FISIOTERAPIA EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
AULA 13: DISTÚRBIOS METABÓLICOS E VASCULARES
Osteoporose
Síndrome caracterizada pela perda de massa e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade óssea e consequentemente ao aumento do risco de fraturas (Consensus
Development conference, 1991).
Obs. Osteoporose não é a mesma coisa osteogênese imperfeita.
Osteoporose
Existem duas formas primárias de osteoporose, a senil e a osteoporose pós-menopausa, onde ambas representam 80% dos casos. Havendo nesse grupo forte tendência familiar, sendo o aspecto genético muito importante.
Também existem, em 20% dos casos, causa secundárias, relacionadas a outras doenças e fatores que podem ser prevenidos (LANE,1998).
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Osteoporose
• 2,5 milhões de mulheres pós menopausa sofrerão fraturas do colo do fêmur.
Osteoporose
80% de osso cortical (ossos longos e na superfície dos ossos chatos) e 20% de osso trabecular (parte interna dos ossos chatos e extremidades dos ossos longos), que tem o ritmo metabólico 8 vezes mais “acelerado”, 10% da massa corporal total sofre remodelação anual, para substituir o osso “velho” pelo “novo” e para regular o metabolismo mineral do corpo.
Após a menopausa os ovários diminuem a produção do estrógeno que estabiliza o turnover ósseo.
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Osteoporose
• Baixa massa óssea; • Menopausa.
Osteoporose
• Densitometria óssea.
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Osteoporose
Com relação à fisioterapia, o carro chefe é a cinesioterapia.
Sabemos que o ganho de ADM é importante nos casos osteoporose. No entanto, o maior impacto é a perda de força. Nesse caso, a fisioterapia dispõe de um leque de opções para cada tipo de paciente.
Trombose Venosa Profunda (TVP)
• A trombose venosa profunda descrita por Virchow (1885), que descreveu a clássica tríade (estase venosa, lesão da parede do vaso e estados hipercoaguláveis), que precipita a trombose, pode ocorrer nas veias profundas do membro inferior e no interior das veias pélvicas;
• Em alguns pacientes, uma trombose venosa profunda (TVP) nas veias da panturrilha pode
propagar-se para as veias femorais. Esse coágulo pode romper e passar através do coração e entrar na circulação pulmonar, resultando em oclusão da artéria pulmonar, com parada cardíaca e morte (GRAY’S, 2015);
• A trombose venosa profunda é um processo agudo comprometendo o sistema venoso profundo, de maior ocorrência na região distal, podendo ou não ocluir o vaso. É geralmente assintomático e pode gerar a formação de fenômenos tromboembólicos. Portadores de traumatismo ortopédicos ou aqueles submetidos a artroplastias comumente apresentam como complicação tais fenômenos tromboembólicos (TURÍBIO, 2002).
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Trombose Venosa Profunda
• Estima-se que nos EUA esse fenômeno atinja cerca de 5 milhões de americanos e que 500 mil evoluem com tromboembolismo e 50 mil vão a óbito;
• A trombose venosa profunda e a embolia pulmonar (EP) são as causas mais comuns de morbidade e mortalidade em pacientes ortopédicos (BROWNER; JUPITER; LEVINE; TRAFTON, 2000).
Trombose Venosa Profunda
O diagnóstico da TVP, na maioria das vezes, é difícil e o quadro clínico do paciente pode se instalar sem apresentar manifestações clínicas de grande monta.
O quadro clínico geralmente é pobre e inespecífico, composto por: • Dor - geralmente o sintoma mais frequente;
• Edema - o aumento de volume do membro inferior em geral de distal para proximal é o sinal mais frequente, acompanhado de aumento da frequência cardíaca, elevação da temperatura local, formação de circulação colateral e alteração da coloração da pele, variando de palidez e cianose (TURÍBIO, 2002).
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Trombose Venosa Profunda
Mobilizar ou não mobilizar o paciente com TVP?
Síndrome dolorosa Regional Complexa (Distrofia simpática Reflexa)
A DSR também é conhecida por algoneurodistrofia. Possui como componente:
• A disestesia (dor);
• A discinesia (vasodilatação ou vasoconstricção); • A discrasia (edema);
• Podendo, com a progressão, surgir a distrofia (alteração da pele, tecidos adjacentes e atrofia óssea. É uma condição que geralmente sucede a uma lesão, tem localização regional, predominantemente distal, e excede, em intensidade e duração, a evolução clínica do evento inicial (WILSON et. al., 1996).
