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Praças e áreas verdes adotadas em Fortaleza para desenvolvimento da sustentabilidade ambiental: estudo de caso no período de 2014 a 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

MICHEL RODRIGUES D’ALENCAR

PRAÇAS E ÁREAS VERDES ADOTADAS EM FORTALEZA PARA DESENVOLVIMENTO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: ESTUDO DE

CASO NO PERÍODO DE 2014 A 2018

FORTALEZA 2019

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MICHEL RODRIGUES D’ALENCAR

PRAÇAS E ÁREAS VERDES ADOTADAS EM FORTALEZA PARA

DESENVOLVIMENTO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO NO PERÍODO DE 2014 A 2018

Trabalho de Conclusão de Curso referente ao curso de Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Stefanutti .

FORTALEZA 2019

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MICHEL RODRIGUES D’ALENCAR

PRAÇAS E ÁREAS VERDES ADOTADAS EM FORTALEZA PARA

DESENVOLVIMENTO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO NO PERÍODO DE 2014 A 2018

Trabalho de Conclusão de Curso referente ao curso de Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Ronaldo Stefanutti (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Ma. Luciane Mara Cardoso Freitas

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Me. Leonardo da Cunha Marques

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A Deus.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Ronaldo Stefanutti, pela excelente orientação e o tempo dedicado para me ajudar.

Aos participantes da banca examinadora Luciane Mara e Leonardo da Cunha pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.

Agradeço aos meus pais, Jaime e Marta, por todos os incentivos e suporte em todos os anos da minha vida.

Aos meus irmãos, Érica, Jaime e Jennifer, que sempre foram exemplos a serem seguidos para mim.

Aos meus amigos de faculdade, principalmente os de Engenharia Ambiental e Engenharia de Energias Renováveis, que sempre estiveram nos altos e baixos desses últimos anos.

À Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente e minhas colegas de trabalho no estágio, Sílvia, Cássia, Leilane e Edilene, pelas experiências obtidas, pelo fornecimento de dados e pelo apoio no que precisei.

A todos os professores do curso de Engenharia Ambiental que acrescentaram muito a minha vida acadêmica com todos os seus ensinamentos e orientações.

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“A cidade seria monótona, impessoal e desconcertante. Seria abstrata, sem contato com a natureza; mesmo as coisas produzidas pelo homem não poderiam ser transformadas”. (LYNCH, 1977)

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RESUMO

A necessidade de conservação e preservação ambiental, já comprovada há alguns anos, aliada a ações de responsabilidade social, têm despertado nas pessoas, representadas pelas comunidades, órgãos governamentais e entidades privadas, a preocupação em atuar no sentido de desenvolver mecanismos para melhorar a qualidade ambiental. Neste contexto, têm-se as iniciativas de preservação de espaços públicos da cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará. A união do poder público, moradores e empresas pode tornar a revitalização de espaços urbanos um grande passo para a melhoria da qualidade da vida urbana. Assim, em 2014, a Prefeitura de Fortaleza, com o objetivo de promover melhorias na cidade, lançou o Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes. As experiências de adoção de espaços públicos, como áreas verdes, praças e canteiros centrais, na cidade são diversas, gerando impactos significativos no âmbito social, econômico e ambiental. Objetivando mostrar o perfil de espaços públicos adotados deste Programa da Prefeitura de Fortaleza, esse trabalho visa à análise dos espaços adotados, com foco em praças e áreas verdes, no período de 2014 a 2018 e do próprio Programa com o intuito de procurar melhorá-lo. Os dados obtidos da documentação existente na Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente - SEUMA e em seu site são utilizados para discutir quem são os adotantes, quais tipos de espaços urbanos estão sendo adotados, em quais regionais estes estão localizados e qual ano estas adoções ocorrem. De forma geral, constatou-se que houve um crescente número de adoções de espaços públicos no decorrer dos anos analisados do Programa. Estas adoções são motivadas tanto pelo sentimento de responsabilidade social da comunidade, quanto pelo interesse de marketing ambiental de empresas. Contudo, apesar do crescimento de número de adoções ao longo dos anos, este não significa que o Programa está sendo eficaz. É necessário que haja um monitoramento das áreas adotadas para constatar o engajamento dos adotantes em auxiliar a Prefeitura.

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ABSTRACT

The need for conservation and preservation of the environment, which has been proven for some years, allied with social responsibility actions, have aroused the concern of people, represented by communities, government agencies and private entities, to develop mechanisms to improve environmental quality. In this context, there are the initiatives of preservation of public spaces of the city of Fortaleza, capital of the state of Ceará. The union of public power, residents and private companies can make the revitalization of urban spaces a great step towards

improving the quality of urban life.

Thus, in 2014, the City Hall of Fortaleza, with the purpose of promoting improvements in the city, launches the Program of Adoption of Squares and Green Areas. The experiences of adopting public spaces, such as green areas, squares and central beds, in the city are diverse, generating significant impacts in the social, economic and environmental scope. Aiming to show the profile of public spaces adopted by this Program of the City Hall of Fortaleza, this work aims to analyze the spaces adopted, focusing on squares and green areas, from 2014 to 2018 and the Program itself. The data obtained from the documentation in the Municipal Secretariat of Urbanism and Environment and its website are used to discuss who are the adopters, what types of urban spaces are being adopted, in which regional ones these are located and what year these adoptions occur. In general, it was verified that there was an increasing number of public space adoptions during the analyzed years of the Program. These adoptions are motivated both by the sense of social responsibility of the community and by the interest of environmental marketing of companies. However, despite the growth in number of adoptions over the years, this does not mean that the Program is being effective. It is necessary that there be a monitoring of the adopted areas to verify the engagement of the adopters in assisting the City.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1  Fluxograma de classificação do verde urbano ... 22 Figura 2  Modelo para Classificação de Áreas Públicas ... 23 Figura 3  Espaços adotado no Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no

período de 2014 a 2018 em Fortaleza ... 30 Figura 4  Mapa de Fortaleza com a localização dos espaços adotados pelo Programa

de Adoção de Praças e Áreas Verdes no período de 2014 a 2018 ... 31 Figura 5  Mapa de Fortaleza com a localização das praças e áreas verdes adotadas

pelo Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no período de 2014 a 2018 ... 32 Figura 6  Áreas e praças verdes adotadas no período de 2014 a 2018 em

Fortaleza ... 33 Figura 7  Adotantes do Programa no período de 2014 a 2018 em

Fortaleza ... 34

Figura 8  Adoções realizadas a cada ano em

Fortaleza ... 35 Figura 9  Adoções de praças e áreas verdes por ano em

Fortaleza ... 36 Figura 10  Adotantes físicos e jurídicos do Programa a cada ano em

Fortaleza ... 37 Figura 11  Áreas adotadas por Regional de Fortaleza no período de 2014 a

2018 ... 39 Figura 12  Praças e áreas verdes por Regional de Fortaleza no período de 2014 a

2018 ... 40 Figura 13  Adotantes físicos e jurídicos por Regional de Fortaleza no período de 2014

a 2018 ... 41 Figura 14  Terreno baldio no cruzamento das ruas Chico Lemos e Antônio de Castro,

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Figura 15  Praça dos Ipês no cruzamento das ruas Chico Lemos e Antônio de Castro, em Fortaleza (depois) ... 44 Figura 16  Praça Portugal no cruzamento das avenidas Dom Luís e Desembargador

Moreira em Fortaleza ... 48 Figura 17  Quadrante da Praça Portugal no cruzamento das avenidas Dom Luís e

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1  Descrição de três grupos de áreas verdes com base no Modelo de Classificação de Áreas Públicas ... 24 Tabela 2  Espaços adotados no Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no

período de 2014 a 2018 ... 30 Tabela 3  Áreas e praças verdes adotadas no período de 2014 a

2018 ... 33 Tabela 4  Adotantes do Programa no período de 2014 a 2018 em

Fortaleza ... 34 Tabela 5  Adoções realizadas a cada ano ... 35 Tabela 6  Adotantes físicos e jurídicos do Programa a cada ano em

