pró

-

reconstru

çào da praça

,

destruída em 1971 e reinaugurada dia 5 de dezembro de 1989

,

reassumindo

seu papel como testemunha de um periodo da história da

cidade

,

marcado pelas disputas politicas

,

reformas

urbanisticas e administrativas

.

(6)

\

-o

-

v i !

o

o

o

o

;

r

\

SYNOPSIS

! !

^

n

n

n

This dissertation clarifies the discussed history

of

the

n

"

Pra

ç

a da

Rep

ública de Niterói

"

(Republic Square of Niterói)

,

r

\

and rescues .its artistic and cultural value as an ecletic

architetonic complex of the beginning of the century

-

It

r

\

also proves that the architects Emilio Dupuy Tessain (French)

and Pedro Campofiorito ( Italian ) were its designers

,

and

records the success of the campaign for the reconstruction of

the square which was destroyed in 1971 and reinaugurated on

n

December 5

th

,

1989

.

Thus it reassumed its role as a witness

n

of

a historical

period of the city characterized by political

r

>i

(7)

UK

r

r

-

\

v i i

SUMARIO

r

~\

n

n

INTRODUÇÃO

n

1

.

REALIDADE

SóCIO

-

CULTURAL BRASILEIRA NA

EPOCA 1

O

1.1

.

A

interpretaç

&

o histórica seaundo Braudel 1

n

1.2

.

Conceito de cultura

O

4

1.3

.

A

influência europeia 11

O

1,,4

.

Manifestaçõ

es

regionais 18

O

L

5

.

A cultura em Niterói na entrada do século XX 29

O

2

-

0 ECLETISMÜ 34 2

-

1

-

0 Ecletismo na Europa

O

34 2

-

2

-

0 Ecletismo no Brasil 49

O

3

-

A PRAÇA

DA

REPUBLICA 59

O

3

-

1

-

Fatos históricos 59

3

-

2

-

0 Monumento 0 Triunfo à Repú blica 87

3

-

2

-

1

.

Idéias e fatos que lhe deram origem

n

87

o

3 «2«2

-

Seu criador 92 3

-

2.3

.

Descrição e simbolismo 94

o

o

3

-

3

-

Pr

édios tombados pelo INEPAC 115

O

3

-

3

-

1

.

A Câmara Municipal de Niterói 115

n

3.3

-

2

-

0 Palácio da Justiça 133

3

-

3.3

.

A Biblioteca Estadual de Niterói 142 3

-

4«Bens Tutelados pelo Estado 157

3«4

-

1

-

Delegacia de Policia 158

3

-

4

-

2

.

Liceu Nilo Peçanha 166

C0NCLUS0ES 185 BIBLIOGRAFIA 193 O ANEXOS 201 O

v

V

(8)

W T

O

-

viii

-INTRGDUCAÜ .O O p a t r i món i o c u l t u r a l e a r t i s t i c o d e N i t e rói v e m m e r e c e n d o

n

O

u l t i m a m e n t e a a t e nç ão d e e s t u d i o s o s e ó r gão s c o m p e t e n t e s

.

0 p r i m e i r o t o r n b a m e n t o d e s e u s p réd i o s h i s tór i c o s, p e l o

B P H A N

,

O d a t a d e 1 9 6 7 e e s tào c r o n o l o g i c a m e n t e c l a s s i f i c a d o s e m s e i s O a té 1 7 6 4

;

d e 1 7 9 6 a 1 8 1 9 (e l e v aç ão d o a l d e a m e n t o á p e r ío d o s s c a t e g o r i a d e V i l a R e a l d e P r a i a G r a n d e)

;

d e 1 8 6 6 (e x t i nç ão d a

n

v i l a) a 1 8 3 5 (N i t e rói c o m o c a p i t a l)

;

d e 1 8 4 1 (2o p l a n o u r b a n ís t i c o d a c i d a d e) a 1 8 9 4 (t r a n s f e rên c i a d a c a p i t a l p a r a

O

Lo

P e t rôp o l i s e d e c a d ên c i a d a c i d a d e)

;

d e 1 9 0 3 (r e t o r n o d a c a p i t a l p a r a N i t e rói) a 1 9 2 7 (tér m i n o d o P o r t o d e N i t e rói e i n a u g u r aç ão d a P r aç a d a R e púb l i c a)

;

e d e 1 9 2 7 a té h o_i e

.

oo

A b o r d a r e m o s o s d o i s úl t i m o s p e r ío d o s q u a n d o N i t e rói v o l t o u

i

á c o n d iç ão d e c a p i t a l d o E s t a d o d o R i o d e J a n e i r o e v i v e u u m a

O

f a s e d e g r a n d e e f e r v e s cên c i a p o l í t i c a p e l a c o n s o l i d aç ão d a

-

n

r e cém c r i a d a r e púb l i c a

.

ép o c a, a c i d a d e f o i m o d e r n i z a d a p o r r e f o r m a s N e s t a

n

a d m i n i s t r a t i v a s e u r b a n í s t i c a s c o m a i m p l a n t aç ão d e u m a ! a r q u i t e t u r a e c lét i c a

,

a p l i c a d a p r e d o m i n a n t e m e n t e a o s p réd i o s

r

\ púb l i c o s

.

S u r g i u a P r aç a d a R e púb l i c a, n o l o c a l d o a n t i g o C a m p o S u j o

,

e s c o l h i d o p a r a s e r o n o v o c e n t r o a d m i n i s t r a t i v o

.

O s p r o j e t o s e c o n s t r uç õe s d e s e u s vár i o s p réd i o s d e r a m

-

s e e n t r e o s a n o s d e 1 9 1 3 e 1 9 3 5, n u m p r o c e s s o c h e i o d e d i f i c u l d a d e s e c o nóm i c a s e p r o v o c a d o i n t e r r u pç õe s, p o r

n

o

p o lít i c a s d o E s t a d o

.

n

! I n f e l i z m e n t e, e m 1 9 7 1

,

a .i g n o rân c i a e a a m b iç ão d a s !

