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OBSERVAÇÃO IMPORTANTES

 O presente material foi produzido pelo Professor Leonardo.  O material traz algumas questões da OAB.

 O material diz respeito às aulas do dia 08, 09, 16, 22 e 23 de fevereiro de 2018, em razão disso dispenso os roteiros 3, 4 E 5.

 Acompanhem a leitura com a Sinopse Jurídica da Juspodivm que segue em anexo com o e-mail que envio esse material.

TEORIA DO EMPRESÁRIO

1. INTRODUÇÃO HISTÓRICA:

Antes do Código Civil de 2002, tínhamos o Código Comercial de 1850 que era dividido em três partes:

 Do comércio em geral;  Do comércio marítimo;

 Das quebras (antiga lei de falência e concordata revogada pelo Decreto-Lei 7.661/45, sendo após revogada pela Lei n. 11.101/05).

A parte primeira adotou a teoria dos atos de comércio. A nomenclatura era comerciante (pessoa física) e a sociedade comercial (pessoa jurídica).

Para ser comerciante, era necessário ter habitualidade, finalidade lucrativa e prática de atos de comércio. Os atos de comércio estavam previstos no regulamento 737/1850.

A empresa que não realizasse atividade de comércio não poderia ter o benefício da concordata. Art. 2.045 do Código Civil – revogou a parte primeira do Código Comercial. Assim, restou a parte segunda do Código Comercial, ainda vigente, se o assunto for sobre comercio marítimo se aplica o código comercial.

1.1. Evolução Histórica: 1.1.1. Geral:

1ª Fase - Idade Média: adoção das corporações de ofício (1ª Fase da Formação do Direito Empresarial). Cada mercador transitava nos diversos burgos, os quais tinham moedas e regras próprias. As corporações foram fundadas para regulamentar a atividade mercantil, entre os mercadores (critério subjetivo, definição a partir do sujeito).

2ª Fase - França, 1808: publicação do Código Comercial Francês, o qual previa os Atos de Comércio (2ª Fase da Formação do Direito Empresarial). Até aqui, era o comerciante quem se

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associava às corporações. Agora, comercial é aquele que pratica atos arrolados na lista (critério objetivo da mercantilidade).

3ª Fase - Itália, 1942: publicação do Código Civil Italiano, o qual unificou o direito privado, foi o

primeiro a adotar a ideia de empresa, chamada de teoria da empresa (3ª Fase da Formação do Direito Empresarial). Para a teoria da empresa, não se pode limitar a regular apenas relações jurídicas que pratique um ato definido em lei como ato de comércio, mas numa definição ampla como uma atividade econômica organizada (critério da empresarialidade).

Teoria da firma, Inglaterra, Século XX: Ronald Coase, economista britânico, empreendeu a teoria

da firma explica que as companhias são organizadas para atuarem nos mercados, com o objetivo de diminuir os custos de transação que são os incorporados por terceiros nas negociações econômicas do mercado (custos de informações, custos contratuais).

1.2. Brasil:

1808: A Carta Régia de 1808 foi o primeiro ato concernente à história Direito Comercial Brasileiro, conforme Fabio Ulhôa Coelho. Esta Carta representa a Abertura dos Portos às Nações Amigas de Portugal.

1850: promulgação do Código Comercial, o qual adotou a teoria francesa dos atos de comércio de 1808, critério da mercantilidade pelo objeto.

O Regulamento 737/1850 listava as atividades consideradas como atos de comércio.

Para Carvalho de Mendonça, estes atos se dividiam em 3: atos de comércio por natureza (criado para a atividade comercial - títulos de crédito); atos de comércio por definição legal (todos aqueles da S/A); atos de comércio por dependência: não foi criado para o direito comercial, mas é válido para o direito comercial, valorado conforme a necessidade (como a garantia real, prevista no Código Civil).

2002: promulgação do Código Civil, o qual não revogou inteiramente o Código Comercial (o comércio marítimo).

Este Código tentou unificar o direito privado (tentou, vez que ainda existe leis esparsas, como a lei das S/A).

Este Código adotou a Teoria da Empresa, como já dito.

