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UnilesteMG Centro Universitário do Leste de Minas. Departamento de Engenharia Elétrica. Máquinas Elétricas & Dinâmica de Máquinas. Máquinas Síncronas

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UnilesteMG – Centro Universitário do Leste de Minas

Departamento de Engenharia Elétrica

Máquinas Elétricas & Dinâmica de Máquinas

Máquinas

Síncronas

Análise de regime permanente e dinâmica da

Máquina Síncrona

(2)

Índice

Lista de símbolos e nomenclaturas ... 5

Máquinas Síncronas: Regime permanente e Dinâmica ... 7

1. Introdução ... 7

1.1. Princípios Gerais de Operação ... 7

1.2. Baixo Custo Inicial ... 9

1.3. Alto Rendimento ... 10

1.4. Aplicação dos Motores Síncronos ... 12

1.5. Classificação ... 13

2. Revisão bibliográfica ... 14

2.1. Circuitos Magnéticos ... 14

Simulação: Rodar arquivos “Circuito Magnético_1.exe”, “Circuito Magnético_1.exe” e “Magnetização de Transformadores.exe” ... 14

2.1.a. Conjugado em Máquinas de Rotor Cilíndrico ... 14

2.2. Campo Magnético Girante ... 15

Simulação: Simulação Campo Magnético Girante do MIT e MS... 18

2.3. Análise construtiva – Métodos de Enrolamento de máquinas AC ... 18

2.3.1. Tipos de enrolamento: ... 20

3. Máquinas Síncronas: Condições Transitórias e de Regime Permanente ... 21

3.1. Classificação conforme o tipo do Rotor ... 22

3.2. Ondas de fluxo e FMM em máquinas síncronas ... 23

Proposta de Prática de Laboratório: ... 27

3.3. A Máquina síncrona como uma impedância ... 30

3.4. Características de curto-circuito e de circuito aberto ... 33

3.5. Características de funcionamento em regime permanente ... 39

Proposta de Prática de Laboratório: ... 42

3.6. Características de Ângulo de Carga em Regime Permanente ... 44

3.7. Determinação do triângulo das potências e do Círculo de capabilidade da Máquina Síncrona ... 48

3.7.1. Potências e Capabilidade do Gerador síncrono ... 48

3.7.2. Potências e Capabilidade do Motor síncrono ... 50

3.8. Fluxo de Potência e Regulação de tensão ... 51

3.8.1. Conclusões deste item:... 51

(3)

3.9.1. Ondas de Fluxo e FMM ... 52

3.9.2. Aspectos de Circuito Equivalente ... 55

3.10. Características de ângulo de carga de Máquinas de pólos salientes .... 58

Proposta de Prática de Laboratório: ... 62

3.11. Características transitórias das reatâncias da Máquina Síncrona ... 63

3.12. Geradores Síncronos interligados ... 65

3.13. Resumo do Capítulo ... 68

4. Modelagem Vetorial da MS ... 70

4.1. Representações nos Planos Complexos „dq‟ ... 70

4.1.1. Plano Referencial Estacionário ( ou deqe)  =0 ... 70

4.1.2. Plano Referencial Síncrono (dq): =síncrono ... 72

a) Matriz de Transformação de Park ... 72

Simulação: Simular em MatLab/Simulink a matriz de transformação ABC -  - dq Arquivo: “Transf_ABCdq.mdl”.. ... 72

4.1.3. Desenvolvimento da forma polar de representação: ... 73

4.2. Determinação do Conjugado a partir de Vqd e Iqd ... 74

4.2.1. Determinação de q e d diretamente do trifásico (forma alternativa) . 75 4.2.2. Determinação do conjugado do Motor de Indução no modelo Vetorial ... 78

5. Teoria para análise da máquina síncrona no plano vetorial dq ... 81

6. Princípios do controle vetorial e Orientação de Campo em M.S. ... 97

6.1. Conceito de controle de torque baseado na máquina CC ... 97

6.2. Controle vetorial na Máquina Síncrona ... 99

6.3. Controle de torque e escolha de . ... 101

6.4. Modelo Vetorial (regime permanente) ... 102

6.4.1. Diagramas vetoriais das variáveis d e f ... 103

6.5. Implantação do Controle de Torque nas Máquinas Síncronas. ... 104

6.5.1. Controle de torque usando orientação de campo com CSI ... 104

6.5.2. Controle de torque usando CRP WM (CURRENT REGULATED PWM) ... 105

6.5.3. Conversor vetorial (resolver) em inversores CSI com controle de torque ... 107

6.5.4. Requisitos para controle de torque na MS. ... 108

(4)

8. Bibliografia ... Erro! Indicador não definido. Anexos ... 111

(5)

Lista de símbolos e nomenclaturas

M.S. - Máquina Síncrona; FMM - Força Magneto Motriz;

CA - Máquina de Corrente Alternada; CC - Máquina de Corrente Contínua;

 - eixo real;

 - eixo imaginário;

 - ângulo espacial;

m - fluxo de magnetização;

r - vetor de fluxo do rotor em dq;

rd - fluxo do rotor no eixo d;

rq - fluxo do rotor no eixo q;

s - vetor de fluxo de estator em dq;

sd - fluxo de estator no eixo d;

sq - fluxo de estator no eixo q;

 - coeficiente de dispersão magnética;

r - constante de tempo do rotor;

 - velocidade angular elétrica;

r - velocidade angular elétrica do rotor; f - frequência de alimentação das tensões; im - corrente de magnetização;

ir - vetor corrente do rotor em dq; ird - corrente do rotor no eixo d; irq - corrente do rotor no eixo q; i'r - corrente do rotor transformada; is - vetor corrente do estator em dq; isd - corrente de estator no eixo d; isq - corrente de estator no eixo q; J - momento de inércia;

k - razão entre as indutâncias de dispersão de estator e de rotor; Llr - indutância de dispersão de uma bobina do rotor;

Lls - indutância de dispersão de uma bobina do estator;

Lm - indutância mutua entre uma bobina do estator e uma bobina do rotor;

(6)

Lr - indutância própria de uma bobina do rotor; Ls - indutância própria de uma bobina do estator; P - potência;

P - número de pares de pólos; R - resistência elétrica;

Re ou Rs - resistência de uma bobina do estator; Rr - resistência de uma bobina do rotor; Tem - conjugado eletromagnético;

Tc - conjugado resistente de carga; Ef - Tensão de entreferro;

vr - vetor de tensão do rotor em dq; vrd - tensão do rotor em eixo d; vrq - tensão do rotor em eixo q; vs - vetor de tensão de estator; vsd - tensão de estator no eixo d; vsq - tensão de estator no eixo q; Vt - tensão terminal;

r ds

v - tensão estatórica de eixo d no referencial rotórico.

Subscritos e Sobrescritos: 0 - sequência zero; 1 - sequência positiva; 2 - sequência negativa; a - fase “A”; b - fase “B”; c - fase “C”; s, e - grandeza de estator; r - grandeza de rotor;

(7)

Máquinas Síncronas: Regime permanente e Dinâmica

1. Introdução

O motor síncrono é um tipo de motor elétrico muito útil e confiável com uma grande aplicação na indústria. Entretanto, pelo fato do motor síncrono ser raramente usado em pequenas potências, muitos que se sentem bem acostumados com o motor de indução por causa de suas experiências com acionadores menores, se tornam apreensivos quando se deparam com a instalação de um motor síncrono nos seus sistemas. O motor síncrono é bastante semelhante ao motor de indução no seu aspecto geral, embora usualmente os motores síncronos possuem potência elevada e/ou rotação muito baixa quando comparado com o motor de indução normal. Tipicamente, o motor síncrono tem um comprimento de núcleo pequeno e um diâmetro grande quando comparado com o motor de indução.

