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Cooper Fonte Nova: contribuições para o desenvolvimento local

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Academic year: 2021

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UNIJUI – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DEAd – Departamento de Estudos da Administração

Curso de Administração

COOPER FONTE NOVA: CONTRIBUIÇÕES PARA O

DESENVOLVIMENTO LOCAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MARCOS RODRIGO KUHN SOSSMEIER

Professor Orientador: Ariosto Sparembenger

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AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho aos meus familiares, pelo incentivo e apoio em mais esta importante etapa da minha vida. Aos professores pelos conhecimentos transmitidos durante a jornada acadêmica. Ao professor Ariosto Sparemberger, pelo acompanhamento e dedicação prestada para realização deste projeto. A Cooper Fonte Nova, sendo seus dirigentes e funcionários pelas informações prestadas e também ao prefeito e seus colaboradores, funcionários da prefeitura municipal. Quero agradecer de alguma forma a todos que colaboraram para que este trabalho de conclusão de curso fosse realizado.

“Lute pelo que você quiser, não se esqueça de agradecer a Deus pela força que levou a conseguir.” Claudiney Ribeiro

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RESUMO EXPANDIDO

Resumo

Nos últimos anos a agricultura familiar vem obtendo um destaque cada vez maior no desenvolvimento agrícola do país. O êxodo rural, que continuamente ocorre nas diversas regiões brasileiras, tem como causa diversos fatores. Para isso, o gestor necessita de ferramentas que permitam investir de modo a obter melhor aproveitamento de insumos e serviços, com menor impacto ambiental e humanização do trabalho no campo, nesse sentido, entende-se que a diversificação da produção através da agroindústria familiar, é uma alternativa que já se mostrou positiva, que vem sendo desenvolvido pelo município, para geração de empregos e renda, também proporcionando uma vida mais digna no meio rural. Por isso observa-se o programa de agroindustrialização do município de Crissiumal, que tem importância para desenvolvimento local. Desta forma, neste trabalho de conclusão de curso, observa-se a consistência em analisar os fatores que impulsionaram o desenvolvimento local por meio da Cooper Fonte Nova e os fatores inibidores do desenvolvimento, no período de 2000 a 2010.

Palavras Chave: cooperativa, desenvolvimento, agroindústrias, Cooper Fonte Nova.

Introdução

O trabalho de conclusão de curso, teve como objeto de estudo a Cooperativa das Atividades Agroindustriais e Artesanais do Pacto Fonte Nova Ltda (Cooper Fonte Nova), uma sociedade simples, sob regime de cooperativa, localizada no município de Crissiumal/RS.

De acordo com Dallabrida e Buttendender (2007), o setor do agronegócio da região é caracterizado por propriedades rurais de pequeno porte, e conforme Veiga (2007), no país existem evidencias de que o sucesso em programas de caráter microrregional são mais significativos que os que possuem caráter de macro regional.

Esse é o caso do desenvolvimento no município de Crissiumal, sendo que experiência é um exemplo que mostra a importância da inovação territorial coletiva no processo de desenvolvimento local, pois o processo de mudança empreendimento partiu de uma coletividade organizada territorialmente sendo sustentada pelo potencial dos seus aspectos

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econômicos, pela capacidade coletiva para desempenhar ações comuns existentes no município a fim de buscar a melhoria da qualidade de vida da população.

Diante disso o objetivo do trabalho é analisar a Cooper Fonte Nova, observando os fatores que impulsionaram o desenvolvimento e os fatores inibidores do desenvolvimento local.

Metodologia

A metodologia utilizada para a elaboração do estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, descritiva, documental e bibliográfica. Através da coleta de dados foi possível clarear a questão em estudo, baseado em pesquisas bibliográficas, observação direta, entrevistas, acesso a documentação da empresa, mensuração e medição de aspectos ligados à atividade agroindustrial e ao desenvolvimento do município, tratando os dados de forma qualitativa e quantitativa. A pesquisa é exploratória, pois, Segundo Vergara (1997), a pesquisa descritiva consiste em expor características de determinada população ou fenômeno, servindo apenas de base para a realização de um estudo. A pesquisa descritiva pode ser realizada através de pesquisa de campo e levantamento de dados.

O trabalho de conclusão apresenta a classificação de exploratória, por proporcionar maior familiaridade com o trabalho, com vistas a torná-lo mais explícito. Descritiva, por observar as características de um grupo, exemplo sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, etc. Documental, por analisar documentos existentes ao longo da história, ou que ainda podem ser elaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Bibliográfica, devido pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas, na qual traz informações precisas. A pesquisa de campo foi caracterizada através de entrevista com o presidente da cooperativa, e com o prefeito municipal, bem como através de conversas informais com secretários do município que estavam envolvidos no processo quando se deu o projeto Fonte Nova. O acompanhamento e participação junto às agroindústrias são frequentes, sendo assim, as informações sobre o programa são continuas, desde o inicio da sua criação até os atuais dias, não só tendo informações sobre as agroindústrias, mas como, dos associados e da cooperativa. Portanto a atividade foi composta por explicações sobre o funcionamento e história do Pacto Fonte Nova e também visitações as agroindústrias e associados da cooperativa.

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Resultados

O Pacto Fonte Nova e seus principais programas de desenvolvimento já completam 16 anos de existência. Por esse motivo, alguns resultados são visíveis. Um dos principais é a redução da importância econômica da atividade do soja, que foi a primeira atividade na composição do valor adicionado da produção primária, para quarto e assim se manteve até 2010.

O aumento da produção, a diversificação de atividades e a agregação de valor de renda com o beneficiamento das matérias primas melhoraram as condições de vida das famílias no campo. O programa de desenvolvimento possibilitou as agroindústrias a inserção no mercado de produtos beneficiados, enfim agroindustrializados.

Tenório (2007), escreve que o desenvolvimento consiste num processo de transformação econômica, política e social. Pode-se dizer que o Pacto Fonte Nova proporcionou tal transformação, bem como implantou no local um espírito de comprometimento entre os atores do precosso, valorizando o que é produzido no muinicípio, criando consciência de que dessa forma ocorre retorno através de receitas públicas que serão reaplicadas em busca da melhoria da qualidade de vida da população.

No caso de Crissiumal, um processo que envolveu as mais diversas entidades do município, aonde que exigiu muita criatividade de seus indealizadores de seus idealizares e posteriormente gestores, pois essas pessoas capazes de vizualizar uma grande oportunidade existente no local, sendo que os elementos necessários encontram-se disponíveis no município faltava somente direcioná-los a favor do potencial exixtente.

O Pacto Fonte Nova é fruto da capacidade empreendedora dos seus idealizadores, bem como das pessoas que acreditaram nesse projeto e fizeram dele um modelo de desenvolvimento com referencias nacionais, através do potencial de recursos naturais que existia no local. Esse fenômeno é explicado por Brose (1999), sendo de fundamental importãncia macroregionais pois a inovação e a gestão são fundamentais para concretizar projetos.

Observamos que não basta alcançar resultados econômicos positivos, mais que isso p objetivo final deve ser aumentar o grau de acesso à renda, conhecimento, através de uma série de etapas que levaram ao surgimento de agroindústrias e estabelecimentos comerciais e insdustrias no município.

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Conclusões

Um profissional deve preocupar-se em instruir-se, em expandir seus conhecimentos, independente ao ramo de negócio que venha escolher ou que opera, sendo ele empregado ou empresário. Não devemos nos fundamentar apenas em uma área, num único negócio que nos tornará dependentes dele.