2. EMPRESA:

2.1. Sentido técnico-jurídico de empresa:

Para o direito empresarial, empresa não é aquilo que todo mundo acha que é (meu pai está na empresa, fui mandado embora da empresa), não.

A expressão empresa, na verdade, quer significar, no direito empresarial com o sentido técnico-jurídico, atividade econômica organizada, ou simplesmente atividade empresarial.

Essa atividade que é voltada para circulação ou produção de bens e serviços possui vários conceitos que gravitam ao seu redor que com ela não se confunde, apesar de haver essa confusão na linguagem coloquial:

 Conceito de empresário difere do conceito de empresa;

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Qual é a empresa explorada por um restaurante? Comercialização de refeições. Qual é a empresa de uma farmácia? Distribuição e comercialização de remédios.

O MP/MG, que é uma prova difícil, já perguntou assim: “Assinale a alternativa que corresponde à

definição correta da palavra empresa.” Dentre as alternativas, estava lá: “a empresa explorada por uma indústria é...”. Então, empresa é atividade.

ANDRÉ SANTA CRUZ ensina:

O que se quer dizer é que o direito possui expressões específicas para se referir à empresa nos seus perfis subjetivo (empresário) e objetivo (estabelecimento empresarial), mas não possui uma expressão específica para se referir à empresa no seu perfil funcional. Nesse caso, resta-nos recorrer a um raciocínio tautológico: empresa é empresa. Melhor dizendo, o mais adequado sentido técnico-jurídico para a expressão empresa é aquele que corresponde ao seu perfil funcional, isto é, empresa é uma atividade econômica organizada.

2.2. Sócio não exerce atividade empresarial:

Quem exerce a empresa é a sociedade empresária, não os sócios.

Eu serei empresário, se eu, sozinho, individualmente, exercer uma atividade empresarial. Quando tenho um sócio, não estou sozinho, e quem exerce a atividade, não sou eu, é a pessoa jurídica.

Empresário é aquele que, sozinho, organiza uma atividade empresarial.

2.3. Conceito doutrinário:

É a organização econômica dos fatores de produção, desenvolvida por pessoa natural ou jurídica, para produção ou circulação de bens ou serviços, através de um estabelecimento empresarial, e que visa o lucro.

Logo, empresa é a mesma coisa que atividade empresária, e em torno deste conceito que irá gravitar os conceitos de empresário e estabelecimento empresarial.

3. EMPRESÁRIO:

3.1. Diferença entre a pessoa empresário e a pessoa do sócio:

O empresário é pessoa física ou jurídica que organiza de forma individual ou em conjunto uma atividade empresária. Se ele quiser, sozinho, montar uma churrascaria, vai ser empresário individual. Se quiser montar, sozinho, um cinema, será empresário individual.

Agora, se quero ajuda de mais alguém. Então, eu quero um sócio, então vou ter que constituir uma pessoa jurídica. Nesse caso, eu vou ser sócio de uma pessoa jurídica, chamada de sociedade

empresária, e não serei um empresário, será empresário a sociedade empresária. O sócio é pessoa física ou jurídica que integra uma sociedade.

Além da sociedade empresária e o empresário individual serem os empresários que praticam a atividade econômica, o EIRELI também é empresário que pratica atividade empresária.

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3.2. Necessidade de CNPJ e o Empresário Individual:

Todo empresário terá CNPJ, inclusive o empresário individual que é pessoa física.

Isso se deve ao fato que a finalidade do CNPJ do empresário individual é para que ele tenha o mesmo tratamento tributário que a pessoa jurídica.

Não é justo que a pessoa jurídica tenha uma alíquota pequena e a pessoa física que explora a mesma atividade que a pessoa jurídica, tenha uma alíquota muito superior. Como seria a concorrência nesse caso?

Então, é só para que tenha o mesmo tratamento tributário, mas não é porque tem CNPJ que é pessoa jurídica.

ATENÇÃO: Condomínio tem CNPJ, mas condomínio não é pessoa jurídica, é um ente despersonalizado.

Então, o empresário individual, ainda que tenha o CNPJ, não é considerado pessoa jurídica.