^

P r aça d a R e púb l i c a e a u t o r i d a d e s pú b l i c a s d e s t r u í r a m a O V,

o

(9)

X X

deixaram em seu lugar, uma imensa

estrutura

de

concreto

,

apelidado pela população de "esqueleto"

.

foram as reações da comunidade, pelo ato absurdo

O

In

úmeras

n

contra

este património público de grande valor histórico

,

e afetivo na vida da cidade

.

Nesta

campanha

,

a ação

cu 1tura1

O

mais significativa foi o tombamento pelo Instituto Estadual

O

(

INEPAC

) em 1982

,

do

do Património Artistico e Cultural

Monumento à República e dos prédios da Câmara Municipal

,

n

Biblioteca Estadual de Niterói

.

Para

Palácio da Justiça e

D

preservação do conjunto arquitetônico

,

indevidamente chamado

n

os prédios do Liceu Nilo

Peç

anha

,

"ciranda neoclássica"

,

n

Delegacia de Policia e Teatro Leopoldo

Fr

ôes passaram à

n

condição de Bens Tutelados pelo Estado

.

Entretanto

,

o problema não ficou resolvido

.

Constantes

protestos públicos exigiam uma solução para o caso do

O

"esqueleto" e do monumento histórico

,

remontado precariamente

:

O

numa estreita área ao lado da Biblioteca Estadual

.

Além

O

disso

,

muito havia por ser estudado e esclarecido sobre a

!

n

história e o valor da Praça da República

.

As informações eram

transmitidas oralmente

,

sem comprovadas fundamentações

.

Alguns

n

registros históricos

,

como a autoria e construção da Praça da

República e de todos os seus prédios circundantes

,

eram

por várias pessoas que tinham participado

questionados

pessoalmente dos fatos na época

.

O

Assim surqiu o tema desta tese

.

O

Seus objetivos sãos esclarecer as dúvidas sobre a autoria

e história do conjunto que compõe a

Pra

ça da

Rep

ública

;

O

caracterizá“lo como exemplar da arquitetura eclética em

!

^

Niterói

,

resgatar seu valor como marco simbólico e testemunha

i

O

i

n

I

O

(10)

f

-

X

do pensar e sentir de uma época

;

e

,

finalmente

,

colaborar com

r

\

o

o movimento comunitário pró

-

recuperaçâo da mesma

.

Para alcançá

-

los, lançamos mão de pesquisas de fontes primárias no levantamento de documentos de época

,

plantas e

registros em bibliotecas e arquivos públicos e particulares

.

O

entrevistas com contemporâneos dos

Registramos também

,

r

*\

O

autores

da Praça da República

.

Fundamentamos o estudo sobre o Ecletismo

,

suas raizes

r

\

européias e manifesta

ções

no Brasil em

autores

da tradicional

r

\

o

historiografia de arquitetura

,

Leonardo Benévolo

,

Nicolaus

rs

Pevsner

,

Banister Fletcher

,

Nestor Goulart

,

Paulo

Santos,

n

Yves Bruand e Luciano Patteta

.

n

Na

interpretação história do fenómeno eclético em Niterói

,

utilizamos a metodologia de Fernand Braudel

,

especialmente

/*

>

seus conceitos de tempo

,

continuidade e descontinuidade

,

O

identificando niveis dos

estruturas

e modelo

,

os

O acontecimentos

,

caracterizando seus mecanismo de emergência e

captando seus significados

.

Na análise estilistica das obras estudadas

,

usamos a

O

Irwin Panofsky

.

Seu pensamento oferece

metodologia de

recursos para sistematização do trabalho do historiador

O

n

através da análise iconoqráfica e da interpretaçáo

O

iconolóqica de seus elementos

,

situando estas obras no seu

contexto

histôrico

-

cultural e captando seus significados mais

O

profundos

.

!

D

!

^

A

questão da

Praç

a da República foi reacendida pela

:

^

campanha A praça é do povo em 1987

,

organizado pela

! O.

Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (

AFEA

)

,

de classe

,

associações de bairro

,

ag regando entidades

í

^

(11)

^

-

fl

O

Os

jornalistas

,

artistas e politicos

.

r

\

r

\

Naturalmen

te

,

colaboramos nessa luta pela restauração da

praça

,

junto a esse grupo que promoveu debates

,

palestras e

O

publicações

,

movimentando a comunidade e sensibilizando as

autoridades governamentais para uma efetiva solução

.

O

foi com imensa satisfação que lutas

,

tantas

Após

de maio de 1989

,

por decisão do

presenciamos

,

no dia 28

Estado do Rio de Janeiro

,

a implosà

o

do

do Governo

"esqueleto" para a

reconstru

ção da Praça da República

.

O

O

Naquela etapa dos trabalhos

,

contribuimos com informações históricas

,

dados técnicos e artísticos para os órgãos

O

competentes

,

encarregados da sua

reconstru

ção assim como da

O

divulgação de sua história na comunidade

.

Finalmente

,

no dia 5 de dezembro de 1989

,

vimos a Praça da

O

ser reinaugurada em comemoração ao

República de Niterói

Centenário da República

.

o

»

O

r

\

O

n

o

o

(12)

t

o

-

J.

J

i REAL.1DADE bOL10— CULTURAL BRASILEIRA DA

EP

ÜCA

1.1

-

A

Interpretaçã

o

histórica

.

segundo Fernand Braudel

O

r

\

Para a interpreta

çã

o hist

ó

rica do Ecletismo

.

coma fenômeno

a

r

tísti

c

o

no

Bra

si 1 d

a

P

r

imei

r

a Rep

u

b1i

c

:a

.

lanç

amos

mão dos

conceitos braudelianos de história e sua metodologia

.

0

pensamento

de Fernand Braudel(1) abre um amplo panorama

r\

r

\ na aná 1 ise dos fa

tos

.

inserindo

os num c

o

n te

x

to socia1

O

globalizantef em que a história se interliga com as demais

ciências do homem

.

propiciando

uma

visão mais completa e

n

o

prof unda dos m esmos«

O

Surge assim um novo enfoque nas questõ

es

históricas5 o

n

u1 trapassar dos acontecimentos

.

o tempo breve, a busca de

para lá das evidências, o captar tanto os fatos suas

ca

usas

O

como os singulares

.

tanto as realidades

repetição

d e

O

O conscientes como

as

inconscientes

.

