TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE
"
DA ESCOLA,DE BELAS ARTES DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO
·
RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSARIOS A OBTENÇAO DO GRAU DE MESTRE.
Aprovada por1
Profa. Sônia Gomes Pereira
(Presidente da Banca)
Profa. Dora Alc�ntara
Prof. Ferdinando Moura R6drigues
Rio de Janeiro, RJ - BRASIL
199(1� PRAÇA DA REPUBLICA DE NITEROI
I
f
o
o
•-
1J.-
-O ->O
o
o
o
O
BRITO,
Clélia Fernandes den
A
Praça da República de Niterói.
Rio den
Janeiro
,
UFRJ
,
EBA
,
1990.
O
xi
» 355 f.
Tese: Mestre em História da Arte
0
1.
História da Arte 2.
Ecletismo3
.
A
Praça da0
República de Niterói 4
MTeses
I
-
Universidade Federal do Rio de JaneiroEBA
\ 11
.
TituloD
j>
3
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\ A)
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1 > 'A Ciro
.
,Rafael
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J.V'~ OO
D
OAGRADECIMENTOS
r
\n
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\n
V Vr
\r
^
C
\r
\r
>ïA
professora Sôn i a Gomes Pereira„
minhaO
orientadora
,
pelo inestim ável apoio;
á diretora Lianas\~
n
Si 1 veira e aos demais professores do Curso do MestradoC\
pelas va1iosas sugestões
;
e à todos os colegasmestrandos pelas oportunas contribuições
.
n
Ao amigo
Renato
Moreth,
pelo trabalho fotográfico,
, ao professor Guirino Campofiorito,
ao jornalistaLuiz
O
Ant
ônio Pimentel,
ao escultorHon
órioPe
çanha
eao
n
saudoso Aluizio
Valle
pelos seustestemunhos
.
n
Ao
meu
esposo Ciro e filhos Rafael eFl
ávia pelacompreens
ã
o
nastantas aus
ências.
r
\n
n
-
V-n
r
\SINOPSE
r
\r
\r
\r
\r
\r
\C
\r
\Esta
tese
esclarece a discutida história daPra
çafS
da
Rep
ública de Niterói,
resgata seu valor Oartistico
-
cultural como conjunto
arquitetônicoeclético do começo do século e comprova serem seus
—
autores
o francês EmilioDupuy
Tessain e o italianoPedro Campofiorito
-
Registra também
o êxito da“N
campanha pró
-
reconstru
çào da praça,
destruída em 1971 e reinaugurada dia 5 de dezembro de 1989,
reassumindoseu papel como testemunha de um periodo da história da
cidade
,
marcado pelas disputas politicas,
reformasurbanisticas e administrativas
.
\
-o
-
v i !o
o
o
o
;
r
\SYNOPSIS
! !^
n
n
n
This dissertation clarifies the discussed history
of
then
"
Pra
ç
a daRep
ública de Niterói"
(Republic Square of Niterói),
r
\and rescues .its artistic and cultural value as an ecletic
architetonic complex of the beginning of the century
-
Itr
\also proves that the architects Emilio Dupuy Tessain (French)
and Pedro Campofiorito ( Italian ) were its designers
,
andrecords the success of the campaign for the reconstruction of
the square which was destroyed in 1971 and reinaugurated on
n
December 5
th
,
1989.
Thus it reassumed its role as a witnessn
of
a historical
period of the city characterized by politicalr
>iUK
r
r-
\—
v i i—
SUMARIOr
~\n
n
INTRODUÇÃOn
1.
REALIDADE
SóCIO-
CULTURAL BRASILEIRA NA
EPOCA 1O
1.1
.
A
interpretaç&
o histórica seaundo Braudel 1n
1.2
.
Conceito de culturaO
41.3
.
A
influência europeia 11O
1,,4
.
Manifestações
regionais 18O
L
5.
A cultura em Niterói na entrada do século XX 29O
2-
0 ECLETISMÜ 34 2-
1-
0 Ecletismo na EuropaO
34 2-
2-
0 Ecletismo no Brasil 49O
3-
A PRAÇADA
REPUBLICA 59O
3-
1-
Fatos históricos 593
-
2-
0 Monumento 0 Triunfo à Repú blica 873
-
2-
1.
Idéias e fatos que lhe deram origemn
87o
3 «2«2-
Seu criador 92 3-
2.3.
Descrição e simbolismo 94o
o
3-
3-
Pr
édios tombados pelo INEPAC 115O
3
-
3-
1.
A Câmara Municipal de Niterói 115n
3.3-
2-
0 Palácio da Justiça 1333
-
3.3.
A Biblioteca Estadual de Niterói 142 3-
4«Bens Tutelados pelo Estado 1573«4
-
1-
Delegacia de Policia 1583
-
4-
2.
Liceu Nilo Peçanha 166C0NCLUS0ES 185 BIBLIOGRAFIA 193 O ANEXOS 201 O
v
VW T
—
O-
viii -INTRGDUCAÜ .O O p a t r i món i o c u l t u r a l e a r t i s t i c o d e N i t e rói v e m m e r e c e n d on
O
u l t i m a m e n t e a a t e nç ão d e e s t u d i o s o s e ó r gão s c o m p e t e n t e s.
