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DISCIPLINA: ENGENHARIA DE GESTÃO

TEXTO PARA SEGURANÇA DO TRABALHO

Bibliografia

BENITE, A.G. Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho. São Paulo: O Nome da Rosa, 2004.

ZOCCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes.São Paulo: Atlas, 2002. 1 INTR0DUÇÃO

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre 1,9 e 2,3 milhões de pessoas morrem por ano no mundo como resultantes de acidentes de doenças relacionados ao trabalho (equivalentes a 5.500 mortes por dia), das quais 12 mil são de crianças, 360 mil são relativas a acidentes no local de trabalho e 1,8 milhões ocorrem em razão de doenças adquiridas no trabalho.

No Brasil, a situação não é diferente, pois em 2003, segundo estatísticas divulgadas pelo Ministério do Trabalho, ocorreram 419.953 acidentes, sendo:

- 337.602 acidentes que ocasionaram incapacidade temporária. O trabalhador fica afastado do trabalho por um período, até que esteja apto para retomar sua atividade.

- 12.649 acidentes que ocasionaram incapacidade permanente. O trabalhador fica incapacitado de exercer a atividade profissional que desempenhava na época do acidente. Essa incapacidade pode ser total ou parcial. No primeiro caso, o trabalhador fica impossibilitado de exercer qualquer tipo de atividade e passa a receber uma aposentadoria por invalidez. No segundo caso, o trabalhador recebe uma indenização pela incapacidade sofrida (auxilio-acidente), mas é considerado apto para o desempenho de outra atividade profissional.

- 60.120 acidentes que necessitaram simples assistência médica. O trabalhador recebe atendimento médico e retorna imediatamente ao trabalho.

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- 2.582 acidentes que ocasionaram óbito. O trabalhador falece em virtude de um acidente de trabalho.

Os números apresentados são extremamente significativos, mesmo sem considerar o fato de que esses podem ser bem maiores em virtude de uma cultura de subnotificação existente, como a que vigora no Brasil, envolvendo trabalhadores informais e outros contratados de formas alternativas, como é o caso da área rural, das cooperativas e dos autônomos.

O custo de acidentes do trabalho e doenças relacionadas ao trabalho é oneroso às empresas e aos paises (Ver texto complementar, anexo a esta aula, denominado “AUSÊNCIA AO TRABALHO CUSTA MUITO PARA AS EMPRESAS E PARA OS PAISES”.

2. LEGISLAÇÃO

Em 1972, quase 1/5 da força de trabalho formal (inscrita na previdência social) havia se acidentado. Para reduzir o número de acidentes do trabalho, o governo brasileiro estabeleceu as seguintes medidas:

1972 – Criação do Plano Nacional de Valorização do Trabalhador com a criação dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e criação dos profissionais ocupacionais (Técnicos de segurança, engenheiros de segurança e médico do trabalho.

1976 – Estabelecimento do Seguro de Acidente do trabalho (SAT).

1978 – Regulamentação da Lei 6514 e criação das Normas Regulamentadoras (NRs). Essas normas são atualizadas constantemente, acompanhando as alterações que ocorrem no mercado de trabalho.

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Apesar da existência das Normas Regulamentadoras, as empresas, como agentes sociais, podem trazer uma grande contribuição para a redução de acidentes e doenças ocupacionais. Para isso, é necessário que adote uma política voltada à prevenção, não atribuindo à Segurança e Saúde no Trabalho um caráter marginal, com o único objetivo de cumprir as exigências legais mínimas.

A Higiene ocupacional:

 Visa a prevenção da doença ocupacional, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e o controle dos agentes ambientais. Prevenção da doença – deve ser entendida em um sentido mais amplo, pois a ação deve estar dirigida à prevenção e ao controle das exposições inadequadas aos agentes ambientais.

A atuação da higiene ocupacional prevê uma intervenção deliberada no ambiente de trabalho, como forma de prevenção da doença.

 Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente considera são os agentes físicos, químicos e biológicos, podendo ser ampliada com os fatores considerados pela ergonomia, que também podem causar desconforto e doenças.

