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GESTÃOADUANEIRA2

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Academic year: 2021

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Apesar de existir razoável controvérsia sobre a efetividade da função extrafiscal do IPI, como encorajadora ou inibidora do consumo, o IPI é tratado como tal e, portanto, foge aos "princípios" da anterioridade (CF, art. 150, § 1°), e parcialmente "princípio" da legalidade (CF, art. 153, § 1°), de modo que o próprio Poder Executivo pode alterar suas alíquotas, Entretanto, o IPI submete-se ao "princípio" da anterioridade nonagesimal, de modo que qualquer aumento de alíquota só passa a ser exigível depois de decorridos 90 dias da publicação do ato que a majorou.

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As alíquotas de IPI sobre bebidas alcoólicas e produtos derivados do tabaco são das maiores que existem, mas nem por isso o consumo cai.

O fato gerador é o desembaraço aduaneiro, no caso de produto estrangeiro importado (RA, art. 236). Assim, se, entre a chegada da mercadoria e o efetivo desembaraço, ocorrer alguma avaria com a mercadoria, a base de cálculo sofrerá redução (RA, art. 237, § 2°).

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No entanto, o IPI é recolhido quando do registro da declaração de importação no Siscomex, por débito em conta, antes, portanto, do desembaraço aduaneiro, ou seja, antes da ocorrência do fato gerador (RA, art. 242).

Apesar de ser cobrado II sobre mercadoria estrangeira extraviada (RA, art. 72, §

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1°), como não há desembaraço, não haverá incidência do IPI nesse caso. O IPI também não incide nos casos de devolução de mercadoria exportada, por motivo alheio à vontade do exportador.

Apesar de não ter ocorrido a incidência de IPI na exportação, essa não-incidência não configura nenhum beneficio, pois a mercadoria retorna para a situação anterior. Não seria o caso da mercadoria ser redestinada a outra pessoa, distinta do exportador, pois, nesse caso, haveria circulação econômica.

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A base de cálculo é o valor aduaneiro, utilizado para o cálculo do II, acrescido do montante do II e encargos cambiais suportados pelo importador, salvo no caso de cigarros ou produtos sujeitos a regimes de tributação especial, cuja base de cálculo seguirá as regras aplicáveis ao produto nacional (RA, art. 239).

De acordo com as disposições do GATT, não pode haver diferença, na imposição de tributos internos, entre mercadorias nacionais e mercadorias importadas. A regra geral da base de cálculo do IPI simplesmente adapta as regras internas à mercadoria importada.

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A alíquota é a constante da Tabela de Incidência do IPI (TIPI), podendo ser ad valorem ou específica.

Note-se que a vedação de alíquota específica, imposta pelo GATT, não se refere à tributação interna, onde os países são soberanos para definir a tributação, desde que não gravem mais os produtos importados que os nacionais.

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ICMS - Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de Serviços de transporte interestadual,

intermunicipal e de comunicação

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), estadual (CF, art. 155, II), incide sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Também é um tributo interno, e, portanto, não deve incidir na exportação de mercadorias, como efetivamente não incide, inclusive permitindo a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores (CF, art. 155, § 2°, X, a).

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Como o ICMS é um tributo não-cumulativo, as empresas registram os valores pagos nas aquisições de mercadorias e insumos (incluídos nas notas fiscais referentes às compras), calculam o ICMS referente a cada venda (destacando-o nas notas fiscais de saída) e recolhem aos cofres públicos a diferença dos dois totais. A Constituição garante que o ICMS recolhido na aquisição de mercadorias e insumos que posteriormente sejam exportados será aproveitado, isto é, servirá para reduzir o montante a ser recolhido referente às vendas internas.

(10)

O fato gerador do ICMS, quando vinculado à importação, é a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, inclusive se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento, e mesmo que por licitação de mercadorias apreendidas ou abandonadas (LC 87/96, art. 2°, § 1°). Não incide o ICMS nas operações de exportação (CF, art. 155, §2°, X, a). Considera-se ocorrido o fato gerador no momento do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior ou da aquisição em licitação pública de mercadorias importadas do exterior apreendidas ou abandonadas (LC 87/96, art. 12).

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Diferentemente do IPI, o ICMS não é automaticamente pago por débito automático quando do registro da declaração de importação.

A base de cálculo, na importação, é valor aduaneiro da mercadoria, acrescido do montante do II, do IPI, do IOF incidente nas operações de câmbio, e de quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras, o que inclui o PIS/PASEP, a COFINS, a taxa de utilização do Siscomex, e, ainda, como o ICMS é calculado "por dentro", o montante do próprio ICMS (LC 87/96, art. 13, V).

A alíquota é a fixada em lei ordinária estadual, nos casos de importação, e inexiste, na exportação.

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Incidência

O imposto incide sobre:

I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

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IV – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual.

VI – a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento;

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VII – o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior;

VIII – a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente.

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IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CÂMBIO (IOF - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários)

O imposto sobre operações de câmbio incide sobre negócios jurídicos relativos a câmbio e à compra e venda de moeda estrangeira. São contribuintes do imposto os compradores e os vendedores de moedas estrangeiras nas operações para liquidação de contratos de câmbio nas importações e exportações. A base de cálculo é o montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição, correspondente ao valor, em moeda estrangeira, da operação de câmbio (art. 64, II, do CTN). A alíquota é de 25%, podendo ser reduzida nas situações previstas na Lei n. 8.894/94, art. 5.º

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PIS-PASEP e COFINS

Também incidem, nas operações de importação, a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), ambas federais (Lei 10.865/2004, art. 1°).