H

á

.

também, a quest

ão

da

inércia social

.

na identifica

çã

o dos obstáculos e

entraves

que existem em cada época, atrasando os avanç

os

humanos

neste

n

»

ou

naquele setor

.

sugere aprofundamento em alguns conceitos básicos

Braudel

r

\

r

\

para a compreensão da longa duração: o tempo breve e o longo

.

O

a inércia social, as estruturas, a história inconsciente e os

modelos

.

O

A

rela

çã

o

entre

o tempo breve e a longa duração é a

relação entre a história episódica conjuntural e a história

estrutural

.

Compreender

a

longa duração significa familia

-ri

^

ar

-

BG

com

uma nova concep

çã

o de tempo que

compõe

a

hist

ör

ia 1 er»ta

.

de profund i dade» em» quase sem i

-

imobi1idade

.

r

\

(13)

o

o

!mp 1.1ca 0m aprofundar s0 nos can10\t\do s aOB fa t o s

.

ir nas e s t r u t u r a s a u e o s s u s t e n t a m

-

c a p t a n d o a v i são d o h o m e m

-

d e mundo 0 d0 universo naque10 m oment o

-Braudei c ha m a a a10nçtoo para a pJ.ura.1.i da d e do t empo f a z e n d o u m p a r a l e l o d o t e m p o d e e x i s tên c i a d o h i s tór i c o

-i n d -i v íd u o a u e n a s c e

-

d e s e n v o l v e

-

s e» e n v e l h e c e e m o r r e, c o m o

r

\ te m po d e e

x

i st ênc ia das socieda des e c i vi.1 iz a c h e s que

-

c om

suas est rut uras sociais

-

tambë m cump

r

e 1dênt ic::o p

roce

sso

-e m bor a nu ma di m enstoo be m mai or

-E

sta a n á1ise abrangen te dos fatos pr o m o v e um a visto o m a is a m p.L a d a h i s t o r i a

-

f u n d a m e n t a d a e m o u t r o s f a t o r e s a l e m d a s É u ma h is1 6r ia re pe nsada e a m p1i.ad a

-

e m teori as ec

o

nôm i c as

-a u e o mét o d o h i s tór i c o e o e c o nóm i c o s e c o n f r o n t a m e s e c o m p l e t a m

-O t a l a r d e h i s tór i a i n c o n s c i e n t e s i g n i f i c a q u e n e m t u d o é d i t o p e l a s p a l a v r a s o u d e d u z i d o d o s a c o n t e c i m e n t o s

.

H

á m a i s do que is

t

o

E

xi.ste um .i.nc onsc i ent e s o c i a l

-

ric a f o n t e de c i e n tíf i c a s

-

n a s p r o f u n d i d a d e s d o s f a t o s

-

D e l e? i11v estigaç toes O a m b i çfo e s e i n c 1i n açtoes

-r a z t o e s

-

p r e f e rên c i a s

-s ur t i e m d e t e r m i n a n t e s d o c a r á

t e r

h u m a n o

,

q u e d e s e m p e n h a m i n f1 u ên c i a s

r

\ i m p o r t a n t e p a p e l n o d e s e n r o l a r d a h i s tó r i a

-Um aconteci.m en to n ã o pocie s er t omado superf ic i a 1mente

-uíTIa 0?xpre ssão f actua1 de u m a séri e de r e l aç õe s e é p o i s n o m u n d o m e n t a l q u e o f e z e xis t.e n t e s s i g n i f iça d o s o c u 1 t o s

-E1 e s e u n e

to

u m a c a d e i a d e o u t r o s a c o n t e c i m e nt o s d e e e1 o d i r

-i d

ê

n t i c a e s sên c i a ou to re a1i d ad es subjac entes

-

ü tempo brev e O J iaado

to

vi d a c ot i diana

.

à medi d a d o s i nd i v íduos e

tos

é

o rá p idas tom adas de consciência« S\~ A o r e c o n s t.i t u i r

-

s e o p a s s a d o

-

n a m a s s a d o s p e q u e n o s f a t o s

(14)

-r

7 r

n

ào

s

e r0cons

t

i

t

ui tod

a

a

r

0a.1.1dade

D

a mes

m

a maneira

-

o

de autenticidade

n

âo

cont

ém toda a

doeumen to firmado

verdade

.

interpretação dos fatos eme Um aDrofund a m ento n

a

h

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aç:a rd a

R

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I

ic a de

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e

r

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u

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n

Dro

c

u

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a

o

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aa

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t

e

t

raba1 h

o

..

P

a

rt

i

m

os de

u

m O

r

etrospecto his

16

ric:o do termo cultura e as mudanças

conceituais que sofreu ao longo destes dois últimos séculos

.

L

e

v

an

t

aínos urn

au

adro da

r

ea1id

a

de s

6

cio

-

cu11ura 1 b

r

a

s

i1

e

i

r

a

O hist

ó

ricos« económicos

-identificando os fatores

antropol

ó

gicos e psico

-

sociais que a geraram« Bem pretender

esgotar o

t

ema« a bordamOS O te

r

mo E.c 1etisrno« a1guns de

seus

s:ig nif:i.cados na

E

.u ropa e no

Bra

si1« suas qu0s

t

Öes ainda tet

o

O

d iscutidas e procuram os d e fi ní

-

1o p e lo enf oque b r aud e 1iano« A

partir desta visêto global è que focalizamos a hist

ó

ria da

P r aça da R epúb 1 i ca« e s c 1ar e c e n d o

-

a e i nter p r etan d o —a« r

-

\ O O O

O

O

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(15)

y

X.)

1

-

2

.

(J cpnceito rie cu J.tu

r

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I

^

é corno tuna lente

A

cultura

atrav

é

s da oual o homem vê o

O

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-n

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O f

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.

