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Perfil de erupção de pacientes portadores da síndrome de zika congênita

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM CURSO DE ODONTOLOGIA

TAÍSSA ANDREZA ALVES PEREIRA

PERFIL DE ERUPÇÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DA ZIKA CONGÊNITA

FORTALEZA 2018

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TAÍSSA ANDREZA ALVES PEREIRA

PERFIL DE ERUPÇÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DA ZIKA CONGÊNITA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE) da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Odontologia.

Orientadora: Profª. Draª. Cristiane Sá Roriz Fonteles

FORTALEZA 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

A482p Alves Pereira, Taissa Andreza.

PERFIL DE ERUPÇÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DA ZIKA

CONGÊNITA / Taissa Andreza Alves Pereira. – 2018. 24 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Curso de Odontologia, Fortaleza, 2018. Orientação: Profa. Dra. Cristiane Sá Roriz Fonteles.

1. Odontopediatria. 2. Erupção dentária. 3. Zika virus. I. Título.

CDD 617.6

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TAÍSSA ANDREZA ALVES PEREIRA

PERFIL DE ERUPÇÃO DENTÁRIA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DA ZIKA CONGÊNITA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Odontologia da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem (FFOE) da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Odontologia.

Orientadora: Profª. Draª. Cristiane Sá Roriz Fonteles

Aprovada em: 10/12/2018

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________ Profª. Drª. Cristiane Sá Roriz Fonteles (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________ Dr. Francisco César Monteiro Chaves Filho

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________ Drª. Rebeca Bastos Vasconcelos Marinho

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, pois assim também primeiramente Ele me amou. Meu Criador, quem me guia, em quem encontro refúgio e que me dá saúde e forças para enfrentar os muitos desafios dessa vida. Ao conhecedor do meu mais profundo interior, minha eterna gratidão. Por tudo.

À minha vozinha Dária, pelas orações, amor e cuidados de sempre. Às minhas mães Luciene e Socorro por me proporcionarem o melhor que puderam durante a minha criação, sempre lutaram pela minha educação, me ensinando princípios e valores e zelando pelo meu bem-estar. Deus me presenteou com mães maravilhosas! Ao meu pai Jansen (em memória), exemplo de profissional realizado com a profissão escolhida, que já me via doutora desde pequena. Sei que ele estaria muito feliz com essa conquista.

À minha irmã Karina, mulher de coração sem igual, batalhadora e profissional exemplar, por todo apoio sempre, desde o início da graduação. Ao meu noivo Ageu, parceiro em todas as horas, boas ou ruins, que sempre me faz rir, me escuta e me incentiva a ser cada vez melhor, abre meus olhos e enfatiza a minha capacidade de alcançar meus objetivos. Às minhas amadas tia Jô e Neusimar pela convivência maravilhosa, por todo cuidado comigo e pelos melhores conselhos. Sem elas eu não teria chegado onde cheguei.

À Juliane, Sacha, Jéssica, Julieta e Amanda Farias, pelo apoio e amizade. À minha turma 2018.2, os “odontosérios”, que de sérios só tem o nome, pela união e por todos os momentos convividos. À Karla, Talita e Sandrinha, amigas muito queridas, pelos dias de cansaço, provas, atendimentos, almoços e outros em que estivemos juntas, seja na universidade ou fora dela. Com as amizades, a caminhada e a rotina se tornam mais leves e agradáveis.

À minha orientadora, Drª. Cristiane, em quem me inspiro profissionalmente, pelos ensinamentos sobre a odontologia e sobre a vida durante esses anos e pela excelente orientação. Que privilégio enorme eu tive de poder trabalhar com quem é dedicado, profissional, humano e que trabalha sobretudo com amor. Com certeza uma parte da profissional que estou me tornando deve-se a ela.

À professora Ana Cristina, por todo aprendizado em prótese e pela orientação na monitoria, uma professora que quer o melhor para seu aluno e de simpatia contagiante.

