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Gestão ambiental em uma indústria de móveis sob medida

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GRACIELA KUNZLER

GESTÃO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DE MÓVEIS SOB

MEDIDA

IJUÍ (RS)

2017

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GRACIELA KUNZLER

GESTÃO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DE MÓVEIS SOB

MEDIDA

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul UNIJUÍ, como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Maria Margarete Baccin Brizolla, Dra.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me permitir viver com saúde e por me conceder tudo o que tenho em minha vida, principalmente nessa etapa de minha vida onde realizarei um grande sonho.

Agradeço os meus pais pelo esforço que tiveram nesses anos para que eu pudesse estudar, muitas vezes deixando de lado os próprios sonhos para que eu pudesse realizar o meu, além da compreensão e apoio que me deram durante estes anos.

Aos meus irmãos que sempre me apoiaram na busca de conhecimento para um futuro melhor, especialmente meu irmão Aureliano (in memoriam), que sempre me incentivou a estudar.

Ao meu namorado que sempre me apoiou em todos os momentos, me esperando até tarde ao voltar da aula, ouviu minhas angústias e medos e me incentivou a continuar na busca pelo meu sonho.

Por fim, agradeço a minha orientadora Maria Margarete pelo apoio e orientações na realização desse trabalho e pelos conhecimentos passados a mim em minha formação.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Produção por linha de produto no Brasil ... 28

Quadro 2 – Produção por linha de produto no Rio Grande do Sul ... 29

Quadro 3 – Adaptação do SGA à empresa ... 38

Quadro 4 – Consumo papel oficio x consumo papel oficio reciclado. ... 40

Quadro 5 – Resíduos gerados na produção ... 44

Quadro 6 – Quantidade de resíduos gerados no mês ... 44

Quadro 7 – Consumo Lâmpadas Fluorescentes x Lâmpadas de LED ... 45

Quadro 8 – Consumo de água descarga simples x descarga de acionamento duplo ... 46

Quadro-9 – Comparativo de custos e despesas antes e após a implantação do SGA nos processos produtivos ... 47

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 –Processo de produção ... 30

Figura 2 –Setor de Engenharia e Projetos ... 31

Figura 3 –Máquina seccionadora ... 31

Figura 4 –Etiqueta de Identificação ... 32

Figura 5 –Prateleira móvel ... 32

Figura 6 –Máquina de furação ... 33

Figura 7 –Máquina de colagem de fita de bordo ... 34

Figura 8–-Setor de pré-montagem ... 34

Figura 9– Produto pré-montado ... 34

Figura 10--Sobras geradas no corte ... 41

Figura 11--Sobras prontas para o carregamento ... 42

Figura 12--Tubulação acopladas as máquinas ... 42

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

ISO International Organization for Standardization SGA Sistema de Gestão Ambiental.

MDF Medium Density Fiberboard

IEMI Instituto de Estudos e Marketing Industrial PVC Policloreto de vinila

PDCA Plan-Do-Check-Act LED Light Emitting Diode

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No contexto atual, a perspectiva ambiental tem ganho amplo espaço em discussões devido à preocupação com a escassez de recursos naturais e os impactos causados ao meio ambiente. Com isso as muitas empresas buscam melhorar seu desempenho ambiental através da gestão ambiental aliada a contabilidade ambiental. Através das informações geradas pela contabilidade ambiental as empresas conseguem melhorar seu processo decisório e consequentemente seu desempenho ambiental buscando alternativas que não causem ou diminuam os impactos ambientais. Neste sentido o objetivo deste trabalho é verificar como a gestão ambiental pode contribuir para o melhoramento dos resultados econômicos e ambiental em uma indústria de moveis sob medida do noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A metodologia usada foi uma pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva e estudo de caso. Na coleta de dados foram utilizadas técnicas de observação sistemática, análise documental e entrevistas não estruturadas, para então os dados serem interpretados, analisados e descritos com o objetivo de responder a problematização proposta no estudo. Com o estudo foi possível verificar que um sistema de gestão ambiental baseado na norma ISO 14001, pode melhorar o desempenho ambiental e financeiro da empresa, visto que proporciona uma visão mais ampla sobre os impactos gerados pela empresa e permite diminui-los através de ações de melhoria nos processos, bem como permite que a empresa gere receitas ambientais com a comercialização dos resíduos oriundos do processo produtivo.

PALAVRAS CHAVE: Meio ambiente. Contabilidade Ambiental. Gestão ambiental. Impactos. ISO 14001

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...9

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 10

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 11 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 11 1.4 OBJETIVOS ... 13 1.4.1 Objetivo geral ... 13 1.4.2 Objetivos específicos ... 13 1.5 JUSTIFICATIVA ... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15 2.1 CONTABILIDADE ... 15 2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL ... 16 2.2.1 Ativos Ambientais ... 17 2.2.2 Passivos Ambientais ... 17 2.2.3 Custos Ambientais ... 18 2.2.4 Receitas Ambientais ... 18 2.2.5 Despesas Ambientais ... 19 2.3 GESTÃO AMBIENTAL ... 19 2.4 ISO 14001 ... 20 2.5 ESTUDOS ANTERIORES ... 22 3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 24 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 24

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza ... 24

3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos ... 24

3.1.3 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ... 25

3.1.4 Pesquisa quanto à abordagem ... 25

3.2 COLETA DE DADOS ... 26

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 27

4 ANÁLISE DE RESULTADOS ... 28

4.1 PROCESSO DE PRODUÇÃO ... 30

4.2 ETAPAS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO NO NBR ISO 14001 . 35 4.3 PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ... 37

CONCLUSÃO ... 50

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1 INTRODUÇÃO

Um dos assuntos mais discutidos e visualizados na mídia atual são os impactos ambientais, muitos destes causados pelo alto crescimento industrial. Várias ações já estão sendo aplicadas para diminuir os impactos causados, tanto por cidadãos, quanto organizações, visto que a preocupação é com um bem de todos.

Nesse contexto, cada atitude em prol do meio ambiente é significativa. Mudança de hábitos e costumes tornam-se indispensáveis para que futuramente todos possam desfrutar de um ambiente no mínimo saudável. Nesse intuito, as organizações em geral tem buscado alternativas para melhorar seu desempenho socioambiental, como é o caso da implementação da contabilidade ambiental.

A contabilidade ambiental pode ser definida como o registro e evidenciação dos fatos da entidade em relação ao meio ambiente, se caracteriza em uma ramificação da contabilidade, com fins específicos na área ambiental (CARVALHO, 2012). Tem por objetivo trazer informações regulares sobre os eventos ambientais que modificam a situação patrimonial aos usuários internos e externos, auxiliando na tomada de decisões (RODRIGUES; SANTOS; MELLO, 2009).

Com esta proposta surge a gestão ambiental que é um conjunto de políticas e práticas administrativas e operacionais que visam a eliminação e minimização dos impactos causados ao meio ambiente, através de atividades nos processos produtivos, voltadas para o planejamento, operação e realocação de empreendimentos (RODRIGUES; CASTRO NETO, 2005).

Para melhor visualização, planejamento e acompanhamento destas práticas é sugerido a implementação de um sistema de gestão ambiental que segundo Schenini, Lemos e Silva (2005), é um meio gerencial que visa obtenção de controle e acompanhamento organizacional, tem por objetivo garantir que as organizações sejam ecologicamente corretas.

Com esta perspectiva este trabalho tem como objetivo propor a implementação da gestão ambiental na organização, visando a diminuição e eliminação de impactos ambientais através de uma proposição de um sistema de gestão ambiental baseado na norma Iso 14001.