O fato gerador é a entrada de bens estrangeiros no território nacional, e se considera ocorrido na data do registro da declaração de importação (Lei 10.865/04, arts. 3° e 4°).

A base de cálculo consiste no valor aduaneiro, acrescido do ICMS e das próprias contribuições, ou seja,

também é calculado "por dentro", mas não inclui o II (Lei 10.865/04, art. 7°).

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TAXAS ADUANEIRAS

(Armazenagem e Capatazia)

Taxa de Utilização do Siscomex

Pelo registro da declaração da importação, por meio eletrônico no Siscomex, é cobrada uma taxa, calculada em função da quantidade de adições na declaração. Essa taxa faz parte da base de cálculo do ICMS.

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Adicional ao Frete para

Renovação da Marinha Mercante

O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) é uma contribuição de intervenção no domínio econômico. Foi instituído pelo Decreto-lei 2.404, de 23 de dezembro de 1987, mas foi regulamentado pela Lei 10.893, de 13 de julho de 2004.

A arrecadação do AFRMM é destinada parte ao Fundo da Marinha Mercante (FMM), e parte a empresas brasileiras de navegação, conforme a origem da arrecadação. Da arrecadação destinada ao FMM, parte é redestinada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), ao Fundo do Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo e ao Fundo Naval. As empresas de navegação só podem utilizar as quantias que lhes forem destinadas à aquisição de embarcações novas ou modificação das antigas (Lei 10.893/2004, arts. 17 a 19).

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O fato gerador é o início efetivo da operação de descarga da embarcação em porto brasileiro, em navegação marítima e, no caso de graneis líquidos, transportadas no âmbito das regiões Norte e Nordeste, também em navegação fluvial e lacustre (Lei 10.893/2004, art. 4°).

A base de cálculo é o frete aquaviário, incluídas todas as despesas portuárias com a manipulação de carga, tanto na carga como na descarga (Lei 10.893/2004, art. 5°).

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As alíquotas são de 25% na navegação de longo curso, 10% na navegação de cabotagem e 40% na navegação fluvial e lacustre, quando do transporte de graneis líquidos nas regiões Norte e Nordeste (Lei 10.893/2004, art. 6°).

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Taxa de Utilização do

Mercante

A Lei 10.893, de 13 de julho de 2004 (art. 37), criou a Taxa de Utilização do Sistema Eletrônico de Controle da Arrecadação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante.

Para registro da declaração de importação é necessário que seja informado o número do registro do conhecimento de embarque no Mercante (CE-Mercante).

A taxa é devida na emissão desse número, que também depende do recolhimento do AFRMM. Seu valor máximo é R$ 50,00, mas o Poder Executivo pode estabelecer valor menor, o que fez, fixando-o em R$ 20,00 (Decreto 5.324/2004, art. 2°).

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Adicional de Tarifa

Aeroportuária

O Adicional de Tarifa Aeroportuária (ATAERO) foi criado pela Lei 7.920, de 12 de dezembro de 1989) e consiste no recolhimento de 50% sobre as tarifas aeroportuárias, entre as quais as de armazenagem e capatazia.

Esse adicional é sentido diretamente pelo importador ou exportador, mas a ATAERO também incide sobre as tarifas de pouso e permanência de aeronaves, e as tarifas relativas ao uso dos auxílios à navegação aérea e das telecomunicações, que oneram os custos das empresas de aviação e portanto, os fretes aéreos.

A finalidade do ATAERO é a melhoria das instalações aeroportuárias e da rede de telecomunicações e auxílio à navegação aérea.

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DEFESA COMERCIAL

O GATT e os acordos firmados sob a égide da OMC restringiram sobremaneira a soberania das nações com respeito às possibilidades de proteção dos seus respectivos mercados internos frente à concorrência internacional, praticamente só permitindo a imposição do Imposto de Importação. No entanto, mesmo com o objetivo de buscar a máxima liberalização do comércio entre as nações, houve a preocupação de evitar práticas desleais de competição, fossem privadas, fossem governamentais, e inclusive oferecer meios dos países enfrentarem certos desequilíbrios momentâneos, que pudessem criar problemas para as suas economias. São as medidas de defesa comercial.

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Essas medidas consistem na aplicação de sobretaxas quando da importação dos produtos que estão causando dano ao mercado interno, seja por deslealdade do exportador (medidas antidumping), por práticas desleais dos

outros países (medidas

compensatórias) ou em razão de desajustes temporários (medidas de salvaguarda).

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Direitos Antidumping

Dumping é a venda a preço excessivamente baixo, inclusive com prejuízo, objetivando a destruição da concorrência, de forma a criar um futuro monopólio de fato, onde a empresa que praticou o dumping, agora sem concorrência, poderá praticar o preço que desejar e recuperar os prejuízos que suportou durante o período de prática anti comercial.

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No início do século XX, a Cia. Agro-Fabríl, de Delmiro Gouveia, produzia linhas com a marca Estrela, que inclusive exportava para diversos países latino-americanos. A empresa enfrentou, durante anos, dumping da inglesa Machine Cotton (hoje Linhas Corrente), que vendia linhas no Brasil à metade do preço que as vendia em Londres, mesmo com custos adicionais de fretes e impostos.

Em 1929 a fábrica foi vendida para o concorrente anglo-saxão, que a desmantelou e jogou os destroços na cachoeira de Paulo Afonso.