1.1. Princípios Gerais de Operação

Os motores síncronos polifásicos têm estatores e enrolamentos de estator (enrolamentos de armadura) bastante similares aos dos motores de indução. Assim como no motor de indução polifásico, a circulação de corrente no enrolamento distribuído do estator produz um fluxo magnético com polaridade alternada norte e sul que progride em torno do entre-ferro numa velocidade diretamente proporcional a freqüência da fonte de alimentação e inversamente proporcional ao número de pares de pólos do enrolamento. O rotor do motor síncrono difere consideravelmente do rotor do motor de indução. O rotor tem pólos salientes correspondentes ao número de pólos do enrolamento do estator. Durante operação normal em regime, não há nenhum movimento relativo entre os pólos do rotor e o fluxo magnético do estator; portanto não há indução de tensão elétrica no rotor pelo fluxo mútuo e portanto não há excitação proveniente da alimentação de corrente alternada (ca). Os pólos são enrolados com muitas espiras de fio de cobre isolado, e quando a corrente continua (cc) passa pelos enrolamentos, os pólos se tornam alternativamente pólos magnéticos norte e sul. Até o escovas e dos anéis coletores. Entretanto, atualmente, um sistema de

(8)

excitação sem escova com controle eletrônico é freqüentemente usado. Se o rotor estiver parado quando for aplicada a corrente contínua no enrolamento de campo, a interação do fluxo do estator e o fluxo do rotor causará um grande conjugado oscilante mas o rotor não gira. Para se dar partida num motor síncrono, é necessário inserir um número de barras na face de cada polo e curto-circuitar essas barras nas extremidades para formar uma gaiola de esquilo semelhante àquela existente no motor de indução. Alem disso, o enrolamento de campo deve ser desconectado da alimentação cc e curto-circuitado, usualmente através de um resistor apropriado ou do circuito da excitatriz sem escovas. Pela seleção adequada das dimensões, material e espaçamento das barras na gaiola de esquilo (freqüentemente chamado enrolamento amortecedor) consegue-se desenvolver conjugado próximo ao encontrado no motor de indução suficiente para acelerar o rotor até a rotação próxima da nominal. Se o rotor tiver alcançado velocidade suficiente e então se aplica corrente continua no enrolamento de campo, o motor entrará em sincronismo com o fluxo magnético rotativo do estator. O conjugado de sincronização (pull-in) de um motor síncrono é o conjugado máximo de carga resistente constante contra o qual o motor levará a inércia (GD2) da carga conectada ao sincronismo quando a excitação nominal de campo cc é aplicada. O conjugado médio de sincronização é uma função primariamente das características do enrolamento amortecedor. Entretanto, o efeito secundário do resistor de descarga e da resistência do enrolamento de campo contribui significativamente para a velocidade que pode ser atingida pelo rotor com um dado conjugado resistente aplicado ao motor. Por causa do efeito de pólo saliente , o conjugado de sincronização instantâneo varia de algum modo em relação ao conjugado médio dependendo do ângulo entre os eixos dos pólos do rotor e os pólos do estator. Existem diferenças no controle e proteção do motor síncrono às quais estão relacionadas à construção do rotor. Sendo que a excitação cc é uma necessidade para a operação em rotação síncrona, fundamental para o motor síncrono, proteção contra falta de campo e perda de sincronismo é necessária. Durante a partida, o equipamento de controle deve assegurar automaticamente e precisamente, que a velocidade do rotor alcançou um determinado valor e também, a maioria dos casos, assegurar que o ângulo adequado entre os fluxos do rotor e do estator exista antes que a excitação cc seja aplicada. Uma vez que o enrolamento amortecedor do motor síncrono necessita somente acelerar o

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conjugado resistente da carga e seu GD2, mas não fornecer um conjugado nominal continuamente, a capacidade térmica do enrolamento, e portanto seu tempo de rotor bloqueado são muito inferiores aqueles comparados aos dos motores de indução e portanto proteção especial para o enrolamento é necessária.

Entretanto, uma vez que o estator, enrolamentos do estator, mancais, e demais proteções são essencialmente as mesmas do motor de indução, os esquemas de proteção para essas partes são basicamente os mesmos.

Simulação: Máquina Síncrona de pólos permanentes (Brushless ou PM Motor).

Arquivo: MS_PM MOTOR.exe.

Porque Motores Síncronos ?

A economia está por trás do uso de motores síncronos em muitas das aplicações deste tipo de motor na indústria. As cinco razões mais comuns para se especificar motores síncronos são:

1. Baixo custo inicial. 2. Obter altos rendimentos.

3. Obter correção de fator de potência. 4. Obter características de partida especiais.

5. Obter características especiais do motor síncrono.

Destas cinco vantagens, as quatro primeiras tem um impacto direto no custo geral de operação da instalação.

1.2. Baixo Custo Inicial

De um modo geral o custo de um motor síncrono com excitatriz e controle pode se provar ser bem inferior àquele de qualquer outro motor de corrente alternada quando a potência é igual ou maior que duas vezes a rotação (rpm). É claro que não é possível traçar uma linha divisória porque muitas modificações elétricas e mecânicas (assim como requisitos de controle) entram na avaliação. Alto Rendimento Embora o custo inicial possa ser substancial, em muitos casos

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ganhos ainda superiores podem ser obtidos pelos baixos custos operacionais do motor síncrono. Quando o rendimento do motor torna-se a consideração básica na escolha do motor, um motor síncrono com fator de potência (FP) unitário (1.0) é usualmente a solução. Uma vez que potência reativa (KVAR) não é necessário, e sim somente potência real (KW), a corrente de linha é minimizada, resultando em menor perda I2R no enrolamento do estator. Também, uma vez que a corrente de campo requerida é a mínima praticável, haverá menor perda I2R no enrolamento de campo da mesma forma. Excetuando-se situações onde alto conjugado é requerido, a baixa perda em ambos os enrolamento de estator e de campo permitem ao motor síncrono com FP 1.0 ser construído em tamanhos menores que motores síncronos com FP 0.8 de mesma potência. Assim, os rendimentos do motor síncrono FP 1.0 são geralmente superiores aos do motor de indução de potência correspondente. A figura 1 mostra rendimentos padronizados nominais para motores síncronos FP 1.0 e FP 0.8 típicos, assim como os de motores de indução. A figura 2 traz os mesmos valores para motores de baixa rotação.

1.3. Alto Rendimento

Embora o custo inicial possa ser substancial, em muitos casos ganhos ainda superiores podem ser obtidos pelos baixos custos operacionais do motor síncrono. Quando o rendimento do motor torna-se a consideração básica na escolha do motor, um motor síncrono com fator de potência (FP) unitário (1.0) é usualmente a solução. Uma vez que potência reativa (KVAR) não é necessário, e sim somente potência real (KW), a corrente de linha é minimizada, resultando em menor perda I2R no enrolamento do estator. Também, uma vez que a corrente de campo requerida é a mínima praticável, haverá menor perda I2R no enrolamento de campo da mesma forma. Excetuando-se situações onde alto conjugado é requerido, a baixa perda em ambos os enrolamento de estator e de campo permitem ao motor síncrono com FP 1.0 ser construído em tamanhos menores que motores síncronos com FP 0.8 de mesma potência. Assim, os rendimentos do motor síncrono FP 1.0 são geralmente superiores aos do motor de indução de potência correspondente. A figura 1 mostra rendimentos padronizados nominais

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para motores síncronos FP 1.0 e FP 0.8 típicos, assim como os de motores de indução. A figura 2 traz os mesmos valores para motores de baixa rotação.

