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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Curso de Engenharia de Produção

ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Por: Rodrigo da Silva Guedes

Orientador: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro Julho de 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Curso de Engenharia de Produção

ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Trabalho apresentado a Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do Grau de Pós-graduado no curso de Engenharia de Produção.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela oportunidade de iniciar e concluir o curso de Engenharia de Produção.

O que seria agradecer senão repartir com aqueles que me incentivaram, possibilitando a pesquisa e o aprendizado deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

A minha Família pelo apoio e a oportunidade de construir minha trajetória. Aos professores pela compreensão, estímulo e cooperação durante o desenvolvimento deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“É melhor tentar e falhar, que se preocupar e ver a vida passar.

É melhor tentar, ainda que em vão, que se sentar fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar, a em dias tristes em casa me esconder.

Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.”

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 08

CAPÍTULO I - CAPITAL DE GIRO... 10

CAPÍTULO II - ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO E DA LIQUIDEZ.. 20

CAPÍTULO III - TIPO DE ABORDAGENS.D...D... 41

CONCLUSÃO... 51

BIBLIOGRAFIA... 53

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RESUMO

O objetivo da presente monografia é demonstrar a importância da gestão financeira do capital de giro em pequenas e médias empresas. Para tal foi realizado um levantamento bibliográfico de diversos autores, quanto ao conceito de capital de giro e a importância da informação como instrumento de tomada de decisão, permitindo a verificação dos principais problemas enfrentados pela empresa, e os principais procedimentos da gestão do capital de giro para a recuperação de sua capacidade financeira e econômica. São abordados também os principais índices de cálculo e análise, como os fatores que agem diretamente sobre cada conta e algumas das ferramentas de gestão mais utilizadas no mercado nos dias atuais pelas empresas. Diante de seu contexto de mercado, as empresas formalizam estratégias operacionais de atuação, principalmente em relação à administração de capital de giro, avaliando seus investimentos correntes e selecionando os passivos mais adequados. A demanda por financiamento para capital de giro precisa também estar vinculada a algum parâmetro que a transforme, sempre que necessário, em valores monetários. É importante que se registre que a gestão de uma empresa é um processo bastante dinâmico, requisitando um sistema de informações gerenciais objetivo e intuitivo. Não é suficiente conhecer somente as durações das fases operacionais da empresa para chegar-se a suas efetivas necessidades de financiamento e ao montante ideal de capital de giro.

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INTRODUÇÃO

No cenário atual as empresas de um modo geral convivem com o custo financeiro alto, concorrência e competitividade dificultando o giro dos estoques, com consumidores exigindo maiores prazos de pagamento, com fornecedores praticando prazos cada vez menores e se aumentarem os prazos implicará maiores custos financeiros.

A gestão financeira das empresas consiste em uma das áreas mais importantes para a sobrevivência das organizações, e nesta área destaca-se a gestão ou administração do capital de giro que trabalha principalmente com os recursos de curto prazo ou circulantes, que agem diretamente na liquidez e na rentabilidade da empresa.

Um dos pontos fundamentais em uma empresa é a sua saúde financeira, e consequentemente sua capacidade empreendedora de se manter no mercado e o capital de giro é de suma necessidade para fazer com que a empresa tenha capacidade de honrar seus compromissos perante fornecedores, empregados e órgãos públicos. Uma vez com dificuldades financeiras resta a captação de recursos de terceiros os quais deixam sua atividade mais onerosa devido aos juros. As empresas são organizações sociais que utilizam recursos para atingir objetivos, portanto é necessário um sistema de gestão que envolva o controle financeiro e econômico.

O capital de giro precisa ser acompanhado de forma permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas mudanças enfrentadas pela empresa. A análise financeira tem por objetivo direcionar a empresa para que esta empresa obtenha lucro dentro de um nível aceitável de risco e que esse lucro se transforme rapidamente em dinheiro, para tanto a empresa deve se preocupar com a gestão ou administração do capital de giro, pois é um dos fatores determinantes para novos investimentos. O problema é que as empresas nem sempre utilizam processos eficazes para a análise financeira do comportamento dos elementos de curto prazo.

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Veremos no capítulo um o conceito e definição do Capital de Giro como o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios girarem, os Elementos de giro que são os classificados no balanço como as contas de curto prazo da empresa e vemos também o Capital de Giro Próprio que corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante e representa a medida da liquidez da empresa.

No capítulo dois estudamos a Gestão do Capital de Giro e da sua Liquidez verificando e identificando os Ciclos que como ocorrem, verificamos também como identificar a Necessidade do Capital de Giro e sua importância na Administração do Capital de Giro, temos uma visão geral sobre a Liquidez e seus indicadores, o Saldo Tesouraria, o Efeito Tesoura e algumas Medidas para Solucionar os Problemas de Capital de Giro.

No capítulo três verificamos os Tipos de Abordagens Fleuriet e a Ortodoxa, e depois verificamos uma Gestão Conjunta das duas abordagens.

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CAPÍTULO I

CAPITAL DE GIRO

1.1 - CONCEITO

Para o funcionamento de uma empresa, são utilizados recursos materiais de renovação lenta, tais como, imóveis, instalações, máquinas e equipamentos, denominados de capital fixo ou permanente, e também são utilizados recursos de renovação rápida como o dinheiro, créditos e estoques, que formam o seu capital circulante ou capital de giro, que também é chamado de ativo corrente.

Capital de giro, portanto, é o ativo circulante que sustenta as operações do dia-a-dia da empresa e representa a parcela do investimento que circula durante a condução normal dos negócios. Com uma administração ineficiente do capital de giro poderá afetar de forma dramática o fluxo de caixa da empresa. O volume de capital de giro utilizado por uma empresa depende de seu volume de vendas, de sua política de crédito comercial e do nível de estoques que ela precisa manter. Na administração do capital de giro, duas considerações são muito importantes, os ciclos econômicos e a sazonalidade específica de determinados negócios.

As indústrias normalmente possuem maior proporção de ativos permanentes em relação aos ativos totais, e tendem a concentrar-se nas necessidades de caixa a longo prazo; as empresas comerciais trabalham com maior percentagem de capital de giro e concentram-se principalmente nas contas a receber e nos estoques, buscando mais os financiamentos a curto prazo; as empresas de serviço, por sua vez, possuem poucos ativos permanentes e enfocam basicamente as contas a receber.

Para Assaf Neto (1989) O capital de giro necessita de recursos para seu financiamento, como acontece com o capital permanente. Assim, quanto maior

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for o capital de giro, maior será a necessidade de financiamento, seja com recursos próprios, seja com recursos de terceiros. Ele influencia diretamente na liquidez e na rentabilidade da empresa e são representados por recursos correntes da empresa que no prazo de um ano dependendo do ciclo operacional da empresa se transformam em caixa.

É representado pelo ativo circulante, isto é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques. Num sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas ou mercadorias, até o recebimento pela venda do produto acabado.

Segundo Hoji (2001) é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios girarem. Em geral, de 50% a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a fatia correspondente a este capital. Além de sua participação sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um esforço para ser gerido pelo administrador financeiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo. Precisa ser acompanhado e monitorado permanentemente, pois está sofrendo o impacto das diversas mudanças no panorama econômico enfrentando pela empresa de forma contínua.

É o conjunto de bens de uma empresa formado pelos recursos monetários, indispensável à sua operação, produção e comercialização, representado pelo dinheiro disponível, pelo estoque de produtos e matérias primas e pelos títulos a receber. Trata-se, também, em linguagem de mercado, de uma operação de crédito, oferecida pelos bancos para financiar o capital de giro das empresas.

