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Requalificação da Passarela Nego Quirido e a volta do carnaval às dinâmicas da cidade

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Academic year: 2021

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F L O R I A N Ó P O L I S / S C

UFSC | Centro Tecnológico

| Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho de Conclusão de Curso 2019.2 | Orientadora: Adriana Marques Rossetto

Graduanda: Anna Kharolyna Silva | Matrícula: 12204436

E A VOLTA DO CARNAVAL ÀS DINÂMICAS DA CIDADE

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Este Trabalho de Conclusão de Curso trata-se de uma requalificação urbana em um recorte da área central de Florianópolis. A área escolhida trata-se da Passarela Nego Quirido e de parte do Parque Urbano Francisco Dias Velho e de seu entorno. O enfoque do trabalho é a reintegração do carnaval de passarela ao centro da cidade de Florianópolis, local em que acontecia essa festa tradicionalmente.

Historicamente, na cidade de Florianópolis - SC, o desfile de carnaval acontecia em torno da Praça XV de Novembro, no centro da cidade. Com a grande expansão deste evento, houve a necessidade de uma área maior e assim os desfiles passaram a ocorrer na Avenida Paulo Fontes, em frente ao Mercado Público e Praça da Alfândega. Mais tarde, a interrupção do trânsito na Av. Paulo Fontes tornou-se um incômodo muito grande para a locomoção na cidade, então, com os desfiles de carnaval cada vez mais especializados, viu-se a necessidade da criação de uma área específica para a realização desses eventos, a Passarela Nego Quirido. No entanto, a criação dessa passarela - quase que exclusivamente para os desfiles de carnaval - acaba por segregar o carnaval de passarela da própria vida da cidade. Além disso, a passarela atual é uma construção que cria barreira visual e contribui para o afastamento da cidade em relação ao mar, dentre outros problemas existentes.

O projeto busca criar um parque que possa, tanto dar apoio para a realização de desfiles na época do carnaval, quanto ser suporte para diversos eventos e qualificar o dia a dia de quem utiliza o centro da cidade. Para isso, propõe-se eixos de conexão, praças, espaços de estar, esporte e lazer, visando uma rede para fortalecer os vínculos entre as partes do centro e, principalmente, entre sua área de ocupação consolidada e o restante do aterro da Baía Sul.

PALAVRAS CHAVE: 1. Desfile de carnaval. 2. Desenho Urbano. 3. Aterro Baía Sul.

RESUMO

ABSTRACT

This undergraduate thesis aims to present a urban requalification of a portion of the central area of Florianópolis. The analysed area was the Nego Quirido Walkway and part of the Francisco Dias Velho Urban Park as well as its surroundings. The emphasis of this coursework is the reinstatement of the carnival parade back to Florianópolis's downtown area, where the festivity traditionally took place.

Historically, in the city of Florianópolis - SC, the carnival parade took place around the Praça XV de Novembro, in the city's downtown. However, due to the great expansion of this event, a larger area was required and thus the parades began to take place on Avenida Paulo Fontes, in front of the Municipal Public Market and Alfândega´s Square. Later, the interruption of traffic in Paulo Fontes Avenue became an overwhelming inconvenience for locomotion around the city, so, with the carnival parades increasingly specialized, a specific area for the production of these events was needed, thus the Passarela Nego Quirido was born. However, the creation of this walkway almost exclusively for the carnival parades -ended up segregating the walkway carnival from the life of the city itself. In addition, the current walkway is a construction that creates a visual barrier and contributes to the distancing of the city to the sea, amongst other issues.

This project seeks to build a park that can provide both support for the parades at carnival season, as well as providing support for various events and improve the daily routine of the citizens. To this end, it creates axes of connection, squares, sports and leisure areas, aiming at a network to strengthen the links between the downtown zone and, especially, between its area of consolidated occupation and the rest of the landfill of the Baía Sul.

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SUMÁRIO

MOTIVAÇÃO | INTRODUÇÃO

--TEMÁTICA

ORIGEM

| BRASIL |

FLORIANÓPOLIS

I

ESTUDOS DE CASO

RJ | SP | POA

I I

ESTUDOS DO LOCAL

LOCAL | HISTÓRICO | SITUAÇÃO |

DIRETRIZES | MACRO PROSPOSTAS

I II

PROPOSTA

IMPLANTAÇÃO | AMBIÊNCIAS | ESTRATÉGIAS

I V

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P A R T E I

TEMÁTICA

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1 - CARNAVAL E ORIGENS

No Brasil, o carnaval chega através das influências portuguesas durante o período de colonização, porém sua origem se dá muito antes disso. Segundo Pinto (2019) ele é uma herança de várias comemorações realizadas na Antiguidade por povos como os egípcios, hebreus, gregos e romanos.

Segundo estudos, a origem do carnaval dá-se da antiga babilônia com as Saceias e os rituais que ocorriam no Templo de Marduk, ambas as festas tinham como caráter a subversão dos papéis sociais. A ligação entre o carnaval e as orgias está relacionada com as festas greco-romanas, como os bacanais - festas dedicadas ao deus do vinho, Baco/Dionísio, que tinham como marca o uso excessivo de bebidas alcoólicas e pela entrega pelos prazeres da carne. Também existiam as Saturnálias e as Lupercálias, festas estas que duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papéis sociais também eram invertidos temporariamente. Ainda segundo Pinto (2019), com o fortalecimento da Igreja Católica e como tais festas eram pagãs,

Havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio, e a partir disso tentou-se um jeito de enquadrar tais festas, surgindo assim a quaresma

SACEIAS - Eram uma festa onde havia a inversão das posições sociais. O prisioneiro representava por alguns dias a figura do Rei, alimentando-se fartamente como ele, vestindo-se e podendo dormir com as esposas do Rei. Ao final das saceias o prisioneiro era chicoteado e levado à morte.

TEMPLO DE MARDUK – A festa era realizada pelo Rei e acontecia nos dias que antecediam a primavera, marcando a entrada do novo ano naquela região. O Rei se submetia a surras de fronte ao templo de Marduk, um dos primeiros deuses da Mesopotâmia, para demonstrar ao povo a obediência ao deus. Logo após o ritual, ele assumia novamente o poder.

SATURNÁLIAS E AS LUPERCÁLIAS - Essas festas eram conhecidas pela inversão de papéis ou posições sociais. Os escravos ocupavam o lugar de seus senhores, assim como os seus senhores ocupavam os seus lugares, o lugar dos escravos.

Foram criados a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. (Pinto, 2019).

Durante a Idade Média eram realizadas festas para comemorar o período fértil da agricultura, homens se fantasiavam de mulher e saiam nas ruas à noite. No período do Renascimento,

Figura 2:

Festa da Agricultura Figura 1:

Festa em homenagem ao deus do vinho, Baco, na Grécia Antiga

Figura 3:

Commedia dell’Arte

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2 - CARNAVAL NO BRASIL – EVOLUÇÃO DO CARNAVAL DE AVENIDA

Como supracitado, no Brasil a festa surge no período colonial com o Entrudo, festa de origem portuguesa praticada por escravos, nessa brincadeira eles saiam jogando água, farinha e “bolinhas” de água de cheiro, frutas, etc. nas pessoas pelas ruas. Mais tarde, com a criminalização do entrudo por parte da elite que o considerava uma brincadeira violenta e ofensiva. Surgem as Sociedades Carnavalescas, que segundo Galdin (2000; p.49) era a junção carnaval de rua com carnaval de salão (por influência da Belle Époque, principalmente os bailes de máscaras que eram realizados na cidade de Veneza na Itália) e assim o tornava uma festa mais civilizada.