Figura 1 - Rendimentos Típicos à Plena Carga para Motores de Alta Rotação

Correção de Fator de Potência Muitos sistemas de potência são baseados não somente em potência ativa em KW fornecida, mas também no fator de potência na qual ela é fornecida. Uma penalidade pode ser aplicada quando o fator de potência está abaixo de valores especificados. Isto é devido ao fato de que baixo fator de potência representa um aumento da potência reativa (KVAR) requerida e consequentemente, num aumento dos equipamentos de geração e transmissão. Plantas industriais geralmente possuem predominância de cargas reativas indutivas tais como motores de indução de pequeno porte ou de baixa velocidade de rotação as quais requerem considerável quantidade de potência reativa (KVAR) consumida como corrente de magnetização. Embora seja possível usar-se capacitores para suprir a necessidade de potência reativa, havendo a possibilidade, é freqüentemente preferível a utilização de motores síncronos para este objetivo.

Por causa da sua fonte separada de excitação, os motores síncronos podem tanto aumentar o KW de base sem KVAR adicional (motor com FP 1.0), como não somente aumentar o KW de base mas também fornecer o KVAR necessário (motor com FP 0.8 ou sobre-excitado). A figura 3 mostra a quantidade de KVAR

(12)

em avanço corretivo fornecido pelos motores com FP 1.0 e 0.8 quando a excitação é mantida constante e a potência útil (KW) requerida do motor pela carga é diminuída. A figura abaixo traz curvas que mostram como o fator de potência decresce quando a excitação é mantida constante com a redução da potência em HP. Assim, é aparente que o motor síncrono pode, em muitos casos, fornecer a potência útil de acionamento necessária com a redução benéfica da potência total do sistema.

Figura 3 - Variação da Potência Reativa (KVAR) Corretiva com a Carga

1.4. Aplicação dos Motores Síncronos

Os motores síncronos são utilizados em praticamente toda a industria. A tabela da figura 9 não esta completa tanto pelas atividades industriais como pelas aplicações apresentadas, mas sugere o grande emprego desses motores. Enquanto a tabela indica os diversos usos para um motor padrão, muitos motores síncronos podem ser feitos na medida certa da necessidade. Em muitos casos um motor com valores de conjugados inferiores ao padrão podem ser utilizados. Isto traz redução vantajosa da corrente de partida do motor o que implica em menor distúrbio no sistema elétrico durante o ciclo de partida e em redução nas tensões mecânicas resultantes nos enrolamentos do motor.

(13)

1.5. Classificação MOTOR C.A. Trifásico Especiais Assíncrono (de Indução) Capacitor Permanente + de Partida Capacitor Permanente Pólos

Lisos Pólos Salientes

Síncronos

Monofásicos

Assíncrono (de Indução)

(14)

2. Revisão bibliográfica

2.1. Circuitos Magnéticos

Apresentação do Arquivo “Circuitos Magnéticos.ppt”

Simulação: Rodar arquivos “Circuito Magnético_1.exe”, “Circuito

Magnético_1.exe” e “Magnetização de Transformadores.exe”

2.1.a. Conjugado em Máquinas de Rotor Cilíndrico

Neste trabalho as equações serão deduzidas a partir do ponto de vista de campo magnético, no qual considera a máquina como dois grupos de enrolamento, um no rotor e outro no estator, produzindo campos magnéticos no entreferro conforme mostrado na Figura 1.1.

Com hipóteses apropriadas, o conjugado e a tensão gerada podem ser calculados em função de fluxos concatenados e da energia do campo magnético no entreferro em termos de grandeza de campo. O conjugado é expresso como a tendência para dois campos magnéticos se alinhar, e a tensão gerada é expressa como o resultado do movimento relativo entre o campo e o enrolamento.

Na Figura 1.1 temos um diagrama vetorial das FMM do estator (Fs) e do rotor (Fr), ambas são ondas espaciais senoidais sendo o angulo de fase em relação ao seus eixos magnéticos. A FMM resultante é a soma vetorial de Fs e Fr, das relações trigonométricas, obtemos a expressão:

Figura 3 – Máquina de 2 Pólos Simplificada (a) Modelo elementar (b) Diagrama Vetorial da Onda de Fluxo

(15)

sr r s r s sr F F F F F 2  2  2 2 2 2 cos (1.1)

O campo radial resultante H é uma onda espacial cuja o valor de Hpico é obtido como: g F H Hl FMM pico sr 2    (1.2)

onde Hpico é a força magnetomotriz no entreferro sobre duas vezes o comprimento do entreferro (gap).

Sabe-se que a energia armazenado no entreferro é também conhecida como Co-energia: 2 H 0 H 2 1 ' W HdH ' W       (1.3)

Substituindo a Equação 1.1 e Equação 1.2 na Equação 1.3 temos:

) cos F F F F ( g ' W

o s2 r2 s2 r2

2 2 8    (1.4)

Sabe-se que conjugado é TP/

então:

) sen F F ( g ' W dt d dt dW T o s r sr sr sr

  8 2 2    (1.5) portanto : sr r s o F F g T

sen

4 2   (1.6)

2.2. Campo Magnético Girante

Devido a forma física das máquinas rotativas, a disposição geométrica das bobinas na armadura faz com que se tenha a formação de um campo magnético girante. O campo magnético girante pode ser definido, como uma distribuição espacial da densidade de fluxo magnético cujo vetor, representativo dessa onda, tem um módulo constante e gira a uma velocidade angular constante determinada pela freqüência das correntes que o produzem.(FITZGERALD et al., 1978).

(16)

Para maior compreensão do referido efeito, será analisado a natureza do campo magnético produzido por enrolamentos polifásicos em uma máquina trifásica de dois pólos, onde os enrolamentos das fases individuais estão dispostos ao longo da circunferência do entreferro deslocados uns dos outros de 120º graus elétricos, como mostrado pelas bobinas a, - a ; b, -b e c, -c na Figura 1.3.

Cada enrolamento está alimentado por uma corrente alternada variando senoidalmente com tempo. Para um sistema balanceado, as correntes instantâneas são: ) º t cos( I i ) º t cos( I i ) t cos( I i M c M b M a 240 120         (1.7)

Onde IM e o valor máximo de corrente e a seqüência de fases é tomada como sendo abc. Como conseqüência, tem-se três componentes de FMM, sendo a onda de FMM resultante representada por um vetor espacial oscilante que gira na periferia do entreferro a uma velocidade  t, com comprimento proporcional às correntes de fases instantâneas, esta FMM resultante é a soma vetorial das componentes de todas as três fases dada por :

) cos( 2 / 3 ) , (t  t  (1.8)

Para uma melhor visualização deste efeito, considere a Figura 1.1 no momento em que t = 0, t = /3 e t = 2/3. 0 2 4 6 8 10 12 14 -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

Figura 4 – Correntes Trifásicas Instantâneas Ia

Ib Ic

(17)

Para t = 0, a fase a está em seu valor máximo IM, portanto, a FMM que é proporcional a corrente, tem seu valor máximo, Fa = FMAX. Observando o sentido das correntes na bobina a podemos determinar o sentido do vetor Fa, mostrado na Figura 1.3a. Neste mesmo instante as correntes ib e ic são ambas de módulo IM/ 2 na direção negativa. Observando os sentidos das correntes instantâneas, representados com pontos e cruzes, as FMM correspondentes a fase b e c, são mostradas pelos vetores Fb e Fc, ambos de módulo igual a FMAX/ 2, desenhados na direção negativa ao longo dos eixos magnéticos das fases b e c respectivamente. A resultante, é obtida pela soma vetorial das contribuições individuais das três fases, é um vetor de modulo F=3/2 FMAX alinhado no eixo da fase a.

Para o instante t=/3, as correntes instantâneas na fase a e b são de IM /2 positivas e a corrente na fase c é de IM negativo. As componentes individuais de FMM e sua resultante são mostradas na Figura 1.3b. A resultante possui a mesma amplitude que no instante anterior, 3/2FMAX , porem deslocada de 60º graus em sentido anti-horário.

