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Produtividade da mão de obra na execução de revestimento de argamassa e revestimento cerâmico - Estudo de caso

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KELLY SCHARFF

PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE

REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO

– ESTUDO DE CASO

Ijuí 2019

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE

REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO

– ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Prof. Me Thiana Dias Herrmann

Ijuí /RS 2019

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE

REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO

– ESTUDO DE CASO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí,18 de dezembro de 2019

Prof. Thiana Dias Hermann Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador Prof. Lia Geovana Sala Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA

Prof. Thiana Dias Hermann (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria

Prof. Daiana Frank Bruxel Bohrer (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria

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Dedico este trabalho а Deus, pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеu destino, mеu guia, socorro presente nа hora dа angústia. Aо mеu pai Gilmar e minha mãе Marisa, que sempre estiveram ao meu lado, me incentivando e apoiando.

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Agradeço primeiramente a Deus, quе permitiu quе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm todos оs momentos é o maior mestre quе alguém pode conhecer.

Aos meus pais, Gilmar e Marisa, que são tudo pra mim e nunca mediram esforços para me ajudar e me apoiar durante toda essa jornada. As minhas irmãs, Francieli e Isabely, que sempre se preocuparam e me deram forças e ao meu sobrinho Gustavo, por ser o amor da minha vida.

Ao meu namorado, Samuel, que sempre ficou ao meu lado, foi paciente, aguentando minhas inseguranças e me acalmando quando parecia que perdia as forças.

Aos professores reconheço o esforço gigante com muita paciência e sabedoria, foram eles que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais todos os dias.

Em especial, agradeço a minha querida orientadora Thiana, por toda a paciência do mundo e por não ter desistido de mim, sem ela não teria sido possível chegar até aqui.

Aos meus amigos e colegas que sempre estiveram dispostos a me ajudar, em especial agradeço a Marlise, amiga que conheci no primeiro dia de aula, mesmo longe continuou me apoiando e incentivando, a guardarei sempre em meu coração.

A todos os meus familiares que entenderam minha ausência em muitos momentos e sempre me apoiaram, acreditaram em mim e me deram forças para continuar.

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“Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!” Mario Sergio Cortella

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SCHARFF, Kelly. Produtividade da mão de obra na execução de revestimento de argamassa e revestimento cerâmico – estudo de caso. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

O crescimento da competitividade motiva consideravelmente empresas brasileiras do ramo da construção civil a buscar aumentar os níveis de desempenho, com isso utilizam a implantação de Programas de Melhoria da Qualidade e Produtividade. Este método requer a avaliação sistemática do desempenho, objetivando a orientação da empresa através da priorização de ações, impondo metas, identificando possíveis problemas, e assim fazendo o controle e melhorias no desenvolvimento de seu planejamento estratégico e operacional, junto com a obrigação de oferecer ao mercado, produtos de qualidade, que exigem novidades tecnológicas e comprovem sua competência, garantindo a lucratividade das empresas de construção, por meio da diminuição dos custos. Desenvolveu-se então este trabalho com o intuito de realizar um estudo de caso sobre a produtividade da mão de obra na execução de revestimentos argamassados e revestimentos cerâmicos, levando em conta a real conjuntura da mão de obra na cidade de Panambi/RS. A metodologia utilizada para a construção deste trabalho foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica, juntamente com o estudo de caso, revelando os principais motivos que interferem na produtividade durante a execução dos serviços. Por meio deste estudo foram alcançados dados reais de razão unitária de produção (RUP). Desfrutando destes índices, as empresas de Panambi/RS e até mesmo da região, podem calcular uma previsão mais precisa da duração da execução dos serviços apresentados. A análise apresentou um resultado da RUP diária oficial mediana de 0,24 Hh/m² para os revestimentos argamassados, sendo esses 0,028Hh/m² para o chapisco, 0,45 Hh/m² para o emboço e 0,24 Hh/m² para o reboco (massa fina), 0,72 Hh/m² para o serviço de revestimento cerâmico em parede e 0,80 Hh/m² para revestimentos cerâmicos tipo porcelanato. Os demais resultados obtidos para a RUP potencial e cumulativa também foram expostos neste trabalho. Através destes parâmetros foi permitido fazer uma análise, comparativa com os valores apresentados pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) e também do manual orçamentário TCPO. Depois de realizada a avaliação e comparação com os dados coletados e seus fatores influenciadores, produziram-se dados reais de razão unitária de produção (RUP), apresentando como vantagens uma previsão de duração dos serviços mais próxima da real, e o desenvolvimento ou aprimoramento das técnicas construtivas.

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SCHARFF, KELLY. Labor productivity in the execution of mortar coating and ceramic coating - case study. 2019. Completionof Course Work. Civil Engineering Course, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019. The growth of competitiveness considerably motivates Brazilian companies in the construction industry to seek to increase performance levels, thus using the implementation of Quality and Productivity Improvement Programs. This method requires the systematic evaluation of performance, aiming at guiding the company through the prioritization of actions, imposing goals, identifying possible problems, and thus making the control and improvements in the development of its strategic and operational planning. Together with the obligation to offer to the In the market, quality products that demand technological innovations and prove their competence, guaranteeing the profitability of construction companies, by reducing costs. This work was developed with the purpose of conducting a case study on labor productivity in the execution of mortar and ceramic tiles, taking into account the real conjuncture of labor in the city of Panambi/RS. The methodology used for the construction of this work was carried out through a bibliographic research, including a case study, revealing the main reasons that interfere with the productivity during the execution of the services. Through this study, real unit production ratio (RUP) data were achieved. Taking advantage of these indices, companies in Panambi/RS and even in the region can calculate a more accurate forecast of the duration of the services presented. The analysis showed a median official daily RUP result of 0.24 Hh / m² for mortar coatings, of which 0.028Hh / m² for plaster, 0.45 Hh / m² for plaster and 0.24 Hh / m² for mortar. plaster (thin mass), 0.72 Hh / m² for the ceramic wall covering service and 0.80 Hh / m² for porcelain type ceramic tiles. The other results obtained for the potential and cumulative OR were also exposed in this paper. Through these parameters it was allowed to make a comparative analysis with the values presented by the National System of Costs Survey and Indexes of Construction (SINAPI) and also of the budget manual TCPO. After the evaluation and comparison with the collected data and its influencing factors, real unit production rate (RUP) data were produced, presenting as advantages the closer forecast of the service duration and the development or improvement of the data. constructive techniques.