BELLE ÉPOQUE - Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/belle-epoque/>. Acesso em 12 fev. 2019

Os Ranchos tinham em suas fileiras os Mestres de Harmonia, um Mestre de Canto e um Mestre de Sala que era responsável pela coreografia. Além destas características, cada Rancho tinha sua bandeira em forma de estandarte, com um casal de Porta-Estandarte e Mestre-Sala, responsável pela guarda do estandarte. Nas atuais escolas de samba, também existe a figura da Porta-Estandarte e Mestre Sala, tendo sido este costume vindo dos Ranchos. (Duarte, 2008).

Figura 4: Entrudo

Figura 5: Cordão Bola Preta, 1918 – cordão mais antigo que existe

Posteriormente, surgem os Cordões, no qual os seus participantes andavam e dançavam um atrás do outro em fila pelas ruas usando fantasias, tem-se como exemplo o cordão do Bola Preta. Depois vêm os Ranchos, que segundo Duarte (2008) eram associações que desfilavam ou faziam cortejo de carnaval, seus desfiles envolviam uma alegoria semelhante a um cortejo, tendo a presença de rei e rainha, isso feito ao som de uma marcha-rancho.

Na década de 30, surgem as escolas de samba que passaram a tomar o lugar dos Ranchos. A principal diferença é que nas escolas de samba dançava-se ao som de samba moderno e faziam o uso de instrumentos de percussão.

A ideia era criar um bloco de carnaval diferente, que dançasse e evoluísse ao som de Samba, diferentemente dos Ranchos que dançavam e evoluíam ao som das marchas-rancho que usavam também instrumentos de sopro e metal e tinham um ritmo mais parado. (Duarte, 2008).

Figura 6: Ranchos

Figura 7: Corsos

Com o fim das Sociedades carnavalescas, surgem os Corsos que era um desfile constituído por veículos enfeitados repleto de foliões fantasiados que percorriam certas ruas, quando um corso encontrava com outro em seu trajeto havia o lançamento de confetes, serpentinas e lança-perfume um ao outro.

A partir da década de 60 as escolas de samba passaram a ser uma atividade comercial rentável tanto para o comércio local quanto turística. A partir daí cada vez mais se tem investido nesta festa. A prefeitura passou a colaborar com o evento, colocando arquibancadas em grandes avenidas e a cobrar ingresso para assistir aos desfiles. Visto o grande o sucesso houve a criação de uma estrutura própria para o evento, uma Passarela do Samba, conhecida como sambódromo.

No Brasil, a festa carnaval varia de região para região, as festas mais expressivas são: na capital do estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, com o desfile das escolas de samba e blocos de rua. Salvador, Bahia, que conta com blocos e trios-elétricos e as cidades de Recife e Olinda, Pernambuco, com o Maracatu, o Frevo e o Bloco Galo da Madrugada

O carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural. (Pinto, 2019).

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3 - RELAÇÃO DA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS COM O CARNAVAL

3.1 - HISTÓRICO

o carnaval pode ser dividido em três fases, a primeira fase, Praça XV, vai do final do século XIX com as brincadeiras carnavalescas dos estrangeiros até a década de 60 com o surgimento das escolas de samba. Já a segunda fase, Av. Paulo Fontes - Carnaval de passarela, é referente às décadas de 70 a 90 com o crescimento e expansão das escolas de samba e do carnaval. E a terceira fase, Passarela do Samba Nego Quirido, é a partir dos anos 2000 até os tempos atuais, 2019.

Fase 1 – Praça XV: “O Carnaval da fase Praça XV, segunda a socióloga e pesquisadora Cristina Tramonte (1986. P.97) começou a se organizar no Morro da Caixa, quando marinheiros cariocas começaram a inserir o conceito das escolas de samba do Rio de Janeiro no maciço do Morro da Cruz, assim surgiram entre as décadas de 40 e 50, Os Protegidos da Princesa e a Embaixada Copa Lord. Duas legitimas instituições que rompeu as barreiras do preconceito social, desceram o morro e se incorporaram as festividades carnavalescas oficiais em torno da praça principal da cidade na década de 60. Neste período as grandes sociedades que já eram a maior atração do carnaval e vieram somar conteúdo às Escolas de Samba e tornar o carnaval uma grande celebração estética. O carnaval de rua neste período cresceu e tornou os blocos de sujos uma grande atração. Diversos blocos eram organizados por clubes, associações, empresas e autarquias públicas para todos juntos se amalgamarem em uma única massa nos dias em que não havia programação oficial de desfiles ao redor da Praça XV de novembro. Era o período em que as grandes atrações do carnaval de Florianópolis dividiam o mesmo palco.”

Fase 2 – Avenida Paulo Fontes: “Caracterizada pela divisão do palco do carnaval. Com o crescimento das escolas de samba e das Grandes Sociedades no início da década de 80, surgiu à necessidade de levar as principais atrações do carnaval para um palco (provisório) mais amplo e iluminado, com arquibancada e decoração. Consequentemente esta transição afetou o caráter apoteótico, pois as atrações do carnaval estavam agora divididas em dois espaços. Porém a Avenida Paulo Fontes permitiu o crescimento espontâneo das escolas de samba.”

Figura 8: Primeira fase do carnaval –

Desfile em torno da Praça XV de Novembro

Figura 9: Segunda fase do carnaval –

Desfile na Av. Paulo Fontes

Figura 10: Terceira fase do carnaval –

Desfile na Passarela Nego Quirido

Fase 3 - Passarela do Samba Nego Quirido: “Nos Anos 80 Florianópolis estava em plena expansão urbana e não mais se permitia ao luxo de praticamente inviabilizar o trânsito em torno da Avenida Paulo Fontes no período do carnaval. A estrutura móvel (arquibancadas e camarotes) era grande demais para o evento. E nesta época a cidade já contava com sete escolas de samba. A construção da passarela Nego Quirido, inaugurada em 1989 na gestão do prefeito Edison Andrino, gerou muita polêmica pela questão de segregação do carnaval de Florianópolis, pela alegação que iria segmentar o público do carnaval de rua com o público do carnaval de passarela. Mas o Sambódromo de Florianópolis foi um sucesso desde seus primeiros anos. As escolas de samba, além de se profissionalizarem, alcançaram um esmero estético louvável que tornou os desfiles de Florianópolis um espetáculo próximo ao do nível apresentado na cidade do Rio de Janeiro.

F A S E I

P R A Ç A X V

F A S E I I

A V . P A U L O F O N T E S

F A S E I I I

P A S S A R E L A

N E G O Q U I R I D O

Figura 11: Fases do carnaval de Florianópolis

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Toda organização do carnaval dava-se por parte da prefeitura de Florianópolis através Secretaria Municipal de turismo de Florianópolis – SETUR, responsabilizava-se por captar recursos junto ao governo estadual e assim realizar os repasses e organizar os eventos do carnaval na capital, como os blocos de rua em cada bairro, concurso de rainha do carnaval, concurso Pop Gay, concurso de fantasias, os desfiles das escolas de samba, concurso de marchinhas entre outros eventos desta época.