3.3. Conceito Legal (ART. 966 DO CC):

Empresário é todo aquele que profissionalmente exerce uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços.

EMPRESÁRIO Atividade Empresarial

Pessoa Física Empresário Individual (INDIVIDUALMENTE)

Pessoa Jurídica

Sociedade Empresarial (formada por várias

pessoas) EIRELI (INDIVIDUALMENTE: formada por uma só

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Resumo: Será empresário aquele que pratica atividade empresária ou o empresário é o titular da

empresa.

Esse é o conceito do caput do art. 966, do Código Civil, aplicável tanto a uma pessoa jurídica, como uma pessoa física.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Do conceito legal também podemos tirar os requisitos, só precisando acrescentar a capacidade ou não impedimento. Vide tabela:

CARACTERÍSTICAS

EMPRESÁRIO

Profissionalmente Atividade Econômica Organização

Produção ou circulação de bens ou serviços

Capacidade e não impedimento legal (Ainda vamos estudar em outro tópico)

Exame de Ordem Unificado 2015 - XVII - Primeira Fase

Assinale a alternativa correta em relação aos conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial.

a) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da empresa, pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas.

Comentários: Empresário é uma pessoa que não se confunde com a pessoa do sócio da sociedade. Empresa é uma atividade, não, uma pessoa.

b) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Comentários: ATENÇÃO! O valor da receita da pessoa é irrelevante para lhe qualificar como uma pessoa empresária.

c) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional.

d) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio.

Comentários: A teoria dos atos de comércio era a teoria adotada pelo Código Comercial de 1950. Hoje, adota-se a teoria da empresa do CC/2002. Portanto, qualquer menção a atos do comércio é errada.

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3.4. Esmiuçando o conceito legal:

3.4.1. PROFISSIONALMENTE:

Quando a lei traz a expressão ‘profissionalmente’, quer dizer que só pode ser empresário quem pratica aquela atividade com habitualidade, com uma continuidade.

Exemplo: Quem vende o seu veículo, mas não o faz como cotidiano a prática de venda de

automóveis não será considerado empresário e nem estará fazendo empresa.

3.4.2. ATIVIDADE ECONÔMICA:

Significa finalidade lucrativa.

Para ser empresário tem que ter como objetivo o lucro.

ASSOCIAÇÃO VERSUS SOCIEDADE:

No direito civil, faz-se uma comparação entre associação e sociedade, sendo que a associação não tem finalidade lucrativa, a sociedade, tem.

A associação até pode obter lucro, mas como meio para atingir sua finalidade própria (fim não econômico, art. 53 do CC), não como fim.

3.4.3. ORGANIZADA:

A lei também exige que essa atividade seja organizada. Mas sobre o conceito há duas posições do que vem a ser atividade organizada.

POSIÇÃO DE FÁBIO ULHOA COELHO:

A posição de Fábio Ulhoa Coelho, a respeito da organização, é que a “Organização é a reunião

dos quatro fatores de produção.”

Na ausência de um destes fatores não haverá mais que se falar em organização, não podendo mais ser considerado empresário e nem sociedade empresária, a depender do caso.

Os quatro fatores de produção seriam a Mão-de-obra, a Matéria-prima, o Capital e a

Tecnologia.

Caso concreto aplicado na prova da magistratura/DF: Eu e o Ronaldo montamos um barzinho,

eu trabalho no barzinho e nos finais de semana é o Ronaldo. Ninguém foi contratado. Que tipo

de sociedade é essa? Esse barzinho tem habitualidade, tem finalidade lucrativa, mas falta

mão-de-obra. Se falta mão de obra, está ausente um fator de produção e, via de consequência, não tem organização. Portanto, não será considerada uma sociedade empresária (e nem empresário individual). Será sociedade simples.

RESTANTE DA DOUTRINA:

Alguns doutrinadores têm tratado essa questão de outra forma. Afirmam o seguinte sobre a organização: “A organização ocorre quando a atividade-fim não depender exclusivamente da

pessoa física empreendedora ou do sócio da sociedade.”