0 p r i m e i r o t o r n b a m e n t o d e s e u s p réd i o s h i s tór i c o s, p e l oB P H A N
,
O d a t a d e 1 9 6 7 e e s tào c r o n o l o g i c a m e n t e c l a s s i f i c a d o s e m s e i s O a té 1 7 6 4;
d e 1 7 9 6 a 1 8 1 9 (e l e v aç ão d o a l d e a m e n t o á p e r ío d o s s c a t e g o r i a d e V i l a R e a l d e P r a i a G r a n d e);
d e 1 8 6 6 (e x t i nç ão d an
v i l a) a 1 8 3 5 (N i t e rói c o m o c a p i t a l);
d e 1 8 4 1 (2o p l a n o u r b a n ís t i c o d a c i d a d e) a 1 8 9 4 (t r a n s f e rên c i a d a c a p i t a l p a r aO
Lo
P e t rôp o l i s e d e c a d ên c i a d a c i d a d e);
d e 1 9 0 3 (r e t o r n o d a c a p i t a l p a r a N i t e rói) a 1 9 2 7 (tér m i n o d o P o r t o d e N i t e rói e i n a u g u r aç ão d a P r aç a d a R e púb l i c a);
e d e 1 9 2 7 a té h o_i e.
•oo
A b o r d a r e m o s o s d o i s úl t i m o s p e r ío d o s q u a n d o N i t e rói v o l t o ui
á c o n d iç ão d e c a p i t a l d o E s t a d o d o R i o d e J a n e i r o e v i v e u u m aO
f a s e d e g r a n d e e f e r v e s cên c i a p o l í t i c a p e l a c o n s o l i d aç ão d a-
n
r e cém c r i a d a r e púb l i c a.
ép o c a, a c i d a d e f o i m o d e r n i z a d a p o r r e f o r m a s N e s t an
a d m i n i s t r a t i v a s e u r b a n í s t i c a s c o m a i m p l a n t aç ão d e u m a ! a r q u i t e t u r a e c lét i c a,
a p l i c a d a p r e d o m i n a n t e m e n t e a o s p réd i o sr
\ púb l i c o s.
S u r g i u a P r aç a d a R e púb l i c a, n o l o c a l d o a n t i g o C a m p o S u j o,
e s c o l h i d o p a r a s e r o n o v o c e n t r o a d m i n i s t r a t i v o.
O s p r o j e t o s e c o n s t r uç õe s d e s e u s vár i o s p réd i o s d e r a m-
s e e n t r e o s a n o s d e 1 9 1 3 e 1 9 3 5, n u m p r o c e s s o c h e i o d e d i f i c u l d a d e s e c o nóm i c a s e p r o v o c a d o i n t e r r u pç õe s, p o rn
o
p o lít i c a s d o E s t a d o.
n
! I n f e l i z m e n t e, e m 1 9 7 1,
a .i g n o rân c i a e a a m b iç ão d a s !^
P r aça d a R e púb l i c a e a u t o r i d a d e s pú b l i c a s d e s t r u í r a m a O V,o
“X X“
deixaram em seu lugar, uma imensa
estrutura
deconcreto
,
apelidado pela população de "esqueleto"
.
foram as reações da comunidade, pelo ato absurdo
O
In
úmerasn
contra
este património público de grande valor histórico,
e afetivo na vida da cidade
.
Nesta
campanha,
a açãocu 1tura1
O
mais significativa foi o tombamento pelo Instituto EstadualO
(
INEPAC
) em 1982,
dodo Património Artistico e Cultural
Monumento à República e dos prédios da Câmara Municipal
,
n
Biblioteca Estadual de Niterói
.
Para
Palácio da Justiça e
D
preservação do conjunto arquitetônico
,
indevidamente chamadon
os prédios do Liceu Nilo
Peç
anha,
"ciranda neoclássica"
,
n
Delegacia de Policia e Teatro Leopoldo
Fr
ôes passaram àn
condição de Bens Tutelados pelo Estado
.
Entretanto
,
o problema não ficou resolvido.
Constantes
protestos públicos exigiam uma solução para o caso do
O
"esqueleto" e do monumento histórico
,
remontado precariamente:
O
numa estreita área ao lado da Biblioteca Estadual
.
AlémO
disso
,
muito havia por ser estudado e esclarecido sobre a!
n
história e o valor da Praça da República.
As informações eramtransmitidas oralmente
,
sem comprovadas fundamentações.
Algunsn
registros históricos
,
como a autoria e construção da Praça daRepública e de todos os seus prédios circundantes
,
erampor várias pessoas que tinham participado
questionados
pessoalmente dos fatos na época
.
O
Assim surqiu o tema desta tese
.
O
Seus objetivos sãos esclarecer as dúvidas sobre a autoriae história do conjunto que compõe a
Pra
ça daRep
ública;
O
caracterizá“lo como exemplar da arquitetura eclética em!
^
Niterói,
resgatar seu valor como marco simbólico e testemunhai
O
i
n
I
O
—
f
-
Xdo pensar e sentir de uma época
;
e,
finalmente,
colaborar comr
\o
o movimento comunitário pró-
recuperaçâo da mesma.
Para alcançá
-
los, lançamos mão de pesquisas de fontes primárias no levantamento de documentos de época,
plantas eregistros em bibliotecas e arquivos públicos e particulares
.
O
entrevistas com contemporâneos dos
Registramos também
,
r
*\O
autores
da Praça da República.
Fundamentamos o estudo sobre o Ecletismo
,
suas raizesr
\européias e manifesta
ções
no Brasil emautores
da tradicionalr
\o
historiografia de arquitetura,
Leonardo Benévolo,
Nicolausrs
Pevsner
,
Banister Fletcher,
Nestor Goulart,
PauloSantos,
n
Yves Bruand e Luciano Patteta.
n
Na
interpretação história do fenómeno eclético em Niterói,
utilizamos a metodologia de Fernand Braudel
,
especialmente/*
>
seus conceitos de tempo
,
continuidade e descontinuidade,
O
identificando niveis dos
estruturas
e modelo,
osO acontecimentos
,
caracterizando seus mecanismo de emergência ecaptando seus significados
.
Na análise estilistica das obras estudadas
,
usamos aO
Irwin Panofsky
.