Em 2006, com a criação da Liga das escolas de samba de Florianópolis - LIESF a organização e os eventos referentes às agremiações carnavalescas ficaram sob a responsabilidade da liga.

A organização atual se dá, da seguinte maneira: a prefeitura através da SETUR é responsável por fazer o cadastramento de blocos e escolas de samba e abre um chamamento público para que uma empresa privada possa explorar sua marca e a concessão da passarela Nego Quirido durante o carnaval. Essa empresa, dá as estruturas básicas do carnaval, como banheiros, palcos, decoração, reforma da passarela, e também repassa uma verba para as escolas de samba realizarem o desfile. A LIESF e a da Secretaria Municipal de cultura, esporte e juventude repassam a verba da empresa que recebeu a concessão para explorar o carnaval na cidade para as escolas de samba e os blocos, além de definirem os locais das festas

Em Florianópolis, a preparação dá-se da seguinte maneira: dentro das comunidades é realizada a confecção de fantasias e os ensaios em dias específicos de alguns componentes, como bateria, ala coreografada e comissão de frente. A parte de preparação das alegorias acontece no estacionamento ao lado da Passarela Nego Quirido.

Para a realização dos desfiles alguns elementos são necessários:

3.2 - ORGANIZAÇÃO

3.3 - FUNCIONAMENTO

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Figura 13: Elementos do carnaval do Rio de Janeiro Entenda melhor o desfile;

http://arte.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/02/27/alas/

https://carnaval.ig.com.br/rio/como-funciona-o-desfile-de-uma-escola-de-samba-na-sapucai/n1597622378071.html

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3.4 – DIAGNÓSTICO E SITUAÇÃO

Aponta-se algumas problemáticas e deficiências que o carnaval vem sofrendo ao longo dos últimos tempos e também as potencialidades deste evento. Para tal, usa-se para análise as informações coletadas na Secretaria Municipal de Turismo - SETUR, com o Grupo Oficina crítica do carnaval, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude de Florianópolis, entre outras fontes.

Primeiro aponta-se os problemas negativos:

• O carnaval não traz divisas econômicas para a cidade. Os turistas que aqui veem no período do carnaval são atraídos pelo destino do atrativo sol e praia. Apesar da negativa do fomento econômico do carnaval, em matéria publicada em 10/02/2016 no jornal Notícias do Dia - ND, a prefeitura de Florianópolis divulgou exatamente o contrário sobre o carnaval de 2018

A Prefeitura de Florianópolis informou nesta quarta-feira (10), que 800 mil pessoas passaram o Carnaval nas festas realizadas com apoio do município, incluindo desfiles na passarela Nego Quirido. De acordo com o prefeito, o número chega perto de 1 milhão de visitantes se forem contabilizados os eventos particulares.

Segundo dados da SETUR, a cidade recebeu cerca de 300 mil turistas e chegaram à cidade 200 ônibus extras, 125 voos charter e a rede hoteleira alcançaram 85% de ocupação. A estimativa é de que a cidade, desde o início da temporada, teve um incremento na economia de R$ 5 bilhões, incluindo todos os gastos dos turistas, entre eles hospedagem, transporte e alimentação.

• O carnaval espontâneo da Praça XV de Novembro virou carnaval de um dia só, ou seja, o “Dia dos Sujos”, que acontece nos sábado de carnaval. Nos outros dias, em horários antes ocupados por blocos e bandinhas, constata-se uma praça vazia, com pequenas manifestações pontuais de algum bloco espontâneo que ainda reluta em usar o espaço público para manter a brincadeira no verdadeiro sentido que é o da inversão da ordem. O formato da programação atual do carnaval do está sendo elaborada sem considerar os aspectos culturais, descaracterizando o Carnaval de Rua de Florianópolis. (Carnaval, 2018);

• O carnaval enquanto evento parece ser encarado muitas vezes como um problema de segurança pública. Pela Polícia Militar de SC o carnaval acabaria cada vez mais cedo, acontecendo apenas no período diurno ou até mesmo não aconteceria esta festa. (Carnaval, 2018); Fato de pode ser comprovado segundo reportagem do site G1 SC do dia 03/03/2019:

A Polícia Militar fez uso de bombas de gás e tiros de bala de borracha na noite de sábado (2), no Centro de Florianópolis, na dispersão do carnaval de rua. De acordo com a PM, houve confronto na Avenida Paulo Fontes e depredação no Terminal de Integração do Centro (Ticen).

Na madrugada da última sexta-feira (1º), a PM usou bombas de gás e tiros de bala de borracha contra frequentadores de bares da Rua Victor Meirelles. Em janeiro, uma confusão numa festa na Rua Nunes Machado teve pelo menos dois músicos feridos com balas de borracha disparadas pela PM. Ambas ocorrências no Centro foram geradas por perturbação de sossego. Em todos os casos, os abordados contestam a truculência policial e a PM diz ter sido reiteradamente atacada.

• A restrição e delimitações de espaços a serem ocupados por blocos inibe a espontaneidade das manifestações das organizações carnavalescas. (Carnaval, 2018);

Figura 16: Barreiras e delimitações

Figura 14: Bloco de sujos (sábado de carnaval) Figura 15: Bombas de gás foram usadas no Centro de Florianópolis no carnaval

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• A empresa patrocinadora de 2017, com o evento Arena Skol, providenciou a contratação de 3,5 mil metros de grades para garantir a delimitação e a segurança, impedindo a livre circulação, acesso, movimentação do público nos arredores do eixo da Avenida Paulo Fontes. O Mesmo problema foi identificado nos carnavais dos Bairros. (Carnaval, 2018);

• A atual patrocinadora tem executado uma péssima programação para o carnaval, priorizando a realização dos eventos privados e não gratuitos. Um exemplo disto, foi que neste ano de 2019 a realização do desfile das escolas de samba campeãs foi trocado de terça-feira para sábado. Na terça feira foi realizado um evento particular, a Peixada do Gui. E os desfiles aconteceram no sábado, data um tanto problemática pois parte dos participantes viajam para prestigiar o Carnaval do Rio de Janeiro, que acontece no sábado. Além disso, boa parte dos turistas que participam dos desfiles já voltou para sua cidade de origem.

• Em entrevistas com participantes assíduos do carnaval, houve uma reclamação unânime sobre a programação de gêneros musicais, ritmos como funk e eletrônico não traduzem a cultura do carnaval local. Segundo os entrevistados a cultura tradicional do carnaval vêm se perdendo a cada ano.

• Impor limites de atuação das empresas que vierem a patrocinar o carnaval. Bons exemplos a serem seguidos podem ser copiados de cidades como Rio de Janeiro, Recife e Olinda. Criar critérios e limites das atuações de marketing ao patrocinador é benéfico para ambas às partes. (Carnaval, 2018);

• A Passarela Nego Quirido é o principal equipamento cultural do carnaval. Porém o sambódromo sofre com a falta de manutenção e a sua administração deixa de apresentar soluções criativas para geração de renda. Ela também apresenta acessos irregulares e precários, enquanto urbanização, principalmente durante os desfiles das escolas de samba (Carnaval, 2018).

• A atual situação da Passarela Nego Quirido é problemática, parte da estrutura se encontra em péssimas condições e em parte condenada. Sempre antes do carnaval a passarela necessita de uma reforma, gasto em torno de 1 milhão de reais. Durante o ano a estrutura é subutilizada.