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uu

er

a

n élise s

6

cio

cu

11

u

r

a

1 e t. i

hi.s

16

rica

.

a bordar o concei.t

o

an t

r

opo

16

ai.co de c:u

J

.tura, se

u

O

rs

ca

r

éter" dinâm1co e a amp 1 itude que a barca atua.1mente«

O

Cuitura

.

pa1 avra 1atina cgjjrg

,

quer dizer, cultiva

r

.

üriginalinente

,

estava ligada às atividades agrícolas e seu

! O i O signi ficad o foi, posteri.ormen te, a

m

p 1 i.ado pa

r

a

o

ref i.na

m

e

n

to

O

pessoal »

r

\

!

n

No século

XIX

.

a cultura passou a ser questão cient

í

fica

.

n

objeto das ci

ê

ncias humanas, graç

as

á visão laica do mundo e

da vida

.

às novas teorias evoiucionistas e ao desenvolvimento

r

\

do poderio das nações europ

ê

ias em posição de domínio

!

^

capitalista frente aos demais

novos

.

O

Portanto

.

seu estudo tamb

é

m faz parte da história do

O

d ese

n

vo1vimento cien t

í

fico

.

e:conòmico e po1

ít

ico nas

r

e1

a

ções

i.n ternac i

o

nais de poder

.

O

ü sentido comum de cultura costuma

ser

associado a todas

manifestações de um povo: estudo

.

educa

ção

, forma

çã

o

as

acadêmica, criações art

í

sticas como teatro, música, pintura e

i

escultura, al

é

m das comunicaçõ

es

de

massa

, festas, cerimónias

i

^

tradicionais

.

lendas,

crencas

,

modo de vestir e até de

.

comer

r

\ de

um

povo

.

r

\

R

o|cue d e

B

arros

L

..a

r

rai.a(3) fa

z

sen

t

ir a amp1 itude q

u

e o

r

\ ! ;

(16)

r-7 j

conceito vem alcançando ul timamente e a paradoxal necessidade

de delimitar seu enfoque em estudos espec

í

ficos

.

O

a

u

t

or (demo

n

stra q ue não existe determinism

o

bio 1ôgica na

I O

forma

çã

o das diversas culturas e afirma que

o comportamento

O

indiví

duos depende do aprendizado e da

endoculturação

na

dos

r

\

qual

está

impl

í

cita a

absorçã

o dos padr

ões

,

conceitos

e

O

valores sociais do

grupo

humana ao qual

pertencem

.

Baseado em estudos de

Franz Boas

, Wissler e Kroeber

,

o

n

I

o

afirma existir limitaçõ

es

na influência

autor também

t

n

geográfica sobre a formaçã

o

cultural, que age seletivamente*

!

O

r

|

O

!

^

Û

n

explorando determinadas possibi 1 idades e limites, de acordo

com forças presentes em seu processo histórico

.

por

suas

referências ao relativisme

Apôs citar John Locke

,

j

r

\

cultural, Jacques Turgot, por suas afirmações sobre a cultura

como resultado da transmissã

o

geracional de id

é

ias

.

e

Jean

!

^

Rousseau

, pela importância dada ã educa

çã

o no processo

O

Edward Tyler(4)

,

por

cultura1

.

Larraia detém

-

se em

O

considar

á

-

1o o primeiro pensador a alcançar a abrangência do

!O

O

conforme

assume

hoje a Antropologia,

conceito de cultura

,

!

^

Tyler considera o homem como unidade biops

í

quica

e

afirma

i que a vida humana (

pensamento

,

sentimento

,

conhecimento

,

i

^

ação

e

criação) deve ser encarada de forma cient

ífica

.

arte

,

i

^

ramo das ciências naturais

,

que a humanidade faz

i

^

como um

!

O

parte da

natureza

,

e portanto, subordinada aos

processos

Oi

universais

.

1

!

O

Entretanto

,

como

contempor

â

neo

de Charles Darwin

,

as

teorias de Tylor seguem a perspectiva do evolucíonismo

unilinear

e

estabelece

uma

escala

de

n í

veis de cultura

a

!

^

partir do selvagem (tribos primitivas)

at

é o civilizado

o

(17)

i

-

6

-n

europêias)

.

Dispbe o resto da humanidade

entre

estes

t.nacÖBB

r

\ barbarismo * níveis de pe 1os 1 imites? passando dois ç

bem

presente

nestas

Evidentemente

,

o etnocentrismo

estava

n

\

S

visão discriminadora

,

à deu

teorias e origem uma

preconceituosa e racista

perante

os povos não europeus

,

como

O

meio de legitimação das irJèias dominadoras da pol

í

tica

n

colonial

.

iO

Boas opòe se a esta

corrente

de

pensamento

.

Franz

com

uma

!

n

j V.

cia evo1u

o c

u

.11ura1

:

defende o mu1 ti1 inear

abordagem

o

o

particularismo histórico (Escola Cultural Americana)

,

segundo

I !

r

\

a qual cada cultura segue seus próprios caminhos em fun

çã

o de !

n

sua his

t

6

ri a partic

u

lar

.

Larraia apresenta as duas principiais teorias modernas

I

^

sobre a

c

u11

u

ra: a dos

neo

-

evolucionistas que encaram cultura

n

como um sistema adaptative e as teorias idealistas que

a cultura como sistemas cognitivos

,

estruturais e consideram

O

simbólicos

.

Entre

os

neo

-

evolucionistas

.

estão Leslie White

,

Bahlins e

O

Harris

,

sustentando que culturas são sistemas de piadrfóes

in

n

!\ ' co

m

portamentais

,

soci

a

1

m

ente

t

ra

n

sm itidos pia

r

a perini fcir

u

ma

adapdação humana

,

segundo suas necessidades e embasamentos

;

!

n

biol

ó

gicos

.

Todo tipo de conhecimento

est

á inclu

í

do nesse !

processo de transmissão: desde a tecnologia aos princ

í

pios

o

»

re 1 igiosos e ideo1ógicos«

n

n

Entre

os idealistas

,

estão

W

.

Qoodenough

,

Levi

-

Strauss

,

:

n

Clifford

Geertz

e David Schneider

.

W

.