Fortaleza ... 37 Tabela 7  Áreas adotadas por Regional de Fortaleza no período de 2014 a

2018 ... 38 Tabela 8  Adotantes físicos e jurídicos por Regional de Fortaleza no período de 2014

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MCAP Modelo de Classificação de Áreas Públicas

SEUMA Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente SR Secretaria Regional

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 14 2 OBJETIVOS... 16 2.1 Objetivo Geral... 16 2.2 Objetivos Específicos... 16 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 17

3.1 Ecossistema urbano, qualidade ambiental e qualidade de vida... 17

3.2 Áreas verdes e espaços livres... 20

3.3 Programa de adoção de praças e áreas verdes... 26

4 METODOLOGIA... 28

4.1 Coleta de dados: Etapas... 29

5 RESULTADOS/DISCUSSÃO... 30

5.1 Análise de dados do Programa de Adoções de Praças e Áreas Verdes ... 30

5.1.1 Espaços adotados no período de 2014 a 2018... 30

5.1.2 Praças e áreas verdes adotadas no período de 2014 a 2018... 31

5.1.3 Praças e áreas verdes adotadas por ano... 34

5.1.4 Praças e áreas verdes adotadas por regional... 37

5.2 Tipos de adoção... 42 5.3 Responsabilidade Social... 42 5.4 Marketing Ambiental... 45 5.5 Propostas de melhorias... 49 6 CONCLUSÃO... 51 REFERÊNCIAS... 53 ANEXOS... 57

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1 INTRODUÇÃO

Segundo os dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 84% da população brasileira vive em áreas urbanas (IBGE, 2010). Com base nisso, é possível supor uma grande concentração da população no meio urbano, contribuindo com o aumento de espaços construídos e uma diminuição de áreas verdes. Essa dinâmica permite pensar na significativa influência das relações do homem com o meio urbano, não apenas no grau de sustentabilidade ambiental local, mas do país como um todo.

Na discussão sobre a cidade e sua relação com a natureza, situa-se a questão da qualidade de vida das pessoas que nela habitam. Assuntos como qualidade de vida e qualidade ambiental urbana ganham cada vez mais valor nas discussões acadêmicas, políticas e sociais, principalmente quando interligadas aos conceitos de desenvolvimento sustentável e de sustentabilidade urbana (PINA, 2010).

As áreas verdes, em relação as suas características, podem interferir no cidadão e no ambiente urbano de muitas formas, mostrando-se de grande importância para a comunidade, já que este tipo de espaço, atualmente, remete à melhor qualidade de vida (LIBRETT et al., 2007).

Visto a importância de áreas verdes no ambiente urbano, algumas prefeituras dos estados brasileiros iniciaram programas para cuidar e manter estas áreas. Em 1986, como pioneira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Porto Alegre desenvolveu a criação de um programa de parcerias entre poder público e a iniciativa privada.

O Adote uma Praça (Progap) é um programa que permite a qualquer entidade civil assumir a responsabilidade de urbanizar e manter áreas verdes públicas do municípiode Porto Alegre. O programa está regulamentado através da Lei Complementar 618, de 10 de junho de 2009, que revoga a Lei Complementar nº 1356, de 22 de julho de 1986.

Com a mesma proposta, em 2014, o Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes foi criado na cidade de Fortaleza no estado do Ceará para auxiliar na urbanização e manutenção das praças públicas, parques, canteiros e jardins, bem como a sensibilização dos munícipes, no sentido de desenvolver hábitos preservacionistas.

O Programa é regulamentado pelo Decreto nº 13.197 de 7 de agosto de 2014 e é coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente - SEUMA, em parceria com as Secretarias Regionais da Prefeitura de Fortaleza.

Diante disso, é relevante a discussão de que é necessário entender os processos interativos entre dinâmicas urbanas e o ambiente natural, regenerar funções ecossistêmicas

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perdidas no processo de urbanização e mantê-las em equilíbrio para se alcançar uma sustentabilidade de longo prazo. O Programa de Adoção de Praça e Áreas Verdes tem a função de trazer a população para o processo de gestão ambiental da cidade e fazer que haja a conscientização ecológica nos segmentos da sociedade.

Os jornais, a internet, a TV, a literatura, as revistas, os periódicos, as empresas das mais diversas áreas, estão mostrando que há um aumento da degradação e destruição do meio ambiente em vários níveis, evidenciando a falta de preocupação com nosso planeta, sendo assim este fato gerou alguns questionamentos e interesse. A cidade de Fortaleza possui programas focadas na redução da falta de preservação ambiental? Quais esses programas existentes? Quantas praças e áreas verdes estão adotadas? Como melhorar e incentivar as áreas verdes e em que a sociedade ajuda? Que benefícios há em adotar?

Durante a prática de estagio curricular na Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, começou-se a perceber um programa que há de adoção de praças e áreas verdes em Fortaleza e passou-se a questionar a hipótese de organizar informações sobre o programa, e a caracterizar o perfil destas adoções para discussão da eficácia do Programa. Levantou-se a questão de como é possível melhorar ainda mais o Programa.

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2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral

Avaliar o Programa de Adoção de Praças e Áreas verdes e caracterizar o perfil das adoções das praças e áreas verdes por pessoas físicas ou jurídicas no programa da prefeitura de Fortaleza de 2014 a 2018.

2.2 Objetivos Específicos

 Organizar os dados fornecidos pela prefeitura, utilizando as seguintes variáveis: tipo de espaço adotado, ano da adoção, localização por regional.

 Discutir sobre o interesse em adoções dos ativos envolvidos.  Propor melhorias que possam ajudar o Programa.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Ecossistema urbano, qualidade ambiental e qualidade de vida

De acordo com Nucci (2008), a cidade pode ser vista como um ecossistema urbano formado por dois sistemas importantes: Sistema natural (formado por clima, solo, água, fauna, flora, entre outros) e sistema antrópico (formado pela sociedade e suas diversas atividades existentes).A cidade possui uma realidade que envolve várias modificações em ambos os sistemas, principalmente no natural já que as atividades econômicas são o principal fator de alteração da natureza. É importante entender que, apesar das várias modificações no espaço geográfico urbano, existem componentes naturais que devem ser pensados em conjunto com a realidade humana social, surgindo a questão da qualidade ambiental.

As modificações no sistema natural são grandes e profundas e geram os impactos negativos que podem ser facilmente vistos na paisagem urbana; a partir daí, por meio de análises quantitativas e qualitativas, é possível identificar os impactos ambientais negativos que prejudicam não só os componentes físico-naturais, como também a própria espécie humana. (NUCCI, 2008).

Por consequência, a busca pelo equilíbrio relativo dos sistemas natural e antrópico é o grande desafio em qualquer ecossistema urbano; a grande importância do planejamento do território de forma geral surge mais uma vez, abrangendo os aspectos ambientais e urbanos propriamente ditos. A manutenção e a criação de áreas naturais no ambiente urbano são válidas, já que os componentes do sistema natural podem ser melhorados de acordo com as necessidades da população no que tange à qualidade do ambiente.

De acordo com a literatura de Fazano (2006), a qualidade nada mais é do que a adequação ao uso e o mais importante a satisfação plena aliada aos benefícios a todos os envolvidos no processo. No que tange à qualidade de vida especificamente, várias podem ser as opiniões a respeito desse conceito. Ter qualidade de vida pode significar boas condições financeiras, boas relações familiares, boa saúde física e mental, ambiente limpo/saudável etc.