Analisando o trabalho observa-se que a Cooperativa, Cooper Fonte Nova é fruto da capacidade empreendedora dos seus idealizadores, assim como das pessoas que acreditaram no projeto e fizeram dele um modelo de desenvolvimento com referências nacionais, através do seu potencial de recursos que existiam no município.

No comportamento dos indicadores de desenvolvimento mostraram crescimento, mostrando assim que houve desenvolvimento econômico local devido a cooperativa. Referente às agroindústrias associadas a Cooper Fonte Nova, observa-se que tiveram influência direta em vários fatores de desenvolvimento do município, geradas a partir das ações que foram implantadas no projeto, não só aumentando a qualidade de vida dos agricultores envolvidos, mas bem como a de toda comunidade, com os retornos promovidos pela cooperativa e suas agroindústrias.

Pode-se concluir que ocorre desenvolvimento diverenciado no município durante o período de 2007 a 2010. O crescimento econômico ficou mais acentuado, sendo que os indicadores sociais apresentam um crescimento mais discreto, dessa forma torna-se necessário desenvolver ações com a finalidade de aumentar a renda per capita e o IDESE do município para que o desenvolvimento local possa ser comprovado efetivamente, pois os mesmos devem buscar a melhoria da qualidade de vida da população.

Referências

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 5 ed. São Paulo, Altlas, 2004.

DALLABRIDA, Valdir Roque, BUTTENBENDER, Pedro Luiz, Gestão Inovação e Desenvolvimento: oportunidades e desafios para o desenvolvimento da região Fronteira Noroeste. Santa Cruz, Edunisc, 2007.

TENÓRIO, Fernando G. Cidadania e desenvolvimento local. Rio de Janeiro, FGV, Ijuí, Editora Unijuí, 2007.

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BROSE, Markus. Agricultura Familiar, desenvolvimento local e políticas públicas. Santa Cruz do Sul, EDUNISC, 1999.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO...11

1.1 Delimitações do Tema e Formulação da Questão em Estudo...11

1.2 Objetivos...13 1.2.1Objetivo Geral...13 1.2.2 Objetivos específicos...13 1.3 Justificativa...14 2 REFERENCIAL TEÓRICO...16 2.1 Conceito de APL...16 2.2 Conceito de Desenvolvimento...18

2.2.1 Definição de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade...21

2.2.2 Definição de Desenvolvimento Regional e Local...23

2.2.3 Fatores para o desenvolvimento local...25

2.3 Conceito e História do Cooperativismo...26

2.3.1 Conceito e história das cooperativas agropecuárias...29

2.4 Sistemas agroindustriais...31

2.4.1 As Agroindústrias...34

3 METODOLOGIA...35

3.1 Classificação do Estudo...35

3.2 Coleta de Dados...36

3.3 Análise e Interpretação dos Dados...39

3.4 Limitações do Estudo...40

4 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...41

4.1 Caracterização do Município de Crissiumal/RS...41

4.2 Caracterização da Organização em Estudo (Cooper Fonte Nova)...44

4.3 Processo de gestão da Cooperativa...50

4.4 Principais Indicadores de Desenvolvimento Local...56

4.4.1 População...56

4.4.2 Análise do Valor Adicionado...58

4.4.3 ICMS Global...60

4.4.4 PIB...62

4.4.5 Renda per capita...64

4.5 Contribuições Econômicas da Cooperativa para os Associados na Manutenção do Projeto Agroindustrial...66

4.6 Fatores Impulsionadores para o desenvolvimento da Cooper Fonte Nova...79

4.7 Fatores Inibidores para o desenvolvimento da Cooper Fonte Nova...81

4.8 Proposições para qualificar as ações da Cooper Fonte Nova...83

CONCLUSÃO...87

BIBLIOGRAFIA...90

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INTRODUÇÃO

As organizações, assim como seus gestores nos dias atuais estão vivendo em ambientes de elevadas modificações, em que processos tecnológicos agem de forma cada vez mais veloz. Desta forma, são necessárias mudanças, novas informações e conhecimentos para que as organizações consigam estar atualizadas, e possam crescer e desenvolver.

Assim as pessoas que têm como fundamento de conduta de seu pensamento o valor da ciência, um instrumento capaz de melhorar a qualidade de vida do homem, e por esse motivo acreditam na administração como ciência capaz de elevar seu nível de sucesso das empresas ou organizações. Para sobrevivência de uma empresa, não se pode apenas realizado um bom trabalho, deve-se fazer a diferença. Se quiser ser bem sucedida, se busca a excelência nos trabalhos.

A realização do trabalho de conclusão de curso possui também o intuito de proporcionar conhecimento ao aluno, a fim de auxiliar para posterior colocação no mercado de trabalho, que atualmente está cada vez mais exigente e restrito a pessoas com boa formação e conhecedoras dos processos que envolvem uma boa administração.

O trabalho de conclusão de curso, está dividido em quarto capítulos. O primeiro aborda a contextualização de estudo, que engloba a delimitação do tema, os objetivos gerais e a justificativa. O segundo capítulo trata sobre o referencial teórico, onde são abordadas as temáticas: conceito de APL, conceitos de desenvolvimento, definição de desenvolvimento sustentável, definição de desenvolvimento regional e local, conceito e histórico de cooperativismo, conceito e histórico das cooperativas agropecuárias, sistemas agroindústrias e as agroindústrias. No terceiro capítulo esta à metodologia, esta parte do trabalho apresenta a classificação do estudo, a coleta de dados, sua análise e interpretação bem como pelas limitações do estudo. No quarto capítulo dedica-se caracterização do município de Crissiumal/RS, caracterização da organização em estudo, processo de gestão da cooperativa, principais indicadores de desenvolvimento local, população, análise do valor adicionado, ICMS global, PIB, renda per capita, identificação e as principais contribuições econômicas da cooperativa para os associados na manutenção do projeto agroindustrial e proposições para qualificar as ações da Cooper Fonte Nova.

Destaca-se no trabalho, fatores impulsionadores que auxiliaram no desenvolvimento das ações da cooperativa, mas também fatores inibidores. A exemplo dos fatores

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impulsionadores, a união das classes representativas da agricultura familiar, políticas públicas de comercialização, sistema cooperativo bem organizado, estrutura e apoio as agroindústrias, programas de capacitação são fatores que vem a auxiliar no desenvolvimento dos agricultores associados, assim da cooperativa. Mas também analisa aspectos inibidores como, falta de diversificação na produção, deficiências e limitações na produção agroindustrial, falta de novas praticas de produção, são alguns pontos a serem tratados como prioridades para melhoria das ações.

Para finalizar o trabalho de conclusão de curso, onde descreve o resultado diagnóstico realizado, permitindo que a organização analise e utilize-se destas informações, as referências bibliográficas e anexos.

Analisando o projeto pode-se concluir que o comportamento dos indicadores de desenvolvimento do município demostraram um crescimento, portanto houve desenvolvimento econômico de Crissiumal no período estudo.

Portanto, as agroindústrias associadas da Cooper Fonte Nova tiveram uma participação no desenvolvimento de Crissiumal. Pois se identificou a presença de vários fatores de desenvolvimento, gerados a partir da implantação do projeto, aumentando a qualidade de vida, não só de seus proprietários, mas para toda comunidade com os retornos que o programa gerou com suas atividades realizadas, principalmente voltadas ao meio rural, enfim para a agricultura familiar do município de Crissiumal.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capitulo será iniciado o trabalho de conclusão de curso, apresenta a entidade que será estudada, o tema que será abordado, a formulação do estudo, a definição do objetivo geral e objetivos específicos e a justificativa que norteia e da sentido a este trabalho de conclusão.

