Universidade Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Direito

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Universidade Federal do Paraná Programa de Pós-Graduação em Direito Disciplinas:

Direito Econômico – Mestrado – DB723

Regulação Pública da Economia – Doutorado – DB 779 Professor Doutor EGON BOCKMANN MOREIRA

Proposta

As disciplinas têm como objetivo aprofundar a investigação e o debate a respeito do Direito Econômico (Mestrado) e das novas perspectivas da Regulação Pública da Economia (Doutorado). O seu entrelaçamento dá-se por meio de um tema-chave: o papel desempenhado pelos contratos públicos para o Direito Econômico (como um todo) e para a Regulação Pública da Economia (em específico). Haverá quatro módulos, divididos em 11 sessões autônomas: (I) Direito Econômico: linhas mestras e novas perspectivas; (II) Os contratos públicos: do ato ao contrato e do contrato ao ato; (III) Complexidades relacionais e contratuais; (IV) O governo por meio de contratos.

Metodologia, pedagogia e critérios de avaliação

Na sessão zero, haverá a divisão de textos e tarefas. Todos os textos estarão disponíveis aos alunos, na pasta virtual a ser compartilhada.

Os textos básicos do mestrado e do doutorado são de leitura e fichamento obrigatório para os respectivos alunos. Da ficha de leitura deverão constar os seguintes itens, sempre de modo fundamentado: (i) linha de pensamento do autor e texto, (ii) tópicos cujo esclarecimento e debate são necessários, (iii) dois pontos fortes e dois pontos fracos do texto. As fichas de leitura deverão ser arquivadas, até antes do horário de início da respectiva sessão (depois disso, não serão consideradas), na respectiva subpasta da pasta virtual de comum acesso, com a identificação do autor. Cada ficha deverá ter, no máximo, três páginas.

As sessões terão início com a exposição do assunto objeto do texto básico, a ser feita individualmente pelo aluno responsável (durante cinquenta minutos). A exposição deve se ater ao tema relativo ao texto pautado e não pode ser compreendida como leitura em voz alta e/ou mero resumo acrítico do texto.

Em seguida, caberá ao responsável pela revisão expor (no mínimo) 5 pontos para debate e a razão de sua escolha. Ao menos um dos pontos para debate apresentados pelo revisor deverá ter como fundamento um dos textos de apoio. Todos os demais participantes deverão apontar (no mínimo) 1 ponto para debate e a razão de sua escolha. Os pontos para debate deverão se ater ao tema da respectiva sessão.

Os arquivos com os pontos para debate deverão ser arquivados por todos e cada um dos alunos, com a respectiva identificação, em subpastas específicas para cada sessão, disponíveis na pasta virtual de comum acesso. O prazo para a apresentação dos pontos para debate é de até 24h antes da sessão (depois disso, não serão considerados).

Todos, necessariamente, deverão participar dos debates. Os pontos serão expostos e justificados pelos proponentes e discutidos por todos.

A avaliação será composta de quatro notas, como os seguintes pesos: (i) 20% referentes às fichas de leitura tempestivamente entregues; (ii) 20% referente aos pontos enviados para debate; (iii) 20% referentes à efetiva participação em sala de aula (exposição, revisão e debates); (iv) 40% referentes ao trabalho entregue, que deverá necessariamente versar sobre um dos temas do programa (mínimo de 15 e máximo de 30 páginas), a ser depositado na pasta virtual em até sessenta dias depois da última sessão (depois disso, não serão considerados).

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Programa:

Sessão Zero – Exposição inicial, apresentação das disciplinas e divisão de tarefas. Texto para reflexão: Ilya PRIGOGINE. O Fim das Certezas: tempo, caos e as leis da natureza. Trad. R. L. Ferreira. São Paulo, UNESP, 1996, pp. 9-58.

I. Primeiro módulo. Direito Econômico: linhas mestras e novas perspectivas

1. Primeira Sessão: Aproximação ao Direito Econômico e à Regulação Pública da Economia

Mestrado – texto básico Doutorado – texto básico

Fábio NUSDEO. “O Direito Econômico Centenário: um ‘vol d’oiseau’ sobre o passado e algumas perspectivas para o futuro.” RDPE 36/101-132. Belo Horizonte, Fórum, out.-dez./2011.