Conforme afirma Braga (1989), O capital de giro corresponde aos recursos aplicados no ativo circulante, formado basicamente pelos estoques, contas a receber e disponibilidades. Uma abordagem mais ampla contempla também os passivos circulantes.

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1.2 – OS ELEMENTOS DO CAPITAL DE GIRO

Segundo Braga (1989), são disponibilidades, bens e direitos de uma empresa, que ao longo do exercício social (um ano) são conversíveis em moeda corrente. Os elementos de giro são os classificados no balanço como as contas de curto prazo (circulante) da empresa.

1.2.1 – Ativos Circulantes

Os ativos circulantes têm como característica as freqüentes mutações ocorridas entre os seus componentes. Os processos de industrialização transformam estoques de matérias-primas em estoques de produtos em elaboração e, consequentemente, em estoques de produtos acabados. Por outro lado, o setor de vendas transforma produtos estocados em duplicatas a receber, que se concretizarão em caixa (dinheiro) após a sua efetiva cobrança, sendo que nessa fase podem ocorrer atrasos e perdas por falta de pagamento dos clientes.

Para Di Augustini (1996), o ativo circulante é composto por disponibilidades, ou seja, recursos que a empresa possui na forma de dinheiro, tais como: depósitos em conta corrente, aplicações financeiras de liquidez imediata ou de curto prazo, visando uma proteção contra a inflação ou rentabilidade.

No Ativo, são apresentadas em primeiro lugares contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades, iniciando com o disponível (caixa, bancos), contas a receber, estoques, e assim sucessivamente.

Abaixo o elenco de algumas contas do ativo circulante.

1.2.1.1 – Caixa

Caixa e títulos negociáveis são mantidos pelas empresas com o objetivo de reduzir o risco de insolvência técnica, pois representam disponibilidades que podem ser usadas tanto nas situações de saídas de caixa planejadas quanto inesperadas. A conta do caixa registra o movimento de dinheiro em poder da empresa, bem como cheques em mãos, recebidos e ainda não depositados.

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1.2.1.2 – Bancos

Essa conta registra o movimento de dinheiro em poder dos estabelecimentos bancários, em conta de disponibilidades.

1.2.1.3 – Aplicações Financeiras

Aplicação de Liquidez imediata são as aplicações de curtíssimo prazo no mercado financeiro (fundos de investimentos) também consideradas como disponível. A diferença entre valor aplicado e o valor do resgate bruto é receita financeira.

1.2.1.4 – Duplicatas a Receber

Para Di Augustini (1996), as duplicatas a receber são os resultados da concessão de crédito de uma empresa a seus clientes, representa, normalmente, um dos mais importantes ativos das empresas em geral. São os valores a receber decorrentes de vendas a prazo de mercadorias e serviços a clientes. As duplicatas a receber originam-se no curso normal das operações da empresa pela venda a prazo de mercadorias ou serviços, representando um direito a cobrar de seus clientes.

1.2.1.5 – Estoques

Essa conta registra o valor das mercadorias e materiais que a empresa tem em estoque. Representa o valor real da existência de mercadorias e materiais. Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. A maioria das empresas possui estoques de matérias-primas, produtos em processo, produtos acabados, materiais diversos para consumo.

A decisão de aumentar ou diminuir o prazo de estocagem, comprar mais ou menos quantidades por lote e melhorar o tempo do processo produtivo são típicas decisões de investimento tomadas por

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uma empresa. Pelo fato de a decisão de estoques também ser uma decisão de investimentos, faz-se necessário analisar a rentabilidade de tal decisão, comparando-se os custos de aplicação em estoques com os prováveis benefícios obtidos.

1.2.1.6 – Duplicatas Descontadas

Duplicatas Descontadas é um sistema comum, muito utilizado hoje em dia nas empresas para efetuarem desconto de Duplicatas a receber em bancos, para suprir seu capital de giro. O banco compra a vista essas duplicatas, “descontando” no ato as despesas bancárias e os juros a que tem direito pelo período entre a data do desconto e a data do vencimento das duplicatas. Portanto a conta Duplicatas Descontadas registra o valor das duplicatas que foram descontadas no banco, e ainda não venceram.

1.2.1.7 – Adiantamentos a Empregados

Segundo Di Augustini (1996) essa conta registra os adiantamentos feitos aos funcionários por conta de salário. Há empresas que pagam o salário em duas parcelas. A primeira representa o adiantamento feito, que é registrado nessa conta, sendo baixado através da olha de pagamento mensal, quando o adiantamento é descontado do salário total a pagar.

1.2.1.8 – Outros Créditos

Outros Créditos, assim como Duplicatas a Receber, também normalmente representam um dos mais importantes ativos das empresas em geral. São valores a receber de outras transações que não representam o objeto principal da empresa, mas são normais e inerentes às suas atividades.

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1.2.1.9 – Despesas Antecipadas

A conta Despesas Antecipadas representa pagamentos antecipados, cujos benefícios ou prestações de serviço à empresa se farão durante o exercício seguinte, não serão recebidos em dinheiro e nem representam bens fisicamente existentes como é o caso de peças, materiais, etc. Despesas Antecipadas representam aplicações de recursos da sociedade em despesas que serão futuramente apropriadas, como aluguéis, seguros, comissões, assinaturas etc. Nessa conta devem constar pagamentos por itens não corpóreos que não possam estar mais bem classificados. Pelo conceito de liquidez, é o último item apresentado no Ativo Circulante.

1.2.2 – Passivos Circulantes

Os passivos são divididos em duas categorias: passivos de funcionamento e passivos de financiamento. Os de funcionamento constituem-se por fontes de recursos não onerosas, geradas de forma espontânea pelas atividades operacionais, tais como:

- Salários a Pagar; - Encargos Sociais; - Impostos a Recolher; - Obrigações Provisionadas.

Os passivos de financiamento constituem-se por fontes onerosas de recursos, já que envolvem encargos financeiros, como: empréstimos bancários e duplicatas descontadas.

Segundo Braga (1989), embora sejam geralmente classificadas como passivos de funcionamento não onerosos, as duplicatas a pagar aos fornecedores de materiais e mercadorias constituem-se um elemento híbrico, porque também apresentam características dos passivos de financiamento.

Ao obter prazos para pagamento das compras de materiais e mercadorias implica em financiamento dos estoques correspondentes, sendo que, se as renovações desses estoques ocorrem num prazo menor

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do que aos concebidos para os fornecedores, ocorrerá também um financiamento parcial das duplicatas a receber emitida pela própria empresa.

Para Di Augustini (1996) existem prazos tradicionais concebidos pelos fornecedores em muitos ramos de negócios, que foram consagrados ao longo do tempo em virtude da concorrência e da necessidade dos clientes em contar com essa fonte de financiamento em face da duração de seu ciclo de produção e vendas. Sendo assim, o preço básico costuma ser considerado aquele fixado para as transações a prazo e as receitas financeiras como sendo os descontos obtidos nas compras à vista.

No passivo circulante serão relacionadas todas as obrigações a curto prazo da empresa, isto é, aquelas cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício social seguinte ao do encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, se este exceder a um ano.

1.2.2.1 – Fornecedores

Essa conta registra o valor do movimento com aqueles que vendem mercadorias. O seu representa as dívidas derivadas de compra a prazo. A contabilização das compras e o registro do passivo devem ser feitos em função da data da transmissão do direito de propriedade, que, usualmente, corresponde à data do recebimento da mercadoria.