A higiene ocupacional e a ergonomia devem ser tratadas como duas disciplinas que possuem interface muito grande e devem ser tratadas com sinergismo.

 Os agentes físicos são alguma forma de energia, liberada pelas condições dos processos e equipamentos, e que exporão o trabalhador.

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São denominados habitualmente: Ruído, Vibrações, Calor/Frio (interações térmicas), Radiações Ionizantes e não Ionizantes, Pressões Anormais.

 Os agentes químicos são todas as substâncias puras, compostas ou produtos (mistura) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. São classificados em: gases, vapores, aerodispersóides (poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras).

As vias de ingresso no organismo são:

Via respiratória – inalação (maior importância industrial). Através da Pele – cutânea

Digestiva – Ingestão

 Os agentes biológicos são representados por todos as classes de microorganismos patogênicos: vírus, bactérias, fungos.

Para realizar a antecipação, o reconhecimento a avaliação e o reconhecimento são necessárias múltiplas ciências, tecnologias e especialidades:

Engenharia – para avaliação e controle Química Analítica (laboratórios)

Bioquímica Toxicologia Medicina

O objetivo principal é o de reduzir a exposição média de longo prazo, uma vez que nem sempre se pode eliminar totalmente os riscos do ambiente de trabalho.

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4. ASPECTOS BÁSICOS DA HIGIENE OCUPACIONAL Antecipar é:

 Trabalhar com equipes de projetos, modificações ou ampliações, visando a detecção precoce de fatores de risco ligados a agentes ambientais, adotando opções de projeto que favoreçam a sua eliminação ou controle;

 Estabelecer uma “policia de fronteira” na empresa, rastreando e analisando todo novo produto químico a ser utilizado (inclui as amostras de vendedores);

 Ditar normas preventivas para COMPRADORES, PROJETISTAS E CONTRATADORES DE SERVIÇOS com o objetivo de evitar exposições inadvertidas a agentes ambientais causadas pela má seleção de produtos, materiais e equipamentos. Exemplo: um dispositivo para espantar roedores de galerias de cabos elétricos pode parecer ótimo, mas é um emissor de ultra-som (radiação).

Reconhecer é:

 Conhecer de novo. Isso significa que se deve ter conhecimento prévio dos agentes do ambiente de trabalho, ou seja, saber reconhecer os riscos presentes nos processos, materiais, operações associadas, manutenção, subprodutos, rejeitos, produto final, insumos.

 Estudar o processo, atividades, operações associadas e processos auxiliares, não apenas com os dados existentes na empresa (inquirindo os técnicos, projetistas, operadores), mas também conhecendo a literatura ocupacional específica a respeito deles, pois mesmo os técnicos dos processos podem desconhecer os riscos ambientais que os

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mesmos produzem. Podem omitir, freqüentemente, detalhes que não julgam importantes, justamente ligados a um risco. O solícito técnico da máquina empacotadora de leite longa vida pode lhe dar uma explicação precisa e detalhada do seu funcionamento, omitindo que a caixinha é selada por radiofreqüência (uma forma de radiação).

 Transitar e observar incessantemente pelo local de trabalho (não se faz higiene sem ir a campo), observando o que lhe é mostrado e o que não o é. Andar “atrás” das coisas, em subsolos, porões de serviço, casas de máquinas pode ser bastante instrutivo e revelador de riscos ambientais (cuidado com os riscos de acidentes nesses locais).

Avaliar é:

 Poder emitir um juízo de tolerabilidade sobre uma exposição a um agente ambiental.

 O juízo de tolerabilidade é dado pela comparação da informação de exposição ambiental com um critério adequado. O critério é genericamente denominado de “limite de exposição ambiental” ou limite de exposição (legalmente, “limite de tolerância”).

Controlar é:

 Adotar medidas de engenharia sobre as fontes e trajetórias do agente, atuando sobre os equipamentos e realizando ações específicas de controle, tais como: projetos de ventilação industrial, enclausuramento de fontes de ruído;

 Intervir sobre operações, reorientando-as para procedimentos que possam eliminar ou reduzir a exposição do trabalhador a um agente de risco;

 Definir ações de controle no indivíduo, o que inclui, é claro, mas não está limitado a proteção individual.