1.1 Delimitação do Tema e Formulação da Questão Em Estudo

A organização cooperativa esta chamando a atenção no cenário mundial. Isso é justificado pelos constantes mudanças na economia, a grande competitividade, existente e também divido a escassez de recursos. O Ambiente macroeconômico exige mudanças que busquem melhor eficiência e qualidade nos seus serviços, impactando também nos pequenos produtores rurais e consequentemente na economia local.

O modelo agrícola baseado na monocultura se tornou inviável com o passar dos tempos, não podendo mais ser utilizado em pequenas propriedades rurais, portanto observa-se a necessidade de buscar alternativas para conter o êxodo rural, mudando a matriz produtiva, assim buscando sustentabilidade local.

De acordo com Bresse (2003) apud Tenório (2007), diz respeito a um processo de transformação que pode ser econômico, político e social, o que consequentemente faz cresce o padrão de vida da população num processo social global. Ele se torna local quando ocorre em determinada região ou município, e sustentável quando acontece em harmonia com o meio ambiente a fim de proporcionar o bem-estar de futuras gerações.

O setor primário, o agronegócio é um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do pais, de acordo com o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (2008), o mesmo atualmente é a principal locomotiva da economia representando 26,46% do PIB brasileiro, englobando todas as atividades que possuem ligação cm o setor rural. Atualmente a atividade agroindustrial ocupa grande espaço no cenário do agronegócio brasileiro, sendo responsável segundo Batalha (2001), por um conjunto de atividades ligadas à transformação da matéria prima provinda da agricultura, pecuária, aquicultura ou silvicultura, é um processo que inicia no fomento de insumos agrícolas e vai até a chegada do produto ao consumidor final. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, as

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agroindústrias brasileiras cresceram 6,7% no ultimo ano devido ao aumento da produção agrícola e do consumo interno além do bom desempenho das exportações realizados pelo setor.

Assim o cooperativismo ganha destaque por se tratar na concepção de Ricciardi (2000), de uma forma de organização que realiza determinadas atividades com a cooperação de seus associados em busca de interesses comuns, transformando as tarefas num trabalho conjunto.

As cooperativas agropecuárias são o segmento com maior número de organização do país, conforme Zylbersztajn e Neves (2000), reúnem produtores rurais com o intuito de buscar mais participação no mercado de forma a agregar valor para sua produção.

Também foram analisados no relatório os fatores impulsionadores (aqueles que contribuem para o desenvolvimento como pontos fortes e oportunidades) como também os fatores limitadores do desenvolvimento (aqueles que se constituem em pontos fracos e ameaças).

Desta forma, podemos dizer que os municípios desempenham na atualidade um papel cada vez mais importante. Significa o ponto de partida da reflexão de várias propostas e alternativas, sendo que nesse espaço a população vive, trabalha e participa.

Nesse contexto, a questão de estudo é identificar os fatores que impulsionaram o desenvolvimento local por meio da Cooper Fonte Nova e os fatores inibidores do desenvolvimento, assim identificar as principais contribuições econômicas da cooperativa para os associados na manutenção do projeto agroindustrial e apresentar um conjunto de proposições para qualificar as ações da Cooper Fonte Nova.

O estudo desta entidade mostrara a importância de um projeto pensado no desenvolvimento local, observando o quando é necessário um arranjo produtivo local para a agricultura familiar do município. Crissiumal iniciou as ações para o desenvolvimento agroindustrial no ano de 1998, com o auxilio de entidades preocupadas com a falta de praticas produtivas locais, assim sendo se buscou uma alternativa no desenvolvimento agroindustrial com o Pacto Fonte Nova, e no decorrer do tempo se formou uma cooperativa para dar suporte na prestação de serviço às agroindústrias.

Através deste trabalho será feita a análise da importância, do impacto e da continuidade do mesmo para o a agricultura familiar no município. Assim a realização deste trabalho de conclusão de curso, tem o intuito de demonstrar a organização de uma

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comunidade com um modelo de desenvolvimento local, pensando para dar sustentabilidade aos agricultores familiares.

1.2 Objetivos

Objetivo é definido como “alvo ou desígnio que se pretende atingir” (AURELIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, novo dicionário Aurélio, 1986). Esta definição tem duas implicações importantes. A primeira é que, ao formular objetivos o autor do projeto está fixando padrões de sucesso pelos quais seu trabalho será avaliado. A seguna é que a formulação de objetivos leva o autor do projeto a perceber as etapas contidas em seu trabalho, isto é, os objetivos orientam a revisão da literatura e a metodologia do projeto. (ROESCH, 1999, p. 95).

1.2.1 Objetivo geral

Identificar os fatores que impulsionaram o desenvolvimento local por meio da Cooper Fonte Nova e os fatores inibidores do desenvolvimento.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Caracterizar a organização em estudo, a Cooperativa das Atividades Agroindústrias e Artesanais do Pacto Fonte Nova Ltda. (Cooper Fonte Nova)

b) Identificar as principais contribuições econômicas da cooperativa para os associados na manutenção do projeto agroindustrial.

c) Apresentar um conjunto de proposições para qualificar as ações da Cooper Fonte Nova.

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1.3 Justificativa

O trabalho mostra um projeto de desenvolvimento local endógeno, que tem as características da população regional, pensando com ações no desenvolvimento social e econômico do pequeno agricultor familiar de Crissiumal.

Assim é analisado a representatividade do projeto de desenvolvimento local, analisando o retorno do arranjo produtivo local aos agricultores familiares, também ao município na geração de renda. O trabalho possibilita observar uma pratica de gestão para a agricultura familiar, organizada por uma entidade que foi constituída para organizar seus associados pelo sistema cooperativo.

É oportunizado neste trabalho, uma visualização da importância de uma classe organizada para produção de alimentos, assim observando os consequentes retornos positivos aos pequenos agricultores e para o município. Se buscará informar e oportunizar aspectos teóricos para as técnicas praticas desenvolvidas no projeto de arranjo produtivo local neste trabalho.

As informações serão buscadas junto à cooperativa, junto aos associados e as entidades que participaram na criação da cooperativa, para servirem de base ao trabalho analisando, observando a influência das ações da Cooper Fonte Nova no desenvolvimento local para com os agricultores familiares. Será importante destacar o tema, devido a relevante história do decorrer do projeto, proporcionando a comparação da teoria com as técnicas de gerenciamento de uma cooperativa. E viável porque existe a possibilidade da realização.

O estudo oportuniza uma reflexão das ações práticas, possibilitando, abordar aspectos referente à forma de gestão de agronegócios enfatizando o desenvolvimento local do município e como essa maneira de gestão se comporta neste contexto, proporcionando a ampliação do conhecimento tanto pessoal como profissional do aluno.

Quanto a organização que disponibiliza para realização do trabalho, justifica-se pelo estudo pelas informações que irão ser prestadas. Estas servirão de base para as analises e possíveis mudanças, além de identificar as práticas administrativas utilizadas pela Cooper Fonte Nova no que se diz respeito a sua participação no desenvolvimento local sustentável de Crissiumal, o que oportuniza agregar conhecimento teórico e prático da cooperativa.

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Também visando a execução do trabalho, diz respeito ao grande desafio ao aluno, proporcionando uma oportunidade de analisar de maneira crítica as práticas adotadas por uma cooperativa, bem como suas consequências no desenvolvimento local, possibilitando assim confrontá-las com a aprendizagem propostas pelo trabalho, dessa maneira oportunizar o estabelecimento de relações entre o conhecimento teórico e as práticas organizacionais.