Calixto SALOMÃO FILHO. Regulação da Atividade Econômica, 2ª ed. São Paulo, Malheiros Editores, pp. 19-52.

Textos de apoio:

- Manuel Afonso VAZ. Direito Econômico, 4ª ed. Coimbra, Coimbra Ed., 1998, pp. 15-31 e 79-99.

- Jean-Jacques SUEUR. “Direito Económico e Metodologia do Direito”, in AAVV, Filosofia do Direito e Direito Económico: que diálogo? Lisboa, Instituto Piaget, pp. 319-337. - Floriano de Azevedo MARQUES NETO. “Regulação Estatal e Autorregulação na Economia Contemporânea.” RDPE 33/79-94. Belo Horizonte, Fórum, jan.-mar. 2011. - Egon Bockmann MOREIRA. “Qual é o Futuro do Direito da Regulação no Brasil?”, in C. A. SUNDFELD e A. ROSILHO (orgs.). Direito da Regulação e Políticas Públicas. São Paulo, sbdp/Malheiros Editores, 2013.

2. Segunda Sessão: Planejamento estatal da economia

Almiro do COUTO E SILVA. “Problemas Jurídicos do Planejamento”. Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul 27/133-147. Porto Alegre, 2003

Eros Roberto GRAU. Planejamento Econômico e Regra Jurídica. São Paulo, Ed. RT, 1978, pp. 9-65 e 207-249.

- George J. STIGLER. “El Análises Económico de las Políticas Públicas: una Súplica a los Académicos.” Trad. E. Camero. In A. Roemer (comp.), Derecho y Economía: una revisión de la literatura. México: Fondo de Cultura Económica, 2000, pp. 592-605.

- André de LAUBADÈRE. Direito Público Económico. Trad. M. T. Costa. Coimbra, Almedina, 1985, pp. 310-357.

- David M. TRUBEK. “The ‘Rule of Law’ in Development Assistance: past, present and future”, in D. M. Trubek e A. Santos (eds.), The New Law and Economical Development. NY, Cambridge Univ. Press, 2006, pp. 74-94.

3. Terceira Sessão: Análise Econômica do Direito, Direito Econômico e contratos

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Econômica Progressista do Direito – e o Novo Direito Administrativo.” Trad. M. M. Prado. In P. MATTOS (coord.), Regulação Econômica e Democracia: o debate norte-americano. São Paulo, CEBRAP/Ed. 34, 2004, pp. 243-280.

Contrato. Coimbra, Almedina, 2007, pp. 13-101.

- Duncan KENNEDY. “Three Globalizations of Law and Legal Tought: 1850-2000”, in D. M. Trubek e A. Santos (eds.), The New Law and Economical Development. NY, Cambridge Univ. Press, 2006, pp. 19-73.

- José Reinaldo de Lima LOPES. “Direito e Economia: os Caminhos do Debate”, in M. L. P. Lima, Direito e Economia: 30 anos de Brasil, t. 1. São Paulo, Direito GV/Saraiva, 2012, pp. 231-260.

- Pedro DUTRA, “Regulação Econômica: trajetória e perspectivas”, in M. L. P. Lima, Direito e Economia: 30 anos de Brasil, t. 1. São Paulo, Direito GV/Saraiva, 2012, pp. 325-355.

- Márcia Carla Pereira RIBEIRO e Irineu GALESKI JUNIOR, Teoria Geral dos Contratos: contratos empresariais e análise econômica. São Paulo, Campus, 2009, pp. 53-131.

II. Segundo módulo: Os Contratos Públicos: do ato ao contrato e do contrato ao ato 4. Quarta Sessão: Os contratos administrativos: contratos ou atos?

Orlando de CARVALHO. “Contrato Administrativo e Acto Jurídico Público”, in Escritos: páginas de Direito, I. Coimbra, Almedina, 1998, pp. 164-246.

Otto MAYER. Derecho Administrativo Alemán, t. IV. Trad. H. H. Heredia et alii. Buenos Aires, Depalma, 1982, pp. 149-179.

- Ernest FORSTHOFF. Tratado de Derecho Administrativo. Trad. Legaz Lacambra et alii. Madri, Instituto de Estudios Políticos, 1958, pp. 370-391.

José Casalta NABAIS. Contratos Fiscais. Coimbra, Coimbra Ed., 1994, pp. 9-84.