Ao projeto SEMENTE, sua co-orientadora Drª. Thyciana e seus integrantes pós-graduandos César, Renata Asfor, Rebeca, Felipe e Henrique. Aprendi demais com cada um e com esse projeto tão especial que estará sempre em meu coração.

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À UFC Fortaleza, minha segunda casa, por me fazer conhecer tantas pessoas incríveis e me proporcionar tanto amadurecimento. Meu coração é cheio de orgulho por fazer parte dessa grande família.

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RESUMO

Síndrome da Zika Congênita (SZC) é a condição com a qual nascem os bebês afetados pelo Vírus da Zika durante o primeiro trimestre de gravidez, descoberta após o aumento significativo no número de crianças nascidas com microcefalia no Brasil, posteriormente a um surto de infecção por Zika ocorrido em 2015. A erupção dentária faz parte do desenvolvimento e crescimento infantil e indica uma série de ocorrências biológicas que podem sofrer influências e ter o seu curso alterado. O objetivo desse estudo foi avaliar a erupção dentária em crianças portadoras da SZC, de maneira qualitativa e quantitativa, incluindo possíveis associações existentes entre o evento de erupção, idade cronológica e sexo. Foram avaliados 19 bebês diagnosticados com SZC em 4 momentos em Fortaleza (CE) num estudo prospectivo observacional. Os dados obtidos foram tabulados e posteriormente submetidos à análise estatística (p < 0,001). Inicialmente os voluntários tinham em média 10,32 meses, 63,20% (n = 12) da amostra tendo ausência total de dentes decíduos. Já no último mutirão, a média de idade foi de 30,68 meses, tendo 18 bebês pelo menos 1 molar erupcionado. Em todos os mutirões os meninos possuíam mais dentes do que as meninas. Nos mutirões 3 e 4 todos os voluntários possuíam pelo menos 1 dente erupcionado. A comparação entre o número de dentes erupcionados nos bebês e entre a idade da população avaliada durante os mutirões demonstrou diferença significativa (p < 0,001). Não se observou correlação significante ao correlacionar a idade dos bebês em cada mutirão com os totais de dentes erupcionados. Concluiu-se que erupção dos dentes decíduos dos meninos precede a das meninas e há atraso no início da erupção dentária nos bebês portadores da SZC, quando comparado aos padrões descritos previamente na literatura.

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ABSTRACT

Congenital Zika Syndrome (SZC) it’s a condition where infants are afected by Zika virus during the first trimester of pregnancy, discovered after a significant increase in the number of children born with microcephaly in Brazil after an outbreak of Zika infection in 2015. Dental eruption is part of child development and growth and indicates a series of biological occurrences that can be influenced and have its course altered. The objective of this study was to evaluate the dental eruption in children with SZC, qualitatively and quantitatively, including possible associations between eruption event, chronological age and sex. Nineteen kids diagnosed with SZC were evaluated in 4 moments at Fortaleza (CE) in a prospective observational study. Data were tabulated and later submitted to statistical analysis (p <0.001). Initially the volunteers had on average 10.32 months, 63.20% (n = 12) of the sample having total absence of deciduous teeth. In the last evaluation, the average age was 30.68 months, 18 babies with at least 1 molar erupted. during all the mutirões, boys had more teeth than the girls. In mutirões 3 and 4 all volunteers had at least 1 erupted tooth. The comparison between the number of teeth erupted in infants and between the age of the population evaluated during the mutirões showed a significant difference (p <0.001). No significant correlation was observed when correlating the age of the babies in each group with the totals of erupted teeth. It was concluded that boys’ deciduous teeth eruption precedes girls and there is a delay in the beginning of the dental eruption in the babies with SZC, when compared to the previously described patterns in the literature.

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RESUMO

Objetivo: Avaliar a erupção dentária em crianças portadoras da Síndrome da Zika Congênita

(SZC), de maneira qualitativa e quantitativa, incluindo possíveis associações existentes entre o evento de erupção, idade cronológica e sexo. Ainda, testar a hipótese de que crianças afetadas pela SZC não possuem alterações no perfil de erupção dos dentes decíduos.

