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AVALIAÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA AS ONDAS DE CALOR Direcção-Geral da Saúde. Dezembro de 2007

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Direcção-Geral da Saúde

Dezembro de 2007

Coordenação – José Robalo – Subdirector Geral da Saúde

Relatório elaborado por:

Paulo Diegues – Divisão de Saúde Ambiental Carla Selada – Divisão de Saúde Ambiental Fátima Bragadeste – Divisão de Saúde Ambiental

Maria Carvalho – Divisão de Saúde Ambiental Ana Reis – Direcção de Serviços de Administração

Sérgio Gomes – Linha Saúde Pública

Mário Carreira – Divisão de Formação e Investigação Judite Catarino – Divisão de Epidemiologia Marinho Falcão – Observatório Nacional de Saúde Paulo Nogueira – Observatório Nacional de Saúde Eleonora Paixão – Observatório Nacional de Saúde

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RESUMO... 1

1. INTRODUÇÃO ... 3

2. ESTRUTURA E COORDENAÇÃO ... 6

2.2 Grupo Operacional da Saúde... 6

2.3 Grupos de Trabalho Regionais... 6

2.4 Grupo de Crise... 7

3. PROTOCOLO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PCOC 2007 ... 8

4. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO... 9

4.1.2 Índice-Ícaro ... 15

4.1.3 Excedências de Ozono... 17

5. INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ... 19

6. MONITORIZAÇÃO DAS MEDIDAS TOMADAS PELOS SERVIÇOS DE SAÚDE ... 21

6.1. Informação de Retorno das Autoridades de Saúde ... 21

6.2. Planos de Contingência Regionais... 22

6.3. Planos Específicos das Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde... 22

7. MONITORIZAÇÃO DA PROCURA DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA... 24

8. MONITORIZAÇÃO DA PROCURA DO SERVIÇO SAÚDE 24 ... 25

8.1. Actividades Desenvolvidas ... 26

8.1.1. Actividades de funcionamento ... 26

8.1.2. Material técnico-científico de apoio... 26

8.2. Recursos Utilizados... 27

8.3. Avaliação do Atendimento Telefónico ... 27

8.3.1. Evolução do atendimento telefónico entre 2004 e 2007... 27

8.4. Distribuição das Chamadas por Região de Saúde ... 28

8.5. Registos sobre Calor... 28

8.5.1. Perfil do Utilizador... 28

8.5.2. Resultados do Contacto Telefónico ... 29

8.5.2.1. Aconselhamento e encaminhamento... 30

9. VIGILÂNCIA DOS EFEITOS DO CALOR NA MORTALIDADE... 32

10. OCORRÊNCIAS REPORTADAS PELOS GTR ... 33

10.1. GTR Norte ... 33

10.1.1. Planos de Contingência Concelhios ... 33

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10.2. GTR Centro... 35

10.2.1. Planos de Contingência Concelhios ... 36

10.2.2. Procura dos Serviços de Urgência ... 36

10.2.3. Dificuldades Encontradas... 36

10.3. GTR LVT ... 36

10.4. GTR Alentejo ... 37

10.4.1. Planos Específicos... 37

10.4.2. Avaliação das actividades desenvolvidas a nível concelhio... 37

10.4.3. Procura dos Serviços de Urgência ... 38

10.5. GTR Algarve ... 38

10.5.1. Planos de Contingência Concelhios ... 39

10.5.2. Procura dos Serviços de Urgência ... 39

11. INVESTIGAÇÃO ... 41

11.1 Caracterização do tipo de sintomatologia associada a fenómenos climáticos extremos... 41

12. CONCLUSÕES ... 42

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Agradece-se a todas as entidades a colaboração activa que tiveram na implementação do Plano de Contingência para Ondas de Calor 2007, bem como o seu contributo para o presente relatório, nomeadamente, os Centros Regionais de Saúde Pública e as Administrações Regionais de Saúde, o Instituto de Meteorologia, o Instituto da Segurança Social, a Autoridade Nacional de Protecção Civil, o Instituto Nacional de Saúde/Observatório Nacional de Saúde e o Instituto Nacional de Emergência Médica.

Agradece-se, ainda, a cooperação destas e de outras entidades na divulgação das Circulares Informativas e de outras informações produzidas pela Direcção-Geral da Saúde no âmbito deste Plano, nomeadamente, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, a Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos, a União das Mutualidades Portuguesas, a Cruz Vermelha Portuguesa, a União das Misericórdias Portuguesas, a Unidade de Missão para os Cuidados Continuados e Integrados, a Associação Nacional de Freguesias e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.

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ALI – Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias

ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses ANPC – Autoridade Nacional de Protecção Civil

ARS – Administração Regional de Saúde AS – Autoridade de Saúde

CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional CNIS – Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social CRC – Conservatória do Registo Civil

CRSP – Centro Regional de Saúde Pública CVP – Cruz Vermelha Portuguesa

DA – Divisão de Saúde Ambiental

DGRN – Direcção-Geral dos Registos e do Notariado DGS – Direcção-Geral da Saúde

GC – Grupo Coordenador

GOS – Grupo Operacional da Saúde GTR – Grupos de Trabalho Regionais

ÍCARO – Importância do Calor: Repercussões sobre os Óbitos IM – Instituto de Meteorologia

INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social ISS – Instituto da Segurança Social

ITIJ – Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça IUV – Índice Ultra-Violeta

LSP – Linha de Saúde Pública LVT – Lisboa e Vale do Tejo

ONSA – Observatório Nacional de Saúde PCC – Plano de Contingência Concelhio

PCOC – Plano de Contingência para Ondas de Calor PCR – Plano de Contingência Regional

PE – Plano Específico

SAC – Serviço de Atendimento Complementar SAP – Serviço de Atendimento Permanente SARA – Sistema de Alerta e Resposta Apropriada

UMCCI – Unidade de Missão para os Cuidados Continuados e Integrados UMP – União das Misericórdias Portuguesas

UPCS – Unidade Prestadora de Cuidados de Saúde VMD – Vigilância de Mortalidade Diária

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RESUMO

O presumível aumento da frequência e da intensidade de fenómenos climáticos extremos no território nacional, como sejam as ondas de calor, e o consequente acréscimo da morbilidade e mortalidade associados a períodos de calor intenso, levaram a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a desenvolver o Plano de Contingência para Ondas de Calor (PCOC) com os objectivos de mitigar os efeitos das ondas de calor na saúde pública e de criar um forte envolvimento da sociedade civil, reforçado com a intervenção dos serviços de saúde, em estreita articulação e cooperação com os diferentes sectores da Administração Pública Central e seus serviços descentralizados, ecom a Administração Local.

Para melhorar a eficácia na obtenção de resultados reflectindo as especificidades meteorológicas locais, os Grupos de Trabalho Regionais (GTR), coordenados pelas Administrações Regionais de Saúde/Centros Regionais de Saúde Pública (ARS/CRSP), foram responsáveis pela avaliação diária do risco e pela implementação de medidas de actuação com base em toda a informação disponibilizada diariamente pela Divisão de Saúde Ambiental (DA).

O período de vigência do PCOC caracterizou-se pelo registo de temperaturas amenas com raros períodos de temperaturas elevadas que implicaram a mudança do nível de alerta para amarelo em alguns distritos do país, nomeadamente, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Alentejo e Algarve e nos distritos de Castelo Branco e Bragança. Segundo o Instituto de Meteorologia (IM) verificou-se a ocorrência de duas ondas de calor (definição meteorológica) com a duração de seis dias.

À semelhança dos anos anteriores, e no âmbito da investigação prevista no PCOC, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge/Observatório Nacional de Saúde (INSA/ONSA) procedeu à monitorização da mortalidade com base no Sistema de Vigilância de Mortalidade Diária (VMD), o qual permitia a recolha diária da informação dos registos de óbitos de 67 Conservatórias do Registo Civil (CRC). Algumas limitações verificadas neste sistema não permitiram contudo esclarecer, de uma forma objectiva, se alguma das situações de calor observadas teve impacte negativo em termos de mortalidade.

O Serviço Saúde 24, através da Linha de Saúde Pública (LSP), esteve disponível durante todo o período de vigência do PCOC para aconselhamento e encaminhamento de

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questões. A procura deste Serviço por razões ligadas ao calor representou 4,9% de todas as chamadas atendidas.

Foi ainda realizado o acompanhamento da evolução da procura dos serviços de urgência dos hospitais e dos centros de saúde através das aplicações informáticas SINUS e SONHO, que demonstra que não se verificou qualquer aumento na procura global de cuidados de saúde nestes serviços.