1.2.2.2 – Empréstimo e Financiamento Bancários

Essas contas registram os empréstimos e financiamentos obtidos junto aos bancos, mediante contrato. O financiamento é utilizado para aquisição de bens.

1.2.2.3 – Obrigações Trabalhistas

Registram o movimento da empresa com a Previdência Social, Sindicatos e os institutos de natureza das leis trabalhistas. O seu saldo indica a parte da dívida da empresa por deveres de natureza Trabalhista. São obrigações da empresa referente aos encargos sociais.

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1.2.2.4 – Obrigações Fiscais

São obrigações da empresa com o governo relativas a impostos, taxas e contribuições que são registradas em contas específicas dentro desse subgrupo.

1.2.2.5 – Salários a pagar

São as obrigações da empresa para com empregados, pelos serviços prestados à empresa.

1.2.2.6 – Contas a pagar

São obrigações da empresa surgidas em função de aquisição de utilidades e serviços, como energia elétrica, água, telefone, propaganda, honorários profissionais, aluguéis etc.

1.3 – CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO

Também chamado de capital circulante líquido, corresponde à diferença aritmética entre o ativo circulante e o passivo circulante e representa a medida da liquidez da empresa, refletindo sua capacidade de gerenciar as relações com fornecedores e clientes. Logo:

O passivo circulante representa os financiamentos (fontes de recursos) a curto prazo da empresa, pois inclui todas as dívidas que terão seu vencimento (e deverão ser pagas) em um ano ou menos.

Segundo Silva (1996) o objetivo da administração financeira a curto prazo é gerir cada um dos itens do ativo circulante (caixa, bancos, aplicações financeiras, contas a receber, estoques e etc.) e do passivo circulante (fornecedores, contas a pagar, empréstimos e etc.), a fim de alcançar um equilíbrio entre lucratividade e risco que contribua positivamente para aumentar o valor da empresa. Um investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade, enquanto um investimento baixo demais aumenta o risco de a empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos pactuados. Ambas as situações conduzem à redução do valor da empresa.

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Quando o valor do ativo circulante supera o do passivo circulante, significa que a empresa possui CGL positivo. Nessa situação mais comum, o CGL representa a parcela dos ativos circulantes da empresa financiada com recursos a longo prazo (soma do exigível a longo prazo com patrimônio líquido), os quais excedem as necessidades de financiamento dos ativos permanentes. Quando o valor do ativo circulante é menor que o do passivo circulante, significa que a empresa possui CGL negativo. Nessa situação menos usual, o CGL é a parcela dos ativos permanentes da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes, ou seja, com capitais de curto prazo, o que denota um quadro de risco.

De forma geral, a maioria das empresas não consegue conciliar com precisão as entradas (principalmente) e as saídas de caixa. Por isso, os ativos circulantes precisam exceder os passivos circulantes, ou seja, uma parcela dos ativos circulantes é freqüentemente financiada com fundos de longo prazo. Geralmente, entende-se que quanto maior for o CGL de uma empresa, menor será o seu risco, porque sua liquidez reduz a probabilidade de que ela se torne tecnicamente insolvente. Tal premissa, entretanto, pode ser equivocada, pois um CGL muito alto significa que expressivos fundos de longo prazo estão financiando parte dos ativos circulantes. Como os custos desses recursos a longo prazo são sempre mais elevados que os de curto prazo, a empresa poderá vir a enfrentar problemas financeiros.

O Capital de Giro possui o mesmo valor que o Capital de Giro Líquido, definido no sentido financeiro clássico como a diferença entre o Ativo e o Passivo circulantes. Somente seu cálculo é realizado de maneira diferente. O Capital de Giro é um conceito econômico-financeiro e não uma definição legal, constituindo uma fonte de fundos permanente utilizada para financiar a NCG da empresa.

Para Fleuriet (1980), o Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido (CCL), pode ser obtido a partir dos grupos patrimoniais de curto prazo, ou de longo prazo. Em situações usuais o CCL significa um valor positivo, ou seja, os recursos investidos no AC que ultrapassaram o total das fontes de financiamento de curto prazo (PC) foram financiados por itens de longo prazo

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(PNC). Pelo lado inverso, CCL negativo significa que fontes de recursos excedentes de curto prazo estão financiando elementos de longo prazo ou, do outro ponto de vista, as origens de longo prazo são insuficientes para financiar as aplicações de recursos de longo prazo. Esta condição, se mantida por longo período, e dependendo da estrutura financeira da empresa, pode repercutir na insolvência do empreendimento.

Segundo Braga e Marques (1995), no modelo Fleuriet, o comportamento do CCL pode ser mais bem avaliado com base na decomposição dos grupos circulantes em seus respectivos segmentos.

O capital de giro circulante líquido (CCL), é mais diretamente obtido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo. Reflete a folga financeira da empresa e, dentro de um conceito mais rigoroso, o CCL representa o volume de recursos de longo prazo (exigibilidade e patrimônio líquido) que se encontra financiando os ativos correntes (de curto prazo).

Resumindo, o CCL é uma medida estática da folga financeira que a empresa apresenta para liquidar seus compromissos a curto prazo. Portanto:

CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

O CCL também pode ser obtido pela diferença entre o passivo não circulante (PNC) e o ativo não circulante (ANC), ou seja:

CCL = Ativo não Circulante – Passivo não Circulante

Para Gitman (2002) o passivo não circulante é constituído pela soma dos valores dos seguintes grupos patrimoniais: exigível a longo prazo (ELP), resultados do exercício futuro (REF) e patrimônio líquido (PL). O ativo não circulante compõe-se do total do realizável a longo prazo (RLP) e do ativo permanente (AP). Então:

CCL = (ELP + REF + PL) – (RLP + AP)

Representando a parcela dos recursos permanentes que está financiando o capital de giro. Portando verificamos que o ativo circulante é financiado pelo passivo circulante e pelo capital circulante líquido.

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CAPÍTULO II

ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

E DA LIQUIDEZ

A empresa precisa estar muito bem orientada pelo administrador financeiro para correr o menor risco possível e para tanto precisa buscar recursos no ativo circulante.

Para Fusco (1996) a administração do capital de giro mais é do que administrar os ativos e passivos a curto prazo, feita individualmente ou de forma integrada, auxilia na tomada de decisões da empresa no que diz respeito a liquidez e ao financiamento desses ativos.

O gestor financeiro preocupa-se com dois aspectos importantes dos recursos financeiros: a rentabilidade e a liquidez. Isto significa que gerenciar as finanças é tentar fazer com que os recursos financeiros sejam lucrativos e líquidos ao mesmo tempo.

Vários modelos propõem-se a analisar itens individuais do capital do capital de giro (caixa, contas a receber, estoques). Outros se propõem a analisar esses itens de maneira integrada. As vantagens da utilização de modelos de administração de capital de giro desenvolvidos de forma a tratar de itens de forma integrada não são bastantes claras comparativamente aos modelos que tratam cada item isoladamente. O instrumento que deve ser utilizado para levantar os dados cadastrais dos seus clientes é a Ficha Cadastral.

De acordo com Fusco (1996) nela devem estar anotadas as informações necessárias para a avaliação dos clientes, ou seja, para formar um conceito a respeito da capacidade e condição dos clientes de pagarem as prestações geradas pela venda a prazo.

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A Ficha Cadastral deve ser composta apenas dos campos usados para colher as informações que realmente são utilizadas na análise, que devem ser completamente preenchidos.

A administração do capital de giro é a administração das contas dos elementos de giro de uma empresa, onde são analisados:

- Qual o estoque adequado que a empresa deve ter, relacionado com duplicatas a receber;

- Quais serão os investimentos em créditos à clientes;

- Quais os critérios de gerenciamento do caixa que serão adotados.