Quando é assim, há que se falar em organização. Se depender só do sócio a atividade-fim, essa não pode ser uma sociedade empresária. Quando o sócio de forma pessoal é quem exerce a atividade, na maioria das vezes, não será uma sociedade empresária.

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3.5. Exemplos de atividade empresarial:

a) Volkswagen é uma sociedade empresária, porque tem habitualidade, tem finalidade lucrativa,

tem mão de obra, matéria prima, tecnologia ainda, porque produz veículos, ou seja, produção de bens.

b) No que concerne à produção de serviço, o Banco tem habitualidade, tem finalidade lucrativa, tem

mão-de-obra, matéria-prima, capital, tecnologia. Ou seja, possui organização. O Banco produz serviços bancários. Então, é uma sociedade empresária.

c) Uma loja de roupas no shopping faz circulação de bens. Tem habitualidade, tem finalidade

lucrativa, tem mão de obra (gerente, estoquista, vendedor), matéria-prima (roupas), capital, tecnologia. Possui organização. Adquire a mercadoria na fábrica e leva para o consumidor final. Fez a ponte. Fez a intermediação, o que nós chamamos de circulação de bens. Se a circulação de bens está no contexto, então é uma sociedade empresária, se for pessoa jurídica. Agora se for alguém sozinho, montando uma loja, é empresário individual.

d) Se uma agência de turismo for pessoa jurídica, é sociedade empresária, porque tem

habitualidade, atividade lucrativa, possui organização, etc. Ela faz circulação de serviço de hospedagem e circulação de serviço de transporte aéreo. Se circulação de serviço está no contexto, então é sociedade empresária. Empresário é aquele que produz bens ou serviços ou também aquele que circula bens ou circula serviços.

3.6. Patrimônio do empresário e desconsideração da personalidade jurídica:

Caso o empresário tenha uma dívida, seu patrimônio será atingido para fim de pagamento desta dívida?

Será se o empresário individual será responsabilizado com seus bens pessoais?

Será se os bens pessoais dos sócios serão atingidos para pagar dívida da sociedade que eles integram?

3.6.1. Responsabilidade do Empresário Individual:

Hoje, o empresário individual possui responsabilidade ilimitada.

Os seus bens de pessoa física e os seus bens como empresário e destinados à atividade empresarial podem ser atingidos por suas dívidas e obrigações advindas da atividade de empresário ou de pessoa física (dívida pessoal). Tudo isto por conta do princípio da unidade patrimonial.

O princípio da unidade patrimonial significa dizer que tanto a pessoa física como a pessoa jurídica somente possui um único patrimônio, que no caso o será os seus bens utilizados em benefício da empresa, ou seja, para o empresário individual é impossível a separação dos bens pessoais

com os bens da empresa.

Assim, poderá ser buscado os bens pessoais do empresário individual para saldar dívidas da pessoa jurídica do empresário individual, isso que quer dizer o princípio da unidade empresarial.

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3.6.2. Responsabilidade do sócio:

Diferentemente, quando você constitui uma sociedade, você coloca os bens em nome da pessoa jurídica. Aí, tem como separar patrimônio.

Haverá os bens pessoais dos sócios e os bens da pessoa jurídica.

Havendo, em princípio, a impossibilidade da responsabilidade da sociedade atingir os bens do sócio. Surgindo, assim, o princípio da separação patrimonial.

TOMAZETTE nos ensina:

A mais importante característica de uma sociedade é sem dúvida a autonomia patrimonial, isto, é a existência de um patrimônio próprio, o qual responde por suas obrigações, o que não significa um distanciamento completo da pessoa dos sócios, visto que a pessoa jurídica é expressão também do patrimônio dos sócios. Nos débitos trabalhistas, fiscais e para com o consumidor tem-se mitigado a autonomia patrimonial, atendendo a certos pressupostos erigidos pelo legislador como aptos a suspender a autonomia patrimonial.

3.6.3. Desconsideração da personalidade jurídica:

O precedente da teoria ocorreu na Inglaterra, no final do século XIX, no famoso caso Salomon versus Salomon Co., a partir daí a teoria da desconsideração seria especialmente desenvolvida na Alemanha (com Rolf Serick) e na Itália (com Piero Verrucoli), espraiando-se por todo mundo.