De acordo com as informações disponibilizadas pelas ARS/CRSP, apenas nas regiões do Alentejo e Algarve foram reportadas ocorrências de patologias associadas ao calor.

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1.INTRODUÇÃO

Na Europa tem-se assistido, nos últimos anos, a um aumento das consequências aos níveis social, ambiental e da saúde humana relacionadas com os fenómenos climáticos extremos.

As projecções que são feitas para o território nacional apontam para temperaturas elevadas, com graves efeitos tanto na saúde pública como a nível dos ecossistemas, prevendo-se que os maiores impactes se irão verificar nas épocas de Verão e Outono na faixa interior do país. Em relação à precipitação, prevê-se que o clima se torne mais seco, com um período húmido mais curto e intenso, ao qual se seguirá uma época mais quente e longa. Prevê-se ainda uma redução da precipitação que afectará de forma mais pronunciada a região sul do país.

Estudos levados a cabo por organizações internacionais indicam que os fenómenos climáticos, como sejam as ondas de calor, tenham tendência para ser mais frequentes e intensas.

Neste contexto, a DGS desenvolveu o PCOC com o objectivo de criar um forte envolvimento da sociedade civil, constituindo-se como um instrumento estratégico, reforçado com a intervenção dos serviços de saúde, em estreita articulação e cooperação com os diferentes sectores da Administração Pública Central e seus serviços descentralizados, e com a Administração Local. De forma a alcançar estes objectivos, realizaram-se nas Regiões de Saúde reuniões com as entidades consideradas relevantes à concretização do Plano.

No âmbito deste Plano, apresenta-se o relatório de avaliação da sua implementação em 2007, o qual aborda os aspectos da coordenação e organização dos recursos dos serviços de saúde, medidas de actuação, procura dos serviços de urgência e vigilância dos efeitos do calor na mortalidade, entre outros aspectos.

Tal como referido no PCOC 2007, aprovado por Despacho do Senhor Ministro da Saúde, de 15 de Março de 2007, os Grupos de Trabalho Regionais, coordenados pelas ARS/CRSP, foram responsáveis pela avaliação diária do risco, com base na informação disponibilizada pelo Grupo Operacional da Saúde, e pelas medidas de actuação a tomar em cada caso. A transferência destes procedimentos para os órgãos de saúde regionais teve

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como objectivo melhorar a eficácia na obtenção de resultados, reflectindo as especificidades meteorológicas locais. Considera-se assim, que a implementação do PCOC tem sido um processo dinâmico com vista à obtenção de um instrumento mais adaptado e adequado às necessidades identificadas, de forma a minimizar o impacte negativo na morbilidade e mortalidade associadas ao calor.

Durante a implementação do PCOC 2007, de acordo com o que tem vindo a ser feito desde a criação deste Plano, houve a necessidade de, sempre que se justificou, promover uma estreita articulação com outros organismos com competências relacionadas com a previsão e alerta nesta área, nomeadamente, o IM, Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), INSA/ONSA, Instituto da Segurança Social (ISS) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

No decorrer do período de vigência deste Plano, e sempre que necessário, a DGS divulgou todo o tipo de informações e conteúdos considerados importantes às várias entidades que, pela sua natureza, poderiam fazê-los chegar à população, de forma célere e eficaz, particularmente às pessoas mais vulneráveis a situações de risco relacionadas com o calor. Dessas entidades fizeram parte a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a Associação de Apoio Domiciliário de Lares e Casas de Repouso de Idosos (ALI), União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Unidade de Missão para os Cuidados Continuados e Integrados (UMCCI), União das Mutualidades Portuguesas e a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).

A articulação entre a DGS, os serviços de saúde, aos níveis regional e local, e as várias entidades foi possível através do recurso a diferentes meios de comunicação, como sejam a

internet, nomeadamente o sítio da DGS e o e-mail, o Sistema de Alerta e Resposta

Apropriada (SARA) e o uso de telemóvel ou telefone sempre que a situação assim o exigiu.

A divulgação de recomendações à população para a minimização dos efeitos do calor na saúde, como se tem verificado nos anos anteriores, foi um dos aspectos prioritários durante a vigência deste Plano. Os meios utilizados para proceder à difusão dessa informação foram o sítio da DGS, o Serviço Saúde 24, os serviços de saúde locais e os meios de comunicação social. Foram ainda distribuídos cartazes, folhetos e Circulares Informativas

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destinados à população em geral, contemplando recomendações de medidas a tomar em períodos de temperaturas elevadas.

A análise do relatório relativo à implementação do PCOC, no seu quarto ano de vigência, constitui uma ferramenta importante, a ter em conta na adequação da estruturação da organização e nos meios a disponibilizar pelas entidades responsáveis de forma a prevenir a morbilidade e mortalidade associadas ao calor.

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2.ESTRUTURAECOORDENAÇÃO

A coordenação da implementação do PCOC foi realizada através do funcionamento da estrutura prevista neste Plano composta por quatro grupos de trabalho: Grupo Coordenador (GC), Grupo Operacional da Saúde (GOS), Grupos de Trabalho Regionais (GTR) e Grupo de Crise.

2.1 Grupo Coordenador

O GC é presidido pela DGS e inclui um representante do ISS e um outro da ANPC, tendo como funções a coordenação, supervisão e avaliação do PCOC ao longo do seu período de vigência, entre 15 de Maio e 30 de Setembro.

2.2 Grupo Operacional da Saúde

O GOS é constituído por elementos da DGS, responsáveis pelas áreas da Saúde Ambiental, SARA, Procura dos Serviços de Urgência, Estatísticas de Mortalidade, Serviço Saúde 24 e Relações Públicas, assim como por representantes do INEM e do INSA/ONSA. A principal função deste grupo foi reunir e disponibilizar diariamente toda a informação necessária à avaliação do risco por parte dos GTR. Sempre que necessário, o GOS articulou-se com o IM e com a ANPC.

Com uma periodicidade semanal, foram realizados relatórios para avaliação das ocorrências, dos quais foi dado conhecimento ao GC e aos GTR. A partir destes relatórios, foram ainda elaborados comunicados, dando conhecimento das ocorrências verificadas no período em questão, disponibilizados no sítio da DGS.

Mensalmente, e com base nos relatórios semanais, foram também elaborados relatórios com o objectivo de dar conhecimento ao Senhor Ministro da Saúde das ocorrências verificadas no âmbito do PCOC.

2.3 Grupos de Trabalho Regionais

Como previsto no PCOC, as ARS/CRSP foram responsáveis pela constituição de GTR de estrutura idêntica ao GC, incluindo todos os organismos tidos como necessários.

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Os GTR tiveram como funções elaborar os respectivos Planos de Contingência Regionais (PCR), proceder à avaliação diária do risco, à coordenação e operacionalização da implementação do PCOC a nível regional, assim como a comunicação diária ao GOS dos níveis de alerta adoptados e de ocorrências relacionadas com efeitos do calor na saúde.

2.4 Grupo de Crise

O Grupo de Crise, constituído pelas ARS/CRSP, IM, GOS e GC, reunir-se-ia sempre que a situação assim o exigisse. No entanto, tendo em conta a predominância de temperaturas amenas durante o período de vigência do PCOC, não foi realizada qualquer reunião deste Grupo.

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3.PROTOCOLOPARAIMPLEMENTAÇÃODOPCOC2007

De acordo com o PCOC, a avaliação e gestão do risco associado ao calor é da responsabilidade de cada ARS, através dos seus Serviços de Saúde Pública. Tendo em vista a sua operacionalização ao nível regional, cada região deverá ter na estrutura do seu PCR composto por um grupo coordenador e por um grupo de apoio técnico.

O sistema de previsão, alerta e resposta funcionou durante o período de vigência do PCOC (de 15 de Maio a 30 de Setembro de 2007) e teve como finalidade a avaliação do risco decorrente de periodos de calor intenso, com especial atenção para os grupos vulneráveis e de risco.

Considerando que o sistema de previsão, alerta e resposta apropriada assenta no processamento de informação fornecida pela DGS, complementada pela informação recolhida pelos serviços de saúde pública, foi essencial dotar estes Serviços dos instrumentos necessários à concretização deste objectivo. Para tal disponibilizou-se verbas, através de protocolo, para:

1. Contratualizar a avaliação e monitorização do PCOC 2007 na Região de Saúde, com elaboração de relatórios mensais e relatório final.