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Figura 1 - Produtividade da mão de obra ... 15

Figura 2 - Representação genérica de um sistema produtivo ... 20

Figura 3 - Processo de transformação no sistema produtivo ... 21

Figura 4 - Comparação entre os tipos de RUP ... 24

Figura 5– Chapisco ... 29

Figura 6 - Execução de taliscas e mestras ... 30

Figura 7 - Emassamento da parede ... 31

Figura 8 - Aplicação do reboco ... 32

Figura 9 - Inclinação do piso do banheiro ... 34

Figura 10 - Aplicação da argamassa na parede ou piso ... 36

Figura 11 - Assentamento das placas cerâmicas com os espaçadores ... 36

Figura 12 - Parede com revestimento cerâmico e aplicação de rejunte ... 36

Figura 13 - Fluxograma ... 38

Figura 14- planta baixa edificação... 39

Figura 15- Proposta de fachada residencial ... 40

Figura 16 - Fachada da obra em Agosto de 2019 ... 40

Figura 17 - Fachada da residência finalizada ... 41

Figura 18- RUP diária chapisco... 45

Figura 19- RUP diária emboço ... 45

Figura 20- RUP diária reboco ... 46

Figura 21- RUP cumulativa chapisco ... 47

Figura 22- RUP cumulativa emboço ... 48

Figura 23- RUP cumulativa reboco ... 48

Figura 24 - RUP's oficiais (Hh/m²) para o chapisco ... 54

Figura 25- RUP's oficiais (Hh/m²) para o emboço ... 55

Figura 26- RUP's oficiais (Hh/m²) para o reboco ... 56

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Tabela 1 - Coleta de dados in loco ... 42

Tabela 2 - Resumo do resultado da RUP oficial chapisco ... 49

Tabela 3 – Tabela SINAPI referente à execução chapisco ... 50

Tabela 4 - Tabela TCPO referente à execução chapisco ... 50

Tabela 5 - Resumo do resultado da RUP oficial emboço ... 51

Tabela 6 – Tabela SINAPI referente a execução do emboço ... 51

Tabela 7 - Tabela TCPO referente à execução do emboço ... 52

Tabela 8 - Resumo do resultado da RUP oficial reboco... 53

Tabela 9 - Tabela TCPO referente à execução do reboco ... 53

Tabela 10 - Revestimento cerâmico de parede, dados coletados in loco ... 57

Tabela 11 - Revestimento cerâmico de paredes ... 58

Tabela 12 - Revestimento cerâmico tipo porcelanato, dados coletados in loco ... 58

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Quadro 1 - Histórico da formação da mão de obra na construção civil ...19 Quadro 2 - Classes de resistência a abrasão superficial ... 35

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ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas Hh/m² - Homens-Horas por Metro Quadrado ICC - Indústria da Construção Civil

PPMO - Percentual de Produtividade da Mão de Obra RUP- Razão Unitária de Produção

TCPO - Tabela de Composição de Preços para Orçamentos

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1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONTEXTO ... 13 1.2 PROBLEMA ... 15 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 16 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 16 1.2.3 Delimitação ... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 18

2.1 MÃO DE OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 18

2.2 PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA ... 20

2.2.1 Conceituação de produtividade ... 20

2.2.2 A importância do estudo da produtividade ... 21

2.2.3 Razão Unitária de Produção (RUP) ... 22

2.3 REVESTIMENTOS DE ARGAMASSA ... 26

2.3.1 Exigências para a execução do revestimento de argamassa ... 27

2.3.2 Execução do revestimento de argamassa ... 28

2.3.2.1 Chapisco ... 28

2.3.2.2 Emboço ... 29

2.3.2.3 Reboco ... 31

2.4 REVESTIMENTO CERÂMICO ... 32

2.4.1 Execução do revestimento cerâmico ... 33

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 37

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 37

3.2 DELINEAMENTO ... 37

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 39

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4 RESULTADOS ... 44 4.1 ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DOS REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS ... 44 4.1.1 RUP diária oficial dos revestimentos de argamassa ... 44 4.1.2 RUP cumulativa oficial dos revestimentos de argamassa ... 46 4.1.3 RUP potencial oficial dos revestimentos de argamassa e comparação com base de dados ... 49 4.2 ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS ... 57 4.2.1 Revestimento cerâmico na parede da cozinha ... 57 4.2.2 Revestimento cerâmico na parede do banheiro e no piso da cozinha e do banheiro... ... 58 5 CONCLUSÃO ... 60 REFERÊNCIAS ... 62

APÊNDICE A DADOS COLETADOS DOS REVESTIMENTOS

ARGAMASSADOS... ... 66 APÊNDICE B – DADOS COLETADOS DOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS ... 73

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO

As empresas do ramo da construção civil enfrentam um mercado consumidor que tem se tornado cada vez mais exigente no que se refere à qualidade dos serviços prestados e produtos utilizados. Desde então, vê-se a necessidade da busca constante pela evolução dos processos, contudo, faltam conhecimentos quanto à eficiência das atividades produtivas, advindas da falta de um monitoramento adequado. O aumento do conhecimento sobre as empresas produtoras permite a realização de diagnósticos sobre o desempenho, sendo possível a detecção das falhas que influenciam no aumento ou diminuição dos indicadores de produtividade, por exemplo.

1.1 CONTEXTO

Conforme Marder (2001), o estudo da produtividade da mão de obra na construção civil se deve principalmente por ser uma das questões mais relevantes dentro do método de gerenciamento das empresas, considerando que a produtividade está diretamente ligada às questões orçamentárias, nas durações das atividades e, por conseguinte do empreendimento. Para Carraro (1998), o estudo da produtividade da mão de obra tende a trazer benefícios à indústria da construção civil, desde o momento que fornece informações confiáveis quanto à realidade analisada. Leal et al. (1996) definem que um dos primeiros passos a serem dados na busca da otimização do processo produtivo se dá através da mensuração. É necessário determinar a capacidade de cada atividade no processo produtivo, estudando todas as operações que a constituem, procurando simplificá-las.

Segundo Lantelme (1994), o crescimento da competitividade motiva consideravelmente empresas brasileiras a buscar aumentar os níveis de desempenho, com isso utilizam a implementação de Programas de Melhoria da Qualidade e Produtividade. Este método requer a avaliação sistemática do desempenho, objetivando a orientação da empresa pela priorização de ações, impondo metas, identificando possíveis problemas, e assim fazendo o controle e melhorias no desenvolvimento de seu planejamento estratégico e operacional.

Conforme Carraro e Souza (1998), entre os principais problemas existentes na indústria da construção, a má produtividade merece destaque, visto que os gestores

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responsáveis, frequentemente costumam não ter conhecimento sobre a quantidade de mão de obra essencial para produzir determinado serviço. Em consequência, não possuem parâmetros para buscarem alternativas corretivas caso surja algum eventual problema.

Heineck e Ferreira (1994) mostram também a importância da medição do consumo de mão de obra nas atividades, sendo uma das principais medidas a serem lembradas, tratando da organização de uma empresa em busca de qualidade e produtividade. A produtividade está diretamente ligada ao lucro, sendo que, empresas com altos índices de produtividade exigirão menores custos de produção, podendo trabalhar visando maior lucratividade e ao mesmo tempo oferecer produtos a preços mais baixos que a concorrência (MARDER, 2001).

