FACULDADE DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
PARA
OPPOSITOR
DA
SECÇÃO MEDICA.
FUNCÇÕES
DO
GRANDE
SYMPATHICO.
THESE
SUSTENTADA
m
wmmsm
m
mm
PELO
2H\
llamira
Slffonso JHontihro.
BAHIA
TYPOGRAPHIA DE
J. G.TOURINHO
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
O Ex.mo Snr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães.
OSSHS.DOUTOni:S l.'ANNO. MATESUSQUE LECCIONAM
.
„
... f physica cmgeral,epnrticularnienleem suasCons. Vicente Ferreira deMagalhães . j jjppifcaçõesaMedicina. Francisco RodriguesdaSilva '
f.liimica eMineralogia.
AdrianoAlves deLimaGordilho . . . Anatomiadescritiva.
2.'ANNO.
Antoniode Cerqueira Pinto Chimicaorgânica.
JeronymoSodré Pereira.
...
. Physiologia.Antonio Mariano doBonifim BotânicaeZoologia.
AdrianoAlvesdeLimaGordilho. . . . Repetiçãode Anatomiadcscrlpliva
.
5."ANNO.
Cons. EliasJoséPcdroza Anatomiageral epathologka.
José de Góes Sequeira Pathologiageral.
JeronymoSodré Pereira Physiologia.
4.'ANNO.
Cons.ManoelLadislàoAranhaDantas. . Pathologia externa.
Pathologiainterna.
... .. ». • < Partos,moléstiasde mulherespejadasedemeninos
Conselheiro Mathias MoreiraSampaio
j receiiinascidos.
5. °ANNO.
• Continuação de Pathologiainterna.
,,'.,„„„
\ Anatomia topographica, Medicina operatória, e JoséAntoniodeFreitas\ apearemos.
, Matéria medica,etherapeutica.
6.*ANNO, Pharmacia.
Salusliano Ferreira Souto Medicinalegal.
DomingosRodriguesSeixas Hygiene,eHistoriada Medicina.
Clinicaexternado3.*e4• anno.
ÂnionioJanuariode Faria Clinicainternado 5/e6.* anno.
RozendoAprigio Pereira Guimarães. .)
IgnacioJosédaCunha f
PedroRibeirodeAraujo )SecçãoAccessoria.
José Ignacio de Barros Pimentel. . .\
VirgilioClymaco Damazio /
José AlTonso Paraizo deMoura. . .
AugustoGonçalves Martins.
...
DomingosCarlosdaSilva > Secção Cirúrgica.
DemétrioCyriacoTourinho
Secção Medica.
LuTzÃlvarésdos Santos
...
O
Sr.Dr. Cincinnato PintodaSilva.O
Sr. Dr.Thomaz
d'Aquino ««aspar.FUNCÇÕES
DO
GRANDE
SYMPATHICO.
PRIMEIRA
PARTE.
CAPITULO
I.Actaaquepasquc]'onfaitenavant, on trouve
des obscurilés à côté de la lumiére. La
science humaineest circonscritcdans une
sphèreétrollequenotrecuriosilé dépasse.
Nousvaudrions connaítretoulesIcscauses; etnousn'en trouvons qu'un petit nombre,
sonderlacause première,et nous somraes
forcésde confesser qu'elle cst
incompre-hensible.
(JULESSlMON.-LEDEV01R.)
Da
base do craneo ao coceyx, aos lados dacolumna
vertebral,estende-se
uma
cadeia de ganglios reunidos entre si por cordões nervosos, relacionadoscom
o eixo ecrebro—
espinhal ecom
di-versos apparelhos
da
economia, pormeio
de filetes, cujaorigem
verdadeira
nem
aanatomia,nem
aphysiologiafixarão deum
modo
incontestável.
Á
estes nervosWinslow
denominou
—
nervodo
grandesym-pathico; Bichat, systema nervoso da vida orgânica, Willis,nervo
intercostal; Chaussier, nervo trisplanchnico, e muitos outros
autores, systema nervoso ganglionario
ou
vegetativo.Composto
de ganglios e de nervos,contém
de todos osele-mentos que
entrãona
estructura do eixo cérebro—
espinhal,ou
systema nervoso da vida animal,
mas
em
proporções relativas tãodiversas
que
lhe dão aspecto diflerente.Em
seus nervos—
2
-minão
tubos finose fibras deRemak,
eem
seus gangliosveem-se
cellulaspolares,
pouco
menores que
as dos ganglios espinhaes.CAPITULO
II.Muita razão tiverão os philosophos-naturalistas
que
sob adeno-minação
deReino
Orgânico fundirão os vegetaes e os animacs.Quanto mais
a physiologia aprofunda as suas investigações,mais
seapaga
a linha divisória entre osdous
reinos: osystema
nervoso que, ao destacar-se da matéria organisada,
ennobrce
osanimaes
superiores,desce ao nivel da escala zoológica eamalga-ma-se
quasiem
seus limites.Do
zoophyto ao vertebrado os elementos nervosos diffusos vãose
congregando
ámedida que
o animal se aperfeiçoa,e desta seriede
cadinhos de matéria organisada sahedepurado
osystema
ner-voso para collocar ohomem
na
altura de Rei da Creação.A
plantamove-sc
etambém
sente; oRhizopodo
tem
excitabi-lidade
não
equivoca.Onde
encontrar-lhesum
systema nervoso?Desceiás profundezas do
Reino
Orgânico, e naquelleimmenso
laboratório
onde
se passão astransmutações insensíveisdo
grandemovimento
da vida, achareis dispersosem
suapassagem
anovos
destinos os elementos
que
um
dia íbrãoou hão
de ser a cellula,o tecido,osystema nervoso emfim.
A
propriedade physiologica, diz Vulpian (1)não
pertence ao elemento anatómico figurado,mas
simá matériaque
ocompõe.
A
matéria inorgânica, acerescentaLonget
(2),uma
vez entrada na vida soffreuma
seriede modificaçõesque
tendem
a eleval-aserncessar, a vitalisal-a cada vez mais, até o
momento
em
que, suas transformações e seus destinos realisados, cila volta áathmos-jphera e aosolopara
recomeçar
um
novo
cyclo de vida.Vulpian—'•
Physiologiacomparada do Syst. N.
CAPITULO
III.Na
opinião de alguns physiologistas o systema nervoso da vida,orgânica
não
tem
o gráo de perfeiçãoque
porventura lhe é desrtinado.
Composto
em
grande parte de fibras deRemak,
que não
tem
asubstancia medullarou
myelinaque
a distingue dos tubosnervosos propriamente ditos (3), indicando
uma
nutriçãomenos
rica e
um
gráo de desenvolvimento inferior, é dealgum
modo
desprestigiado por aquelles
que
á forçaquerem
ver a suaorigem
na medulla, e o centro de sua actividade só nas cellulas
do
eixo medullar.Se
a histologia,que
tanto setem
esforçado nestes últimosannos para estudar
profundamente
a estructura destes órgãos,tivesse visto as phases da génese da fibra cinzenta gelatinosa
na
epocha
do aparecimento da bainha medullar, e sealguma
ditfe-rença nãohouvesse
nas funeções dos dois systemas, demaneira
que
faz supporque
ha
relação de causalidade entre a disposiçãodo
elemento anatómico e seus destinos physiologicos, razãosobe-jaria ao physiologista para classificar o systema do grande
sym-pathico
como
apparelho de innervação inteiramente dependentedo
eixo cérebro-espinhal e subordinado ás suas determinações.Mas
a collocação e disposição anatómica dos nervosganglionariosdentro das cavidades esplanchnicas,
em
contactoimmediato
com
as vísceras, a multiplicação
numerosa
de seus ganglios, a redeintrincada de seus plexos abraçando os vasos e penetrando nos
diversos órgãos de
modo
differente dos nervos rachidianos, opredomínio das fibras de
Remak
sobre os tubosde bainhame-dullar,etc,fazem crêr
que alguma
cousade especial estáreservadaá estes nervos.