Metodologia: Dezenove bebês diagnosticados com síndrome da Zika congênita foram

avaliados em 4 momentos em Fortaleza (CE) num estudo prospectivo observacional com duração de 18 meses. Os dados obtidos foram tabulados em planilha e posteriormente submetidos à análise estatística (p < 0,001).

Resultados: Inicialmente os voluntários tinham em média 10,32 meses, 63,20% (n = 12) da

amostra tendo ausência total de dentes decíduos. Já no último mutirão, a média de idade foi de 30,68 meses, tendo 18 bebês pelo menos 1 molar erupcionado. Nos mutirões 3 e 4 todos os voluntários possuíam pelo menos 1 dente erupcionado. A comparação entre o número de dentes erupcionados nos bebês e entre a idade da população avaliada durante os mutirões demonstrou diferença significativa (p < 0,001). Não se observou correlação significante ao correlacionar a idade dos bebês em cada mutirão com os totais de dentes erupcionados.

Conclusão: A erupção dos dentes decíduos dos meninos precede das meninas; há atraso no

início da erupção dentária nos bebês portadores da SZC, quando comparado aos padrões descritos previamente na literatura.

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ABSTRACT

Objective: Evaluate the dental eruption in children with Congenital Zika Syndrome (SZC),

qualitatively and quantitatively, including possible associations between the event of eruption, chronological age and sex. Also, test the hypothesis that children affected by SZC do not have alterations in the eruption profile of deciduous teeth.

Methods: Nineteen kids diagnosed with congenital Zika syndrome were evaluated in 4

moments in Fortaleza (CE) in a prospective observational study with 18 months of duration. Data were tabulated and later submitted to statistical analysis (p <0.001).

Results: Initially the volunteers had on average 10.32 months, 63.20% (n = 12) of the sample

having total absence of deciduous teeth. In the last group, the average age was 30.68 months, 18 babies with at least 1 molar erupted. In mutirões 3 and 4 all volunteers had at least 1 erupted tooth. The comparison between the number of teeth erupted in infants and between the age of the population evaluated during the mutirões showed a significant difference (p <0.001). No significant correlation was observed when correlating the age of the babies in each group with the totals of erupted teeth.

Conclusion: It was concluded that boys’ deciduous teeth eruption precedes girls and there is a

delay in the beginning of the dental eruption in the babies with SZC, when compared to the previously described patterns in the literature.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TCC Trabalho de Conclusão de Curso SZC Síndrome da Zika Congênita IC Incisivos Centrais

IL Incisivos Laterais

C Caninos

PM Primeiros Molares SM Segundos Molares

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 13 MATERIAIS E MÉTODOS ... 15 RESULTADOS ... 17 DISCUSSÃO ... 22 REFERÊNCIAS ... 24

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INTRODUÇÃO

Em 2015 houve significativo aumento no número de crianças nascidas com microcefalia no Brasil, principalmente na região Nordeste, após um recente surto de infecção pelo Vírus da Zika, o qual pertence à mesma família dos vírus da febre amarela, dengue e chikungunya e é transmitido pelo mosquito Aedes. A partir desses dois eventos sugeriu-se a relação existente entre eles, a qual foi comprovada a partir de evidências que demonstraram o aumento dos casos de microcefalia em decorrência da infecção congênita pelo Zika Vírus no primeiro trimestre de gestação¹ e pelo genoma do Vírus da Zika ter sido encontrado nas amostras de líquido amniótico de brasileiras grávidas que tiveram fetos diagnosticados com microcefalia².

A partir desses fatos, denominou-se Síndrome da Zika Congênita (SZC) a condição com a qual nascem os bebês infectados pelo Vírus da Zika durante o primeiro trimestre de gravidez e ela está associada a algumas anormalidades além da microcefalia. Calcificações intracranianas, alterações oftalmológicas e déficits auditivos nos bebês, além de desproporcionalidade facial, disfagia em alguns casos e artrogripose nos braços e pernas também são características manifestadas nos bebês com SZC³. Num estudo comparativo entre crianças portadoras da síndrome e crianças sadias, França et al. (2018)⁴ perceberam uma diferença significativa entre elas, havendo, para o primeiro grupo, risco de atraso no desenvolvimento motor e cognitivo, além de atraso no crescimento⁵.