No instante t = 2/3, note que o mesmo acontece, a corrente na fase b esta no seu máximo negativo e nas fases a e c á metade de seu valor máximo negativo, a resultante é novamente de modulo igual a 3/2FMAX , mas ela girou mais 60 graus elétricos no sentido anti-horário, alinhando-se com o eixo magnético da fase b, como mostra a Figura 1.3c.

Como visto, conforme o tempo passa, a onda de FMM resultante desloca-se ao longo do entreferro com módulo constante, caracterizando, este comportamento,

Figura 5 – Campo Magnético Resultante no Entreferro de uma Máquina de Indução Trifásica

(FITZGERALD et al., 1978)

(a) (b

)

(18)

como campo magnético girante. Tal comportamento pode ser modelado matematicamente pela equação de Forstescue:

C 2 B A T I aI a I I   

Onde: IT = Componente resultante ou simplesmente vetor resultante; a = Operador de avanço de 120°.

a2 = Operador de avanço de 240°.

Desta equação nasce o coeficiente 3/2, pois o vetor resultante é 1.5 vezes maior que cada vetor de fase.

Simulação: Simulação Campo Magnético Girante do MIT e MS.

Arquivos: “Demonstração Campo Girante.exe” e “Campo Girante do MIT_v1.exe”

2.3. Análise construtiva – Métodos de Enrolamento de máquinas AC

A maneira mais conveniente de associar os vários condutores de um enrolamento é distribuí-los em bobinas, e a distribuição das bobinas deve ser feita de tal modo que formem grupos. As bobinas de cada grupo são ligadas entre si, apresentando cada grupo um princípio e um fim, e colocadas uniformemente nas ranhuras do núcleo do estator para criar o campo magnético.

Um campo magnético no estator de um motor de indução polifásico obtém-se dispondo-se de um bobinamento trifásico, ou seja, três circuitos idênticos eletricamente independentes uns dos outros, isto é, um enrolamento separado para cada fase da rede de alimentação. Cada fase (ou enrolamento) tem um número determinado de bobinas deslocadas umas em relação as outras de 120º elétricos. Ao serem alimentados os três enrolamentos por um sistema trifásico simétrico de correntes, cada bobina do estator considerada isoladamente atua como o enrolamento primário de um transformador, produzindo um campo magnético alternado de direção fixa.

A composição de todos os fluxos parciais dá origem a um giratório de magnitude constante, de tantos pares de pólos quantos grupos de três bobinas tenha o estator, e este fluxo rotativo produzido de valor constante dependerá do número de pólos. As bobinas colocam-se dentro das ranhuras do estator e devem ser ligadas de modo que suas forças eletromotrizes se somem.

O nº de ranhuras por pólo e por fase do rotor é diferente do estator, de preferência primos entre si, porque se fossem iguais, ao coincidir em repouso as ranhuras do

(19)

rotor com a posição das ranhuras do estator haveria um ponto de mínima relutância e na partida não se poderia pôr em marcha, o motor, limitando-se a funcionar como transformador.

Figura 14 – Formação do bobinado do estator

Freqüentemente são empregados no rotor dos motores de indução ranhuras inclinadas com relação a seu eixo geométrico, porque com este arranjo melhora-se o problema da relutância, obtém-melhora-se forças eletromotrizes induzidas que melhora-se aproximam mais da forma senoidal, reduz alguns harmônicos e ruídos de indução magnética, etc.

Figura 15 – Estrutura estatórica mostrando a disposição das ranhuras

As ranhuras dos motores de indução podem ser divididas em em ranhuras abertas e semifechadas. As ranhuras semi fechadas são as mais utilizadas porque a maior área efetiva da face dos dentes reduz a intensidade da corrente magnetizante e a relutância do entreferro, apresentando uma eficiência maior e fator de potência melhor, reduz os binários motores de partida e parada, além de

(20)

que ganham termicamente uma certa reserva na potência, podendo ser carregado mais, o que permite usar modelos menores. Nos tipos de ranhuras semifechada, cada condutor deve ser colocado separadamente no seu lugar, um, dois ou vários de cada vez, o que é demorado e mais difícil a aplicação do isolamento.

2.3.1. Tipos de enrolamento:

Os enrolamentos(ou bobinamentos) das máquinas de corrente alternada classificam-se em dois tipos: Espiral e Imbricado.

 Enrolamento em Espiral

Enrolamento em espiral ou espiralado é aquele no qual as bobinas de cada grupo ligam-se de modo a formar um bobinamento em espiral. É pouco usado;

 Bobinamento Imbricado:

Também conhecido pelo nome de Diamante ou coroa (figura 16), é aquele no qual se usam bobinas em tipo de losango. Este tipo é o que se adota quase que exclusivamente e é classificado como Imbricado a passo pleno e a passo fracionário.

(21)

3. Máquinas Síncronas: Condições Transitórias e de Regime Permanente

Uma máquina síncrona é uma máquina de c.a., cuja velocidade em condições de regime permanente é proporcional à freqüência da corrente na armadura. A velocidade síncrona, o campo magnético girante criado pelas correntes da armadura caminha à mesma velocidade que o campo criado pela corrente de campo, e resulta um conjugado constante. Um quadro elementar de como trabalha uma máquina síncrona já foi dado no item 4-1, com ênfase na produção de conjugado em termos das interações entre seus campos magnéticos.

Neste capítulo serão desenvolvidos métodos analíticos do exame do desempenho de máquinas síncronas polifásicas em regime permanente. As considerações iniciais serão restritas às máquinas de rotor cilíndrico, e os efeitos de pólos salientes serão tratados nos Itens 3-6 e 3-7.

(22)

3.1. Classificação conforme o tipo do Rotor

(23)

3.2. Ondas de fluxo e FMM em máquinas síncronas

As figuras 3-1 e 3-2 fornecem esboços dos enrolamentos desenvolvidos de armadura e campo de um gerador de rotor cilíndrico. No que se refere ao enrolamento de armadura, estes são do mesmo tipo de enrolamento usados na discussão de campos magnéticos girantes no Item 3-4. Os resultados, bem como as hipóteses fundamentais deste item, aplicam-se aos dois casos.

Nas duas figuras, a fmm espacial fundamental produzida pelo enrolamento de campo é mostrada pela senóide F. Como designado pela designação alternativa Bf , esta onda pode também representar a onda de indução

magnética componente correspondente. As Figs. 3-1a e 3-2b mostram a onda F no instante específico em que a fem de excitação da fase a tem seu valor máximo. O eixo do campo então está 90º à frente do eixo da fase a, a fim de que a taxa de variação no tempo dos fluxos concatenados com a fase a seja máxima. A fem de excitação é representada pelo fasor girante no tempo Ef

nas Figs. 3-1b e 3-2b. A projeção deste fasor no eixo de referência para a fase a é proporcional a fem instantânea na direção das setas definidas pelos

(24)

pontos e cruzes (representando as pontas e caudas de setas) nos condutores da fase a.

A onda de fmm criada pela corrente de armadura, comumente chamada a fmm de reação de armadura, pode ser suposta agora através do uso dos princípios apresentados no Item 3-4. Queremos lembrar que as correntes polifásicas equilibradas em enrolamentos polifásicos simétricos criam uma onda de fmm cuja componente espacial fundamental gira à velocidade síncrona. Relembramos também que a onda de fmm está diretamente oposta à fase a no instante em que a corrente da fase a tem seu valor máximo. A Fig. 3-1a está desenhada com Ia e Ef em fase; assim a onda de reação de

armadura A é desenhada oposta à fase a porque neste instante, Ia e Ef têm

seus valores máximos. A Fig. 3-2a é desenhada com Ia atrasada em relação a

Ef pelo ângulo de fase no tempo Φatr ; assim, A é desenhada atrás de sua

posição na Fig. 3-1a pelo ângulo de fase espacial Φatr porque Ia não atingiu

ainda o seu valor máximo. Nas figuras, a onda de reação de armadura leva a designação alternativa Bra para indicar que, na ausência de saturação, a onda

de indução magnética de reação de armadura é proporcional à onda A.