Figura 19 e 20: Situação da estrutura da Passarela Nego Quirido Figura 17: Carnaval de bairro: Santo Antônio de

Lisboa

Figura 18: Carnaval no centro de Florianópolis

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Apresenta-se, agora, alguns pontos positivos:

• Os ensaios das escolas de samba ao redor da Praça XV e os eventos que antecederam o carnaval são iniciativas que deram certos e podem ser amplificadas para as programações do carnaval além das escolas de samba. A consolidação das escolas de samba pode ser ainda maior se houver ações que possibilitem a cooperação entre as demais organizações carnavalescas. (Carnaval, 2018);

• Os batuqueiros e os músicos da cidade precisam ser estimulados novamente e terem a oportunidade de executar seus sambas e marchinhas ao redor da Praça XV de novembro, incentivando o surgimento de novos blocos e bandas no carnaval. (Carnaval, 2018);

• A parceria público-privado é uma ótima solução para a realização do carnaval, já que assim não se gasta recursos público e a empresa têm um retorno com a propaganda na cidade nesta época do ano. Porém, esta relação tem que ser muito bem resolvida e imposta pelo poder público.

Figura 21 e 22: Ensaios em torno da Praça XV de Novembro

• A Gestão da LIESF tem dado bons exemplos que a Programação do Carnaval deve acontecer o ano todo. É necessário promover e comercializar os eventos de forma ampla para além do público especifico do carnaval. (Carnaval, 2018);

• O Carnaval de Florianópolis possui uma propensão para tornar-se um dos maiores eventos do calendário turístico e cultural da cidade, atraindo um número cada vez maior de turistas interessados nos atrativos culturais, ao revés de atrair o turismo predatório. Ações de posicionamento do poder público para tornar o carnaval uma estratégia para o desenvolvimento econômico, ao exemplo de muitas cidades brasileiras, pode ser adotada como planejamento das pastas do turismo e cultura. (Carnaval, 2018);

Figura 23 e 24: Propaganda dos eventos realizados pela LIESF

3.5 – BREVE ANÁLISE

Podemos perceber que atualmente, o carnaval vem cedendo lugar para programações musicais, que não necessariamente têm a ver com o carnaval, e que poderiam estar acontecendo em qualquer outro lugar ou em qualquer outro período do ano. O carnaval parece ser encarado como um problema de segurança pública. Também é constatado que a Passarela Nego-Quirido continua sendo vista como o principal equipamento cultural do carnaval, mas que sofre com a falta de investimentos. O carnaval a cada ano que passa está cada vez mais sendo privatizado, e não considerando a programação pré existes, cedendo lugar a festas particulares no espaço da passarela do samba por exemplo. Também não existe um incentivo do poder público para a ampliação do evento e nem dando suporte para as escolas de samba, que sofrem com a falta de recurso e também de espaço, para a realização das alegorias e fantasias.

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3.6 – PASSARELA NEGO QUIRIDO E AS ESCOLAS DE SAMBA

A Passarela Nego Quirido é oficialmente o sambódromo de Florianópolis e o principal equipamento cultural do carnaval e das escolas de samba, ela foi inaugurada em 1989 pelo prefeito Edison Andrino. Ela recebeu este nome em homenagem a uma figura do carnaval de Florianópolis, Juventino João dos Santos Machado, o Nego Quirido. que além de sambista foi um dos fundadores da escola de samba Embaixada Copa Lord.

Atualmente o carnaval de Florianópolis é formado por 10 escolas de samba: Acadêmicos do Sul da Ilha – Tapera \ Florianópolis, Consulado do Samba – Saco dos Limões \ Florianópolis, Dascuia – Morro do Céu \ centro – Florianópolis, Embaixada Copa Lord – Morra da Caixa \ Centro – Florianópolis, Jardim das Palmeiras – Forquilhinha \ são José, Nação guarani – caminho novo \ palhoça, Protegidos da Princesa – Morro do Mocotó \ Centro – Florianópolis, União da Ilha da Magia – lagoa da conceição e Unidos da Coloninha – Estreito \ Florianópolis. O que todos tem em comum é o fato de não possuírem uma estrutura para a realização das alegorias, que hoje ocorre dentro da passarela nego querido.

A implantação da passarela é composta por quatro arquibancadas (azul), um edifício para camarotes (vermelho), um centro de eventos – CENTRO SUL (verde), um estacionamento (amarelo) e uma piscina semiolímpica. Fora do período do carnaval este espaço é utilizado principalmente por eventos e festas particulares, como exemplo o Folianópolis, a Peixada do Gui e RD Summit. Este equipamento vem sofrendo com a falta de manutenção, que só ocorre na semana de desfiles das escolas de samba e gradualmente deterioram-se.

Figura 25: Implantação Passarela Nego Quirido Figura 26, 27,28 e 29: Passarela Nego Quirido

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P A R T E II

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4 .1 – RIO DE JANEIRO: CIDADE DO SAMBA JOÃOZINHO 30

A Cidade do Samba Joãozinho foi idealizada para que as escolas de samba conseguissem um lugar definitivo para instalar e produzir as peças para o carnaval. A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro – LIESA, instituição que representa as escolas de samba, junto a Prefeitura do Rio de Janeiro, ambas responsáveis pela organização do carnaval, em 1999, começaram a procurar por terrenos ociosos. A prefeitura então comprou um terreno com 130.000m² na área portuária e se responsabiliza pela construção do projeto.

“Mais do que um centro de visitação turística, a Cidade do Samba se consolida como um núcleo de produção da genuína arte brasileira”. (CIDADE DO SAMBA)

O local do projeto tem grande valor histórico, pois o porto era um lugar estratégico no tráfico de escravos africanos por volta de 1500 e 1850. A cidade do samba está situada no coração da Gamboa e ali era onde os escravos cantavam e batucavam para matar a saudade de sua terra quando chegavam ao Brasil. Foi neste local onde aconteceu as primeiras rodas de samba.

Recentemente, diversas ossadas de escravos foram encontradas em ruas vizinhas à Cidade do Samba, como é o caso da Rua Pedro Ernesto, onde a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro tombou o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos, expressão que designava os nativos recém-desembarcados. Com a instalação da Cidade do Samba, os tambores voltaram a rufar. (CIDADE DO SAMBA)

A escolha do projeto deu-se a partir de concurso e os ganhadores, os arquitetos João Uchoa e Victor Vanderley, tiveram como inspiração os antigos trapiches e galpões do entorno. São 14 galpões e sua estrutura é composta por espaço de montagem dos carros alegóricos, almoxarifado, cozinha, banheiro, refeitório e ateliê de costura. São quatro pavimentos, o primeiro e último tem uma área de 2700 m² e os outros dois pavimentos uma área de 600m² num total de 6600m² por barracão. O primeiro pavimento tem uma altura de 12m para facilitar a montagem das alegorias, que podem ser montadas em tamanho natural. Devido ao tamanho das alegorias é necessário que sejam desmontadas para serem transportada pela cidade para o sambódromo. A cidade do samba tem uma praça central destinada para a realização de eventos, e também oferece ensino profissionalizantes.