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5 CONCEITO DE LIMITE DE TOLERÂNCIA/LIMITE DE EXPOSIÇÃO

A NR-15 (ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES) da Lei 6.514, de 22 de dezembro de 1977, no item 15.1.5 define:

“Entende-se por limite de Tolerância, para os fins desta norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral”.

Existem outras entidades ligadas à Segurança do Trabalho, que possuem outras definições:

DEFINIÇÃO DA ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists):

“Os limites de exposição referem-se a concentrações de substâncias químicas dispersas no ar, bem como a intensidade de agentes físicos de natureza acústica, eletromagnética, ergonômica, mecânica e térmica, e representam condições às quais se acredita a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à saúde”.

6 MEDIDAS GENÉRICAS DE CONTROLE DE AGENTES AMBIENTAIS - MEDIDAS RELATIVAS AO AMBIENTE

 Substituição do produto tóxico ou nocivo. Ex. :Chumbo por óxido de titânio ou sais de zinco

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 Mudança ou alteração do Processo ou Operação Ex.: Pintura a pistola por pintura a imersão

Processos a úmido por processos a seco Ensacamento de pós automatizado

 Enclausuramento da Operação Ex.: Câmaras de Jateamento abrasivo Manuseio de solventes tóxicos

 Ventilação Geral Diluidora.

Positiva (insuflamento) ou negativa (exaustão)

Ex.: Reduzir calor

Diluir contaminantes

 Ventilação local Exaustora Ex.: Coifas - Coletores

- MEDIDAS RELATIVAS AO PESSOAL

 Equipamentos de proteção individual (EPI) É uma segunda linha de controle

 Educação e Treinamento  Controle médico

Ex.: Exames pré-admissionais e periódicos.

 Limitação de Exposição Rodízio do pessoal

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TEXTO COMPLEMENTAR

AUSÊNCIA AO TRABALHO CUSTA MUITO PARA AS EMPRESAS E PARA OS PAISES.

As mudanças econômicas em curso no mercado globalizado, a flexibilização, os desenvolvimentos revolucionários na tecnologia da comunicação e da informação, assim como mudança nas estruturas familiares, têm exercido uma influência significativa na organização social do trabalho e nas expectativas para com os trabalhadores.

O sucesso econômico de uma empresa e sua capacidade para concorrer depende basicamente do conhecimento, da capacitação e da motivação dos seus trabalhadores. Trabalhadores sadios, qualificados e motivados, que se identificam com suas tarefas e com a empresa, tornam-se fatores chaves na concorrência. Assim, a ausência ao trabalho, a incapacidade temporária causada por acidentes e doenças é um importante indicador para a carga econômica das empresas.

A ausência por motivos relacionados a acidentes e doenças, muitas delas com origem na própria empresa, é a principal causa de faltas ao trabalho, o que pode resultar em altos custos tanto para a empresa como para o país.

O absenteísmo é um dos principais obstáculos para a produtividade, a lucratividade e a competitividade de uma empresa. Ele gera horas-extras, atraso nos prazos, clientes descontentes e declínio da moral de trabalho dos colegas que têm que cobrir o colega ausente, interferindo de forma significativa na qualidade do produto ou do serviço.

Existe grande dificuldade de quantificar-se os custos decorrentes da ausência ao trabalho. Os custos diretos podem ser estimados com uma boa precisão, mas os custos indiretos dificilmente são quantificados pelas empresas. Estudos realizados na França e no Reino Unido revelam que os custos indiretos são bem superiores aos custos diretos e

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que as empresas que trabalham no sistema “just-in-time” são as que registram as maiores perdas.

Na Alemanha, em 2001 e 2002, o absenteísmo resultou em uma perda de produção de cerca

de R$ 150 bilhões/ano, sendo que as doenças do sistema osteomuscular foram responsáveis por cerca de R$ 12 bilhões (8%).