A importância deste programa se justifica, pelo desenvolvimento do município e da região e principalmente pelas possibilidades de estar identificando elementos que contribui e ou exibe este projeto de desenvolvimento local.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Conceito de APL

Arranjo produtivo local segundo Büttenbender (2010), são aglomerações de empresas e/ou empreendimentos, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantem vínculos de articulação, integração, cooperação e aprendizagem entre si com outros atores locais, tais como o governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

A criação de um projeto endógeno de um município, faz parte de um plano de desenvolvimento local, desta forma fez-se uma pesquisa bibliográfica para revisão da literatura, com fins de buscar embasamento em teorias e também em trabalhos realizados que se busca para referencias.

No que tange ao desenvolvimento de um arranjo produtivo local, sendo um conjunto de fatores econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas correlatas e que apresentam vínculos de produção, interação, cooperação e aprendizagem.

Durante os últimos anos, têm crescido na literatura econômica os estudos sobre a importância dos aspectos locais para o desenvolvimento econômico e a competitividade das empresas. Esses estudos dão especial atenção às aglomerações setoriais de empresas que, pela cooperação ou configuração econômica desenvolvida, criam diferenciais competitivos significativos para as firmas localizadas.

Na Teoria de Desenvolvimento Regional, surge a abordagem de Arranjos Produtivos Locais (APLs) como ferramenta básica de estudos e ações voltadas para promover aglomerações de empresas especializadas e concentradas geograficamente. Aglomerações geográficas e/ou setoriais tipicamente de micro e pequenas empresas têm se tornado objeto de políticas e estudos industriais nas últimas duas décadas, em vários países, inclusive Brasil. Essas aglomerações, dependendo de sua configuração, são chamadas por diversos autores de arranjos produtivos locais - APLs, sistemas locais de inovações, sistemas produtivos locais, clusters, entre outros.

Essas diversas denominações têm em comum a ênfase na importância dos aspectos locais para o desenvolvimento e a competitividade das empresas. A investigação sobre a delimitação geográfica das atividades produtivas e inovativas das firmas em diferentes formatos organizacionais (como redes, arranjos e sistemas produtivos e inovativos), envolvem

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um processo de interação e cooperação de diversos agentes, como firmas, universidades, institutos de pesquisas, bancos de investimentos, escolas e governos.

Essa analise fundamenta na identificação de elementos potenciais de um APL no município, fundamentada nos estudos realizados por forças vivas do município, tendo apoio de entidades, para construção de uma alternativa e apoio na formação de uma política para criação do Arranjo Produtivo Local do município de Crissiumal, especificamente o projeto Pacto Fonte Nova, secundariamente a criação da Cooper Fonte Nova.

Os arranjos produtivos locais inserem-se no contexto micro ao incorporar a perspectiva local da inovação e da interação entre os agentes ou atores envolvidos na criação, aprendizagem e difusão do conhecimento.

Arranjos produtivos locais relacionam um arranjo regionalmente localizado e empresas em diferentes âmbitos da cadeia produtiva com outros atores participantes do processo de aprendizagem inovativa: universidades, instituições de pesquisa, entidades de representação de interesses, prestadoras de serviços, governos locais, agências financiadoras, clientes, fornecedores e concorrentes (ROELANDT; HERTOG, 1999, p. 414).

Arranjo produtivos local, em um sentido mais amplo, incluem diversas atividades produtivas interagindo entre si em um processo de aprendizagem tecnológica onde ocorrem inovações em novos produtos novos processos. Esses arranjos com especificidade local enfatizam as relações econômicas e técnicas entre diversos atores, mas incorporam a questão espacial e institucional de modo que o objetivo principal seja a busca de soluções para os estrangulamentos existentes entre os atores.

Portanto, a definição de APLs desenvolvida pela Redesist, dentro da perspectiva evolucionista, é dada por Lastres et al. (2002). Esse conceito focaliza um conjunto específico de atividades econômicas que possibilita e privilegia a análise de interações, articuladamente a aquelas que levam à introdução de novos produtos e processos.

Arranjos produtivos locais são:

Aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto específico de atividades econômicas e que apresentam vínculos e interdependência. Geralmente, envolvem a participação e a interação de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação. Incluem, também, diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento. (LASTRES et al., 2002, p.13).

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Esse conceito de APLs traz consigo algo importante que o relacionamento entre as firmas e a cooperação ao longo do processo produtivo, que passam a ser vistos como elementos fundamentais de competitividade. Isto porque a interação local e a cooperação são requisitos primordiais para o aprendizado e a inovação, bem como para que as empresas e demais instituições participantes melhorem seu desempenho e reforcem o desenvolvimento local.

Conforme Redesist (1997), um APL pode ser composto pelos seguintes elementos: Dimensão territorial – constitui o espaço onde processos produtivos, inovativos e cooperativos têm lugar. A proximidade geográfica - levando ao compartilhamento de visões e valores econômicos, sociais e culturais - constitui fonte de dinamismo local, bem como de diversidade e de vantagens competitivas em relação a outras regiões.

2.2 Conceito de Desenvolvimento

De acordo com Ferreira (2001), desenvolvimento diz respeito ao ato ou efeito de desenvolver, ou seja, o processo de crescer, prosperar, fazer com que determinada coisa progrida, melhore, através de uma serie de etapas de levamos ao surgimento de algo, ou seja consiste num processo dinâmico de melhoria, ocasionando mudanças, evoluções, crescimento e avanço.

Sachs (2000), também explica que o desenvolvimento diz respeito ao crescimento, evolução e maturação, sendo que sempre tem um sentido de mudança favorável, partindo do simples para o complexo, do inferior para o superior, ou ainda do pior para o melhor, constituindo num processo que indica progresso, avanço em direção de uma meta desejável.

O desenvolvimento é um processo de transformação econômica, politica e social, atrás do qual o crescimento do padrão de vida da população tende a tornar-se automático e autônomo. Trata-se de um processo social global, em que as estruturas econômicas, politicas e sociais de um país sofrem continuas e profundas transformações. (BRESSE-PEREIRA, 2003 apud TENÓRIO, 2007, p.72)

Para Tenório (2007), o desenvolvimento consiste num processo de mudança cultural permitindo que o homem seja o agente transformador do mundo.

Segundo Veiga (2006), o desenvolvimento diz respeito a um processo de transformação da sociedade, onde a expansão da liberdade é vista como o principal meio de

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desenvolvimento, sendo que com a remoção da pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destituição social, negligencia dos serviços públicos e a intolerância dos estados o desenvolvimento se torna possível.

...o desenvolvimento só acontece quando os benefícios do crescimento à ampliação das capacidades humanas, entendidas como o conjunto das coisas que as pessoas podem ser, ou fazer na vida. E são quatro as mais elementares: ter uma vida longa e saudável, ser instruído, ter acesso aos recursos necessários a um nível de vida digno e ser capaz de participar da vida da comunidade. (VEIGA, 2006, p,85)

De acordo com Veiga (2006), desenvolvimento deve ser visto como uma mudança qualitativa que geralmente acontece de maneira cumulativa, bem como o mesmo não ocorre de forma linear, ele opera como uma rede de co-desenvolvimento que são interdependentes, sendo que o processo exige pessoas criativas, pois o mesmo tem a ver com a possibilidade das pessoas viverem o tipo de vida que escolheram com a provisão dos instrumentos e oportunidades para fazer suas escolhas.

No conhecimento de Sachs apud Veiga (2006), o desenvolvimento não pode ser confundido com o crescimento econômico, pois além de buscar crescimento econômico deve existir um projeto social incluído, que quando efetivado melhora as condições de vida da população, pois no crescimento a mudança é quantitativa, enquanto que no desenvolvimento a mudança é qualitativa, pois ele depende da forma como os recursos gerados pelo crescimento econômico são utilizados e leva as mudanças estruturais naquilo que as economias produzem.