No capítulo um, apresenta-se a definição do tema em estudo, a caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos (geral e específico) e a justificativa. No capítulo dois, está a revisão literária a respeito do tema do objeto de estudo, visando dar

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suporte as aplicações práticas, sendo apresentado um estreitamento entre o tema proposto e ferramentas gerenciais aplicadas a gestão ambiental em uma indústria de móveis sob medida.

Na sequência, no capítulo três, verifica-se os procedimentos metodológicos que nortearam a realização desse estudo, a partir da classificação da pesquisa e dos instrumentos utilizados para a coleta e análise de dados. No capitulo quatro foi apresentado a análise dos resultados com a intenção de responder a questão investigada, seguida da conclusão do estudo. Por último, não menos importante, estão as referências consultadas ao longo do estudo.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A preocupação com o meio ambiente vem tendo importante relevância no cenário atual, devido à escassez de recursos naturais causada pelo uso desenfreado desses recursos em períodos passados, intensificado pelo aumento progressivo da produção. No intuito de diminuir os riscos de escassez e melhorar a qualidade desses recursos a sociedade em geral tem pensado e realizado ações que possam fazer uso consciente dos recursos naturais, bem como melhor alocação de resíduos produzidos na atividade industrial a fim de diminuir os danos causados ao ambiente (SCHLOTEFELDT, 2016).

É imprescindível conciliar os sistemas econômico e ecológico, pois os dois interagem. Não há como escolher entre desenvolvimento econômico ou meio ambiente saudável. É de fundamental importância a convivência harmoniosa entre os mesmos, visto que são vitais para a sobrevivência humana (RIBEIRO, 2010).

Nesse intuito a Contabilidade Ambiental tem alcançado importante espaço no setor econômico, por ser um segmento das Ciências Contábeis que tem por objetivo evidenciar informações de natureza ambiental, proporcionando uma interação entre entidade e meio ambiente. Segundo Rodrigues, Santos e Mello (2009), a Contabilidade Ambiental é um sistema capaz de mensurar e registrar informações sobre os recursos naturais e também identificar custos, despesas com prevenção e reparos de acidentes, bem como vantagens e ganhos decorrentes das medidas.

Para Carlinski (2014), a contabilidade ambiental tem por objetivo trazer informações aos usuários internos e externos sobre os eventos ambientais que causam alterações no patrimônio da entidade, bem como sua mensuração e evidenciação. Por isso a contabilidade ambiental torna-se fundamental na gestão da entidade, visto que através de informações mais

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seguras os sócios conseguem ter uma visão mais ampla da situação ambiental e consequentemente melhor facilidade e agilidade na tomada de decisões.

Com essa finalidade a gestão ambiental tem trazido modernização e competitividade para as empresas, que através de medidas ambientais adotadas conseguem melhor desempenho e visão da empresa perante a sociedade (CAMPOS; MELO, 2008).

Conforme Vaz e Lima (2010), a gestão ambiental abrange atividades de planejamento, responsabilidades, procedimentos e recursos, que visam implementar, desenvolver e manter a política ambiental na entidade. Neste sentido, o tema de estudo é a proposição de um Sistema Gestão Ambiental em uma indústria de móveis sob medida, na busca de evidenciar informações ambientais, que podem melhorar o resultado da organização no futuro, bem como melhorar a percepção do mercado acerca dessa organização.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A empresa em estudo, é uma indústria de móveis sob medida, situada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Foi fundada em 30 de julho de 2002, por apenas um sócio que retira pró labore mensalmente. A empresa possui um capital social de R$ 7.000,00 (sete mil reais). A empresa tem como atividade principal a fabricação de móveis sob medida e como atividade secundária comércio varejista de móveis.

O regime de tributação usado pela entidade, é o Simples Nacional, visto que o faturamento médio mensal é de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Em seu quadro de colaboradores, constam vinte e um funcionários que se dividem em: três auxiliares de escritório, um engenheiro, um gerente e dezesseis na produção.

A empresa utiliza recursos naturais em seu processo produtivo. Para tanto tem-se a preocupação com o uso consciente dos recursos naturais, bem como redução de danos causados ao ambiente.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A contabilidade é uma ciência social, que tem por objetivo estudar o patrimônio da entidade, de forma a trazer informações uteis aos usuários internos e externos (BASSO, 2011). A contabilidade possui várias ramificações e uma delas é a contabilidade ambiental, que tem ganho grande relevância nos últimos anos devido à preocupação das empresas com o meio ambiente (LORENZETT; ROSSATO, 2010). Levando em conta essa preocupação, as

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empresas tem buscado através da gestão ambiental, soluções sustentáveis para melhor gerir os recursos naturais, para que os mesmos não se tornem escassos e tragam consequências irreversíveis para todos, além de trazer resultados positivos para entidade tanto econômicos como ambientais.

Conforme Gonçalves e Heliodoro (2005), a Contabilidade Ambiental engloba os benefícios e prejuízos que o desenvolvimento de um projeto pode trazer ao meio ambiente. É um conjunto de ações voltadas ao desenvolvimento do produto levando em consideração a preservação do meio ambiente. A importância da contabilidade ambiental é evidente com a necessidade de mensurar e registrar os impactos com a gestão ambiental efetuada pelas organizações.

A implantação de um sistema de gestão ambiental que pode trazer importantes melhorias para os resultados organizacionais quando a partir da reutilização de materiais ou vendas de sub produtos, pode reduzir custos da empresa, melhorando utilização dos recursos naturais, diminuindo o impacto ambiental, aumentando as receitas e gerando bons resultados para a empresa (RIBEIRO, 2010).

Segundo Barbieri (2011), a gestão ambiental são atividades administrativas e operacionais que visam o planejamento, controle e melhor alocação de recursos, com o objetivo de alcançar benefícios em prol do meio ambiente, tanto na redução de danos causados quanto evitando que eles surjam. Nesse sentido busca-se propor melhorias econômicas e socioambientais para a entidade, através da implementação da contabilidade ambiental. Dessa forma o estudo busca saber: Como a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental, de acordo com a norma ISO 14001, pode melhorar os indicadores de impactos ambiental em uma entidade do setor moveleiro do noroeste do Estado do Rio Grande do Sul?

Essa perspectiva ambiental ainda não possui tantas publicações como em outras áreas da contabilidade, pois é um tema atual de grande relevância, que tem ganho espaço tanto na contabilidade quanto na gestão das empresas. Com o intuito de disseminação do tema cita-se alguns estudos já realizados:

Schenini, Lemos e Silva (2005), realizaram um estudo voltado para o ramo hoteleiro com proposta de adoção de um sistema de gestão ambiental para o segmento, visando ações e procedimentos de gerenciamento em conformidade com a norma Iso 14001. Os resultados mostraram que para a inserção de um SGA é preciso uma reorganização da empresa, bem como comprometimento de todos entes da organização.

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Lorenzett e Rossato (2010), realizaram uma pesquisa com base no reconhecimento contábil dos gastos decorrentes da adaptação à legislação ambiental nos postos de combustíveis. Neste estudo conclui-se que a forma mais adequada de evidenciação e contabilização dos gastos seria inserir as contas ambientais no corpo das demonstrações já existentes, para melhor comparação de valores, gerando dessa forma um caráter gerencial a contabilidade empresarial.

Neste estudo a temática é diferente, visto que se trata de uma indústria de móveis sob medida. O estudo tem como proposta identificar ações nos processos produtivos que possam reduzir os impactos ao meio ambiente, bem como estudo da melhor destinação de resíduos decorrentes deste processo, a fim de trazer benefícios econômicos e ambientais para organização.

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos se dividem em geral e específicos. Segundo Beuren (2004, p. 65), o objetivo geral é uma ação ampla do problema, e os objetivos específicos devem descrever ações pormenorizadas, para alcançar o objetivo geral estabelecido.

1.4.1 Objetivo geral

Verificar como a gestão ambiental pode contribuir para o melhoramento dos resultados econômicos e ambiental dessa organização.