E
se deum
lado, o systema nervoso da vida de relação,pre-sidido pelo encephalo, porção
mais
nobre do systema nervosona
phrase de
um
physiologista distincto, dispertano
homem
osentimento de sua hiérarchia e dignidade, traçando lhe na
sciencia o limite das acções psychicas o animaes, da intelligencia
o o instincto, e maravilha ao physiologista
que
de escalpellona
mão
tem
querido recuar os penetraes da psychologia; de outrolado, o systema nervoso ganglionario, na intimidade dos tecidos,
penetrando o laboratório da vida, preside á actos mysteriosos,
cujos cffeitos se revelão porventura
menos
dignos para ophilo-sopho, igualmente admiráveis para o physiologista.
CAPITULO
IV.O
grande sympathico, postoque
apresentealguma
differençana
estructura de suas fibras nervosas, das fibras dos nervos davida animal,
tem
asmesmas
propriedades physiologicasque
estas.
O
silencio das acções e reacções orgânicas, produzidasno
seioda
economia no
estado physiologico das víscerasonde
sedestri-buem
os filetesdo
grande sympathico, influenciou talvezno
animo
de Bichat (4),de Wtzer
(5), de Lobstein (6), e de outros para nãoconcederem
sensibilidade áquelle nervo. Estas ideas,corroboradas pelas experiências de
Dupuy
(d'Alfort), o qual arrancando de cavallos os ganglios cervicaes,não
lhe pareceo provocar dor, achavão dealguma
sortetambém
apoiona
opiniãode
Wolta
que, então acceita por muitos physiologistas,negava
aintervenção da acção galvânica nos nervos dos órgãos contractis,
libertados
do
domínio da vontade.Porem
Haller (7), Flourens (8), Mayer, J. Muller,Longet
(9),eoutros provarão
com
suasnumerosas
experiências ora sobre osganglios cervicaes, ora sobre o grande splanchnico, etc,
que
asfibras nervosasdo sympathico são susceptíveisde impressão
sensi-(4) Bichat. Anat. Gencr.
(5) Wtzer. De corporishumani gangl. fabr. atque usu.
(6) Lobstein. De nervi sympath. humanifabr. et morbis.
(7) Haller. De partibus corp. hum. sent. et irritab.
(8) Flourens. Rech. experim. surles propr. etlesfonct.du system. nerr.
Uva
ede excitação motriz.Cl.Bernard nasuadecima
sexta lícçãoem
1857, expremio-sesobre esta questão domodo
seguinte: (10)«
A
electricidade é o reactivo mais poderoso para excitar o nervomotor
rachidiano.Sabemos
que
bastauma
correnteexcessivamentefracaatravessandoonervo sciatico, para obter-se
uma
contracçãona patta galvanoscopica da ran;
uma
corrente muito fraca obrarádo
mesmo modo
paraexcitar onervomotor
deum
mammifero;
seapplicarmos,
porem,
amesma
correnteeléctricafraca aum
filetedo
grande sympatbico,
como
o filete decommunicação
dos glanglioscervicaes, no coelho,não sevê eífeito muitosensível; épreciso
geral-mente
empregar
uma
corrente muito mais forte; mas, de parte aintensidade, a acção é entretanto a
mesma,
isto é,ha
acção motrizproduzida, e observa se a contracção dos vasos, a dilatação
ou
constricção da pupilla, o
escoamento
da saliva etc. Todavia épreciso observar
que
os effeitos da electricidade seproduzem
menos
rapidamente sobre o grande sympathicoeperdurão algunsmomentos
depois da acção do excitante. »«
O
nervo do sentimento, continua o professor do Collegio de França, éegualmente
excitavel pela electricidade,mas
o éinfini-tamente
menos
que
o nervo motor, sobre tudo se si experimentaem
o nervo sensitivoquando
faz parte do tronco do nervo mixto.Deste
modo,
corta se o nervo sciaticoem uma
ran e excita-sesuccessivamente as duas pontas
com
uma
corrente eléctricamuito
fraca,com
a nossapequena
pinça eléctrica, por exemplo, ver-se-haque
esta corrente levada sobre a extremidadeperiphe-rica determina logo convulsões,
em
quantoque
applicada sobrea extremidade central não produz
nenhuma
contracção poracçãoreflexa; para obter-se este eífeito será preciso
empregar
uma
corrrente
mais
enérgica. »Fora do dominio da physiologia experimental os
phenomenos
de excitação centrípeta e de excitação centrífuga continuão a
manifestar-se na esphera da vida orgânica, quer
em
estadospuramente
physiologicos, querem
estados pathologicos: osmo-vimentos peristalticos e antiperistalticos dos intestinosprovocados
pela presença do bolo alimentar, a secreção
abundante
de salivar,ás vezes só pela ideia das substancias sapidas, as sensações
dolo-rosas
que
todo o dia a patbologia registrano quadro
symptoma-tico das phlegmasias das vísceras,
onde
se distribuem filetesdo
grande sympathico; a sensação exquesita
que
a presençade
vermes
inlestinaes provocano
nariz e namargem
do
anus,(a propósito da qual Graves (11), o distincto practico de Dublin,
felicita a
humanidade, porque
se o intestino fosse a sede depru-ridos análogos aos da pelle, soffreriamos
um
verdadeiro supplicio):estabelecem sufficientemente a faculdade de transmittir as
im-pressões sensitivas e excito-motrizes dos nervos ganglionarios.
A
injecção de
um
chlyster salino, diz Longet, (12) occasiona cólicas;certos
tumores
do mesenterio, certas ulcerasdo
rimprovocão-soíTrimentos insuportáveis
no
infeliz doente.De
parte as contracções peristalticasque
teem
por séáe atúnica
musculosa
do intestino,quando
em
um
animal ainda vivoou
morto
depouco
tempo
se dispõe n'a a receber o contactodo
ar, cuja causa poderia ter outra explicação,
que
significão estasrepercussões dos attaques dos centros da vida animal
ou
vege-tativa, nos intestinos e outros órgãos produsindo ora dôr e
movimento (phenomenos
de irritação), oraaresolução, a acknesia,a paralysia
(phenomenos
de depressão)?A
preguiça intestinalque
tantas vezes é
accompanhada
de constipação não reconhecepor
causa
em
muitos casos a paralysia dos nervosmotores
da vidaorgânica
que
se espalhão nosmúsculos
da túnica contractil,quer
nas moléstias agudas e infectuosas,
quando
as funeções intimasda vida são directamente attacadas, quer nas moléstias
chroni-cas,
que
porum
trabalhomórbido
progressivo altera a nutriçãod'aquelles nervos?
Hoje ja se não contestão aos nervos da vida orgânica taes
pro-priedades.
(11) Graves. Clinique Médicale.
CAPITULO
V-Mas
todas as experiências practicadas no sentido de apreciaras propriedades sensitivas e motrizes do grande sympathico,
poem
em
relevoum
factoque
nãotem
passado desapercebidoaos experimentalistas.
