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Avaliação psicológica de pacientes em pré-operatório

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Academic year: 2021

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Avaliação psicológica de

pacientes em pré-operatório

Silvia Maria Cury Ismael

Serviço de Psicologia – HCor 11º Congresso DA SBPH

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Definição de Saúde

“Completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”

(3)

Adoecimento

• Interrupção, suspensão de atividades; • Quebra da continuidade existencial; • Possibilidade de morte;

• Readaptação a limitações e novas condições físicas;

(4)

O PROCESSO DE ADOECIMENTO • DESCOBERTA DA DOENÇA • CONSCIÊNCIA DA DOENÇA • REPRESENTAÇÃO DA DOENÇA • REPRESENTAÇÃO DO ÓRGÃO • PRESENÇA DE SINTOMAS • MODIFICAÇÕES NA ROTINA • TRATAMENTOS PROPOSTOS

(5)

Doenças Agudas

(Strain, 1978)

• Ameaça básica à integridade; • Ansiedade de separação;

• Medo de Estranhos;

• Culpa e medo de retaliação; • Medo da perda do controle; • Despersonalização;

• Medo da perda ou danos corporais; • Medo da morte e dor;

(6)

Doenças Crônicas

• Conhecimento da doença;

• Readaptação de hábitos de vida; • Adesão ao tratamento;

(7)

• IDENTIDADE • ETNIA • SEXO • IDADE • CONSTITUIÇÃO FAMILIAR • PROFISSÃO • HISTÓRIA DE VIDA

• RELAÇÕES E VÍNCULOS ESTABELECIDOS

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(9)

Botega sugere categorias de estresse psicológico: •Percepção de que pode morrer

•Quebra de vínculo familiar

•Medo relativo aos procedimentos hospitalares

•Culpa por achar que a doença pode ser um castigo •Perda de controle sobre si mesmo

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Representação da Cirurgia

Se sentimos angústia pela condição humana, o

medo experimentado diante de situações inusitadas é certamente configurado pelas

sensações de aniquilamento de nossas próprias condições existenciais. Medo de que essas condições possam alterar-se significativamente, que coloque em risco nossa estabilidade individual e até mesmo social.

(11)

Representação da Cirurgia

• Angustia:ausência da certeza, do conhecimento, do controle sobre o futuro. É espera, é vazio...é sinônimo da fragilidade de nossos projetos.

• É o sentimento que nos coloca conscientes de nossas limitações, do imperativo maior de nossas existências: a finitude.

“Somente porque o homem é finito, o momento conta” (Boss)

(12)

INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

Na fase pré- operatória:

Desejo de modificar a vida:

• Mudança para hábitos saudáveis • Reconciliações/ “despedidas”

• Reorganização pessoal/ profissional

(13)

Representação da Cirurgia

• Fazer a cirurgia significa parar ou seguir em frente? E como será minha caminhada daqui por diante?

Recusar a angústia é recusar nossa condição de seres temporais.

(14)

Representação da Cirurgia

Durante a anestesia, não sei o que eles

vão estar fazendo comigo, se vai estar

tudo bem. E se eu morrer durante a

anestesia?”

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PACIENTES CIRÚRGICOS

• Ruptura brusca: social, família e trabalho • Dificuldade de adaptação à rotina hospitalar • Impotência frente a procedimentos invasivos

• Desintegração/ sentimento de perda do próprio EU

• Vulnerabilidade no conjunto de crenças e sistema de valores • Ameaça à integridade física/auto imagem

(16)

• Mudança esquema corporal

• Dependência em relação à outras pessoas

• Onipotência abalada

• Medo do desconhecido

• Sentimento de fragilidade

(17)

Ansiedade, Depressão, Frustração e Estresse Perda de Controle Limitações SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA INSEGURANÇA Autonomia X Dependência Nova condição física

GANHOS SECUNDÁRIOS? ESTOU CURADO, E AGORA?

READAPTAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL Reorganização de papéis sociais

Modificação da rotina/ qualidade de vida

PERÍODO DE RECUPERAÇÃO

(18)

“Tem caminhos que a gente pode desviar, que a gente pode escolher não passar. Mas com a cirurgia, não tinha jeito: eu tinha que passar por isso, tinha que enfrentar. Mas fui para o centro cirúrgico pensando: pode ser o ponto final de minha vida”

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Mecanismos de Defesa

•Negação

•Regressão

•Racionalização

(20)

Mecanismos de Defesa

•O paciente nem sempre tem

recursos de enfrentamento pa-

ra lidar com a cirurgia.

(21)

INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

Características de personalidade do paciente e sua influência (positiva ou não) na adesão ao tratamento proposto.