1.4.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

 Verificar a possibilidade de implantar uma política ambiental;  Sugerir uma proposta para implantar o sistema de gestão ambiental;

 Demonstrar o resultado após a implantação do sistema de gestão ambiental.

1.5 JUSTIFICATIVA

A gestão ambiental é uma ferramenta que traz inúmeros benefícios as empresas que a implementam em sua administração, pois além de trazer resultados positivos tanto

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econômicos quanto socioambientais, melhora a visão da entidade perante ao mercado e sociedade.

A questão ambiental tem ganho importante espaço no cotidiano das pessoas, que buscam por produtos e serviços que não agridam tanto o meio ambiente, para que seus recursos tenham qualidade e não sejam escassos as futuras gerações. Empresas que adotam a preservação do meio ambiente em sua gestão ganham um ponto a mais perante ao concorrente e consequentemente conquistam mais clientes.

A contabilidade ambiental pode ser considerada uma importante ferramenta para evidenciação do papel do meio ambiente na economia (LORENZETT; ROSSATO; GODOY, 2011). Campos e Melo (2008), destacam que a imagem institucional da empresa que utiliza medidas de gestão ambiental é alterada e se constitui cada vez mais como prioridade nas futuras etapas de gestão empresarial e investimentos.

Para a acadêmica do curso de Ciências Contábeis, autora do estudo, este tema é de suma importância, pois é um tema da atualidade que trata da preocupação de todos com o meio ambiente, por ser um uma área ainda pouco estudada torna-se um desafio de pesquisa e estudo, mas que com certeza foi de grande valia para qualificação profissional e pessoal.

Para a empresa em estudo, o tema é importante porque traz novos paradigmas de gestão que auxiliarão os sócios nas tomadas de decisão, bem como melhores resultados econômicos e socioambientais, promovendo a imagem da empresa na sua região por meio de captação de novos clientes, parcerias com fornecedores e fidelização dos mesmos.

Para a Universidade, Curso de Ciências Contábeis e alunos, o estudo promove a atualização dos temas, ofertando aos interessados mais fontes de pesquisa em torno do assunto, para que no decorrer dos anos tenha-se mais estudos em torno dessa temática, tonando-se uma área de forte pesquisa e atuação.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão abordados tópicos teóricos sobre contabilidade, contabilidade ambiental, gestão ambiental, modelo de gestão ambiental proposto e estudos anteriores. Essa revisão bibliográfica tem a finalidade de ampliar conceitos a respeito do tema investigado para facilitar a realização do estudo.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência que tem por objeto de estudo o Patrimônio de uma entidade, que é composto por bens, direitos e obrigações. O Patrimônio pode ser avaliado por dois aspectos: qualitativo, que refere-se a natureza e composição de cada conta; quantitativo que concebe valores monetários aos elementos do patrimônio (BASSO; BRIZOLLA; FILIPIN, 2017). A contabilidade atualmente pode ser considerada um sistema de informações com o objetivo de auxiliar os gestores no processo decisório, observando aspectos internos e externos pertinentes a entidade (SOUZA; RIBEIRO, 2004). Marion (2003), complementa que o objetivo principal da contabilidade é permitir aos usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, além de propiciar informações seguras para projetar tendências futuras.

A contabilidade é uma ferramenta gerencial de fundamental importância para a administração da empresa, pois através dos dados oriundos das transações ocorridas no patrimônio da entidade, a contabilidade como sistema de informações transforma-se em um grande banco de dados que garante informações uteis para o processo decisório e de controladoria (OLIVEIRA; MÜLLER; NAKAMURA, 2017). Para ser fonte útil de informação para o processo de tomada de decisão, a contabilidade deve possuir características fundamentais à administração assim como: ser útil, oportuna, clara, íntegra, relevante, flexível e completa (OLIVEIRA; MÜLLER; NAKAMURA, 2017).

As informações contábeis destinam-se principalmente ao grupo de acionistas, investidores e credores da organização, esses dados são provenientes das demonstrações contábeis e dados complementares. Para além disso existem outros usuários que tem interesse nas informações da empresa como: funcionários, clientes, fornecedores, governo e sociedade em geral (CALIXTO; BARBOSA; LIMA, 2007).

Segundo Ribeiro (2010), a contabilidade possui quatro dimensões: jurídica, econômica, organizacional e social. O aspecto jurídico refere-se a distinção entre os interesses

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dos proprietários e empresa; já a dimensão econômica analisa o aspecto patrimonial da entidade; a dimensão organizacional busca examinar a atuação dos gestores no controle de recursos; e por fim a dimensão social que diz respeito aos benefícios sociais da entidade.

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL

A preocupação com o meio ambiente não é um assunto recente, nos anos 70 já haviam sido discutidas propostas de limites para o crescimento econômico, visto que existia uma oposição entre meio ambiente e crescimento econômico. Também nesta época surgiram os conceitos de desenvolvimento sustentável, para então se pensar nas gerações futuras (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Carvalho (2012), afirma que nos últimos anos a questão ambiental ganhou relativo espaço através de debates, tanto por estudiosos quanto alunos em escolas, professores e população em geral. A multidisciplinaridade tem contribuído para desenvolvimento desta ciência. Por anos a área contábil era mera espectadora, agora instiga debates na área, em relação as entidades e o meio ambiente.

Conforme Ribeiro (2010), é necessário conciliar os sistemas econômico e ambiental, pois os dois interagem, além de serem essenciais a sobrevivência humana. Nesse sentido a contabilidade tem papel importante como instrumento de comunicação entre a empresa e comunidade, visto que as informações que demonstram o nível de conscientização da entidade são produzidas pela Contabilidade (PAIVA, 2003).

A Contabilidade Ambiental pode ser definida como o instrumento capaz de evidenciar e registrar os fatos relacionados ao meio ambiente na entidade (CARVALHO, 2012). Ribeiro (2010), complementa que não se trata de uma nova ciência, mas um segmento da contabilidade tradicional com objetivos adaptados a contabilidade ambiental.

Com este intuito a contabilidade tem por objetivo identificar, mensurar, e esclarecer eventos que estejam ligados a proteção, preservação e recuperação ambiental, que ocorreram em determinado período no patrimônio da entidade (RIBEIRO, 2010). A evidenciação desses fatos tem ocorrido de forma mais efetiva em alguns setores da atividade econômica, como por exemplo aquelas que possuem alta poluição, ou que usem recursos naturais como matéria prima de seus produtos (CARVALHO, 2012).

As informações geradas pela contabilidade ambiental vão desde os investimentos realizados, despesas, obrigações contraídas, até medidas qualitativas e quantitativas

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empreendidas para a recuperação e preservação do meio ambiente (SOUZA; RIBEIRO, 2004).

Assim como na contabilidade tradicional, na contabilidade ambiental também as contas são elementos fundamentais no registro e evidenciação dos fatos contábeis, por isso existem contas especificas para evidenciar fatos contábeis ambientais tais como: Ativo Ambiental, Passivo Ambiental, Custos e Despesas Ambientais, Perdas e Receitas Ambientais, entre outras (CARVALHO, 2012).

2.2.1 Ativos Ambientais

Segundo Ribeiro (2010), os ativos devem conter as seguintes características essenciais: existência de benefícios futuros ou serviços potenciais; valor para um indivíduo ou entidade específica; existir força legal para reivindicar; os benefícios econômicos devem ser resultado de exercícios passados. Basso, Brizolla e Filipin (2017), complementam que no ativo estão representados os valores positivos da entidade, ou seja, bens e direitos.