O desenvolvimento deve resultar do crescimento econômico que deve estar acompanhado de melhoria na qualidade de vida, o que inclui alterações da composição do produto e a busca de recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social.

Dallabrida e Büttenbender (2007), escrevem que para efetivação do desenvolvimento é necessário observar alguns aspectos, ou seja, ele tem sua origem com a criatividade de articulação dos atores sociais, econômicos, políticos e institucionais da comunidade em questão, bem como a dimensão econômica do processo de desenvolvimento se torna necessária, sendo fundamental a passagem da condição necessária para a condição suficiente do desenvolvimento.

Existem vários indicadores que podem ser usados para medir o desenvolvimento, como por exemplo, os indicadores de população, valor adicionado, ICMS global, PIB, renda

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A população de acordo com a Wikipédia (2012), diz respeito a um conjunto de pessoas ou organismos de uma espécie que habitam determinada área, em um espaço de tempo definido. A população humana pode ser definida como sendo todos os habitantes de determinada área, considerando no seu conjunto. Existem dois tipos de população. A população relativa que é de número de habitantes por km², e a população asoluta que diz respeito ao número de habitantes de uma cidade, estado ou país.

Castoldi (2003), explica que os dados populacionais são oriundos do censos demográficos realizados periodicamente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), desde 1872, sendo que existem fatores que influenciam o crescimento ou decrescimento populacional, ou seja, a combinação de três fatores básicos que são a mortalidade, a natalidade e o saldo migratório é que define o crescimento ou a diminuição da população numa determinada região.

O valor adicionado descrito pela lei complementar 63 de 11 de janeiro de 1990, no seu artigo 3, segundo Lima (2007), é formado pela receita de venda deduzida dos custos dos recursos adquiridos de terceiros, ou seja, é quando uma entidade contribuiu para a formação do produto interno bruto (PIB) do país. É através do valor adicionado que o secretaria da fazendo estadual distribuiu os recursos do ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), isto é, de todo ICMS recolhido pelos cofres estaduais, 25% são distribuídos para os municípios. Os municípios com maior geração de valor adicionado mais recebem de ICMS, sendo que provém deste imposto a maior fatia das receitas das prefeituras.

O PIB (Produto Interno Bruto) no conhecimento de Castoldi (2003), consiste no valor monetário de bens e serviços finais produzidos por determinada economia num período de tempo, ou seja, é a soma da produção de todos os bens e serviços finais produzidos nem determinado tempo medidos de forma monetária. O PIB é um dos indicadores mais utilizadores na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região sendo que ele revela o valor de toda a riqueza no país.

A renda per capita segundo Castoldi (2003), diz respeito a um indicador de desenvolvimento que consiste na divisão da renda nacional (produto nacional bruto menos os gastos de depreciação do capital e os impostos indiretos) pela sua população, indicando a renda que os habitantes de um país podem dispor, em média, durante o período considerado, representando uma medida da pobreza relativa do país ou região. Esse calculo significa apenas que a renda total fosse repartida igualmente entre os habitantes, cada um poderia

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dispor desse valor para atender às suas necessidades, sendo que essa divisão igualitária não se verifica na realidade, escondendo varias disparidades na distribuição de renda.

2.2.1 Definição de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade

O desenvolvimento sustentável no conhecimento da Dallabrida (2000), pode ser definido como um crescimento econômico que deve acontecer em harmonia com o meio ambiente, preocupando-se com o bem estar das futuras gerações, sendo que deve levar em consideração as oportunidades sociais, bem como a viabilidade e a competitividade da economia local, a fim de buscar o crescimento da renda e das formas de riqueza, sem esquecer a conservação dos recursos naturais.

No inicio dos anos 80 as nações unidas criaram uma comissão que definiu o termo desenvolvimento sustentável como sendo o “desenvolvimento que permite satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades” (BATALHA, 2001, p.595)

Sachs (2004), escreve que existem cinco pilares que o desenvolvimento sustentável deve compreender, sendo eles, o social, o ambiental, o territorial, o econômico e o político. A sustentabilidade social é responsável por assegurar a qualidade de vida de toda a população eliminando as desigualdades sociais. A sustentabilidade ambiental procura efetivar a sustentação da vida, respeitando o meio ambiente. A sustentabilidade territorial prega que a sustentação da vida, respeitando o meio ambiente. A sustentabilidade territorial prega que a distribuição de recursos das populações e atividades deve acontecer de maneira igualitária. A sustentabilidade econômica implica que o crescimento econômico não deve acontecer num ritmo mais acelerado do que a capacidade que o meio ambiente tem de produzir os recursos num ritmo mais acelerado do que a capacidade que o meio tem de produzir os recursos naturais. E a sustentabilidade politica diz respeito a uma governança democrática, preocupada com o meio ambiente criando políticas que promovam sua preservação.

Dallabrida (2000), reforça a ideia de que para o desenvolvimento ser sustentável a economia deve se ajustar aos limites finitos do meio ambiente, no contrário surge a insustentabilidade, isto é, o desenvolvimento deve satisfazer as necessidades atuais sem prejudicar a capacidade das futuras gerações de satisfazer suas necessidades.

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Sustentabilidade é um processos participatório que cria e persegue uma visão de comunidade que respeite e faça uso prudente de todos os seus recursos – naturais, humanos, criados pelos humanos, sociais, culturais, científicos, etc. a sustentabilidade busca garantir, até onde possível que as gerações presentes atinjam um alto grau de segurança econômica, e possam realizar a democracia e a participação popular no controle de suas comunidades, enquanto mantem a integridade dos sistemas ecológicos dos quais toda vida e toda produção dependem, enquanto assumem a responsabilidade pelas gerações futuras para prover-lhes de meios para sua realização, esperando que elas tenham a prudência e a inteligência de usar o que lhes é provido de maneira apropriada. (VIEDERMANN, 1995 apud ROTIA, 1999, p.152)

Nesse contexto surge a ideia do desenvolvimento agrícola sustentado, que de acordo com Zylbersztajn e Neves (2000), diz respeito à utilização e conservação dos recursos naturais de forma que se torne possível para a satisfação das necessidades atuais e futuras resultantes da conservação do solo, da água e dos recursos animais e vegetais sem prejudicar o meio ambiente, ou seja, de maneira apropriada e viável.

Com a intensificação da produção agrícola a partir de novas tecnologias e novos insumos intensificados no pós-guerra, os recursos naturais passaram a ser utilizados indiscriminadamente, havendo pouca preocupação com sua conservação para as gerações futuras. (ZYLBERSZTAJN E NEVES, 2000, p.264)

Esse crescente desenvolvimento e a grande utilização dos recursos naturais preocupa todos, pois são necessárias medidas que venham frear esse intenso consumo de recursos. Dessa maneira algumas práticas de produção agrícola são consideradas adequadas ao desenvolvimento sustentável, como por exemplo, a conservação do solo e água, conservação da biodiversidade, utilização de praticas agronômicas saudáveis, reciclagem de matérias primas e educação ambiental.

Também existem alguns sistemas agrícolas que conforme Batalha (2001), possuem grande potencial de sustentabilidade como a agricultura biodinâmica, ecológica, natural, organiza e a permacultura.

2.2.2 Definição de Desenvolvimento Regional e Local

Em tempos de globalização pensar em desenvolvimento regional e local parece um tanto desatualizado, mas é a partir das atitudes locais que a globalização se torna possível, ou seja, os municípios ou região que tomam a iniciativa do próprio desenvolvimento, deixam de ser objetos passivos no processo de globalização, pois direcionam sua inserção de acordo com

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seus interesses. Promover e desenvolvimento local não significa deixar de dar valor aos processos mais amplos, mas usar as dimensões territoriais para os interesses da comunidade.