De acordo com Pina (2012) que utilizou o estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1994 com o objetivo de mostrar a criação de instrumentos medidores de qualidade vida, observou-se um multidimensionalidade do conceito, surgindo assim uma estrutura composta por seis domínios:

 Domínio I (físico): dor, desconforto, energia, fadiga, sono e reposuso etc.;  Domínio II (psicológico): sentimentos positivos, auto-estima, aparência,

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 Domínio III (nível de independência): mobilidade, atividades da vida cotidiana, uso de medicação e tratamentos, capacidade de trabalho produção etc.;

 Domínio IV (relações sociais): relações interpessoais, apoio social, atividade sexual etc.;

 Domínio V (ambiente): segurança física e proteção, recursos financeiros, recreação e lazer, ambiente físico – poluição, ruído, trânsito, clima – etc.;  Domínio VI (aspectos espirituais, crenças pessoais ou religião):

espiritualidade, religião e crenças pessoais.

Pode-se perceber que o ambiente – domínio V torna-se um elemento relevante para a avaliação da qualidade vida, principalmente no contexto urbano, no qual a poluição do ar, sonora e visual, podem influenciar diretamente no bem-estar da população. Pina (2012) utiliza como conceito de qualidade de vida o equilíbrio entre os seis domínios propostos pela OMS, capazes de propiciar ao indivíduo um bem-estar físico, psicológico, emocional e mental.

O bem-estar pode ser positivamente influenciado por meio de uma qualidade ambiental, que consiste no conjunto de características e propriedade – químicas, físicas e biológicas – necessárias ao ser humano e outros organismos vivos (MILARÉ, 2007).

A qualidade ambiental urbana está diretamente ligada ao acesso dos moradores à quantidade, qualidade e distribuição de espaços livres de construção que possam permitir um saudável contato com a natureza, propiciando também possibilidades de socialização e expressão cultural. (PINA, 2010)

Portanto, uma combinação entre conservação da natureza, conservação da flora e da fauna, conservação do solo, funções climáticas e as necessidades da população em relação à recreação e relaxamento em contato com a natureza. Nesse caso, é essencial a implantação de espaços livres urbanos que possam satisfazer os diversos interesses humanos das mais variadas formas (RICHTER; BÖCKER, 1998).

Com base no trabalho realizado por Nucci (2008), foram listados indicadores de qualidade ambiental fundamentais para a qualidade de vida em ambientes urbanos. Os indicadores citados são: clima, poluição atmosférica, poluição da água, geração de resíduos, poluição acústica, enchentes, áreas verdes, verticalização, densidade populacional e cobertura vegetal.

Além disso, ainda no pensamento do mesmo autor, as áreas verdes também criam obstáculos contra o vento; protegem a qualidade da água; filtram o ar; diminuem a poeira em

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suspensão; equilibram os índices de umidade no ar; reduzem o barulho; servem de abrigo para a fauna; contribuem para a organização e composição de espaços no desenvolvimento das atividades humanas; e atenuam o impacto pluvial auxiliando na captação de águas pluviais, já que a impermeabilização crescente e progressiva do solo urbano prejudica o escoamento superficial, não tendo a rede de captação de águas pluviais capacidade suficiente para escoar de modo rápido o grande volume de água que faz transbordar os córregos e se acumula nos vales. Dessa forma, o planejamento e gestão ambiental das áreas verdes devem considerar, cada vez mais, a necessidade de incluir a visitação pública como um elemento essencial para a difusão de uma sensibilidade ambiental, passando a investir na infraestrutura local necessária.

A conservação da biodiversidade local, aliada às oportunidades de lazer e recreação para a população em áreas verdes, torna-se cada vez mais comprometida em função da construção das edificações urbanas. Com isso, baseando-se em Diegues (1996), não basta a simples colocação de espaços livres urbanos materializados em áreas verdes sem que haja a valorização da própria população local.

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3.2 Áreas verdes e espaços livres

De acordo com Arfelli (2004), as áreas verdes são caracterizadas pela continuidade e predominância da cobertura vegetal, distinguindo-as da arborização como apenas um elemento acessório, típico em canteiros centrais de avenidas.

Então, as áreas verdes são constituídas de diversas formas, desde praças, jardins, parques urbanos entre outros, não podendo ser confundidas a conceitos ou grupos que são distintos um dos outros, como é o caso de espaços livres e áreas de lazer.

Rubira (2016), com base em Bargos e Matias (2011), afirma que os termos “áreas verdes”, “espaços/áreas livres”, “arborização urbana” e “verde urbano” são utilizados pelos meios científicos como sinônimos, ou seja, com o mesmo significado para designar a vegetação urbana, quando na verdade a maioria deles sequer são sinônimos e menos ainda se referem aos mesmos elementos.

Neste sentido, Bargos e Matias (2011), deixam claro este pensamento:

Embora a vegetação seja considerada por diversos pesquisadores como um importante indicador de qualidade ambiental urbana é possível notar divergências conceituais entre aqueles que estudam o tema, pois termos como áreas verdes, espaços livres, áreas de lazer, por exemplo, são utilizados indistintamente como sinônimos para referência à presença de áreas verdes, quando na realidade não são necessariamente.

Deste modo, fica claro que as áreas verdes têm diferenças, cada uma apresenta uma classificação e função diferente, pode ser tanto ecológica, estética ou de lazer, dentre outras.

Exemplo de áreas verdes que podem ser encontradas nas cidades são as Unidades de Conservação. Estas são criadas para garantir a sobrevivência de animais e plantas, os recursos genéticos e também para proteger os processos ecológicos essenciais e locais.

A Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) prevê dois tipos de áreas protegidas: as públicas e as privadas. As Unidades de Conservação (UCs) são divididas em dois grupos e 12 categorias. As UCs de Proteção Integral são voltadas para a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitindo apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Nesse grupo, incluem-se Parques, Reservas Biológicas, Monumentos Naturais, Refúgios de Vida Silvestre e Estações Ecológicas.

As UCs de Uso Sustentável são as unidades de conservação onde é permitida a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. Incluem-se neste grupo Áreas de Proteção

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Ambiental, Florestas Nacionais, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Reservs de Fauna, Reservas Extrativistas, Reservas Particulares do Patrimônio Natural e Reservas de Desenvolvimento Sustentável.

Além das UCs, existem outras áreas que devem ser sempre protegidas por força lei no Brasil, independentemente de sua localização no território, como margens de rios, nascentes e topos de morro, entre outras. Essas áreas são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs), independentemente de estarem em áreas urbanas ou rurais, em terras públicas ou privadas.

De acordo com a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, as APPs são áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegura o bem-estar das populações humanas.

Em uma mesma cidade podemos ter diversas variedades de áreas verdes que por consequência se diferenciam, como exemplo, dos espaços livres de construção, áreas de lazer e arborização viária.

Essa distinção de espaços livres e áreas verdes são abordadas por Lima et al. (1994) que define as seguintes expressões:

Espaço livre: É o conceito mais abrangente, que integra os demais, contrapondo-se dos espaços construídos em áreas urbanas.

Área verde: Área onde há a predominância de vegetação arbórea, que englobam as praças, os jardins públicos e os parques urbanos.

Assim, Lima et al. (1994, p. 545) exemplificam os tipos de áreas verdes:

Parque urbano: Enquadra-se como uma área verde, com função ecológica, estética e de lazer, no entanto com uma extensão maior que as praças e jardins públicos. Praça: Enquadra-se como um espaço livre público cuja principal função é o lazer. Quando não existe a vegetação e a mesma se encontra impermeabilizada não é considerada uma área verde.

Arborização urbana: Representa elementos vegetais de porte arbóreo dentro da cidade. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas fazem parte da arborização urbana, porém não integram o sistema de áreas verdes.

Lima et al. (1994) ainda traz a ideia que as árvores que acompanham o leito das vias públicas não devem ser consideradas como áreas verdes, pois as calçadas são impermeabilizadas.

Cavalheiro e Del Picchia (1992) sugerem uma classificação para os espaços livres que pode auxiliar na diferenciação entre as áreas verdes e os outros tipos de espaços livres. Conforme os autores os espaços livres podem ser classificados segundo sua tipologia, ou seja, se são particulares, potencialmente coletivos ou públicos e, na sequência, segundo categorias,

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como, por exemplo, praças, jardins, verde viário. Com base na proposta de Cavalheiro et al. (1999), Buccheri e Nucci (2011) elaboraram um organograma de classificação para o verde urbano (Figura 1).