O processo de erupção dentária abrange uma série de eventos os quais têm por finalidade o aparecimento da coroa dentária na região intra-oral. De acordo com a Academia Americana de Odontopediatria⁶, nos dentes decíduos, esse processo tem sequência iniciada com os incisivos centrais (IC), seguida pelos incisivos laterais (IL), primeiros molares (PM), caninos (C) e, finalizando a dentição decídua, os segundos molares (SM). Quanto à cronologia de erupção na dentição decídua, geralmente os dentes da arcada inferior precedem os seus correspondentes superiores, havendo significante preferência na erupção do IC inferior em relação ao IC superior. Ainda, o período que abrange esse acontecimento varia entre 5 a 8 meses para a erupção do primeiro dente até 30 meses para o último molar decíduo surgir no rebordo gengival⁷’⁸.

Além disso, a erupção dentária faz parte do desenvolvimento e crescimento da criança e indica uma série de ocorrências biológicas as quais têm padrão determinado pela individualidade de cada ser humano, contudo podem sofrer influências e ter o seu curso alterado. Fatores locais e sistêmicos como baixo peso⁹ e fumo durante a gravidez¹⁰, além de

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fatores genéticos como fissura lábio-palatina¹¹, síndrome de Down¹², Displasia Cleidocraniana¹³ e síndrome GAPO¹⁴ são exemplos que podem ser responsáveis por essa mudança.

Dessa forma, visto o acometimento neurológico dos pacientes com SZC e a odontogênese ter início a partir das células da crista neural, viu-se a necessidade de analisar a cronologia de erupção dentária nos pacientes portadores dessa síndrome, recentemente descoberta, tendo em vista o limitado conhecimento que temos sobre sua fisiologia e consequências nas crianças infectadas pelo vírus da Zika. O objetivo desse estudo foi avaliar erupção dentária em crianças portadoras da Síndrome da Zika Congênita, de maneira qualitativa (dentes erupcionados) e quantitativa (quantidade de dentes erupcionados), avaliando possíveis associações existentes entre o evento de erupção, idade cronológica e sexo. Nosso objetivo visa testar a hipótese de que crianças afetadas pela Síndrome da Zika Congênita não possuam alterações no perfil de erupção dos dentes decíduos, e que a cronologia de erupção desses indivíduos esteja em consonância com o previsto na literatura para crianças não sindrômicas.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Aspectos éticos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal do Ceará (parecer nº 2.041.089) seguindo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras do Conselho Nacional de Saúde (Resolução nº 466/12). Foi entregue aos pais ou responsável legal dos voluntários um “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”, no qual foram explicados os objetivos e metodologia da pesquisa

População

A população consistiu de 19 bebês acometidos pela SZC, de ambos os sexos, inicialmente na faixa etária de 5 a 17 meses de idade, provenientes do mutirão multidisciplinar de Zika Congênita. Essas crianças foram selecionadas de uma amostra de 85 crianças examinadas durante os mutirões, tendo sido incluídas na presente amostra apenas crianças que compareceram a todas as avaliações. Os participantes foram examinados no Centro de Aperfeiçoamento Visual Ver a Esperança Renascer (CAVIVER) situado na cidade de Fortaleza (CE).

Características da amostra e desenho do estudo

Trata-se de um estudo prospectivo observacional, com duração de 18 meses.