O desenvolvimento local, na concepção de Buarque (1999), consiste num processo endógeno que ocorre em pequenas unidades territoriais sendo capaz de gerar dinamismo econômico e melhoria na qualidade de vida a população. O processo de desenvolvimento local consiste numa transformação das bases econômicas locais bem como na organização social e local, fruto de uma mobilização das energias da sociedade, oriunda de suas capacidades e potencialidades específicas.

Para Brose (1999), o desenvolvimento local consiste num processo que mobiliza a população, os recursos e as potencialidades locais a fim de instituir mudanças que aumentam a oportunidades e condições de vida local, sendo o desenvolvimento no meio rural um dos principais elementos para que o desenvolvimento local ocorra.

...o conceito de desenvolvimento local pode ser entendido, segundo Amaral Filho, como um processo inteiro de ampliação continua da capacidade de agregação de valor sobre a produção, bem como da capacidade de absorção da região, cujo desdobramento é de retenção do excedente econômico gerando na economia local e/ou atração de excedentes provenientes de outras regiões, e consequentemente a ampliação do emprego, do produto e da renda. (AMARAL FILHO, 1999 apud TENÓRIO, 2007, p.87)

Para que o desenvolvimento local ocorra Tenório (2007), afirma que é de fundamental importância a participação da população, bem como torna-se necessário um novo modelo de administração municipal a fim de fortalecer os processos. O desenvolvimento local torna-se possível com o resultado de ações realizadas por agentes econômicos, sociais e culturais, que podem ser públicos e privados, desde que existentes na região, e estejam envolvidos no projeto, englobado políticas públicas, nova cultura voltada ao projeto e viabilização de um objetivo comum.

O desenvolvimento local surge do fortalecimento da cidadania, do sucesso econômico do empreendedorismo, produtos competitivos, do uso sustentável de recursos naturais, da pluralidade institucional, do poder de compra dos consumidores de preços adequados, da integração de iniciativas públicas, da ênfase na reciclagem, da disponibilidade de recursos financeiros, do Know How e tecnologia, de um mercado consumidor compatível e de diversos outros fatores. E principalmente, de decisões políticas das lideranças da comunidade e de atores sociais envolvidos. (BROSE, 1999, p.55)

O desenvolvimento local para ser efetivo, conforme Dallabrida (2000), necessita que exista um crescente processo de autonomia regional, capacidade para apropriar-se do excedente gerado no local com finalidade de revertê-lo para a região; um crescente

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movimento de inclusão social, mobilização em torno da proteção do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais e uma auto percepção coletiva de identificação da população com sua região.

Já para Brose (1999), é indispensável para possibilitar o desenvolvimento local que exista um potencial de recursos naturais, bem como de capacidade empreendedora das pessoas, além de acesso a informação, conhecimento e novas tecnologias, uma sociedade que aceite mudanças e um mercado que consuma novos produtos com seus devidos preços.

Conclui-se que o desenvolvimento local é fruto da colaboração e empenho de todos os setores da região bem como do apoio de sua população, e para promovê-lo torna-se necessário articular a dinamização do crescimento econômico, do capital humano, do capital social e o uso sustentável do capital natural.

Dallabrida e Büttenbender (2007), escrevem que o potencial de um território, ou uma região para o desenvolvimento não depende mais das condições físico naturais (clima solo, relevo, recursos) que ela possui, bem como a sua posição geográfica também não influencia a capacidade ou não para se desenvolver, mas outros fatores como a vontade, capacidade, habilidade, valores e organização humana estão se tornando os fatores chave para o processo de desenvolvimento local de uma região. E afirmam ainda que a região que pretende ser sujeito e não objeto do novo cenário global necessita conhecer suas forças e fraquezas, potencialidades, oportunidades e ameaças, pois a gestão, a inovação e o desenvolvimento são fundamentais para concretizar projetos e ações que visam à produção de maior liberdade e qualidade de vida para um território.

Então, sobre o desenvolvimento local não basta somente crescer economicamente, torna-se necessário aumentar o grau de acesso das pessoas à renda, ao conhecimento e a capacidade de participar nas decisões públicas, ou seja, o desenvolvimento local pode ser entendido como um processo de construção de oportunidades e de melhoria da condiçãode vida da população.

Segundo Buarque (1999), para ser um processo consistente e sustentável, o desenvolvimento local deve possuir o objetivo de aumentar as oportunidades sociais, bem como a viabilidade e competividade da economia local, a fim de aumentar a renda ao mesmo tempo em que assegura a conservação dos recursos naturais, caracterizando um processo de integração de diversos setores produtivos com aspectos sócio culturais, com vista de incentivar o empreendimento, através de apoio para os micros e pequenos empreendimentos,

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além de criar ambientes favoráveis para o surgimento de novos empreendimentos, a fim de gerar renda e riqueza para as localidades. Através do desenvolvimento local busca-se uma maior qualidade de vida das comunidades e participação delas nas definições do poder político, em busca de um ambiente saudável e socialmente justo, para as gerações atuais bem como para as futuras.

2.2.3 Fatores para o desenvolvimento local

Buarque (1999), afirma que experiências bem sucedidas de desenvolvimento local são oriundas de um ambiente político e social favorável, possível através da mobilização e da convergência dos atores sociais do local a fim de concretizar determinadas prioridades e orientações básicas de desenvolvimento, ou seja, é necessário que exista vontade conjunta da sociedade e da viabilidade política para as iniciativas e ações sejam capazes de organizar as energias e promover a transformação da realidade.

O desenvolvimento local de acordo com Caliman (2007), ocorre através da união dos fatores externos ao processo, mas principalmente por fatores internos ao mesmo tempo, ou seja, os fatores externos permitem a abertura para oportunidades, e os fatores internos são responsáveis por potencializar essas oportunidades. Isso ocorre através de elementos facilitadores, como o poder público local, instituições públicas e pela capacidade de organização da comunidade. Por isso a existência de oportunidades para o desenvolvimento, possíveis por fatores externos, é condição necessária, mas não suficiente para que o desenvolvimento local se torne efetivo em determinada região.

MILANI (2007), também menciona os elementos necessários para o desenvolvimento, os mesmos devem ser sociais, culturais e políticos, sendo que o crescimento econômico consiste numa variável essencial, mas não suficiente para o desenvolvimento local que é marcado pela cultura da região em que se situa.

“o desenvolvimento local pode ser considerado como o conjunto de atividades culturais, econômicas, políticas e sociais – vistas sob ótica intersetorial e transescalar – que participam de um projeto de transformação consciente da realidade local”. (MILANI, 2007, p.1)

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Dessa forma a facilidade das pessoas para organizar em busca de solução para os problemas comuns, a cooperação, a cultura, o grau de confiança entre as pessoas e instituições e a qualidade das organizações locais são aspectos fundamentais para a efetivação do processo de desenvolvimento local.

O desenvolvimento local se dá num processo que se revigora constantemente no tempo. É um processo cumulativo, pois contém um aprendizado crescente que permite uma melhoria contínua do capital social. Ele forma uma espécie de círculo virtuoso. O poder local tem um papel importante na construção das condições locais para o desenvolvimento, além de ser também reflexo e expressão da qualidade do capital social local. E por poder local deve-se entender como uma instância de governança participativa, democrática e multipolarizada. Não se concentra, por exemplo, na figura exclusiva do prefeito, no sentido de autoridade local, mas nas instituições e nas lideranças que convergem para busca do bem comum. (CALIMAN, 2007, p. 1)

Pode se concluir que o capital social de um região é responsável pela concretização do desenvolvimento local, dessa maneira gerar e acumular essa riqueza, é o caminho para o desenvolvimento.