2. Adquirir material necessário à boa consecução do objectivo definido no ponto 1. 3. Produzir material informativo (folhetos, cartazes, etc.) adaptado à realidade

geodemográfica da Região de Saúde.

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4.SISTEMASDEAVALIAÇÃODERISCO

Para proceder à avaliação diária do risco foram utilizados diversos meios de comunicação entre a DGS, as ARS/CRSP, o IM e o INSA/ONSA.

Diariamente, a DA reunia toda a informação necessária para que os GTR pudessem proceder à avaliação do risco, bem como desencadear e coordenar todas as medidas entendidas como necessárias face à situação climatológica. Desta forma, a informação monitorizada diariamente foi a seguinte:

• Previsões meteorológicas, temperaturas observadas e previstas, sistemas de avisos meteorológicos a nível distrital, humidade relativa do ar e Índice Ultra-Violeta (IUV), disponibilizados pelo IM;

• Índice-Ícaro Nacional, para Lisboa e Índices Regionais elaborados pelo INSA/ONSA;

• Excedências de ozono disponibilizadas pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR);

• Comunicados da ANPC.

A informação relativa à evolução das temperaturas por distrito e aos Índices-Ícaro foi disponibilizada aos GTR através de um formulário existente na área reservada do sítio da DGS (Figura 1). A informação referente às excedências de ozono foi reportada através de

e-mail sempre que recebida por parte das CCDR, enquanto os IUV foram monitorizados

diariamente, tendo sido enviado um e-mail aos GTR a alertar para os seus valores sempre que estes se apresentaram altos.

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Analisada a informação recebida, os GTR procediam à definição dos níveis de alerta distritais, dando conhecimento destes, através de e-mail ou de fax à DA, a qual, após recepção de todos os níveis de alerta, os tornava públicos através da actualização e activação do referido formulário. Este gerava automaticamente um mapa nacional com informação genérica dirigida à população, tendo sido colocado em pop-up, sempre que se verificavam alterações no nível de alerta.

Para além desta informação, foram ainda monitorizados outros indicadores, tais como a procura dos serviços de urgência, a procura do Serviço Saúde 24 e a existência de ocorrências passíveis de provocar efeitos sinergéticos, como incêndios e eventos públicos.

Sempre que se considerou necessário, foi realizado, telefonicamente, um reforço da informação aos GTR e, quando as condições meteorológicas o justificaram, foi colocada em destaque no sítio da DGS, informação relativa às recomendações à população.

Refere-se, ainda, a utilização da área designada como “Informação Reservada” do formulário para transmissão de informação relevante aos GTR, particularmente quando se verificava atraso na chegada dos dados.

Para além destes procedimentos, a informação relativa aos Índices-Ícaro foi também disponibilizada diariamente através do SARA para conhecimento das Autoridades de Saúde (AS).

4.1 Avaliação do Risco

4.1.1 Temperatura

As temperaturas demasiado elevadas podem ter uma influência negativa na saúde humana e a exposição prolongada por um período de vários dias consecutivos sob estas condições pode conduzir a um excesso do número de óbitos. De acordo com a definição climatológica, considera-se que ocorre uma onda de calor quando no intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura máxima do ar é superior em 5ºC ao respectivo valor médio diário da temperatura máxima verificada no período de referência (1961-1990).

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A temperatura é o factor mais imediato quando se pretendem analisar os efeitos negativos que o calor possa ter na saúde humana e foi um dos principais parâmetros considerados na definição dos níveis de alerta.

No mês de Maio observaram-se valores médios da temperatura média do ar superiores aos valores médios em todo o território. Destacaram-se os dias 17 e 18 como aqueles em que se verificaram valores da temperatura do ar (máxima e mínima) muito superiores aos respectivos valores médios (IM).

O dia 18 de Maio foi o dia mais quente do mês, tendo sido o distrito de Setúbal a registar a temperatura mais elevada, com 35ºC. Entre os dias 18 e 19 as temperaturas desceram de forma acentuada nos distritos de Lisboa e Setúbal, onde se verificaram descidas de 12ºC e 9ºC, respectivamente; entre os dias 19 e 20 nos distritos de Braga, Vila Real e Portalegre com descidas de 9ºC e em Viseu de 11ºC. Até final do mês as temperaturas mantiveram-se baixas, não ultrapassando os 26ºC no dia 23 de Maio em Setúbal e Évora, e no dia 24 no distrito de Braga.

O mês de Junho caracterizou-se pela ocorrência de valores médios da temperatura média do ar inferiores aos valores normais nas regiões do Interior Norte e Centro e próximos ou superiores no restante território. Contudo, nos primeiros dias do mês, os valores da temperatura do ar foram altos e superiores aos valores médios (IM). Até ao dia 7 verificou-se uma subida generalizada da temperatura, que atingiu os 35ºC no dia 4 em Setúbal e Évora e no dia 5 em Évora.

No dia 6, a DGS recebeu por parte do IM um comunicado a informar que cinco estações meteorológicas na região Sul, designadamente Portalegre, Setúbal, Évora, Alcácer do Sal e Alvalade, tinham perfeito no dia 5 o 4.º dia consecutivo com temperaturas acima dos limiares que correspondem às médias diárias do período de referência (1961-1990), o que poderia significar uma possível onda de calor do ponto de vista meteorológico. De referir, que se verificou a ocorrência de uma onda de calor com a duração de 6 dias (2 a 7 de Junho) na estação de Portalegre (IM).

A partir de dia 7 as temperaturas voltaram a descer até final do mês mantendo-se relativamente baixas (<30ºC). Na última semana de Junho verificou-se uma subida das

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temperaturas, sobretudo nas regiões do Alentejo e do Algarve, com o distrito de Beja a registar 33ºC no dia 30.

O mês de Julho destacou-se pela ocorrência de valores médios da temperatura média do ar inferiores aos valores normais nas regiões do Norte e Centro e próximos ou superiores no restante território (IM).

Nos primeiros dois dias do mês verificaram-se temperaturas amenas inferiores a 30ºC. No período de 3 a 14 registou-se uma subida gradual das temperaturas máximas em todo o território, sendo que nas regiões Norte e Centro essa subida foi maioritariamente sentida de 4 a 8 e de 10 a 14 de Julho. No primeiro destes períodos o maior valor de temperatura foi observado no distrito de Setúbal (37ºC) no dia 5. Entre os dias 10 e 14 voltaram a verificar-se temperaturas elevadas em alguns distritos do país, nomeadamente, Santarém, Setúbal, Castelo Branco, Évora e Beja, tendo o valor máximo registado sido de 38ºC no dia 12 em Beja.

A partir do dia 15 verificou-se uma descida significativa das temperaturas em todo o território que se mantiveram até dia 24, altura em que não ultrapassaram os 32ºC nos distritos de Évora e Beja.

O período entre 25 e 30 caracterizou-se por uma subida dos valores das temperaturas máximas tornando-se mais significativa a partir de dia 28, tendo-se atingido os valores máximos detemperatura no dia 30, no qual se registaram 43ºC no distrito de Santarém. As temperaturas elevadas que se fizeram sentir durante o referido período levaram à mudança do nível de alerta para amarelo nos distritos de Bragança para o dia 31, Castelo Branco para os dias 29 e 30, Santarém, Lisboa e Setúbal para os dias 30 e 31, Portalegre, Évora, Beja e Faro para os dias 29, 30 e 31.

No dia 27 de Julho, a DGS colocou em destaque no seu sítio da internet informação relativa à previsão de temperaturas máximas e mínimas elevadas para os dias seguintes, reforçando as recomendações para a população em geral e a necessidade de se adoptarem medidas de protecção com vista a minimizar os efeitos negativos do calor sobre a saúde.

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No dia 29 foi enviada uma informação para algumas das entidades que colaboraram com a DGS alertando para o facto da prevalência de temperaturas elevadas em alguns distritos do território nacional, que se vinham fazendo sentir há já alguns dias.

É de referir que, em alguns dias do mês, se verificou a ocorrência de temperaturas mínimas superiores a 20º C em grande parte dos distritos do território nacional. De realçar o caso de Portalegre que atingiu os 28ºC nos dias 29 e 30.

O último dia do mês registou uma descida generalizada das temperaturas com maior incidência nas regiões Norte, Centro e LVT.

O mês de Agosto caracterizou-se por valores médios da temperatura média do ar superiores aos valores normais nas regiões do Litoral do Norte e Centro, a oeste de Lisboa e na região da Amareleja e inferiores em parte das regiões do Interior Norte e Centro e próximos no restante território (IM).