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O GATT 1947 (artigo VI, § 1°) definiu dumping como a diferença entre o preço de venda para exportação de um produto e o preço de venda, no mercado interno do país de exportação, de um produto similar, por óbvio quando o preço do produto exportado for menor.

Se a empresa estrangeira exporta baldes para o Brasil por USD 10 e o preço de baldes similares, no mercado interno do país dessa empresa for USD 20, poderemos estar frente a um caso de dumping. O preço dos baldes brasileiros não interessa.

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Não basta, no entanto, que a mercadoria seja exportada a preço baixo:

Para caracterizar uma situação que permita a aplicação de medidas de defesa comercial é necessário que a operação cause ou ameace causar dano à indústria do país importador, ou mesmo constitua obstáculo à criação de uma produção nacional ou a retarde sensivelmente (GATT 1947, artigo VI, § 5°).

No caso da empresa estrangeira que exporta baldes para o Brasil por USD 10, abaixo do preço de USD 20 para baldes similares, no seu mercado. Se a indústria brasileira vende baldes similares por USD 8, não há dano, pois mesmo assim a empresa brasileira tem condições de competir com o produto importado.

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No entanto, se a empresa estrangeira exportasse os baldes por USD 10, mas os preços no seu pais fossem os mesmos e a empresa brasileira praticasse o preço de USD 20, não estaria caracterizado o dumping, embora certamente houvesse dano para a empresa nacional.

Uma vez caracterizado o dumping, o dano e a relação de causa e feito entre um e outro, o país importador poderá aplicar os direitos antidumping, até o valor do dumping praticado, que consiste na cobrança desses direitos adicionalmente ao Imposto de Importação.

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Note-se que a simples exportação a preço baixo não caracteriza o dano. A empresa estrangeira pode liquidar um estoque, fazendo uma oferta de lançamento de um novo produto, o que dificilmente causará dano à empresa doméstica.

Se empresa estrangeira exporta baldes para o Brasil por USD 10, abaixo do preço de USD 20 para baldes similares, no seu mercado e a indústria brasileira vende baldes similares por USD 15, há dumping (20 -10). Se ficar caracterizado o dano, o Brasil poderá sobretaxar as importações em até USD IO.

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Os direitos antidumping são adicionais ao Imposto de Importação, que aplicados sobre os produtos objeto de dumping, fazem com que os preços finais voltem a ser os usuais, eliminando então a concorrência desleal que ocorreria sem a aplicação dessa medida.

O dumping e o dano, para a imposição do direito antidumping, devem ser apurados mediante processo administrativo. O interessado protocola uma petição no Departamento de Defesa Comercial (DECOM) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), que fará a investigação, de acordo com a legislação interna e o Acordo sobre implementação do Artigo VI do GATT, firmado na Rodada Uruguai. A decisão final compete à Câmara de Comércio Exterior (CAMEX).

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Direitos Compensatórios

Os direitos compensatórios funcionam de modo similar, desta vez buscando neutralizar os efeitos dos subsídios, prêmios ou subvenções concedidos ao produto importado, seja no país de origem, seja no país de procedência. O exportador não pratica, em tese, nenhum ato desleal, simplesmente pode oferecer um preço mais baixo devido a despender menos na produção, já que o governo local, seja com a intenção de incentivar as exportações, seja intentando algum outro objetivo, pratica algum ato vedado pelo GATT, oferecendo alguma vantagem monetária, tal como subsídio direto, empréstimo de baixo custo, investimento a fundo perdido.

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Um país, procurando aumentar a saúde de suas crianças, resolve aumentar o consumo de leite. Sua produção é ineficiente, pequena e cara, de modo que ele passa a subsidiar o produto, tabelando seu preço e pagando ao produtor um tanto por cada litro vendido.

No início, a medida amplia a produção e o consumo local, atendendo aos objetivos da medida. Com o passar do tempo, no entanto, a produção supera o consumo, sendo o excesso destinado à exportação.

A concorrência então poderá ser perniciosa para o país importador, mesmo que sua produção local seja mais eficiente, de tal modo que este

poderá aplicar direitos

compensatórios, apesar de, na origem, o estabelecimento de subsídios nada tivesse a ver com o comércio internacional.

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O processo é semelhante ao de investigação de dumping e, uma vez comprovada a existência de subsídio, direto ou indireto, de dano, e de relação causal entre o subsídio e o dano, poderá ser aplicado o direito compensatório, também sob a forma de sobretaxa na importação.

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Medidas de Salvaguarda

Existem situações, no entanto, em que, apesar de nem o exportador estrangeiro agir com deslealdade, praticando dumping, nem seu país lhe conceder qualquer subsídio, direto ou indireto, mesmo assim o produtor nacional poderá ter dificuldades em concorrer com o produto estrangeiro, devido a fatores conjunturais.

Como não houve qualquer deslealdade, não podem ser aplicados nem direitos antidumping nem direitos compensatórios. A solução é a aplicação de medidas de salvaguarda, seja pela elevação do Imposto de Importação, seja por restrições quantitativas às importações, isto é, limitação da quantidade de produtos que podem ser importados.

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Para que sejam aplicadas medidas de salvaguarda, não apenas deve ser comprovado aumento substancial das importações, a ponto de causar dano à indústria doméstica, como dessa indústria apresentar plano de reajuste que a tome novamente competitiva. Medidas de salvaguarda não podem ser usadas para proteger permanentemente indústrias domésticas ineficientes.