Seu pensamento oferecemetodologia de
recursos para sistematização do trabalho do historiador
O
n
através da análise iconoqráfica e da interpretaçáoO
iconolóqica de seus elementos
,
situando estas obras no seucontexto
histôrico-
cultural e captando seus significados maisO
profundos
.
!
D
!
^
A
questão daPraç
a da República foi reacendida pela:
^
campanha A praça é do povo em 1987,
organizado pela! O.
Associação Fluminense de Engenheiros e Arquitetos (
AFEA
),
de classe
,
associações de bairro,
ag regando entidades
í
^
^
-
flO
Os
jornalistas
,
artistas e politicos.
r
\r
\Naturalmen
te
,
colaboramos nessa luta pela restauração dapraça
,
junto a esse grupo que promoveu debates,
palestras eO
publicações
,
movimentando a comunidade e sensibilizando asautoridades governamentais para uma efetiva solução
.
O
foi com imensa satisfação que lutas
,
tantas
Após
de maio de 1989
,
por decisão dopresenciamos
,
no dia 28Estado do Rio de Janeiro
,
a implosào
dodo Governo
"esqueleto" para a
reconstru
ção da Praça da República.
O
O
Naquela etapa dos trabalhos,
contribuimos com informações históricas,
dados técnicos e artísticos para os órgãosO
competentes
,
encarregados da suareconstru
ção assim como daO
divulgação de sua história na comunidade
.
Finalmente
,
no dia 5 de dezembro de 1989,
vimos a Praça daO
ser reinaugurada em comemoração ao
República de Niterói
Centenário da República
.
o
»O
r
\O
n
o
o
—
to
-
J.J
i REAL.1DADE bOL10— CULTURAL BRASILEIRA DA
EP
ÜCA1.1
-
A
Interpretação
histórica.
segundo Fernand BraudelO
r
\Para a interpreta
çã
o histó
rica do Ecletismo.
coma fenômenoa
r
tístic
ono
Bra
si 1 da
Pr
imeir
a Repu
b1ic
:a.
lançamos
mão dosconceitos braudelianos de história e sua metodologia
.
0
pensamento
de Fernand Braudel(1) abre um amplo panoramar\
r
\ na aná 1 ise dos fatos
.
inserindo—
os num co
n tex
to socia1O
globalizantef em que a história se interliga com as demais
ciências do homem
.
propiciandouma
visão mais completa en
o
prof unda dos m esmos«O
Surge assim um novo enfoque nas questõ
es
históricas5 on
u1 trapassar dos acontecimentos.
o tempo breve, a busca depara lá das evidências, o captar tanto os fatos suas
ca
usasO
como os singulares
.
tanto as realidadesrepetição
d e
O
O conscientes como
as
inconscientes.
H
á.
também, a questão
dainércia social
.
na identificaçã
o dos obstáculos eentraves
que existem em cada época, atrasando os avanç
os
humanosneste
n
»ou
naquele setor.
sugere aprofundamento em alguns conceitos básicos
Braudel
r
\r
\para a compreensão da longa duração: o tempo breve e o longo
.
O
a inércia social, as estruturas, a história inconsciente e os
modelos
.
O
A
relaçã
oentre
o tempo breve e a longa duração é arelação entre a história episódica conjuntural e a história
estrutural
.
Compreendera
longa duração significa familia-ri
^
ar-
BGcom
uma nova concepçã
o de tempo quecompõe
ahist
ör
ia 1 er»ta.
de profund i dade» em» quase sem i-
imobi1idade.
r
\o
o
!mp 1.1ca 0m aprofundar s0 nos can10\t\do s aOB fa t o s.
ir nas e s t r u t u r a s a u e o s s u s t e n t a m-
c a p t a n d o a v i são d o h o m e m-
d e mundo 0 d0 universo naque10 m oment o-Braudei c ha m a a a10nçtoo para a pJ.ura.1.i da d e do t empo f a z e n d o u m p a r a l e l o d o t e m p o d e e x i s tên c i a d o h i s tór i c o
-i n d -i v íd u o a u e n a s c e
-
d e s e n v o l v e-
s e» e n v e l h e c e e m o r r e, c o m or
\ te m po d e ex
i st ênc ia das socieda des e c i vi.1 iz a c h e s que-
c omsuas est rut uras sociais
-
tambë m cumpr
e 1dênt ic::o proce
sso-e m bor a nu ma di m enstoo be m mai or
-E
sta a n á1ise abrangen te dos fatos pr o m o v e um a visto o m a is a m p.L a d a h i s t o r i a-
f u n d a m e n t a d a e m o u t r o s f a t o r e s a l e m d a s É u ma h is1 6r ia re pe nsada e a m p1i.ad a-
e m teori as eco
nôm i c as-a u e o mét o d o h i s tór i c o e o e c o nóm i c o s e c o n f r o n t a m e s e c o m p l e t a m
-O t a l a r d e h i s tór i a i n c o n s c i e n t e s i g n i f i c a q u e n e m t u d o é d i t o p e l a s p a l a v r a s o u d e d u z i d o d o s a c o n t e c i m e n t o s
.
H
á m a i s do que ist
oE
xi.ste um .i.nc onsc i ent e s o c i a l-
ric a f o n t e de c i e n tíf i c a s-
n a s p r o f u n d i d a d e s d o s f a t o s-
D e l e? i11v estigaç toes O a m b i çfo e s e i n c 1i n açtoes-r a z t o e s
-
p r e f e rên c i a s-s ur t i e m d e t e r m i n a n t e s d o c a r á
t e r
h u m a n o,
q u e d e s e m p e n h a m i n f1 u ên c i a sr
\ i m p o r t a n t e p a p e l n o d e s e n r o l a r d a h i s tó r i a-Um aconteci.m en to n ã o pocie s er t omado superf ic i a 1mente
-uíTIa 0?xpre ssão f actua1 de u m a séri e de r e l aç õe s e é p o i s n o m u n d o m e n t a l q u e o f e z e xis t.e n t e s s i g n i f iça d o s o c u 1 t o s
-E1 e s e u n e
to
u m a c a d e i a d e o u t r o s a c o n t e c i m e nt o s d e e e1 o d i r-i d
ê
n t i c a e s sên c i a ou to re a1i d ad es subjac entes-
ü tempo brev e O J iaadoto
vi d a c ot i diana.