Porém, nunca deixando de focar os objetivos da empresa e zelando por um nível de rentabilidade e liquidez adequada para o funcionamento e lucratividade correndo o menor grau de risco possível.

Os índices de atividade medem a velocidade com que várias contas são convertidas em vendas ou em caixa. A atividade dos estoques pode ser medida por seu giro; a das duplicatas a receber, através do período médio de cobrança e a das duplicatas a pagar, através do período médio de pagamento.

Para Tomio (2003) a administração do capital de giro é baseada me relação entre os ativos circulantes e os passivos circulantes de uma empresa (administração financeira a curto prazo). Existe um forte entrelaçado entre a administração do capital de giro da empresa e sua administração estratégica. Para manter um nível seguro de capital de giro é preciso preocupar-se com a lucratividade e com o fluxo da empresa.

A solução dos problemas de capital de giro de uma empresa requer muito mais do que medidas de gestão não se esquecendo de levar em conta o fator risco e o equilíbrio financeiro. Um ciclo completo do fluxo de capital de giro de uma indústria, que se inicia com as compras de materiais e termina com a geração de um valor excedente ao que foi aplicado no processo.

Conforme esclarece Braga (1989), esse excesso corresponde ao lucro líquido realizado financeiramente, adicionado das despesas de depreciação. Tais despesas de depreciação surgem de registros contábeis que correspondem ao desgaste de depreciação devido ao uso e/ou à obsolescência dos ativos fixos.

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Por meio das vendas a vista e da cobrança das duplicatas, provenientes das vendas a prazo, recupera-se financeiramente os investimentos realizados nos meios de produção e em outros ativos imobilizados. Enquanto os ativos fixos geram, produtos, os ativos circulantes constituem aplicações de recursos de baixa rentabilidade, mas que são necessários para sustentar as atividades operacionais da empresa.

De acordo com o tipo de negócio e a qualidade de sua gestão, cada ciclo do capital de giro será repetido mais ou menos vezes num determinado período. Assim sendo, quanto mais ciclos se completarem em cada período, significa que mais eficientemente estarão sendo geridos os recursos aplicados no ativo circulante, proporcionando maior rentabilidade.

2.1 - CICLOS DO CAPITAL DE GIRO

Uma empresa vale economicamente o que se espera que ela receba no futuro em termos de fluxos financeiros. Os fluxos financeiros a serem recebidos no futuro é o que significam ou não o investimento nas empresas. Portanto, esta é a informação de maior relevância que pode ser dada pela Ciência Contábil.

Segundo Gitman (2002) os ciclos do capital de giro vão desde a compra de matéria prima, passam pela produção, pela venda de produtos acabados até ser finalizado no recebimento dos clientes (entrada de caixa) pela venda efetuada. A gestão de todo o fluxo de atividades normalmente é denominada de gestão do capital de giro, na qual as transações são executadas e o lucro é ou não gerado.

2.1.1 – Ciclo Operacional

Ciclo operacional compreende todas as ações necessárias para a gestão da atividade. Dependendo da amplitude do ciclo operacional e financeiro, a empresa necessita de determinado volume de disponibilidade

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para sustentar os descasamentos entre os prazos médios de recebimento das vendas e pagamento de fornecedores.

Portanto o ciclo operacional é todo o processo produtivo de uma empresa, que vai desde o planejamento até o recebimento da Venda.

2.1.2 – Ciclo Econômico

Para Fleuriet (1980), o ciclo econômico caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as compras de matérias-primas e as vendas de produtos acabados.

O fluxo econômico evidencia a conseqüência econômica do processo produtivo, ou seja, a mensuração econômica dos recursos e dos produtos e serviços.

O ciclo econômico vai desde a compra e estocagem, crédito de impostos no momento até a venda no momento conforme os ciclos do Capital de Giro. Quando a empresa encurta seu ciclo econômico suas necessidades de capital de giro se reduzem drasticamente.

2.1.3 – Ciclo Financeiro

O ciclo financeiro representa basicamente o ciclo de recursos financeiros na atividade operacional da empresa, ou seja, pagamento de fornecedores, tempo de estocagem e recebimento de vendas.

O fluxo financeiro corresponde à efetiva realização monetária do fluxo econômico. O ciclo financeiro vai desde o pagamento das compras no momento até o recebimento das vendas no momento conforme os ciclos do capital de Giro.

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2.2 – NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

Administrar capital de giro diz respeito à administração das contas que compõem os ativos e passivos circulantes da empresa, bem como as inter-relações existentes entre eles.

Para Gitman (2002) o correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos maiores desafios do administrador financeiro. Um elevado volume de capital de giro irá desviar recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da empresa. Todavia, capital de giro muito reduzido restringirá a capacidade de operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital de giro pode ser estimada de dois modos, com base no ciclo financeiro ou com utilização dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial).

2.2.1 – Com Base no Ciclo Financeiro

A manutenção de determinado volume de recursos aplicado no capital de giro de uma empresa visa à sustentação da atividade operacional. Tal volume necessita de alguma espécie de financiamento e a maneira de como é financiado tem impacto significativo sobre o retorno e risco da empresa.

Para Assaf Neto (1995) as variáveis que determinam este impacto decorrem do volume de vendas e dos prazos médios de rotação. Exemplo: quanto maiores forem as vendas, ocorrerá uma pressão no estoque, como também no recebimento destas vendas. Se para aumentar o volume de vendas oferece ao cliente maior prazo para o pagamento da mercadoria, novamente ocorrerá pressão no recebimento das vendas.

O cálculo da necessidade de capital de giro de cada ano da empresa segue conforme a fórmula abaixo:

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As contas de duplicata a receber e estoque sofrem diretamente da política de vendas da companhia e as contas a pagar são as fontes ou origens dos recursos que irão financiar as futuras vendas.

Já os prazos médios de recebimento, de pagamento e de estocagem são importantes para a identificação do ciclo operacional da empresa e para a composição do cálculo do ciclo de caixa.

2.2.1.1 – Prazo Médio de Recebimento

O prazo de recebimento representa o tempo de espera, para a realização, em dinheiro, das vendas a prazo. O volume total das aplicações em valores a receber poderá ser reduzido na adoção da prática do desconto de títulos.

Prazo médio de recebimento ( PMR ) = Duplicata a receber X 360 vendas

2.2.1.2 – Prazo Médio de Estocagem

O prazo de estocagem representa o tempo médio de renovação dos estoques na empresa.

Prazo médio de estocagem = Estoques X 360 Custo do serviço prestado

2.2.1.3 – Prazo Médio de Pagamento

O prazo de pagamento revela o tempo médio que a empresa tarda em pagar suas dívidas (compras a prazo) de fornecedores.

Prazo médio de pagamento = Fornecedores X 360 Compras

Como as variáveis rotações de estoque, de recebimento e de pagamento influem na determinação do financiamento do capital de giro, a

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expressão matemática sob estas relações, estabelece uma equação das variáveis ao objeto estudado. Ao encontrar a equação, poderemos utilizá-la para a obtenção da necessidade de capital de giro. Assim, poderemos estimar quanto a empresa necessitará, num futuro próximo, para o financiamento de seu capital. A identificação de capital de giro pode ser a chave para a administração financeira de uma empresa. Estudar a mesma, possibilita descobrir as estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade da empresa.