São 21 oficinas ligadas à indústria do carnaval e ao setor administrativo das fábricas de alegorias, o Barracão 1 da LIESA reúne, diariamente, 160 aprendizes – a maior parte deles de comunidades de baixa renda. Os produtos criados pelos aprendizes (chaveiros, agendas, adereços, máscaras, etc.) são vendidos num estande instalado no próprio barracão, com a renda revertida aos autores e também destinada à manutenção do Projeto.

4 - ESTUDOS DE CASO

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4.2 – SÃO PAULO: FABRICA DO SAMBA

Com 50% das obras entregues, a Fábrica do Samba, atualmente, abriga 7 agremiações: Vila Maria, Vai-Vai, Acadêmicos do Tatuapé, Acadêmicos do Tucuruvi, Gaviões da Fiel, Tom Maior e Dragões da Real e futuramente as demais escolas. Já a Fábrica do Samba II será dedicada ao grupo de acesso.

Tendo como inspiração a Cidade do Samba Joãozinho 30, no Rio de Janeiro, o projeto Fábrica do Samba era um dos sonhos dos sambistas paulistanos e assim ela tornou-se uma das obras mais importantes para o carnaval depois do Sambódromo do Anhembi.

A Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) criou o projeto da Fábrica dos Sonhos, uma das intervenções incluídas na revisão da Operação Urbana Consorciada Água Branca (OUCAB), pela Lei nº 15.893/2013. (IACOVINI, Rodrigo Faria G. A )

“O critério para a escolha destas escolas foi feito mediante as que estavam com problemas em seus barracões e as que tinham problemas judiciais para deixarem os locais onde estavam. “Esta prioridade foi crucial para que estas agremiações fossem escolhidas”. - Paulo Sergio Ferreira, Presidente da LIESP

“Hoje, os barracões das escolas de samba se encontram espalhados pela cidade, muitos deles situados em terrenos públicos cedidos pela prefeitura e em condições precárias, sujeitos inclusive a inundações, como registram algumas reportagens. Além disso, por estarem descentralizados, ensejam intervenções complexas no trânsito para deslocamento dos carros alegóricos até o sambódromo no período do carnaval, causando problemas graves de mobilidade segundo estudo da Prefeitura de São Paulo.” (IACOVINI, Rodrigo Faria G)

...deixar as agremiações próximas ao Sambódromo, onde são realizados os desfiles, permitindo fácil deslocamento dos carros alegóricos e das fantasias, além de regularizar e modernizar toda a produção do carnaval, possibilitando a criação de novos empregos e dotar de infraestrutura os locais já existentes. (Prefeitura de São Paulo)

O projeto tinha como principal objetivo: O projeto ocupa um terreno com área de 83.559m², cada barracão tem aproximadamente 2.200m² e 18 metros de altura. Ao todo, o complexo terá 22 galpões que abrigam escolas do Grupo Especial, Grupo de Acesso e Grupo 1 da UESP. Além dos galpões, ele conta uma praça central, um edifício administrativo, um Museu do Samba, um prédio para reciclagem e reaproveitamento de materiais e estacionamentos. O projeto buscou o máximo de eficiência e com menor impacto ambiental e conta com algumas estratégias, como reaproveitamento da água, ventilação e iluminação natural.

Segundo o presidente da LIESP, Paulo Sergio Ferreira: “...A Liga também terá outro desafio que é o de gerir essas duas “fábricas”, uma gestão com responsabilidade de sustentabilidade, de meio-ambiente e social, pois esta é minha motivação, que o Carnaval de São Paulo cresça não só como um espetáculo dentro do Sambódromo, mas também em seu papel na sociedade”. (LIGASP).

Figura 35: Localização Fabrica dos Sonhos - SP

(17)

4.3 – PORTO ALEGRE: ORLA DO GUAÍBA

O Parque Urbano da Orla do Guaíba está localizado na região de central de Porto Alegre. É uma intervenção com 57hectares em torno do Lago Guaíba. A região no qual está inserido o projeto sofria com sérios problemas de degradação, abandono e segurança. Com a implementação deste projeto cria-se para a cidade um ponto de encontro qualificado.

É um projeto de regeneração urbana e ambiental que afetará positivamente a qualidade de vida dos porto-alegrenses, gerando efeitos sociais, econômicos e ambientais sistêmicos. Conectam-se as pessoas, a cultura, a história e a natureza em um círculo virtuoso de valorização.

Anexo ao centro de Porto Alegre, este parque é super conectado a malha urbana, sendo de fácil acesso a pedestres e ciclistas, além de ter um bom acesso a ônibus e metro.

O programa traz os elementos necessários para a valorização de seu entorno, através do crescimento do turismo, valorização imobiliária e recuperação do ambiente natural. Trata-se de um projeto de integração que traz elementos dos ambientes naturais e construídos, permitindo que as pessoas se reúnam e aproveitem este novo espaço, equipado com bares, cafés, áreas esportivas, sanitários, entre outros. O que antes onerava o município se torna um ativo importante, um elemento de sustentabilidade, reduzindo custos e agregando valor.

As qualidades arquitetônicas do projeto estão ligadas a forma como ele se insere na paisagem, tirando partido da topografia para acomodar a infraestrutura necessária e criar passeios de contemplação do cenário. Os materiais são concreto, vidro, madeira e aço em seus acabamentos naturais, garantindo leveza ao conjunto. As formas curvas tiram partido da plasticidade do concreto e o desenho se relaciona ao movimento das águas, desenvolvendo-se gentilmente ao longo do terreno.

Figura 42,43,44,45,46 e 47: Orla do Guaíba

(18)

P A R T E I I I

ESTUDO DO

(19)

Como o projeto trata-se da requalificação da Passarela Nego Quirido, e como estratégia de uma total ligação entre a passarela e o centro, a implantação do projeto conta com uma intervenção nem parte do centro histórico de Florianópolis. Será remodelado: o parque urbano Francisco Dias Velho, o Terminal Cidade de Florianópolis e parte do largo da alfândega. A escolha pela intervenção na parte central leva em conta os acessos para a passarela, através dos terminais de ônibus – TICEN e Rodoviária, os pontos de interesse no seu entorno, como mercado público, Forte Santa Barbara, Praça XV de Novembro, 3 poderes do judiciário, escolas, e a própria Passarela do Samba. Além disso por ser na parte central da cidade, com diversos comércios, áreas institucionais, e serviços, ali encontramos uma grande quantidade de circulação de pessoas e veículos durante o dia.

Figura 48: Mapa de localização: Brasil – Santa Catarina – Florianópolis

5 – LOCAL

Figura 49: Mapa de Localização: Área de intervenção (amarela) e seu entorno

5.1 – HISTÓRICO

Segundo (CUNHA, 2005) o histórico de formação do atual Aterro da Baía Sul de Florianópolis se deu da seguinte forma:

Florianópolis possui hoje uma área de 433 quilômetros quadrados, sendo que cerca de 420 quilômetros pertencem à Ilha e os outros 12 quilômetros pertencem à parte continental da Capital, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, desses 433 km, nove quilômetros foram ganhos com aterros. A colonização de Florianópolis começou em meados do século 18, principalmente com a chegada dos colonizadores portugueses vindos da Ilha dos Açores. O município de Florianópolis é formado por uma extensão composta pela ilha principal, a Ilha de Santa Catarina, uma extensão continental e uma série de pequenas ilhas circundando a ilha principal.