A
acção excitante levada aos nervos davida animal é
prompta
em
manifestar-se erápidaem
se extinguir,levada aos nervos da vida vegetativa é tardia
em
produzir-se elenta
em
retirar-se. Naquelles a actividade se despeitaem
segui-da d'applicação do agente excitador, e seus effeitos
cedem
logoá retirada
do
excitante: nestes a excitação não é tão prompta,porem
é duradoura; persiste minutosdepois daretiradadoagente.E
nestemodo
de manifestarem-se as propriedades phisiologicasdos nervos ganglionarios deve o physiologista ver differença das propriedades dos nervos rachidianos?
Não, diz Yulpian (13).
Segundo
toda verosimilhança aneurili-dade
ósempre
amesma
em
todas as fibras nervosas, quer sejão sensitivas,ou
motrizes, ou sympathicas; as fibras nervosas sãomuito
provavelmente semelhantes por suas propriedades, e sodifferem por suas funeções.
Rcil (14) para explicar
como,
deum
lado,no
estado de saúdepodemos
deixar de ter consciência de impressões feitas nas vís-ceras, que, pelo contrario, tornão-se dolorosasem
certos estadosmórbidos, e
como,
de outro lado, gangliosque
pareciãoinsensí-veis tornão-se sensíveis
em
consequência deuma
excitação directae sufficientemente prolongada, queria ver nos ganglios órgãos
semi-conductores,
que
impedem
ordinariamente a propagaçãodasimpressõesfracas, e só deixão atravessar as
que
teem
muita inten-sidade.Piégus (15) propõe explicar a sensibibilidade obtusa do grande sympathico,
no
eslado normal, pela fraquezanumérica
de suas(13) Vulpian
—
Log. citado. (14) Longct—Log. citado.—
8—
fibras sensitivas, e a exaltação (Testa facilidade,
no
estadomórbido, poruma
hyperemia
nevrilematica da qual resultaria suacom-pressão
ou
seuestrangulamento.Sappey
(16) pensa domodo
seguinte:Às
raízesdo
grandesym-pathico, o tronco
que
ellas constituem, as divisõesque
partem
deste tronco, todosystema nervoso ganglionario,
em uma
palavra,compõe-se
pois de fibras sensitivas e de fibras motrizes mistu-radas entre si da maneiramais
intima.A
estes dous elementos dos nervos ganglionariosune-seum
ter-ceiro, a fibra cinzenta,orgânicaou
fibra delgadaque
tem
sob suadependência todos os
phenomenos
de nutrição e de secreção.Estas tresordens de fibras se encontrão, é verdade,
no
systemanervoso cerebro-espinhal,
mas
em
proporçõesmui
differentes:aqui as fibrassensitivas e motrizes se
mostrão
predominantes, easfibrasorgânicas mais
ou
menos
raras.No
systema nervosogan-glionario, as primeiras, pelo contrario, são
pouco
numerosas,e assegundas muito multiplicadas: d'ahiacorbaça e característica
des-tes nervos; d'ahi a sensibilidadeobtusa
que
ellesaprcsentão; d'ahitambém
sem
duvida as contracções lentas, tardias einvolun-tárias (47) dos
músculos
submettidos á sua influencia;porque
a rapidez das contracções musculares está na razão directa
da
abundância do influxo nervoso, isto é,
do
numero
das fibrasmotrizes, do
mesmo modo
que
a força destas contracções éproporcional ao
numero
das fibras contractis.Os
músculos do
olho, o sphincter das pálpebras, etc, cujas fibras contractis são
em
pequeno
numero
e as fibras nervosasextremamente
abun-dantes, distinguem-se pela agilidade de suas contracções; o
gran-de glúteo, o triceps crural, etc, cujas fibras carnosas são
em
numero
tão considerável, e as fibras nervosasem
numero
com-parativamente reduzido, receberão
em
partilha a força.O
sys-tema muscular
da vida orgânica, no qual as fibras nervosasmo-trizes tornão-se mais raras, acha-se desprovido ao
mesmo
tempo
(16) Sappey. Anatomie descriptive—I8o2.
(17) Hermann (Physiologia)diz que nenhum nervo synipathicoparece
achar-se
em
relação com os órgãos da vontade, porque todos os movimentos das vísceras são completamente involuntários.de
agilidade e de forca: cada fibra nervosa não possuindo paiaum
tempo
dado,senãouma
certasomma
de acção,quando
todasestas
sommas
reunidas ficão insuficientes, o influxonervoso parece accumular-se nosmúsculos
visceraes atéque
tenha attingido aproporção de
um
estimulo, entãosobrevem
contracções,mas
lentas e prolongadascomo
a causaque
lhesdeu
origem.»A
theoria de Reilque
nãoé senãouma
modificação da theoriade Johnston(18) sobre as funcções dos ganglios sympathicos, não
se
pôde
sustentar hoje diante dostrabalhos dos micrographosmo-dernos,
que
teem demonstrado
na cellula ganglionaria identidadede elementos
que
seencontrão mais oumenos
nas outras cellulasnervosas, e por conseguinte analogia defuncção,
que
nãopode
serposta á contade isoladora; e admittindo ainda
com
Hermann
(19)que
em
certos casos dephenomenos
reflexos, os mais simplices,a cellula não sirva senão de intermediário entre duas fibras
ner-vosas, nestes casos
mesmos
as forças de tensão da cellulagan-glionariasão desprendidas pelasforças tornadas livres de
uma
dasfibrasexcitadas, e, por suavez, dão liberdade as forças de tensão da outra. Para explicar-se a não intervenção da consciência e da vontade nosactos do systema ganglionario, nãoprecisa recorrer-se apropriedade isoladora destes órgãos; a sua
communicação
com
a medulla até certo pontodemonstrada, explica a dor nosestados
pathologicos,eosilencio nas raiasda normalidade.
Sappey
ePiégu tocão-se porum
ponto: a sensibilidade obtusa do systema ganglionario é devida á fraquezanumérica
de suasfibras sensitivas;
mas
Sappey
vai adiante.Suppondo accumulo
deinfluxonervoso
em
certas fibras musculares da vida orgânica, cujotrabalho
émais
oumenos
intermittente,tomou
talvezcomo
exemplo
otubo intestinal;
mas
não advertioque
o coraçãotambém
recebe nervos do grande sympalhico,embora
tenha fibrasestriadas, bateconstantb e continuamente e
contém
ganglios deRemak,
como
atúnica
musculosa
dosintestinoscontém
gangliosde Meissner e deAuerbach,e
que
o rim, cuja secreção écontinua,até hoje sórecebe nervos do grande sympathico.(18) Johnston.
Ou
lhe use ofllic Ganglions of lho Nervos.—
10—
Depoistios trabalhosde Helmoltz os physiologistas aporfia
erii-prehenderão
experiênciasno
sentidodeavaliar aligeiresa datrans-missãodoinfluxo nervoso,
esua
immensa
differença dapropagação dafaisca eléctrica émais
um
argumento
contraos electro-nervistas.Um
dos usos dos gangliossympathicosna
opinião deMeckel
(20) é dividir osramos
nervososem
ramúsculos
e estesem
filamentos,e fazel-os chegar a diversos e longiquos pontos por
caminhos
differentes.
Não
acceitando atheoria deMeckel
como
tactophysio-logico,
não
podemos
deixar de acreditarno
facto anatómico.À
disposição dos plexos ganglionarios estendidos nas cavidades
esplanchnicas,
formando
verdadeira rede de tecido nervoso,que
accompanha
os órgãos nos seus últimoslimites,multiplicaimmen-samente
o filetedo
grande sympathico, e da-lheuma
extensãorelativamente
maior que
a dos nervos cerehro-espinhaes, cujadi-recção mais
ou
menos
rectilínea contrastacom
as innumeraveissinuosidades d'aquelle outro systema.