2.2.2 – Com Base nos Demonstrativos Contábeis

Matarazzo (1998) comenta que na padronização de balanços, percebe-se a segmentação do ativo circulante e do passivo circulante em operacional e financeiro, os quais fogem das classificações habituais. O objetivo é justamente o de preparar os dados para a apuração da NCG. O Ativo circulante operacional (ACO) é o investimento que decorre automaticamente das atividades de compra, produção, estocagem e vendas, enquanto o passivo circulante operacional (PCO) é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades.

A necessidade de capital de giro se dá com a diferença entre esses investimentos (ACO) e, financiamentos (PCO) é o quanto a empresa necessita para girar suas atividades.

Conforme Assaf Neto (1995) para financiar a necessidade de capital de giro a empresa pode buscar recursos em três fontes: capital circulante próprio, empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo e empréstimos bancários de curto prazo e duplicatas descontadas.

Para se efetivar o controle financeiro em curto prazo torna-se inevitável uma administração eficiente das contas patrimoniais que representam o Capital de Giro da empresa. A administração do capital de giro acopla o domínio dos ativos circulantes (caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber, estoques) e dos passivos circulantes (salários e 13º, empréstimos a pagar, fornecedores), os quais são recursos que giram várias vezes durante um determinado período. Entretanto, não é tarefa fácil

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para as empresas conseguir um controle financeiro que apresente resultados convincentes.

Ribeiro (1998) argumenta que as empresas brasileiras, em sua grande maioria, não estariam preparadas para reagir rapidamente frente às mutações políticas, sociais, econômicas e tecnológicas que ocorrem constantemente. Este fato se deve, basicamente, a diversos fatores, como por exemplo, a instabilidade da demanda interna, o baixo poder aquisitivo da população, a aversão ao risco por parte dos proprietários das empresas, e a um fato um pouco mais distante, os planos econômicos. Ao mesmo tempo, grandes produtores internacionais estão despontando no mercado, extrapolando as barreiras internas de seus nichos, na busca de novos clientes, novas oportunidades, oferecendo produtos de alta qualidade a preços baixos.

Neste contexto, Assaf Neto (1995) também argumenta que a administração do capital de giro vem sendo cada vez mais reconhecida como uma área importante para o equilíbrio financeiro das empresas, tendo participação decisiva no sucesso dos negócios. Efetivamente, a qualidade das decisões que envolvem capital de giro é dependente da capacidade analítica do administrador para compreender o problema em toda sua extensão, e do conhecimento técnico para definir a melhor solução.

A importância e o volume do capital de giro para uma empresa são determinados, principalmente, pelos seguintes fatores: volume de vendas, o qual é lastreado pelo estoque, valores a receber e caixa; sazonalidades dos negócios, que determina variações nas necessidades de recursos ao longo do tempo; fatores cíclicos da economia, como recessão e comportamento do mercado; tecnologia, principalmente aplicada aos custos e tempo de produção; e políticas de negócios, centradas em alterações nas condições de venda, de crédito, produção, etc.

Segundo Fusco (1996) são estudados fundamentalmente o nível adequado de estoques em que a empresa deve manter seus investimentos em créditos a clientes, critérios de gerenciamento do caixa e a estrutura dos passivos correntes, de forma consistente com os objetivos enunciados pela

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empresa e tendo por base a manutenção de determinado nível de rentabilidade e liquidez.

2.3 – LIQUIDEZ

A liquidez de uma empresa é medida pela sua capacidade para satisfazer suas obrigações de curto prazo, na data do vencimento. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira global da empresa, e a facilidade com a qual ela consegue pagar as suas contas. Liquidez de uma empresa, nada mais é do que a rápida conversão do ativo em dinheiro para liquidar os compromissos financeiros.

De acordo com Fusco (1996) as análises procuram a relação entre as contas, logo geram indicadores que mostram o presente e as tendências para o futuro da empresa. Os indicadores são combinações de alguns dados do Balanço Patrimonial, que podem ser transformados em informações de natureza operacional, econômica e financeira para auxiliar na decisão dos gestores da empresa.

Os gestores têm necessidade em acompanhar a liquidez da empresa, para saber qual a capacidade de pagamento de dívidas a curto prazo e poderem gerenciar a empresa na melhor forma possível sem muitos riscos aos investidores.

Para Gitman (2002) o analista deve tomar uma série de preocupações quanto a interpretação dos índices, pois muitas vezes podem dar falsa imagem da situação real da empresa.

Abaixo veremos alguns índices de liquidez:

2.3.1 – Índices de Liquidez Corrente (ILC)

O índice de liquidez corrente é considerado o melhor. Por se limitar aos dados circulantes, portanto de curto prazo, indicam a capacidade de pagamento da empresa mais próxima do atual desempenho das operações. Qualquer indicador acima de 1,0 é considerado bom, pois indica capacidade de pagamento de todas as dívidas de curto prazo.

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ILC = Ativo Circulante Passivo Circulante

Portanto, o índice de liquidez corrente indicará quanto a empresa possui no ativo circulante para cada R$ 1,00 de passivo circulante.

2.3.2 – Índice de Liquidez Seco (ILS)

O índice de liquidez seco é semelhante ao índice de liquidez corrente, com a única diferença que exclui os estoques do ativo circulante da empresa, por ser geralmente o ativo de menor liquidez.

Mede o percentual das dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas mediante o uso de ativos monetários de maior liquidez (basicamente, disponível e valores a receber).

ILS = Ativo circulante – estoques – despesas antecipadas Passivo circulante

Portanto, o índice de liquidez seca representa a capacidade de saldar as dívidas sem se desfazer dos estoques, que em geral tem pouca liquidez. Este indicador representa quanto a empresa possui de ativo para cada um R$ 1,00 de passivo circulante. Quanto maior o índice de liquidez seca, melhor a situação financeira.

2.3.3 – Índice de Liquidez Imediata (ILI)

O índice de liquidez imediata indica qual o valor que a empresa possui de imediato para saldar suas dívidas de curto prazo.

ILI = Disponibilidades (caixa+bancos+aplicações financeiras) Passivos circulante

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Para efeito de análise é um índice sem muito realce, pois nele relacionamos dinheiro com valores que vencerão em datas mais variáveis possíveis, como contas que vencerão daqui a 5 dias, 10 dias e até que vencerão daqui a 365 dias, e que não tem a ver com a disponibilidade imediata.

Portanto as empresas devem manter um limite de segurança, pois nem sempre reduções sucessivas neste índice significam situações difíceis, podem significar uma política rígida da empresa.

2.3.4 – Índices de Liquidez Geral (ILG)

O índice de liquidez geral indica quanto a empresa possui de ativo circulante e realizável a longo prazo para cada R$ 1,00 de dívida atual. É a capacidade que a empresa tem de saldar as dívidas a longo prazo, considerando-se que tudo o que a empresa tem se converterá em dinheiro, relacionado com tudo que a empresa tem de dívida.

ILG = Ativo circulante + realizável a LP Passivo circulante + exigível a LP

2.4 – SALDO TESOURARIA

O Saldo de Tesouraria (ST) para Braga e Marques (1995) pode ser obtido por meio da diferença entre os elementos erráticos (não-ligados de forma direta às operações usuais da empresa) do Ativo e Passivo de curto prazo.

Para Assaf Neto (1989) o Saldo da Tesouraria não mantém ligação direta com as atividades operacionais da empresa, mas representa uma medida de margem de segurança financeira para a mesma, pois procura medir a capacidade interna de uma empresa para o financiamento do crescimento da atividade operacional, sendo calculado pela seguinte fórmula:

Braga e Marques (1995) firmam que o Saldo de Tesouraria pode sinalizar o grau de adequação da política financeira empregada pela

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administração. Quando positivo, indica disponibilidade de recursos para garantir a liquidez de curtíssimo prazo do empreendimento. Caso seja negativo, pode evidenciar dificuldades financeiras iminentes, em especial por ocasião da manutenção de saldos negativos sucessivos e crescentes.