Até o ano de 1926, a única conexão entre a ilha e a porção continental era por via marítima através da travessia ilha - continente. Neste período, a principal atividade econômica era a pesca. No entanto, todas as atividades econômicas necessitavam do uso de barcos para transitar entre a ilha e continente.

Em 1926, foi construída a Ponte Hercílio Luz, com 831 metros de extensão (a primeira ponte entre o continente e a ilha). Este fato trouxe uma grande expansão do comércio. O modo de transporte terrestre via caminhões e carros passou a representar o principal meio de circulação a partir desta época. Com estas melhorias no sistema de transportes, o fluxo diário de pessoas e bens e a expansão das atividades mercantis e de turismo (a última relacionada com as belezas naturais da ilha) criaram problemas com tráfego intenso de veículos na área central da cidade.

A necessidade por mais espaço abriu caminho para propostas de realização de obras de aterros e a construção de uma segunda ponte. Desta forma a implantação do aterro Baia Sul deu-se no governo de Colombo Salles (1972-75), seguida da construção da Ponte Colombo Salles inaugurada em 1975, com 1227 metros de extensão. Esta segunda ponte permitiu uma ampla integração com as demais capitais brasileiras, em especial as capitais dos estados do sul, Porto Alegre e Curitiba, ou ainda com São Paulo e principalmente com o interior do estado catarinense. Ainda houve a intenção em preservar a estrutura arquitetônica colonial presente nas antigas casas e prédios públicos mantendo os parques históricos e a vegetação de Mata Atlântica preservada.

No início da década de 80, 187 mil moradores já estavam na cidade. Com o crescimento, o tráfego urbano passou a ter novas exigências, aumentando sobremaneira o escoamento para o aterro da baía sul e ponte Colombo Salles, que dão acesso ao Continente.

Este fato acarretou a necessidade da implantação de mais um aterro para a construção da Avenida Beira-Mar Norte e a construção de uma terceira ponte batizada de Ponte Pedro Ivo Campos, inaugurada em 1991, com 1252 metros de extensão. O aumento dessas áreas na Ilha de Santa Catarina trouxe diversas modificações socioeconômicas, físicas e ambientais. De forma, a partir de 1996 foi necessária a implantação de mais um aterro, o da Via Expressa Sul inaugurado em 2004, com 4,6 km de extensão. Atualmente está em construção o aterro da Beira Mar Continental, localizado no bairro Estreito, com 2,2 quilômetros de extensão. De acordo com Cunha (2005), O primeiro objetivo do desenvolvimento do aterro seria aumentar e melhorar o sistema viário, expandir as áreas para prédios públicos, residenciais, indústrias, estabelecimentos comerciais e construção de áreas de recreação e esportes.

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Figura 50: Mapa com as áreas aterradas

Os grandes aterros de Florianópolis, foram criados com o objetivo de melhorar e ampliar o sistema viário, facilitando a conexão entre ilha e continente, segundo PROCHNOW, R. M. (2009):

Cunha (2005), concluiu que os planos para estas áreas esqueceram ou simplesmente ignoraram a importância cultural representada pela relação da cidade com o mar, uma vez que os aterros afastaram e mais adiante extinguiram esta relação com o mercado público e as instalações portuárias. Debiasi (2005) notou a falta de acessibilidade para pedestres numa área que passou a priorizar quase que exclusivamente a mobilidade veicular e ainda a falta de seguimento dos planos que resultaram em vastas áreas subutilizadas. Ele ressalta que estes problemas estão muito mais relacionados a problemas urbanos da cidade na atualidade do que em tempos em que as obras foram idealizadas e realizadas.

Ou seja, com a implementação desses aterros, houve um grande desenvolvimento nas atividades comerciais e consequentemente um aumento na circulação de pessoas, mas em contrapartida a relação que a população tinha com o mar foi perdida e nunca recuperada.

Figura 51: Florianópolis na década de 50, antes dos aterros da Baía Sul: à direita, trapiche Miramar e ao fundo Forte Santa Bárbara

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5.2 – SITUAÇÃO ATUAL

A área escolhida para estudo e intervenção trata-se de recorte do aterro da baía sul. Atualmente parte dessa área encontra-se em situação de abandono, falta de manutenção e subuso. Ao longo dos anos foram propostos vários projetos para o local, mas nenhum realizado por completo, o que faz com que o local permaneça sem um uso fixo e estruturante. Alguns equipamentos, como o Camelódromo e o Direto do Campo, foram retirados do local e cederam lugar à estacionamentos. Além disso, por ter uma grande área ociosa, deixa o trecho inseguro para quem passa pelo local, entre as Avenidas Paulo Fontes e o Centro Sul. O projeto original do aterro tem mais de 40 anos, esse projeto visava que esta área se transformasse em um grande parque público. Hoje, a região concentra estruturas importantes, mas que acabaram isoladas do projeto original proposto. Alguns projetos arquitetônicos foram realizados, mas o que sobressai é o projeto do paisagista Burle Marx, o que se pode ver como vestígio da execução de tal projeto são somente as palmeiras entre o Terminal Cidade de Florianópolis e o Centro Sul. Hoje o aterro pode ser caracterizado como um vazio urbano, um espaço sem uso com o qual a população não se identifica.

5.3 – PLANO DIRETOR

Figura 57: Mapa Plano diretor de Florianópolis.

Atualmente a área escolhida para a intervenção (amarelo) é classificada pelo Plano Diretor de Florianópolis, como:

• AVL – Áreas verdes de Lazer (verde): são os espaços urbanos ao ar livre de uso e domínio público que se destinam à prática de atividades de lazer e recreação, privilegiando quando seja possível a criação ou a preservação da cobertura vegetal;

• ACI – Área Comunitária/ Institucional (azul): são aquelas destinadas a todos os equipamentos comunitários ou aos usos institucionais, necessários à garantia do funcionamento satisfatório dos demais usos urbanos e ao bem-estar da população;

• AMC – Área Mista Central (vermelha): de alta densidade, complexidade e miscigenação, destinada a usos residenciais, comerciais e de serviços;

Figura 53,54,55 e 56 : Situação atual do aterro..

(22)

6– DIRETRIZES

Algumas diretrizes propostas:

• Com o intuito de um melhor uso e a integração dos espaços públicos, foram feitas duas propostas de alteração da malha viária.A primeira: os fechamentos de as algumas ruas – Praça Fernando Machado, Rua Procurador Abelardo Gomes, R. Dep. João Bertoli, Trechos da Av. Paulo Fontes e Rua Antônio (Nico) Luz – marcadas em vermelho no mapa abaixo. Todas essas ruas têm em comum o fato de terem um baixo volume de trânsito e de servirem apenas como acesso a estacionamentos e terminais de ônibus. A segunda: um desvio de parte da Av. Paulo Fontes (trecho em azul no mapa abaixo), com o objetivo de reintegração da área ao centro da cidade, evitando a fragmentação espacial

Figura 59 :

Parte da Av. Paulo Fontes

que vai sofrer alteração Figura 58 : Ruas Fechadas: • R. Praça XV de Novembro • Rua Antônio (Nico) Luz, • R. Dep. João Bertoli • R. Procurador Abelardo Gomes

• Criação de eixo visual histórico: Praça XV de Novembro, Miramar, Parque Francisco Dias Velho (palmeiras) e a atual passarela Nego Quirido, criando percurso histórico. O objetivo desse percurso é mostrar parte da história de formação da cidade de Florianópolis e suas camadas, além de ser um eixo conector entre mar e centro.