Se éverdade,
como
tentão provar as experiências de Helmoltz,Schelske e muitos outros,
que
a transmissão das excitações ner-vosasteem
uma
velocidade maisou
menos
calculada; e se ospontos terminaes da fibra orgânica estão mais distantes de suas
origens pela multiplicação de seus filetes, do
que
as terminaçõesdos nervos eerebro-espinhaes, é
bem
provávelque
estacircums-tancia,
puramente
anatómica, unida ás outras acimareferidas, e ánaturesa
mesma
da fibra contractil,concorratambém
paraexplicara differença da transmissão das excitações nos nervos da vida
animal e vegetal.
Porém
distante ainda do amphithealro dasvi-visecções,
onde
a contraprova experimental reforçaou
enfraqueceo raciocínio, limitamo-nos a expor a explicação
que
nos pareceotambém
provirdo estudo do facto,que
até hoje nãotem
sidoca-balmente explicado portheorias porventura maissolidas
que
esta.—
H
-SEGUNDA
PARTE.
CAPITULO
I,A
physiologia experimental nascecom
o immorlal autor daAnatomia
Geral; a physiologiahumana
toma
nova direcção; e oshomens
da sciencia da vida para arrancar dos factos os mysterio-sos segredos do organismo, provocão muita vez a morte;morte
que
lava asmãos
ao algozque
ainda insopadodo
sangue davictima, traduz as dores e
gemidos
dos brutosem
benéficosre-sultados para a
humanidade.
As
vivisecções, luminoso pharol para guiar ás labyrinthicasprofundezas do corpo vivo, são, muita vez, o escolho
onde
nau-fragão os cálculos na apparencia mais
bem
dedusidos doenca-deamento
das manifestações da vida. Cautelacom
aalma
daphy-siologia
moderna;
a experiência as vezes illude;como
asoffregui-dão da anatomia
no
empenho
de encontrar o órgãoque
expliquea funeção, inverte a
ordem
dos trabalhos orgânicos; a causatem
sido efleito e vice versa.
o: Desconfiai, disse
um
physiologisía eminente, dodescobri-mento
histológicoem
seguida ao facto physiologico, cuja rasãocasa-se
bem
com
a existência de tal elemento. » Outro tanto sepode
dizer da physiologiaque
cerra os olhos a tudoque
a cerca,mas
que
não parecedepender
do jogo da machina, vê so oque
explica, e prevê o
que pode
um
dia vir a ser explicado.Quem
tem
accompanhado
os trabalhos da physiologiaexperi-mental
tem
vistocom
pezar e admiração a experiência de hojecomplicar o resultado da experiência de
hontem,
por venturaconsumado
na sciencia.12
apparencia contradictorios, revelados pela secção
do
filete cervi-cal do grande sympathico,dando
tempo
áque
Brown
Sequard,na
America, lhes achasse primeiro a explicação, assignala oim-portante papel dos nervos vaso-motorcs; e a paralysia
que
hapouco
(21) tinha concorrido paraque
oexperimentalista pensasseque
nem
sempre
a caloricidade est.á na razão da vascularisaçãodas partes, foi então para elle o agente passivo de toda aquella actividade.
De
outro lado éRobert
de Latour que, pela voz dos espectrosque
suamedicação
isolante faz surgir do sudário da morte,pre-tende fulminar os vaso-motores, protestando contra as deducções
de
Cl. Bernard!E
a sciencia caminha, eaverdade scientificadcsembaraçando-sepouco
epouco
das difficuldadesque
a cercão, appareceem
todoseu esplendor.
Mas
que
tempo
eque
laborimmenso
não sãopre-cisos para vêr-se hoje o
que
á séculos se conjectura apenas?A
herança scientifica se transmitte de geração á geração; osbons
fructos da sciencia sãocomo
os fructos dabôa
arvore;des-pi-os dos envolocros
que apodrecem, que
não durão,mas
fecun-dai a
semente
que
ella produzirasempre!
De
1777 pouco
setem
adiantado aos conhecimentos sobreo
ar athmospherico e os
phenomenos
physico-chimicos darespira-ção.
É
que
todos os trabalhadores não são génios,nem
todos osgénios são Lavoisier,
que
destinado talvez a desvelar os grandessegredos da nutrição, foi
em
pouco
arrebatado á vida paranão
tirar a gloria das gerações futuras. « E'
que
os destinos dascien-cia são
como
os do espiritohumano,
ambos
caminhão
nacon-quista de
uma
perfeiçãosem
limites. »CAPITULO
II.A
experiência, dealguma
sorte clássica, de Pourfour de Petitpracticada pela primeira vez
em
1712, e repetidaem
1725
na—
13—
presença de
Winslow
e Senac, continha ogérmen
das acçõesdo
grande sympathico,
que
mais tarde fecundado pelo génioexperi-mental de Cl.
Bernard
produzioa theoria dos vaso-motores.Um
século depoisDupuy,
Braehet, eJohn
Reid repetião amesma
experiência; e attrahidos principalmente pelophenomeno
da constricção pupillar,
olhavam
indifferentes para a injecção daconjunctiva, retracção do globo ocular, eoutras consequências da
secção dofilete cervicaldo grande sympathico.
Em
1845
Bifíi (de Milão) practicando a experiência que, seteannos mais tarde, foi o elemento de
Brown
Sequard
naverificaçãoda paralysia da túnica dos vasos apósasecção do filete cervica,
ganglionario,isto é, galvanisando aextremidadecephalicadonervol
observou
que
apupilla então estreitada, se alargava toda vezque
a acção do excitante era
um
pouco
enérgica.O
Dr. Ruetle (deVienna) applicando a belladona sobreum
olhoque
tinha a pupilla dilatadaem
consequência da paralysia do nervodo terceiro par encephalico, e
vendo
que
em
circumstancias taesaindaexistia
uma
força dilatadora dapupilla, concluio a existência das duas ordens defibrasmuscularesque
governão osmovimentos
d'aquelle orifício.
Em
1851Budge
eWaller
determinarão aregião cilio-espinhal,ponto de partida (segundo elles e muitos outros) da influencia
que
se transmittindo por intermédio do filete cervical do grandesympathico, vai ter ás fibras radiadas da iris. Sobre os limites
dessa região
Brown
Sequard não está de accordocom
osque
apoião a opinião de
Budge
eWaller. (22)Chegou
emfim
aepocha
do illustre professor de physiologiado
Collegio de França.Os
mesmos
factosque
sehavião desenhadonas experiências deseos predecessores, aindanão preparados para
observal-os e estudal-os, revelarão-se aotino experimental deCl.
Bernard,
que
teve a gloria de alargar os horisontes do grande sympathico, aindamuito
limitados e circumseriptos nasobscuri-dades da vida orgânica.