Estrutura egóica

Recursos emocionais no enfrentamento da doença

Mecanismos de defesa

(22)

INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

O trabalho do psicólogo proporciona

conscientização,

responsabilidade

e

liberdade na tomada de decisão pela

realização

ou

não

da

cirurgia,

possibilitando trabalhar sentimentos que

precisam ser elaborados

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INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

Viabilizar espaço para que a dor emocional e os temores sejam expressos;

Auxiliar pacientes e familiares a atribuírem novos significados a suas vidas;

(24)

INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

É o elemento da Equipe Multiprofissional voltado à

atenção afetiva, aquele que ouve o outro lado das

queixas do paciente e seus posicionamentos, auxiliando

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INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

É papel do psicólogo acompanhar o paciente antes da cirurgia para maior compreensão dos

acontecimentos ao seu redor e de seus sentimentos:

• Trabalhar sentimentos comuns nesta fase, como a ansiedade, o medo, a angústia;

• O psicólogo ouve, acolhe e discute os sentimentos, desmistifica as fantasias; • Orientação quanto ao pré-operatório.

(26)

A saúde é o silencio dos órgãos.

(ditado popular)

Fiz um trato com meu corpo. Nunca fique doente. Quando você quiser morrer, eu deixo.

(27)

OBRIGADA!!

(28)

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, E.C. O Psicólogo no Hospital Geral. Psicologia, Ciência e Profissão, 3:24-27, 2000.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano compaixão pela terra. 6.ed. Petrópolis, RJ: Vozes,2000. 199p.

BOTEGA, N.J. Reação à Doença e à Hospitalização. In: BOTEGA, N.J. Prática

psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. São Paulo: Artmed Editora, 2002. p.4.

BRUSCATO, W.L. et al. O Trabalho em Equipe Multiprofissional na Saúde. In: Bruscato, W.L. (Org) A Prática da Psicologia Hospitalar na Santa casa de São Paulo: npvas páginas em uma antiga história. Casa do Psicólogo: São Paulo, 2004

CAMPOS, E.P. Quem cuida do cuidador: uma proposta para os profissionais da saúde. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

DELLA NINA, M. A equipe de trabalho interdisciplinar no âmbito hospitalar. In: OLIVEIRA, M.F.P; ISMAEL, S.M.C.(org.) Rumos da psicologia hospitalar em cardiologia. Campinas, SP: Papirus 1995.

FALSETTI, A.V. Do discurso médico ao discurso da doença diabética: a incidência da doença orgânica no psíquico. Dissertação (Mestrado). São Paulo, 1993 IP-USP.

(29)

ISMAEL, S. M. C. A Prática Psicológica e sua interface com as doenças. Coleção Psicologia Hospitalar. Ed Casa do Psicólogo. São Paulo - São Paulo, 2005.

ISMAEL, S. M. C. A família do paciente em UTI. In: MELLO FILHO, J. Doença e família. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. p. 251-58.

ISMAEL, S.M.C. In QUAYLE,J; DE LUCIA, M.C.S. Adoecer- as interações do doente com sua doença.São Paulo: Atheneu, 2007. p.147-157.

Mangini,S.et al. Insuficiência cardíaca descompensada na unidade de emergência de hospital especializado em cardiologia. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2008, vol.90, n.6 ISSN 0066-782X. Similaridade:0.432641

(30)

Avaliação Psicológica para

Transplante Cardíaco

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Transplante Cardíaco

Breve Histórico

• 1967: primeiro transplante (Tx) cardíaco realizado em seres humanos por C. Barnard (África do Sul)

• Nesta época observa-se muitas complicações (rejeições e infecções)

• 1968: Tx cardíaco realizado por Zerbini (Brasil)

• 1976: Borel descreveu o efeito imunossupressor da ciclosporina → melhora da sobrevida (80% em 1 ano)

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Transplante Cardíaco

• Atualmente, o Tx é uma modalidade de tratamento cirúrgico bem estabelecida

• Indicação para Tx cardíaco:

– Cardiopatas em estado terminal, sem possibilidade de terapêutica clínica e cirúrgica convencional, com expectativa de vida inferior a um ano

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Transplante Cardíaco

• Indicações mais comuns (Sociedade Internacional de Transplante):

– cardiopatia isquêmica (50,6%) – cardiomiopatias (40,9%)

– outros tipos de doença cardíaca (5,3%) – retransplante (3,2%)

• Sobrevida atual dos pacientes transplantados:

79% no 1o ano, ocorrendo 4% de mortalidade

por ano nos próximos 11 anos seguintes

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Processo

do Transplante Cardíaco

• Avaliação do candidato ao Tx cardíaco:

– Comprovação do estágio final da cardiopatia – Contra-indicações

– Rigorosa avaliação laboratorial/ clínica • Contra-indicações:

– Infecção ativa

– Sorologia positiva para HIV

– Hipertensão arterial pulmonar grave

– Disfunção renal e/ou hepática irreversíveis – Diabetes dependente de insulina

– Neoplasia maligna, entre outras

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Processo

do Transplante Cardíaco

Avaliação Psicológica e Social

 Equipe Multiprofissional: médico (clínico e cirurgião), psicólogo, assistente social, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta

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Transplante Cardíaco

• Mais de 70% dos programas de Tx no mundo

reconhecem como critérios de exclusão

absoluta as seguintes condições mentais:

– Esquizofrenia

– Ideação suicida; história de tentativas de suicídio – Demência

– Retardo mental severo

– Personalidade anti-social e Borderline – Dependência química

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Transplante Cardíaco

• Avaliação Psicológica para Transplante

Cardíaco

• A dinâmica psíquica, suporte familiar, os conflitos e ambivalências tem que ser levados em consideração?

• Trata-se de uma tarefa complexa definir o que é favorável ou não para realização do Tx frente ao caráter mutável do funcionamento mental

• O psicólogo pode sozinho contra-indicar um paciente para TX?

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Transplante Cardíaco

• Acompanhamento Psicológico

1) Período de avaliação do candidato ao Tx, em

que se submete a vários exames

complementares 2) Espera pelo órgão 3) Pós-operatório:

- imediato (UTI; enfermaria) - ambulatório

- Diagnóstico situacional: paciente-família-equipe

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Transplante Cardíaco

• Avaliação Psicológica pré-Tx cardíaco

– Possibilitar a expressão dos sentimentos do paciente diante da cronicidade de seu

adoecimento; expectativas e fantasias

relacionadas ao Tx e pós-operatório – Diagnóstico da estrutura psíquica

– Verificar dificuldades emocionais para lidar com o contexto

– Vínculo com o tratamento – Suporte social e familiar

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Transplante Cardíaco

• Avaliação Psicológica pré-Tx cardíaco

– Considerar o paciente como sujeito ativo, participativo e responsável por decisões no decorrer do processo do transplante

– Favorecer uma aliança terapêutica – Escuta do paciente (escutar x ouvir) – Desejo pelo Tx?

– Orientar o paciente sobre aspectos do

acompanhamento psicológico para

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Transplante Cardíaco

• Oferta do Tx: repercussões no psiquismo do paciente

• Reação do paciente ↔ subjetividade, história de vida, organização mental pré-existente

• Órgão de um outro (morto), alguém precisa morrer para eu viver

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Transplante Cardíaco

“...não é com um corpo real que o sujeito humano lida, e sim com o corpo simbólico: ao corte sem dor feito pelo bisturi no corpo real anestesiado

corresponde um sangramento e uma dor

psíquica que não é possível anestesiar, dor que só pode ser tratada quando se fala dela num

contexto específico que é a relação com o psicólogo” (Moretto, 2003)

(43)

Transplante

Cardíaco

• Incorporação do coração transplantado

• Processo de projeção-introjeção → Incorporação psicológica

• Modelo de simbiose → ameaça à estabilidade e natureza do self do transplantado (identidade)

• Receptor sente ter “roubado” uma parte vital de outra pessoa → regressão, culpas primitivas, medo de retaliação, dívida eterna

• Espera pelo Tx: doador atacado e morto em fantasia

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Transplante Cardíaco

• Incorporação do coração transplantado

Algumas preocupações verbalizadas:

- medo de transformar-se em outra pessoa/ perder identidade sexual

- deformidade física - tratamento antinatural

- enxerto ser de tamanho menor/ risco de rejeição - esperar pela morte de alguém

- grau de dependência a outro ser

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O olhar para o corpo do paciente, para além do orgânico, possibilita que o psicólogo estabeleça relação entre o psíquico e o somático, enfatize a

subjetividade do paciente, estimule sua posição de sujeito e realize intervenções sob uma

perspectiva integral na tríade paciente-família-equipe

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Referências Bibliográficas

Fernandes, M.H. (2003). Corpo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1ª. ed; p. 98. Moretto, M.L. (2003). O outro em si: o transplante como risco e renascimento.

In: Quayle, J. & Lucia, M.C (orgs). Adoecer: as interações do doente com sua doença. Ed. Atheneu.

Moretto, M.L. (2006). O psicanalista num programa de transplante de

fígado: a experiência do “outro em si”. Tese de Doutorado

apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo; p. 188.

Pereira, A.A.M. (2006). Transplante Cardíaco – o ninho da Fênix: um

estudo sobre as relações objetais de pacientes em processo de transplante cardíaco. Tese de Doutorado apresentada ao Instituto de

Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo

Porto, C.C (1998). Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.

Referências

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