Apesar de no dia 1 as temperaturas terem mantido a tendência de dia 31 de Julho, em que não foram ultrapassados os 31ºC nos distritos de Évora, Beja e Faro, o alerta amarelo permaneceu nesses distritos e ainda em Bragança, Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre.

Nos dias 2, 3 e 4, em que se verificaram temperaturas elevadas, o valor máximo registado foi de 40ºC nos distritos de Santarém, Évora e Beja no dia 3, e em Castelo Branco e Évora no dia 4. Esta situação implicou uma mudança do nível de alerta para amarelo para os dias 3 e 4 no distrito de Castelo Branco e para os dias 4 e 5 em Portalegre, Évora e Beja.

Depois do dia 5 as temperaturas desceram de um modo generalizado, tendo-se observado em seguida três dias, entre 8 e 10 de Agosto, com temperaturas um pouco mais elevadas, as quais não excederam os 37ºC em Évora no dia 9.

A partir de dia 11 de Agosto, e até final do mês, verificou-se a prevalência de temperaturas amenas as quais não ultrapassaram os 35ºC nos distritos de Évora e Beja no dia 17, de Faro no dia 19 e de Setúbal no dia 24.

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De realçar os dias 15 e 25 em que se registaram valores muito baixos da temperatura máxima do ar em todo o território nacional (IM).

A DGS recebeu no dia 31 de Agosto uma informação do IM a alertar para a previsão de temperaturas máximas e mínimas elevadas para os dias seguintes.

O mês de Setembro foi caracterizado pelo registo de valores médios da temperatura média do ar próximos dos valores normais nas regiões do Nordeste, Litoral Centro e no Interior Sul e superiores no restante território (IM).

Nos primeiros sete dias do mês de Setembro as temperaturas apresentaram valores elevados em vários distritos do país, atingindo-se os 38ºC no dia 5 em Santarém, o que implicou a mudança do nível de alerta para amarelo nesse distrito entre os dias 3 e 8, e nos distritos de Portalegre, Évora e Beja para o dia 6.

De referir ainda que, neste período do mês, alguns distritos apresentaram também temperaturas mínimas superiores a 20º C.

Segundo informação do IM, no dia 6 entraram em onda de calor cinco estações meteorológicas: Anadia, Lousã, Santarém, Alvega e Portalegre, as quais saíram desta situação no dia seguinte (1 a 6 de Setembro).

A partir do dia 8 as temperaturas prevaleceram amenas, verificando-se uma descida nos últimos dias do mês de Setembro.

De referir que no distrito de Leiria não foram registados valores para as temperaturas observadas durante todo o período de vigência do PCOC 2007, uma vez que segundo o IM, a estação meteorológica não se encontrava activa. Assim, a definição do nível de alerta para o distrito de Leiria foi feita, principalmente, com base nos valores de Índice-Ícaro.

4.1.2 Índice-Ícaro

O Projecto ÍCARO tem desenvolvido actividades regulares de monitorização de ondas de calor com eventuais impactes negativos na saúde da população portuguesa desde o Verão de 1999.

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Durante os meses de Maio a Setembro foi emitido de forma regular o Boletim ÍCARO. Sempre que possível, o Boletim foi emitido duas vezes por dia, com uma versão matinal e uma versão vespertina, a qual dependeu da disponibilidade da previsão meteorológica a dois dias (D+2) para os 18 distritos de Portugal continental.

Os Boletins foram emitidos e enviados nos dias de semana. Existiu apenas uma situação, no final do mês de Julho, em que o Boletim foi emitido durante o fim-de-semana porque a situação assim o justificou. Neste período, todas as regiões tiveram Índices-Ícaro superiores a zero, apresentando a região que inclui o distrito de Lisboa, um valor superior a 1.

Este ano o Boletim teve como referência um Índice Nacional construído a partir da média ponderada dos Índices Regionais, usando como ponderador a percentagem de população residente em cada uma das quatro regiões ÍCARO.

Durante o período de vigência do PCOC 2007 o Índice-Ícaro foi um dos parâmetros utilizados para a definição dos níveis de alerta, sendo disponibilizados diariamente os valores previstos para o dia seguinte.

Em anexo (Vide Anexo I) apresenta-se uma listagem dos valores de Índice-Ícaro observados no período de 15 de Maio a 30 de Setembro. Para os dias não apresentados nesta lista, observaram-se Índices-Ícaro com valor igual a zero, ou correspondem a dias de fim-de-semana durante os quais não foi emitido o Boletim.

Da destes valores verifica-se que estes atingiram valores mais elevados nos dois últimos dias do mês de Julho, sendo que a região de Lisboa registou o valor mais elevado de 0,69 (toda a população) e de 0,73 (população com mais de 75 anos) no dia 30. Nesse mesmo dia, a região Litoral Norte apresentou o valor de 0,41 (toda a população) e de 0,36 (população com mais de 75 anos), a região Litoral Sul apresentou o valor de 1,29 (toda a população) e a região Interior Sul o valor de 0,46 (toda a população). No dia 31 de Julho, a região Litoral Sul registou o valor de 1,12 (população com mais de 75 anos). A região Interior Sul atingiu o valor mais elevado para a população com mais de 75 anos no dia 4 de Agosto, com 0,7. Os valores mais elevados na região Interior Norte foram observados no dia 4 de Agosto, com 0,16 (população com mais 75 anos) e no dia 5, com 0,17 (toda a população).

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O valor mais elevado do Índice Nacional foi observado no dia 30 de Julho (0,515), o qual avaliou um possível impacto de 129 óbitos num único dia (INSA/ONSA).

4.1.3 Excedências de Ozono

A presença de poluentes primários percursores do ozono na atmosfera juntamente com a luz solar, em especial durante o Verão, potencia a formação de ozono ao nível do solo (ozono troposférico). Quando se atingem concentrações elevadas deste poluente na atmosfera, a população em geral e especialmente os grupos mais vulneráveis, como as crianças, os idosos, os alérgicos e os portadores de doenças crónicas, particularmente do foro respiratório e cardíaco, podem sentir os efeitos dessas concentrações na sua saúde.

Assim, sempre que são ultrapassados os valores definidos pelo Decreto-Lei n.º 320/2003, de 20 de Dezembro, como limiar de informação ao público (180μg/m3) ou limiar de alerta

ao público (240μg/m3) para este poluente, é desencadeado um conjunto de procedimentos,

no sentido de fazer chegar essa informação tanto à população como as Autoridades de Saúde (AS), para que sejam tomadas as medidas preventivas tidas como necessárias, com vista a minimizar os efeitos do ozono sobre a saúde humana.

Desta forma, as excedências de ozono foram também um dos indicadores utilizados na monitorização do PCOC 2007. Apresenta-se em anexo (Vide Anexo II) uma súmula das excedências verificadas durante o período de vigência deste Plano.

Foi na região Norte (Anexo II – Tabela 1) que se verificou o maior número de excedências, tendo a mais elevada sido registada no dia 4 de Agosto, na estação de Calendário (Famalicão), com 269μg/m3.

(24)

Na região Centro (Anexo II – Tabela 2) foram registadas excedências de ozono apenas no dia 3 de Setembro na estação de Fornelo do Monte em Vouzela, sendo que o valor mais elevado, 225μg/m3, ocorreu entre as 19h00 e as 20h00.

Foram ainda verificadas excedências de ozono na região de LVT (Anexo II – Tabela 3), onde o valor mais elevado (206μg/m3) foi registado no dia 3 de Agosto, na estação de

Escavadeira, concelho do Barreiro.

Tal como já foi referido, sempre que foi recebida informação relativa às excedências de ozono por parte das CCDR, esta foi enviada via e-mail para o respectivo GTR.

(25)

5.INFORMAÇÃOECOMUNICAÇÃO

Tal como estava previsto no PCOC 2007, foram utilizados diversos meios de informação para a população em geral, nomeadamente o sítio da DGS, folhetos, cartazes, meios de comunicação social, Circulares Informativas e o Serviço Saúde 24.