Goodenough afirma que i n

n

cu

1

tura

â

um sistema de conhecimentos que equipara

-

se

&

linguagem

.

L

évi

-

Strauss

,

numa

outra

abordagem

,

v

ê a cultura

i n

como sistema de

estruturas

simb

ó

licas

,

criação humana

,

e

O

n

(18)

F"? } S\~

decodificá

-

las

pela aná lise

considera f

u

nçáo do an tropò 1 ogo

/

~

\

atividades de dom

í

nio cultural (mitos,

artes

,

parentesco

das

linguagem)

.

Ele também considera o homem

como

unidade

e

O

est

á

ps

í

quica

,

cujo pensamento submetido ás rearas

n

inconscientes tais

como

a lógica de

constrastes

bin

á

rios

,

de O

rela

ções

e transformaçõ

es.

Finalmente, Clifford Geertz e

O

O

David Schneider encaram a cultura como sistema simbólico

,

í O

código partilhado pelos membros de um mesmo

grupo humano

, Ü

homein é def inido como um ser biopsico

s

ocia1 que

,

com

o u

m

n

í "

I

:

n

computador

.

est

á preparado para receber um programa que

!

O

cultura e

que

regulará

seus

mecanismos

constitui sua

!

^

i

^

c

:o

m por tamenta is»

i

o

D

erta Ri beiro(5) re fere~se à cu11ura como património

socia1

,

constituIdo pe1o conjun to e integraçáo dos modos de

de interagir e de simbolizar

,

desenvolvidos ou

fazer

,

i

n

adotados por uma sociedade

,

como soluçáo para

as

necessidades

O

da vida associativa

.

!

O

a cultura pode

ser

focalizada segundo três planoss Assim

.

1

^

diacrónico

,

que

é

o processo de humaniza

ção

,

ao

longo do

O !

^

tempo:

sincrónlco

.

quando

se

focaliza um

momento

,

numa vis

ão

i

^

variante

,

quando

se

considera segmentos

horizontal

;

e

:

^

diferenciados como

,

por

exemplo

,

classes ou grupos

.

realidade, a cultura só existe no mundo mental humano

.

Na i

o indiví duo já a

encontra

constitu

í

da

!

^

Ao nascer

,

®P

transformando

-

a

,

ó

responsável por sua

absorvendo

a ou

r

\

transmissão aos seus

descendentes

.

Esta

cultura manifesta

-

se

n

atravé

s

d e

tr

ês ordens de fenô

menoss

o

comportamento

expresso

,

a manifestação verbalizada e

a

materializa

çã

o

em

O

Isso a torna pass

í

vel de ser objeto de conhecimento

n

\ objetos

.

(19)

o

-

-

Ö”

I cient

í

fico

.

Entretanto, a cultura nào determina, por si só

.

a

condut

a

e o pe

n

sar num

a

nos„ DO:Is o homem e tainb

em

seu agen te

O

c

o

n

st

r

u

tor e transfo

r

ma

a

or

.

O Ao

c

onsidera

r

os tenôírienos ps

í

ui

c

CDs« sociais

.

cu11urais e

econ

ómicos e

tentar

classificâ

-

los por ordem de precedência

.

indica os ps

í

quicos como os primeiros, pois toda

a

16

qic a a

1

^

ê

gerada pela capacidade de percepç

&

o e

Pr

o

duç

a

o cu.11

ur

a.1

!

O

criacâ

o

mental

.

Neste

aspecto

.

Darcy Ribeiro conceitua cultura como um

conjunto de elementos simb

ó

licos, mentais e ideais

.

Assim, os

:

'"'N

sociais, embora

externos

ao homem, sào por ele gerados

i

n

f

a tos

e permanentemente atua1izados

.

Segunda seu pensamento, toda

O

cu1

tura

compreende, necessariamente,

tr

ê

s

ní veis: adaptativo,

assoc.1ativ

o

e ideo1óaicCD

!

O

n

í

vel adaptative refere

-

se às rela

çõ

es do homem com seu O

O

meio

natural

e as coisas

.

Diz respeito a todas as ações sobre

;

O

i

n

a

natureza

, extraindo dela os meios necess

á

rios á sua

i

O

subsiste

^

neia

.

O

O ü n

í

vel associativo refere

-

se ãs relações dos homens entre *

^

51

.

o os padrõ

es

culturais de conduta que orientam a ação

I

^

rec

í

proca dos indiv

í

duos e dos grupos dentro da sociedade

.

visandCD n

e

c

e

ssidades de

r

eprCDduçàCD

.

c::CD

n

se

r

v

a

c

ão d a

es

pócie«

i

suhsistência

.

estabelecimento espacial e

provimento da

i

O

!

o

condicionamentos legais para seu

conví

vio

.

Por estrutura

obrigações

conjuntcD de

scDcia 1

.

cCDmCD

r

eende

se

o

e

I

n

cCDmpen

s

aç ões

.

socialmente sancionadas e ajustadas para

!

^

orientar e regular o

com

port

ament

CD

recí

proco dos indiv

í

duos e CD sistema familiar comporta o

estudo

da

Finalmente,

qrupos

.

!

^

concepçíio de casamento

.

forma e com posiçêlo da fam

í

lia

.

sua

!

^

!

(20)

ï

o

V evo.1.ucão e sIs10ma ci0 Dar0n10sc o

-/"'N n ív e l i d e o l

ó

g i c o CDiiipoe

-

SE d o s p r o d u t o s m e n t a i s cia v i d a U

social

.

Nele

,

in

teceram

-

se a mitologia

,

a

arte

,

o saber

,

a ciência 0 o

ethos

» Corresponde ao que os marxistas chamam

O

ci

e

superes

t

rutu

r

a

,

em oposiçào a in f

r

aestru1u

r

a qu0 se refere

a

o

s mei

os co

n.

1

u

gado

s

aos

m

odos d

e p

r

o

duç ã

o

.

O Embora

as

esferas da conduta social sejam classificadas em

n

í

veis

.

r e a 1 i d a d e elas

s

ã

o

interligadas e

tr

è

s

na

in terd

e

p

e

nden tes

.

!