- Oswaldo Aranha BANDEIRA DE MELLO. Princípios Gerais de Direito Administrativo, vol. I, 3ª ed. São Paulo, Malheiros Editores, 2007, pp. 670-693.

- Mário MASAGÃO. Curso de Direito Administrativo, 3ª ed. São Paulo, Max Limonad, s/d, pp. 287-306.

5. Quinta Sessão: O Direito Privado Administrativo

Santiago GONZÁLEZ-VARAS Ibáñez. El Derecho Administrativo Privado. Madri, Ed. Montecorvo, 1996, pp. 87-128.

Harmut MAURER. Direito Administrativo Geral. Trad. L. A. Heck. São Paulo, Manole, 2006, pp. 38-66.

- Almiro do COUTO E SILVA. “Enfiteuse.” Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul 27/331-346. Porto Alegre, 2003.

- Almiro do COUTO E SILVA. “Princípios da Legalidade da Administração Pública e da Segurança Jurídica no Estado de Direito contemporâneo.” Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul 27/11-31. Porto Alegre, 2003.

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Trad. M. Bacigalupo et alii. Madri, Marcial Pons, 2003, pp. 292-305.

- Vincenzo Cerulli IRELLI. Amministrazione Pubblica e Diritto Privato. Torino, G. Giappichelli, 2011, pp. 1-33.

6. Sexta Sessão: Direitos, deveres e obrigações públicas (e privadas)

Eduardo GARCÍA DE ENTERRÍA e Tomás-Ramón FERNÁNDEZ. Curso de Derecho Administrativo, vol II, 9ª ed. Madri, Thomson/Civitas, 2004, pp. 15-54.

Hans J. WOLFF, Otto BACHOF, Rolf STOBER, Direito Administrativo, vol I. Trad. A. F. Sousa. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 481-494 e 609-688.

- Santi ROMANO. “Deberes. Obligaciones.” In: Fragmentos de un Diccionario Jurídico. Trad. S. Santis Melendo et alii. Buenos Aires, 1964, pp. 89-119.

- José Casalta NABAIS. “Algumas reflexões críticas sobre os direitos fundamentais.” RDPE 22/61-95. Belo Horizonte, Fórum, jan.-mar./2005.

- Ruy Cirne LIMA. Sistema de Direito Administrativo, vol. I. Porto Alegre, Sulina, 1953, pp. 25-40.

- Egon Bockmann MOREIRA. Direito das Concessões de Serviço Público. São Paulo, Malheiros Editores, 2010, pp. 281-303.

7. Sétima Sessão: Os contratos públicos: consolidação de uma figura?

Fernando Dias Menezes de ALMEIDA. Contrato Administrativo. São Paulo, Quartier Latin, 2012, pp. 171-231.

Fernando Dias Menezes de ALMEIDA. Contrato Administrativo. São Paulo, Quartier Latin, 2012, pp. 235-316.

- Diogo de Figueiredo MOREIRA NETO. “Administração Pública Consensual”, in Mutações do Direito Administrativo, 3ª ed. Rio de Janeiro, Renovar, 2007, pp. 35-48.

- Odete MEDAUAR. Direito Administrativo em Evolução, 2ª ed. São Paulo, Ed. RT, 2003, pp. 185-240.

- Maria João ESTORNINHO. Direito Europeu dos Contratos Públicos. Coimbra, Almedina, pp. 123-277.

8. Oitava Sessão: Os atos administrativos negociais: atos ou contratos?

Carlos Ari SUNDFELD. Direito Administrativo Ordenador. São Paulo, Malheiros Ed., pp. 9-27 e 38-52.

Luciano PAREJO ALFONSO. Manual de Derecho Administrativo, 5ª ed. Barcelona, Ariel, 1998, pp. 750-771.

- Pedro Leitão Pais de VASCONCELOS. A Autorização. Coimbra, Coimbra Ed., 2012, pp. 151-277.

- Carlos Ari SUNDFELD e Jacintho Arruda CÂMARA. “Acordos Substitutivos nas Sanções Regulatórias.” RDPE 34/133-151, abr.-jun./2011.

- Andreia Cristina BAGATIN. “A Natureza Jurídica dos ‘Acordos’ previstos pela Lei nº 8.884/94.” In E. B. MOREIRA e P. T. L. MATTOS (coords.), Direito Concorrencial e Regulação Econômica. Belo Horizonte, Fórum, 2010, pp. 191-216.