No sítio da DGS esteve disponível uma área designada por “Especial Verão 2007” (Figura 2), a qual contemplou informação relativa ao PCOC, nomeadamente o mapa nacional com informação genérica dirigida à população, os comunicados das ocorrências verificadas semanalmente, recomendações relativas à exposição ao calor, informação sobre a interacção entre os medicamentos e o calor, as Circulares Informativas produzidas no âmbito deste Plano, entre outras. Na rubrica “Tome Nota” do mesmo sítio esteve ainda em destaque informação acerca dos cuidados a observar durante a exposição à radiação ultra-violeta. Sempre que a situação o justificou, foi colocada em pop-up e em destaque informação e recomendações destinadas à população em geral.

(26)

Atendendo ao papel fundamental na divulgação de informação à população pelos meios de comunicação social, recorreu-se, também, à articulação com estes meios sempre que necessário. Foi ainda utilizada como veículo de informação a rubrica existente no Jornal Record, designada “Record Saúde”, na qual foram publicados dois artigos relacionados com o calor.

Foram elaboradas Circulares Informativas (Vide Anexo III) relativamente a:

• Circular Informativa n.º16/DA de 18/07/2007 – Recomendações para creches e infantários;

• Circular Informativa n.º17/DA de 18/07/2007 – Recomendações para estabelecimentos de acolhimento de idosos;

• Circular Informativa n.º18/DA de 18/07/2007 – Recomendações para trabalhadores;

• Circular Informativa n.º19/DA de 18/07/2007 – Recomendações para responsáveis pelo apoio a pessoas sem abrigo;

• Circular Informativa n.º24/DA de 09/08/2007 – Recomendações para turistas; • Circular Informativa n.º25/DA de 13/08/2007 – Recommendations for tourists

(versão inglesa da Circular Informativa n.º24/DA).

De referir também, a realização de uma sessão de esclarecimento sobre ondas de calor dirigida aos voluntários de uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) da região de Lisboa, Associação Coração Amarelo, cuja actividade se prende com o apoio a pessoas em situação de solidão e/ou dependência, preferencialmente as mais idosas. Esta sessão foi solicitada pela referida IPSS e realizada por técnicas da DA no dia 17 de Julho.

(27)

6. MONITORIZAÇÃO DAS MEDIDAS TOMADAS PELOS SERVIÇOS DE SAÚDE

6.1. Informação de Retorno das Autoridades de Saúde

A Informação de Retorno por parte das AS poderia ser registada na área reservada do sítio da DGS e no SARA, sendo que, no período entre 15 de Maio e 30 de Setembro, não foram introduzidas quaisquer Informações de Retorno.

De acordo com o Despacho do Senhor Director-Geral da Saúde de 12 de Maio de 2006, os dados relativos ao Índice-Ícaro elaborados pelo INSA/ONSA são introduzidos, diariamente, no SARA para conhecimento das AS e consequente decisão sobre as medidas a tomar. Assim, verificou-se que foram inseridos 100 Boletins ÍCARO no SARA no período considerado.

No mesmo período foram recebidos 33 pedidos de códigos de acesso ao SARA para que as AS dessem cumprimento ao estipulado pelo Senhor Director-Geral, os quais tiveram resposta imediata.

Entre 15 de Maio e 30 de Setembro foram inseridos no SARA 45 alertas, não sendo nenhum deles relativo a incidentes devido ao calor.

De referir ainda, que no período acima indicado o SARA/DGS foi contactado, via telefónica, apenas em três situações relacionadas com dificuldades de acesso. Foi feita uma análise desses problemas com as AS que os identificaram, sendo estes prontamente solucionados nos casos em que a sua origem não era de ordem técnica.

Apesar das determinações divulgadas através da Circular Normativa n.º 10/DSA de 09/08/2006 – Plano de Contingência para as Ondas de Calor – Procedimentos, a partir da qual o Boletim ÍCARO passou a estar disponível no SARA, raras foram as AS que utilizaram o programa para comunicar situações de alerta devidas ao calor. Tal facto não permite que o SARA/DGS faça uma avaliação epidemiológica dos casos, tendo em consideração as temperaturas verificadas no período das ocorrências, a sua localização geográfica, a idade e o sexo dos indivíduos.

(28)

6.2. Planos de Contingência Regionais

Os GTR de cada região elaboraram o respectivo PCR, sendo responsáveis pela sua operacionalização a nível dos hospitais e centros de saúde e identificando os serviços mais vulneráveis.

Em cada um dos PCR foram descritos os critérios utilizados para a definição dos níveis de alerta, com base nas orientações dadas pelo Anexo I do PCOC 2007. Foram igualmente previstos os diferentes tipos de intervenção para cada um dos alertas, consubstanciados em acções de prevenção e protecção da saúde, a realizar pelos diferentes serviços de acordo com as suas competências.

6.3. Planos Específicos das Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde

Tal como preconizado no PCOC 2007, os PCR deveriam ter contemplado Planos Específicos (PE) dos hospitais e centros de saúde, que previssem a articulação interinstitucional a nível regional, distrital e local. Estes Planos teriam como principal objectivo garantir a existência de mecanismos que permitissem uma resposta eficaz por parte das Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde (UPCS), aquando do aumento do fluxo de doentes, nomeadamente: adequada climatização, garantia de stocks de medicamentos e meios adequados às necessidades, apoio atempado a grupos e pessoas vulneráveis, entre outros aspectos. Os PE teriam também um papel importante no fluxo de informação, assegurando a não existência de constrangimentos através da regularização do acesso informático pelos profissionais de saúde e o funcionamento adequado das aplicações informáticas SARA, SINUS e SONHO.

À semelhança dos anos anteriores, no sítio da DGS foi incluído um formulário electrónico (Figura 3), para registo de informação relativa aos PE dos hospitais e centros de saúde. A disponibilização desta informação permite avaliar o grau de actuação das unidades prestadoras de cuidados de saúde (UPCS) na adequação dos respectivos serviços em caso de temperaturas elevadas.

(29)

Figura 3 – Formulário dos Planos Específicos das Unidades Prestadoras de Cuidados de Saúde

Este ano apenas uma AS reportou a existência de um PE numa UPCS. Nesse plano foi referido, entre outros aspectos, a existência de climatização, de acções de formação e sensibilização aos profissionais para os sintomas e tratamento de casos associados ao calor e ainda o esforço na cooperação interinstitucional nomeadamente com as escolas, lares, autarquia, entre outras.

(30)

7.MONITORIZAÇÃODAPROCURADESERVIÇOSDEURGÊNCIA

Comparando os períodos homólogos de Junho, Julho, Agosto e Setembro de 2003 a 2007, não se verificou qualquer aumento na procura global de cuidados de saúde em serviços de urgência, ocorrendo somente em Agosto e Setembro um ligeiro aumento (11%) na procura nos serviços de urgência hospitalares.

Tabela 1 – Comparação da procura de cuidados de saúde em serviços de urgência nos meses de 2007 com os períodos homólogos de 2003 a 2006

Média 2003 a 2206 (E) 2007 (O) O/E Junho 327999 335385 1,02 Julho 334333 342508 1,02 Agosto 335159 371550 1,11 Hospitais Setembro 303171 336592 1,11 Junho 416697 225857 0,54 Julho 424873 225821 0,53 Agosto 453393 237194 0,52 Centros de Saúde Setembro 409305 206286 0,50 Junho 744696 561242 0,75 Julho 759206 568329 0,75 Agosto 788553 608744 0,77 Total Setembro 712476 542878 0,76

Verificou-se que no total dos serviços houve uma redução entre 25 e 23% na procura de cuidados, principalmente à custa da redução da procura nos centros de saúde.

Nas urgências hospitalares houve um acréscimo de 2% em Junho e Julho e de 11% em Agosto e Setembro, mas como esse acréscimo de procura não foi acompanhado nos centros de saúde, poder-se-á colocar a hipótese de que parte deste acréscimo esteve relacionado com a nova estrutura da oferta de serviços de urgência nos centros de saúde.

(31)

8.MONITORIZAÇÃODAPROCURADOSERVIÇOSAÚDE24

O Ministério da Saúde, desde 25 de Abril de 2007, disponibiliza ao cidadão um novo serviço: o Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde - Saúde 24.

A mais recente iniciativa deste Ministério visa responder às necessidades manifestadas pelos cidadãos em matéria de saúde, contribuindo para ampliar e melhorar a acessibilidade aos serviços e racionalizar a utilização dos recursos existentes através do encaminhamento dos utentes para as instituições mais adequadas integradas no Serviço Nacional de Saúde.

No seguimento de experiências anteriores com a linha de orientação pediátrica “Dói, Dói? Trim Trim!” e com a LSP, foi desenvolvido o novo Saúde 24: com a mesma forma de funcionamento, abrangendo toda a população. Este Serviço está disponível todo o ano, 24 horas por dia, podendo ser acedido pelo 808 24 24 24, www.saude24.pt, fax e e-mail.