^

Jos

é

L

uiz d

o

s Sant.os(6) classifica

cultura

em duas

concep

çõ

es b

á

sicas2

como

todos

os

aspectos caracterizantes de

:

n

uma sociedade e

.

como conhecimentos, idf

á

ias e crenças de um

O

determinado grupo social« Pondera que assumir o to

ta

1

!

^

não ó um c ami.nho seguro

,

pois impede a

r e i a t i v i s m o cu1tural

constataçã

o

e estudo cios fatores comuns nos processos de

transforma

çã

o dos grupos humanos e a produ

çã

o material nos

n

mesmos

.

Não existe in ferio

r

id ade ou supe

r

ior.id ade de

i

O

c u1t u r a s

.

de modo absoluto

.

Existem

,

no

entanto

,

processos

históricos que as relacionam

,

hierarquizam

e

registram :

^

O

desigualdades de poder em todos os sentidos

.

A

questão é

O

reconhecê

las e buscar sua superaçào»

"

1

"

1

Realmente

,

uma análise da cultura cie

uma

sociedade atual é

O

muito difici1 por sua abrangência,

.

N

um estudo cie sociedades

O

o enfoque da cu11u

r

a pela real idad e social é

bem distintas

.

O

)

o

útil

.

entretanto

na atual civilização, suas

caracterIsticas

a

est

ão cada vez mais semelhantes

.

Assim

,

a preocupação ê agora

!

O

!

^

analisar as

caracterí

sticas não

-

materiais que distinguem duas

nt

cu

1turas

.

O

Nessa dimensão ampliada de cultura

,

est

ão inclu

í

dos os

(21)

f

'

“'N

-

1 0

-procsssos de simbolizaçào

-

presentes em toda sociedade,, como

brincadeiras infantis e até a maneira de se

sentar

numa

as

Cada aspecto particular só tem sentido dentro do

mesa

-conte

>:

to

q

I

oba1•

O

Finalmente

,

podemos concluir que cultura

é

a

dimensã

o

da

O

sociedade que inclui todo o conhecimento num sentido ampliado

e

todas

as

maneiras como

este conhecimento

é

expresso

.

E uma

i

r

\

I

n

h

.i.s

16 r

ica

,

,

u

ma d ime

n

o

do p

roc

esso soc ia1,

constru

çao

o

!

O

produto coletivo da vida humana

e

produto da hist

ó

ria de cada

O

sociedade, em processo dinâmico e cambiante

.

O

!

O

I

O

O

o

o

-

n

o

o

o

Oi

n

*

O

n\ 0\

a

rs

npt />

nii

'

ni

\

(22)

^ “

o

'A

-

í1~ "A /A 1 u3„A i n f l u e n c i a e u r o pèi a n a c u l t u r a b r a s i l e i r a . 'A

cultura brasi 1 eira

..

na virada do século XX

.

fo.1

A

r

\

por um grande

europeismo

em seus inodos«

ca

r

ac

t

e

r

izada

costumes

, idéias e

aosto

artístico

.

'

A

desde

os primeiros

anos

da coloniza

çã

o

"A Sabemos ue

brasileira

.

nossa terra veio

recebendo

uma forte herança

cultural dos portugueses e espanhóis

.

Na

tentativa de recriar

"A

O

aqui seu meio de origem, os europeus enfrentaram diferenças e

O

hostilidades

geográ

ficas que

tentaram

superar, por

é

m que os

. "A

mantiveram e aos seus

descendentes

, como desterrados em

sua

O

pr{fjp rja t

^

rraM

o

P

ara compreende

r

mos o

B

rasi.1 do começo do sécLI.1o

X

X

.

temo

s

'

A

^A

de nos reportar aos séculos anteriores, especialmente o

XIX

porque ele foi continuação de suas .idéias filosóficas

.

"A

políticas

.

pedagógicas e estéticas

.

Além disso, temos de 'A

!

A

si

t

ua

r

o

B

r

a

si1 no panorama i.n

t

e

r

nac.1ona1 da

é

poca

.

U

m

quad

r

o

O

comparativo do início do s

é

culo

XIX

e entrada do s

é

culo XX A

A demonstra que no

curto

espa

ç

o de tempo de cem

anos

.

nosso

n

*

pa

í

s t!e

u

um Verdadei.ro sa11o

.

De uma colónia atrasada e

A

!

O

i.m ped ida de qua.1 q

u

e

r

a

v

anço

.

passou a u

m

a na

çã

o livre

.

!

O

re

p

u b

1

i

c

a

na

.

qLIe p

r

e

t

.

e

nd

ia a 1

t

er

n

a

r

em

ig

u

a1d a

d

e

(de

c

ond iç

Ö

e

s

com a co

m

unidade in ternaciona1 moderna

.

A

i A

Desde o in

í

cio do

culo

X I X

.

a Europa atravessava um

O

per

1

odo convu1sionad o por con f 1itos bé1 i.cos desencadeados

n

pe1 a po

I í

tj.c

:

a eKpansi.onis

t

a d

e N

a po1e£to

.

A

Mesmo

a Santa Aliança, surgida do Congresso de Viena em

A

n

ã

o impediu a s

é

rie de revolu

ções entre

1830

e

1848 na

1815

.

'

A

Alemanha e

Austria

.

Respondiam às causas

11á 1i.a

.

Franca

.

/A

i

r

\

(23)

-

1

n

.1.2

pol

í

ticas

.

como a eclosão do liberalismo, do nacionalismo e

n

causas económicas

.

como as crises da

do s

o

cia 1ismo

;

=\S

industria 1

s

en» mercari

o

con

s

umi d

o

r

:

e

às causas

s

u pe

r

produç ão

o descontentarnento pelas p

é

ssimas condi

çõ

es de

sociais como

vida das classes pobres e pelo

aumento

dos preços

.

r\

Desencadeou

-

se

um

surto

de emigraçã

o

européia para os

pa

í

ses

americanos que levou consigo uma bagagem cultural,

bem

recebida e assimilada pelas

novas terras

.

r\

»

r

\

surto

de imigra

ção

europ

é

ia em nosso pa

í

s

corroborou

Esse

r

n

forte influencia estrangeira na vida cultural

para a

O

!