O campo magnético resultante na máquina é a soma das duas componentes produzidas pela corrente de campo e pela reação de armadura. As ondas de fmm resultantes R (também rotuladas Br para indicar que a onda

de indução magnética resultante pode ser similarmente representada) nas Figs. 3-1a e 3-2a, são obtidas por adição gráfica das ondas F e A. Como senóides podem ser adicionadas convenientemente por métodos de fasores, a mesma soma pode ser efetuada por meio dos diagramas de fasores das figuras 3-1c e 3-2b. Nestes diagramas, há fasores também para representar o fluxo fundamental por pólo, Φf , Φra , e Φr , produzido, respectivamente, pelas

fmm‟s F, A, e R e proporcionais a estas fmm‟s com um entreferro uniforme e nenhuma saturação.

(25)

Figura 3.1.a – Ondas espaciais de FMM e de indução magnética em um gerador síncrono de rotor cilíndrico. Corrente de armadura em fase com a tensão de excitação. b) Diagrama fasorial no tempo. c) Diagrama fasorial no espaço.

As condições de fluxo e fmm de entreferro em uma máquina síncrona podem, portanto, ser representadas por diagramas fasoriais como aqueles das Figs. 3-1c e 3-2b, sem preocupação com o desenho dos diagramas de ondas. Por exemplo, os diagramas fasoriais correspondentes para funcionamento como motor são dados na Fig. 3-3 para fator de potência unitário em relação à tensão de excitação, e na Fig. 3-4 para fator de potência atrasado em relação aquela tensão.

(26)

Figura 3.2. a) Campos magnéticos em um gerador síncrono. Corrente de armadura atrasada em relação à tensão de excitação. b) Diagrama fasorial combinado no espaço e no tempo.

Para manter as mesmas convenções das Figs. 3-1 e 3-2, o fasor -Ia , e não

Ia, deve estar em fase ou estar atrasado em relação a Ef .

Estes diagramas fasoriais mostram que a posição de fase espacial da onda de fmm da armadura em relação aos pólos de campo depende do ângulo de fase no tempo entre a corrente de armadura e tensão de excitação. Eles são úteis também na correlação do simples quadro físico da produção de conjugado, com o modelo pelo qual a corrente de armadura se ajusta às condições de funcionamento.

Figura 3.3. Diagrama fasorial de um motor síncrono. Fator de potência unitário em relação à tensão de excitação.

Inverter a corrente para manter a notação de gerador.

Pois p/ potencial Positivo: Gerador: Ia saindo;

Motor: Ia entrando.

(27)

O conjugado eletromagnético no rotor age em uma direção para forçar os pólos do campo ao alinhamento com as ondas de fluxo de entreferro e fluxo da reação de armadura resultantes como mostrado pelas setas rotuladas T associadas aos eixos de campo nas Figs. 3-1 a 3-3.

Se os pólos do campo se adiantam à onda de fluxo de entreferro resultante, como nas Figs. 3-1 e 3-2, o conjugado eletromagético no rotor age em oposição à rotação – em outras palavras, a máquina deve estar agindo como um gerador. Por outro lado, se os pólos do campo se atrasam em relação à onda de fluxo de entreferro resultante, como na Fig. 3-3, o conjugado eletromagnético, age na direção de rotação – i.e., a máquina deve estar agindo como um motor. Dito de outro modo, para funcionamento como gerador, os pólos do campo precisam ser movidos à frente da onda de fluxo de entreferro resultante pelo conjugado de um motor primário, enquanto que para funcionamento como motor, os pólos do campo precisam ser arrastados atrás do fluxo resultante no entreferro pelo conjugado resistente de uma carga no eixo.

O valor do conjugado pode ser expresso em termos do fluxo fundamental do entreferro resultante por pólo Φr e do valor de pico F da onda fundamental

no espaço de fmm no campo. Em correspondência à Eq.4-1

RF rF pólos T   sin 2 2 2        (3-1)

onde δRF é o ângulo de fase espacial em graus elétricos entre as ondas de

fluxo resultante e fmm do campo. Quando F e Φr são constantes, a máquina

se ajusta às solicitações variáveis do conjugado pelo ajuste do ângulo de carga δRF.

Proposta de Prática de Laboratório:

Acionar a máquina síncrona através de uma máquina CC shunt, Alimentar o enrolamento de campo com uma tensão CC fixa. Amostrar a tensão de estator através do Sistema de Aquisição de dados com LabView, variar a velocidade, observando a amplitude da tensão gerada e sua freqüência.

(28)

EXEMPLO

Considere-se uma máquina síncrona com resistência de armadura e reatância de dispersão desprezíveis, perdas desprezíveis, ligadas a um barramento infinito (i.e., a um sistema tão grande que sua tensão e freqüência permanecem constantes independentemente da potência entregue ou absorvida). A corrente de campo é mantida constante no valor que determina corrente de armadura nula em vazio.

Com auxílio de diagramas fasoriais, descrever como a máquina se reajusta às solicitações variáveis de conjugado. Incluir os funcionamentos como motor e como gerador.

Solução

O fluxo de entreferro resultante ΦR gera a tensão ER em cada fase da

armadura. É usualmente chamada de tensão de entreferro. Na ausência de resistência e reatância de dispersão, ER precisa permanecer constante, no

valor da tensão do barramento infinito. Em vazio, o conjugado e δRF são

nulos. Com Ia também nula, A é nula e o diagrama fasorial é o da Fig. 6-5a.

Quando é acrescentada carga no eixo tornando a máquina um motor, o rotor momentaneamente torna-se ligeiramente mais lento sob a influência do

Figura 3.5. Diagramas fasoriais mostrando os efeitos de conjugado no eixo. a) Em vazio; b) funcionando como motor; c) Funcionando como gerador.

conjugado resistente e os pólos do campo se atrasam em fase espacial em relação à onda de fluxo de entreferro resultante; isto é, δRF aumenta, e a

(29)

funcionamento em regime permanente à velocidade síncrona é retomado quando δRF toma o valor exigido para suprir o conjugado de carga, como

mostrado pelo ponto m na característica de ângulo de carga na Fig.3-6.

Figura 3.6. Característica conjugado-ângulo.

O diagrama fasorial é agora como mostrado na Fig. 3-5b. A fmm do campo não está mais em fase com a onda de fluxo resultante, e a discrepância em fmm precisa ser compensada pela reação da armadura, aumentando assim a corrente de armadura necessária para suprir a entrada de potência elétrica correspondente à potência mecânica de saída. Note-se que

r RF A Fsin  cos

como indicado pela linha tracejada ab, onde Φr é o ângulo do fator de

potência da corrente de armadura em relação à tensão de entreferro Er. Mas

AcosΦr é proporcional à componente de potência ativa IacosΦr da corrente

de armadura, e da Eq. 3-1, FsinδRF é proporcional ao conjugado. Isto é, a

potência elétrica ativa de entrada é proporcional ao conjugado mecânico de saída como, naturalmente, devia ser.

Se, em lugar de ser carregado como motor, o eixo é acionado pelo conjugado de um motor primário, os pólos do campo avançam em fase à frente da onda de fluxo resultante, de um ângulo – δRF para o qual o

conjugado resistente – T desenvolvido pela máquina iguala o conjugado do motor primário, como mostrado pelo ponto g na Fig. 3-6. Os efeitos na reação

(30)

de armadura e corrente de armadura são mostrados no diagrama fasorial da Fig. 3-5c. A máquina tornou-se agora um gerador.

Na Fig. 3-5b e c, note-se que, para as componentes de F e A em fase com R,

R

A

F

cos

RF

sin

r

Isto é, não somente a componente de potência ativa IasinΦr precisa ajustar-se

de modo que a componente correspondente AcosΦr da fmm de reação de

armadura combine com a componente FcosδRF da fmm do campo para

produzir a fmm resultante exigida R. A potência reativa pode portanto ser controlada por ajuste da excitação do campo.