Este physiologista cortou por suavez ofilete cervical do grande
(22) Estas notas históricas forão fornecidas pela Physiologia de Longet e de
sympalhico; e para não disvirtuarmos porventura o
pensamento
contidonas palavras doautor, por
uma
interpretaçãomenos
dignade suaideia,
vamos
transladar para aqui o trecho,em
que
se notao resultado capital
da
experiência apontada. «Depuis
plusieursannées, en
montrant
dansmes
courspublics leseffets delasectionde laportion céphulique
du
grand sympathique,j'aiinsiste sur cepoint qu'au lieude poursuivre
une
explication exclusivepourren-dre
compte
des modificationsdelapupille, ilfaudrait en chercherune
pour tousles autiesphénomònes
qui,survenantetdisparaissantsimultanément, semblentnaítre sous1'iníluence d'une cause
com-mune. Tous
cesphénemènes
simullanés etconnexes sont,ainsiquenous
1'avonsvu:«
1.°—
Le
rétrécissement de la pupille et la rougeur de laconjonctive;
2.o
—
La
rétractiondu
globe oculaire danslefondde Torbite, cequifait saillir le cartilage de la trorsième paupiòre et le porte à
venir se placerau devant de1'oeil;
3.o
—
Le
resserrernent de 1'ouverture palpébrale et enmême
temps une
déformation de cette ouverture qui devient plusellip-tique et plus oblongue transversalemenl;
4.o
—
Laplatissement de la cornéeet lerapetissement consécutifdu
globe oculaire.Outre les
phénomònes
précédents, j'ai encore signalé lerétré-cissement plus au
moins
marqué
de la narine et delabouche
du
côtécorrespondam; maisj'ai surtousindiquéunemodiíicationtoute
spéciale dela circulation, coincidant avec
une
grandeaugmenta-tion de caloricité et
méme
desensibilitédansles parties.»O
physiologista proseguioem
suas experiênciasque
forãore-produzidas por muitos outros, e todas ellas,
que não
podem
sertranscriptas neste quadro tão limitado, revelavão
que
a paralysiados nervos
que
Stillingchamou
vaso-motores, era o primeiro elod'aquella cadeia de
phenomenos.
Encontrara-se na verdadeachave
do cofre d'aquellcs segredos
que
tantos tinhão vislumbradosem
saberexplicar.
As
fibrascontractis da túnicamedia
das artérias edas veias carecião de
uma
influencianervosaque
dispertasse a sua- 15
-grande sympathico era a prova mais cabal
que
essa influenciapro-cediados nervos ganglionarios.
O
augmento
docalibre do vasoem
seguida á paralysia eraconsequência dalensão arterial,e ainjecção
sanguínea
accompanhada
deactividade na circulação local,resul-tadode todas estasconsequências.
No
laboratórioonde
se passãoos actosda nutrição desenvolve-seo caloranimal, e osangue
que
fornece oselementos dacombustão
vital, affluindo
em
quantidademais considerável para os vasos di-latados, duplica o trabalho de composição e decomposição,com
as reacções chimicas
que
oaccompanhão,
e torna oaugmento
detemperatura effeito detodoeste
movimento.
Experiências anteriores já bavião
comprovado
que,onde
querque
se encontre fibra contractil da vida orgânica, encontra-setambém
fibra nervosa damesma
natureza; e o próprio coração,cujas fibrasmusculares se afastão dasfibraslizas, recebe
immensa-mente
filetes do grande sympathico.A
acçãodo
trisplanchnico sobre as secreçõestem
sidoinves-tigada por
meio
denumerosas
expeiienciasque
desde Cl.Bernard
e
Ludwig
tem-se repetido por diversas maneiras, dando, porém,sempre
á muitosphysiologistas resultado idêntico.Ludwig
tendo introduzidoum
tubono canal deWharton
deum
animal, descobrio onervo lingual e cortou-o acima do ponto de
emergência dos
ramos
glandulares.A
secreção parou,mas
toda vezque
o physiologista excitava pormeio
do galvanismo a extremidadeperipherica, a secreção apparecia tanto mais abundante quanto
mais enérgica era a excitação.
Czermak
repetindoesta experiência assignalouum
antagonismoentre o nervo lingual e os nervos submaxillares; e Cl. Bernard,
admittindo o
mesmo
antagonismo,chamou
o grande sympathico nervo moderador,porque
diminuindo o calibre do vaso,quando
excitado, retardavaa circulação,
que
era acelerada pela dilataçãovascular provocada pela excitação dos filetes cerebro-espinhaes.
Deste
modo
este physiologista explicava a influencia do systema nervoso sobre osphenomenos
cbimicos do organismo.Depois
que Eckhard
e Adrian mostrarãoque
a irritação do grande sympathico, longe defazer parara secreção, produzsempre
—
16
—
um
augmento
inicial, Cl.Bernard
modificou a sua theoria, cadmittio
dous
actosna
secreção salivar,mas
attribuindosempre
áintervenção mediata
do
systema nervoso a influencia sobre as secreções.Vulpian
que não
acceitaestasexplicações,tem
ideiasinteiramenteoppostas ás do professor
do
Collegio de França,quando
dizque
a excitação enérgicado grande sympathico produz
sempre augmento
de secreção, e
que
a simples secção deste nervo seguida deuma
dilatação vascular,
não
tem
acção pronunciada sobre a quantidadedo
liquido segregado.Ludwig,
Vulpian, Wittich e outros acreditão bojena
existênciade nervos secretores, invadindo o tecido próprio das glândulas.
As
pesquizas anatómicas de Pfliiger reforção esta opinião, dizLonget,
que
também
faz parte dos crentes.CAPITULO
111.De
tudo quanto setem
observado pela experiência directaou
indirectasobre os nervos da vida vegetativa, quer nosestados
phy-siologicos,quernosestados pathologicos, conclue-se:
Que
o grande sympatbico intervém nosphenomenos
mecânicos
e chimicos da digestão, ora
provocando
osmovimentos do
tubointestinal, ora favorecendo a secreção de diversas glândulas, cujo
producto é o agente das
metamorpboses porque tem
de passar assubstancias alimentaresafim de
serem
absorvidas e levadas átor-rente circulatória:
Que
se até hojenão
setem
podido provara suainservienciadi-recta sobre a absorção,
porque
estafuncçãopode
dar-seindepen-dente
do
systema nervoso da vida animal, ccomtudo
muito
provável
que
a ligeira differençaque
se observa na actividadeda
absorção das partes separadas do
systema
nervoso, seja posta áconta
do
grande sympathico, ao qualnão
sepode
negarinter-venção,
bem
que
mediata, nos actos da absorção, aindaque
seconsidere
com
Graham
uma
força cbimica nosphenomenos
daQue
é incontestável a acção excito-híotriz do sympalhico sobreas libras do órgão central da circulação, e
que
verosimilhante-mente
orythmo
[deste órgão é regulado por aqueíle systema.A
persistência das contracções cardíacasno
órgão separado detodas as
communicações
com
o eixo cerebro-espinbal, faliabem
alto
em
favor dos ganglios deRemak;
e as contracções da túnicamusculosa
notável nas arteríolas e nas venulas,augmentando ou
diminuindo o seu diâmetro, são factos
que
attestãoainfluenciado
systema ganglionario sobre a progressão do sangue na arvore cir-culatória, sobre tudo na circulaçãolocal:
Que
se o systema do grande sympathico nãotem
acção directasanccionada, sobre a troca de gazes
no
pulmão^ postoque
aexis-tência das fibras contractis nas ultimas ramificações bronchicas,
admittida hoje por quasi todos os authores, reclama a sua
inter-venção, éinnegavel
que
a desoxygenação do sangue e ahematose
são influenciadas por aquelles nervos,
que
moderando
a circulaçãonoscapillares do pulmão, e nos capillares geraes, dá
tempo
a que,alise faça a troca dosgazes, e aqui seapropriem os tecidos do
re-sultadodas
combinações que
sedão entre elles eo sangue:Que
a nutrição, processo íntimo e mysterioso do organismo,resumo
detodos os actosque acabamos
deestudar, étalvez afunc-ção sobre a qualo systema ganglionarioexercetoda suainíluencia;
e se a chimica
moderna,
que
tantos serviçostem
prestado áphysio-logia,não nos
tem