Figura 1 – Fluxograma de classificação do verde urbano

Fonte: Rubira (2016)

Para ser considerada uma área verde é estabelecida nas obras de Cavalheiro et al. (1999), Nucci (2001) e Bargos (2010), a porcentagem referente a 70% de cobertura vegetal que representa condições ecológicas adequadas para as funções que estas áreas podem exercer.

Oliveira (1996) traz para discussão o Modelo de Classificação de Áreas Públicas (Figura 2). O Modelo foi organizado para contemplar de forma mais ampla a complexidade em termos de atributos estruturais, funcionais, utilitários e legais das áreas públicas.

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Figura 2 – Modelo para Classificação de Áreas Públicas

Fonte: Oliveira (1996)

Oliveira (1996) organiza a classificação de acordo com quatro grandes classes: áreas associadas ao sistema viário; áreas não associadas às áreas de preservação permanente (APP); áreas associadas às áreas de preservação permanente e áreas contidas em loteamentos em fase de projeto ou implantação.

Oliveira (1996) argumenta que, apesar do Método de Classificação permitir o estabelecimento de dezenas de classes distintas, é necessário o reconhecimento de que a classificação é um processo analítico e que o grande número de classes geradas se constitui em uma barreira. Dessa forma, ele considerou a necessidade de formar “grupos”, onde cada um dos

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oito grupos definidos reúne um determinado número de classes que guardem em si características em comum.

Com base no Modelo de Classificação de Áreas Públicas (MCAP), Bargos e Matias (2011) descrevem três grupos de áreas verdes (Tabela 1).

Tabela 1 – Descrição de três grupos de áreas verdes com base no Modelo de Classificação de Áreas Públicas

Grupo Descrição

A Áreas livres de acompanhamento viário não arborizadas ou apenas com vegetação herbácea,

refletindo baixo valor econômico e estético.

B

Áreas públicas com valor ecológico e estético frequentemente elevados, contudo, com valor social comprometido devido a problemas de acessibilidade ou à situação frente às condições de trânsito local.

- Subgrupo 1: Verde de acompanhamento viário, representando os canteiros centrais ou trevos/rotatórias arborizadas.

- Subgrupo 2: Áreas potencialmente coletivas pela sua localização interna a condomínios ou a outros espaços de acesso restrito a grupos específicos de indivíduos, além de áreas inacessíveis por falta de infraestrutura para visitação, representadas por remanescentes de silvicultura e vegetação nativa.

C

Representa as áreas verdes de uso coletivo, destacando-se frequentemente, por alto valor ecológico, estético e, sobretudo, social. Neste grupo está situada a maioria das praças, bosques e parques da cidade.

Fonte: Bargos e Matias (2011)

Rubira (2016) traz a proposta de Bargos e Matias (2011) como a mais atual e aceita nas novas produções científicas que envolvem o tema em questão:

[...] um conceito para áreas verdes urbanas deve considerar que elas sejam uma categoria de espaço livre urbano composta por vegetação arbórea e arbustiva (inclusive pelas árvores das vias públicas, desde que estas atinjam um raio de influência que as capacite a exercer as funções de uma área verde), com solo livre de edificações ou coberturas impermeabilizantes (em pelo menos 70% da área), de acesso público ou não, e que exerçam minimamente as funções ecológicas (aumento do conforto térmico, controle da poluição do ar e acústica, interceptação das águas das chuvas, e abrigo à fauna), estéticas (valorização visual e ornamental do ambiente e diversificação da paisagem construída) e de lazer (recreação) (BARGOS; MATIAS, 2011).

Alguns autores, porém, não deixam claro se as áreas verdes devem ou não ser constituídas por vegetação, como a proposta de Cavalheiro e Del Picchia (1992).

Por outro lado, Lima et al. (1994) e Loboda e De Angelis (2005), discordam de Cavalheiro e Del Picchia (1992) ao afirmarem que só consideram área verde qualquer espaço onde haja o predomínio de vegetação arbórea, englobando as praças, jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros de avenidas e os trevos e rotatórias de vias públicas, que exercem

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apenas funções estéticas e ecológicas, devem, também, conceituar-se como área verde. Entretanto, as árvores que acompanham o leito das vias públicas não devem ser consideradas como tal, pois as calçadas são impermeabilizadas.

Quanto às áreas verdes situadas em espaços públicos, Arfelli (2004) as divide em típicas e mistas:

As áreas verdes podem ser, portanto, típicas, ou seja, aquelas que não são destinadas ao uso público, ou quando o são, permitem atividades de mínimo impacto. São representadas por uma cobertura vegetal densa e contígua, podendo, no entanto, possuir caminhos naturais utilizáveis para a apreciação de sua beleza e sua preservação. Já as áreas verdes mistas, são aquelas destinadas ao uso público, onde não obstante haja predominância da cobertura vegetal, admitem intervenção para implantação de equipamentos comunitários destinados ao lazer e recreação. (ARFELLI, 2004, p. 43).

Outra característica que pode ser considerada como importante, na análise das áreas verdes, é apontada por Lois e Labaki (2001), os quais afirmam que as atividades que os espaços livres públicos podem abrigar são de caráter ativo ou passivo, portanto, exercitadas de forma consciente ou inconsciente.

Lima et al. (1994) compartilham esta ideia, os autores explicam, que nos espaços públicos ativos, inclusos as áreas verdes, abrigam atividades ligadas à recreação e ao passeio, já as passivas determinam-se pela ausência de escolha do usuário.

Rubira (2016) conclui que: “as áreas verdes constituem-se de diversas formas, desde praças, jardins, parques urbanos entre outros tipos, não podendo ser confundidas e relacionadas a conceitos ou grupos que são distintos um dos outros como é o caso de espaços livres de construção e de áreas de lazer”. Além de compartilhar a ideia de que áreas verdes e áreas livres são um subsistema do sistema áreas livres e o que os diferencia diz respeito ao predomínio de áreas plantadas.

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3.3 Programa de adoção de praças e áreas verdes

Cândido (2008) fala que a promoção de políticas que permitem a participação da iniciativa privada em projetos de interesse coletivos vem se colocando como solução para os problemas financeiros nas esferas municipal, estadual e federal. No caso de adoção de praças, cada município tem uma legislação própria, que regulariza a adoção e estabelece as responsabilidades do ente privado e do poder público em relação ao espaço adotado.

Então, a promoção da adoção de praças e áreas verdes pela iniciativa privada foi uma forma encontrada por muitas prefeituras brasileiras de manter esses espaços conservados, limpos, seguros e agradáveis ao uso de todos, tendo em vista as dificuldades financeiras em atender toda a demanda dos municípios. Com isso, várias prefeituras firmaram convênios com empresas, instituições, associações, sindicatos e, em alguns casos, com pessoas físicas.

São muitos os exemplos de programas de adoção de praças bem-sucedidos no Brasil, que se encontram em metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro. Atualmente, o programa de adoção de praças está presente em 63% das capitais brasileiras. As seguintes capitais possuem o programa: Maceió, Salvador, Fortaleza, Recife, Aracaju, Manau, Macapá, Palmas, Brasília, Cuiabá, Vitória, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis.

Nas capitais de todos os estados do Sudeste e do Sul, há o programa de adoção; no Nordeste, são 5 capitais; no Norte, são três, e no Centro-Oeste, são duas. Nem todas as capitais possuem uma alta divulgação do Programa, é possível encontrar jornais noticiando que há a prática de adoção na cidade.

Nas cidades de Maceió, Fortaleza, Recife, Cuiabá e São Paulo, podem ser encontradas cartilhas pela internet com informações dos Programas de Adoção. No Rio de Janeiro e Salvador, as informações são divulgadas por site próprio do Programa somente sobre adoções.