A amostra foi baseada na quantidade de bebês acometidos pela síndrome da Zika congênita, recrutados por demanda espontânea, avaliados em quatro edições seguidas do mutirão multidisciplinar de Zika congênita, ocorridas semestralmente. Ela foi composta por 10 meninos e 9 meninas. Utilizou-se como critérios de inclusão bebês:

• De ambos os sexos; • Diagnosticados com SZC;

• Faixa etária inicial entre 1 a 24 meses de idade;

• Os quais tiveram termo de consentimento assinado pelos pais ou responsável legal, permitindo a realização do exame e dos registros fotográficos envolvidos na pesquisa;

• Avaliados nas 4 edições do mutirão multidisciplinar de Zika congênita. Como critério de exclusão, bebês:

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• Com ausência de SZC

• Os quais não tiveram termo de consentimento assinado pelos pais ou responsável legal;

Como critério de retirada, utilizou-se:

• Bebês que não participaram das 4 edições do mutirão multidisciplinar de Zika congênita

Coleta de dados

Os pais ou responsáveis dos bebês atendidos foram previamente entrevistados para anamnese. Primeiramente foi preenchido o cabeçalho da ficha do estudo com nome da criança, idade, data de nascimento da criança, nome dos pais, profissão dos pais, endereço e telefones de contato. Então, os pais ou responsável legal foram questionados quanto ao diagnóstico médico, idade gestacional ao nascer e peso ao nascer. A coleta de dados foi feita durante as 4 avaliações, ocorridas em intervalos de 6 em 6 meses. Qualquer outra observação sobre intervenção médica ou saúde geral foi anotada na ficha do participante da pesquisa.

Durante o exame clínico propriamente dito utilizou-se como material, caso necessário: gases, espelho clínico, sonda exploratória nº 5, além de abridores de boca e espátulas de madeira. os bebês estiveram sentados no colo dos seus pais ou responsável legal, onde o examinador adequou a posição mais confortável para o bebê e que fosse possível realizar o exame e, assim, foram verificadas a presença/ausência de dentes, especificando as unidades dentárias presentes.

Análise estatística

Os dados foram inicialmente tabulados no software Microsoft Excel® (versão 2016) e então submetidos à análise estatística, sendo utilizado para esse fim o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Os seguintes testes estatísticos foram utilizados: Qui-quadrado de Pearson para análise de frequência em relação ao sexo, t-pareado para estatística descritiva comparando número total de dentes e idade e teste de correlação de Pearson. O nível de significância estatística adotado foi p < 0,001.

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RESULTADOS

As figuras 1, 2, 3 e 4 relacionam quantidade de dentes erupcionados, por elemento dentário, com o sexo dos voluntários nos mutirões 1, 2, 3 e 4, respectivamente.

Figura 1. Número de dentes erupcionados ou em erupção por sexo no 1º mutirão.

Figura 2. Número de dentes erupcionados ou em erupção por sexo no 2º mutirão.

0 2 4 6 8 10 12 54 52 51 61 62 64 74 72 71 81 82 84 Meninos Meninas 0 1 2 3 4 5 6 51 52 61 62 71 72 81 82 Meninos Meninas

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Figura 3. Número de dentes erupcionados ou em erupção por sexo no 3º mutirão.

Figura 4. Número de dentes erupcionados ou em erupção por sexo no 4º mutirão

As tabelas 1 e 2 mostram, respectivamente, a média de idade em meses, e a média do número de dentes presentes nos voluntários em cada mutirão, incluindo o desvio padrão e os valores mínimos e máximos. Inicialmente os voluntários tinham em média 10,32 meses, sendo 63,20% (n = 12) da amostra bebês com ausência total de dentes decíduos (Figura 5). Já no último mutirão, a média de idade foi de 30,68 meses, tendo toda a amostra, exceto 1 bebê, pelo

0 2 4 6 8 10 12 54 53 52 51 61 62 63 64 75 74 73 72 71 81 82 83 84 Meninos Meninas 0 2 4 6 8 10 12 55 54 53 52 51 61 62 63 64 65 75 74 73 72 71 81 82 83 84 85 Meninos Meninas

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menos 1 molar erupcionado (Figura 6). Nos mutirões 3 e 4 todos os voluntários possuíam pelo menos 1 dente erupcionado.

Tabela 1. Médias de idade por mutirão.

Tabela 2. Médias do número de dentes por mutirão.

Figura 5. Porcentagem de presença e ausência de dentes no 1º e no 2º mutirão.