A LSP integra o Saúde 24 e depende da DGS, continuando a ser um importante instrumento do cidadão, ajudando-o a ter uma atitude pró-activa relativamente à gestão da sua saúde e/ou família.

No contexto do PCOC, e conhecidos que são os efeitos da exposição a temperaturas elevadas, é importante criar mecanismos que promovam a prevenção/redução destes efeitos na saúde. O calor representa um perigo efectivo para a saúde humana, dependendo da capacidade de adaptação dos grupos mais vulneráveis e de factores ambientais.

A LSP além de divulgar informação, centra-se numa abordagem pró-activa, aconselhando o cidadão sobre as medidas mais adequadas a adoptar para evitar problemas de saúde relacionados com o calor e despistar eventuais situações problemáticas. Esta Linha cria pontes de contacto, esclarecimento e aconselhamento com a população, para além de ser um elo de ligação entre os profissionais de saúde e a DGS.

Com a activação do “módulo Verão” em 15 de Maio, enquadrado na resposta do PCOC da DGS, a LSP dirige-se preferencialmente às pessoas mais vulneráveis, nomeadamente idosos, crianças nos primeiros anos de vida, portadores de doenças crónicas (doenças metabólicas, cardiovasculares e respiratórias), pessoas obesas, doentes acamados, pessoas que vivam sós e em habitações com problemas ao nível da climatização e turistas.

(32)

No período de 15 de Maio a 30 de Setembro o atendimento diário foi mantido activo das 8 às 24 horas.

8.1. Actividades Desenvolvidas

8.1.1. Actividades de funcionamento

Foram mantidas actividades regulares e realizadas reuniões com a Direcção e com peritos da DGS para:

• Consolidar orientações e/ou informações;

• Elaborar escalas de distribuição do trabalho com a divulgação pelas enfermeiras coordenadoras e Siemens para programação da central telefónica;

• Compilar diariamente os dados sobre o atendimento telefónico; • Supervisar o atendimento telefónico;

• Analisar, avaliar e discutir os registos com os agentes de linha.

8.1.2. Material técnico-científico de apoio

Para suporte ao atendimento telefónico, os agentes de linha tiveram documentos sobre calor e efeitos na saúde, com reforço de informação específica, sempre que necessário, na área reservada.

Respondeu-se em tempo útil a questões sobre os efeitos do calor na saúde pública, procedimentos de prevenção e focalização no empowerment do utilizador da linha telefónica. Assim:

• Actualizou-se o protocolo de actuação;

• Actualizou-se o protocolo de exposição ao calor;

• Desenvolveu-se o panfleto – recomendações face ao calor; • Actualizou-se a informação sobre medicamentos e onda de calor; • Desenvolveu-se suporte de informação para IUV;

(33)

8.2. Recursos Utilizados

Para que fossem atingidos os objectivos traçados recorreu-se aos seguintes recursos: • Equipa de agentes de linha;

• Equipa de peritos de assessoria à LSP, em particular, da DA da DGS; • Grupo de trabalho do PCOC da DGS.

8.3. Avaliação do Atendimento Telefónico

No período de 15 de Maio a 30 de Setembro de 2007, a procura do Saúde 24 por razões ligadas ao calor foi muito baixa, havendo um total de 279 chamadas, o qual representou apenas 4,9% das chamadas atendidas pela LSP.

8.3.1. Evolução do atendimento telefónico entre 2004 e 2007

Nos vários anos, e ao longo do período de aplicação do PCOC, tem vindo a constatar-se que há uma procura assimétrica da linha, nem sempre evidenciando maior procura nos períodos de calor mais intensos.

PLANO CONTINGÊNCIA ONDAS DE CALOR

Evolução do atendimento telefónico - Total de chamadas atendidas

0 50 100 150 200 250

2007 alerta07 2006 alerta06 2005 alerta05 2004 média

Coordenação LSP

Gráfico nº 1 – Distribuição das chamadas no período de 15 Maio a 30 de Setembro: 2004-2007

(34)

A procura da LSP comparativamente com os dias de mais calor foi maior no ano de 2005. No período de 15 de Maio a 30 de Setembro de 2007, como anteriormente referido, a procura do Saúde 24 por razões ligados ao calor foi muito baixa.

8.4. Distribuição das Chamadas por Região de Saúde

Distrito de origem das chamadas

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Setúbal Braga Lisboa Vila Real Porto Évora

Gráfico nº 2 – Origem das chamadas por Distrito

As chamadas têm, maioritariamente, origem na rede móvel, sendo o distrito de Lisboa aquele que mais chamadas proporcionou.

8.5. Registos sobre Calor

Da análise dos registos apresenta-se a análise do perfil do utilizador, bem como o aconselhamento e encaminhamento indicados.

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8.5.1.1. Idade e Sexo

59,09%

40,91%

Ctx. Indiv. Sexo Masculino

Feminino Ctx. Indiv. Sexo

Gráfico nº 3 – Sexo do utilizador

A idade média dos cidadãos que contactaram a Linha é de 22 anos, maioritariamente do sexo masculino. Telefonaram por razões pessoais, no horário das 12-15 horas e das 18-19 horas.

8.5.2. Resultados do Contacto Telefónico

As questões colocadas estavam relacionadas com medidas de prevenção e/ou informação de recomendações face ao calor. As respostas obtidas através da LSP parecem continuar a satisfazer o utilizador já que foram reduzidos os segundos contactos sobre o mesmo assunto.

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8.5.2.1. Aconselhamento e encaminhamento Aconselhamento 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% Prevenção do contágio / risco Alimentação / hidratação Vestuário adequado Adequação de comportamentos Adequação do meio ambiente Importância do repouso / sono Outros

Gráfico nº 4 – Aconselhamento efectuado

O aconselhamento efectuado centrou-se nas recomendações da DGS para o calor, lembrando a importância da adequação de comportamentos, da alimentação/hidratação e do vestuário. Outro Não necessária Médico Assistente Hospital Domicílio Centro de Saúde Pe rce n t 60 40 20 0 9,09% 63,64% 4,55% 4,55% 4,55% 9,09% 4,55% Encaminhamento Gráfico nº 5 – Encaminhamento

(37)

A orientação de encaminhamento mais utilizada foi não necessário encaminhar para observação médica (63,6%). No entanto, foi indicada a necessidade de procura de cuidados de saúde a cerca de 22% dos contactos.

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9.VIGILÂNCIADOSEFEITOSDOCALORNAMORTALIDADE

À semelhança dos anos anteriores, e no âmbito da investigação prevista no PCOC, o INSA/ONSA procedeu à monitorização da mortalidade com base no Sistema VMD, o qual fornece a informação relativa ao número total de registos de óbitos da população em geral e dos indivíduos com idade igual ou superior a 75 anos por data do óbito, inserida pelas 67 CRC, que se encontram distribuídas por todos os distritos de Portugal continental.

A principal dificuldade este ano relacionou-se com a monitorização da mortalidade diária que se realizava de forma regular desde 2004. De referir que em Maio a Direcção-Geral dos Registos e do Notariado (DGRN) interrompeu o funcionamento do sistema VMD o qual permitia a recolha diária da informação dos registos de óbitos das 67 CRC. Esta interrupção baseou-se no pressuposto de que, uma experiência que vinha a ser ensaiada entre o projecto ÍCARO, a DGRN e o Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça (ITIJ), de obtenção de informação sobre os óbitos do sistema informático das conservatórias, era exequível e operacionalizável.

Apesar das dificuldades referidas, no dia 6 de Julho foi recebida uma informação por parte do INSA/ONSA que referia que “O modelo prevê um excesso de cerca de 12 óbitos nestes dias com índices positivos”.

No dia 29 de Julho (Domingo), a DGS recebeu um Boletim ÍCARO que referia que “A actual situação aponta para amanhã (dia 30) um excesso de mortalidade na ordem dos 110 óbitos a mais do que o esperado em Portugal continental; com cerca de 70 no distrito de Lisboa”.

Em virtude das limitações que se verificaram na monitorização da mortalidade, não foi possível ainda concluir a sua avaliação. Está por esclarecer se alguma das situações de calor observadas, nomeadamente a ocorrida no final do mês de Julho e início de Agosto, tiveram algum impacte negativo em termos de mortalidade.

