QUALIDADE DO AR INTERIOR
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Auditorias Ambientais
Parâmetros Físicos e Químicos
Parâmetros Físicos e Químicos
Anabela Martins
LQAI - IDMEC
Parâmetros físicos e químicos
• Temperatura
• Humidade relativa
• Velocidade do ar
• Taxa de renovação do ar
• Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) • Formaldeído • Dióxido de carbono • Monóxido de carbono • Luz • Ruído • Electricidade estática • Campos electromagnéticos • Partículas (PM) • Monóxido de carbono • Ozono • Radão
Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização
em Edifícios (RSECE),
DL 79/2006 de 4 de AbrilPartículas suspensas no ar (PM10)
• Partículas orgânicas ou inorgânicas com diâmetro < 10 µµµµm
• Principais fontes:
– ar exterior (tráfego, terra, indústria, ...)
– fumo de tabaco
– processos de combustão (
lareiras, esquentadores, fogões)– vapores metálicos e orgânicos
Partículas suspensas no ar (PM10)
• Efeitos na saúde:
– reacções inflamatórias pulmonares
– sintomas respiratórios
– efeitos adversos sobre o sistema cardiovascular
– efeitos adversos sobre o sistema cardiovascular
– redução da função pulmonar em crianças e adultos
– aumento do uso de medicação
– aumento de internamentos hospitalares
– aumento da doença pulmonar obstrutiva crónica
– aumento da mortalidade
Partículas suspensas no ar (PM10)
Valor limite imposto pelo RSECE
• Não é um gás tóxico, afectando o ser humano quando a sua presença substitui o oxigénio
• Principais fontes:
– respiração
Dióxido de carbono (CO
2)
– respiração
– fumo de tabaco
– processos de combustão (
lareiras, esquentadores, fogões)– trânsito automóvel
• Efeitos na saúde:
Dióxido de carbono (CO
2)
Valor limite imposto pelo RSECE
[CO
2] < 1800 mg/m
3– náuseas
– vómitos
– hemorragia gastro-intestinal
– asfixia
• É um gás altamente tóxico
• Principais fontes:
– fumo de tabaco
Monóxido de carbono (CO)
– processos de combustão (
lareiras, esquentadores, fogões)– trânsito automóvel
• Efeitos na saúde:
Valor limite imposto pelo RSECE
[CO] < 12,5 mg/m
3Monóxido de carbono (CO)
– problemas de visão
– redução da capacidade de trabalho
– redução da destreza manual
– diminuição da capacidade de aprendizagem
– dificuldade na resolução de tarefas complexas
– morte
• Falamos neste caso do ozono troposférico (ou de superfície)
• Principais fontes:
– fotocopiadoras
Ozono (O
3)
– impressoras a laser
• Efeitos na saúde:
Valor limite imposto pelo RSECE
[O
3] < 200
µ
g/m
3Ozono (O
3)
– irritações nos olhos, nariz e garganta
– tosse
– cefaleias
Em situações mais graves, penetra nas vias respiratórias,
afectando os brônquios e os alvéolos pulmonares.
A sua acção faz-se sentir principalmente em crianças, mesmo
para concentrações baixas e para exposições de curta duração.
• Principais fontes:
– mobiliário
(produção de resinas ureia-formol, fenol-formol e melamínica)– agente preservante
(produtos cosméticos e de limpeza )Formaldeído (HCHO)
– agente preservante
(produtos cosméticos e de limpeza )– laboratórios
– embalsamação de peças anatómicas
– agente esterilizante
• Efeitos na saúde:
Valor limite imposto pelo RSECE
[HCHO] < 100
µ
g/m
3Formaldeído (HCHO)
– forte irritante das mucosas (olhos, nariz e garganta)
Classificado como carcinogéneo pela IARC – International
Agency for Research on Cancer – em Dezembro 2006.
Efeitos na saúde por exposição a formaldeído
Concentração de formaldeído (ppm) Efeitos na saúde < 0.05 Não observados 0.05 – 1.5 Efeitos neurofisiológicos 0.05 – 1.0 Limite do odor 0.05 – 1.00.01 – 2.0 Irritação dos olhos
0.10 – 25 Irritação das vias respiratórias superiores
5 - 30 Irritação das vias respiratórias e efeitos nos pulmões 50 – 100 Edemas pulmonares, inflamações, pneumonia
Compostos Orgânicos Voláteis (COVs)
São abrangidos por esta classificação todos os compostos com pontos de ebulição compreendidos entre 50ºC e 260ºC.
Na prática, e tendo em conta o método que é normalmente usado na sua determinação, correspondem aos compostos eluídos em cromatografia gasosa entre o hexano e o hexadecano.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 A B C D E F G H I Escola C (C O V sT ) (µ g /m 3 ) sala x sala y exterior
• Principais fontes:
– materiais usados no revestimento de pavimentos
– vernizes, solventes, colas, tintas
– produtos de limpeza
Compostos Orgânicos Voláteis (COVs)
– produtos de limpeza
– agentes de limpeza a seco e protectores
– materiais de isolamento
– mobiliário
– cosméticos
• Efeitos na saúde:
– carcinogéneos
(ex. benzeno pode causar leucemia)– ao nível da reprodução
(ex. 2-etoxietanol)– pele
(ex. 2-(2-butoxietoxi)etanol)Compostos Orgânicos Voláteis (COVs)
– pele
(ex. 2-(2-butoxietoxi)etanol)– membranas mucosas dos olhos, nariz e garganta
(ex. aldeídos, 2-butoxietanol)Conceito de COVsT
A avaliação dos efeitos na saúde causados por misturas complexas de COVs é difícil.