IDADE MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO PADRÃO

M1 10,32 5 17 2,286 M2 16,95 11 20 1,84 M3 23,16 18 25 1,642 M4 30,68 26 36 2,162 MÉDIA DENTES PRESENTES

MÍNIMO MÁXIMO DESVIO PADRÃO

M1 0,84 0 4 1,259 M2 5,63 0 12 3,148 M3 10,68 4 16 4,137 M4 15,89 6 20 3,089 36,80% 63,20% Presente Ausente 95% 5% Presente Ausente N=7 N=12 N=18 N=1

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Figura 6. Ausência e presença de pelo menos 1 molar nos mutirões.

Comparação entre o número de dentes erupcionados nos bebês durante os mutirões demonstrou diferença significativa entre os grupos comparados (p < 0,001). O mesmo ocorreu ao comparar a idade da população avaliada (Tabelas 3 e 4).

Tabela 3. Comparação do total de dentes entre os mutirões.

Tabela 4. Comparação de idades entre os mutirões.

Média de dentes / Teste t pareado p<0,001

Média n:19 Desvio Padrão p valor

M1 x M2 0,84 19 1,259 < 0,001 5,63 19 3,148 M2 x M3 5,63 19 3,148 < 0,001 10,68 19 4,137 M3 x M4 10,68 19 4,137 < 0,001 15,89 19 3,089

Média de idades / Teste t pareado p<0,001

média n:19 Desvio padrão p valor

M1 x M2 10,32 19 2,286 < 0,001 16,95 19 1,840 M2 x M3 16,95 19 1,840 < 0,001 23,16 19 1,642 M3 x M4 23,16 19 1,642 < 0,001 30,68 19 2,162

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Ao correlacionar a idade dos bebês em cada mutirão com os totais de dentes erupcionados (Tabela 5) não se observou correlação significante entre as variáveis. Isto é, não houve correlação entre a idade e o número de dentes presentes em nenhum mutirão.

Tabela 5. Correlação entre idades e total de dentes utilizando significância p<0,001 Total dentes M1 Total dentes M2 Total dentes M3 Total dentes M4 Idade M1 Corr. Pearson 0,115 0,171 0,046 -0,074 Significância 0,64 0,483 0,851 0,764 Total dentes M1 Corr. Pearson - 0,587 0,321 0,324 Significância - 0,008 0,181 0,176 Idade M2 Corr. Pearson 0,404 0,409 0,173 -0,128 Significância 0,086 0,082 0,479 0,601 Total dentes M2 Corr. Pearson 0,587 - 0,784 0,464 Significância 0,008 - 0,000 0,045 Idade M3 Corr. Pearson 0,201 0,377 0,139 -0,183 Significância 0,41 0,111 0,571 0,454 Total dentes M3 Corr. Pearson 0,321 0,784 - 0,567 Significância 0,181 0,000 - 0,011 Idade M4 Corr. Pearson 0,103 0,064 -0,080 -0,172 Significância 0,674 0,796 0,744 0,482 Total dentes M4 Corr. Pearson 0,324 0,464 0,567 - Significância 0,176 0,045 0,011 -

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DISCUSSÃO

Diversos estudos de vários países avaliaram o processo eruptivo da dentição decídua em suas respectivas populações a fim de comparar os seus achados com a sequência de erupção considerada padrão onde não obtiveram diferenças significativas⁹’¹⁵’¹⁶’¹⁷. Os IC são os primeiros dentes decíduos a aparecerem na cavidade oral, seguido dos IL, PM, C e SM por último⁹’¹⁵’¹⁶’¹⁷. Nesse estudo, inicialmente os dentes presentes em maioria significativa foram os IC, em acordo com o padrão estabelecido na literatura.