2.3 Conceito e história do cooperativismo

Cooperativismo de acordo com Ricciardi (2000), significa realizar determinadas atividades com a cooperação de outras pessoas, em busca dos mesmos interesses e objetivos, ou, seja consiste numa maneira de organização onde todos os integrantes trabalham de forma conjugada para encontrar soluções de interesse comum, sendo uma atividade voluntária entre as pessoas. A palavra cooperação vem do verbo latino cooperari, ou seja, operar juntamente a alguém que significa trabalhar junto a fim de alcançar o objetivo de corrigir o social pelo econômico, através de associações, ou sociedades cooperativas.

O cooperativismo teve seu inicio no século XIX, devido às transformações que marcaram o século, bem como em função do surgimento de novas ideias e filosofias. A revolução industrial foi o terreno fértil do seu surgimento.

Zylbersztajn e Neves (2000), escrevem que o cooperativismo teve origem em Rochdale, Inglaterra, em 1844, durante a revolução industrial, quando um grupo de tecelões criou uma organização caracterizada como cooperativa baseada nos princípios da igualdade, solidariedade, democracia e fraternidade, com o objetivo de encontrar formas para melhorar sua precária situação econômica pelo auxílio mútuo. Posteriormente a ideia expandiu pelo

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mundo chegando ao Brasil através das organizações de quilombos e reduções jesuítas, sendo que só encontrou clima favorável pela disseminação após a liberação dos escravos em 1888, bem como com a vinda dos imigrantes europeus que traziam em sua cultura o conteúdo doutrinário associativista. No final do século XIX surgem as primeiras cooperativas urbanas no país, no setor de consumo dos centros urbanos, sendo a Associação Cooperativa dos Empregados da Cia. Telefônica de Limeira, Estado de São Paulo, a primeira delas.

Já no meio rural o cooperativismo tem inicio em 1892, com a organização das primeiras caixas rurais do tipo Raiffeisen pelo padre Theodoro Amstadt, em Antonio Prado no rio Grande do Sul. A partir de 1932 ocorreu o surgimento de um número maior de cooperativas no país, em função do decreto nº 22.239/32, bem como de campanhas divulgadas pelo governo federal, que foram elaboradas por órgãos de assistência ao cooperativismo.

Os fundamentos doutrinários do cooperativismo no conhecimento de Ricciardi (2000), se alicerçam no humanismo, que possui a função de desenvolver o homem como pessoa, na liberdade, pois as pessoas são livres e podem tomar suas próprias decisões, na igualdade, sendo que não existe distinção entre pessoas, na solidariedade que é a alma da cooperação, e na racionalidade, que visa compreender a realidade e cooperar para a obtenção de melhores resultados.

No conhecimento de Batalha (2001), a cooperativa possui o objetivo de prestar serviços em beneficio de seus associados sem buscar o lucro, com o intuito de oferecer condições para que cada associado possa estabelecer-se eficientemente no mercado. Esse tipo de organização caracteriza-se como sociedades de pessoas onde cada associado tem direito a um voto, promocional ao seu capital, bem como distribuição das sobras ocorre de acordo com o trabalho de cada um e não de acordo com a integralização do capital “é evidenciado que o objetivo de uma cooperativa é a prestação de serviços a seus associados, ou seja, o trabalho, e não o lucro, como em uma firma de capital”. (BATALHA, 2001, p.636)

Ainda segundo Batalha (2001), em uma cooperativa, o associado é dono, cliente e em determinados ramos, o fornecedor, tomando a administração como empresa, muito mais complexa, pois como dono o associado deve participar das decisões, bem como acompanhar de perto a administração de seu negócio. Já como cliente, o mesmo possui o objetivo de melhorar o desempenho de sua atividade particular através da cooperativa.

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De acordo com Bialoskorki (2002), quando ocorre um aumento de 10% na proporção de produtores associados em cooperativas, a um aumento médio de 2,5% da renda média regional, confirma-se à hipótese de que a cooperativa é importante para a geração de renda, ou seja, as cooperativas consistem em organizações que desempenham importante função pública no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, bem como à geração e distribuição de renda e criação de empregos, pois pode distribuir seus resultados econômicos de maneira proporcional a participação de seus cooperados, contribuindo para a efetiva distribuição de renda entre seus associados.

No cooperativismo encontra-se aspectos para o desenvolvimento, pois existem duas dimensões, isto é a dimensão social, que esta relacionada às pessoas e a dimensão econômica relacionada à empresa.

A forma de organização de uma cooperativa sendo Zylbersztajn e Neves (2000), ocorre de acordo com um organograma básico, onde a assembleia geral é o órgão máximo na tomada de decisões, seguida de um conselho fiscal e de um conselho de administração, em seguida encontra-se gerência, os colaboradores e os associados. A assembleia geral é o órgão mais importante da cooperativa, tendo poderes para decidir os negócios relativos ao objetivo da sociedade e tomar as decisões necessárias para o seu desenvolvimento. As discussões vinculam todos os associados, mesmo que ausentes ou discordantes.

Ao conselho fiscal compete exercer a fiscalização sobre as operações, atividades e serviços da cooperativa, através de livros, contas e documentos. Esse conselho é composto por três membros efetivos e 3 suplentes, todos associados, eleitos anualmente pela assembléia geral.

O conselho de administração é composto exclusivamente de associados, possuem um mandato numa superior a quatro anos, sendo obrigatória a renovação de no mínimo um terço de seus componentes. Ele é constituído por um presidente, um vice presidente e um secretário e demais membros, de acordo com os estatutos da cooperativa, compete a ele a elaboração dos planos de trabalho e os serviços da cooperativa, além de fixa as taxas de serviços a serem pagas pelos associados, estabelece normas administrativas e financeiras para o funcionamento da cooperativa, contrata o gerente e o contador, delibera sobre a admissão, demissão, eliminação e exclusão de associados, e zela pelo comprimento da legislação cooperativista, trabalhista e fiscal.

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Já a gerência e colaboradores são empregados contratados para a execução dos serviços, bem como para o atendimento aos associados, fornecedores e outros clientes da cooperativa. A equipe de colaboradores é muito importante, sendo que deve ser composta por pessoas capacitadas em administração de cooperativas, que entendam e estejam comprometidas com os princípios do cooperativismo.

O cooperativismo possui princípios que constituem a doutrina da cooperativa. De acordo com a lei federal nº 5764, de 16 dezembro de 1971, os princípios são de adesão voluntaria e livre, gestão democrática pelos membros, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação, formação e informação, intercooperação e o interesse pela comunidade.

De acordo com os dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (2007), as cooperativas representam 6% do PIB, apresentando um faturamento de R$ 72,2 bilhões e R$ 3,3 bilhões realizados em exportações no ano de 2007. Existem 7.672 cooperativas no país atualmente, 7.687,568 associados e 250.961 pessoas empregadas nesse setor.

2.3.1 Conceito e história das cooperativas agropecuárias

As cooperativas agropecuárias para Zylbersztajn e Neves (2000), reúnem produtores rurais, com o intuito da compra em comum de insumos, da venda em comum da produção, da prestação de assistência técnica, armazenagem da produção e industrialização. Este é o segmento com maior número de cooperativas no país. Essas cooperativas geralmente cuidam de toda a cadeia produtiva, desde o preparo da terra até a industrialização e comercialização dos produtos.