Fleuriet (1980) ainda destaca que o Saldo de Tesouraria representa um valor residual correspondente à diferença entre o Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro, sendo expresso pela seguinte fórmula: Se o Capital de Giro for insuficiente para financiar a Necessidade de Capital de Giro, admitindo-se CCL > 0 e NCG > 0, o Saldo de Tesouraria será negativo. Neste caso, o Passivo errático será maior do que o Ativo errático, indicando que a empresa financia parte da Necessidade de Capital de Giro e/ou Ativo permanente com fundos de curto prazo, aumentando, portanto, seu risco de insolvência. Se o Saldo de Tesouraria for positivo, a empresa disporá de fundos de curto prazo que poderão, por exemplo, ser aplicados em títulos de liquidez imediata (Open Market), aumentando assim a sua margem de segurança financeira.

De acordo com Braga e Marques (1995), o relacionamento entre o CCL, NCG e ST pode ser visualizado pela simples diferença entre as equações básicas de composição do AC e do PC, conforme demonstrado a seguir:

AC = ACC + ACF (-) PC = PCC + PCO CCL = NCG + ST

Aumenta com:

• aumento do Capital de Giro Próprio;

• diminuição da Necessidade de Capital de Giro; • aumento de empréstimos.

Diminui com:

• diminuição do Capital de Giro Próprio;

• aumento da Necessidade de Capital de Giro; • diminuição do uso de empréstimos.

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2.5 – OVERTRADING E O EFEITO TESOURA

Conforme Braga e Marques (1995), em linhas gerais, overtrading significa a realização de um nível de atividade operacional e volume de vendas acima da capacidade disponível de recursos, ou seja, a administração expande os níveis de atividade e vendas do negócio sem a adequação do suporte de recursos para o financiamento do capital de giro adicional requerido.

O crescimento das operações demanda maiores investimentos nos diversos segmentos de estoque e em duplicatas a pagar, enquanto o acréscimo ao volume de vendas pressupõe afrouxamento da política de crédito desempenhada, elevando o montante de duplicatas a receber. O aumento líquido na NCG em grau superior ao do CCL força a empresa a procurar outras origens de recursos, em especial aquelas oriundas de PCO, conduzindo-a à situação de overtrading.

Segundo Fleuriet (1980) o Efeito Tesoura ocorre quando a empresa financia a maior parte da NCG através de créditos de curto prazo não renováveis. Neste caso, o Saldo de Tesouraria se apresenta negativo e crescendo, em valor absoluto, proporcionalmente mais do que a NCG. Para eliminar o efeito tesoura a empresa precisar equilibrar a variação da NCG com a variação do Autofinanciamento, conforme demonstrado matematicamente a seguir onde:

∆ IOG = variação do IOG ;

∆ AUT = variação do Auto Financiamento;

ROB - DA = Receita Operacional Bruta - Devoluções e Abatimentos.

Sabe-se da contabilidade tradicional que o CCL representa a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, que significa uma folga financeira de curto prazo ou, pela ótica da análise dinâmica, como a diferença entre os saldos das contas não-circulantes do passivo e do ativo. Sabe-se também que o capital de giro compõe-se da soma da necessidade de capital de giro e do saldo de tesouraria.

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Suponha-se um aumento acentuado das vendas no decorrer de períodos sucessivos. Isto provocará um aumento no capital de giro, em virtude dos lucros advindos dessas vendas, representados pelo seu autofinanciamento. O aumento das vendas provoca um aumento simultâneo da necessidade de capital de giro.

Entretanto suponha-se que o autofinanciamento resultante dos lucros auferidos pela empresa não seja suficiente para cobrir os aumentos da necessidade de capital de giro. Isto pode ocorrer também em virtude da aplicação deste autofinanciamento em recursos permanentes. Isto provocará um gradiente2 crescentemente negativo, correspondente à diferença entre o capital de giro e a necessidade de capital de giro, no decorrer de períodos sucessivos denominado de efeito tesoura, como mostra a Figura 1:

Figura 1: Relação entre duas grandezas, no caso, o CDG e a NCG, Extraído de (Lima, 2006)

A denominação de efeito tesoura se dá em virtude de as linhas do gráfico correspondentes ao capital de giro e necessidade de capital de giro formar um ângulo semelhante às lâminas de uma tesoura. Pelo gráfico, pode-se obpode-servar que essa abertura cresce com o passar dos períodos. Como ela significa a diferença entre o capital de giro e a necessidade de capital de giro,

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que representa o saldo de tesouraria, pode-se observar um aumento crescentemente negativo desse saldo com o decorrer dos períodos.

Suponha-se uma empresa hipotética com sua evolução de vendas num período de cinco anos e que estas vendas tenham dobrado a cada ano e que no período inicial a empresa tenha efetuado vendas de 3.000. Considere-se ainda que o capital de giro do encerramento do primeiro exercício tenha sido de $400, a necessidade de capital de giro de $300 e o saldo de tesouraria de $100. Imagine-se ainda que o aumento da necessidade de capital de giro nos anos seguintes tenha sido de 30% das vendas e o autofinanciamento de 10% das vendas. Vejamos como evolui o saldo de tesouraria nos anos subseqüentes conforme o quadro a seguir:

Quadro 1: O efeito tesoura em períodos subseqüentes. Extraído de (Lima, 2006)

Observa-se que o saldo de tesouraria tem um crescimento negativo acentuado com o decorrer dos períodos. O que ocorre é que, mesmo a empresa tendo resultados positivos, as receitas que vinha auferindo não eram suficientes para a cobertura do aumento da necessidade de capital de giro.

Segundo Silva (1996), isto pode ocorrer em virtude de diversas decisões políticas tomadas, tais como:

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2.5.1 – Elevado Ciclo Financeiro

Mesmo a empresa tendo capital de giro positivo e sendo lucrativa, há uma inadequação de seus itens de giro, especialmente estoques.

2.5.2 – Decisões de Imobilizações

Empresas mesmo tendo seu capital de giro bem administrado, podem entrar no efeito tesoura em virtude de decisões de imobilização sem disporem de recursos próprios ou fontes de longo prazo para isto.

2.5.3 – Obtenção de Recursos de Curto Prazo Junto a Instituições Financeiras

Empresas incorrendo em prejuízo, mesmo tendo um capital de giro bem administrado, podem reduzi-lo em níveis insuficientes para financiar a necessidade de capital de giro.

2.5.4 – Outra Combinação Envolvendo uma ou mais das Três Condições Anteriores

Níveis elevados de NCG; níveis baixos de capital de giro; prejuízos, desde que resulte no crescimento da magnitude do hiato entre as curvas do capital de giro e necessidade de capital de giro.

Outro aspecto a ser considerado na análise do efeito tesoura é que os aumentos da necessidade de capital de giro só são considerados relevantes para a configuração do efeito tesoura se comparados às vendas da empresa num determinado período e se forem representativos em relação às vendas.

Conforme Silva (1996), o crescimento negativo do saldo de tesouraria em períodos sucessivos de - 1,0%, - 2,2% e - 2,5% não são motivos para maiores preocupações.