Conforme Tinoco e Kraemer (2004), ativos ambientais são bens adquiridos pela entidade com o objetivo de controlar, recuperar e preservar o meio ambiente. Ribeiro complementa que ativos ambientais são bens e direitos da entidade que tenham capacidade para gerar benefícios econômicos visando a preservação ambiental. Os ativos ambientais podem ser considerados os instrumentos utilizados no processo de eliminação ou redução de impactos ambientais (GONÇALVES; HELIODORO, 2005).

Os ativos ambientais também são classificados em sub grupos, assim como a contabilidade tradicional que podem ser assim discriminados: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. No Ativo Circulante encontram-se os estoques que são os produtos relacionados com a preservação e recuperação ambiental; Já no Ativo Não Circulante estão as contas que Investimentos Ambientais, Imobilizado e Intangível que retratam gastos, investimentos e bens adquiridos com o propósito de proteger, preservar e recuperar o meio ambiente (CARVALHO 2012).

2.2.2 Passivos Ambientais

Conforme Basso, Brizolla e Filipin (2017), no passivo estão representadas as obrigações da entidade, valores negativos do patrimônio que representam a origem dos capitais de terceiros que são sempre discriminados no lado direito do balanço patrimonial.

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O passivo ambiental está ligado aos dispêndios usados na recuperação dos danos causados ao meio ambiente, mas também pode aparecer na forma de medidas de prevenção e proteção (LORENZETT; ROSSATO; GODOY, 2011). Tinoco e Kraemer (2005) dizem que os passivos podem decorrer de qualquer evento que reflita a interação da empresa com o ambiente, como por exemplo aquisição de ativos para contenção de impactos ambientais, despesas e gastos para recuperação e tratamento de áreas contaminadas, pagamento de multas, entre outros.

No passivo ambiental encontram-se as contas de provisões ambientais, degradação ambiental, obrigações fiscais ambientais a pagar, indenizações ambientais a pagar, entre outras. Nestes grupos estão discriminados obrigações que decorrem de atividades da empresa que causam impactos negativos ao ambiente, impostos verdes, multas e indenizações devidas a terceiros ou ao governo (CARVALHO, 2012).

2.2.3 Custos Ambientais

Os custos ambientais compreendem os gastos com a preservação e recuperação ambiental, visto que os mesmos estão relacionados a atividade produtiva da entidade e por tanto, devem ser alocados aos bens e serviços produzidos pela mesma (CARVALHO,2012). Ribeiro 1998, complementa que os custos ambientais contemplam todos os custos utilizados nas atividades de controle, preservação e recuperação ambiental.

Segundo Tinoco e Kraemer (2004), os custos ambientais classificam-se em internos, externos, diretos e indiretos. Os custos internos estão relacionados com a linha de frente da entidade, são custos de prevenção ou manutenção e são fáceis de serem identificados; já os custos externos são resultado da existência da empresa, são difíceis de medir monetariamente e geralmente estão fora dos limites da entidade. Os custos diretos são apropriados a um ou mais produtos; já os custos indiretos não tem vínculo direto com o processo e a gestão ambiental, associam-se aos centros de custos.

2.2.4 Receitas Ambientais

Receitas ambientais são os recursos auferidos com a venda de produtos ou materiais reciclados, que podem ser vendidos tanto como matéria prima para outras atividades ou ser reutilizadas pela própria empresa em seu processo produtivo (CARVALHO, 2012).

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Conforme Tinoco e Kraemer (2004), as receitas ambientais podem ser de vários tipos: diminuição de despesas; melhor gestão de resíduos; redução de indenizações; reduções de custos operacionais; aumento de vendas pela melhoria da imagem pública; recebimentos efetivos, entre outros.

2.2.5 Despesas Ambientais

As despesas ambientais são todos os gastos envolvidos com o gerenciamento ambiental incorridos no período (RIBEIRO, 2010). São consideradas despesas ambientais: gastos com políticas internas de preservação ambiental, salários e encargos do pessoal contratado para área, gastos relacionado a treinamentos na área ambiental, aquisição de equipamentos para proteção ambiental, depreciação do material permanente usado na área ambiental, despesa com recuperação ambiental, dano ambiental, despesa com auditoria ambiental, entre outras (CARVALHO, 2012).

Conforme Tinoco e Kraemer (2004), as despesas ambientais dividem-se em: despesas operacionais e não operacionais. As despesas operacionais são evidenciadas na demonstração de resultado do exercício; já as não operacionais referem-se a despesas ocorridas fora da atividade principal da empresa.

2.3 GESTÃO AMBIENTAL

Segundo Carlinski (2014), a gestão ambiental é um processo onde as entidades definem ou redefinem seus objetivos em relação ao meio ambiente e sua proteção. Pode ser entendida como um sistema que inclui atividades de planejamento para implementar e desenvolver e analisar a política ambiental, visando a eliminação ou diminuição de danos causados ao ambiente (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Butter (2003), complementa que a gestão ambiental é o comprometimento da empresa com o meio ambienta, enfatizada através de planos e atividades realizadas a fim de melhoria contínua em seu desempenho. Nesse sentido faz-se necessário o comprometimento de todos os setores da entidade para que a gestão ambiental na entidade seja exitosa (CARLISNKI, 2014).

A introdução a gestão ambiental na entidade requer decisões nos níveis mais elevados da administração, ou seja um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode

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trazer benefícios as entidades que adotam nas relações com consumidores, comunidade em geral, clientes, entre outros (CORAZZA, 2003).

Para Tinoco e Kraemer (2004), um sistema de gestão ambiental é um instrumento que possibilita a entidade controlar o impacto de suas atividades no ambiente. Um sistema de gestão ambiental pode ser entendido como um conjunto de ações que tem o objetivo de que os produtos e atividades da entidade sejam ecologicamente corretos (SCHENINI; LEMOS; SILVA, 2005).

A implementação de um sistema de gestão ambiental é importante, visto que empresas que já tem implementado tem ganho relativa valorização (BUTTER, 2003). Além disso, a organização que faz uso de um sistema de gestão ambiental pode auferir resultados econômicos positivos, com a adoção de atividades ambientais.

As informações geradas pelo sistema de gestão ambiental são de valiosa importância para a gerência, pois fornece informação física do fluxo de materiais e também dados dos custos necessários para avaliar o desempenho das atividades (KRAEMER, 2005).

Nesse sentido muitas empresas tem buscado implementar um sistema de gestão ambiental em sua organização, visto que no mundo globalizado que vive-se é fundamental a melhoria do desempenho ambiental. Com esse intuito muitas entidades tem buscado a certificação de um Sistema de Gestão Ambiental pela ISO 14000, que traz benefícios, como competitividade a todos os perfis de empresa, tanto de grande ou pequeno porte (VAZ et al, 2010).

Conforme a NBR ISO 14001 (2015), um sistema de gestão ambiental necessita comprometimento de todos os níveis e funções da organização para obter sucesso. Para tanto é necessário alinhamento de estratégias que integrem a gestão ambiental aos processos dos negócios da organização.

2.4 ISO 14001

A ISO é uma organização fundada para desenvolver padrões de industrialização, de comércio e de comunicação, visando facilitar o comércio e aumentar a confiabilidade e eficácia dos produtos e serviços (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Conforme Tinoco e Kraemer (2004), a ISO 14000, é um conjunto de normas onde estão abrangidas cinco áreas: sistemas de gestão ambiental; auditorias ambientais; rótulos ecológicos; avaliação de desempenho ambiental; e avaliação do ciclo de vida.

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A ISO 14001, visa especificar os requisitos de um sistema de gestão ambiental para as empresas que desejem implementar um sistema de gestão ambiental, bem como demonstrar a conformidade da sua política ambiental, buscar a certificação do seu sistema de gestão em organização externa e emitir uma declaração de conformidade com a norma (NBR ISO 14001, 2015).