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VALORAÇÃO ADUANEIRA

Para os importadores, o processo de estimar o valor de um produto apresenta problemas na alfândega, que podem ser tão graves como a taxa real cobrada. O acordo da OMC sobre valoração aduaneira tem por objetivo um sistema equitativo, uniforme e neutro para a avaliação de mercadorias para fins aduaneiros - um sistema que está de acordo com as realidades comerciais, e que proíbe a utilização de valores aduaneiros arbitrários ou fictícios. O Comitê de Valoração Aduaneira do Conselho do Comércio de Mercadorias (CGT) é responsável, no âmbito da OMC, pelos trabalhos sobre avaliação aduaneira. Fonte: OMC

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PREÇOS DE

TRANSFERÊNCIA

Com a introdução, em 1997, das regras de preços de transferência, o Brasil passou a integrar o rol dos países que controlam os preços nas operações de importação e exportação de bens e serviços, entre empresas do mesmo grupo econômico. Os preços de transferência têm sido utilizados para identificar os controles a que estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre partes relacionadas, sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada em paraíso fiscal. Em razão das circunstâncias peculiares existentes nas operações realizadas entre essas pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e, conseqüentemente, divergir do preço de mercado negociado por empresas independentes, em condições análogas - preço com base no princípio arm’s length.

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Estão obrigados pela legislação brasileira à observância das regras de preços de transferência:

As pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que praticarem operações com pessoas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior, consideradas vinculadas, mesmo que por intermédio de interposta pessoa.

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As pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento), ou cuja legislação interna oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade.

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REGIMES ADUANEIROS

ESPECIAIS

Os regimes aduaneiros especiais têm como objetivo principal desonerar o interessado do pagamento de tributos, porque interessa à sociedade permitir o desenvolvimento de certas atividades.

Pode-se dividir os diversos regimes em quatro grupos: importação temporária, exportação temporária, depósito temporário e trânsito.

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REGIMES ESPECIAIS DE

IMPORTAÇÃO TEMPORÁRIA

O objetivo da importação temporária é permitir a importação de alguma mercadoria para utilização no país por tempo delimitado, com suspensão de tributos. Até o transcurso do prazo a mercadoria deve ser devolvida ao exterior, não necessariamente para o local de origem.

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Regime de Admissão

Temporária com Suspensão

Total de Tributos

É aplicável aos bens destinados às feiras e exposições, congressos científicos, eventos artísticos, competições esportivas, bem como ao exercício temporário da atividade profissional de não residente, assim como se aplica ao veículo de viajante não residente, entre diversos outros casos. A finalidade é sempre a utilização da mercadoria no país, e posterior devolução no estado o mais próximo possível ao em que estava quando chegou, descontado o desgaste natural (RA, arts. 307 a 323).

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Regime de Admissão

Temporária para

Aperfeiçoamento Ativo

Ficam suspensos os tributos devidos na importação, mas neste caso as mercadorias deverão ser submetidas a beneficiamento, montagem, renovação, recondicionamento, acondicionamento,

reacondicionamento, conserto, reparo, ou restauração. Este regime é idêntico ao anterior quanto à suspensão total de tributos, com a diferença de que nele o foco é a modificação do estado da mercadoria, para melhor (RA, arts. 332 a 334).

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Regime de Admissão

Temporária para Utilização

Econômica

Neste regime a mercadoria permanece no Brasil durante um certo tempo, para ser usada pelo seu importador, mas este tem que recolher os tributos devidos na importação na razão direta entre o tempo de permanência do bem no país e sua vida útil ideal, predefinida pela Receita Federal. Ficam suspensos os tributos referentes ao restante da vida útil do bem (RA, arts. 324 a 331).

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A nomenclatura pode ser enganadora. Os bens da admissão com suspensão total podem ter utilização econômica, como os cenários de uma ópera que venha a se apresentar no Brasil a preço de ouro. Por outro lado, mesmo que na prática o importador não venha a ter ganho econômico com a admissão temporária, poderá, recolhendo os tributos proporcionais, importar mercadorias que não estão na lista daquelas passíveis de serem beneficiadas pela suspensão total.

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Regime de Drawback

Apesar de suas semelhanças com o aperfeiçoamento ativo, é adequado para a importação de insumos a serem utilizados na fabricação de produtos a serem exportados. Diferentemente dos demais regimes de importação temporária, a mercadoria importada não retoma para o exterior, mas sim, outra mercadoria é exportada, e essa outra mercadoria consumiu-a em seu processo de fabricação (RA, arts. 335 a 355).

(50)

Um camiseiro importa botões e exporta camisas: um fabricante de telefones importa chips e exporta celulares: o que sai é diferente do que entrou.

O drawback existe em três modalidades. A suspensão, a mais comum, consiste na suspensão dos tributos na entrada dos insumos e extinção do regime quando da exportação do produto fabricado. Mas existem outras duas modalidades menos cotadas: isenção e restituição.

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O camiseiro importa botões de madrepérola, 800.000 médios e 300.000 pequenos, com os quais produzirá 100.000 camisas sociais masculinas. O crédito tributário na importação, no valor de RS 30.000,00, fica suspenso, e é extinto quando da exportação das camisas com os referidos botões.

Na modalidade restituição, o importador recolhe os tributos na importação dos insumos, exporta o produto e pede a restituição dos tributos pagos na importação, provando que os insumos foram efetivamente consumidos no produto exportado.

O camiseiro importa os botões, mas paga os RS 30.000.00 de tributos. Quando da exportação das camisas com os referidos botões, solicita a restituição da quantia paga, recebendo-a em créditos fiscais.