No Brasil:

 Na década de 60, o primeiro jurista a tratar desse tema foi o grande professor Rubens Requião.

 CDC em 1990: primeira lei a prever a possibilidade de desconsideração da personalidade jurídica no Brasil (art. 28).

 Lei nº 8.884/94 (antiga Lei Antitruste): previu a desconsideração.

 Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais): também disciplinou a desconsideração.  Código Civil de 2002: trouxe previsão expressa no art. 50.

 Lei nº 12.529⁄2011: desconsideração em caso de infrações da ordem econômica (art. 34). Chamadas também de desconsideração da personalidade jurídica, ou de disregard of legal entity ou de teoria do superamento da personalidade jurídica.

A doutrina da desconsideração pretende o afastamento temporário da personalidade de uma

pessoa jurídica para permitir que os seus credores satisfaçam os seus direitos no patrimônio pessoal do sócio ou administrador que cometera o ato abusivo.

CC. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos (ilimitadamente) aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

É a exceção ao princípio da separação patrimonial.

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Art. 966. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

3.7.1. ATIVIDADE INTELECTUAL:

Não se considera empresário aquele que exerce atividade de natureza:  CIENTÍFICA (médico, contador, engenheiro);

Lembrando que os advogados, que faz atividade intelectual de natureza científica é autorizado pelo seu Estatuto a exercer uma sociedade unipessoal.

A sociedade dos profissionais liberais que praticam nestes termos é em maioria das vezes

sociedade empresarial simples.

 LITERÁRIA (escritores, poetas e romancistas);

Esses profissionais sempre buscam editoras de livros para publicarem seus livros. Essas editoras, sim, que serão os empresários.

 ARTÍSTICA (cantor e ator).

O cantor sempre tem um empresário por de trás gerindo sua carreira. Sempre busca também uma gravadora. Os shows que se apresenta são produzidos por produtoras de eventos. Esses empresários que gere a carreira do artista, essas gravadoras e essas produtoras que exercem a atividade empresarial e são chamados de empresários.

Atenção: Esses profissionais não exerceram atividade empresarial AINDA QUE COM o concurso de AUXILIARES OU COLABORADORES.

EXCEÇÃO: Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, tais como, comercialização de bens dentro do estabelecimento dos profissionais liberais, como um veterinário que tenha em sua clínica um petshop; venda de planos de saúde por uma sociedade de médicos. Assim, elemento de empresa é quando a atividade estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade empresarial.

III Jornada de Direito Civil do CJF - Enunciado 194 – Art. 966: Os profissionais

liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.

III Jornada de Direito Civil do CJF - Enunciado 195 – Art. 966: A expressão

“elemento de empresa” demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial.

2014 FGV Exame de Ordem Unificado OAB - XV - Tipo 1 - Branca

Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo Chaves em nenhum órgão público.

Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta.

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a) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária.

b) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público.

c) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial.

Ainda falaremos do registro, mas o registro só caracteriza o exercente de atividade rural como empresário.

d) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter profissional.

3.7.2. COOPERATIVA:

A cooperativa é atividade não empresária ou atividade civil.

A Cooperativa se equipara à Sociedade Simples, apesar de registrar-se no cartório de registro civil de pessoas jurídicas somente.

Art. 982. Parágrafo Único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

3.7.3. EXERCENTE DE ATIVIDADE RURAL:

O empresário rural que opta com o registro em Junta Comercial da sua unidade federativa dá ensejo será exercente de atividade empresária. Do contrário será tratado como praticante de atividade civil.

Assim, os empresários rurais possuem a faculdade de registro em Junta e não uma obrigação. Logo, o registro o transforma em empresário.

Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária.

2016 FGV Exame de Ordem Unificado da OAB - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA)

O engenheiro agrônomo Zacarias é proprietário de quatro fazendas onde ele realiza, em nome próprio, a exploração de culturas de soja e milho, bem como criação

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intensiva de gado. A atividade em todas as fazendas é voltada para exportação, com emprego intenso de tecnologia e insumos de alto custo. Zacarias não está registrado na Junta Comercial.