As primeiras cooperativas agropecuárias surgiram a partir de 1907, em Minas Gerais. De acordo com o Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), João Pinheiro era governador do estado e criou um projeto cooperativista que visava excluir os intermediários da produção agrícola, através do incentivo da produção de café criou uma organização especifica para o produto, concedendo isenções fiscais bem como estímulos matérias. Após esse período as cooperativas agropecuárias foram surgindo no sul do Brasil, principalmente nas comunidades de origem alemã e italiana.

...quando diversas unidades econômicas geralmente da mesma natureza chegam a conclusão que certa atividade se torna por demais custosa para cada uma delas

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isoladamente, elas se congregam, formando uma comunidade dotada de organização administrativa especial, e transferem a esta organização determinadas tarefas de modo agregado. (BATALHA, 2001, p.629)

De acordo com Zylbersztajn e Neves (2000), o cooperativismo torna-se uma maneira importante de organização na área rural, pois possibilita uma maior participação no mercado, agregando valor a produção, sendo que vários produtores se juntam em busca do mesmo objetivo. As cooperativas agropecuárias se dividem de acordo com os tipos dos produtos com os quais trabalham.

A organização dos pequenos grupos de agricultores em forma de associação, de cooperativa, de condomínio, ou de sociedade empresarial, favorece a uma otimização da estrutura disponível nas propriedades e a racionalização dos recursos investidos na implantação da unidade industrial. A cooperação constitui, neste casam, um importante instrumento para a viabilização da agroindústria de pequeno porte, pois a otimização dos investimentos com a utilização total e adequação da estrutura produtiva pode representar uma diminuição do custo de produção. (PREZOTTO, 2005, p.36)

Dessa maneira conforme Batalha (2001), a principal função da cooperativa é servir como intermediária entre a economia e seus associados e o mercado, procurando promover a inserção do produtor nesse mercado.

Segundo Zylbersztajn e Neves (2000), devido o produtor ser ao mesmo tempo proprietário e cliente da cooperativa, podem surgir problemas de desempenho em sua gestão, isso pelo fato de não existir o devido preparo e experiência para uma eficiente administração do empreendimento. O grande desafio das cooperativas é encontrar o equilíbrio entre o interesse econômico, social e politico dos seus associados. O interesse econômico diz respeito ao crescimento mutuo do patrimônio liquido do associado e da cooperativa, o social são os serviços que o associado recebem da cooperativa, e o politico, que leva às disputas internas pelo poder, bem como a representatividade da cooperativa. Administrar esses interesses ° uma tarefa complexa, sendo que muitas cooperativas estão perdendo espaço para seus concorrentes por não conseguirem equilibra-los satisfatoriamente.

Conforme Del Grande (2008), o país possui mais de 1,5 mil cooperativas agropecuárias, sendo que o PIB do setor ficou em R$ 569,9 bilhões em 2007, segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Del Grande (2008) também menciona que 35% do PIB agrícola da 2006, da ordem de R$ 540 bilhões, foram movimentos pelas cooperativas agropecuárias, sendo que as mesmas amparam o pequeno produtor agricultor nos momentos de dificuldade, pois nos momentos de crise ela utiliza seus capital de giro e protege

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o associado. No Brasil, há mais de um século, a cooperativa é a principal forma de organização do homem do campo, pois forma uma força conjunta. Em 2006 as cooperativas agropecuárias exportaram US$ 2,8 bilhões e em 2007 ocorreu um crescimento de 22,8% no valor da exportação pelas cooperativas, segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

De acordo com os dados da Organização das Cooperativas do Brasil (2007), as cooperativas agropecuárias representam 20% na distribuição das cooperativas por ramo de negócio, ficando atrás somente das cooperativas de produção. Existem atualmente 1.544 cooperativas agropecuárias no país, 879.649 associados e 139.608 empregados nesse setor. O beneficio por valor diferencial gerado no ano de 2007 foi de R$ 28.33 bilhões, sendo que se não houvesse a cooperativa o produtor pagaria mais por assistência técnica e serviços especializados, teria uma produtividade menor, custo mais alto dos insumos e serviços, receberia um preço menor pelos produtos, além de ter gastos com hedge e operações financeiras também pagaria margem de lucro para empresas transnacionais.

As cooperativas agropecuárias estão utilizando a organização, posicionamento e tomadas de decisão da agricultura nacional, pois colaboram com a obtenção de vantagens competitivas no mercado mundial de produtos agropecuários e agroindústrias, sendo que o ramo agropecuário é um dos mais fortes do cooperativismo atualmente.

2.4 Sistemas agroindustriais

O sistema agroindustrial pode ser definido como um conjunto de atividades básicas que são necessárias para a produção de produtos agroindustriais. Nestas atividades, segundo Batalha (2001), estão incluídos alguns agentes que interagem e operam dentro de uma cadeia produtiva, esse processo inicia na produção de insumos e vai até a chegada do produto final ao consumidor, ou seja, o sistema compreende os segmentos que estão antes, dentro e depois da porteira da fazendo, formando um conjunto de agentes e operações envolvidos na produção, processamento, distribuição e comercialização de um produto agroindustrial bem como de seus derivados.

Dessa forma pode-se entender que o sistema agroindustrial diz respeito as atividades agropecuárias não apenas na etapa de produção, mas também no que diz respeito ao

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fornecimento de insumos, máquinas e implementos, bem como quanto a transformação agroindustrial e a comercialização.

Segundo Zylbersztajn e Neves (2000), escrevem que esta rede de relações pode ser vista de forma linear, mas sim como uma rede em que cada agente se relaciona com um ou mais agentes e a partir do desenvolvimento e aperfeiçoamento destas relações, poderá tornar a arquitetura do sistema mais ou menos forte.

...podem ser analisados como estruturas verticais de produção e distribuição focalizadas em um determinado produto, abrangendo todas as transformações associadas desde a produção primaria na propriedade agrícola, atravessando diferentes transformações do produto e chegando ao consumidor final. (Zylbersztajn e Neves, 2000, p.325)

Considerando que as atividades de armazenagem, processamento e distribuição apresentam-se muito complexas para serem conduzidas totalmente pelo pequeno produtor rural, o conceito de sistemas agroindústrias, de acordo com Zylbersztajn e Neves (2000), tem como base os estudos desenvolvidos por Davis e Goldberg (1957 apud Zylbersztajn e Neves 2000) realizados na década de 60, a partir deles nasce uma concepção de que existem relações de dependência entre as industrias de insumos, produção e agropecuária, a indústria de alimentos e o sistema de distribuição. Esses elementos já não podem mais ser analisados separadamente, pois formam um conjunto, fazendo com que o sistema seja tratado a partir de uma visão sistêmica.

O sistema agroindustrial refere-se simultaneamente a agricultura e a indústria. Batalha (2001), definiu que o sistema é composto por seis agentes formadores, sendo eles a agricultura, pecuária e pesca, indústria agroalimentares, distribuição agrícola e alimentar, comercio internacional, consumidor e industrias e serviços de apoio. Esses seis componentes integram e possibilitam o funcionamento do sistema agroindustrial.

As ações dos agentes que formam um sistema agroindustrial, no conhecimento de Zylbersztajn e Neves (2000), podem ser definidas como operações verticalmente organizadas que são percorridas pelo produto desde a sua produção, elaboração industrial e distribuição. Dessa maneira cada operação ao longo da cadeia é executada por um agente especializado que entra em contato com um ou mais agentes, a fim de produzir um produto. No conceito de um sistema agroindustrial, também estão envolvidos outros elementos além dos que fazem parte da sequencia vertical que da mesma forma integram no processo, concretizando a visão sistêmica atribuída ao sistema.

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