Segundo Carraro (1998) existe uma publicação brasileira denominada Tabela de Composição de Preços para Orçamentos (PINI, 2019) que é a principal referência de engenharia de custos do país, utilizada muitas vezes para realizar uma previsão para um determinado serviço. Porém, em um país continental como o Brasil, esses índices não devem ser padronizados, pois podem induzir a erros, principalmente ao tentar quantificar o consumo de mão de obra em determinados serviços.

Para Souza (1996) a mão de obra é o mecanismo mais importante no setor da construção, tampouco porque possui alta representatividade de custos, mas pelo fato de se lidar com seres humanos, que possuem inúmeras necessidades que tendem a ser supridas. O supracitado autor ainda revela que a verificação dos índices de produtividade torna-se de extrema importância, visto que, através dos resultados, podem-se subsidiar políticas para o aumento da motivação dos trabalhadores e redução de custos.

Na concepção de Araújo (2000), o que afeta os índices de produtividade e a estrutura organizacional do projeto são as condições do canteiro, os métodos construtivos e o gerenciamento de projetos e pessoas. Donatti (2013, p.20) nos revela que “um dos fatores mais importantes para se obter índices de produtividades confiáveis é a organização, pois é a partir dela que irá se obter a racionalização dos recursos e materiais disponíveis.”Do ponto de vista físico, a produtividade da mão de obra, poderia ser definida como a eficiência (e, na medida do possível, a eficácia) na transformação do esforço dos trabalhadores em produtos de construção (a obra ou suas partes), como se observa na Figura 1(SOUZA, 2006).

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

Figura 1 - Produtividade da mão de obra

Fonte: SOUZA (2006)

“No que se refere à produção, produtividade estaria associada, de um ponto de vista bastante básico, à comparação do resultado obtido com o esforço demandado”(SOUZA, 2006, p.21). Adota-se para a realização do estudo como mensurador da produtividade, o indicador denominado Razão Unitária de Produção (RUP) que relaciona o esforço humano, apresentado em Homens x hora (Hh), com a quantidade de serviço realizado.

Observa-se a partir desta definição que quanto menor o valor da RUP, melhor será a produtividade. No entanto, deve-se levar em consideração que o processo que resulta a conversão dos recursos em produção num canteiro de obras é relativo. As variabilidades demonstradas na produtividade podem ser observadas como um reflexo da complexidade do dia a dia de trabalho (HEINECK, 1991).

1.2 PROBLEMA

A necessidade da análise da produtividade da mão de obra tem se tornado cada vez mais importante, pois a produtividade está dentre os principais fatores que medem os resultados e a eficiência da produção na indústria da construção civil. Porter (1999) define produtividade como sendo o valor produzido por um dia de trabalho e por recursos físicos utilizados ou uma unidade de capital.

Conforme citado por Carraro (1998), os mercados, incluindo a construção civil, estão cada vez mais competitivos, fazendo com que os profissionais desta área discutam com intensa relevância a importância de elevar a qualidade e aumentar os índices de produtividade do ramo da construção. Visando à redução de custos e a sobrevivência neste ambiente.

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Compreender os fatores que influenciam na produtividade de uma obra fazendo a mesma ser mais ou menos satisfatória é tão ou mais importante do que somente calcular índices de produtividade. Nesta perspectiva, há vantagens possíveis de serem alcançadas com o estudo da produtividade, como: previsão da duração dos serviços e do consumo da mão de obra (CARRARO, 1998).

Souza (1996) também cita diversos motivos que justificam a escolha de produtividade da mão de obra como um importante objeto de estudo. Dentre eles estão o fato de ser o recurso de mais difícil controle, a mão de obra ser o processo onde o maior número de perdas é verificado, e por possuir um elevado índice de atividades que possui seu ritmo ditado pelo ritmo da mão de obra.

Souza (2006) remete que a importância da abordagem deste estudo se dá pelo peso que a mão de obra representa no custo de uma construção, podendo alcançar até 50% do custo total, considerando ainda que perdas de mão de obra possam representar elevados valores financeiros, superiores às perdas de materiais. Envolver-se com o estudo da produtividade da mão de obra é de extrema necessidade e importância. A crescente competição no setor da construção obriga a constante busca de melhorias.

Deste modo, visa-se com este trabalho identificar a importância da produtividade da mão de obra e comparar o estudo in loco de determinados serviços com os parâmetros utilizados em algumas publicações, como o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), e pela Tabela de Composições e Preços para Orçamentos (TCPO). Gerando assim um parâmetro para analisar quais os possíveis problemas que acarretam um menor rendimento na produtividade quando esse fato ocorrer.

1.2.1 Questões de Pesquisa

Quais os fatores que podem influenciar na produtividade da mão de obra? Como medir a produtividade da mão de obra na execução de revestimentos de argamassa (chapisco, emboço e reboco) e revestimentos cerâmicos?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

Analisar através de um estudo de caso a produtividade da mão de obra na execução de revestimento de argamassa e piso cerâmico.

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

a) Apresentar os principais conceitos de revestimentos de argamassa e piso cerâmico; b) Realizar coleta de dados em campo, através de medições da produtividade diária dos serviços que serão analisados;

c) Identificar os fatores que atuam na influência para a mudança no valor da Razão Unitária da Produção (RUP), através dos dados levantados de campo;

d) Analisar os serviços observados;

e) Comparar a produtividade com valores apresentados para um mesmo serviço pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), ou pela Tabela de Composições e Preços para Orçamentos (TCPO).

1.2.3 Delimitação

Este estudo de caso da produtividade da mão de obra se limita na execução dos serviços de revestimentos de argamassa e revestimento cerâmico. Serão coletados dados suficientes para a realização de um comparativo com o mesmo tipo de serviço através de publicações utilizadas como meio de programação para a execução de determinadas atividades. Pretende-se identificar as possíveis causas que interferem nas variações da produtividade.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MÃO DE OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O desenvolvimento da indústria na construção civil brasileira sempre se deu frente às políticas econômicas das diferentes épocas. Para Souza (1996, apud KURZAWA2006), muitas transformações que ocorreram na composição da mão de obra e na organização do trabalho, nos diferentes períodos, não acontecem única e exclusivamente pelas características especificas do processo produtivo, mas sim de um conjunto de diretrizes gerais, estruturalmente geradas, que se refletem historicamente na estrutura e dinâmica do setor.

Souza (1996) argumenta que a estimativa de produtividade da mão de obra torna-se de extrema importância, pois pode contribuir com políticas para redução de custos e aumento da motivação no trabalho. A mão de obra é o mais significativo recurso participante da execução de obras de construção civil, não simplesmente porque representa elevada porcentagem do custo, mas essencialmente, por se tratar do fato de estar lidando com seres humanos, que dispõem de uma série de necessidades que necessitariam ser satisfeitas.

Donatti (2013) revela que o perfil da mão de obra da construção civil apresenta-se como predominância masculina, justificado pelas particularidades do processo produtivo que se utiliza da força física para a realização dos serviços. A grande maioria da mão de obra da construção civil aponta baixos índices de qualificação e a taxa de escolaridade figura entre os mais baixos do país.