Com base nessas informações, é correto afirmar que

a) Zacarias, por exercer empresa em caráter profissional, é considerado empresário independentemente de ter ou não registro na Junta Comercial.

b) Zacarias, mesmo que exerça uma empresa, não será considerado empresário pelo fato de não ter realizado seu registro na Junta Comercial.

c) Zacarias não pode ser registrado como empresário, porque, sendo engenheiro agrônomo, exerce profissão intelectual de natureza científica, com auxílio de colaboradores.

d) Zacarias é um empresário de fato, por não ter realizado seu registro na Junta Comercial antes do início de sua atividade, descumprindo obrigação legal.

4. EIRELI – EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA:

4.1. Conceito:

A Lei Complementar n. 123/06 tentou criar no art. 69 a figura do empresário individual com responsabilidade limitada, mas este dispositivo foi vetado.

Após, institui-se a empresa individual com responsabilidade limitada (EIRELI), com a inclusão do art. 980-A no CC/2002.

É uma nova pessoa jurídica de direito privado constituída por um único titular com capital totalmente pago de no mínimo 100 vezes o maior salário-mínimo existente.

OBSERVAÇÃO: Não é sociedade unipessoal, pois segundo o Enunciado de Direito Comercial do Conselho de Justiça Federal:

Enunciado 3. A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária.

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O Enunciado 469 da V Jornada de Direito Civil do Conselho de Justiça Federal também diz:

Enunciado 469 – Arts. 44 e 980-A: A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado.

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI:

EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - EIRELI  Previsto no LC 123: Não é um tipo de pessoa. É enquadramento tributário.  O Empresário Individual, querendo, poderá se enquadrar como tal.

 Só pode ter 1 funcionário.  Está no Simples (paga uma

quantia fixa de tributos).

 Não há restrição de valor para ser Empresário Individual.  Também pode se enquadrar

como ME ou EPP (LC 123).

Responde com seus bens de

maneira ILIMITADA.

 É uma Pessoa Jurídica.  Responde com seus bens de

maneira LIMITADA ao Capital Mínimo.

Receita de até 60.000,00. ME: Receita de até R$ 360.000,00.

EPP: Receita de até R$ 3.600.000,00

CAPITAL SOCIAL MÍNIMO

integralizado de 100 salários mínimos.

4.2. Responsabilidade:

Estipula-se que as dívidas comerciais que sejam inferior à 100 Salários-Mínimos somente atingirão o patrimônio social da EIRELI, ao menos inicialmente.

Logo, diz-se que é uma responsabilidade Limitada.

4.3. Formação:

a) Formada por um único titular, que é necessariamente uma pessoa natural;

b) Capital mínimo que NÃO podez ser INFERIOR a 100 vezes o valor do maior salário mínimo

do País;

c) Limitação de um EIRELI por pessoa natural, somente um CPF pode vincular uma EIRELI.

4.4. Transformação:

Quando se pretende migrar de empresário individual para EIRELI, legalmente permitido, não haverá a necessidade de dar baixa nos registros antigos, somente precisa dar uma nova reformulação à pessoa jurídica dele de empresário individual para EIRELI, junto a Junta Comercial.

Também há o parágrafo único do art. 1.033, do CC (Sociedade Simples), dispõe sobre a extinção da Sociedade Simples quando faltar pluralidade de sócios, quando poderá o sócio remanescente se tornar empresário individual ou EIRELI. O mesmo vale para a Sociedade Limitada.

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4.5. Administrador da EIRELI:

Nada impede que seja contratado um administrador, ou seja, o administrador poderá ser tanto o titular da EIRELI como um não titular.

4.6. Aplicação subsidiária:

O art. 980-A do CC é o único que trata da EIRELI, contendo ainda seis parágrafos, tendo sido um deles vetado.

Não há outro dispositivo legal tratando mais sobre o assunto.

Quando ocorrer de não haver legislação para o caso concreto que envolva EIRELI, será aplicada as mesmas regras previstas para as sociedades limitadas dos arts. 1052 e seguintes do CC. (art. 980-A, §6º, CC).

Referências

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