(52)

Na modalidade isenção, em vez de solicitar a restituição dos tributos pagos, realiza nova importação de insumos, em quantidade e qualidade equivalente, desta vez com isenção dos tributos exigíveis na importação.

(53)

REPEX - Regime Aduaneiro

Especial de Importação de

Petróleo Bruto e seus Derivados

Permite que uma empresa, com autorização da ANP - Agência Nacional de Petróleo, possa importar tais produtos, com suspensão do pagamento de impostos, para posterior exportação, no mesmo estado em que foram importados (RA, arts. 416a 423).

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RECOM - Regime Aduaneiro Especial de Importação de Insumos Destinados a Industrialização por Encomenda de

Produtos Classificados nas Posições 8701 a 8705 da Nomenclatura Comum do Mercosul (RECOM)

Permite que montadora de veículos importe, sem cobertura cambial e por conta e ordem de pessoa jurídica encomendante domiciliada no exterior, chassis, carroçarias, peças, partes, componentes e acessórios, com suspensão do pagamento do IPI e II (RA, arts. 381 a 384).

(55)

REGIMES ESPECIAIS DE

EXPORTAÇÃO

TEMPORÁRIA

O inverso da importação temporária é a exportação temporária, que permite a saída da mercadoria do país, condicionada à reimportação em dado prazo.

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Regime de Exportação

Temporária

Segundo o Regulamento Aduaneiro, "é o que permite a saída, do País, com suspensão do pagamento do IE, de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionada à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi exportada" (RA, art. 385 a 401).

(57)

A explicação está no retomo, pois "não constitui fato gerador do imposto (II) a entrada no território aduaneiro de mercadoria à qual tenha sido aplicado o regime de exportação temporária" (RA, art. 74, II).

Assim, de forma inversa à admissão temporária, os museus podem realizar exposições no exterior, as empresas de construção civil podem levar seus tratores, escavadeiras e guindastes, os artistas podem levar seus equipamentos nas tumês ao exterior, sem recolherem tributos na saída e no retomo

Nesse regime a mercadoria deve retomar no mesmo estado em que saiu, considerando seu desgaste natural.

(58)

Regime de Exportação

Temporária para

Aperfeiçoamento Passivo

Permite que a mercadoria exportada temporariamente possa ser transformada, beneficiada, montada, consertada, reparada ou restaurada. No retomo do produto resultante, sobre o valor agregado deverão ser pagos os tributos incidentes na importação (RA, arts. 402 a 410).

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REGIMES ESPECIAIS DE

DEPÓSITO TEMPORÁRIO

Os diversos regimes de importação temporária têm, em comum, a característica de que a mercadoria, durante a vigência do regime, é utilizada de alguma forma pelo importador. Isso não acontece nos regimes de depósito temporário, que se diferenciam dos de importação temporária por a mercadoria ficar apenas armazenada.

A finalidade desses regimes é apenas logística, ou seja, permitir que a mercadoria ingresse no país para, quando se fizer necessária, já estar aqui.

Existem diversas modalidades para atender às necessidades da economia.

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Regime Especial de

Entreposto Aduaneiro

É o mais genérico. Na importação permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos incidentes na importação; na exportação, permite a armazenagem de mercadoria destinada a ser exportada, também em recinto de uso público, com suspensão do pagamento de impostos, ou, exclusivamente em caso de empresa comercial exportadora, em recinto de uso privativo, com direito à utilização dos benefícios fiscais previstos para incentivo à exportação, antes do seu efetivo embarque para o exterior (RA, arts. 356 a 371).

(61)

O recinto de uso público é o armazém alfandegado pela RFB para que nele possa ser prestado o serviço de armazenagem de cargas sob controle aduaneiro. Pode estar localizado em porto ou aeroporto alfandegado, ou em zona retroportuária, ou seja, fora dos limites dos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados, denominando-se então porto seco.

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RECOF - Regime de

Entreposto Industrial sob

Controle Aduaneiro

Informatizado

Permite à empresa beneficiária do regime importar, com ou sem cobertura cambial, e com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias que após submetidas a operações de industrialização, serão exportadas. O regime admite que parte das mercadorias importadas sejam destinadas ao mercado interno, no estado ou depois de industrializadas, com pagamento dos tributos incidentes na importação (RA, arts. 372 a 380).

(63)

Regime Aduaneiro Especial

de Depósito Afiançado (DAF)

Permite a estocagem, com suspensão do pagamento de impostos, de materiais importados sem cobertura cambial (uma exportação é com cobertura cambial quando implica um pagamento a ser efetuado pelo importador estrangeiro. A exportação é sem cobertura cambial quando não acarretar um pagamento da parte do importador estrangeiro), destinados à manutenção e ao reparo de veículos de transporte internacional pertencentes à empresa estrangeira beneficiária do regime, inclusive provisões de bordo (RA, arts. 436 a 440).

(64)

Regime Aduaneiro de

Depósito Especial

Permite a estocagem de partes, peças, componentes e materiais de reposição ou manutenção, com suspensão do pagamento de impostos, para veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, estrangeiros, nacionalizados ou não, nos casos definidos pelo Ministério da Fazenda. Dessa forma o importador pode atender com mais rapidez seus clientes (RA, arts. 428 a 435).

(65)

Regime de Depósito

Alfandegado Certificado

(DAC)

É utilizado somente na exportação. Permite considerar exportada, para todos os efeitos fiscais, creditícios e cambiais, a partir da emissão, pelo depositário, de Conhecimento de Depósito Alfandegado (CDA), a mercadoria nacional nele admitida à ordem do adquirente, vendida para pessoa sediada no exterior. (RA.arts.441 a 446).