A cidade de São Paulo é vista como uma das cidades mais bem-sucedidas neste tipo de Programa. Em 2018, o programa atingiu o expressivo número de 1100 áreas adotadas em todas as regiões da cidade, de acordo com a Secretaria Especial de Comunicação de São Paulo. Os termos de cooperação entre a Prefeitura de São Paulo e os interessados pela adoção são intermediados pelas Prefeituras Regionais.

Em 2017, o projeto havia sido relançado com a ideia de acelerar as adoções e descentralizar os termos. Anteriormente, todo contrato precisava ser firmado pelo gabinete do

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prefeito, depois que foi relançado, para áreas menores o que cinco mil metros quadrados, o acordo é feito diretamente na subprefeitura.

Em Fortaleza, a Célula de Sustentabilidade Ambiental da Coordenadoria de Políticas Ambientais da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente administra o Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes em parceria com as Secretarias Regional do Centro e Regionais de I a VI, que tem como objetivo participação da sociedade organizada e das pessoas jurídicas, nos cuidados e na manutenção das praças, jardins, canteiros, preservação do meio ambiente e conservação do meio ambiente natural e artificial do município, como também conservação dos mobiliários e demais equipamentos existentes em praças.

Em 2013, a adoção de espaços públicos somente era possível para pessoas jurídicas e por meio de edital, um processo que dificultava a adesão. O programa foi modificado e, a partir de então, qualquer pessoa pode adotar um desses ambientes, realizando a solicitação e apresentando proposta de revitalização e manutenção do espaço.

O Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes da Prefeitura de Fortaleza foi criado em 2014, com a visão de que era necessário direcionar ações e fomentar projetos que visem à formação de parcerias com os diversos segmentos da sociedade civil na área ambiental e urbanística. Sendo considerado que a conservação e o cuidado com o mobiliário urbano e as áreas verdes tornam uma cidade mais agradável e, por extensão, mais humana, o atual Prefeito Municipal de Fortaleza assinou o Decreto nº 13.397 de 7 de agosto de 2014.

O Decreto nº 13.397 visa regulamentar o trabalho de convênio entre a comunidade e/ou pessoas jurídicas ou físicas na urbanização e manutenção das praças públicas, parques, canteiros e jardins em conjunto com o Poder Público Municipal, bem como a sensibilização dos munícipes, no sentido de desenvolver hábitos preservacionistas. Este decreta que:

Art. 1° - O titular do Poder Executivo Municipal, atendido o interesse público, poderá celebrar convênio com entidades da iniciativa privada e da sociedade civil organizada, de forma individual ou consorciada, a fim de promover melhorias urbanas mediante mútua colaboração nos serviços inerentes à implantação, reforma, manutenção e, ou, conservação de parques, praças, áreas verdes, mobiliário urbano e demais espaços públicos ou livres do Município, buscando melhorias urbanas, ambientais e paisagísticas.

Cabe às Secretarias Regionais de Fortaleza a instrução, análise, controle e fiscalização direta dos convênios que tenham por objeto bens públicos que se encontrem sob sua exclusiva administração, sem prejuízo da competência da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente – SEUMA para realizar supervisão ampla e abrangente, autorização de construção e reforma dos espaços adotados, de modo a uniformizar e harmonizar os diversos convênios pactuados.

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4 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada no órgão da Execução Programática da Célula de Sustentabilidade Ambiental da Coordenação de Políticas Ambientais da Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente - Seuma, da administração direta da prefeitura de Fortaleza.

A pesquisa se trata de estudo documental, com abordagem descritiva e quantitativa. Este se caracteriza pela utilização de documentos, objetivando extrair informações, usando técnicas para manuseio e análise; o estudo segue etapas e procedimentos, organiza informações a serem categorizadas e posteriormente analisadas, por fim elaborando uma síntese .

Os dados da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio ambiente foram usados como documento, que pode ser qualquer suporte que contenha informação registrada que possa servir para consulta, para análise de seu conteúdo.

Existe uma cartilha de orientação do Programa de Adoção de Praças e áreas verdes, onde incentiva a adoção de espaços públicos, praças como um dever do cidadão, a participação da sociedade civil organizada e manutenção de praças, canteiros, em conjunto com o poder público, incentivando também um sentimento de pertença e voluntariado. Na cartilha, há um checklist (ANEXO A) com os documentos necessários parar se abrir processo de adoção. A espera de melhorias urbanas, preservação e a conservação do meio ambiente áreas paisagísticas formando parcerias com a prefeitura.

A iniciativa permite que pessoas físicas, associações, sociedades de amigos dos bairros, centros comunitários, sociedade civil organizada, pessoas jurídicas de direito público e empresas privadas possam cuidar de espaços públicos da cidade, contribuindo com exemplos de cidadania e responsabilidade social.

O processo é aberto de acordo com a documentação determinada no decreto de adoção nº 13.397, de 07/08/14, onde o interessado entra em contato com representante do programa na secretaria Regional onde pretende adotar ou vai diretamente na Seuma, por meio de abertura de processo. Segue o seguinte procedimento:

I- Abertura de processo, mediante protocolo instruído na Secretaria Regional onde esteja localizado o bem, em que se pretende realizar o convênio, com carta de intenção e documento devidos;

II- Após tramitação no órgão de origem, os autos contendo toda instrução são remetidos a SEUMA, para encaminhamento do convênio junto a Assessoria jurídica do gabinete do prefeito.

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III- Concluída análise pela Seuma, os autos são encaminhados ao titular do poder executivo municipal. O adotante assina um contrato com a prefeitura por 05 anos de manutenção do espaço, onde é agradecido com certificado de cidadão (ã), parceiro (a), e/ou empresa cidadã e direito à instalação de engenhos de publicidade no bem de adoção.

Para adotar uma praça o interessado deve preencher um formulário geral (ANEXO B), um formulário para adoção (ANEXO C), escrever uma carta de intenção (ANEXO D) e fazer um plano de trabalho para cuidar do local adotado (ANEXO E).

4.1 Coleta de dados: Etapas

Abaixo, seguem as etapas de coleta e organização de dados utilizados para compor a pesquisa:

1- Contato com a instituição Seuma de Fortaleza para solicitação de dados, autorizando a liberação de informações para o pesquisador e meio eletrônico – internet: A busca no site da prefeitura de materiais, cartilhas, reportagens e informações sobre o assunto.

2- Levantamento e organização de todos os locais com praças e áreas verdes adotadas de 2014 a 2018.

3- Leitura e organização no banco de dados de onde, quais e quem adotou as praças e áreas verdes.

4- Organização dos dados em tabelas e gráficos analisados por meios de estatísticas descritiva pelo local de adoção, regionais, e pessoa que adotou física ou jurídica.

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5 RESULTADOS/DISCUSSÃO

5.1 Análise de dados do Programa de Adoção de Praças e Áreas verdes

5.1.1 Espaços adotados no período de 2014 a 2018

Em Fortaleza, de acordo com os dados da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, 296 espaços foram adotados no período de 2014 a 2018 pelo Programa de Adoção de Praças e Áreas verdes nas 7 Regionais de Fortaleza. Sendo grande parte destas adoções de praças (46,3%), canteiros (25,7%) e áreas verdes (18,9), como é possível observar na Tabela 2 e Figura 3. A soma das adoções destes tipos de espaços totaliza 90,9% do total adotado.

Tabela 2 – Espaços adotados no Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no período de 2014 a 2018.

Tipo Real do Espaço Adotado Frequência Porcentagem

Praça 137 46,3 Área verde 56 18,9 Canteiro 76 25,7 Largo 9 3,0 Jardim 5 1,6 Rotatória 1 0,3 Rua 3 1,0 Calçada 2 0,8 Campo 5 1,6 Imobiliário 2 0,8 Total 296 100,0

Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 3 - Espaços adotados no Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no período de 2014 a 2018 em Fortaleza.

Fonte: elaborado pelo autor.