Segundo a Confederação da Indústria Britânica, no Reino Unido, em 2001, resultou em uma perda de R$ 56 bilhões, porém esse número é contestado pelo governo, que acredita ser 3 vezes maior.

A Agência Européia de Segurança e Saúde no Trabalho estimou que os custos gerados pela ausência ao trabalho, no final dos anos 90, ficou entre 1% e 5% do PIB. Essa variação depende da legislação própria de cada país.

Essas estimativas são possíveis devido a informatização dos sistemas de saúde. Essa informatização permitiu, também, comparar os diferentes setores da economia, o porte da empresa, a correlação da atividade exercida pelo trabalhador, a correlação com o tempo de trabalho e com a idade das pessoas.

Análises de custo-beneficio demonstraram que em empresas que conseguiram uma redução de 20 a 45% no absenteísmo (General Eletric, Dupont e outras), para cada US$ 1,00 investidos nos programas adotados, economizaram-se aproximadamente US$ 5,00.

São aceitáveis índices internacionais de 2,5% (Hong Kong) a 5% (Holanda), dependendo das relações de trabalho que são diferentes em cada país. Na Alemanha, nos Estados Unidos e no Reino Unido ficam em torno de 4%.

Uma outra preocupação atual, é a preocupação com as doenças psíquicas relacionadas com as mudanças econômicas decorrentes da globalização (maior pressão no trabalho, aumento do nível de stress, medo do desemprego), que além de causar grande número de ausência ao trabalho, tem gerado inúmeros acidentes, incluindo acidentes de

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No Brasil, só 7% das instituições de saúde possuem nível satisfatório de informatização, o que impossibilita conhecer a real situação do absenteísmo, inviabilizando a criação de programas de prevenção. As próprias empresas dificultam a obtenção de dados, devido a questões “culturais”.

A Organização Pan-Americana de Saúde estima que mais de 70% da empresas apresentam condições ergonômicas e de segurança desfavoráveis para as tarefas solicitadas, e que o índice de absenteísmo pode ser bem superior aos 30% estimados pela OIT.

No Brasil, algumas grandes empresas (principalmente as multinacionais) gerenciam de alguma forma as questões relacionadas ao absenteísmo. A grande maioria, todavia, atribuem a ausência ao trabalho ao mau uso, por parte do funcionário, do atestado médico, contando com uma certa benevolência médica.

Alguns depoimentos: (Jornal da Tarde, 5/3/05)

Há 3 anos, Fausto Henrique Marcondes sofre de tendinite crônica no braço direito. Nesses 3 anos, já solicitei auxílio- doença por 6 vezes.

Vilma Pereira Rangel foi demitida em julho de 2004 por sofrer de distúrbios emocionais causados por depressão no trabalho.

Sebastiana Neves de Souza, 49 anos, não consegue mais trabalhar, devido a dores nas costas.

Na minha empresa, de 50 funcionários, com faixa de idade de 22 a 40 anos, tenho 7 funcionários afastados no INSS. Dos 7, um foi devido a acidente com moto e dos outros 6, cinco foram admitidos nos 2 últimos anos. Após o período de experiência, começaram a reclamar de dores nas costas. Investigação por médico do trabalho revelou que os problemas eram antigos e que “esconderam” os problemas até passar o período de experiência e poderem ser encaminhados ao INSS. Como a cidade é pequena, uma

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investigação revelou que, apesar de afastados no INSS, muitas trabalham na construção civil. (Paulo, industrial).

PORTANTO, há muito para ser feito na Higiene e Segurança do Trabalho. Depende de todos: engenheiros, médicos, químicos, das empresas, do governo e de todos os brasileiros.

SAIBA MAIS

Existem vários órgãos e entidades que podem contribuir para a Higiene e Segurança do Trabalho.

Fundacentro – entidade governamental que cuida de pesquisas científicas a respeito de Higiene e Segurança do Trabalho.

Fundacentro.gov.br

Possui biblioteca presencial e edita normas de higiene ocupacional que podem ser acessadas e obtidas pela internet.

Sobes - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Sobes.org.br

Possui biblioteca presencial e banco de dados e artigos que podem ser acessados pela internet.

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Referências

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