No presente estudo, os meninos apresentaram maior quantidade de dentes em todas as avaliações. Assim, a cronologia de erupção dos meninos antecede a cronologia observada nas meninas, muito embora esses dados não tenham sido comprovados mediante teste estatístico devido ao tamanho limitado da amostra. Esse achado concorda com os resultados de Verma

et.al (2017)⁹, Patrianova et.al (2010) e Żądzińska et.al (2013)⁷, nos quais também houve

erupção mais precoce no sexo masculino. Contudo, Coban, Kansu e Dolgun (2018)¹⁷, ao avaliarem 584 crianças, não encontraram diferença significativa quanto à idade de erupção por gênero. Utilizando como referência os dados da Academia Americana de Odontopediatria⁵ sobre a idade de erupção de cada grupo dentário em que temos: 6 a 8 meses para IC, 8 a 12 meses para IL, 16 a 20 meses para os C, 11 a 18 e 20 a 30 meses para PM e SM, respectivamente, observamos, a partir dos valores médios achados de idade e quantidade de dentes erupcionados em cada mutirão, que em todas as edições o processo de erupção encontrava-se atrasado, apesar de, a partir do 3º mutirão, pelo menos 1 bebê possuir pelo menos 1 dente erupcionado. Esse atraso de erupção fica mais evidente ao analisarmos a quantidade de crianças com pelo menos 1 molar erupcionado e relacionarmos com a idade média nos mutirões. No 2º mutirão, por exemplo, a idade média era de aproximadamente 17 meses e apenas 4 bebês possuíam pelo menos 1 molar erupcionado. O estudo transversal comparativo de Siqueira, Santos e Cabral (2018)¹⁸ também constatou atraso de erupção em pacientes pediátricos portadores de SZC, quando comparados a crianças não portadoras da síndrome.

Comparando-se o número total de dentes presentes nos mutirões e a idade dos voluntários entre os mutirões, obteve-se significância estatística (p < 0,001). Isto é, os bebes portadores de SZC tinham idades significativamente maiores e um número significativamente maior de dentes de um mutirão para outro, muito embora não se tenha observado correlação estatística significativa entre essas variáveis.

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A microcefalia através da infecção congênita pelo vírus da Zika é uma condição recente e ainda não há um protocolo clínico que descreva seguramente as alterações dentais e orofaciais nessas crianças. O presente trabalho trata-se do primeiro estudo para avaliação de cronologia de erupção com delineamento prospectivo. Uma das grandes limitações do nosso estudo encontra-se no limitado número de pacientes que efetivamente compareceram a todos os mutirões, o que de uma certa forma dificultou a visualização de pequenas diferenças entre os grupos, nos vários momentos de avaliação. Dessa forma, são necessários mais estudos com um número maior de crianças compondo a amostra, que avaliem as interferências dessa condição no sistema estomatognático para proporcionar o melhor entendimento da síndrome e, assim, um atendimento mais adequando aos pacientes.

Conclui-se, a partir desse estudo, que nas crianças portadoras de SZC, a erupção dos dentes decíduos dos meninos precede a erupção nas meninas; há atraso no início da erupção dentária, quando comparado aos padrões descritos previamente na literatura, confirmado pela ausência de correlação entre idade das crianças e número de dentes erupcionados no momento do exame, durante as 4 avaliações em momentos distintos.

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REFERÊNCIAS

1. Oliveira WK, Cortez-Escalante J, Oliveira WT et al. Increase in Reported Prevalence of Microcephaly in Infants Born to Women Living in Areas with Confirmed Zika Virus Transmission During the First Trimester of Pregnancy — Brazil, 2015. MMWR Morb

Mortal Wkly Rep 2016; 65; 242–247.

2. Al-Batayneh OB, Shaweesh AI, Alsoreeky ES. Timing and sequence of emergence of deciduous teeth in Jordanian children. Arch Oral Biol 2015; 60; 126-133.

3. Calvet G, Aguiar RS, Melo AS et al. Detection and sequencing of Zika virus from amniotic fluid of fetuses with microcephaly in Brazil: a case study. Lancet Infect Dis 2016; 16; 653-660.

4. França T, Medeiros W, Souza N et al. Growth and Development of Children with Microcephaly Associated with Congenital Zika Virus Syndrome in Brazil. Int J Environ

Res Public Health 2018; 15; 1990.

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Referências

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