Existem centenas de compostos orgânicos voláteis, para os quais não existe informação toxicológica.
De acordo com o conhecimento básico de toxicologia os efeitos dos poluentes podem ser:
- aditivos (Effect Mix = Effect A + Effect B + ...)
- sinergéticos (Effect Mix > Effect A + Effect B + ...) - antagónicos (Effect Mix < Effect A + Effect B + ...) - independentes uns dos outros
Conceito de COVsT
Devido a estas dificuldades criou-se um parâmetro que é o somatório de todos os
COVs detectados segundo um método
definido.
Esse parâmetro, é o COVsT (TVOC em inglês), que tem levantado inúmeras discussões acerca da sua aplicabilidade e até acerca do método de cálculo.
Valor limite imposto pelo RSECE
[COVsT] < 600
µ
g/m
3Compostos Orgânicos Voláteis (COVs)
Alcanos Aldeídos , Cetonas 600 Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira Aldeídos , Cetonas Hidrocarbonetos aromáticos Terpenos, Ésteres Hidrocarbonetos halogenados Ácidos, Éteres Hidrocarbonetos cíclicos Hidrocarbonetos insaturados … 0 100 200 300 400 500
Sala 19 Sala 21 Sala 22 Exterior
C ( C O V sT ) (µµµµ g /m 3) Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
COVs – algumas abordagens
É importante efectuar uma análise detalhada dos compostos orgânicos voláteis, pois a presença em elevada concentração de um único composto mais tóxico pode ser indicativo de um ambiente interior de má qualidade e muito prejudicial para a saúde humana.
A legislação não obriga a esta disposição, mas um gestor de edifício preocupado com a saúde dos seus utilizadores deverá ter esta preocupação e procurar efectuar uma análise o mais completa possível.
COVs – algumas abordagens
COVsT < 300 µg/m3 Alcanos < 100 µg/m3 Aldeídos e Cetonas < 20 µg/m3 Hidrocarbonetos aromáticos < 50 µg/m3Seifert B. (1990)
Hidrocarbonetos aromáticos < 50 µg/m Terpenos < 30 µg/m3 Ésteres < 20 µg/m3 Hidrocarbonetos halogenados < 30 µg/m3 Ácidos, Éteres Hidrocarbonetos cíclicos < 50 µg/m3 Hidrocarbonetos insaturados, …Nenhum composto individual deverá exceder 50% do limite da sua classe ou 10% do valor de COVsT.
• Tem a sua origem no decaímento radiactivo do urânio-238 e do tório-232 (libertando partículas radioactivas alfa, beta e gama).
• Principais fontes:
– solos contendo urânio, granito
Radão (Rn)
– infiltração ascendente através do solo ou paredes
A – Entrada de radão a partir do solo:
- Gretas e fissuras - Juntas
- Zonas de atravessamento de tubagens e/ou cabos
B – Libertação de radão dos próprios materiais de construção C – Entrada de radão misturado com o ar exterior
• Efeitos na saúde:
Valor limite imposto pelo RSECE
[Rn] < 400 Bq/m
3Radão (Rn)
– classificado como carcinogéneo pela IARC
O RSECE apenas obriga a pesquisa em zonas graníticas,
nomeadamente nos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda,
Viseu e Castelo Branco.
Dos estudos efectuados em 4200 habitações,
verifica-se que cerca de 60% das concentrações de
radão se situam abaixo dos 50 Bq/m3.
Os valores mais elevados encontram-se em casas situadas em regiões graníticas. Em 2,6% das
habitações controladas, os níveis médios anuais de
Radão (Rn)
< 25 25 - 50 50 - 200
Locais com concentrações superiores a 400 Bq/m3.
habitações controladas, os níveis médios anuais de
radão são superiores a 400 Bq/m3.
Legenda: Radão (Bq/m3)
Nota técnica NT-SCE-02
Veio clarificar certos aspectos não definidos no DL:
Anexo III – Métodos de referência, métodos equivalentes e requisitos mínimos para monitores portáteis de leitura em tempo real Anexo V – Método de amostragem (espacial e temporal)
Anexo VI – Tratamento de resultados Anexo VII – Critérios de Conformidade
Anexo VII – Critérios de conformidade
1) PM10, CO, O3, HCHO
No caso específico do CO, no caso de terem sido registadas não conformidades deverá utilizar-se o critério:
Anexo VII – Critérios de conformidade
2) Radão
3) CO2
Porquê este critério mais permissivo? Passar a todo o custo?
No caso específico do CO2, no caso de terem sido registadas não
conformidades deverá repetir-se a análise prolongando o tempo de medição, e poderá aplicar-se o seguinte critério:
Anexo VII – Critérios de conformidade
4) COVs totais
No caso específico dos COVs totais, no caso de terem sido registadas não conformidades deverá repetir-se a análise usando o método de referência tendo em vista identificar e quantificar os COVs individualmente, e comparar com os valores constantes nos documentos do quadro 7.
com os valores constantes nos documentos do quadro 7.
Esta Norma apresenta valores para ambiente industrial com ordens de grandeza cerca de 100 a 1000 vezes superiores aos valores normalmente medidos em ambientes interiores!!