Uma parte considerável da mão de obra da construção civil possui vínculos empregatícios irregulares. A mão de obra mais qualificada, que se acredita ser a mais produtiva, é apresentada em empresas formais que pagam altos encargos sociais, permanecendo assim somente os melhores operários, se constituindo da minoria da massa trabalhadora da construção civil (ARAÚJO, 2000).

Porém, segundo Kurzawa (2006), os altos valores pagos à mão de obra não significarão em aumentos de produtividade, e sim em um aumento considerável dos custos, podendo em muitos casos, inviabilizar investimentos, se não forem adotadas métodos de gerenciamento eficiente da mão de obra e de recursos humanos nos canteiros. Dessa forma, entender as variações provenientes do relacionamento entre a mão de obra e os serviços a serem executados, procurando sempre um contínuo avanço na produtividade, pode se traduzir

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

em um instrumento fundamental para se alcançar sucesso nos empreendimentos na construção civil.

Segundo Dantas (2011), é visível que não existe ligação direta entre o aumento do salário e a melhoria da produtividade. Para superar tais dificuldades uma das soluções encontradas é reverter aos funcionários possíveis ganhos.

Para Kurzawa (2006), compreender as variações provenientes do relacionamento entre a mão de obra e os serviços a serem executados, procurando constante aumento dos indicadores de produtividade, caracteriza-se como uma ferramenta indispensável para atingir sucesso nas atividades da construção civil. O Quadro 1 expõe, de maneira compreensível, a formação da mão de obra na construção civil brasileira.

Quadro 1 - Histórico da formação da mão de obra na construção civil

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2.2 PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA 2.2.1 Conceituação de produtividade

“O termo produtividade foi empregado pela primeira vez em 1766, de maneira formal, em um artigo do economista francês Quesnay. Em 1883, Littre, outro economista francês, utilizou o termo abordando a idéia de capacidade para produzir” (DANTAS, 2011, p.6).

Dórea e Souza (1999) presumem a produtividade como sendo a eficiência quando utilizado os recursos físicos variáveis: mão de obra e materiais. Para Silva (1986) a produtividade é a eficiência de se produzir mais e melhor, em menos tempo, com esforço reduzido e sem alterar os recursos disponíveis.

Conforme citado por Muscat (1993, apud ARAÚJO 2000), a produtividade se refere a uma associação entre o valor das saídas e o custo dos recursos utilizados para o alcance das mesmas. Em fim, uma correlação entre saídas e entradas de qualquer sistema produtivo, mensuradas financeiramente.

A produtividade passa a ser representada, portanto através de um comparativo entre os recursos físicos ou financeiros que entram num processo e os resultados que saem do mesmo (produtos, serviços e capital) (ARAÚJO, 2000). A Figura 2 indica, de maneira simplificada, as características de um processo produtivo.

Figura 2 - Representação genérica de um sistema produtivo

Fonte: Araújo (2000)

Para Araújo (2000) o termo produtividade descreve eficácia no processo produtivo. Em tempos existe competição entre as empresas de construção, é de extrema importância que tal eficiência seja capaz de ser medida, surgindo daí a necessidade de estimar os indices de produtividade.

De acordo com Kurzawa (2006) a Indústria da Construção Civil (ICC), como método produtivo, dispõe de todos os requisitos necessários aos estudos de produtividade. As entradas

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

podem ser apontadas como os recursos físicos do processo e as saídas por um serviço ou obra. A Figura 3 demonstra o exposto.

Figura 3 - Processo de transformação no sistema produtivo

Fonte: Carraro e Souza (1998)

2.2.2 A importância do estudo da produtividade

As vantagens de uma boa produtividade compreendem, tanto processos mais eficazes, como inovações nos processos e serviços. A maneira mais sustentável para a melhoria do padrão de vida é o aumento de produtividade (MCKINSEY, 1998 apud ARAÚJO, 2000).

Kurzawa (2006) diz que no mundo todo, discutem-se questões que dizem respeito à qualidade e produtividade dos empreendimentos da construção civil. Tornam-se cada vez mais imprescindíveis os estudos sobre a produtividade e suas limitações. Os novos mecanismos de defesa do consumidor necessitam oferecer ao mercado, produtos de qualidade, que exigem novidades tecnológicas e comprovem sua capacidade, preservando os rendimentos das empresas de construção, através da diminuição dos custos. O gradativo crescimento da competitividade no campo de edificações tem entusiasmado as empresas a averiguarem a origem das insuficiências das técnicas produtivas, e a estipularem padrões de desempenho (SANTOS, 1995).

Maruoka e Souza (1999) argumentam que a produtividade aliada à qualidade na execução de empreendimentos torna-se indispensável para a sobrevivência das empresas de construção. Exigindo destas, melhores índices de desempenho, racionalização dos processos construtivos e otimização dos recursos financeiros, humanos e físicos. Araújo (2000) cita alguns itens que mostram os benefícios que podem ser obtidos através do estudo da produtividade da mão de obra:

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a) Avaliação e comparação dos resultados;

b) Desenvolvimento/aprimoramento de métodos construtivos; c) Previsão do consumo de mão de obra;

d) Previsão da duração dos serviços;

Na construção civil o custo da mão de obra na construção civil chega a alcançar 50% do custo total de uma obra, de acordo com o tipo da obra e o grau de industrialização. O estudo da produtividade representa um sistema de informações muito útil para subsidiar as tomadas de decisões (SOUZA, 2006).

Sink e Tuttle (1989, apud DANTAS 2011), disseram que a maior finalidade da medição é a busca pelo melhoramento do desempenho, mencionando a equipe gerencial com novos dados e percepções, permitindo a compreensão do processo produtivo e oferecendo ferramentas para que sejam atingidas melhorias na produção.

Araújo (2000) descreve algumas características que vem ao encontro do propósito deste referido trabalho junto com a necessidade do setor de mensurar a produtividade da mão de obra:

a) Simples: os dados solicitados são poucos e apresentam facilidade na coleta em campo;

b) Barato: o sistema de mensuração apresenta baixos custos e é de fácil implementação;

c) Apurado: os resultados refletem o que está ocorrendo;

d) Comparativo: informações e dados coletados, analisados e estudados possibilitam a comparação entre diferentes empreendimentos;

e) Rápido: retorno rápido de informação, de forma que as ações corretivas podem ser tomadas mesmo durante atividades de curta duração.

O Modelo dos Fatores se diferencia de outros métodos de mensuração, principalmente, por seu foco estar na produtividade no nível da equipe de trabalhadores, e por estar baseado no estudo dos fatores que afetam a produtividade. Conhecer os fatores que fazem a produtividade de uma determinada obra ser melhor ou pior que outra é tão ou mais relevante que simplesmente calcular índices de produtividade (MARDER, 2001).

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

Quando o assunto é produtividade, nas mais diversas esferas do conhecimento existem sempre dúvidas sobre como foram calculados os índices que estão sendo utilizados (SOUZA, 2006). Para o estudo da produtividade, conforme Donatti (2013) é necessário, inicialmente, mensurá-la. Para mensurar a produtividade da mão de obra, adota-se o indicador denominado Razão Unitária de Produção (RUP), definido na Equação 1.