O conhecimento de depósito alfandegado comprova o depósito, a tradição e a propriedade da mercadoria, e sua data de emissão equivale à data de embarque ou de transposição de fronteira da mercadoria.

Uma vez admitida no DAC, como a mercadoria já está exportada, para seu envio ao exterior deve ser emitida uma simples Nota de Expedição (NE), mas para seu retomo ao país, será necessário fazer o desembaraço de importação.

(66)

Regime Aduaneiro Especial

de Depósito Franco

Permite a armazenagem de mercadoria estrangeira que transita pelo Brasil para atender ao fluxo comercial de países limítrofes com terceiros países (RA, arts. 447 a 451). Por exemplo, no Porto de Paranaguá existem depósitos francos paraguaios, administrados por aquele país, nos quais são armazenadas tanto cargas de exportação, como soja e madeira, quanto de importação, como produtos industrializados em geral, enquanto aguardam embarque no porto ou o transporte para o Paraguai.

(67)

É importante destacar que, apesar do que é frequentemente difundido, não

há nenhum conceito de

extraterritorialidade envolvido no depósito franco. Mesmo destinado à armazenagem de produtos do interesse de outra nação, as autoridades brasileiras têm jurisdição sobre os depósitos francos e a exercem.

(68)

Funcionamento do sistema

de operação do depósito

franco paraguaio

competência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), por meio dos "fiéis de armazéns". Nas instalações do depósito franco paraguaio, na Vila da Madeira, existe um pátio para contêineres e três depósitos, que funcionam com dupla chave (uma com o fiel de armazém da Appa e outra com a Receita Federal). O portão principal fica sob a responsabilidade da guarda portuária da Appa, que controla a entrada e saída de caminhões e cargas com as respectivas documentações.

(69)

O controle, fiscalização, vistoria e liberação é de competência da Receita Federal, por meio dos auditores fiscais. As vistorias aduaneiras são ordenadas pela Receita e realizadas em depósitos cobertos com a presença de representantes da Receita Federal agência marítima, fiel do armazém da Appa, companhia de seguros e depósito franco paraguaio (importador paraguaio). A administração do depósito limita-se a tramitações administrativas em representação do importador e exportador paraguaio.

(70)

REGIME ESPECIAL DE

TRÂNSITO ADUANEIRO

O regime especial de trânsito aduaneiro é o que permite o transporte de mercadorias, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos.

A natureza jurídica deste regime é a suspensão das obrigações tributárias, geradas com a entrada e a saída de mercadoria em território nacional. A sua natureza econômica decorre do fato de a mercadoria transitar de um ponto a outro do território aduaneiro, sem integrar a riqueza nacional ou para ela contribuir, em virtude da suspensão da exigibilidade tributária por tempo determinado.

(71)

O trânsito aduaneiro possibilita a interiorização das atividades aduaneiras que seriam realizadas nas repartições de fronteira, proporcionando a diminuição de trabalho dessas repartições e desafogando, assim, a zona primária. São modalidades de operação de trânsito aduaneiro:

- transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga no território aduaneiro até o ponto onde deva ocorrer outro despacho;

(72)

para exportação, do local de origem ao local de destino, para embarque ou armazenamento em área alfandegada para posterior embarque;

- transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportação, do local de origem ao local de destino, para embarque ou armazenamento em área alfandegada para posterior embarque;

- transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado situado na zona secundária a outro;

(73)

- passagem, pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada;

- transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria procedente do exterior, conduzida em veículo em viagem internacional até o ponto em que se verificar a descarga; e - transporte, pelo território aduaneiro, de mercadoria estrangeira, nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para reexportação e conduzida em veículo com destino ao exterior.

(74)

O regime subsiste do local de origem ao local de destino e desde o momento do desembaraço para trânsito aduaneiro pela repartição de origem até o momento em que a repartição de destino certifica a chegada da mercadoria, entendendo-se por:

a) local de origem e local de destino: aqueles que, sob controle aduaneiro, constituem, respectivamente, o ponto inicial e o ponto final do itinerário de trânsito; b) repartição de origem e repartição de destino: aquelas que têm jurisdição sobre os locais de origem e de destino e onde se processam, respectivamente, o despacho para o trânsito aduaneiro e a conclusão da operação de trânsito aduaneiro.

O transporte de mercadorias em operação de trânsito aduaneiro pode ser efetuado por empresas transportadoras, previamente habilitadas, em caráter precário, pela Secretaria da Receita Federal.

(75)

Essa habilitação pode ser:

- sub-regional, concedida por Delegado ou Inspetores;

- regional, concedida pelo Superintendente Regional da Receita Federal; e

- nacional, concedida pelo Coordenador-Geral do Sistema Aduaneiro.

São beneficiários do regime:

- importador, no trânsito de mercadorias provenientes do exterior; - exportador, no trânsito de mercadorias despachadas para exportação ou reexportação;

- depositante, no trânsito da mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado de zona secundária a outro;

- representante, no Brasil, de importador ou exportador domiciliado no exterior, no trânsito de mercadoria procedente do exterior e a ele destinada;

- permissionário ou o concessionário de recinto alfandegado;

(76)

a) operador de transporte multimodal; b) o transportador;

c) agente credenciado a efetuar operações de unitização ou desutinização da carga em recinto alfandegado.