Releva-se assim, a importância da obtenção de dados definitivos de mortalidade, como elemento fulcral no cálculo do excesso de óbitos atribuíveis aos respectivos períodos de calor, bem como na calibração e aperfeiçoamento do Sistema de Vigilância ÍCARO.

(39)

10.OCORRÊNCIASREPORTADASPELOSGTR

10.1. GTR Norte

Na região Norte foram emitidos apenas dois alertas amarelos para o distrito de Bragança, tendo sido, no entanto, emitidos vários pré-alertas. Os objectivos destes pré-alertas foram prever atempadamente a probabilidade de ocorrência de onda de calor e identificar a existência de “picos de calor” que, embora não se tenham prolongado por grandes períodos, devido às suas características extremas, constituíram situações com probabilidade de existência de risco. A maioria dos pré-alertas foi registada nos distritos de Viana do Castelo e de Bragança, sendo o distrito do Porto aquele que verificou um menor número.

10.1.1. Planos de Contingência Concelhios

Na região Norte verificou-se que apenas 32 dos 68 concelhos existentes elaboraram o respectivo Plano de Contingência Concelhio (PCC), enquanto que os restantes, ou não executaram o Plano ou não responderam relativamente à sua eventual existência.

De realçar que, no distrito de Viana do Castelo não foi realizado qualquer PCC, uma vez que houve orientações a nível distrital, no sentido da implementação do PCOC ser orientado a nível distrital e não concelhio.

Os grupos etários vulneráveis, crianças com idades compreendidas entre 0 e 5 anos e idosos com idades superiores a 65 anos, identificados nesta região constituíram cerca de 23% da população avaliada, sendo o distrito do Porto aquele que tinha mais população pertencente aos referidos grupos. Os idosos com idades superiores a 65 anos constituem o grupo etário com maior representatividade em todos os distritos avaliados.

De referir que a população avaliada residente nos concelhos que elaboraram PCC foi inferior à população residente no distrito.

(40)

Tabela 2 – Elaboração de PCC e grupos etários vulneráveis Distrito N.º Concelhos Elaboração PCC Grupos etários vulneráveis (%)

Idosos com idades >65 anos (%) Braga 14 7 16 12 Bragança 12 8 21 18 Porto 18 8 24 17 Viana do Castelo 10 0 24 20 Vila Real 14 9 21 18 Total 68 32

10.1.1.1 Visitas às instalações com grupos vulneráveis

Foram realizadas visitas às instituições que trabalham com grupos vulneráveis para verificação das condições existentes no âmbito do PCOC, nomeadamente na área da intervenção directa em problemas de saúde relacionados com o calor. No distrito de Bragança a maioria destas visitas foi realizada em instituições com apoio domiciliário, sendo que nem todas as instituições com grupos vulneráveis receberam uma visita de verificação. No distrito do Porto, verificou-se que as instituições com grupos vulneráveis que se encontram em maior número são as Escolas de Ensino Básico – EB1, Jardins-de-infância e Creches. No distrito de Viana do Castelo a maior parte das visitas foi realizada em instituições que dão apoio domiciliário. Relativamente ao distrito de Vila Real foram as Escolas do Ensino Básico do 1.º ciclo que receberam maior número de visitas, embora nem todas as instituições com grupos vulneráveis tenham sido visitadas pelo menos uma vez. Nos distritos de Viana do Castelo e Vila Real, as instituições identificadas encontram-se sobrelotadas.

10.1.2. Planos Específicos

Relativamente à elaboração dos PE, houve a indicação de que dos 28 hospitais localizados na região Norte, apenas sete responderam afirmativamente quanto à execução dos respectivos Planos, sendo que destes, três localizaram-se no distrito de Braga (60% de taxa de cumprimento) e os outros quatro 4 no distrito do Porto (taxa de cumprimento 28,6%).

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Dos 101 centros de saúde localizados na região Norte, apenas 32 responderam afirmativamente relativamente à execução dos PE. As taxas de incumprimento face à elaboração dos Planos oscilam entre 87,5% no distrito em Vila Real e os 55,6% em Braga.

Quanto à taxa de execução destes Planos, há que referir que esta é bastante maior a nível dos hospitais (60%) do que nos centros de saúde (32%), facto que poderá ser explicado em parte pela diferença entre o número total de hospitais (28) e de centros de saúde (101).

10.1.3. Procura dos Serviços de Urgência

Em relação à procura dos serviços de urgência dos hospitais, verificou-se que o distrito com maior procura foi o Porto seguido de Braga. Esta diferença deveu-se ao elevado número de utentes que o primeiro distrito comporta. Importa ainda referir que, durante o período de vigência do PCOC, não se verificou qualquer alteração anormal na procura destes serviços nos hospitais localizados na região Norte, sendo que no mês de Setembro se registou uma menor procura dos serviços de urgência em toda a região e no mês de Junho houve uma maior procura dos serviços de urgência hospitalar.

Relativamente à procura dos serviços de urgência dos centros de saúde, verificou-se que, em termos gerais, não houve alteração anormal da procura destes serviços, mantendo-se a sua procura constante. Nos distritos do Porto e Braga a procura foi igual ao longo do período estipulado, acontecendo, por vezes, que no distrito de Braga a procura destes serviços foi maior do que no distrito do Porto, facto que poderá estar relacionado com o maior número de centros de saúde que possui serviço de urgência em Braga.

10.2. GTR Centro

Na região Centro foi decretado alerta verde na maioria dos dias em todos os distritos. Apenas foi definido o nível de alerta amarelo para o distrito de Castelo Branco no final do mês de Julho (dias 29 e 30) e início de Agosto (dias 3 e 4).

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10.2.1. Planos de Contingência Concelhios

A generalidade dos concelhos elaborou PCC, os quais foram enviados aos Grupos de Trabalho Distritais. Estes, por sua vez, procederam à elaboração de Planos de Contingência Distritais e ao seu envio ao GTR.

10.2.2. Procura dos Serviços de Urgência

Não foram notificadas quaisquer ocorrências presumivelmente relacionadas com o calor nesta região.

10.2.3. Dificuldades Encontradas

A heterogeneidade geodemográfica e climatérica da região Centro, traduzida pela divisão/partilha por três regiões “ÍCARO” – região Litoral Norte (distritos de Aveiro, Coimbra e Leiria), Região Interior Norte (distritos de Viseu e Guarda) e região Interior Sul (distrito de Castelo Branco), obrigou à desagregação do alerta regional em alertas distritais, mais compatíveis com as realidades locais.

Também foram sentidas dificuldades devido à inexistência de definição operacional de caso condicionou e limitou um conjunto de informações dos serviços de saúde, serviços de atendimento permanente, consulta aberta e serviços de urgência.

10.3. GTR LVT

Na região de LVT foi decretado o nível de alerta amarelo nos distritos de Santarém, Lisboa e Setúbal para os dias 30 e 31 de Julho e 1 de Agosto, e no distrito de Santarém no período de 3 a 8 de Setembro.

Embora estivesse previsto no PCR que seria assegurada a elaboração de PE pelos hospitais e centros de saúde da região, o apoio à elaboração de PCC, assim como a elaboração de um relatório final de avaliação do referido Plano, até à data de finalização do presente relatório, não foi recebida qualquer informação por parte da ARS LVT a esse respeito.

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10.4. GTR Alentejo

Durante o período de vigência do PCOC, foram emitidos na região do Alentejo sete relatórios de nível de alerta amarelo para todos os distritos para os dias 29, 30 e 31 de Julho, 1,4 e 5 de Agosto e 6 de Setembro.

Foi desenvolvida uma aplicação informática “Ondas de calor” para apoiar a definição dos relatórios de nível de alerta, calculando automaticamente o nível de alerta para cada um dos distritos de acordo com o período em causa (Maio/Junho e Julho/Agosto/Setembro) e emitido o respectivo relatório.

10.4.1. Planos Específicos

O tratamento dos dados das grelhas de apoio à avaliação preenchidas por cada concelho permitiu verificar que a maioria dos concelhos que respondeu tem PE elaborados (36 concelhos – 86%) e implementados (33 concelhos – 79%).

10.4.2. Avaliação das actividades desenvolvidas a nível concelhio

Conforme previsto no PCOC 2007, foram preenchidas por cada concelho as grelhas de apoio à avaliação, tendo sido remetidas à Unidade de Saúde Pública de Portalegre, um total de 42 grelhas. Assim, dos 43 concelhos ficou apenas em falta Odemira, no distrito de Beja.