^

brasileira

.

!

^

a chegada de

D

.

João VI e sua comitiva de quinze

mil

Foi

n

implantando aqui a sede do Reino em 1808

.

que

: pessoas

.

í

n

provocou todos os

avan

ços que fizeram o Brasil da entrada do

s

é

culo

XX.

n

Jo

ã

o

VI

at

é

a

Foram

apenas doze anos da chegada de D

.

O

independência do pa

í

s

-

! 0 que realmente pode

ser

mudada na

O

estrutura

sócio

-

econômica brasileira, em tã

o

curto

tempo

?

O

Em

ritmo

acelerado, as conhecidas medidas reais foram

: O

sendo tomadas: elevação do Brasil à Reino Unido, abertura dos

O

portos Äs nações amigas, criaçã

o

da Imprensa

gia

,

a chegada

!

^

da Missão Francesa e aberturas de escolas e de universidades

.

i

O

m

u

cl nças conj

u

n tur

a

is por(ni

t

i ram apenas

.

ma

i

o

r expansão

T

ais

i

O

das potencialidades brasileiras

enquanto

naçã

o

,

reacendendo

e

!

^

fortalecendo os anseios de liberdade que se concretizaram em !

^

!

O

J.822 com o estabelecimento do Império

.

!

^

Entretanto

,

econ

òmicamente

,

o

pa

ís

continuava

com

a mesma

!

n

colonial

,

fundamentada na agricultura e no

trabalha

O

estrutura

O) sociedade colonial constitu

í

a

-

se em três n

í

veis: A

escravo

.

O

:

o

(24)

-

J3

r

\

d os cii r :i.aente

.

do0 DroDri01ár.i.os 0 dos escravos» Essa

(... .1.aSi::>0

em

aue

no meio se

tr

ic

ot

o

m

ia

t

raduz.i.a 0

x

t.r0mo

s

s

ociais

.

0ncCDn trava m p0q u0noS bu

r

gnoses

.

p0q u0nos 1av

r

ad

ores

0

a

n

burocracia

.

No

culo sem

apresentar

profundas alterações, as

X I X

.

O

rs

classes superiores desdobraram

-

se em profissfóes 1iberais

O monárquico

,

bachar

é

is período

0sp0cia1m0n10 os n o

ec1esi

á

sticos

funcion

á

rios

p

úblicos»

magistrados

.

0

O

mi1i

tares

(7'

n

As

cidades continuavam sem

á

aua

encanada, nem servi

ço

de

.

^

s

o

esgoto

, que s

ó

seriam implantados em 1866 í Era o escravo que

rs

transportava água para as ncacessi c:lades dom

é

s

t

icas

.

assi m como

O

barris d0 d0i01os cas0i

r

os„

A

1i

á

s

.

Bran) os es

c

ravos qu0

os

faziam tudo

enquanto

seus senhores viviam«, em grande

parte

.

na iné

r

cia»

Antes da Independência, algumas incipientes manufaturas cie

tecidos

e

siderurgias surgiram em Ninas Gerais 0 S2ío Paulo

.

n

f

u

ndam0n ta(das ria m

&

o

-

-

de

-

o b

r

a 0scrava

.

' N

A

abertura dos

portos

propiciou um

aumento no comé

rcio

O

pa

í

ses estrangeiros

.

introduzindo na vida do ciireto com os

f1 um in0ns0 uma variedade de ar

t

i os de 1

ux

O

.

O

Os

novos valores, trazidos pela

Corte

,

promoveram

mudan

ç

as

O

na mentalidade 0 cotidiano brasileiros

.

A cultura de elite

o

era totalmente voltada para a Europa, especialmente a França

.

o

perc

J

urCDLI dLI

ra

n10

t

odCD O

I m

r

io

.

10nciCD Se iri

te

nsif i.cadCD

Is

sCD

a partir de 19S0 quando as linhas

transoc

êanicas se fizeram

As

fam

í

lias de

posse

viajavam

com

frequência

regulares»

mais

O

s0us fi1 hos para estudar em universidad0

s

0 enviavam

o

europ

é

ias

.

Neste

contato

, traziam do velho continente tudo o

(25)

1

/

-

14

-r

\

que podiam: dos

pensamentos

aos projetos de residências» Os

O

que não tinham condições financeiras admiravam e adotavam

r

\

também os mesmos costumes, j

á

consubstanciados com o modo de

r

\

ser

da sociedade brasileira

.

O

Estrangeiros de

passagem

no Brasil registravam o

contraste

I

numa cidade pobre e de requinte europeu na vida da elite

d o í

a

par

êiM:ia humiIde

.

!

^

í

^

Na vida social, o figurino franc

ê

s ditava moda para damas

i o

e cavalheiros numa absurda inadequa

çã

o ao

nosso

clima

.

o

A

literatura e a conversação francesa eram

costumes

O

o ensino ministrado

nos

identificados

com

a sociedade5

col

é

gios públicos e particulares era moldado na cultura

! O

i

^

human

í

s

t

i

c

a e no enci.c1opedis

m

o francês»

P

ara uma popu 1ação

O

e1evad

í

ssimo ír

dice de ana1fabetismo

,

as 1 ivrarias corn

abarrotados de obras cl

á

ssicas no idioma estrangeiro

estavam

O

de elevado n

í

vel cultural

-

Lia

se Anatole France, Zola, J

ú

lio

!

o

Verne

.

Maupassant

.

Flaubert e Renan

.

Os simbolistas e os

I

n

Escritores e poetas

.

parnasianos escreviam versos em francês

.

pol

í

ticos e bacharéis aflu

í

am

todos os anos

h

"cidade

luz"

.

!

O

També

m

da Inglaterra nos chegavam influências, sobretudo

! O

econòmicas e c?sport.i vas(8)«

O

O

europe

í

smo fazia

-

se

presente

em todos os

â

mbitos da vida

i

n

do brasileiro»

Nas

artes

não poderia

ser

diferente

.