• Criação de áreas para comércios, lazer e estar, buscando reintegrar a área à malha urbana, de maneira a incentivar o fluxo de pedestres pela área.

Figura 60: Eixo histórico Figura 61: Reintegração urbana

(23)

7– MACROS PROPOSTAS

23

DEMOLIÇÕES

Como proposta para o projeto algumas demolições terão que ser feitas, entre elas: 1. Terminal cidade de Florianópolis

2. Centro de Convenções de Florianópolis (CentroSul) 3. Estruturas da Passarela Nego Quirido

4. Passarela de pedestres

REALOCAÇÃO apesar das demolições propostas, essas funções serão realocadas para outros locais 1. Terminal cidade de Florianópolis: com intuito de valorizar a forte santa bárbara, dando visibilidade e também mostrando parte da história da cidade. 2. Centro de eventos: será realocado para uma área mais centralizada na cidade. 3. Passarela de pedestres: será proposta uma nova e melhorada passarela.

Figura 62: Demolições Figura 63: Realocações

1

2

3

4

2

1

3

(24)

PARTE IV

PROJETO

(25)

8–

ZONEAMENTO

,

Após algumas análises foram criadas a seguintes áreas:

Largo da Alfândega: Nesta parte do projeto se manteve o projeto proposto, que atualmente está em execução (anexo 1). Parte desta proposta foi dissipada ao longo da posta, como o uso dos espaços de estares e alguns materiais.

Área de apresentação: Nesta região teremos um palco para apresentações, apresentações essa já acontece nas redondas, como as batalhas de Rap, junto dos espaços de estar com sombra e bancos.

A ideia é incentivar a implementação de restaurastes nos edifícios adjacentes e assim trazer a vida de novo para este lugar. Além disso a proximidade com Forte Santa Barbara pode incentivar e despertar o interesse das pessoas que ali passam pela história do forte.

Centro de eventos: Foi criado nessa parte central um centro de eventos destinado a realização de eventos públicos e particulares. Com a retirada do CentroSul e com o grande volume de eventos que acontecem ali viu-se a necessidade de criar um espaço na área central da cidade e de fácil acesso.

Área de lazer e estar: São áreas de estar, com vegetação e bancos que tragam bem-estar e que seja agradável aos usuários. Também é composto por espaços esportivos, com quadras poliesportivas e pista de skate e um parquinho infantil.

Arena carnaval: Essa área é destina principalmente para o carnaval, tornam-se um apoio para as escolas de samba na confecção de alegorias, nas vendas de fantasias, ensaios, eventos, na organização geral.

Terminal marítimo: espaço destinado ao transporte coletivo marítimo de passageiros através de navegações, como o catamarã.

Área Kids + secretarias: a proposta aqui é utilizar parte da estrutura das arquibancadas construídas para abrigar a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude que hoje já ocupa parte da passarela Nego Quirido e junto isso criar um espaço educador e lúdico para as crianças de recebem auxílio da secretaria.

25

Figura 64: Zoneamento

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Como o direito à cidade também inclui o direito à cultura e ao esporte, e visto que o Centro como um todo disponibiliza poucos espaços culturais e de prática esportiva. O projeto busca criar um parque que possa, tanto dar apoio para a realização de desfiles na época do carnaval quanto ser suporte para diversos eventos e qualificar o dia a dia de quem utiliza o centro da cidade. Para isso, criam-se eixos de conexão, praças, espaços de estar, esporte e lazer, visando uma rede para fortalecer os vínculos entre as partes do centro e, principalmente, entre sua área de ocupação consolidada e o restante do aterro da Baía Sul

.

O local escolhido para a inserção desse complexo dá-se pela história do carnaval, os acessos ao terreno (os terminais de ônibus, rodoviária e vias estruturantes) e também pela situação atual em que se encontra a região escolhida. A situação é de subutilização de uma área nobre e de grande importância para conexão da cidade. Em grande parte da área existem estacionamentos, tanto de carros como de ônibus - isso faz com que existam grandes quadras áridas e muito desconfortáveis para se caminhar, trazendo sensação de insegurança, agravada durante a noite e aos fins de semana devido ao esvaziamento da região em horários não comerciais.

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9– IMPLANTAÇÃO –

ESCALA

1:2000

MIRANTE

Espaço que busca marcar o inicio da Passarela Nego Quirido, e que a ideia é lembrar a cabine de jurados do carnaval

ARENA CARNAVAL

Locado nesta região para uma melhhor integração entre passarela e arena.

TERMINAL MARÍTIMO

Foi colocado aqui por estar numa área central do projeto e assim conseguindo uma melhor integração com a malha urbana

ESPAÇO KIDS

Localizado próximo a secretaria de cultura, para a realização de projetos sociais e das comunidades carente da região, como o morro do Mocotó e José Mendes

CAMELÓDROMO

Seu intuito é trazer pra está região um ponto de atração, que traga mais usuários para esta região.

CENTRO DE EVENTOS

Está locado próximo aos terminais – Rita Maria e TICEN e também é ponto estratégico dentro da malha urbana da cidade.

ESPAÇO APRESENTAÇÕES

Espaço dedicado a cultura, com possibilidade de eventos espontâneos, e programados dentro da cidade.

ESPAÇO GASTRONOMICO PASSARELA – Eixo de conexão PARQUINHO INFANTIL

ÁREA PARA FEIRAS

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9– IMPLANTAÇÃO – AMBIÊNCIAS DO CENTRO – EIXO MERCADO PÚBLICO

Nesta primeira zona buscou-se tornar o passeio mais agradável e confortável para os usuários. Como nessa região existe um grande fluxo de pessoas provenientes do terminal de integração (TICEN) tentou-se colocar o mínimo de obstáculos no eixo de passagem, mas também fez-se o uso de estares na borda adjacente ao passeio, e assim criando espaços de permanecia e que também para auxiliariam os usuários com baixa mobilidade, como idosos e pessoas com deficientes, pais com crianças, pessoas com sacolas, comerciantes como carrinhos, entre outros.

Como já dito anteriormente, foi seguido o projeto de reforma do largo da alfândega, respeitou-se como eixos e usos propostos. Como ao espaço para feiras, que acontece quase todos os dias no centro.

A proposta é que esse complexo funcione como um parque, que traga conforto, bem-estar e qualidade de vida para os usuários, percebe-se que o fluxo dos pedestres é bem livre em todos os setores, fortalecendo a conexão com o centro e a permeabilidade do parque.

.

Nesta região teremos um palco para apresentações emas que também possa ser usado como estar, com sombra e espaço de descanso. Como a proposta é implementar restaurantes e bares nos edifícios ao lado este espaço pode ser usado por quem se alimenta ou passa por ali.

(29)

9– IMPLANTAÇÃO – AMBIÊNCIAS DO CENTRO – EIXO FORTE SANTA BARBARA

Atualmente nesta região encontramos estacionamentos e uma baixa ocupação de pessoas, servindo principalmente como lugar de passagem, trazendo sensação de insegurança. Como essa região fica próxima a Assemble legislativa, Fórum e tribunal de justiça e de algumas escolas como Instituto Estadual de Educação, Escola Estadual Celso Ramos e Faculdade Senac Florianópolis, a proposta é criar áreas de permanecia, com espaços esportivos, parquinho e estares ao longo do passeio, e uma área de comércio colocada ali com ponto de atração de novos usuários

.