à medi d a d o s i nd i v íduos etos
é
o rá p idas tom adas de consciência« S\~ A o r e c o n s t.i t u i r-
s e o p a s s a d o-
n a m a s s a d o s p e q u e n o s f a t o s-r
7 rn
àos
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interpretação dos fatos eme Um aDrofund a m ento n
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.
L
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—
X.)1
-
2.
(J cpnceito rie cu J.tur
aI
^
é corno tuna lente
A
culturaatrav
é
s da oual o homem vê oO
mundo(2)-n
i
^
O fu
ndamental.
em ua.1.uu
era
n élise s6
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cu
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16
rica.
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an tr
opo16
ai.co de c:uJ
.tura, seu
Ors
car
éter" dinâm1co e a amp 1 itude que a barca atua.1mente«O
Cuitura
.
pa1 avra 1atina cgjjrg,
quer dizer, cultivar
.
üriginalinente
,
estava ligada às atividades agrícolas e seu! O i O signi ficad o foi, posteri.ormen te, a
m
p 1 i.ado par
ao
ref i.nam
e
nto
O
pessoal »r
\!
n
No séculoXIX
.
a cultura passou a ser questão cientí
fica.
n
objeto das ciê
ncias humanas, graças
á visão laica do mundo eda vida
.
às novas teorias evoiucionistas e ao desenvolvimentor
\do poderio das nações europ
ê
ias em posição de domínio!
^
capitalista frente aos demaisnovos
.
O
Portanto
.
seu estudo també
m faz parte da história doO
d ese
n
vo1vimento cien tí
fico.
e:conòmico e po1ít
ico nasr
e1a
çõesi.n ternac i
o
nais de poder.
O
ü sentido comum de cultura costuma
ser
associado a todasmanifestações de um povo: estudo
.
educação
, formaçã
oas
acadêmica, criações art
í
sticas como teatro, música, pintura ei
escultura, al
é
m das comunicações
demassa
, festas, cerimóniasi
^
tradicionais.
lendas,crencas
,
modo de vestir e até de.
comerr
\ deum
povo.
r
\R
o|cue d eB
arrosL
..ar
rai.a(3) faz
sent
ir a amp1 itude qu
e or
\ ! ;r-7 j
conceito vem alcançando ul timamente e a paradoxal necessidade
de delimitar seu enfoque em estudos espec
í
ficos.
O
a
ut
or (demon
stra q ue não existe determinismo
bio 1ôgica naI O
forma
çã
o das diversas culturas e afirma queo comportamento
O
indiví
duos depende do aprendizado e daendoculturação
nados
r
\qual
está
implí
cita aabsorçã
o dos padrões
,
conceitose
O
valores sociais do
grupo
humana ao qualpertencem
.
Baseado em estudos de
Franz Boas
, Wissler e Kroeber,
o
n
I
o
afirma existir limitações
na influênciaautor também
t
n
geográfica sobre a formaçã
o
cultural, que age seletivamente*!
O
r
|
O
!
^
Û
n
explorando determinadas possibi 1 idades e limites, de acordo
com forças presentes em seu processo histórico
.
por
suas
referências ao relativismeApôs citar John Locke
,
j
r
\cultural, Jacques Turgot, por suas afirmações sobre a cultura
como resultado da transmissã
o
geracional de idé
ias.
eJean
!
^
Rousseau
, pela importância dada ã educaçã
o no processoO
Edward Tyler(4),
porcultura1
.
Larraia detém-
se emO
considar
á
-
1o o primeiro pensador a alcançar a abrangência do!O
O
conformeassume
hoje a Antropologia,conceito de cultura
,
!
^
Tyler considera o homem como unidade biopsí
quicae
afirmai que a vida humana (
pensamento
,
sentimento,
conhecimento,
i
^
açãoe
criação) deve ser encarada de forma científica
.
arte
,i
^
ramo das ciências naturais
,
já que a humanidade fazi
^
como um!
O
parte danatureza
,
e portanto, subordinada aosprocessos
Oi
universais
.
1!
O
Entretanto
,
comocontempor
âneo
de Charles Darwin,
asteorias de Tylor seguem a perspectiva do evolucíonismo
unilinear
eestabelece
uma
escala
den í
veis de culturaa
!
^
partir do selvagem (tribos primitivas)
at
é o civilizadoo
i
-
6-n
europêias)
.
Dispbe o resto da humanidadeentre
estes
t.nacÖBB
r
\ barbarismo * níveis de pe 1os 1 imites? passando dois çbem
presente
nestas
Evidentemente
,
o etnocentrismoestava
n
\S
visão discriminadora
,
à deu
teorias e origem uma
preconceituosa e racista
perante
os povos não europeus,
como
O
meio de legitimação das irJèias dominadoras da pol
í
tican
colonial
.
iO
Boas opòe se a esta
corrente
depensamento
.
Franz
com
uma!
n
j V.
cia evo1u
cã
o cu
.11ura1:
defende o mu1 ti1 inearabordagem
o
o
particularismo histórico (Escola Cultural Americana),
segundoI !
r
\a qual cada cultura segue seus próprios caminhos em fun
çã
o de !n
sua hist
6
ri a particu
lar.
Larraia apresenta as duas principiais teorias modernas
I
^
sobre ac
u11u
ra: a dosneo
-
evolucionistas que encaram culturan
como um sistema adaptative e as teorias idealistas quea cultura como sistemas cognitivos
,
estruturais e consideramO
simbólicos
.