Firmada no

I

m pério„ da

E

uropa vinha a concepç ãa do est

u

do

das

artes

como s

í

mbolo de distinção e refinamento como o

O

faziam os pr

í

ncipes e aristocratas

.

n

Com

a cria

çã

o da Academia imperial de

Belas Artes

pela

o

Francesa

, o académisme europeu

se

implantou

numa

nova

Missão

O

gera

çã

o de artistas, marginalizando os de ra

í

zes coloniais

.

Ü

O

O

(26)

o

1 5

O

o

Dreco

n

c e ito cor11ra os t.ra b a.1hos man ua i.s e of

f

c i o s m©cân.i.c a« e

r

a bem a c ent uac:lo»

r

\ N o c a m p o d a s i d

é

i a s

.

m a i s u m a i m p o r t aç ã o f r a n c e s a! o O

O

P o s t t i v i s m o

, a r a n d© e n c o n t r o u e m p o v o

.

q u e n o s s o

O

r0cep t ivi.d ad e e at i n g iu

u

ma 0

x

pa

n

são

.

n&o a 1c

a n c a

da n0m em O

O

s e u pa

í

s de oriqem

O

A m e n t a l i d a d e d o s i n t e l e c t u a i s d o séc u l o

X I X

ê a s s i m v i s t a por 8

é

raio E<ua rq

u

e de Ho 1anc:la(9 )s A i n d a q u a n d o s e p u n h a m a l e g i f e r a r o u a c u i d a r d e O o r g a n i z aç ão e c o i s a s p rát i c a s, o s n o s s o s h o m e n s d e

r

^s i déi a s e r a m

.

e m g e r a l ? p u r o s h o m e n s d e p a l a v r a s e O l i v r o s

;

nào s a i a m d e s i m e s m o s, d e s e u s s o n h o s e imaginaçd es1.1 O)

.

O

n

Esta men t a1 i d a d e confe re c 1 a s s e d i r i g e n t e

.

g r a n d e O insegu rança perant e os va 1or es r"jac ionais

.

ind ifere nça s o e i .a 1

O

O e f a1 1a de penet r ação n os pr ob 1 emas e s tru t u rais e r e a l i d a d e b r a s i l e i r a

.

H a v i a u m a t e n dên c i a d e s o l u c i o n a r o s p r o b l e m a s n a c i o n a i s p e l a a d oç ão d e m o d e l o s c o n s i d e r a d o s ” b e m s u c e d i d o s

o u t r o s p a

í

s e s

.

Não s e c o g i t a v a q u e t a i s m o d e l o s, e u r o p e u s e m

n

ou ameri.c a n o s

.

era m COn sequ

£

nci.a d e u m m e i o s

6

c io

cu1 1ura1 O

r

\ por <:jisti.nt o s f a t o r e s h i st

ó

rico s

.

d i f e r o n t e e g e r a d o O g e o g r

á

f ic:o s

.

é

t nico s e e c o n ômi c o s

.

r

\ C o m o exe m p lcu desta ati tude, por ocr.asião d a

P

roc l a m aç ão d a R e púb l i c a„ o Dec:reto número d atad o de 1 5 d e n ovembro de .1 8 0 9 inst.i.t u iu provisoriamer _ i

t

e a F;;©pIAb1ica F e d e r ati va c o mo N o s s o p a

í

s p a s s a v a a s e c h a m a r E s t a d o s for ma d e governo« O Uni dos d o Brasi3. « n urna cöpia d o mode1 o a m e r i c a n o

.

Nossa r e a l i d a d e n a d a t i n h a e m c o m u m c o m a d o s E s t a d o s U n i d o s d a

r

> A mér i c a

.

O u t r o e x e m p l o

.

d e u-s e c o m a i m p l a n t aç ão d o m o d e l o

r

'

r

\

o

(27)

f I

r\

-

16

europeu do ensino superior (Escola Militar

.

Academia Imperial

de Belas

Artes

.

Faculdade de Medicina e Direito)

antes

do

ensino pr imário e secund ár.i.o« Foi uma inversão que gerou

r

\

falta de embasamento no sistema educacional brasileiro cu

..ias

conseq uên

c

ias perdura/n a t

ê

ho

i

e

.

O

A

id.1ossi.ncrasi.

a

bra

s

i1eira

.

f ormada ao 1 ong

o

dos sêc

u

1 os

.

r

\

d

ó

ci i

manteve

esta

modalidade e receptiva

aos

valores

estranaeiros, Já em meados do s

écuIo

XIX

.

Delso Renault

detecta

alauns tra

ç

os

desse car

áter

no fluminense í

11

)

»

Messe

ponto

.

observamos atê hoje certa supervalorizaçào de tudo o

r

*s

que é estrangeiro e desmerecimento do nacional

.

No

campo ec:onômico

.

p

ouco an

tes

da

Pr

oc 1

a

ma

ção

da

Repúb.1ica„ o Brasi.1 encontrava

se na luta pela

industra1isacão

.

Entretan

to

.

enfrentava fatores adversos como

ausência de capitais e dificuldades de mão

de

obra

.

a

O

aLAsência de invéstimentos d e infr

aestrutura

.

conco

rr

ência dos

o

modernos processos da indústria européia e o distanciamento

O

d o homem branco do trabalho manual (consequência da

escravidão

.

na opinião de alguns)

.

A

atraçã

o para o emprego

púb1ico se apoderou do brasileiro de forma progressiva

.

Al ém

r

>

disso

.

eram arandes as dificuldades dos transportes por

O

regi

õ

es montanhosas e a interrup

çã

o do trabalho em virtude

das epidemias intermitentes durante a estação da febre

r

\

r

\

amare1 a(11)

.

Tais condi

çõ

es

n

ão

se

modificaram muito,

até

a entrada do

s

éculo

XX

.

Em

1900

.

o Rio de Janeiro

contava

com seiscentos

c

\

mil habitantes

.

em que mais de cinquenta por

cento

vivia de

r

\

biscates

.

A desiauaIdade das classes sociais era

enorme

.

A

r

\

g

r

and e inai.c:)ri.a d o povo era constitu

í

da por

e

scra

v

os

r

ecêm

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