137 56 76 9 5 1 3 2 5 2 0 20 40 60 80 100 120 140 160

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Na Figura 4, é possível observar como esses espaços adotados estão distribuídos na Cidade de Fortaleza. Pode ser notado que há áreas com alta concentração de espaços adotados na cidade. Há muitos casos de adoções que os adotantes não se comprometem em cuidar do espaço por completo e somente adotam parte dele. Então, em uma avenida com canteiro central, por exemplo, há vários adotantes de parte deste canteiro, então por isso uma alta concentração de espaços adotados na mesma área.

Figura 4 – Mapa de Fortaleza com a localização dos espaços adotados pelo Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no período de 2014 a 2018.

Fonte: elaborado pelo autor.

5.1.2 Praças e áreas verdes adotadas no período de 2014 a 2018

Como objeto de estudo, somente serão consideradas as praças e áreas verdes adotadas no Programa, utilizando o Grupo C do Modelo de Classificação de Áreas Verde Públicas (MCAP), que pode ser vista na Tabela 1. Considerando, então, as áreas verdes de uso coletivo, destacando-se frequentemente, por alto valor ecológico, estético e, sobretudo, social. Neste grupo está situada a maioria das praças, bosques e parques da cidade. Na Figura 5, é

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possível observar como as praças e áreas verdes adotadas estão distribuídas na cidade de Fortaleza.

Figura 5 – Mapa de Fortaleza com a localização das praças e áreas verdes adotadas pelo Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes no período de 2014 a 2018.

Fonte: elaborado pelo autor.

Considerando os dados da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, praças são as áreas mais adotadas com 137 convênios, como já dito antes. Considerando somente os objetos de estudo, isso equivale a 71% das áreas adotadas analisadas, enquanto áreas verdes com 56 convênios equivalem a 29%, como pode ser visto na Tabela 3 e Figura 6.

Em notícias, é dito que quando uma praça é adotada, esta ganha acessibilidade, movimento, quadras, aumento de pessoas e faz desaparecer a insegurança que o local impunha. As praças adotadas perdem o estigma de abandonadas e ainda há a interação do poder público e a sociedade para bem comum.

Em estudos sobre a urbanização e arquitetura de praças, Alex Sun (2008) demonstrou que o convívio social nestes espaços está intimamente relacionado às oportunidades de acesso e uso voltados ao logradouro. Este fala que maioria das praças contemporâneas se encontram em situação “tão deplorável, que podem ser consideradas

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anti-sociais”. Então, é possível supor que há o interesse de mudar a situação das praças pela adoção para melhorar a situação destas.

Tabela 3 – Representativo do número de áreas e praças verdes adotadas no período de 2014 a 2018

Espaços adotados Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

Praça 137 71,0 71,0

Área verde 56 29,0 100,0

Total 193 100,0

Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 6 – Áreas e praças verdes adotadas no período de 2014 a 2018 em Fortaleza

Fonte: elaborado pelo autor.

No Programa de Adoção de Praças e Área verdes, há dois tipos de adotantes: pessoa física e pessoa jurídica. Para diferenciar, a pessoa jurídica é uma entidade que reúne pessoas e patrimônio com uma finalidade, que pode prestar um serviço, produzir um bem ou vender um produto. Empresas, associações, fundações, partidos políticos, igrejas, administrações públicas são exemplos de pessoa jurídica.

Já a pessoa física é todo ser humano enquanto indivíduo, do seu nascimento até a morte. Essa designação é um conceito jurídico e se refere especificamente ao indivíduo enquanto sujeito detentor de direitos e de deveres.

Por meio da Tabela 4 e Figura 7, percebe-se que o número de pessoas físicas é maior que o número de pessoas jurídicas. Enquanto há 118 pessoas físicas adotantes, equivalente a 61,1% do total, há 75 pessoas jurídicas adotantes o que equivale a 38,9%. Com esses valores, pode-se perceber o interesse das pessoas como cidadãos em cuidar do bem público.

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Tabela 4 - Adotantes do Programa no período de 2014 a 2018 em Fortaleza

Adotante Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

Pessoa Física 118 61,1 61,1

Pessoa Jurídica 75 38,9 100,0

Total 193 100,0

Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 7 - Adotantes do Programa no período de 2014 a 2018 em Fortaleza

Fonte: elaborado pelo autor.

5.1.3 Praças e áreas verdes adotadas por ano

Ao longo de cinco anos de existência do Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes, coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em parceria com as Secretarias Regionais, a procura pela sociedade para colaboração com o Poder público aumentou consideravelmente, como é possível observar na Tabela 5 e Figura 8. Em 2018, o número de adoções quase se iguala com o valor somado dos outros 4 anos, onde equivale a 49,7% do total de adoções de praças e áreas verdes.

Robba e Macedo (2010) trazem a ideia de evolução destes espaços e as funções deles nas cidades. Afirmam que de simples terreiros a sofisticados jardins, de campos de jogos incultos a centros esportivos complexos, as praças são centros, pontos de convergência da população, que esta utiliza para o ócio, para comerciar, para trocar ideias, para encontros românticos ou políticos, enfim, para o desempenho da vida urbana ao ar livre. Pode-se ver então a evolução que as praças passaram e com isso talvez o interesse das pessoas de cuidarem destas áreas com o passar do tempo.

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Tabela 5 - Adoções realizadas a cada ano

Espaços adotados Total

Praça Área verde

Ano 2014 Contagem 14 1 15 % em Ano 93,3% 6,7% 100,0% 2015 Contagem 17 5 22 % em Ano 77,3% 22,7% 100,0% 2016 Contagem 18 8 26 % em Ano 69,2% 30,8% 100,0% 2017 Contagem 27 7 34 % em Ano 79,4% 20,6% 100,0% 2018 Contagem 61 35 96 % em Ano 63,5% 36,5% 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 8 - Adoções realizadas a cada ano em Fortaleza

Fonte: elaborado pelo autor.

Na Tabela 5 e Figura 9, é possível ver os números de adoções de praças e de áreas verdes separadamente a cada ano. É mostrado que as frequências de adoções de praças sempre foram maiores que as de áreas verdes desde 2014. Nota-se que em 2018, o número de adoções de praças cresceu 225,9% em comparação ao seu ano passado, 2017, enquanto o número de adoções de áreas verdes cresceu 500%.

Estes valores mostram o amadurecimento da preocupação das pessoas com a preservação da natureza, dessa forma a comunidade, órgãos governamentais, e a iniciativa privada representada por empresas.

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Figura 9 – Adoções de praças e áreas verdes por ano emFortaleza

Fonte: elaborado pelo autor.

Na Tabela 6 e Figura 10, podem-se ver os tipos de adotantes a cada ano. Nota-se que nos primeiros anos, 2014, 2015 e 2016, pessoas jurídicas são a maioria dos adotantes. Em resumo, nesses anos, empresas, associações, entre outros eram em maior número os que adotavam estas áreas, engajando-se em trazer projetos para melhorar a sociedade onde atuam e assim, sendo reconhecida por isso pelos membros da sociedade como uma empresa que se preocupa com o meio ambiente.

Entretanto, em 2017 e 2018, o número de adoções por pessoas físicas cresceu bastante, passando assim o número de adoções por pessoas jurídicas. Em 2018, o número de adotantes físicos equivale a 74% do total desse ano, enquanto os adotantes jurídicos é igual 26%. Estes valores mostram como está havendo um crescimento na conscientização da população em participar do projeto, mantendo assim ambientes preservados com contato com a natureza, propiciando também possibilidades de socialização e expressão cultural.

Este aumento de adoções por pessoas físicas foi tão grande no ano de 2018, que mesmo que os números de pessoas jurídicas terem sidos maiores nos primeiros anos, somando todos os anos, as adoções por pessoas físicas equivalem a 61,1% do total do Programa com 118 convênios, enquanto as adoções por pessoas jurídicas equivalem a 38,9% com 75 convênios.