Entre
osneo
-
evolucionistas.
estão Leslie White,
Bahlins eO
Harris
,
sustentando que culturas são sistemas de piadrfóesin
n
!\ ' co
m
portamentais,
socia
1m
entet
ran
sm itidos piar
a perini fciru
maadapdação humana
,
segundo suas necessidades e embasamentos;
!
n
bioló
gicos.
Todo tipo de conhecimentoest
á incluí
do nesse !processo de transmissão: desde a tecnologia aos princ
í
pioso
»re 1 igiosos e ideo1ógicos«
n
n
Entre
os idealistas,
estãoW
.
Qoodenough,
Levi-
Strauss
,
:
n
Clifford
Geertz
e David Schneider.
W
.
Goodenough afirma que i nn
cu
1tura
â
um sistema de conhecimentos que equipara-
se
&
linguagem
.
L
évi-
Strauss
,
numa
outra
abordagem,
v
ê a culturai n
como sistema de
estruturas
simbó
licas,
criação humana,
eO
n
F"? } S\~
decodificá
-
las
pela aná liseconsidera f
u
nçáo do an tropò 1 ogo/
~
\atividades de dom
í
nio cultural (mitos,artes
,parentesco
das
linguagem)
.
Ele também considera o homemcomo
unidadee
O
est
á
ps
í
quica,
cujo pensamento submetido ás rearasn
inconscientes taiscomo
a lógica deconstrastes
biná
rios,
de Orela
ções
e transformações.
Finalmente, Clifford Geertz eO
O
David Schneider encaram a cultura como sistema simbólico,
í O
código partilhado pelos membros de um mesmo
grupo humano
, Ühomein é def inido como um ser biopsico
s
ocia1 que,
como u
mn
í "I
:
n
computador
.
est
á preparado para receber um programa que!
O
cultura e
que
regularáseus
mecanismosconstitui sua
!
^
i
^
c:o
m por tamenta is»i
o
D
erta Ri beiro(5) re fere~se à cu11ura como patrimóniosocia1
,
constituIdo pe1o conjun to e integraçáo dos modos dede interagir e de simbolizar
,
desenvolvidos oufazer
,
i
n
adotados por uma sociedade
,
como soluçáo paraas
necessidadesO
da vida associativa.
!
O
a cultura pode
ser
focalizada segundo três planoss Assim.
1
^
diacrónico
,
queé
o processo de humanização
,
ao
longo doO !
^
tempo:
sincrónlco.
quandose
focaliza ummomento
,
numa vis
ãoi
^
variante
,
quandose
considera segmentoshorizontal
;
e:
^
diferenciados como
,
por
exemplo,
classes ou grupos.
realidade, a cultura só existe no mundo mental humano
.
Na i
o indiví duo já a
encontra
constituí
da!
^
Ao nascer,
®Ptransformando
-
a,
ó
responsável por suaabsorvendo
—
a our
\transmissão aos seus
descendentes
.
Esta
cultura manifesta-
sen
atravé
s
d etr
ês ordens de fenômenoss
o
comportamento
expresso
,
a manifestação verbalizada ea
materializaçã
o
emO
Isso a torna pass
í
vel de ser objeto de conhecimenton
\ objetos.
o
--
Ö”I cient
í
fico.
Entretanto, a cultura nào determina, por si só.
acondut
a
e o pen
sar numa
nos„ DO:Is o homem e tainbem
seu agen teO
c
on
str
u
tor e transfor
maa
or.
O Ao
c
onsiderar
os tenôírienos psí
uic
CDs« sociais.
cu11urais eecon
ómicos etentar
classificâ-
los por ordem de precedência.
indica os ps
í
quicos como os primeiros, pois todaa
16
qic a a1
^
ê
gerada pela capacidade de percepç&
o ePr
o
duça
o cu.11ur
a.1!
O
criacâ
o
mental.
Neste
aspecto.
Darcy Ribeiro conceitua cultura como umconjunto de elementos simb
ó
licos, mentais e ideais.
Assim, os:
'"'N
sociais, embora
externos
ao homem, sào por ele geradosi
n
fa tos
e permanentemente atua1izados
.
Segunda seu pensamento, todaO
cu1
tura
compreende, necessariamente,tr
ê
s
ní veis: adaptativo,assoc.1ativ
o
e ideo1óaicCD!
O
n
í
vel adaptative refere-
se às relaçõ
es do homem com seu OO
meio
natural
e as coisas.
Diz respeito a todas as ações sobre;
O
i
n
anatureza
, extraindo dela os meios necessá
rios á suai
O
subsiste
^
neia.
O
O ü n
í
vel associativo refere-
se ãs relações dos homens entre *^
51.
São os padrões
culturais de conduta que orientam a açãoI
^
recí
proca dos indiví
duos e dos grupos dentro da sociedade.
visandCD n
e
ce
ssidades der
eprCDduçàCD.
c::CDn
ser
v
ac
ão d aes
pócie«i
suhsistência
.
estabelecimento espacial eprovimento da
i
O
!
o
condicionamentos legais para seuconví
vio.
Por estrutura
obrigações
conjuntcD de
scDcia 1
.
cCDmCDr
eende—
seo
eI
n
cCDmpens
aç ões.
socialmente sancionadas e ajustadas para!
^
orientar e regular ocom
portament
CDrecí
proco dos indiví
duos e CD sistema familiar comporta oestudo
daFinalmente,
qrupos
.
!
^
concepçíio de casamento.
forma e com posiçêlo da famí
lia.
sua!
^
!ï
o
—
V evo.1.ucão e sIs10ma ci0 Dar0n10sc o-/"'N n ív e l i d e o l
ó
g i c o CDiiipoe-
SE d o s p r o d u t o s m e n t a i s cia v i d a Usocial
.