fornecidodadosparapenetrarmos maisfuncionasacçõese reacçõesvitaes,
tem comtudo
seprestado a esclarecer-nossobremuitos factos
que
provão,que
todas as funeções presedidas pelo systema do grande sympathico,convergem
para a nutrição,centrodavida orgânica,evidados órgãos derelação:
Que
a calorilicação, resultado dascombustões
ebimico-vitaes,cujos materiaes são ministrados pelos sólidos e líquidos
commu-tados pelotubo digestivo, e pelos gazescambiados no pulmão,
pode
elevar-se
ou
abater-se sob a influencia mediata do systemagan-glionario:
Que
este apparelho(cm
sob sua dependência os actoscomo
pretendem
aspesquizas anatómicasdePfiúger,quer
media-tamente,
como
provão as experiências de Cl. Bernard.Que,
finalmente,asfuneçõesque
sepassão inconscienteseinvo-luntárias
no
seiodaeconomia
physiologica, sãoem
parteou
total-mente
dependentes destaordem
de nervos, que, presidindo á actosmysteriosos, surprehendidos pela sagaz vigilância da sciencia,
subtraem-seáspesquizas
mais
enérgicas e profundasque
indagãoa força
que
os anirna.E
a physiologia chegaráa este resultado?No
estudo davida, dizLonget, (23)
convém
lembrarsempre
que
trata-se para nós, de observarsomente
ospbenomenos,
estudar-lbes asleis, e demodo
nenhum
procurar-lhes as causas primitivas.CAPÍTULO
IVVinte
annos
depois,quando
a pathologia e a therapeutica ja seesforção de afferir suas deducções e applicações por este
molde
physiologlco quasiuniversalmenteacceito,Robert de Latour
produ-zindo
em
sua imaginação creadôra a explicação de factosque
apratica da medicina lhe offerece, quer
com
a sua palavrainsi-nuante fulminar a existência dos nervos vaso-motores, e
em
sua primeira Conferenciafaliaassim: (24)«Até
aqui, urn dosactosmais
consideráveis do organismo, a calorificação,
tem
sidoarbitraria-mente
excluído doconcerto das funeções; designadosomente
paramemoria
na
physiologia, o calor animal ficousem
applicaçãoesem
fim, e achou-secomo
que
taxado de parasitismono
grandemo-vimento
da vida.» Mais adiante, depois de censuraro ensino offi-cial pelo silencio sobre o destino physiologico do caloranimal, diz:(( Sim, vós o reconhecereis comigo, a desgraça da medicina é ter
ignorado a missão do calor animal; é ter ignorado
que
seu fim c fazercaminhar
o sangueno
seio da rede capillar.»Eis aqui a poderosa alavanca
com
que
o Snr. de Latourre-(23) Longet. Log. cit.
—
10—
move
toda essa classe tle moléstiasque
sechama
inflammaeíío^que tem
um
vasto e importantelogar nos domínios da patbologia;eis aqui a febre sendo
um
estado phlegmasico de toda arvorecirculatória!
Este physiologista não é Chossat,
que
via na producção docaloranimalainfluencia directa do systemaganglionario;
nem
tãopouco
deixa de ser o contraste de dei
Papa que
olhava omovimento do
sangue
como
causa primitiva do calor animal.O
physiologista francez impressionado por dous factosque
setocãona apparencia,procurou as suasrelações, estabeleceo aserie
de
phenomenos
que
os encadeião, raciocinoucom
os elerr^nfosde sua concepção imaginativae concluio:
Que
o calor animal é aforçamotriz da circulaçãocapillar. «
O
que
ha ainda de maisdo-loroso, continua Robert de Latour (25),
no
meio
destaenfermi-dade
scientifica, é que, esta estranha concepção da contracçãocapillar
tem
encontrado experimentadores eminentes para forti-ficar o seu acolhimento e cimentar o seu credito. Custarácerta-mente
a nossa sciencia mais demeio
século de atrazoem
suamarcha
progressiva,o ter occultadoum
tal erro atraz doprestigioda experimentação pbysiologica.
Longe
demim
opensamento de
collocar-me
como
adversário das investigações experimentaes: pelocontrario,tenho
em
mui
alto apreço estegénero de estudos,muitasvezestenho recorrido á elle.
Do
que
eu souadversário,éda
signifi-cação mentirosa
que
muitasvezesse presta ás experiências, enão admittoque
ponhão-n'as ao serviço de todas as illusões,que,em
uma
palavra, façarn-n asintervircomo
uma
miragem
fascinadora,que
com
sua luz illusoria reflecte-se sobre todos os prismasda
prevenção,e,
deslumbrando
o olhar, rouba arealidade. »Se é doloroso para o illustre physio-pathologista o
acolhi-mento
que
eminentes experimentadorestem dado
a contracçãocapillar,
demonstrada
pela physiologia ecomprovada
pelaanato-mia,
como
não será para estes a contraposição de exlranhasconcepções á factos
como
a contracção vascular?As
experiências de Fourcaultcom
as quaes provou-se o—
M
-xamento
da temperaturado
corpo, seguido demorte
do animalque
tinha otegumento
externo cobertodeum
endutoimpermeável,
experiências inspiradas por
um
fatal acaso nas festasda Itália, e asmar
tvilhosas curas obtidas pelo author pormeio
damedicação
isolante, forão os pontos de partida dos estudos de Latour,
que
ajudado da noção physica
da
acção do calor sobre os liquido»,achou
o fio desse labyrinthoem
cujos penetraes tinhão estadohomens
illustressem
que podessem
lhe tocaraponta.Acção
directadaforçaelectro-vital do systema nervoso ganglionario,provocada
na
perepheria pelaacção dos agentes exteriores,sobre os
phenomenos
da
combustão
orgânica;desprendimento decalorproveniente destasreacções; e propulsão
do
sangue nos vasos capillares pela acçãoimmediata
do calor, eis oresumo
da theoriade Robert de Latour,o qual interpretando os factos clínicos pelo
molde
de taesconcep-ções, vê nos effeitos da
medicação
isolante a interceptaçãodo
arathmospherico agente indispensáveldas provocações periphericas, e conseguintemente
quebrado
o annel dessa cadeiaque
produz aforça electro-vital,
combustões
orgânicas, caloranimal, progressãodo
sangue atravez dos tubos capillares, etc. etc.Que
diíferença hana
realidade entrea theoria do Sr. deLatour
para explicara progressão do sangue na rôde capillar, e a theoria
geralmente admettida pela maioria dos physiologistas? Estes
querem
que
a verdadeira causa da circulação capillar residana
força do coração transformada
em
tensão arterial,eas experiênciasyecentes de
Chauveau, Marey
e alguns outros o provão exuberan-?temente: aquelle quer
que
o calor animal seja o agente destacir-culação.
A
que
vem
pois os golpes desapiedados atirados sobre osnervos vaso-motores,
que na
opinião de muitos physiologistas sotem
que
vercom
a circulação local, e deuma
maneira
indirecta?Um
factoque
está hoje averiguado para muitos histologistas,é, que, o vaso capillar propriamente dito, isto c, aquelle
que
sepode
considerara séde da assimilação,é desprovido demembrana
contractil, e
tem
por vesteuma
só túnica anhista. Ali a circulaçãoesta submettida á força directa do coração transformadapela
elas-ticidade das artérias, e á força mediata
communicada
pela-
21—
Para que, pois, fulminar de
morte
os nervos vaso-motoresque
nada
mais fazem doque
modificara torrentecirculatóriaem
certos e determinados casos?...Se attendermos paraos
symptomas
locaes da inflammação,aju-dados do microscópio,
veremos que
ophenomeno
physico inicialé
um
estreitamento rápido no calibre dovaso, seguidoimmediata-mente
deuma
dilataçãoque
setraduz pelo rubor da parteinflam-mada;
o a esteacto succedelogo o calor, atumefacção, a dor, etc. Se,como
entende Latour, o caloranimal é a força motriz dacir-culação capillar, muito provavelmente a stase sanguínea não se
manifestaria
com
pequena
demora
da dilatação vascular,porque
oagente propulsor do sangue tendo continuadoa desinvolver-se
com
intensidade proporcional ás suas fontes productoras, impediria a
estagnação sanguínea, tanto mais quunto para oauthor a dilatação
vascular não é caso de paralysia.