3.3. A Máquina síncrona como uma impedância

Um circuito equivalente muito útil e simples, que representa o comportamento em regime permanente de uma máquina síncrona de rotor cilíndrico em condições polifásicas equilibradas, pode ser obtido se o efeito do fluxo de reação de armadura for representado por uma reatância indutiva. Para o objetivo desta discussão preliminar, considere-se uma máquina de rotor cilíndrico não saturada. Embora desprezar a saturação magnética possa parecer uma simplificação drástica, será mostrado que os resultados que procuramos obter possam ser modificados de modo a levar em conta a saturação.

O fluxo de entreferro resultante na máquina pode ser considerado como a soma fasorial dos fluxos componentes criados pelas fmm‟s do campo e da reação da armadura, respectivamente, como mostrado pelos fasores Φf , Φra ,

(31)

Figura 3.7. Diagrama fasorial de fluxos componentes e correspondentes tensões.

Do ponto de vista dos enrolamentos de armadura, estes fluxos se manifestam como fem‟s geradas. A tensão de entreferro resultante Er pode então ser

considerada como fasor soma da tensão de excitação Ef gerada pelo fluxo do

campo e a tensão Era gerada pelo fluxo de reação da armadura. As fem‟s

componentes Ef e Era são proporcionais às correntes de campo e armadura

respectivamente, e cada uma se atrasa em relação ao fluxo que a produz de 90º. O fluxo de reação de armadura Φra está em fase com a corrente de

armadura Ia, e consequentemente a fem de reação de armadura Era se atrasa

em relação à corrente de armadura em 90º. Assim,

r a

f jI x E

E  (3-2)

onde xφ é a constante de proporcionalidade, que relaciona os valores eficazes de Era e Ia. A Eq. 3-2 também se aplica à porção do circuito da Fig. 3-8a à

esquerda de Er. O efeito da reação de armadura, portanto, é simplesmente o

de uma reatância indutiva xφ representando a tensão componente gerada pelo fluxo espacial fundamental criado pela reação da armadura. Esta reatância é comumente chamada reatância magnetizante, ou reatância da reação de armadura.

A tensão de entreferro Er, difere da tensão terminal pelas quedas de

tensão na resistência de armadura e na reatância de dispersão, como mostrado à direita de Er na Fig. 3-8a, onde ra é a resistência da armadura, x é

a reatância de dispersão da armadura, e Vt é a tensão terminal. Todas as

grandezas são por fase (de linha a neutro em um máquina ligada em Y). A reatância de dispersão da armadura leva em conta as tensões induzidas pelos fluxos componentes que não estão incluídas na tensão de entreferro Er.

(32)

da armadura e ao redor das extremidades da bobina, mas também aqueles associados aos campos espaciais harmônicos por ser a onda real de fmm de armadura diferente de uma senóide perfeita.

Finalmente, o circuito equivalente para uma máquina de rotor cilíndrico não saturado sob condições polifásicas equilibradas se reduz à forma mostrada na Fig. 3-8b, na qual a máquina é representada, em uma base por fase, pela tensão de excitação Ef em série com uma impedância simples.

Esta impedância é chamada impedância síncrona. A reatância xs é chamada

a reatância síncrona.

Figura 3.8. Circuitos equivalentes.

Em termos das reatâncias magnetizantes e de dispersão

L

s

x

x

x

(3-3)

A reatância síncrona xs leva em conta todo o fluxo produzido por correntes de

armadura polifásicas equilibradas, enquanto a tensão de excitação leva em conta o fluxo produzido pela corrente de campo. Numa máquina de rotor cilíndrico não saturado, a freqüência constante, a reatância síncrona é constante. Além disso, a tensão de excitação é proporcional à corrente de campo, e é igual à tensão que aparecerá nos terminais se a armadura estiver em circuito aberto, a velocidade e corrente de campo sendo mantidas constantes.

É útil ter uma idéia grosseira quanto à ordem de grandezas das componentes de impedância. Para máquinas acima de umas centenas de KVA, a queda de tensão na resistência de armadura sob corrente nominal usualmente é menor do que 0,01 da tensão nominal; i.e., a resistência da armadura usualmente é menor do que 0,01 por unidade, tomando as

(33)

especificações nominais como base. ( O sistema por unidade está descrito no Cap. 1, Art. 1-10). A reatância de dispersão da armadura usualmente está na faixa de 0,1 a 0,2 por unidade, e a reatância síncrona está na vizinhança de 1,0 por unidade. Em geral, a resistência de armadura por unidade aumenta a reatância síncrona por unidade diminui com diminuição no tamanho da máquina. Em máquinas pequenas, como aquelas em laboratórios de escolas, a resistência de armadura pode estar na vizinhança de 0,05 por unidade e a reatância síncrona na vizinhança de 0,5 por unidade. Com exceção de máquinas pequenas, a resistência de armadura usualmente é desprezada, a não ser no que se refere a seu efeito sobre perdas e aquecimento.

3.4. Características de curto-circuito e de circuito aberto

Dois conjuntos básicos de curvas características para uma máquina síncrona são necessários para levar em conta os efeitos de saturação e a determinação de constantes de máquina. Estes conjuntos são discutidos aqui. Exceto por umas poucas observações sobre o grau de validade de certas suposições, as discussões aplicam-se a máquinas de rotor cilíndrico e de pólos salientes.

a. Características de Circuito Aberto e Perdas Rotacionais em Vazio

Como a característica de magnetização para uma máquina de c.c., a característica de circuito aberto de uma máquina síncrona é um gráfico da tensão terminal de armadura em circuito aberto em função da excitação de campo quando a máquina está girando à velocidade síncrona, como mostrado pela curva cca na Fig. 3-9a. A característica freqüentemente é traçada em termos por unidade, como na Fig. 3-9b, onde a tensão unitária é a excitação correspondente à tensão nominal na linha de entreferro. Essencialmente, a característica de circuito aberto representa a relação entre a componente espacial fundamental do fluxo de entreferro e a fmm no circuito magnético, quando o enrolamento de campo constitui a única fonte de fmm. Quando a máquina já existe, a característica de circuito aberto usualmente é

(34)

determinada experimentalmente acionando-a mecanicamente à velocidade síncrona, com os terminais de armadura em aberto, e medindo a tensão nominal correspondente a uma série de valores de corrente de campo. Se se medir a potência mecânica necessária para mover a máquina síncrona durante o ensaio de circuito aberto, obtém-se as perdas rotacionais em vazio. Estas perdas compreendem atrito, ventilação e perdas no ferro correspondentes ao fluxo na máquina em vazio. As perdas por atrito e ventilação à velocidade síncrona são constantes, enquanto as perdas no ferro e em circuito aberto são uma função do fluxo, que é aproximadamente proporcional à tensão de circuito aberto.

Figura 3.9. Característica de circuito aberto. a) Em termos de Volts e Ampères de campo; b) em por unidade

A potência mecânica exigida para mover a máquina à velocidade síncrona e sem excitação corresponde às perdas por atrito e ventilação. Quando o campo é excitado, a potência mecânica é igual à soma das perdas por atrito, ventilação, e no ferro, em circuito aberto. As perdas no ferro em circuito aberto, portanto, podem ser encontradas pela diferença entre estes dois valores de potência mecânica. Uma curva de perdas no ferro em circuito aberto em função da tensão de circuito aberto é mostrada na Fig. 3-10.

(35)

Se os terminais de armadura de uma máquina síncrona que está sendo acionada como gerador à velocidade síncrona são curto-circuitados através de amperímetros apropriados, como mostrado na Fig. 3-10a, e a corrente de campo é gradualmente aumentada até que a corrente de armadura atinja um valor máximo seguro ( talvez o dobro da corrente nominal), podem ser obtidos dados a partir dos quais a corrente de armadura de curto-circuito pode ser traçada em função da corrente de campo.