A implantação de um sistema de gestão ambiental traz benefícios como redução de custos, melhora a imagem da organização perante clientes, fornecedores e sociedade na qual está inserida, melhora a qualidade de vida dentro e fora da organização. Para o sucesso de um sistema de gestão ambiental é preciso seguir os princípios expostos pela ISO 14001 (SCHENINI; LEMOS; SILVA, 2005).

As empresas que adotam uma abordagem estratégica, em conformidade com a ISO 14001 conseguem auxílios como: aumento do envolvimento da liderança e comprometimento de funcionários, melhorar a reputação da empresa, alcançar objetivos estratégicos de negócio, vantagem competitiva, entre outras.

Conforme a NBR ISO 14001 (2015), A implementação de um SGA se dá em etapas: comprometimento e definição da política ambiental que a empresa adotará; planejamento; implementação e operação; monitoramento e ações corretivas; e revisões periódicas.

Neste estudo será proposto um modelo de gestão ambiental baseado na norma ISO 14001, tendo como objetivo a diminuição ou eliminação de danos causados ao ambiente, causados pelas atividades operacionais da empresa.

Como já foi dito, o sistema de gestão ambiental proposto pela ISO 14001 é realizado em etapas. A primeira etapa é onde ocorre a definição da política adotada na organização, visto que a política é a força motor para implementação e ela deve refletir o comprometimento da direção em relação ao cumprimento das legislações (NBR ISO 14001, 2015).

Na segunda fase do processo de implementação do sistema contempla-se o planejamento, onde são analisados os aspectos ambientais; os requisitos legais e outros requisitos; traçados os objetivos e metas a serem alcançados com a implementação do SGA (NBR ISO 14001, 2015).

Na operação são designadas as responsabilidades aos setores da organização bem como a alta administração, é importante que sejam realizados treinamentos e especializações principalmente para aqueles colaborados que desempenham atividades de gestão ambiental, criação de mecanismos para documentar e registrar as informações para que as informações tenham nível de detalhamento suficientes para descrever o funcionamento do sistema de gestão ambiental (NBR ISO 14001, (2015).

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A quarta fase é definida como avaliação, nesta etapa são identificadas as falhas, as causas, ações corretivas, bem como implementação ou correção dos controles para que as falhas não se repitam, além do registro de tais mudanças nos controles. Ainda nesta etapa a empresa deve propor respostas a situações de emergência (NBR ISO 14001, 2015).

Na fase final para manutenção da continuidade, adequação e eficácia do sistema de gestão ambiental é recomendado que administração da entidade analise e reavalie o SGA em busca de ações corretivas e melhoria contínua abrangendo todos os componentes do sistema (NBR ISO 14001, 2015).

2.5 ESTUDOS ANTERIORES

Com o intuito de dar significado e relevância ao estudo é de suma importância a abordagem de outros trabalhos científicos já realizados na área ambiental, que serão apresentados a seguir.

Cagnin (2000), realizou um trabalho visando destacar os fatores relevantes na implementação de um sistema de gestão ambiental com base na norma ISO 14001. Em seu estudo conclui que para cada tipo de empresa há indicadores mais apropriados mas que sintetizem três fatores comuns como: fatores tecnológicos a ganhos econômicos, fatores tecnológicos a ganhos sócio ambientais e características qualitativas o estágio organizacional das atividades meio.

Butter (2003), realizou um estudo com intuito de desenvolver um modelo de gerenciamento compartilhado dos resíduos sólidos industriais no sistema de gestão ambiental da empresa. Com este trabalho conclui que o gerenciamento eficiente dos resíduos industriais é parte principal do sistema de gestão ambiental, este trabalho de gerenciamento seria realizado por empresa especializada, utilizando-se de uma logística reversa, onde a empresa não precisaria disponibilizar tempo e pessoal para o trabalho, focalizando em sua atividade principal.

Rohrich e Cunha (2004), propuseram uma taxonomia para análise da gestão ambiental no Brasil, onde verificaram que as organizações que tem como diferencial a análise dos possíveis impactos ambientais causados pelas suas atividades e a divulgação da suas práticas a sociedade, as empresas consideradas proativas, que consequentemente obtém melhores resultados sócio ambientais em relação as outras.

Piacente (2005), realizou um estudo relacionado a agroindústria canavieira e o sistema de gestão ambiental. Com seu estudo poder concluir que faz-se necessário um modelo

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de gestão que alie políticas públicas eficientes e instrumentos econômicos que possibilitem mudanças significativas no setor agroindustrial.

Ribeiro, Rossato e Trindade (2009), realizaram um estudo voltado para o reconhecimento contábil e evidenciação de eventos ambientais segundo a NPA 11 e a NBC T 15. Concluíram que o estudo é de suma importância visto que ficou evidenciada a falta de conhecimento por parte dos gestores a importância do reconhecimento das interações com o meio ambiente, decorrente das atividades operacionais da organização

Vaz et al (2010), realizaram uma pesquisa visando uma reflexão sobre o desenvolvimento da pesquisa cientifica relacionada ao tema de sistema de gestão ambiental nas instituições de ensino superior. Concluíram que as instituições de ensino superior ainda são pouco exploradas e restritas ao seu gerenciamento ambiental, mas mostram sua preocupação com o desenvolvimento sustentável.

Aires (2014), em seu trabalho de conclusão do curso propôs o gerenciamento de impactos ambientais em uma empresa do ramo metal mecânico, com o objetivo de verificar como a avaliação de sustentabilidade proposto pelo método de GAIA, pode contribuir para o desenvolvimento e a competitividade da empresa.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Conforme Vergara (2010), método é uma forma de pensamento. Já para Marconi e Lakatos (2010), método é um conjunto de atividades sistemáticas que dão maior segurança para alcançar o objetivo. Para tanto entende-se que a metodologia do estudo visa compreender as formas da pesquisa, demonstrando os caminhos e procedimento a serem seguidos para obtenção de melhores resultados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa científica pode ser classificada quanto a sua natureza, quantos aos objetivos, quantos aos procedimentos técnicos e quanto a abordagem. Nesse sentido a pesquisa encontra-se abaixo classificada.

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza

Quanto a natureza a pesquisa é aplicada, pois tem como objetivo investigar e comprovar hipóteses (RUIZ, 2013). Para Vianna (2001), a pesquisa aplicada compreende a resolução de problemas da realidade, através dos resultados obtidos. Esse tipo de pesquisa traz conhecimentos uteis para solução de problemas sociais (BOAVENTURA, 2004).

Para tanto, aplicação da gestão ambiental na empresa proposta, em forma de pesquisa aplicada, busca novos conhecimentos para solucionar problemas e tornar os processos produtivos mais eficazes tanto no aspecto econômico, quanto no socioambiental.

3.1.2 Pesquisa quanto aos objetivos

Quanto aos seus objetivos, a pesquisa é classificada como descritiva, pois tem como objetivo principal a descrição de características de determinado fenômeno (GIL, 1999). A pesquisa descritiva fornece embasamento para explicação de fenômenos, estabelecendo correlações entre variáveis e definindo sua natureza (VERGARA, 2010).

Marion, Dias e Traldi, (2002) complementam que a pesquisa descritiva visa a correlação dos fatos ou fenômenos, descrevendo suas características, sem manipulá-los. Desta forma, o presente estudo utilizará a descrição das características da organização,

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compreendendo, analisando e correlacionando dados reais da empresa com a contabilidade ambiental de forma clara e concisa, afim de alcançar os objetivos propostos.

3.1.3 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos

Quantos aos procedimentos técnicos adotados neste estudo pode-se destacar as seguintes classificações: a pesquisa é bibliográfica, documental e um estudo de caso. Para Marconi e Lakatos (2010), a pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia pública em relação ao estudo, com a finalidade de promover contato direto do pesquisador com o assunto, oferecendo meios para definir e explorar novas áreas. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica é permitir ao investigador ampla cobertura de fenômenos do que aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 2010).