Como
explicar ainda a circulação venosa, (se o calor animal éa força motrizda circulação capillar,) se Latour não nos diz
que
estaforca sepropaga as veias, que, pelo facto da interposiçãode
uma
nova força, ficão privadas do impulso cardíaco e arterial?As
experiências de Fourcault são verdadeiras, e nãotemos
duvida de acceitar os factos clínicosde Latour.
Com
oque
porém
não concordamos
écom
aexplicaçãoque
lhesdáoillustremedico.Não
está provadoque
amorte
produzida nos animaesque
seenvolvem
de endutoimpermeável
seja consequênciaimmediata
do abatimento da temperatura animal: a repressão da perspiração
cutânea, produzindo
no
sangue oaccumulo
de productos, taescomo
—
vapor d'agua, azoto, acido carbónico, etc,tem na
expli-cação da causa immediata da
morte
outra forçaque
não oabai-xamento
do calor animal,que
é resultado dasperturbações nutri-tivas; as aspbyxiasmatão
mais subitamente e o seumecanismo
équasiidêntico.
E
os factos clínicos?.. .A
inflammação franca é, nos seus primeiros períodos,um
ex-cesso de actividade vital (permittão-nosdizel-o). Até certo ponto
ellapóde desapparecer
sem
deixarvestígios, as delitescenciaseas(Ta circulação capillar,
no abaixamento do
calor animal, na dimi-nuirão dascombustões
orgânicas, na falta,em
fim, do elementoar,os miraculosos resultados de sua
medicação
isolante,porque
não
vê
também,
e porcaminho mais
curto, estes resultadosdepen-dentes da perturbaçãonutritiva,provocadapelo
accumulo no
sanguede acido carbónico, c outros productos, a qual traz o refreamento
das
combustões
vitaes,econscgulníemente
oabaixamento
datem-peratura animal?
Esta maneira de pensar é
uma
represália á explicação deLatour,e
que
adoptamos
atéque
a sciencia nos depare averdadeira causa de tantas rrsarreições. (2G)Muitos outros
argumentos
produzo Sr.Robert
de Latour contraa theoria dos nervos vaso-motores, e
em
favor de sua força motrizdacirculaçãocapillar;
mas
todoscllesprendem-se
aosque acabamos
(2C) Ascuras oblidas pela applicação do collodio nas feridas e. inflammações
cutâneas devidasprincipalmente á causas traumáticas, não dependem
exclusi-vamente da subtracçãodo ar; a acção do collodio produz outros effeitos que
não são indiíTerentes a taes curativos.
Trousseau c Pidoux que porventura não tinbão penetrado a verdadeira ex-plicação de Robert Latour sobre a producção do caloranimal, pronuiicião-se sobre a questão do collodio do modo seguinte:
« M. Le docteurRobert Latour l'a exalte dansle traitement desovarites, des périlonilcs suraiguès, desorchiles, ele, avec un enthousiasme que quelques
faits ne suffisentjamais àallumer chez les observateurs prudents ou désinté
-ressés de toutc idéc préconçue. Ce médecin distingue était, en effet, auteur d'une théorie de 1'inflammation avant la découvertedu Collodion. Cette théorie
est bien simple, aussi simplemalheureusement quela médication quiestvenue
sià propôsla confirmei'et ctre confirmée par elle, aux yeux de M. Robert Latour.
A
1'exception de la cbaleur animale, surlanature et le mode de génération de laquclle Pauteur nes'cxplique pas etdont l'élévation estpourlui toute Pin-flammalion, les autres phénomènes de cette affection sontpbysiques, ou, sil'on veut, de simplesconséqucnccs physiqucs de lacbaleuren excèsdans une parlicenflammée. Vaisscaux dilates, mouvement du sangplus rapide, tuméfaction, rougeur, douleur, etc, tout cela suit de 1'élévation de la température
comme
dans un système inorganique. On voit que M. Robert Latour a prisCelse à la
lcttre, etqu'y ajoutant la petite explicationque peut lui suggérer tous lesjours Papplicalion de samain surlaboule de son tbermomètre, il est à nieme de di-ngcr avecnem moinsdc facilite lesphénomènes de 1'inflammation.
âe mencionar,
qué
são por ventura os mais valiosos.Lavraremos
apenas,terminando,
um
ligeiroprotesto contraopseudo-argumenlo
que
oillustrephysiologistapretendetirardaadmiraçãoque causou
aoprofessorCl.
Bernard
a superactividade daspartesque
ellees-peravaver atacadas deparalysia depois dasêcção dofiletecervical
do
grande sympathico.É
verdadeque
o eminente professordo
Collegio de França meditou na contradicção apparente de tacs
factos;
porém
antesque
Brown
Sequard
fossedaAmerica
reiven-dicarparasiagloria de
um
tal descobrimento, já Cl.Bernardlhestinha achadoa explicação: assim dizem os authores
que
tratão damatéria.
EmpêeherIa íbrtnationexagérée de la chaleuranimalc, tcl cst donc lout Ie
problèmc thérapentique. Or M. Fourcault, recouvrant d'enduits irnperméables toutela surface de lapeau de certains animaux, affaiblissait remarquablement chezeuxla puissance caloriflque, Cesanimaux se refroidissaientbeaucoup, ot
diversgenrcs de lésions pathologiquesse développaient ensuite dans leurs vis-còrcs. M. Robcrt Latour en a conclu, sans doute, que c'étaitpar unesorte de respiralion cutanéequese produisait la chaleur des parties sous
—
jacentes; quec'étaitparl'aclion de 1'airatmospherique surla peauduventre, parexemple, que se formaitlachaleur du péritoine, ettrouvant dans le Collodionun vernis parfaitement imperméableà 1'air, il avilejugé que, de
même
que toute lapé-vitoniteconsistedansune élévationexcessive delachaleur péritonéalc, de
même
tput le traitement de cette phlegmasiedevait consister dans la suppressron du
foyer cutané de cetexcèsde chaleur...
.
Delà à 1'application duCollodion surlapeaudu ventreiln'yavait qu'un pas. Cette théorie, qui nc mérite pas d'ètre disculce, a eu cerlainemcntplus d'in-íluence que 1'obscrvation clinique sur la confiance exagerée que M. Robcrt Latourtémoigne auCollodion dans le traitement des inílammations viscérales aigués, II fatttexaminei*la question avec plusde simplieité expérimentale et
d'indépcndanced'esprit
Et puis,
M
Robert Latour oublie de nous dire que les animaux ver-nissós parM. Fourcault succombaient souvent à des phlegmasies viscérales.On
peutdonc retourner conlre luison principalargument. (TrousseauePidoux—
Traité de Tnérapeutique et de Malicre Mcdicale torne second. p. 1032 e1033. 1801).