Figura 3.10. a) Ligações para o teste de curto-circuito; b) Características de circuito aberto e de curto-circuito.

Esta relação é conhecida como característica de curto-circuito. Uma característica de circuito aberto cca e uma característica de curto-circuito ccc são mostradas na Fig. 3-10b.

A relação fasorial entre a tensão de excitação Ef e a corrente de armadura

em regime permanente Ia sob condições de curto-circuito polifásico é

) ( a s a

f I r jx

E   (3-4)

O diagrama fasorial é mostrado na Fig. 3-11. Como a resistência é menor do que a reatância síncrona, a corrente de armadura se atrasa à tensão de excitação de aproximadamente 90º. Conseqüentemente, a onde de fmm da reação de armadura está aproximadamente em linha com o eixo dos pólos de campo, e em oposição à fmm do campo, como mostrado pelos fasores A e F

(36)

que, representam as ondas espaciais de fmm da reação de armadura e do campo, respectivamente.

A fmm resultante cria o fluxo de entreferro resultante que gera a tensão de entreferro Er igual a tensão consumida na resistência de armadura ra e

reatância de dispersão x; ou, na forma de equação:

) (r jx I

Efa a  (3-5)

Figura 3.11. Diagrama fasorial para condições de curto circuito.

Na maioria das máquinas síncronas a resistência de armadura é desprezível, e a reatância de dispersão está entre 0,10 e 0,20 por unidade – um valor representativo é cerca de 0,15 por unidade. Isto é , a corrente de armadura nominal, a queda de tensão na reatância de dispersão está em torno de 0,15 por unidade. Da Eq. 3-5, portanto, a tensão de entreferro a corrente de armadura nominal em curto-circuito é cerca de 0,15 por unidade; isto significa que o fluxo de entreferro resultante é somente cerca de 0,15 do seu valor para tensão nominal. Conseqüentemente, a máquina está funcionando em uma condição não-saturada. A corrente de armadura de curto-circuito, portanto, é diretamente proporcional à corrente de campo, na faixa de zero até bem acima da corrente de armadura nominal.

A reatância síncrona não saturada pode ser encontrada a partir dos dados de circuito aberto e curto-circuito. Numa excitação de campo qualquer, como Of na Fig. 3-10b, a corrente de armadura em curto-circuito é O’b , e a tensão

(37)

excitação para a mesma corrente de campo corresponde a Oa lido na linha de

entreferro. Note-se que deverá ser usada, a tensão na linha de entreferro, saturada. Se a tensão por fase correspondente a Oa é Ef(etf) e a corrente de

armadura por fase correspondente a O’b é Ia(cc) , então da Eq. 3-4, com

resistência de armadura desprezada, o valor não saturado xs(etf) da reatância

síncrona é ) ( ) ( ) ( cc a etf f etf s I E x  (3-6)

onde os índices (etf) indicam condições de linha de entreferro. Se Ef(etf) e Ia(etf)

são expressos em por unidade, a reatância síncrona será obtida em por unidade. Se Ef(etf) e Ia(etf) são expressos em volts por fase e ampères por fase,

respectivamente, a reatância síncrona será em ohms por fase.

Para funcionamento em tensão nominal ou perto delas, às vezes supõe-se que a máquina é equivalente a outra não saturada, cuja característica de magnetização é uma linha reta passando pela origem e o ponto de tensão nominal na característica de circuito aberto, como mostrado pela linha tracejada Op na Fig. 3-13. De acordo com esta aproximação, o valor saturado

da reatância síncrona sob tensão nominal Vt é

) ( 'acc t s I V x  (3-7)

onde I’a(cc) é a corrente de armadura O’c lida na característica de curto circuito

à corrente de campo Of correspondente a Vt na característica de circuito

aberto, como mostrado na Fig. 3-13. Este método de manipular os efeitos da saturação usualmente dá resultados satisfatórios, quando não se quer grande precisão.

A relação de curto-circuito é definida como a relação entre a corrente de campo para obter uma tensão nominal em circuito aberto, e a corrente de campo necessária para a corrente nominal de armadura em curto-circuito. Isto é, na Fig. 3-13, a relação de curto-circuito RCC é

(38)

'' ' Of

Of

RCC  (3-8)

Pode ser demonstrado que a relação de curto-circuito é o inverso do valor por unidade da reatância síncrona saturada dada pela Eq. 3-7.

Se a potência mecânica necessária para acionar a máquina é medida durante o ensaio de curto-circuito, obtém-se alguma informação quanto às perdas provocadas pela corrente de armadura. A potência mecânica para acionar a máquina síncrona durante o teste de curto-circuito é igual à soma do atrito e ventilação mais as perdas da corrente de armadura. As perdas provocadas pela corrente de armadura podem então ser calculadas subtraindo o atrito e ventilação da potência motora. As perdas produzidas pela corrente de armadura em curto-circuito são conhecidas coletivamente como as perdas de curto-circuito.

As perdas de curto-circuito compreendem perdas no cobre no enrolamento de armadura, perdas locais no ferro por fluxo disperso de armadura, e uma perda no ferro muito pequena por fluxo resultante. A perda por resistência em c.c. pode ser calculada se a resistência em c.c. é medida e corrigida, quando necessário, para temperatura dos enrolamentos durante o ensaio de curto-circuito.

Para condutores de cobre

t T r r t t    5 , 234 5 , 234 (3-9)

onde rT e rt são as resistências a temperaturas centígradas T e t,

respectivamente. Se esta perda por resistência em c.c. é subtraída das perdas de curto-circuito, a diferença será a perda devida a efeito pelicular e correntes parasitas nos condutores da armadura, mais as perdas locais no ferro produzidos pelo fluxo disperso da armadura. (As perdas no ferro produzidas pelo fluxo resultante em curto-circuito são de costume desprezadas). Esta diferença entre as perdas de curto-circuito e a perda por resistência em c.c. é a perda adicional causada pela corrente alternada na

(39)

armadura. São as perdas suplementares descritas no Item 4-8, e são comumente consideradas com o mesmo valor sob condições de carga normais e em curto-circuito. São uma função da corrente de armadura, como mostrado pela curva da Fig. 3-14.

Como em qualquer dispositivo para c.a., a resistência efetiva da armadura é a perda de potência atribuível à corrente de armadura dividida pelo quadrado da corrente. Na suposição de que as perdas suplementares são uma função somente da corrente de armadura, a resistência efetiva ra(eff) da

armadura pode ser determinada a partir das perdas curto-circuito; assim,

2 ) ( ) _ _ _ _ ( _ _ circuito curto em armadura de corrente circuito curto de perdas ra eff    (3-10)

Se as perdas de curto-circuito e a corrente de armadura estão em por unidade, a resistência efetiva estará em por unidade. Se elas estão em watts por fase e ampères por fase, respectivamente, a resistência efetiva estará em ohms por fase. Usualmente é suficientemente exato determinar o valor de ra(eff) à corrente nominal e depois supor que é constante.

3.5. Características de funcionamento em regime permanente

As principais características de funcionamento em regime permanente são as relações entre a tensão terminal, a corrente de campo, a corrente de armadura, o fator de potência e o rendimento. As curvas características que são de importância em aplicações práticas de máquinas são apresentadas aqui. Todas elas podem ser calculadas pelos métodos apresentados neste capítulo.

(40)

Figura 3.15 Curvas compostas de gerador.

Considere-se um gerador síncrono alimentando a freqüência constante uma carga, cujo fator de potência é constante. A curva que mostra a corrente de campo necessária para manter a tensão terminal nominal conforme é alterada a carga, mantendo o fator de potência constante, chamamos curva composta. Três curvas compostas a vários fatores de potência constantes são mostradas na Fig. 3-15.