=

(1)

Onde:

RUP = Razão Unitária de Produção;

Hh = Mensuração do esforço humano desprendido, em homens-hora, para a produção do serviço;

Qs= Quantidade de serviço.

Como pode ser visto na Equação 1, verifica-se que a produtividade melhora, conforme cresce a relação entre os resultados e os consumos do processo. Quanto menor for o valor da RUP, maior será a produtividade de determinado serviço.

Araújo (2000) descreve os tipos de RUP de acordo com o período analisado, sendo elas: diária, cumulativa e potencial. A RUP diária é prevista a partir dos valores de homem-hora e quantidade de serviços relativos ao dia de trabalho em estudo. É obtida tomando-se como fundamento a avaliação diária da produtividade da mão de obra. Ao final de cada período diário, utiliza-se a RUP diária para fazer uma avaliação dos Hh utilizados e a quantidade de serviço executado.

A RUP cumulativa é calculada a partir dos valores de homem-hora e quantidade de serviços relativos ao período em análise, que vai do primeiro dia até o dia em questão. Segundo Donatti (2013) diariamente, a RUP cumulativa é calculada a partir do acúmulo das quantidades de Hh e de serviço executado desde o primeiro dia de trabalho. Assim sendo, apresenta a eficiência acumulada durante todo o período de execução de determinado serviço, considerando os melhores e os piores dias.

Para Carraro e Souza (1998), RUP cumulativa, como também o seu valor, é formado pela associação das produtividades ocorridas tanto em dias bons, quanto em dias runs.

(26)

Pode-__________________________________________________________________________________________

se dizer que qualquer valor superior ao da RUP cumulativa não representa um dia de boa produtividade. Por outro lado, os valores da RUP diária inferiores ao valor da RUP cumulativa, indicam dias de boa qualidade.

Conforme Araújo (2000), enquanto a RUP diária identifica os efeitos sobre a produtividade dos fatores influenciadores presentes no dia de trabalho, a RUP cumulativa capta tendências de produtividade ao longo prazo, fundamentais para se fazer previsões quanto ao consumo de mão de obra e duração dos serviços, entre outros.

A RUP potencial mostra a produtividade característica de um desempenho possível de ser repetido várias vezes na obra em que se está realizando o estudo. Para Dantas (2011), a RUP potencial não está associada a cada dia de trabalho. Ela indica uma produtividade potencialmente alcançável desde que, mantido um determinado conteúdo de trabalho, ela é obtida matematicamente calculando a mediana entre os valores de RUP diárias inferiores ao valor da RUP cumulativa para o final do período de estudo. Na figura 4 observa-se um gráfico com a comparação dos tipos de RUP.

Figura 4 - Comparação entre os tipos de RUP

Fonte: Dantas (2011)

Para se obter uma padronização na avaliação da RUP, necessita-se da padronização de quatro aspectos, segundo Donatti (2013), sendo eles:

a) A definição de quais homens estão inseridos na avaliação; b) A quantificação das horas de trabalho a considerar;

c) A quantificação do serviço;

d) A definição do período de tempo aos quais as mensurações de entradas e saídas se referem.

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

Salvador (2012) diz que, definida matematicamente a RUP potencial como um valor a ser buscado de produtividade ao se executar um serviço, poderia ela servir de referência de produtividade teoricamente alcançável e considerar-se que a diferença entre a RUP cumulativa e a RUP potencial representaria um afastamento da situação real em relação à ideal. Com isso, se poderia definir Perda Percentual de Produtividade da Mão de Obra (PPMO) como apresentado na Equação 2:

= ( )× 100(%) (2)

Donatti (2013) mostra que a diferença entre as RUP cumulativa e potencial é um indicativo da perda associável à má gestão; a expressão percentual com relação à própria RUP potencial torna o indicador menos dependente da variação de conteúdo do trabalho. Considera-se que a gestão de certo serviço, em diferentes obras, possa ser avaliada comparativamente confrontando-se os PPMO dos casos em análise.

Segundo Souza (2006) a partir da produtividade nos serviços de construção, a preocupação está na mão de obra de produção, a definição das RUP não envolverá o esforço dos gestores e sim somente o dos comandados por eles. Dentro desse contexto, existem diferentes possibilidades quanto à caracterização da mão de obra envolvida.

Ressalta-se que existem os pedreiros oficiais que estão diretamente envolvidos na produção final do serviço, os ajudantes que os auxiliam diretamente e operários que dão apoio mais à distância com relação ao grupo direto. Sendo assim, criam-se algumas possibilidades para a definição de mão de obra contemplada, são elas:

a) RUP oficiais – que se avalia a produtividade dos oficiais;

b) RUP direta – que se associa à produtividade da mão de obra direta; c) RUP global – que se avalia a produtividade da mão de obra global.

(28)

__________________________________________________________________________________________

2.3 REVESTIMENTO DE ARGAMASSA

Para a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2002) as principais funções de um revestimento de argamassa são:

a) Proteção da base, geralmente de alvenaria e sua estrutura da ação direta dos agentes agressivos contribuindo para o isolamento termo acústico e a estanqueidade à água e aos gases;

b) Permite um melhor acabamento, base uniforme para o recebimento de outros revestimentos, de acordo com o projeto arquitetônico, por meio da regularização dos elementos de vedação.

O revestimento de argamassa é capaz de reduzir os custos de manutenção dos edifícios (evitar a degradação precoce das vedações e da estrutura; aumentar a segurança ao fogo) e de ter a capacidade de valorizar a construção. Cumprindo-se essas funções de forma satisfatória, atinge-se o desempenho necessário de um revestimento de argamassa (SABBATINI, 1986).

A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2002) traz a idéia numérica da importância do revestimento como isolante, pois um revestimento de argamassa com espessura de 30 a 40% da espessura da parede pode ser responsável por 30 a 50% do isolamento acústico, 30% do isolamento térmico e contribui em 100% pela estanqueidade de uma vedação de alvenaria comum. Os índices supramencionados mostram a grande importância dos revestimentos de argamassa.

Para Sabbatini e Baía (2000), além da considerável incidência de falhas e problemas patológicos, os revestimentos em argamassa ainda são caracterizados por desperdícios de materiais, mão de obra, tempo e elevados custos de produção. A precariedade na execução da estrutura, alvenarias fora do nível e prumo, são problemas facilmente encontrados nas obras, sendo capaz de comprometer o desempenho e as funções do revestimento. Ao deixar a qualidade de lado na hora da execução dessas atividades, é necessário que o prumo e alinhamento sejam corrigidos nos revestimentos de argamassa.

Caracteriza-se o revestimento, seja ele interno ou externo, como sendo um componente de suma importância na regularização, impermeabilização, proteção contra intempéries e melhoria das condições termo acústicas nos ambientes. O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo três camadas superpostas,

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contínuas e uniformes: chapisco, emboço e reboco (CANTARELLI, 2012 apud BRONSTRUP, 2014).

Segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998) a argamassa inorgânica trata-se da mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânica(s) e água, contendo ou não aditivos e adições, com propriedades de aderência e endurecimento.

De acordo com Silva (2001, apud Donatti 2013), o revestimento argamassado, é um serviço que pode ter uma grande variação, tanto no consumo de mão de obra, variando de 1,23Hh/m² a 5,13Hh/m² (homem hora por metro quadrado), quanto no consumo de materiais, variando de 3,4Kg/m² a 13,9Kg/m² (quilogramas de cimento por metro quadrado de área revestida).

Salvador (2012) ressalta que o revestimento de argamassa é uma importante etapa da obra e requer bastante atenção por parte dos gestores de modo que nela estão envolvidas grandes quantidades de recursos físicos como, por exemplo, material, mão de obra e equipamento. O autor ainda cita, em sua opinião que não deve ser papel do revestimento disfarçar imperfeições grosseiras da base, onde muitas vezes se faz necessário “esconder na massa” as imperfeições, desalinhamentos ou desaprumos, o que compromete o desempenho das reais funções do revestimento.

2.3.1 Exigências para a execução do revestimento de argamassa

Segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998) para poder ser executado os serviços de revestimentos, deve ser levado em consideração alguns aspectos, tais como:

a) Devem ser testadas as tubulações de água e esgoto, observando se estas estão devidamente embutidas e que não existam vazamentos.

b) Precisam ser verificados se eletrodutos, caixas de passagem ou derivação de instalações elétricas e telefônicas estão adequadamente embutidos.

c) Há necessidade que já tenham sido decididos os vãos das portas e janelas, onde os contramarcos já devem estar previamente fixados.

Ainda de acordo com a NBR 7200 (ABNT, 1998) quando as argamassas usadas forem preparadas em obra, devem-se respeitar as idades mínimas das bases de revestimentos, como por exemplo:

(30)

__________________________________________________________________________________________

a) 28 dias após a execução das estruturas de concreto e alvenarias armadas estruturais; b) 14 dias para alvenarias sem função estrutural;

c) 3 dias após a execução do chapisco para posterior aplicação do emboço ou revestimento de camada única; quando localizado em locais quentes e secos o prazo pode ser reduzido para dois dias;

d) 21 dias após o emboço, para que se possam iniciar os serviços de reboco;

e) 21 dias do serviço de camada única ou reboco, para a execução dos acabamentos decorativos.

2.3.2 Execução do revestimento de argamassa

Para a execução dos revestimentos de argamassa são necessários alguns cuidados como consta na NBR 7200 (ABNT, 1998), o local que irá receber o revestimento deverá estar livre de resíduos, pó, graxa, óleo, materiais soltos ou quaisquer produtos que venham a prejudicar a aderência do revestimento. As espessuras dos revestimentos devem estar de acordo com a NBR 13749 (ABNT, 1996), sendo estas:

a) Parede interna: 5mm ≤ e ≤ 20mm b) Parede externa: 20mm ≤ e ≤ 30mm c) Teto interno e externo: e ≤ 20mm 2.3.2.1 Chapisco

Conforme citado na NBR 7200 (ABNT, 1998), para realizar o serviço do chapisco é necessário que a argamassa a ser aplicada possua uma consistência fluida, proporcionando que a pasta de cimento tenha maior facilidade de penetrar na base, melhorando desta forma a aderência na área do revestimento-base. Esta argamassa fluida possui um traço de 1:3 (cimento: areia grossa) (FIORITO, 2009).

No momento da execução do chapisco é fundamental o cuidado para que a base não seja completamente coberta. Nas regiões onde predominam temperaturas muito elevadas e ar seco, deve existir uma atenção para que o chapisco não fique diretamente exposto ao sol e ao vento, mantendo sempre a superfície úmida por no mínimo por 12 horas após a aplicação. A Figura 5 mostra o serviço de chapisco.

(31)

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Figura 5– Chapisco

Fonte: Autoria Própria (2019) 2.3.2.2 Emboço

Para Azeredo (2006), a camada do emboço tem a função de evitar a infiltração e penetração de águas, necessita também a uniformidade da superfície, removendo os excessos de argamassas, nivelando e aprumando as paredes para que as mesmas estejam em um perfeito alinhamento. Para definição da espessura dos revestimentos, devem ser seguidas as indicações do projeto e estar de acordo com as exigências estabelecidas na NBR 13749 (ABNT, 1996).

A NBR 7200 (ABNT, 1998) designa que o primeiro passo para a execução do emboço após o chapisco é a fixação das taliscas, elas devem estar dispostas a uma distância da forma que seja compatível com o tamanho da régua de alumínio a ser usada no sarrafeamento, essas taliscas são peças planas, pequenos pedaços de cerâmica, fixados com a mesma argamassa que será utilizada no revestimento, levando em conta o prumo da parede e a espessura identificada no projeto.

Fiorito (2009) define que o traço ideal seja 1:2:9 ou 1:1:7 (cimento, cal hidratada e areia média úmida). Após a execução das taliscas, executa-se o preenchimento das faixas

(32)

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entre as taliscas com a argamassa, essas faixas serão regularizadas com a passagem da régua, formando assim as denominadas mestras ou guias. NBR 7200(ABNT, 1998). Pode-se visualizar a execução desses serviços na Figura 6.

Figura 6 - Execução de taliscas e mestras

Fonte: Autoria Própria (2019)

De acordo com Bronstrup (2014), após o enrijecimento das mestras, deve ser realizado o emassamento da parede que significa o preenchimento dos vãos entre as mestras com argamassa de revestimento. Fiorito (2009) recomenda que a argamassa deva ser chapada com energia sobre a superfície a receber o revestimento.

Bronstrup (2014), ainda alerta que se tenha cuidado para que a argamassa projetada na superfície possua um excesso em relação ao plano das mestras, no primeiro espalhamento da argamassa devem-se comprimir as chapadas com o auxílio da colher de pedreiro, como mostra a Figura 7. Deve-se recolher o excesso de argamassa que cair sobre o piso antes que a mesma endureça.

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

Figura 7 - Emassamento da parede

Fonte: Autoria Própria (2019)

Após realizar o preenchimento de uma pequena área, e com o auxílio da régua de sarrafeamento perfeitamente alinhada, executa-se o sarrafeamento, que é basicamente um movimento de ziguezague de baixo para cima, que tem por objetivo eliminar o excesso de argamassa entre as mestras. Caso ocorram falhas devem ser preenchidas com novas chapadas de argamassa e voltar a sarrafear, caso exista posteriormente o revestimento de massa fina, não existe a necessidade de desempenar, pois esse aspecto irá proporcionar melhor fixação do revestimento de acabamento (AZEREDO, 2006).