O regime de trânsito aduaneiro se extingue na repartição aduaneira de destino, onde se verificam os documentos, os lacres aplicados e demais elementos de segurança, e a integridade da carga.

(77)
(78)

REGIMES ADUANEIROS

ESPECIAIS

REGIME ESPECIAL DE TRÂNSITO ADUANEIRO)

Alguns exemplos mostrarão a flexibilidade e a importância desse regime.

Um hospital, localizado em São Paulo, pretende importar, da Alemanha, um grande e caro equipamento destinado a diagnóstico médico, que utiliza energia nuclear e obtém um ex-tarifário para não pagar o Imposto de Importação.

(79)

Devido ao enorme peso do equipamento, e em função dos custos, este deve ser transportado por via marítima, para o Porto de Santos. No entanto o combustível nuclear, por questões de segurança, precisa ser transportado por via aérea para o local mais próximo. Para que o desembaraço possa considerar o ex-tarifário, todo o equipamento precisará estar em um só lugar, o que pode ser obtido transportando-se, submetido ao regime de trânsito, o corpo do equipamento de Santos para São Paulo.

(80)

Um frigorífico, localizado em Mato Grosso, exporta frango temperado para a Espanha, já em embalagens de consumo. Como conciliar a garantia de qualidade do produto, com a eventual necessidade de conferência física ao desembaraçar a mercadoria no porto? O despacho de exportação, com realização das conferencias sanitária e aduaneira pode ser realizado no próprio frigorífico, armazenando-se a mercadoria já desembaraçada para exportação em cofre-de-carga frigorificado, que em seguida é lacrado e despachado, sob o regime de trânsito aduaneiro para o porto de embarque, onde seguirá para o seu destino, sem novas verificações da mercadoria.

(81)

REPETRO - Regime Aduaneiro Especial de Exportação e de Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural (Repetro)

Não é propriamente um regime aduaneiro, mas antes, a articulação de diversos outros, como admissão temporária, drawback e exportação com saída fícta do país, de modo a facilitar as atividades nele previstas (RA, art. 411 a 415).

O ponto fundamental do regime é que a admissão temporária é concedida com suspensão total, embora a sua finalidade seja, sem qualquer dúvida, para utilização econômica.

De resto, as articulações com o drawback e a exportação com saída ficta têm como objetivo permitir a participação das indústrias nacionais na fabricação e fornecimento de equipamentos para o setor.

(82)

REGIME ADUANEIRO

ESPECIAL DE LOJA FRANCA

É o que permite a instalação de lojas, em zona primária de porto ou de aeroporto alfandegado, para vender mercadorias nacionais ou estrangeiras a passageiros em viagem internacional (RA, arts. 424 a 427).

As mercadorias estrangeiras são importadas diretamente pelos concessionários das lojas, bem como as nacionais, são beneficiadas pela suspensão do pagamento de tributos até sua venda, quando então a

suspensão se converte

automaticamente em isenção.

Os passageiros com destino ao exterior não têm limite de compra nas lojas francas de saída; os que chegam ao país são regidos pelas regras abaixo:

(83)

Compras em Loja Franca

(Duty Free Shop)

O viajante pode adquirir, com isenção de tributos, nas lojas francas (duty free shops) dos portos e aeroportos, após o desembarque no Brasil e antes de sua apresentação à fiscalização aduaneira, mercadorias até o valor total de U$ 500.00. Esse valor não é debitado da cota de isenção de bagagem a que o viajante tem direito.

(84)

Além do limite global de U$ 500.00, as mercadorias adquiridas nas lojas francas estão sujeitas aos seguintes limites quantitativos:

24 unidades de bebidas alcoólicas, observado o quantitativo máximo de 12 unidades por tipo de bebida

20 maços de cigarros de fabricação estrangeira

25 unidades de charutos ou cigarrilhas 250g de fumo preparado para cachimbo

10 unidades de artigos de toucador 3 unidades de relógios, máquinas, aparelhos, equipamentos, brinquedos, jogos ou instrumentos elétricos ou eletrônicos

(85)

Menores de 18 anos, mesmo

acompanhados, não podem adquirir bebidas alcoólicas e artigos de

tabacaria.

Bens adquiridos nas lojas francas do Brasil, no momento da partida do viajante para o exterior, nas lojas duty free no exterior e os adquiridos em lojas, catálogos e exposições duty free dentro de ônibus, aeronaves ou

embarcações de viagem têm o mesmo tratamento de outros bens adquiridos no exterior, passando a integrar a bagagem do viajante. Em resumo, essas mercadorias não aproveitam do benefício da isenção concedido às compras nas lojas francas do Brasil, efetuadas no momento da chegada do viajante.

(86)

REGIMES ADUANEIROS

APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS

ZONA FRANCA

Uma zona franca é uma região isolada e delimitada dentro de um país, geralmente situada em um porto ou em suas adjacências, onde entram mercadorias nacionais ou estrangeiras não sujeitas às tarifas alfandegárias. O objetivo consiste em estimular as trocas comerciais que podem resultar em melhor desenvolvimento regional. São locais onde os governos estimulam a criação de empresas e indústrias com baixos impostos e subsídios financeiros.

(87)

Países que possuem zonas francas

Bielorrússia Bulgária China

Chile

Coréia do Sul Emirados

Árabes Unidos

Espanha Malásia

Panamá Portugal

(88)

ZONA FRANCA DE

MANAUS

A Zona Franca de Manaus (ZFM) é "uma área de livre comércio de importação e de exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatores locais e da grande distância a que se encontram os centros consumidores de seus produtos" (RA, art. 452 a 471).