Se a corrente de campo for mantida constante enquanto a carga varia, a tensão terminal variará. As curvas características de tensão terminal, traçadas em função da corrente de armadura, para três fatores de potência constantes, são mostradas na Fig. 3-16. Cada curva é desenhada para um valor diferente de corrente de campo. Em cada caso, a corrente de campo é igual ao valor necessário para dar tensão terminal nominal à corrente de armadura nominal, e corresponde ao valor de corrente de armadura nominal lido nas curvas compostas (Fig. 3-15).

(41)

Figura 3.16. Características tensão corrente de gerador, a corrente de campo constante.

Os geradores síncronos são usualmente especificados em termos da máxima carga em KVA e o fator de potência determinados (freqüentemente 80, 85, ou 90 por cento indutivo) que podem suportar continuamente, sem sobreaquecimento. A potência ativa de saída do gerador é usualmente limitado a um valor dentro das especificações de potência aparente pela capacidade do motor primário. Em virtude do sistema de regulação de tensão, a máquina normalmente funciona a uma tensão constante cujo valor está dentro de ± 5 por cento da tensão nominal. Quando a potência ativa de carga e a tensão são fixadas, a potência reativa de carga permitida é limitada pelo aquecimento da armadura ou do campo.

Um conjunto típico de curvas de capacidade de potência reativa para um grande turbogerador é mostrado na Fig. 3-17. Elas dão os valores máximos de potência reativa correspondentes a diversos valores de potência, com funcionamento a tensão nominal. O aquecimento da armadura é o fator que limita na região de fator de potência unitário até nominal (0,85). Para fatores de potência mais baixos, a limitação é dada pelo aquecimento do campo.

Tal conjunto de curvas é um guia valioso no planejamento e operação do sistema do qual o gerador é uma parte.

O fator de potência ao qual um motor síncrono funciona, e portanto a corrente de armadura, pode ser controlado por ajuste da excitação de campo. A curva que mostra a relação entre a corrente de armadura e a corrente de campo a uma tensão terminal constante e com uma carga constante no eixo,

(42)

é conhecida como a curva V, devido a sua forma característica. Uma família de curvas V é mostrada na Fig. 3-18.

Para potência de saída constante, a corrente de armadura é, naturalmente,

mínima a fator de potência unitário, a aumenta conforme o fator de potência decresce. As linhas tracejadas correspondem aos pontos de fator de potência constante. Elas são as curvas compostas para o motor síncrono, mostrando como a corrente de campo deve ser alterada conforme a carga varia, a fim de manter o fator de potência constante.Os pontos à direita da curva composta de fator de potência unitário correspondem à sobreexcitação e a corrente adiantada na entrada; pontos à esquerda correspondem à subexcitação e corrente atrasada na entrada

De fato, se não fosse pelos pequenos efeitos da resistência de armadura, as curvas compostas para motor e gerador seriam idênticas, exceto que as curvas de fator de potência indutivo e capacitivo seriam trocadas.

Como em todas as máquinas eletromagnéticas, as perdas nas máquinas síncronas compreendem perdas I²R nos enrolamentos, perdas no ferro e perdas mecânicas. O rendimento convencional é calculado de acordo com um conjunto de regas determinadas pela ANSI.

Proposta de Prática de Laboratório:

Acionar o motor síncrono (curto-circuitar o rotor), observar sentido de giro. Acionar a máquina síncrona através de um motor cc shunt, à uma velocidade próxima à velocidade síncrona. Alimentar o estator através da bancada (ou painel de sincronismo). Excitar o enrolamento de campo, com a fonte regulável.

f.p.=1

Indutivo Capacitivo

If I1

(43)

Regular a excitação de campo, observando o fator de potência através de VI do LabView.

(44)

3.6. Características de Ângulo de Carga em Regime Permanente

Figura 3.19. Efeito de Hunting, Oscilação pendular e ângulo de carga.

A máxima sobrecarga momentânea, que uma máquina síncrona pode suportar, é determinada pelo máximo conjugado que pode ser aplicado sem perda de sincronismo. O objetivo deste item é deduzir expressões, para os limites de potência em regime permanente, de sistemas simples com cargas aplicadas gradualmente. Os efeitos de impedância externa, desprezados até aqui, serão também incluídos.

Desde que a máquina pode ser representada por uma simples impedância, os estudos dos limites de potência tornam-se meramente um caso especial do problema mais geral das limitações no fluxo de potência através de uma impedância reativa. A impedância pode incluir a de uma linha e banco de transformadores, assim como a impedância síncrona da máquina.

Considere o circuito simples da Fig. 3-20a compreendendo duas tensões alternadas E1 e E2 ligadas por uma impedância Z através da qual a corrente é

I. O diagrama fasorial é mostrado na Fig. 3-20b. A potência P2 entregue

através da impedância aos terminais de carga E2 é

2 2

2 E Icos

P  (3-11)

onde Φ2 é o ângulo de fase de I em relação a E2 . A corrente fasorial é

(45)

Z E E

I  1 2 (3-12)

figura 3.20. a) Impedância interligando duas tensões; b) Diagrama fasorial.

Se as tensões fasoriais e a impedância forem expressas em forma polar,

Z Z Z Z E Z E Z E E I                1/ 2 0º 1 2 (3-13)

onde E1 e E2 são os módulos das tensões, δ é o ângulo de fase pelo qual E1

se adianta a E2 , Z é o módulo da impedância, e Φz é o seu ângulo em forma

polar. A parte real da equação fasorial 3-13 é a componente de I em fase com E2 , donde ) cos( ) cos( cos 1 2 2 z z Z E Z E I       (3-14)

Substituindo a Eq. 3-14 na Eq. 3-11, e notando que

Z R z z) cos / cos(

 resulta            90 Fazendo Z R E ) cos( Z E E P Z Z 2 2 2 Z 2 1 2 (3-15)

(46)

2 2 2 2 1 2 2 2 2 1 2 sin( 90) sin( ) Z R E Z E E Z R E Z E E P   z     Z  (3-16) onde X R Z Z 1 tan 90      

e usualmente é um ângulo pequeno.

Da mesma forma, a potência P1 nos terminais de entrada E1 da

impedância pode ser expressa como

2 2 1 2 1 1 sin( ) Z R E Z E E P   Z  (3-18)

Se a resistência for desprezível, como freqüentemente é o caso,

 sin 2 1 2 1 Z E E P P   (3-19)

Se a resistência for desprezível e as tensões forem constantes, a potência máxima será

X

E

E

P

P

MÁX MÁX 1 2 _ 2 _ 1

(3-20) e ocorre quando  = 90°.

Quando a eq. 3-19 é comparada com a eq. 3-1 para conjugado em termos de ondas de fluxo e fmm que interagem, vê-se que elas são da mesma forma. Isto não é coincidência. Primeiro, devemos lembrar que conjugado e potência são linearmente proporcionais quando, como aqui, a velocidade é constante. Então, o que nós estamos realmente dizendo é que a eq. 3-1, quando aplicada especificamente à máquina idealizada de rotor cilíndrico e traduzida a termos de circuito, torna-se a eq. 3-19. Uma rápida revisão mental dos fundamentos de cada relação mostrará que elas vêm das mesmas considerações fundamentais.

Uma forma alternativa de determinar as potências ativa e reativa é através da representação polar [12]:

d j f t jX e E V I   

(47)

d j f t d t d j f t jX e E V jX V jX e E V V VI jQ P                   2 * * d f t X sen E V P  d f t d t X E V X V Q cos 2   na notação de motor. d t d f t X V X E V Q 2 cos 

  na notação de gerador (ver figura 3.21.a)

Simulação: Simular em MatLab/Simulink os arquivos “Diagrama Fasorial_Pólos

Referências

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