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Síndrome dolorosa Regional Complexa (Distrofia simpática Reflexa)
Existem dois tipos de SCDR:
• Tipo I – conhecida antigamente como DSR, caracterizada por alterações autonômicas, motoras e sensitivas que não se restringem à área de um determinado nervo;
• Tipo II – a denominação anterior era causalgia, e a diferença em relação ao tipo I é a presença de lesão de nervo.
Síndrome dolorosa Regional Complexa (Distrofia simpática Reflexa)
I – Agudo: dor, edema, pele quente;
II – Distrófica: pele fria e alterações tróficas;
III – Atrófica: Atrofias muscular e óssea, contraturas articular.
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Síndrome dolorosa Regional Complexa (Distrofia simpática Reflexa)
• A SCDR tipo II sempre é precedida de lesão de nervo periférico ou ramo maior; • O quadro geralmente se desenvolve imediatamente após a lesão do nervo; • A tríade do tipo I nem sempre está presente no tipo II.
Síndrome dolorosa Regional Complexa (Distrofia simpática Reflexa)
É feito pelo exame físico.
Obs: Na SCDR tipo II, a eletroneuromiografia é indicada para avaliar a localização exata da lesão e também para correção cirúrgica do nervo.
Em compensação, o exame pode piorar o quadro do paciente.
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Síndrome dolorosa Regional Complexa (Distrofia simpática Reflexa)
• Em sala de aula, converse com seu professor e juntos elaborem estratégias para o paciente com SCDR; • O TENS teria algum benefício para esses pacientes? • Exercícios passivos seriam uma boa indicação para
esses pacientes?
• Exercícios aeróbicos teriam algum valor? • A termoterapia teria indicação?
• Que outros profissionais poderiam fazer parte do processo de reabilitação desses pacientes?
• Tratamento
Paciente com SCDR tipo II com ruptura da bainha de mielina pós-entorse de tornozelo. Arquivo pessoal.
Neuropatia Diabética
• As neuropatias diabéticas são bem conhecidas e usualmente não dolorosas. Porém, quando os nervos sensitivos são envolvidos, geralmente são citadas como sendo responsáveis pela dor; • A neuropatia diabética (ND) é uma condição heterogênica e muito complexa associada à perda
progressiva das fibras nervosas do sistema nervoso periférico (SNP), somático e autônomo que levam a sequelas irreparáveis, principalmente em pacientes com diabetes mellitus (DM)
(PEDROSA);
• É importante não esquecer de fazer a diferenciação entre neurites, neuropatia e neuralgia.
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Neuropatia Diabética
Por exemplo, o sufixo “patia” refere-se somente à patologia. Já a “neuropatia” é usada clinicamente significando a lesão de um nervo, sem evidências de neurite ou inflamação. Entretanto, o processo pode ser o estágio final de uma neurite, quando a inflamação regride.
Outro exemplo é o estágio final da Herpes Zoster, onde após a neurite se instala usualmente a neuralgia (CRUE JR., 1989).
Neuropatia Diabética
Há duas hipóteses na patogenia da neuropatia diabética:
1. Teoria do Mio-inositol - a teoria postula que existe uma diminuição nas terminações nervosas livres na neuropatia diabética, e que o responsável por essa diminuição seria a hiperglicemia; 2. Teoria da Hipoxia - é considerada uma teoria alternativa tentando explicar que existem múltiplas
anormalidades da neuropatia diabética, que é decorrente de uma hipoxia crônica do nervo. O diabete induz a uma alteração capilar, gerando diminuição do fluxo capilar e oxigenação, levando a uma alteração metabólica (MENEZES, 1999).
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Neuropatia Diabética
É uma neuropatia do tipo axonal, onde a principal característica é a degeneração da fibra nervosa (MENEZES, 1999).
Neuropatia Diabética
• Início abrupto ou insidioso de rápida progressão;
• Vagarosa ou recidivante, levando a uma incapacidade muitas vezes severa; • A dor geralmente é o sintoma predominante;
• Estudos têm demonstrado que existe uma degeneração mais severa das fibras delta-A e delta-C; • A perda rápida de peso tem sido descrita em associação com a síndrome neuropática;
• Esses tipos de paciente apresentam como sintomas dores do tipo queimação nas pernas (MENEZES, 1999).
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Neuropatia Diabética
Existe um consenso que a melhor terapia para neuropatia diabética é o controle da hiperglicemia. Com relação à fisioterapia, a literatura é escassa e depende muito da experiência do profissional.