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É de suma importância o acompanhamento da evolução do saldo de tesouraria com a finalidade de que este não fique crescentemente negativo, o que acarretará a necessidade de a empresa financiar suas atividades operacionais com fundos de curto e/ou longo prazos e aumentos de capital social em dinheiro. Se isto não ocorrer a empresa terá sua própria sobrevivência ameaçada. Nem sempre o crescimento das vendas é um movimento sadio para a empresa e nem sempre a queda das vendas é uma situação desfavorável.

2.6 – MEDIDAS PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE

CAPITAL DE GIRO

Segundo Matarazzo (1998), as dificuldades de capital de giro numa empresa são devidas, principalmente, à ocorrência dos seguintes fatores: - Redução de vendas

- Crescimento da inadimplência - Aumento das despesas financeiras - Aumentos de custo

- Alguma combinação dos quatros fatores anteriores

Na situação mais freqüente, os problemas de capital de giro surgem como conseqüência de uma redução de vendas. Neste caso, o administrador financeiro se defronta com as seguintes questões: como manter o capital de giro sob controle diante de um quadro da redução das vendas? O que pode ser feito para evitar uma crise maior de capital de giro?

Os tópicos seguintes apresentam algumas alternativas de solução para essas questões.

2.6.1 – Formação de Reserva Financeira

Como acontece no trato de muitos outros problemas, a ação preventiva te um papel importante para a solução dos problemas de capital de giro. A principal ação consiste na formação de reserva financeira para enfrentar as mudanças inesperadas no quadro financeiro da empresa.

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Para Matarazzo (1998) a determinação do volume dessa reserva financeira levará em conta o grau de proteção que se deseja para o capital de giro. Também uma análise de suposições de situações que poderiam acontecer ao capital de giro se, poderia ser bastante útil para se formular a estimativa do volume da reserva financeira.

À primeira vista, poderia soar antieconômico a formação de uma reserva financeira, já que esta decisão tiraria recursos financeiros que de outra forma deveriam ser aplicados no investimento em ativos fixos de modo a permitir a expansão da empresa.

Dada a alta volatilidade da economia brasileira, a formação de reserva financeira para o capital de giro deveria ser a prioridade econômica fundamental da empresa. Além disso, os recursos destinados e essa reserva seriam aplicados no mercado financeiro, onde as taxas de juros têm sido maiores do que a taxa de rentabilidade do capital fixo.

2.6.2 – Encurtamento do Ciclo Econômico

Quando a empresa encurta seu ciclo econômico, este pode ser definido como o tempo necessário à transformação dos insumos adquiridos em produtos ou serviços, com isso suas necessidades de capital de giro se reduzem drasticamente.

Numa indústria, a redução do ciclo econômico significa um menor tempo de produzir e vender. No comércio, esta redução significa um giro mais rápido dos estoques. Na atividade de serviços, a redução do ciclo econômico significa basicamente trabalhar com um cronograma mais curto para a execução dos serviços.

A redução do ciclo econômico não é uma função tipicamente financeira. Ela requer o apoio de funções como produção, operação e logística.

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2.6.3 – Controle da Inadimplência

A inadimplência dos clientes de uma empresa pode decorrer do quadro econômico geral do país ou de fatores no âmbito da própria empresa. No primeiro caso, a contratação geral da atividade econômica e a conseqüente diminuição da renda das pessoas, tende a aumentar a inadimplência. Nesta situação, a empresa tem pouco controle sobre o problema.

Quando a inadimplência é decorrente de práticas de crédito inadequadas, estabelecidas pela própria empresa, existe uma solução viável para o problema. Neste caso, é preciso dar mais atenção à qualidade das vendas (tanto as vendas a crédito como as vendas faturadas) do que ao volume dessas vendas. No caso das vendas a crédito, também será recomendável uma redução do prazo de pagamento concedido aos clientes.

2.6.4 – Não se Endividar a Qualquer Custo.

Na tentativa de suprir a insuficiência de capital de giro, muitas empresas utilizam empréstimos de custo elevado. Como regra, qualquer dinheiro captado a um custo maior do que 1,17% ao mês (ou 15% ao ano), também com a rentabilidade normal da empresa que é de 15% ao ano, também em termos reais. Assim, uma linha de crédito de curto prazo que hoje não custa menos do 2% ao mês em termos reais, é claramente antieconômica.

O financiamento de capital de giro a uma taxa real maior do que 1,17% ao mês, pode resolver o problema imediato de caixa da empresa, mas cria um novo problema, seu pagamento.

Segundo Matarazzo (1998) o administrador tem consciência da inviabilidade do custo financeiro dos financiamentos de capital de giro. Ele tenta ganhar tempo, esperando que uma melhora posterior nas condições de mercado da empresa permita pagar o capital de terceiros. Todavia, quando a recuperação das vendas acontece, a empresa já acumulou um estoque de dívidas cujo pagamento será impraticável.

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2.6.5 – Alongar o Perfil do Endividamento

Quando a empresa consegue negociar um prazo maior para o pagamento de suas dívidas, ela adia as saídas de caixa correspondentes e, portanto, melhora seu capital de giro. Embora essa melhora seja provisória, ajudará bastante até que a empresa se ajuste financeiramente.

Também neste caso, é importante uma atenção especial para o custo do alongamento de prazo. Ele precisa ser suportado pela rentabilidade da empresa.

2.6.6 – Reduzir Custos

A implantação de um programa de redução de custos tem um efeito positivo sobre o capital de giro da empresa que não traga restrições às vendas ou à execução de suas operações.

Uma vez que a empresa com problema de capital de giro também estará com sua capacidade de investimento comprometida, a redução de custos em atividades como modernização, automação ou informatização não será possível.

Diante de uma crise de capital de giro, o programa de redução de custos tem natureza compulsória e seu grande desafio é identificar aqueles itens de gastos que possam ser cortados sem grandes prejuízos para as atividades da empresa. Dificilmente serão encontrados gastos supérfluos ou desperdícios, pois a crise de capital de giro naturalmente já deve os ter eliminados.

2.6.7 – Substituição de Passivos

A política de substituição de passivos consiste me trocar uma dívida por outra de menor custo financeiro. Por exemplo, uma empresa de grande porte poderia adotar esta solução, através do lançamento de títulos no exterior ou mesmo fazendo um lançamento de ações. Entretanto, as empresas de pequeno e médio porte não têm essa opção. Um programa

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tradicional de substituição de passivos para essas empresas quase sempre significaria trocar seis por meia dúzia.

Numa situação extrema, as pequenas e médias empresas poderiam trocar passivos exigíveis por passivo não exigível (capital), através da admissão de novos sócios. Sem duvida, esta seria uma solução a ser adotada em último caso.

Conforme Matarazzo (1998) existe um forte relacionamento entrelaçamento entre a administração do capital de giro da empresa e sua administração estratégica. Por isso, a solução definitiva para o problema do capital de giro consiste na recuperação de seu fluxo de caixa.

Esta solução exige a adoção de medidas estratégicas de grande alcance que vão desde o lançamento de novos produtos ou serviços e a eliminação de outros, adoção de novos canais de venda ou até mesmo a reconfiguração do negócio como um todo.

Desse modo, a solução dos problemas de capital de giro de uma empresa requer muito mais do que medidas financeiras. Estratégias, operações e práticas gerenciais, entre outras, precisarão ser representadas para que o capital de giro volte ao estado de normalidade.