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III. Terceiro módulo: Complexidades relacionais e contratuais 8. Oitava sessão: As relações jurídicas administrativas (e multipolaridade)

José Joaquim GOMES CANOTILHO. “Relações Jurídicas Poligonais: Ponderações Ecológica de Bens e Controlo Judicial Preventivo.” Revista Jurídica do Urbanismo e do Ambiente 1/55-66. Coimbra, IDUAL - Almedina, jun./1994.

Vasco Pereira da Silva, Em Busca do Acto Administrativo Perdido. Coimbra, Almedina, pp. 149-297.

- Hans J. WOLFF, Otto BACHOF, Rolf STOBER, Direito Administrativo, vol I. Trad. A. F. Sousa. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 494-500.

- Harmut MAURER. Direito Administrativo Geral. Trad. L. A. Heck. São Paulo, Manole, 2006, pp. 175-201.

9. Nona sessão: A teoria das redes contratuais e os contratos relacionais

Mestrado Doutorado

Rodrigo Xavier LEONARDO. Redes Contratuais no Mercado Habitacional. São Paulo, Ed. RT, 2003, pp. 128-172.

Ronaldo Porto MACEDO JR. Contratos Relacionais e Defesa do Consumidor. 2ª ed. São Paulo, Ed. RT, 2007, pp. 121-205.

- Ian R. MACNEIL. “Contracts: Adjustment of Long-Term Economics Relations under Classical, Neoclassical and Relational Contract Law”. Northwestern Law Review 72/854-905. 1977-1978.

- Rodrigo Xavier LEONARDO. “Redes Contratuais: uma contextualização entre empresa e mercado”. RDPE 7/225-234. Belo Horizonte, Fórum, jul.-set./2004.

- Eduardo SALOMÃO NETO. Direito Bancário. São Paulo, Atlas, 2005, pp. 377-417.

- Egon Bockmann MOREIRA. Direito das Concessões de Serviço Público. São Paulo, Malheiros Editores, 2010, pp. 154-158.

IV. Quarto módulo: O governo por meio de contratos

10. Décima sessão: Planejamento estatal da economia e contratos públicos de curto prazo: o princípio da concorrência

Carlos Ari SUNDFELD. “Contratações Públicas e o Princípio da Concorrência.” RCP 1/55-79. Belo Horizonte, Fórum, mar.-ago./2012.

Pedro Costa GONÇALVES. Reflexões sobre o Estado Regulador e o Estado Contratante. Coimbra, Coimbra Ed., 2013, pp. 371-472. Textos de apoio:

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Regulatórias e de Defesa da Concorrência: qual espaço de cooperação?” RDPE 28/145-175. Belo Horizonte, Fórum, out.-dez./2009.

- Tatiana M. CYMBALISTA, Marina F. ZAGO e Fernanda E. RODRIGUES. “O Poder de Compra Estatal e a Margem de Preferência para Produtos e Serviços Nacionais introduzida na Lei de Licitações.” RDPE 35/143-175. Belo Horizonte, Fórum, jul.-set./2011.

11. Décima primeira sessão: Planejamento estatal da economia e contratos públicos de longo prazo: o governo por meio de contratos

Pedro Costa GONÇALVES. Reflexões sobre o Estado Regulador e o Estado Contratante. Coimbra, Coimbra Ed., 2013, pp. 91-142.

Peter VINCENT-JONES. The New Public Contracting. Oxford, Oxford Univ. Press, 2006, pp. 1-35 e 139-271.

Licínio Lopes MARTINS. “Contrato Público e Organização Administrativa”, in P. C. GONÇALVES (org.), Estudos de Contratação Pública, vol. I. Coimbra, Coimbra Ed., 2008, pp. 671-732.

Odete MEDAUAR. “Nota sobre a Contratualização da Atividade Administrativa”. RCP 1/241-249. Belo Horizonte, Fórum, mar.-ago./2012.

Egon Bockmann MOREIRA. “O Contrato Administrativo como Instrumento de Governo”, in P. C. GONÇALVES, Estudos de Contratação Pública, vol. IV. Coimbra, Coimbra Ed., 2013, pp. 5-18.