Nele,
inteceram
-
se a mitologia,
aarte
,
o saber,
a ciência 0 oethos
» Corresponde ao que os marxistas chamamO
ci
e
superest
rutur
a,
em oposiçào a in fr
aestru1ur
a qu0 se referea
o
s meios co
n.1
u
gados
aosm
odos de p
ro
duç ão
.
O Embora
as
esferas da conduta social sejam classificadas emn
í
veis.
r e a 1 i d a d e elass
ão
interligadas etr
ès
nain terd
e
pe
nden tes.
!
^
Jos
é
L
uiz do
s Sant.os(6) classificacultura
em duasconcep
çõ
es bá
sicas2como
todosos
aspectos caracterizantes de:
n
uma sociedade e
.
como conhecimentos, idfá
ias e crenças de umO
determinado grupo social« Pondera que assumir o tota
1!
^
não ó um c ami.nho seguro
,
pois impede ar e i a t i v i s m o cu1tural
constataçã
o
e estudo cios fatores comuns nos processos detransforma
çã
o dos grupos humanos e a produçã
o material nosn
mesmos.
Não existe in ferior
id ade ou super
ior.id ade dei
O
c u1t u r a s.
de modo absoluto.
Existem,
noentanto
,
processoshistóricos que as relacionam
,
hierarquizame
registram :^
O
desigualdades de poder em todos os sentidos.
A
questão éO
reconhecê
—
las e buscar sua superaçào»"
1
"
1
Realmente,
uma análise da cultura cieuma
sociedade atual éO
muito difici1 por sua abrangência,.
N
um estudo cie sociedadesO
o enfoque da cu11u
r
a pela real idad e social ébem distintas
.
O
)o
útil.
entretanto
na atual civilização, suascaracterIsticas
a
est
ão cada vez mais semelhantes.
Assim,
a preocupação ê agora!
O
!
^
analisar ascaracterí
sticas não-
materiais que distinguem duasnt
cu
1turas.
O
Nessa dimensão ampliada de cultura
,
est
ão incluí
dos osf
'
“'N-
1 0-procsssos de simbolizaçào
-
presentes em toda sociedade,, comobrincadeiras infantis e até a maneira de se
sentar
numaas
Cada aspecto particular só tem sentido dentro do
mesa
-conte
>:to
qI
oba1•O
Finalmente
,
podemos concluir que culturaé
a
dimensão
daO
sociedade que inclui todo o conhecimento num sentido ampliado
e
todasas
maneiras comoeste conhecimento
é
expresso.
E uma
i
r
\I
n
h
.i.s16 r
ica,
,u
ma d imen
sáo
do proc
esso soc ia1,constru
çao
o
!O
produto coletivo da vida humanae
produto da histó
ria de cadaO
sociedade, em processo dinâmico e cambiante
.
O
!
O
IO
O
o
o
-
n
o
o
o
Oin
*O
n\ 0\a
rs
npt />nii
'ni
\^ “
o
'A-
í1~ "A /A 1 u3„A i n f l u e n c i a e u r o pèi a n a c u l t u r a b r a s i l e i r a . 'Acultura brasi 1 eira
..
na virada do século XX.
fo.1A
r
\por um grande
europeismo
em seus inodos«ca
r
act
er
izadacostumes
, idéias eaosto
artístico.
'
A
desde
os primeirosanos
da colonizaçã
o"A Sabemos ue
brasileira
.
nossa terra veiorecebendo
uma forte herançacultural dos portugueses e espanhóis
.
Na
tentativa de recriar"A
O
aqui seu meio de origem, os europeus enfrentaram diferenças eO
hostilidades
geográ
ficas quetentaram
superar, poré
m que os. "A
mantiveram e aos seus
descendentes
, como desterrados emsua
O
pr{fjp rja t^
rraMo
P
ara compreender
mos oB
rasi.1 do começo do sécLI.1oX
X.
temo
s'
A
^Ade nos reportar aos séculos anteriores, especialmente o
XIX
porque ele foi continuação de suas .idéias filosóficas
.
"A
políticas
.
pedagógicas e estéticas.
Além disso, temos de 'A!
A
si
t
uar
oB
ra
si1 no panorama i.nt
er
nac.1ona1 daé
poca.
U
m
quadr
oO
comparativo do início do s
é
culoXIX
e entrada do sé
culo XX AA demonstra que no
curto
espaç
o de tempo de cemanos
.
nosson
*
pa
í
s t!eu
um Verdadei.ro sa11o.
De uma colónia atrasada eA
!
O
i.m ped ida de qua.1 qu
er
av
anço.
passou a um
a naçã
o livre.
!
O
re
pu b
1i
ca
na.
qLIe pr
et
.e
ndia a 1
t
er
n
ar
emig
u
a1d a
de
(dec
ond iç
Öe
s
com a co
m
unidade in ternaciona1 moderna.
A
i A
Desde o in
í
cio dosé
culoX I X
.
a Europa atravessava umO
per
1
odo convu1sionad o por con f 1itos bé1 i.cos desencadeadosn
pe1 a poI í
tj.c:
a eKpansi.onist
a de N
a po1e£to.
A
Mesmo
a Santa Aliança, surgida do Congresso de Viena emA
n
ã
o impediu a sé
rie de revoluções entre
1830e
1848 na1815
.
'
A
Alemanha e
Austria
.
Respondiam às causas11á 1i.a
.
Franca
.