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CAPÍTULO III

TIPO DE ABORDAGENS

3.1 – ABORDAGEM FLEURIET

Para Braga e Marques (1995), o modelo Fleuriet para avaliação da liquidez e estrutura de financiamentos é um importante instrumento de análise e/ou controle para a tomada de decisões financeiras. Para compreender o modelo, há a necessidade de reorganizar as contas integrantes do Balanço Patrimonial para um formato direcionado à análise, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Classificação Conforme o Modelo Fleuriet. Adaptado de (Braga e Marques, 1995)

Aplicações de Recursos Origens de Recursos

Ativo Circulante Financeiro (ACF) Passivo Circulante Oneroso (PCO) Ativo Circulante Cíclico (ACC) Passivo Circulante Cíclico (PCC) Ativo Não Circulante (ANC) Passivo Não Circulante (PNC)

Com um ambiente econômico turbulento em que vivem as empresas, surgem várias pesquisas em busca de um novo perfil de análise financeira que atue de forma dinâmica, buscando atender de forma mais completa as necessidades da empresa.

Nos anos 70 o professor Michel Fleuriet, juntamente com uma equipe da Fundação Dom Cabral, se empenhou em estudar métodos e sistemas gerenciais que se adequassem ao rápido crescimento econômico do nosso país.

O Modelo Fleuriet consiste na reclassificação das rubricas constantes do balanço patrimonial levando-se em consideração a velocidade com que as

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contas se movimentam e a relação das contas comas operações da empresa. Na análise da liquidez da empresa vista pelo modelo Fleuriet os elementos de giro são classificados como contas cíclicas e contas erráticas.

As contas de natureza operacional são contas cíclicas, onde seus saldos se alteram de acordo com o nível de atividade operacional da empresa e as contas de natureza financeira são contas erráticas, onde seus saldos não têm vinculo direto com o nível de atividade operacional da empresa.

Considerando as naturezas diferentes das contas do giro, há uma reclassificação do capital circulante: as contas cíclicas são classificadas como giro, e, consequentemente, o total dos ativos cíclicos menos os passivos cíclicos indica a Necessidade de Capital de Giro. As demais contas, de caráter financeiro e não vinculadas às operações são denominadas contas de Tesouraria, e só com essas contas é que se deveria calcular a liquidez empresarial e a capacidade de solvência da empresa no curto prazo.

Para desenvolver seu modelo de análise, Fleuriet (1980) utiliza três variáveis que procuram demonstrar quais os problemas, para que sejam rapidamente aplicadas as medidas necessárias para o sucesso da empresa.

NCG – Necessidade de Capital de Giro ou NLCG – Necessidade Líquida de Capital de Giro (conforme classificação de alguns autores).

CDG – Capital de Giro T – Tesouraria

Para Fioranvanti (1999), a Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCDG) é definida pela dinâmica do funcionamento da empresa, ou seja, é muito sensível às modificações que ocorrem no ambiente econômico em que a empresa opera. A variável NLCG – Necessidade Líquida de capital de Giro, obtida da reclassificação das contas do Ativo Circulante, expressa a necessidade de recursos que a empresa apresenta para manter o giro dos negócios.

Quando no ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, a operação da empresa cria uma necessidade de aplicação

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permanente de fundo, que se evidencia no balanço por uma diferença positiva entre o valor das contas cíclicas do ativo e das contas cíclicas do passivo.

NCG = Ativo Cíclico – Passivo Cíclico

Para obter qual a NCG da empresa é preciso confrontar suas aplicações do giro com suas fontes do giro e obter dois de resultado abaixo explicados: NLCG Positiva: indica que as fontes de giro são insuficientes para financiar as aplicações do giro.

Quando as fontes espontâneas do giro não foram suficientes para financiar as aplicações de giro a empresa precisa buscar fontes alternativas de financiamento do giro (capital próprio, capital de terceiros a longo prazo ou a curto prazo, endividamento a curto prazo ou longo prazo, e/ou recursos próprios).

NLCG Negativa: Neste caso, a empresa não tem necessidade de fontes alternativas, pois as fontes espontâneas são mais que suficientes para financiar as aplicações de giro.

As fontes espontâneas de giro excedem as aplicações de giro, portanto a empresa poderá utilizar esse excedente para o financiamento de outros ativos que não os de giro. Denominando-se de ativo permanente as contas não cíclicas do ativo e de passivo permanente as contas não cíclicas do passivo, defini-se como Capital de Giro (CDG) a diferença entre o ativo permanente e o ativo permanente.

CDG = Contas não Cíclicas do Passivo – Contas não Cíclicas do Ativo

CDG positivo ocorre quando os recursos próprios excedem o ativo permanente. Isto significa que a empresa possui recursos próprios financiando os ativos realizáveis.

CDG negativo ocorre quando os recursos próprios não são suficientes sequer para financiar o ativo permanente.

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A variável T, Tesouraria, também obtida da reclassificação das contas do Ativo (caixa, bancos, aplicações financeiras) mais os outros valores realizáveis de curto prazo e Passivos Circulantes (empréstimos de curto prazo), indica a folga financeira da empresa quando positiva ou, quando negativa, a utilização de recursos de terceiros de curto prazo para financiar as atividades.

Para Fioravanti (1999), por extensão, inferem ao resultado da Tesouraria a interpretação de liquidez de curto prazo, pelo caráter de ativo financeiro ou passivo oneroso que representam.

T = Ativo Errático – Passivo Errático

Abaixo cálculo simplificado do saldo da Tesouraria usado quando a contabilidade tem um grande número de contas erráticas.

Ativo Circulante (-) Passivo Circulante

(=) Capital Circulante Líquido (CCL)

(-) Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCDG) (=) Tesouraria (T)

Segundo Fioravanti (1999), esta simplificação é uma alternativa consiste com o seguinte suporte lógico: sendo o CCL a diferença global entre o Ativo Circulante e Passivo Circulante, subtraindo-se dele a diferença parcial (NLCDG), obtém-se a outra parcela da diferença (T).

Para Fleuriet (1980), o saldo de Tesouraria representa um valor residual correspondente à diferença entre o Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro.

T = CDG – NCG

É importante observar que um Saldo de Tesouraria positivo e elevado não significa necessariamente uma condição desejável para as empresas; pelo

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contrário, pode significar que a empresa não esteja aproveitando as oportunidades e investimentos propiciadas por sua estrutura financeira, caso em que o Saldo de Tesouraria ‘engorda’ por falta de uma estratégia dinâmica de investimento. Através da interação da variável NLCG e T temos como calcular a liquidez e a capacidade de solvência da empresa no curto prazo, ou seja, qual a situação econômica-financeira da empresa no curto prazo.

O Termômetro Financeiro irá determinar qual o percentual da NLCDG que é financiada com endividamento de curto prazo. Portanto, só será passível de cálculo, quando a Tesouraria for negativa.

Termômetro Financeiro = T . NLCDG

Resumindo, o termômetro Financeiro representa qual o percentual da necessidade líquida de capital de giro que foi financiado com endividamento de curo prazo.

3.2 – ABORDAGEM ORTODOXA

A análise tradicional dos demonstrativos financeiros tem o índice de Liquidez Corrente (ou Comum), o parâmetro para avaliar a condição de curto prazo de uma empresa.

Portanto o conceito de liquidez na análise ortodoxa terá uma visão estática da empresa, a análise será apenas para o momento do Balanço Patrimonial, sem uma visão de futuro a curto prazo para a tomada de decisões, pois analisa as contas individualmente sem levar em consideração a relação entre elas.

Para Padoveze (2000), os gastos necessários para o giro estão representados em rubricas específicas do Balanço Patrimonial, que têm uma relação direta e inter-relacionada com dados da demonstração de resultados. Estes dados evidenciam a realidade da empresa e, portanto, os indicadores dos prazos médios de atividades extraídos dos Demonstrativos Contábeis

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