(89)

A entrada de mercadorias estrangeiras na ZFM, destinadas a seu consumo interno, industrialização em qualquer grau, inclusive beneficiamento, agropecuária, pesca, instalação e operação de indústrias e serviços de qualquer natureza, exportação, bem assim a estocagem para reexportação, é isenta do II e do IPI, exceto armas e munições; fumo; bebidas alcoólicas; automóveis de passageiros; e certos produtos de perfumaria ou de toucador.

(90)

A remessa de mercadorias de origem nacional para a ZFM, para efeitos fiscais, equivale a uma exportação, exceto quanto a armas e munições, perfumes, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros classificados.

Na internação, ou seja, na saída de mercadorias da ZFM para o restante do território aduaneiro, estas, se estrangeiras, ficam sujeitas ao pagamento de todos os impostos exigíveis sobre importações; se industrializadas na ZFM, ao pagamento do imposto de importação relativo aos insumos de origem estrangeira nelas empregados, com alíquota ad valorem reduzida, segundo coeficiente próprio a cada caso.

(91)

Estão isentas do IPI as mercadorias produzidas na ZFM, salvo exceções. Os benefícios da ZFM estendem-se à Amazônia Ocidental, constituída pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, quanto a motores marítimos de centro e de popa, seus acessórios e pertences, bem assim outros utensílios empregados na atividade pesqueira, exceto explosivos e produtos utilizados em sua fabricação; máquinas, implementos e insumos utilizados na agricultura, na pecuária e nas atividades afins; máquinas para construção rodoviária; máquinas, motores e acessórios para instalação industrial; materiais de construção; produtos alimentares; e medicamentos.

(92)

O Regime de Entreposto Internacional da ZFM (EIZOF - Entreposto de Importação da Zona Franca de Manaus) permite a armazenagem, com suspensão do pagamento de tributos, de mercadorias estrangeiras, importadas em regra geral sem cobertura cambial, destinadas à venda por atacado e à comercialização, neste caso apenas na ZFM, Amazônia Ocidental ou nas áreas de livre comércio.

(93)

ALC - ÁREAS DE LIVRE

COMÉRCIO

As Áreas de Livre Comércio têm o

objetivo de promover o

desenvolvimento de áreas fronteiriças e de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos. Estão localizadas em Tabatinga (AM), Guajará-Mirim (RO), Pacaraíma e Bonfim (RR), Macapá e Santana (AP) e Brasiléia, com extensão para os municípios de Epitaciolândia, e Cruzeiro do Sul (AC).

(94)

Nelas a entrada de produto estrangeiro é feita com suspensão do pagamento do II e do IPI, suspensão convertida em isenção em uma série de hipóteses, tais como consumo e venda internos; piscicultura; estocagem para comercialização no mercado externo; entre diversas outras. Isso não se aplica a armas e munições, perfumes, fumo e seus derivados, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros, e, para as áreas de Tabatinga e Guajará-Mirim, bens finais de informática.

O intercâmbio de mercadorias com a restante do país segue, como regra geral, as normas aplicáveis à ZFM.

(95)

Regime fiscal

As mercadorias estrangeiras ou nacionais enviadas às Áreas de Livre Comércio serão, obrigatoriamente, destinadas às empresas nelas estabelecidas e autorizadas a operar nessas áreas.

As mercadorias estrangeiras destinadas à estocagem para comercialização no mercado externo ou à internação para o restante do território nacional deverão ser obrigatoriamente depositadas em entreposto autorizado a operar na Área de Livre Comércio.

Somente será autorizada a exportação ou reexportação para o mercado externo ou, ainda, a internação para o restante do território nacional, de mercadorias estrangeiras que cumpram o requisito previsto no parágrafo anterior.

(96)

SUFRAMA

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é uma Autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de Manaus, com a responsabilidade de construir um modelo de desenvolvimento regional que utilize de forma sustentável os recursos naturais, assegurando viabilidade econômica e melhoria da qualidade de vida das populações locais.

(97)

Com quatro decênios de existência, a Suframa viabilizou a implantação dos três pólos que compõem a ZFM - comercial, industrial e agropecuário - e promove a interiorização do desenvolvimento por todos os estados da área de abrangência do modelo, identificando oportunidades de negócios e atrai investimentos para a região tanto para o Pólo Industrial de Manaus quanto para os demais setores econômicos da sua área de atuação.

(98)

Programas e Instrumentos

de Apoio

Agência de Promoção de Exportação - Apex

Programa Especial de Exportações - PEE

Programa de Apoio Tecnológico à Exportação - PROGEX

Exporte Fácil

Registro de Exportação Simplificado - RES

Seguro de Crédito à Exportação (SCE) Proex

Financiamento à Exportação Indireta Programa BNDES-Exim

(99)

PRINCIPAIS PÓLOS DE

PRODUÇÃO

Eletroeletrônico Duas Rodas Químico Termoplástico Papel e Papelão Mecânico Bebidas Relojoeiro Brinquedos Metalúrgico

Mineral não Metálico Madeireiro

(100)

PRINCIPAIS PRODUTOS

TV em cores

TV com tela de plasma TV com Tela LCD

Compaq Disc. e DVD (mídias) Home Theater

Monitor com tela LCD (uso Informática) Monitor com tela Cinescópio (uso Informática) Receptor de sinais Microcomputador Condicionador de ar Relógios Telefone celular Bicicleta Motocicleta Concentrados de refrigerantes Lentes para óculos

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