/A
i
r
\-
1n
—
.1.2pol
í
ticas.
como a eclosão do liberalismo, do nacionalismo en
causas económicas.
como as crises dado s
o
cia 1ismo;
=\Sindustria 1
s
en» mercario
cons
umi do
r:
e
às causass
u per
produç ãoo descontentarnento pelas p
é
ssimas condiçõ
es desociais como
vida das classes pobres e pelo
aumento
dos preços.
r\
Desencadeou
-
seum
surto
de emigração
européia para ospa
í
ses
americanos que levou consigo uma bagagem cultural,bem
recebida e assimilada pelas
novas terras
.
r\
»
r
\surto
de imigração
europé
ia em nosso paí
scorroborou
Esse
r
n
forte influencia estrangeira na vida cultural
para a
O
!
^
brasileira.
!
^
a chegada deD
.
João VI e sua comitiva de quinzemil
Foi
n
implantando aqui a sede do Reino em 1808
.
que: pessoas
.
í
n
provocou todos osavan
ços que fizeram o Brasil da entrada dos
é
culoXX.
n
Jo
ã
oVI
até
a
Foram
apenas doze anos da chegada de D.
O
independência do pa
í
s-
! 0 que realmente podeser
mudada naO
estrutura
sócio-
econômica brasileira, em tão
curtotempo
?O
Em
ritmo
acelerado, as conhecidas medidas reais foram: O
sendo tomadas: elevação do Brasil à Reino Unido, abertura dos
O
portos Äs nações amigas, criaçã
o
da ImprensaRé
gia,
a chegada!
^
da Missão Francesa e aberturas de escolas e de universidades
.
i
O
m
u
cl nças conju
n tura
is por(nit
i ram apenas.
ma
io
r expansãoT
aisi
O
das potencialidades brasileirasenquanto
nação
,
reacendendo
e!
^
fortalecendo os anseios de liberdade que se concretizaram em !^
!
O
J.822 com o estabelecimento do Império.
!
^
Entretanto
,econ
òmicamente,
o
país
continuavacom
a mesma
!
n
colonial
,
fundamentada na agricultura e notrabalha
O
estrutura
O) sociedade colonial constitu
í
a-
se em três ní
veis: Aescravo
.
O
:
o
-
J3r
\d os cii r :i.aente
.
do0 DroDri01ár.i.os 0 dos escravos» Essa(... .1.aSi::>0
em
aue
no meio setr
icot
om
iat
raduz.i.a 0x
t.r0mos
s
ociais.
0ncCDn trava m p0q u0noS bu
r
gnoses.
p0q u0nos 1avr
adores
0a
n
burocracia
.
No
sé
culo semapresentar
profundas alterações, asX I X
.
O
rs
classes superiores desdobraram-
se em profissfóes 1iberaisO monárquico
,
bachar
é
is período0sp0cia1m0n10 os n o
ec1esi
á
sticosfuncion
á
riosp
úblicos»magistrados
.
0O
mi1itares
(7')»
n
As
cidades continuavam semá
aua
encanada, nem serviço
de.
^
so
esgoto
, que só
seriam implantados em 1866 í Era o escravo quers
transportava água para as ncacessi c:lades dom
é
st
icas.
assi m comoO
barris d0 d0i01os cas0i
r
os„A
1iá
s.
Bran) os esc
ravos qu0os
faziam tudo
enquanto
seus senhores viviam«, em grandeparte
.
na iné
r
cia»Antes da Independência, algumas incipientes manufaturas cie
tecidos
e
siderurgias surgiram em Ninas Gerais 0 S2ío Paulo.
n
f
u
ndam0n ta(das ria m&
o-
-
de-
o br
a 0scrava.
' NA
abertura dosportos
propiciou umaumento no comé
rcioO
pa
í
ses estrangeiros.
introduzindo na vida do ciireto com osf1 um in0ns0 uma variedade de ar
t
i os de 1ux
O.
O
Os
novos valores, trazidos pelaCorte
,promoveram
mudanç
asO
na mentalidade 0 cotidiano brasileiros
.
A cultura de eliteo
era totalmente voltada para a Europa, especialmente a França.
o
perc
J
urCDLI dLIra
n10t
odCD OI m
pér
io.
10nciCD Se irite
nsif i.cadCDIs
sCDa partir de 19S0 quando as linhas
transoc
êanicas se fizeramAs
famí
lias deposse
viajavamcom
frequênciaregulares»
mais
O
s0us fi1 hos para estudar em universidad0
s
0 enviavam
o
europé
ias.
Nestecontato
, traziam do velho continente tudo o1
/
-
14-r
\que podiam: dos
pensamentos
aos projetos de residências» OsO
que não tinham condições financeiras admiravam e adotavam
r
\também os mesmos costumes, j
á
consubstanciados com o modo der
\ser
da sociedade brasileira.
O
Estrangeiros de
passagem
no Brasil registravam ocontraste
I
numa cidade pobre e de requinte europeu na vida da elite
d o í
a
par
êiM:ia humiIde.
!
^
í
^
Na vida social, o figurino francê
s ditava moda para damasi o
e cavalheiros numa absurda inadequaçã
o aonosso
clima.
o
A
literatura e a conversação francesa eramcostumes
O
o ensino ministradonos
identificados
com
a sociedade5col
é
gios públicos e particulares era moldado na cultura! O
i
^
humaní
st
ic
a e no enci.c1opedism
o francês»P
ara uma popu 1açãoO
e1evad
í
ssimo ír•
dice de ana1fabetismo,
as 1 ivrarias cornabarrotados de obras cl
á
ssicas no idioma estrangeiroestavam
O
de elevado ní
vel cultural-
Lia—
se Anatole France, Zola, Jú
lio!
o
Verne
.
Maupassant.
Flaubert e Renan.
Os simbolistas e osI
n
Escritores e poetas
.
parnasianos escreviam versos em francês.
pol
í
ticos e bacharéis afluí
am
todos os anosh
"cidade
luz".
!
O
També
m
da Inglaterra nos chegavam influências, sobretudo! O
econòmicas e c?sport.i vas(8)«O
O
europeí
smo fazia-
sepresente
em todos osâ
mbitos da vidai
n
do brasileiro»
Nas
artes
não poderiaser
diferente.