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Tabela 6 – Adotantes físicos e jurídicos do Programa a cada ano em Fortaleza Adotante Total Física Jurídica Ano 2014 Contagem 3 12 15 % em Ano 20,0% 80,0% 100,0% 2015 Contagem 9 13 22 % em Ano 40,9% 59,1% 100,0% 2016 Contagem 12 14 26 % em Ano 46,2% 53,8% 100,0% 2017 Contagem 23 11 34 % em Ano 67,6% 32,4% 100,0% 2018 Contagem 71 25 96 % em Ano 74,0% 26,0% 100,0% Total Contagem 118 75 193 % em Ano 61,1% 38,9% 100,0%

Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 10 – Adotantes físicos e jurídicos do Programa a cada ano em Fortaleza

Fonte: elaborado pelo autor

5.1.4 Praças e áreas verdes adotadas por regional

A administração executiva da Prefeitura de Fortaleza é dividida em subprefeituras chamadas de Secretarias Executivas Regionais (as SR) que são ao todo 7 (SR I, SR II, SR III, SR IV, SR V, SR VI e SR Centro). As secretarias são divididas assim, com o intuito de melhorar a demanda por serviços básicos de infraestrutura, saúde, educação, segurança e meio ambiente em cada secretaria.

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A divisão leva em consideração a proximidade de bairros com um bairro central em cada região, uma via importante que passe pelos mesmos ou que tenham bairros no entorno, a economia local e as características naturais.

Por meio da Tabela 7 é possível ver os valores dos locais adotados por Regional de Fortaleza. Com a Secretaria da Regional V apresentando o maior número de adoções de praças e áreas verdes com 62 convênios (32,1%). Sendo seguida pelas Regional VI com 33, Regional II com 30 e Regional IV com 29 convênios. Com os menores valores, apresenta-se a Regional I com 20, Regional III com 13 e Regional Centro com 6 convênios. Totalizando, então, 193 convênios realizados entre Poder Público e a sociedade. Na Figura 11, é possível ver melhor a porcentagem de cada Regional.

Tabela 7 - Áreas adotadas por Regional de Fortaleza no período de 2014 a 2018.

Espaços adotados

Total Praça Área verde

Regional I Contagem 17 3 20 % em Regional 85,0% 15,0% 100,0% II Contagem 27 3 30 % em Regional 90,0% 10,0% 100,0% III Contagem 12 1 13 % em Regional 92,3% 7,7% 100,0% IV Contagem 23 6 29 % em Regional 79,3% 20,7% 100,0% V Contagem 34 28 62 % em Regional 54,8% 45,2% 100,0% VI Contagem 19 14 33 % em Regional 57,6% 42,4% 100,0% Centro Contagem 5 1 6 % em Regional 83,3% 16,7% 100,0% Total Contagem 137 56 193 % em Regional 71,0% 29,0% 100,0% Fonte: elaborado pelo autor.

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Figura 11 - Áreas adotadas por Regional de Fortaleza no período de 2014 a 2018.

Fonte: elaborado pelo autor

Na Tabela 7 e Figura 12, pode-se ver o perfil das áreas adotadas em cada Regional de Fortaleza. Como pode ser visto, as praças são os locais mais adotados em todas as Regionais de Fortaleza com a Regional V, apresentando o maior número de adoções de praças com 34 convênios e com a Regional Centro, apresentando o menor número de adoções de praças com 5 convênios.

Já os valores das adoções de áreas verdes são mais expressivos na Regional V, VI e IV, com valores de 28, 14 e 6 convênios respectivamente. Pode ser visto que comparando os valores de praças e áreas verdes em cada regional, as Regionais V, VI e Centro se destacam por apresentar números próximos entre estes. Isso mostra que estas Regionais podem ter números próximos entre áreas verdes e praças no total. Enquanto as regionais V e VI, possuem número elevados de áreas para adoção, a Regional Centro apresenta um número pequeno destas áreas.

Ao passo que as Regionais I, II, III e IV apresentam uma diferença grande entre o número de praças adotadas e áreas verdes adotadas, podendo se fazer supor que nessas Regionais há um número maior de praças para adoções do que áreas verdes.

Sá Carneiro e Mesquita (2000) trazem que o tratamento dado às praças e áreas verdes de uma cidade revela o grau de civilidade de sua população e como aí se exercem os direitos e deveres da cidadania. Então a participação da população é um ato político maior de construção presente e futura da cidade em que estes podem contribuir preservando estes espaços públicos.

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Figura 12 - Praças e áreas verdes por Regional de Fortalezano período de 2014 a 2018

Fonte: elaborado pelo autor

Na tabela 8 e Figura 13, pode-se observar o perfil dos adotantes do Programa por regional. Em análise, as Regionais II e Centro apresentam pessoas jurídicas como adotantes em maioria. Enquanto, as Regionais I, III, IV e V tem pessoas físicas com o número mais elevado de adoções e a Regional VI tendo números parecidos entre pessoas jurídicas e físicas.

A Regional V possui a maior discrepância entre os valores de adoções, tendo uma diferença de 48 convênios, e com o maior valor de adotante físico. Enquanto a Regional II mostra o maior número de adotantes jurídicos.

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Tabela 8 - Adotantes físicos e jurídicos por Regional de Fortaleza no período de 2014 a 2018 Adotante Total Física Jurídica Regional I Contagem 15 5 20 % em Regional 75,0% 25,0% 100,0% II Contagem 4 26 30 % em Regional 13,3% 86,7% 100,0% III Contagem 10 3 13 % em Regional 76,9% 23,1% 100,0% IV Contagem 17 12 29 % em Regional 58,6% 41,4% 100,0% V Contagem 55 7 62 % em Regional 88,7% 11,3% 100,0% VI Contagem 17 16 33 % em Regional 51,5% 48,5% 100,0% Centro Contagem 0 6 6 % em Regional 0,0% 100,0% 100,0% Total Contagem 118 75 193 % em Regional 61,1% 38,9% 100,0% Fonte: elaborado pelo autor.

Figura 13 - Adotantes físicos e jurídicos por Regional de Fortaleza no período de 2014 a 2018

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5.2 Tipos de adoção

Há dois tipos de adoção no Programa de Adoções de Praças e Áreas Verdes. Não há diferenciação no que tange à nomenclatura ou mesmo a forma como se dá a adoção das praças. Ambos tipos de adoção se dá mediante de um “Termo de Convênio” celebrado entre o privado e a Prefeitura de Fortaleza, por meio de Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente. Este Termo tem duração de até 5 (cinco) anos, o qual pode vir ser prorrogado, caso manifestem o interesse na manutenção do ajuste. No caso, o adotante tem que abrir novo processo de adoção para renovar o convênio.

O primeiro tipo é aquela em que qualquer pessoa, física ou jurídica, pode adotar um espaço público, uma área determinada, podendo esta estar localizada em qualquer ponto da cidade.

As razões das pessoas, seja o cidadão comum, ou mesmo de uma pessoa jurídica, para proceder à adoção de praças e áreas verdes podem ser as mais diversas. De maneira geral, estas adoções se dão pelo gosto que as pessoas têm por ver aquela área bem cuidada, pelo sentimento de fazer um bem à sociedade como um todo, ou até mesmo porque aquela praça tem um significado especial para a pessoa.

O segundo tipo de adoção de praças e áreas verdes é normalmente realizado por pessoas jurídicas, grandes empresas. Neste caso, as praças e áreas verdes são adotadas com o intuito de receber um benefício em contra partida, qual seja a possibilidade da pessoa adotante inserir na área adotada publicidade, de forma a chamar atenção para sua marca e aumentar o volume de vendas, a confiança dos consumidores, etc.

5.3 Responsabilidade Social

Com base nos dados da análise do Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes, é possível notar valores maiores de adotantes físicos em quase todas as regionais de Fortaleza. Então, estes não estão motivados por questões de vender uma imagem, mas sim pelo sentimento de fazer parte da manutenção daquele espaço público.