Na maior parte dos casos verifica-se que existiu e articulação entre os serviços de saúde e um conjunto de entidades no município para a implementação deste Plano (76% dos concelhos que responderam), verificando-se que esta articulação foi mais fraca no distrito de Beja. Foram identificados como principais parceiros, os bombeiros (17 concelhos), as autarquias (16 concelhos), Guarda Nacional Republicana (15 concelhos), estabelecimentos escolares (7 concelhos), Juntas de Freguesia, Santa Casa da Misericórdia (6 concelhos), centros de dia/casas do povo/associações, Protecção Civil, lares de 3ª idade, IPSS (5 concelhos) entre outros.

(44)

O levantamento dos grupos de risco apenas foi conseguido em parte dos concelhos, encontrando-se estes dados bastante incompletos, pelo que os números não são representativos da totalidade da Região.

Na maioria dos concelhos procedeu-se à divulgação interna da informação junto dos profissionais de saúde e também, embora em menor número, nos estabelecimentos escolares, lares e centros de dia.

Em 25 dos 42 concelhos foram identificados locais de abrigo climatizados (13 não responderam).

Verifica-se a existência de um grande grupo de edifícios, quer instituições de saúde (centros de saúde/extensões de saúde), quer instituições de apoio social (creches e infantários, centros de dia e lares de 3ª idade) sem climatização, o que requer um grande esforço de investimento nesta área pelos serviços de saúde, bem como de sensibilização dos responsáveis pelas instituições em causa.

10.4.3. Procura dos Serviços de Urgência

Foram reportadas duas ocorrências, ambas no distrito de Portalegre, que coincidiram com grupos de risco: Alter-do-Chão (30 de Julho; portador de doenças crónicas) e Crato (4 de Agosto; idoso com mais de 75 anos). Estas duas ocorrências verificaram-se em períodos de aumento da temperatura em que foi definido nível de alerta amarelo para o próprio dia e para a véspera, ou para os dois dias anteriores.

No distrito de Beja, centro de saúde de Moura, foram também reportadas 17 ocorrências, desconhecendo-se no entanto os dias em que tal ocorreu e as características dos utentes envolvidos. Estas ocorrências foram identificadas apenas na grelha de avaliação anteriormente referida, não tendo sido reportadas na data respectiva.

10.5. GTR Algarve

Durante todo o período de vigência do PCOC vigorou o alerta verde na região do Algarve, excepto no período de 29 de Julho a 1 de Agosto, no qual foi emitido o alerta amarelo.

(45)

10.5.1. Planos de Contingência Concelhios

Na região do Algarve foram sete os concelhos (Alcoutim, Lagoa, Lagos, Portimão, Silves, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António) que enviaram PE ao Departamento de Saúde Pública, nos quais se encontravam resumidas as principais actividades desenvolvidas e as limitações à sua implementação.

No sentido de uma rápida operacionalização aquando da ocorrência de onda de calor, foi efectuado o levantamento de locais de abrigo climatizados e de dados referentes aos grupos mais vulneráveis, a identificação e caracterização de casos de população isolada na região e procedeu-se à instalação de sistemas de climatização em alguns serviços de saúde.

10.5.2. Procura dos Serviços de Urgência

O Departamento de Estudos e Planeamento da ARS Algarve efectuou a monitorização da procura diária nos Serviços de Atendimento Complementar (SAC) e Serviços de Atendimento Permanente (SAP) dos centros de saúde e nos Serviços de Urgência dos hospitais.

Da análise desta procura verificou-se que todos os meses monitorizados apresentaram uma diminuição da média diária de atendimentos em 2007 quando comparados com 2006.

No que diz respeito à procura dos SAC/SAP dos centros de saúde, não foi verificado um aumento nos atendimentos referente aos quatro dias de nível de alerta amarelo.

Relativamente aos Serviços de Urgência dos hospitais, para os referidos dias, verificou-se a mesma tendência descrita para os centros de saúde, mas de um modo mais acentuado, correspondendo o dia com maior número de atendimentos (30 de Julho – segunda feira) a um dos dias com nível de alerta amarelo.

No entanto, os dados disponibilizados não permitiram associar directamente a ocorrência do nível de Alerta amarelo a um maior número de atendimentos a nível dos centros de saúde e hospitais.

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No que respeita à ocorrência de patologias associadas ao calor, verificaram-se, durante os quatro dias de nível de alerta amarelo, dois casos de golpes de calor nos centros de saúde de Vila Real de Santo António e de Alcoutim, nos dias 29 e 31 de Julho, respectivamente.

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11.INVESTIGAÇÃO

11.1 Caracterização do tipo de sintomatologia associada a fenómenos climáticos extremos

Em Junho de 2006 teve início o desenvolvimento de um estudo de caracterização do tipo de sintomatologia associada a fenómenos climáticos extremos da população de idosos de lares. A aplicação deste estudo apenas teve início em 2007, e nele participam a DA e a EUROTRIALS.

Este estudo tinha como principal objectivo do estudo fazer a caracterização do tipo de sintomatologia associada a fenómenos climáticos extremos numa população de idosos através de:

• Comparação do tipo de sintomatologia por sexo, grupo etário e distrito por uma onda de calor e para uma onda de frio.

• Comparação do tipo de sintomas por co-morbilidades para uma onda de calor e para uma onda de frio.

• Comparação do tipo de sintomas por “outcome” (ex. deslocação a Urgência do hospital/centro de saúde, internamento, morte) para uma onda de calor e para uma onda de frio.

Os distritos de Castelo Branco, Guarda, Évora e Portalegre foram considerados como os mais relevantes para participar neste estudo, dado que, foram os distritos mais representativos de risco acrescido de morte resultantes das ondas de calor de 2003 (Calado

et al, 2004). Desta forma, foram seleccionados entre quatro a dez lares de idosos com

idades superiores a 65 anos para o estudo da sintomatologia associada às ondas de calor e de frio.

Durante o Verão de 2007 foram recolhidos inquéritos nos ditritos de Castelo Branco, Portalegre e Évora, ficando em falta o distrito da Guarda, por não se terem verificado as condições necessárias para aplicação dos inquéritos no corrente ano, aguardando-se o tratamento estatístico dos dados já recolhidos.

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12.CONCLUSÕES

Da análise dos diferentes dados disponibilizados pelas várias entidades envolvidas na implementação do PCOC 2007 pode concluir-se que, na generalidade, o período da sua vigência (15 de Maio a 30 de Setembro) se caracterizou pelo registo de temperaturas amenas para a época. De acrescentar que, nos momentos em que se justificou, houve uma pronta e eficaz interacção entre as várias entidades de forma a minimizar e, se possível, eliminar os efeitos nocivos do excesso de calor na população.

As AS actuaram de forma preventiva, reforçando as medidas de actuação sempre que se verificou uma mudança do nível de alerta para amarelo.

Outras medidas tomadas pelos serviços de saúde passaram ainda pela identificação dos grupos vulneráveis ao calor e verificação das condições existentes, avaliação da capacidade de resposta das UPCS e divulgação de informação e recomendações sobre os potenciais efeitos do calor, à população em geral e aos grupos de risco, quer no início de implementação do PCOC quer durante todo o período de vigência deste.

Da parte da DGS houve, este ano, um esforço acrescido em reforçar os elementos informativos que vinham a ser disponibilizados desde o início do PCOC. Para isso, foram desenvolvidas e divulgadas um conjunto de Circulares Informativas com conteúdos/recomendações importantes a ter em conta pelos diferentes sectores da sociedade (crianças, idosos, trabalhadores, pessoas sem abrigo e turistas) em períodos críticos.

A procura dos serviços de urgência mostrou que este ano não se verificou qualquer aumento na procura global de cuidados de saúde em serviços de urgência, ocorrendo somente em Agosto e Setembro um ligeiro aumento na procura (11%).

O Serviço Saúde 24 respondeu aparentemente de forma satisfatória às questões relacionadas com o calor, uma vez que a orientação de encaminhamento mais utilizada foi a de não necessário encaminhar para observação médica.

Em mais um ano de implementação do PCOC pode afirmar-se que, de um modo geral, a articulação interinstitucional foi reforçada, o que contribuiu em larga escala para o alcance

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dos objectivos preconizados neste Plano, embora, neste ano, não se tenham verificado temperaturas que comprometessem o normal funcionamento do Plano. De acordo com a informação reportada por parte dos GRT, existem ainda alguns aspectos a melhorar a nível concelhio e local.

Referências

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