O estudo é caracterizado como documental, uma vez que foram coletados os dados para posterior análise e interpretação a partir dos documentos disponibilizados pela empresa. Tal classificação consiste na coleta de dados onde a fonte está restrita a documentos escritos, ou não, sendo denominada fonte primária (MARCONI; LAKATOS, 2010).

A pesquisa é caracterizada como estudo de caso, considerando que tem o foco voltado para um fenômeno contemporâneo, para descrever a totalidade do contexto, correlações, privilegiando o processo em detrimento dos resultados, com o objetivo de captar a evolução do fenômeno (MARION; DIAS; TRALDI, 2002). Santos e Filho (2011), complementam que essa pesquisa tem como base observar os fatos tal como ocorrem, permitindo a análise e conclusão, segundo objetivos estabelecidos.

Neste sentido, o estudo foi realizado com base em uma pesquisa bibliográfica em livros, editoriais e artigos já publicados sobre o tema, uma pesquisa documental, pois foram analisados documentos elaborados e disponibilizados pela empresa e um estudo de caso, pois o trabalho foi realizado com base em uma empresa do ramo moveleiro, com o intuito de aprofundar os conhecimentos e promover soluções em relação aos fenômenos ambientais que ocorrem na entidade.

3.1.4 Pesquisa quanto à abordagem

Nesse estudo foi utilizada a pesquisa qualitativa, que é definida como a tentativa de uma compreensão detalhada das características situacionais (RICHARDSON, 1999).

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Boaventura (2004), complementa que a investigação qualitativa é uma fonte direta de dados no ambiente natural, onde o pesquisador é o instrumento principal.

Vianna (2001), diz que a pesquisa qualitativa busca identificar múltiplos aspectos para a compreensão da realidade estudada, analisando cada situação a partir de dados descritivos. A abordagem qualitativa é bastante usada em pesquisas da área contábil, visto que é uma ciência social, apesar de lidar imensamente com números (BEUREN et al, 2004).

A pesquisa qualitativa nesse estudo explica-se por ter como fonte de coleta de dados, a organização escolhida para o trabalho, onde os dados coletados serão analisados, interpretados e explicitados.

3.2 COLETA DE DADOS

Para Silva (2003), na coleta de dados são definidas as técnicas a serem utilizadas, tanto na pesquisa documental, quanto no estudo de caso. A coleta de dados é o levantamento em várias fontes (OLIVEIRA et al, 2003).

No presente trabalho a coleta de dados se dá por meio de entrevistas despadronizadas, efetuada junto ao proprietário, a análise de documentos contábeis e financeiros, visitas a organização para observação e análise do processo de produção onde houver aplicabilidade de ações ambientais. Esse processo foi feito através de anotações e fotografias.

Dentre as técnicas, destacam-se a que foi utilizada: a observação sistemática, análise documental e entrevistas não estruturadas. A observação sistemática é planejada e estruturada, em condições controladas, o pesquisador sabe o que procura (OLIVEIRA et al, 2003). Marconi e Lakatos (2010), complementam que na observação sistemática, o observador deve eliminar sua influência sobre o que vê, ser objetivo e reconhecer possíveis erros. Para execução desta técnica podem ser usadas várias ferramentas como: quadros, anotações, dispositivos eletrônicos, entre outros (BEUREN et al, 2004).

Segundo Vianna (2001), a pesquisa documental consiste na análise de documentos, selecionados em função dos objetivos a alcançar com o estudo, oriundos de diversas fontes. Beuren et al (2004), complementa que este tipo de pesquisa trabalha com informações que não tiveram tratamento analítico. A pesquisa documental é semelhante a pesquisa bibliográfica, a principal diferença está na natureza das fontes, enquanto a pesquisa bibliográfica baseia-se em materiais já publicados com fins específicos, a pesquisa documental vale-se da sorte de documentos elaborados com finalidades diversas (GIL, 2010).

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Conforme Silva (2003), entrevista não estruturada consiste em uma conversação informal, com perguntas abertas, que dão ao informante maior liberdade. Nesse tipo de entrevista, o entrevistador pode explorar de modo amplo uma determinada questão (MARCONI; LAKATOS, 2010)

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para Oliveira et al (2003), a análise é a evidenciação de relações entre os fenômenos estudados e outros fatores. Já a interpretação busca dar significado as respostas, vinculando-se a outros conhecimentos.

Neste estudo dados coletados serão analisados e interpretados da seguinte forma: a) aprofundamento no conhecimento teórico; b) interpretação dos documentos e da estrutura organizacional da entidade, propondo a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental com base na norma ISO 14001; e c) utilização de planilhas do Excel para melhor evidenciação dos impactos econômicos e financeiros gerados pela adoção de ações sugeridas pelo SGA.

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4 ANÁLISE DE RESULTADOS

O Setor Moveleiro do Estado do Rio Grande do Sul tem valorosa representatividade na produção do país, possuindo 2.750 empresas moveleiras que equivalem 13,3% das empresas do Brasil. Representando esse segmento a três décadas a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (MOVERGS, 2017), atua na defesa dos interesses da cadeia produtiva de madeira e moveis da região.

A MOVERGS (2017), auxilia no suporte as empresas moveleiras, para que a partir da criação de ferramentas e estratégias de atuação possam ampliar seu potencial competitivo e conquistar melhores resultados.

Como fonte adicional de informações o ramo moveleiro conta com o Instituto de Estudos e Marketing Industrial – IEMI (2015), o qual realiza estudos com dados numéricos e comportamentais relativos aos seus mercados, bem como para ajudar a sustentar o planejamento de suas ações. O quadro a seguir demonstra a produção de moveis por linha de produto no Brasil.

Quadro 1 – Produção por linha de produto no Brasil

Produção por linha de produto – Brasil (em 1.000 peças)

Linha de produto 2010 2011 2012 2013 2014 Móveis para escritórios 57.786 73.859 81.273 83.191 83.491 Móveis para dormitórios 139.438 149.347 158.270 164.762 158.095 Móveis para salas de estar 19.429 21.320 22.861 23.865 24.111 Móveis estofados 45.545 45.659 48.895 50.915 51.442 Móveis para salas de jantar 42.047 45.278 48.973 50.271 50.173 Móveis para cozinhas 47.050 50.618 55.395 56.874 58.109 Outros Móveis 62.492 44.951 44.895 46.351 46.325 TOTAL 413.787 431.032 460.562 476.229 471.746 Fonte: IEMI (2015)

Conforme pesquisa do IEMI (2015), a produção de móveis no Brasil vinha aumentando gradativamente no decorrer dos anos, porem no ano de 2014 apresentou leve queda assim como em outros setores econômicos devido a estagnação econômica do país. Apesar dos aspectos econômicos o ramo moveleiro tem destaque na produção nacional visto que no de 2014 foram produzidos aproximadamente 472 milhões de produtos acabados.

As linhas de produtos que tiveram maior representatividade foram “móveis para dormitórios” em primeiro lugar representando 33,51%, seguido de “móveis para escritórios” representando 17,69% e em terceiro lugar a linha de “móveis para cozinhas” representando 12,31% da produção nacional.