2.3.2.3 Reboco

O reboco é o acabamento que irá receber a pintura. Segundo Yazigi (2009), o revestimento só poderá ser executado 24 horas após a pega completa do emboço e após o assentamento dos peitoris e marcos. Nos locais onde exista exposição direta do sol ou do vento, deve-se ter uma atenção quanto à proteção para que não ocorra a secagem de forma muito rápida do revestimento, é necessário que o reboco apresente aspecto uniforme, com superfície plana.

Milito (2009) diz que o reboco é constituído, geralmente, no traço 1:2 (cal e areia), podendo fazer uso das argamassas pré-fabricadas, porém, as mesmas necessitam ser fornecidas perfeitamente homogeneizadas, cada saco deve fornecer visivelmente as indicações de peso líquido, traço, natureza do produto e a marca do seu fabricante.

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De acordo com Azeredo (2006), a execução desse serviço é realizada primeiramente umedecendo o emboço realizado anteriormente, após isso, conforme Milito (2009) o reboco é aplicado sobre a base, com o auxílio de uma desempenadeira de madeira e deverá ter uma espessura de 2mm até 5mm. Sua aplicação deve ser feita de baixo para cima, a superfície deve ser regularizada com a desempenadeira, como mostra a Figura 8.

Figura 8 - Aplicação do reboco

Fonte: Autoria Própria (2019)

Quando a argamassa estiver levemente enrijecida, deve ser realizado um novo desempenamento, agora com desempenadeira revestida com espuma de borracha ou feltro. Nesta etapa, pelo fato da argamassa já ter perdido água, deve-se borrifar água na superfície para a desempenadeira correr no movimento circular, tirando as marcações deixadas pelos grãos maiores de areia que riscaram a parede no primeiro desempeno (AZEREDO, 2006). 2.4 REVESTIMENTO CERÂMICO

Para Silva et al.(2015), os revestimentos cerâmicos estão entre os materiais de acabamento mais usados na construção civil, possuindo inúmeras possibilidades de aplicação, modelos variados e alta durabilidade. Um elemento de grande importância é realizar uma boa

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PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO DE ARGAMASSA E REVESTIMENTO CERÂMICO – ESTUDO DE CASO

escolha dos revestimentos, pois além de promover um belo acabamento, tem função de proteger a edificação.

A qualidade e a durabilidade de uma superfície com revestimento cerâmico estão relacionadas diretamente com os seguintes aspectos: planejamento e escolha correta do revestimento; qualidade do material de assentamento; qualidade da construção e do assentamento e manutenção. A utilização dos revestimentos cerâmicos tem como vantagens: “durabilidade do material; facilidade de limpeza; qualidade do acabamento final; proteção dos elementos de vedação; isolamento térmico e acústico; estanqueidade à água e aos gases; segurança ao fogo; aspecto estético e visual agradável”(SILVA et al.2015, p.89).

2.4.1 Execução do revestimento cerâmico

Como mostra a NBR 9817 (ABNT, 1987) antes do início da execução deve-se certificar de que a quantidade de pisos cerâmicos existentes na obra seja suficiente para o seu revestimento, recomendando-se uma margem de sobra de 5% a 10% de material. O assentamento dos pisos cerâmicos só pode ser iniciado após um período mínimo de quatro semanas após a concretagem da base ou duas semanas após a execução da camada de regularização.

Os pisos cerâmicos destinados ao arremate do piso nos encontros com obstáculos verticais devem ser cortados mediante emprego de ferramenta apropriada, com ponta de vidia ou diamante; não devem ser aceitos cortes irregulares coma aqueles produzidos por torques. Admite-se a utilização desta ferramenta somente para execução de pequenos cortes nos cantos das peças. NBR 9817 (ABNT, 1987).

A remoção da sujeira, pó e materiais soltos pode ser efetuada por escovação ou lavagem com água. Quando necessário deve ser feita raspagem com espátula ou escova de fios de aço.Sobre o preparo das argamassas a NBR 13753 (ABNT, 1996) cita que para o preparo manual, deve-se colocar a argamassa colante em uma caixa apropriada para argamassas e adicionar água aos poucos, misturando e amassando até obter uma consistência pastosa a aderente, já para o preparo mecânico, deve-se colocar água em um balde, sob agitação do misturador, ir acrescentando o pó até a argamassa ficar sem grumos, pastosa e aderente. A argamassa colante preparada deve ser protegida do sol, da chuva e do vento.

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__________________________________________________________________________________________

Conforme o uso que terá o ambiente onde serão empregados os pisos cerâmicos, recomenda-se, tendo em vista sua resistência à abrasão, que o produto seja especificado conforme a classificação do Quadro 2.

Quadro 2 - Classes de resistência a abrasão superficial

Fonte: (MAIA, 2018)

De acordo com a NBR 13753 (ABNT, 1996) o piso de ambientes não molháveis, como quartos e salas, deve possuir um caimento de 0,5%, já o piso interno de ambientes molháveis como banheiros, cozinhas e lavanderias devem ser executadas com caimento de 0,5% em direção ao ralo ou porta de saída, é recomendado que esse valor não ultrapasse 1,5%. Na parte interna dos boxes dos banheiros o caimento deve estar entre 1,5% e 2,5% em direção ao ralo, como se observa na Figura 9.

Figura 9 - Inclinação do piso do banheiro

Fonte: Autoria Própria (2019)

Para a execução do revestimento cerâmico, devem ser seguidos alguns critérios como mostra a NBR 13753 (ABNT, 1996), sendo eles:

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a) As placas cerâmicas devem ser assentadas a seco sobre a argamassa colante estendida sobre a base;

b) Para a aplicação da argamassa colante, devem ser utilizadas as desempenadeiras de aço dentadas. A pasta deve ser estendida em faixas de aproximadamente 60 cm de largura para facilitar a colocação das placas cerâmicas;

c) Deve-se estender a pasta de argamassa com o lado liso da desempenadeira de aço, apertando-a de encontro a superfície do contrapiso formando uma camada uniforme com aproximadamente 3 a 4 mm, em seguida, e com quantidade adicional de pasta, aplicar o lado denteado da desempenadeira em angulo, formando cordões que facilitam o nivelamento e a fixação das placas cerâmicas;

d) A placa cerâmica deve ser aplicada ligeiramente fora de posição, sobre a argamassa, e em seguida deve-se aplicar uma leve pressão arrastando-a perpendicularmente aos cordões até a sua posição final, procurando obter a maior acomodação possível que pode ser constatada quando a argamassa fluir nas bordas da placa cerâmica.

A norma NBR 13753 (1996) ainda dispõe de alguns parâmetros a serem seguidos, agora na execução do rejunte:

a) O rejuntamento das placas deve ser iniciado após se passarem no mínimo 3 dias do assentamento das mesmas.

b) As juntas entre as placas cerâmicas devem estar isentas de sujidades, resíduos ou poeiras que impeçam a perfeita penetração e aderência do rejuntamento.

c) O material de rejuntamento deve ser aplicado em excesso, com auxilio da desempenadeira emborrachada ou rodo de borracha, preenchendo completamente as juntas.

d) Deixar a argamassa de rejuntamento secar entre 15 a 30 minutos. A seguir fazer a limpeza do revestimento cerâmico com uma esponja macia. Finalizar a limpeza com um pano limpo.

e) O revestimento só poderá ser exposto ao trafego de pessoas preferencialmente depois de transcorridos sete dias do rejuntamento.