Firmada no
I
m pério„ daE
uropa vinha a concepç ãa do estu
dodas
artes
como sí
mbolo de distinção e refinamento como oO
faziam os pr
í
ncipes e aristocratas.
n
Com
a criaçã
o da Academia imperial deBelas Artes
pelao
Francesa
, o académisme europeuse
implantounuma
novaMissão
O
gera
çã
o de artistas, marginalizando os de raí
zes coloniais.
ÜO
O
o
—
1 5—
Oo
Drecon
c e ito cor11ra os t.ra b a.1hos man ua i.s e off
c i o s m©cân.i.c a« er
a bem a c ent uac:lo»r
\ N o c a m p o d a s i dé
i a s.
m a i s u m a i m p o r t aç ã o f r a n c e s a! o OO
P o s t t i v i s m o
, a r a n d© e n c o n t r o u e m p o v o.
q u e n o s s oO
r0cep t ivi.d ad e e at i n g iuu
ma 0x
pan
são.
n&o a 1ca n c a
da n0m em OO
s e u paí
s de oriqem„O
A m e n t a l i d a d e d o s i n t e l e c t u a i s d o séc u l oX I X
ê a s s i m v i s t a por 8é
raio E<ua rqu
e de Ho 1anc:la(9 )s A i n d a q u a n d o s e p u n h a m a l e g i f e r a r o u a c u i d a r d e O o r g a n i z aç ão e c o i s a s p rát i c a s, o s n o s s o s h o m e n s d er
^s i déi a s e r a m.
e m g e r a l ? p u r o s h o m e n s d e p a l a v r a s e O l i v r o s;
nào s a i a m d e s i m e s m o s, d e s e u s s o n h o s e imaginaçd es1.1 O).
O
n
Esta men t a1 i d a d e confe re c 1 a s s e d i r i g e n t e.
g r a n d e O insegu rança perant e os va 1or es r"jac ionais.
ind ifere nça s o e i .a 1O
O e f a1 1a de penet r ação n os pr ob 1 emas e s tru t u rais e r e a l i d a d e b r a s i l e i r a.
H a v i a u m a t e n dên c i a d e s o l u c i o n a r o s p r o b l e m a s n a c i o n a i s p e l a a d oç ão d e m o d e l o s c o n s i d e r a d o s ” b e m s u c e d i d o s”
o u t r o s p aí
s e s.
Não s e c o g i t a v a q u e t a i s m o d e l o s, e u r o p e u s e mn
ou ameri.c a n o s.
era m COn sequ£
nci.a d e u m m e i o s6
c io—
cu1 1ura1 Or
\ por <:jisti.nt o s f a t o r e s h i stó
rico s.
d i f e r o n t e e g e r a d o O g e o g rá
f ic:o s.
é
t nico s e e c o n ômi c o s.
r
\ C o m o exe m p lcu desta ati tude, por ocr.asião d aP
roc l a m aç ão d a R e púb l i c a„ o Dec:reto número 1« d atad o de 1 5 d e n ovembro de .1 8 0 9 inst.i.t u iu provisoriamer _ it
e a F;;©pIAb1ica F e d e r ati va c o mo N o s s o p aí
s p a s s a v a a s e c h a m a r E s t a d o s for ma d e governo« O Uni dos d o Brasi3. « n urna cöpia d o mode1 o a m e r i c a n o.
Nossa r e a l i d a d e n a d a t i n h a e m c o m u m c o m a d o s E s t a d o s U n i d o s d ar
> A mér i c a.
O u t r o e x e m p l o.
d e u-s e c o m a i m p l a n t aç ão d o m o d e l or
'
r
\o
f I
r\
-
16europeu do ensino superior (Escola Militar
.
Academia Imperialde Belas
Artes
.
Faculdade de Medicina e Direito)antes
doensino pr imário e secund ár.i.o« Foi uma inversão que gerou
r
\falta de embasamento no sistema educacional brasileiro cu
..ias
conseq uên
c
ias perdura/n a tê
hoi
e.
O
A
id.1ossi.ncrasi.a
bras
i1eira.
f ormada ao 1 ongo
dos sêcu
1 os.
r
\d
ó
ci imanteve
esta
modalidade e receptivaaos
valoresestranaeiros, Já em meados do s
écuIo
XIX
.
Delso Renaultdetecta
alauns tra
ços
desse caráter
no fluminense í11
)»
Messe
ponto
.
observamos atê hoje certa supervalorizaçào de tudo or
*sque é estrangeiro e desmerecimento do nacional
.
No
campo ec:onômico.
p
ouco antes
daPr
oc 1a
mação
daRepúb.1ica„ o Brasi.1 encontrava
—
se na luta pelaindustra1isacão
.
Entretan
to.
enfrentava fatores adversos comoausência de capitais e dificuldades de mão
—
de—
obra.
aO
aLAsência de invéstimentos d e infr
aestrutura
.
concorr
ência doso
modernos processos da indústria européia e o distanciamento
O
d o homem branco do trabalho manual (consequência da
escravidão
.
na opinião de alguns).
Aatraçã
o para o empregopúb1ico se apoderou do brasileiro de forma progressiva
.
Al émr
>
disso
.
eram arandes as dificuldades dos transportes porO
regi
õ
es montanhosas e a interrupçã
o do trabalho em virtudedas epidemias intermitentes durante a estação da febre
r
\r
\amare1 a(11)
.
Tais condi
çõ
esn
ãose
modificaram muito,até
a entrada dos
éculoXX
.
Em
1900.
o Rio de Janeirocontava
com seiscentosc
\mil habitantes
.
em que mais de cinquenta porcento
vivia der
\biscates
.
A desiauaIdade das classes sociais eraenorme
.
A
r
\g