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Quadro 2 - Produção por linha de produto no Rio Grande do Sul

Produção por linha de produto no Rio Grande do Sul (em 1.000 peças)

Linha de produto 2010 2011 2012 2013 2014 Móveis para escritórios 25.231 26.973 29.125 29.562 29.525 Móveis para dormitórios 23.749 25.674 27.542 27.956 27.917 Móveis para salas de estar 4.860 5.381 5.706 5.792 5.785 Móveis estofados 7.542 8.209 8.769 8.900 8.886 Móveis para salas de jantar 2.519 2.546 2.828 2.871 2.866 Móveis para cozinhas 12.713 13.795 14.777 14.999 14.980 TOTAL 76.614 82.579 88.747 90.080 89.959 Fonte: IEMI (2015)

O Estado do Rio Grande do Sul participou com 19,4% da produção nacional de móveis no ano de 2014. Em valores, os segmentos de móveis movimentaram no país cerca de R$ 37,4 bilhões. A partir dos dados apresentados destaca-se a importância da indústria moveleira do estado do Rio Grande do Sul para economia do país, visto que o setor possui representatividade de 13,7% do total de empresas no território nacional conforme a IEMI (2015).

Diante desse contexto econômico abrangente, tem- se cada vez mais a necessidade de planejar, discutir e rever as ações que as empresas adotam em seu processo de gestão, para que as organizações possam obter melhor desempenho tanto econômico, social e ambiental. É necessário o alinhamento de estratégias para que as questões administrativas, financeiras e socioambientais andem lado a lado e a organização conquiste melhores resultados.

Através da ISO 14001, que trata do sistema de gestão ambiental, trazendo normas e formas de como aplica-lo, as organizações tem uma importante ferramenta para que a mesma tenha crescimento econômico alinhado ao desempenho ambiental através da prevenção de poluição e proteção do meio ambiente.

Neste estudo, propõe-se um sistema de gestão ambiental baseado na Norma ISO 14001 para uma indústria de móveis sob medida, situada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul que tem como atividade principal a produção de moveis sob medida e por encomenda. Em sua linha de produção conta com produtos como moveis para dormitórios, escritórios, cozinhas, salas, banheiros entre outros. A principal matéria prima utilizada no processo produtivo é Medium Density Fiberboard – MDF que é um material oriundo da madeira, fabricado com resinas sintéticas. A empresa compra a matéria prima somente oriunda de áreas reflorestadas.

A matéria prima passa por um processo de transformação que vai desde a criação do projeto em software perpassando etapas para que no final do ciclo obtenha-se um produto finalizado de acordo com a necessidade do cliente.

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4.1 PROCESSO DE PRODUÇÃO

Antes de descrever o processo produtivo da empresa é importante salientar as características do ambiente da indústria. Ao observar as instalações verificou-se que a empresa preza pela organização, limpeza do ambiente, bem como a segurança dos colaboradores, visto que as matérias primas são organizadas de modo a não atrapalhar o processo produtivo, há latões dentro da fábrica para a separação correta dos resíduos, a empresa trabalha com máquinas modernas que além de mais eficazes dão maior segurança há quem opera.

Pode-se destacar que a empresa preocupa-se com a qualidade dos produtos produzidos, para tanto é de fundamental importância que o local seja adequado, além de proporcionar melhor ambiente de trabalho para os colaboradores. Tratando-se de qualidade destaca-se que a empresa em estudo possui licenciamento ambiental e mantem atenção voltada a sustentabilidade, visto que trabalha com matéria prima ecologicamente correta.

O processo de produção consiste em um conjunto de ações que transformam determinada matéria prima em produto final. O processo de produção da empresa em estudo ocorre conforme a figura a seguir.

Figura 1 – Processo de produção

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A empresa possui em sua estrutura um setor de engenharia e projetos integrado ao seu show room e indústria. Este setor conta com um software para a criação de projetos de móveis sob medida, no qual são projetados pelo engenheiro ambientes como cozinhas, dormitórios, banheiros, móveis corporativos, entre outros, de acordo com a necessidade do cliente.

Neste mesmo espaço geralmente são apresentados os projetos aos clientes em uma televisão, quando a apresentação é em outro local é feita através de notebook ou impressa em papel em últimos casos.

Este mesmo software possui conexão com a linha de produção da indústria, por tanto após a aprovação do projeto e a chegada da matéria prima que geralmente não vem embalada, apenas as que possuem alto brilho tem proteção de plástico colado em sua superfície. As chapas de MDF são cortadas em uma máquina seccionadora moderna, com máxima precisão de corte. O setor de engenharia e projetos está demonstrado na figura a seguir.

Figura 2 – Setor de Engenharia e Projetos

Fonte: A Autora (2017)

A indústria utiliza chapas de MDF de dimensões diferentes, trabalhando com 11 linhas que não geram perdas através do corte, porem as demais geram alguma perda no corte. A máquina seccionadora que realiza o corte das chapas pode ser visualizada na figura a seguir.

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Fonte: A Autora (2017)

O software gera um código de barras impresso para cada peça do projeto com dados do cliente e projeto para melhor organização e agilidade na produção. Após o corte as peças são separadas e organizadas em uma prateleira móvel para prosseguir para as outras etapas. As etiquetas geradas pelo software bem como a prateleira móvel são demonstrados nas figuras a seguir.

Figura 4 – Etiqueta de Identificação

Fonte: A Autora (2017)

A etiqueta gerada pelo software traz a descrição do projeto, instruções do que precisa ser feito com a peça, tamanho e espessura. Isso garante maior agilidade no processo produtivo e também evita desperdícios.

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Fonte: A Autora (2017)

A organização das peças também é fundamental no processo produtivo, visto que as mesmas são numeradas e organizadas para que após os processos de preparação encaixem-se perfeitamente ao projeto.

A próxima etapa do processo de produção da indústria é a furação das peças já cortadas. O plano de furação também é projetado pelo software e transferido para a máquina que realiza a furação com máxima precisão de acordo com o projeto criado. A máquina que realiza a furação pode ser visualizada na figura a seguir.

Figura 6 – Máquina de furação

Fonte: A Autora (2017)

A próxima etapa do processo de produção é a colagem da fita de bordo que garante o acabamento e evita que as chapas de MDF sejam danificadas. A fita de bordo é constituída de PVC (Policloreto de vinila), a mesma é aplicada por uma máquina que realiza a colagem garantindo melhor acabamento e evitando desperdícios. A máquina que realiza a colagem de fita de bordo pode ser visualizada na figura a seguir.

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Figura 7 – Máquina de colagem de fita de bordo

Fonte: A Autora (2017)

Após a colagem de fita de bordo, as peças vão para o setor de pré-montagem que é realizada manualmente, onde são colocados parafusos, dobradiças, puxadores, entre outros, de acordo com o projeto criado. O setor de pré-montagem é demonstrado na figura a seguir.

Figura 8– Setor de pré-montagem

Fonte: A Autora (2017)

A partir da pré-montagem o produto está pronto para ser instalado no ambiente do cliente. O produto é levado com caminhão próprio da empresa com o máximo de cuidado para que chegue em perfeitas condições no local. O produto é instalado por colaboradores com experiência para garantir que o mesmo fique de acordo com o projeto escolhido pelo cliente. Na imagem a seguir pode ser visualizado um produto pré-montado.

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Fonte: A Autora (2017)

Paralelo ao processo produtivo ocorre o processo de engrossamento de chapas quando o projeto exige, que consiste na colagem de chapas para que as mesmas tenham densidade maior. Ainda é realizado a conferência de peças que vão no projeto para verificar se não há imperfeições, caso exista alguma imperfeição, a mesma é corrigida.

4.2 ETAPAS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO NO NBR ISO 14001

A ISO 14001 (2015), especifica os requisitos para a implementação de um sistema de gestão ambiental que pode se adaptado a qualquer organização, não importando tamanho, tipo ou natureza do negócio, mas que vise gerenciar suas responsabilidades ambientais de forma sistemática.

Conforme a norma um sistema de gestão tem como metodologia básica o conceito de

Plan-Do-Check-Act – (PDCA), que consiste em um ciclo de ações como: planejar, fazer,

checar e agir. Na etapa do planejamento são definidos os objetivos ambientais e os processos necessários, já na etapa do “fazer” são implementados os processos. Após é preciso checar os processos reportando os resultados, por fim tem-se a etapa de agir que visa ações para a melhoria contínua.