Nas Figuras 10, 11 e 12 pode-se visualizar o passo a passo para o assentamento do piso cerâmico.

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__________________________________________________________________________________________ Figura 10 - Aplicação da argamassa na parede ou piso

Fonte: Autoria Própria (2019)

Figura 11 - Assentamento das placas cerâmicas com os espaçadores

Fonte: Autoria Própria (2019)

Figura 12 - Parede com revestimento cerâmico e aplicação de rejunte

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3 MÉTODO DE PESQUISA

A metodologia descreve os procedimentos de coleta e análise dos dados e os materiais que levam à obtenção dos resultados e tem por objetivo apresentar os materiais e métodos a serem adotados (MOTA-ROTH; HENDGES, 2010). O método a ser utilizado no referido trabalho é o dedutivo, onde parte-se do geral para o específico, e por fim levando a conclusões. Por meio de estudos bibliográficos é possível ter conhecimento da maneira que são executados os serviços de revestimentos de argamassa e piso cerâmico, do mesmo modo identificar a importância da produtividade da mão de obra e como se pode mensurar a mesma.

O trabalho trata-se de um estudo quantitativo, aonde irá se obter resultados através de coleta de dados em obra, utilizando ainda métodos comparativos com publicações e por fim usando conceitos da revisão bibliográfica para a elaboração do embasamento teórico.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Para iniciar o desenvolvimento do trabalho foram realizadas revisões bibliográficas que ajudaram na coleta de informações sobre o assunto apresentado. Em seguida, para que fosse possível associar a teoria com a realidade das obras realizou-se a coleta de dados in loco, através da medição da produtividade diária da mão de obra nos serviços de revestimentos de argamassa (chapisco, emboço e reboco) e piso cerâmico em uma obra no município de Panambi/RS.

Pode-se definir o descrito trabalho como sendo uma pesquisa aplicada, pois produz dados importantes que poderão ser utilizados posteriormente para uma produção de um plano de ação que possui referências coletadas em campo, mostrando a realidade do cotidiano das obras. A pesquisa bibliográfica, utilizando livros, artigos, monografia e teses, como também o estudo de caso, tornam o referido trabalho de suma importância.

3.2 DELINEAMENTO

A seguir na Figura 13 apresenta-se o fluxograma da pesquisa, demonstrando os procedimentos adotados para a realização do presente trabalho.

(40)

__________________________________________________________________________________________ Figura 13 - Fluxograma

Fonte: Autoria Própria (2019)

Abaixo pode-se observar o detalhamento das atividades realizadas em cada etapa metodológica:

a) Revisão bibliográfica sobre os temas produtividade da mão de obra, revestimento de argamassa e piso cerâmico;

b) Entendimento do contexto da empresa e da obra: esta etapa compreende as características da empresa construtora e da obra onde o estudo foi realizado, como equipe de profissionais e condições de serviço;

c) Entendimento da execução detalhada do serviço de revestimento de argamassa e instalação de piso cerâmico realizado na obra;

d) Elaboração dos instrumentos de coleta de dados: elaboração de planilhas padronizadas para a coleta das informações da produtividade da mão de obra;

e) Coleta de dados (produtividade da mão de obra): através de coletas diárias realizadas no próprio canteiro de obras e com o auxílio das planilhas de coleta, será feito o levantamento das informações necessárias para o cálculo dos indicadores pertinentes e também aos seus fatores influenciadores;

f) Análise dos dados: trata-se de relacionar os valores dos indicadores encontrados com dados do mercado e de manuais de orçamentação.

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O referido trabalho possui grande importância por ser desenvolvido através de um estudo de caso, juntamente com pesquisas bibliográficas, dispondo de artigos, livros, teses, entre outros. Para realizar a comparação dos dados coletados na obra, será utilizado a Tabela de Composição de Preços para Orçamentos (TCPO) e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), e assim, após concluir os comparativos será possível demonstrar os possíveis motivos que fazem com que existam oscilações na produtividade da mão de obra.

3.3 CARACTERIZAÇÃO

O estudo de caso foi realizado em uma edificação residencial unifamiliar, com uma área total de 49,70m², como mostra a Figura 14, localizada no município de Panambi/RS.O empreendimento foi executado por uma construtora regional de pequeno porte da cidade de Seberi – Rio Grande do Sul. A obra foi concluída em 5 meses desde o início da sua execução, que teve início no dia 15 de maio de 2019 e foi finalizada no dia 07 de novembro do mesmo ano.

Figura 14- planta baixa edificação

(42)

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Na figura 15 apresenta-se a proposta da fachada da edificação residencial.

Figura 15- Proposta de fachada residencial

Fonte: Gressler (2019)

A obra foi executada em concreto armado, com blocos cerâmicos de vedação como apresentado na Figura 16. Para realização do estudo de caso foi selecionado o serviço de revestimento argamassado (chapisco, emboço e reboco) interno e externo, e assentamento dos revestimentos cerâmico (porcelanato) nas paredes e piso do banheiro e piso da cozinha, e assentamento de azulejos na parede da cozinha. Os revestimentos internos e externos foram executados com argamassa preparada na obra, com traços estipulados pelo responsável da construtora.

Figura 16 - Fachada da obra em Agosto de 2019

Fonte: Autoria Própria (2019)

Na figura 17 pode se observar como ficou a fachada final da obra, quando foi entregue no mês de novembro de 2019.

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Figura 17 - Fachada da residência finalizada

Fonte: Autoria Própria (2019)

3.4 PLANO DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados para o desenvolvimento deste estudo se deu através da realização de diversas atividades que estão brevemente descritas a seguir.

3.4.1 Instrumentos de coleta de dados

Inicialmente foram realizadas investigações bibliográficas juntamente com uma pesquisa de campo para coletar as informações necessárias para a realização do trabalho em estudo. Foi fundamental o auxílio do software de planilhas eletrônicas Microsoft Excel.

Através das planilhas foram elaboradas tabelas para a coleta de informações in loco para posterior análise da produtividade nos serviços de revestimento argamassado e piso cerâmico, bem como foi possível obter informações referente aos homens-hora e a quantidade de serviço desenvolvido durante cada dia de trabalho.

A Tabela 1 foi utilizada para o levantamento de dados da pesquisa, nela consta a identificação da obra (nome da obra, condições climáticas, local, data, e o período que foi analisado). Em relação aos dados de Hh correspondentes aos serviços executados no dia, foram preenchidos na tabela quantos m² de revestimento haviam sido executados no intervalo de tempo analisado. Os demais itens como a RUP diária e cumulativa foram calculados automaticamente a partir dos dados inseridos nesta tabela.

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