Ao falar de espaços públicos, como praças e áreas verdes, é preciso entender a importância que estes possuem na construção de uma cidade. São os espaços públicos o local de circulação, de interação e de conexão entre indivíduos.

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A vitalidade urbana depende fundamentalmente de espaços públicos de qualidade que fomentem a ocupação e utilização das áreas comuns da cidade. O espaço público tem a função de promover o encontro, de trocas, de circulação, de preservação de uma comunidade.

Espaços públicos de qualidade beneficiam não somente as pessoas e a cidade com áreas de lazer e convivência, mas têm potencial para fomentar a economia local e valorizar toda a comunidade em que estão inseridos.

Não é incomum ver áreas públicas que, gradualmente esquecidas, deixam de ser espaços de convivência e de circulação de pessoas, e se tonam locais degradados e associados à falta de segurança. A crescente retomada dos espaços urbanos pelas pessoas, como é possível ver pelos dados do Programa, é parte do processo de humanização das cidades e preservação do meio ambiente, em um esforço para melhorar e promover a convivência nas ruas.

O uso de espaços públicos pressupõe muito mais do que apenas o deslocamento de um lugar a outro: trata-se dos encontros e trocas que esses lugares podem proporcionar, das diferentes relações que podem fazer surgir, dos momentos de convivência, da conexão entre as pessoas.

Uma dessas áreas públicas degradadas era o antigo terreno baldio no cruzamento das ruas Chico Lemos com Antônio de Castro em Fortaleza. Esse terreno baldio servia de lixão, onde eram deixados resíduos domésticos, materiais de construção, entre outros resíduos. O terreno trazia um sentimento de insegurança para a comunidade. O terreno pode ser visto na Figura 14.

Figura 14 - Terreno baldio no cruzamento das ruas Chico Lemos e Antônio de Castro, em Fortaleza (antes).

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Esse terreno passou uma por grande transformação por causa do esforço mútuo conjunto entre poder público e sociedade. O terreno é conhecido depois da transformação como Praça dos Ipês e pode ser visto na Figura 15. O espaço verde de hoje não lembra o passado do terreno baldio que servia de lixão nas proximidades do Colégio Vital Didonet, o adotante do espaço.

Figura 15 – Praça dos Ipês no cruzamento das ruas Chico Lemos e Antônio de Castro, em Fortaleza (depois).

Fonte: SEUMA

Segundo a diretora do colégio, o processo de adoção não foi apenas burocrático, mas também afetivo. A delimitação da área foi feita com pneus reciclados, assim como os brinquedos, encomendados na cidade de Beberibe especialmente para o projeto. Os muros estão cobertos por artes de grafite, que estampa o novo nome do lugar e poemas. A diretora também organizou eventos de conscientização de moradores e carroceiros locais para sensibilizá-los a manter a praça bem cuidada e sem resíduos da comunidade.

A iniciativa da diretora do colégio de adotar o espaço foi um divisor de águas. Hoje, a Praça dos Ipês acolhe famílias e a comunidade tem uma área para aproveitar e preservar. A Praça dos Ipês é um dos exemplos de cidadania e preservação bem sucedidos do Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes.

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5.4 Marketing Ambiental

Com base nos dados da Prefeitura, a Secretaria da Regional II foi a que mais registrou adoção de espaços públicos por adotantes jurídicos. Considerada uma região de área nobre na cidade de Fortaleza, com índices de renda dos bairros desta maiores que das outras regionais e com isso mais poder aquisitivo. É possível supor que empresas tenham a intenção de divulgar nestas áreas a sua marca por meio da venda de uma conscientização socioecológica destas.

Na literatura de Barbieri (2010), o aumento da conscientização socioecológica não vem de forma espontânea, esta é influenciada por três forças externas: o governo (com a aprovação de leis), a sociedade (através do aumento do nível de consciência e exigência ambiental) e o mercado (competitividade para a sobrevivência das organizações). Sem as pressões desses grupos não seria possível observar o envolvimento cada vez maior das organizações com a questão ambiental.

A questão ambiental vem se tornando cada vez mais parte da agenda de políticos com a crescente aprovação de leis ambientais e a legislação cada vez mais rigorosa. Barbieri (2010) ainda diz que a participação das ONGs vem garantindo que as resoluções de acordos ambientais se tornem ações concretas, seja através de cobranças aos governantes ou de ajuda no desenvolvimento de modelos de gestão ambiental para empresas e implementação dos mesmos.

O mercado é expressivamente impactado pela questão ambiental, que muda os padrões de competitividade dos países e das empresas. As empresas vão atrás de se adequar as legislações globais para que não percam oportunidades de abertura de mercados internacionais. Os investidores são um dos fatores de pressão, já que estão preocupados com seus investimentos e querem diminuir os riscos de seu patrimônio ser afetado por alguma não conformidade com a legislação.

As empresas que não poluem começam a ganhar destaque no mercado, ficando à frente daquelas que não consideram a variável ambiental em sua estratégia organizacional. O conceito de empresa sustentável cresce, que de acordo com Barbieri (2010), seria aquela que além de criar valor de longo prazo para os acionistas e proprietários, contribuiria para a solução de problemas ambientais e sociais.

O aumento da consciência ambiental também é uma fonte de pressão, já que esta, cada vez mais procura por produtos e serviços ambientalmente corretos. Wesendonk e Araújo (2014) trazem, então, o conceito do consumidor verde, que seria aquele preocupado e atento às questões ambientais, que procura conhecer os produtos e serviços que adquire. Optando sempre

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por aqueles com menor impacto ambiental e com aspectos ambientalmente corretos, além de observar se a empresa possui uma política ambiental coerente, precisa e satisfatória.

De acordo com Pereira e Guimarães (2009), o consumidor verde é “alguém que analisa antes da compra, os benefícios ou malefícios que estará fazendo ao meio ambiente ao comprar determinado produto”. (PEREIRA; GUIMARÃES, 2009). Com esse cenário, surge a necessidade das empresas de melhorar a visibilidade do seu desempenho ambiental, de como elas querem ser vistas perante a sociedade.

De acordo com Mendes (2012), voluntariamente as organizações aderem às certificações, rótulos e selos verdes para melhorarem a divulgação das suas condutas empresarias responsáveis, contribuindo para esclarecimento e agilidade na tomada de decisão dos acionistas para investimento, fornecedores para garantia na produção, consumidores para escolha de compra e sociedade em geral para valorização da marca da empresa.

As empresas se anteciparam as legislações e adotaram estratégias de Marketing Ambiental buscando a criação de novos produtos e de ações ambientais.

Mendes (2012) traz o conceito de Marketing Ambiental, que é “uma nova modalidade que foca as necessidades de um segmento especifico de consumidores ecologicamente conscientes”. Esta ferramenta é capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa junto à sociedade, funcionários, fornecedores e mercado, através da cultura de comunicação transparente, política de otimização ambiental interna e aperfeiçoamento de gestão.

Wesendonk e Araújo (2014) citam que a “variável ambiental, tanto quanto a social, é introduzida na reflexão estratégica das empresas com um diferencial competitivo, por meio da percepção de que o posicionamento e o reforço de suas imagens corporativas permitirão se sobressair, em um ambiente em que essa diferenciação é extremamente difícil por meio de outras variáveis mercadológicas”.

Ainda no pensamento de Wesendonk e Araújo, eles falam que ao aliar a imagem da organização com a responsabilidade ambiental, esta agregará valor ao seu serviço que estará vinculada a uma ideia que este não agride a natureza e se isso o faz, tenta minimizar ao máximo essa agressão no meio ambiente.

O Programa de Adoções de Praças e Áreas Verdes traz essa possibilidade de empresas aliar seu nome e imagem a uma causa socioambiental. A sociedade vê que aquele espaço está sendo mantido e cuidado por aquela organização. Um espaço que traz benefícios tanto ambientais, quanto sociais que podem ser aproveitados por todos. Todos os lados ganham,

Referências

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