De acordo com a ISO 14001 (2015), o primeiro passo para a implementação de um sistema de gestão ambiental é a partir do entendimento do contexto da organização, definir e

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implementar uma política ambiental que seja apta ao propósito e contexto da organização, incluindo o comprometimento com a proteção ao meio ambiente, além do comprometimento com requisitos legais e com a melhoria continua do sistema de gestão para melhorar o desempenho ambiental. A política ambiental precisa ser documentada e comunicada na organização, além de estar disponível as partes interessadas.

O segundo passo da implementação do sistema de gestão é o planejamento, onde a empresa deve considerar os aspectos ambientais, requisitos legais, identificar riscos e oportunidades e definir objetivos e metas. Os aspectos ambientais referem-se aos impactos ambientais significativos que são ou podem ser causados pelas atividades realizadas pela empresa, produtos, ou serviços que a mesma possa controlar (ISO 14001, 2015).

Nos requisitos legais a empresa deve determinar como os mesmos se aplicam à organização e levá-los em consideração continuamente em seu sistema de gestão ambiental. Ao definir os objetivos ambientais a organização deve levar em conta os aspectos ambientais, requisitos legais, considerando os riscos e oportunidades. Os objetivos ambientais devem ser: coerentes, mensuráveis, monitorados, comunicados e atualizados (ISO 14001, 2015).

O terceiro passo é chamado de operação, onde devem ser estabelecidos os critérios operacionais para os processos e implementar o controle dos processos, além da preparação e respostas a emergências.

O quarto passo é chamado de avaliação onde a organização deve monitorar, medir e avaliar seu desempenho ambiental, através da análise dos objetivos e metas a fim de acompanhar o seu progresso, além de comunicar interna e externamente informações pertinentes sobre seu desempenho ambiental. Também nesta etapa, são realizadas as auditorias para verificar se o sistema está em conformidade com a norma e evidenciar possíveis problemas no processo, além da análise crítica da administração (ISO 14001, 2015).

O quinto passo da implementação é chamado de melhoria, nessa etapa devem ser visualizados aspectos em não conformidade, para a realização de ações corretivas. Nesta etapa devem ser elaboradas ações para busca continua de melhoria para o sistema de gestão (ISO 14001, 2015).

A ISO 14001 (2015), possui um item em sua estrutura chamado de apoio onde são elencadas ferramentas para que o sistema de gestão funcione corretamente que são assim designados: recursos (materiais, físicos e humanos), competência, conscientização, comunicação e informações documentadas. Esses aspectos devem ser observados na elaboração e implementação do SGA.

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Para o sistema de gestão ambiental ser eficiente é necessário a busca contínua de melhoria através de ações corretivas, inovação e reorganização e ações desenvolvidas devem ser voltadas para a prevenção, visto que é esta a proposta de um sistema de gestão ambiental (ISO 14001, 2015).

Tendo em vista as possibilidades de aprimoramento do desempenho ambiental a partir do SGA (ISO 14001, 2015), pode-se dizer que na empresa em estudo, pode ser aplicada uma política ambiental que viabilize a implantação de um SGA, visto que a empesa preocupa-se com a perspectiva ambiental e tem realizado várias ações voltadas para a prepreocupa-servação do meio ambiente, necessitando com a implantação do SGA, padronizar, sistematizar e quantificar tais ações como: o descarte de resíduos oriundo do processo produtivo a terceiros para que os mesmos possam ser reutilizados em outros processos, possui em suas instalações um sistema que realiza a coleta do pó que é gerado no corte e furação das peças, de modo a evitar que os poluentes sejam lançados diretamente no ar

Com um sistema de gestão ambiental adequada a organização pode melhorar seu desempenho ambiental, através do planejamento, do controle de suas atividades, bem como gerando informações mais precisas para a tomada de decisão.

4.3 PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

De acordo com a ISO 14001 (2015), o sistema de gestão ambiental pode ser adaptado as necessidades e capacidade da empresa, para tanto a proposta do sistema de gestão ambiental para a empresa em estudo é de acordo com a estrutura da mesma, tendo em vista que já realiza atividades voltadas para a preservação do meio ambiente, porém não possui um sistema de gestão ambiental implantado.

Segundo a norma, o primeiro passo para a implementação do SGA é definir a política ambiental que propõe-se adotar na organização, sendo que para a empresa em estudo a política ambiental proposta é a seguinte: Utilizar os recursos naturais de forma sustentável; Fazer o descarte de resíduos da fabricação e administração corretamente; Visualizar oportunidades de obter receitas ambientais com a venda de resíduos; Visualizar oportunidades para reduzir custos na empresa; Buscar a evolução contínua no desempenho ambiental com tecnologias mais limpas;

O segundo passo conforme a ISO 14001 (2015), é o planejamento onde a empresa precisa considerar aspectos ambientais, requisitos legais, identificar riscos e oportunidades e definir objetivos e metas, e para empresa o planejamento proposto é o seguinte: Utilizar

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matéria prima oriunda de áreas reflorestadas e certificadas; Apresentar projetos aos clientes em meios eletrônicos e desligá-los quando não estiverem sendo utilizados; Imprimir projetos ou documentos quando realmente for necessário e utilizar papel reciclado; Reutilizar folhas já impressas como rascunho; Estocar plásticos na empresa para posterior destinação; Estocar filetes e restos de MDF utilizados na produção; Estocar a serragem oriunda do corte e furação das peças de MDF; Realizar a separação de outros materiais resultantes do processo produtivo como: vidros, metais, alumínio, entre outros, e estocá-los para posterior destinação; Trocar válvulas de descarga dos banheiros por válvulas de acionamento duplo; Trocar lâmpadas fluorescentes nas instalações da indústria por lâmpadas de LED; Estar em dia com a licença ambiental e legislação pertinente; Publicar no site da empresa as ações realizadas em prol do meio ambiente para clientes, fornecedores e comunidade em geral terem acesso; Publicar no mural da empresa as ações adotadas, bem como instruções para a conscientização dos colaboradores na realização das atividades;

O terceiro passo de acordo com a ISO 14001 (2015), é a operação, ou seja, fase de execução do sistema de gestão ambiental através do planejamento e controle operacional e preparação e respostas a contextos emergenciais. Nesta etapa a empresa deve conscientizar a todos os colaboradores da organização sobre a política adotada para a preservação do meio ambiente, demonstrando a importância e responsabilidade de cada um no processo, para que cada colaborador entenda a sua participação desse sistema. Para tanto serão publicados no mural da empresa, banheiros e paredes lembretes indicativos sobre melhores atitudes bem como as mudanças que serão realizadas.

O quarto passo conforme a ISO 14001 (2015), é chamado de avaliação. Nesse quesito a empresa deve avaliar, medir e monitorar se seu sistema de gestão está obtendo êxito. Estes dados serão levantados pela contabilidade e deverão ser avaliados pelo gestor da empresa para verificar se está tudo em conformidade e se empresa está conseguindo preservar cada vez mais o meio ambiente.

O quinto passo proposto pela ISO 14001 (2015), é a melhoria que consiste em reavaliar os processos que não estão em conformidade ou que possam melhorar e pensar em ações corretivas para os mesmos. Essa etapa é realizada na empresa em reuniões com gestor e funcionários a fim de evidenciar quais processos podem sofrer mudanças e melhorias.

Quadro 3 – Adaptação do SGA à empresa

Passos Adaptação a empresa Operacionalização

1º Política Ambiental

Política ambiental simples, que contemple a preocupação com os recursos naturais, bem como diminuição de custos e obtenção de

Definição de objetivos com foco na preservação dos recursos naturais e minimização de impactos ambientais

Referências

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