Nesta região manteve-se as Palmeiras, remanescentes do projeto de paisagismo de Burle Max, que está ligado ao eixo histórico proposto e que se integre a paisagem. Junto a elas tem-se a reimplantação do camelódromo, retirado dali em 2016 e que levava uma grande

(30)

9– IMPLANTAÇÃO –

PARQUE

NEGO QUIRIDO

A proposta é que a Passarela Nego querido seja usada durante todo ano, não apenas no período de carnaval ou em eventos. Proe-se a criação de espaços esportivos e de estares dentro da área da passarela, e que durante ano este espaço funcionasse como um parque normalmente. Durante período de carnaval, no desfile principalmente, apenas uma pintura seja feita para demarcar a área de desfile (esse reparo de pintura é realizado todo ano no carnaval) e que seja feita a retirada dos equipamentos esportivos, como traves de futebol, redes de basquete, grade de proteção.

Também se propõe duas grandes áreas com praias artificias, com áreas de esportivas e de estar. Além disso essa proposta ajudaria no problema da maré alta, fenômeno que acontece na área. Adjacente à está área teremos um mirante, que a ideia é lembrar uma cabine de jurados e o piso de marcar início da Passarela Nego Quirido.

(31)

9– IMPLANTAÇÃO –

PARQUE

NEGO QUIRIDO

Uma das estratégias usadas é a implementação de uma terminam marítimo de passageiros. Como o intuído é transforma essa área em um espaço de permanência com atrativos, usou-se essas estratégias como ligação entre o aterro e o centro. Essa ligação se dá por uma passarela e através de eixos visuais de conexão.

A proposta dos espaços das secretarias é utilizar parte da arquibancada da passarela Nego Quirido para abrigar Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude, que atualmente já ocupa os camarotes existentes.

Junto a proposta de um espaço para a secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude, é a inserção de espaço kids, que busca trazer um local educativo, dinâmico e lúdico para crianças de diferentes idade. Atualmente dentro da cidade existe uma carência de espaços desse tipo gratuitos, a ideia que alguns projetos da secretaria ocorram ali.

Clemyjontri Playground McLean,

Virginia Formigueiro no Parque Galiza Alcovendas, Espanha

(32)

10 – DETALHES: ESTRATÉGIAS

BACIAS DE CONTENÇÃO EIXOS

VEGETAÇÃO ESTARES VEGTAÇÃO ARQUIBANCADAS

Como parte do projeto sobre o com fenômeno da maré alta em certos períodos do, foi proposto duas bacias de acumulação na área mais crítica.

Fez-se o uso de vegetações, tanto árvores quanto forrações como como forma de transmitir a ideia de direcionamentos de caminhos principais e secundários e também da marcação de entradas.

Nos estares a ideia é trazer áreas que tragam sensação de bem estar , com bancos e vegetações que possibilitem sombra no verão e a incidência solar no inverno com o uso de árvores Caducifólias.

Existe a implantação de algumas arquibancadas/estares, fazendo o uso vegetação de porte médio- alto com intuito de proporcionar bem-estar para os usuários.

(33)

11 –AMBIÊNCIAS :

ARENA CARNAVAL

Uma das problemáticas levantadas, foi a falta de uma estrutura física adequada para Escolas de Samba elaborarem suas fantasias e alegorias. A maioria das escolas não possui galpão próprio ou este é localizado a uma certa distância da passarela, o que causa vários problemas no transporte das alegorias. Também foi constatada a falta de um espaço colaborativo para realização de eventos carnavalescos durante o ano. Esse espaço poderia servir de sede para a realização de festas, ensaios e eventos promovidos pelas entidades carnavalescas ao longo do ano. Hoje, a Passarela Nego Quirido é usada, principalmente, no período no carnaval e fica ociosa boa parte do ano, além disso parte da sua estrutura está condenada por falta de manutenção.

A ideia é trazer um local que valorize e conte parte da história do carnaval mas que também dê suporte para escolas de samba de Florianópolis consigam tornar-se independes financeiramente com este espaço.

GALPÕES

Espaço para ser usado na fabricação de alegorias mas também pode ser modelado como espaço de eventos.

BACIAS DE CONTENÇÃO/ ESPAÇO PALCO

Além de servir como bacia de acumulação este espaço pode ser usado em ensaios, shows, pois trás a ideia de palco e plateia.

ÁREA DE ESTAR

33

PARADA DE ONIBUS

(34)

12 –FUNCIONAMENTO NO CARNAVAL : DESFILE

Este esquema demonstra como estaria setorizado o parque durante os dias de desfile das Escolas de Samba. A proposta é que o desfile ocorra na passarela Nego Quirido, como acontece atualmente. A proposta deixara 2 arquibancadas já existentes, e ao longo da passarela seriam montadas arquibancadas e camarotes móveis. Para realização de um desfile são necessárias algumas etapas, como:

A concentração e a montagem, que antecedem o desfile, estariam alocadas na Av. Gustavo Richard, já o desfile propriamente dito, continuaria na passarela e a parte da dispersão também aconteceria dentro do complexo, tanto para os componentes, quanto para as alegorias, no final do desfile.

(35)

12 –FUNCIONAMENTO NO CARNAVAL : ESTRUTURAS

35

E s t r u t u r a s F i x a s

E s t r u t u r a s m ó v e i s d u r a n t e o a n o

E s t r u t u r a s m ó v e i s n o c a r n a v a l

A ideia é que este espaço possa ser multiuso, ou seja, usado durante o ano e durante o período carnaval, por isso algumas das estruturas propostas são fixas, não podendo ser alteradas, e outras moveis, sendo usada de acordo com o evento.

Estruturas fixas: 1. Arena carnaval 2. Terminal marítimo 3. Arquibancadas/secretarias 4. Alimentação

3

2

1

4

(36)

12 –FUNCIONAMENTO NO CARNAVAL : C

ONTRASTES

(37)

13 -

CONCLUSÃO

Este trabalho buscou trazer soluções que posam não só melhor mas como

solucionar alguns problemas que acontecem no centro da cidade. Com o

enfoque nos desfile das escolas de samba, buscou-se propor uma estrutura

para organização do evento do Carnaval, para melhorar o desempenho e

facilitar a realização da festa mas também inseri-la no cotidiano da cidade de

maneira mais harmoniosa. A flexibilidade dos espaços é um conceito muito

importante para as propostas feitas neste trabalho. Para atingir uma melhor

solução para estes problemas, usou-se os aprendizados adquiridos dentro do

curso de arquitetura e urbanismo e os anos de vivências dentro do carnaval.

A autora tem consciência que a problemática relacionada ao centro

histórico e Aterro da Baia Sul é algo que gera muita duvida e varias discussões

dentro da cidade e que tal proposta, devido ao tamanho da área e valor

histórico e emblemático, tenha que ser pensada por mais de uma pessoa. Foi

colocada a visão de uma pessoa que gostaria de melhorar a cidade e os

meios na qual foi criada, e que espera ter dado uma pequena contribuição

ao campo do projeto urbano.

O projeto ideal não existe, a cada projeto existe a

oportunidade de realizar uma aproximação.”

- Paulo Mendes da Rocha

(38)
(39)
(40)

15

-

REFERÊNCIAS

,

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Referências

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