TERCEIRA
PARTE,
CAPITULO
I.Conhecido
maisou
menos
omodo
de funccionardo
grande sympathieocom
relação aos órgãosem
que
elle se distribue, éna-tural
que
o physiologista procure saberonde
reside o centro deactividade,
ou
a origem do systema nervoso ganglionario,noção
physiologica á qual se
prendem
muitas outras, cuja soluçãotem
variado
segundo
a maneira de interpretar os factos de cadaexpe-rimentalista.
Á
exemplo
deWinslow
e de Bichatuns considerãoos gangliosdo
grandesympathieo
como
centrosde innervaçãocompletamente
in-dependentes do centro nervoso cerebro-espinhal, e
podendo
por-tanto dispensar o seu concurso;
com
Scarpa e Legallois outrosadmittem
este concursocomo
indispensável, evcem
no
grande sympathieoum
apparelho nervoso que, pormeio
de innumeraveisraizes, tira sua influencia da medulla espinhal e da
medulla
allon-gada.
Entre estas duas opiniões
vem
naturalmente collocar-se adaquelles
que
sem
negarem
aintervenção do eixo cérebroespinhalnas manifestações dos nervos da vida orgânica, acreditão
também
no
poder reflexo dos ganglios,como
centro deuma
actividadeprópria.
Porem
esta maneira de pensarnão
tem
omeio termo
das opiniões exclusivas; uns,
como
Longe
t, inclinam-semais
áLegallois, outros,
como
Bidder,approximão-se
deWinslow.
Se fosse possível, diz
Longet
(27), interceptar as innumeraveiscommunicações
que
existem entre o systema nervoso da vida—
25
—
animal e o grande sympathico, examinar depois as
mudanças que
lai operação produzisse
no
exercício funccional deste ultimo, nãoha
duvidaque
destemodo
se consegueria determinar se ellc possue exclusivamenteem
simesmo
o principio de sua acção, segosa de urna independência absoluta
em
seusactos,ou
seconse-gueria apreciar a
somma
de actividadeque
elle recebe do eixocérebro
—
espinhal.« Bastareflectir
um
instantena disposição geral do grandesym-pathico para reconhecer
que
asmutilações necessitadas parauma
tal experiência, não
podem
ser compativeiscom
a vida. »Que
diííiculdades naexperimentaçãophysiologica, e na aprecia-ção de factos na esphera das nevropathias,que
ora se mostrão maisou
menos
independentes, ora inteiramente relacionados!CAPITULO
IIOs
progressosda anatomiatem
revelado ascommunicações
dosganglios sympathicos
com
a medulla e suas raizes espinhaes, c aphysiologia
que
via a excitaçãodamedulla propagar-seaos fdetesganglionarios não duvidou de acreditar na origem medullar
do
grande sympathico. Jacubowitsch
chegou
a ver as cellulassym-pathicas d'onde
partem
namedullaaslibras dos nervosgangliona-rios.
Graças ao
methodo
anatómico de Waller grande parte destasobscuridades tem-se dissipado, e a disposiçãodos nervos
commu-nicantes vai se tornando mais manifesta.
As
conclusões,dizYul-pian (28), de Bidder e
Volkmann
receberãouma
confirmaçãobem
notável
em
consequência dos trabalhos de Waller. Estephysiolo-gista vio
que
depois da secção transversal dos nervos rachidianos,na
ran, ao nivel de sua sahida do canal vertebral, as fibras daparte peripherica destes nervos,
examinadas no
fimde dousmezes,erão inteiramente desorganisadas,
emquanto que
osramos
com-municantes do grande sympathicocstavão aindano estadonormal;
(28) Vulpian. Lag cit.
—
26
—
Ário os tubos nervosos destes
ramos conservarem-se normaes no
meio
das fibras alteradas dos nervos rachidianos. Estesramos
nervosos
vem
pois dosgangliossympathicosque
são osseuscentrostrophicos, enão da medulla espinhal.
Eu
mesmo,
continuaYulpian,fiz
numerosas
pesquizas anatómicas sobre este assumpto.Veri-fiquei,
como
outros histologistas,que
a disposição indicada por Bidder eYolkmann
muito
exactana
ran,não
é inteiramente amesma
nosmammiferos.
Os
ramos
decommunicação
entre osgan-glios sympathicos e os nervos rachidianos
contem
fibrasque
sedirigem
com
estes nervos para a peripheria;mas
haum
certonumero
delias,muito
maisque
na ram,que
sobem
para ame-tíulla e vão-se pôr
em
relaçãocom
as duas raizes, sobre tudo, asmais
das vezes,com
a raiz anterior. »Longet
que não nega
de todo aos ganglios sympathicosalgum
poder
reflexo,embora
demui
curta duração, apoia-se nasexpe-riências de Yulpian feitasnos
mammiferos,
e contrapõe-n'as ás de Bidder eYolkmann
feitas nas rãs.O
maior
numero
de filetesemanados
(ou não) do glangliosympathico, esubindoa pôr-sccm
relação
com
as raizes dos nervos espinhaes.sem
que
se reflictãocomo
os filetes periphericos, levarão ao professor de physiologiada Faculdade de Medicina de Paris, a convicção de
que
aorigem
do
grande sympathico está na medulla espinhal,como
pensão muitos physiologistas.Mas
o próprio Vulpianem
cujas experiênciasLonget
e outrosencontrão reforço para suasideias, não duvida deconcluirdo
modo
seguinte:
Não
émenos
verdadeque
as disposiçõesanatómicasdes-criptas por Bidder e
Yolkmann,
e os resultados physiologicosobtidospor Waller, dão
um
apoio considerável asideiasdeWinslow
e de Bichat,
que
consideravão osystema nervoso do grandesym-pathico
como
um
systema aparte,contrahindorelaçõescom
osys-tema
nervoso da vida animal por troca reciproca de fibrasnume-rosas. »
Em
presença de taes dados anatómicos oque
sepode
concluirré,
que
os gangliosdo
grande sympathicoemittem
filetes nervosos-que vão se relacionar
com
os nervos rachidianos,sem
—
27
-directamente á este centro,
sem
que
se possa asseverar qualo
ponto de sua natural procedência.
CAPITULO
III.A
physiologiaexperimentaltem
se esforçado para elucidarestaquestão;
mas
logoque
a experimentação revelaum
factoque
trazalguma
luz,não faltão novas provas que,ou
disvirtuão suanatu-reza,ou dão-lhe outra explicação.
«
Recentemente
Cl. Bernard, tendo separadocompletamente
o.ganglio submaxiliar dos outros centros nervosos (medulla
allon-gadae ganglio cervical superior),
pôde
provocarphenomenos, que
elleconsidera
como
excito-motores, e determinar por seuinter-médio
uma
secreçãochamada
reflexa da glândula submaxiliar.»Esta experiência
que
viriasem
duvida confirmarde certomodo
as previsões de Prochaska, de Clark e Grainger, foi repetida por
Ecbkard que
lhe recusoua explicação do physiologista francez.O
que
este attribuc ao poder reflexo do ganglio, aquelle consideracomo
resultado deuma
irritação directa.Schiffvai mais adiante.
Não
crê na generalisação do facto,mas
não podendo
deixar de admittil-o pelomenos
em
certosanimaes,explica-o pela irritação directa vaso-motriz
que
se propaga aolongo da corda do tympano,
que
em
taes casostem
um
trajectorecorrente.
No
entretanto Liégeois affirmaque
osmovimentos
da iris daran
sobrevem
(quando oencephalo e amedula
sãocompletamente
destruídos) sob a influencia de excitações provocadas
no
gangliocervical superior do grande sympathico (29).
CAPITULO
IV-Uma
impressão feitaem
nossos órgãos, diz Longet. (30),pode
(29) Longot. Nota.