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ZONEAMENTO CLIMATICO PARA O CULTIVO DA PIMENTA-DO-REINO (PIPER NIGRUM L.) NO SUDESTE DA VANDERLEI RAMOS. CEPLAC-CEPEC-Caixa Postal 07-Itabuna-Bahia

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ZONEAMENTO CLIMATICO PARA O CULTIVO DA PIMENTA-DO-REINO (PIPER NIGRUM L.) NO SUDESTE DA BAHIA.

HERMES ALVES DE ALMEIDA, MARCO ANTôNIO G.FRANCO,A~CIO ALVES DE LIMA E JOS~ VANDERLEI RAMOS

CEPLAC-CEPEC-Caixa Postal 07-Itabuna-Bahia

RESUMO

A partir de um levantamento das condições c1imaticas desta região e das exigências basicas para o crescimento e desenvolvimento da pimenta-do-reino ,procedeu-se um estudo de interação clima x planta que resultou na seleção de três diferentes faixas climaticas para o cultivo da pimenta-do-reino no Sudeste da Bahia

Os resultados preliminares mostram que a região Sudeste da Bahia dispõe de uma faixa c1imatica com condições hidricas e térmi-cas adequadas ao pleno desenvolvimento e produção da pimenta-do-reino, sendo classificada como RECOMENDADA e com area de 23.500km2

Existe uma outra faixa climatica classificada como sendo RECOMENDADA com restrição devido apresentar pequenas restrições hidricas especialmente no que se refere a irregularidade na distribuição de chuvas em anos mais secos .Essa faixa representa uma area de 16.300 km2.Dispõe ainda de uma outra faixa c1imatica denominada de Não RECOMENDADA e com superficie de 50.000 km2 (55% do Sudeste da Bahia) com condições hidricas B/OU térmicas inadequadas à

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Introdução

A pimenta-do-reino Piper nigrum L. ) ,pertencente ã

familia das Piperaceae ,é cultivada especialmente nos tr6picos

amidos entre as latitude de 20 N e 20 S (Milanez, Ventura e Fanton,

1987).Na Bahia, a pimenta-do-reino começou ser

explorada,comercial-mente, no final da década-de 60 , mas as baixas cotações no mercado

interno,associados à ocorrência de enfermidades, levaram ao declinio

da expansão do cultivo na década de 80 ( Ramos et al,1986).

Nos principais centros produtores de pimenta-do-reino,a

precipitação pluvial anual é superior a l500mm. Na India, por

exem-plo, a pimenta-do-reino é tradicionalmente cultivada nas areas onde

a chuva anual é superior a 2000mm(Maistre,1964 citado por Purgeglove

et al,198l)e,na amazônia,chove mais do que l800mm (Diniz,198l) .

Os limites térmicos adequados à pimenta-do-reino são

observados com temperaturas médias anuais, maximas e minimas mensais superiores,respectivamente,a 23, 26 e 18.5 C (Diniz,198l).

A produtividade da pimenta-do-reino varia anualmente em

função das oscilações climaticos.No entanto, pouca atenção tem sido

dada aos efeitos interativos entre elementos meteoro16gicos e as

di-versas fases que compõem o ciclo de produção .0 conhecimento dessas

interações constituem um elemento basico para se interpretar as

oscilações na produção em função dos elementos meteoro16gicos.

A partir do conh~cimento das condições climaticas e das

exigências do cultivo da pimenta-do-reino, procedeu-se um estudo

das interações entre elementos climato16gicos e o desenvolvimento

desse cultivo a fim de selecionar areas com diferentes potencialida-des climaticas para a pimenta-do-reino no Supotencialida-deste da Bahia

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Materiais e Métodos

Os dados de precipitação pluvial ,temperatura do ar , umidada relativa e outros utilizados no presente trabalho foram oriundos da rede agroc1imato16gica da CEPLAC e normais c1imato16gicas do Ministério da Agricultura ( Brasil, Ministério de Agricultura, 1970) e pluviométricos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (1969) correspondentes ao Sudeste da Bahia,

cujos limites estão compreendidos entre 13 00 e 18 00 de latitude sul e 39 00 e 41 00 de longitude oeste.Para as localidades desprovi-das de informações térmicas,as temperaturas foram estimadesprovi-das a partir das equações de regressão estabelecidas por Almeida e Sa (1984).

O balanço hídrico c1imatico foi estimado pelo método preconizado por Thornthwaite e Mather (1955) para valores médios mensais,adotando-se 125 mm como sendo a maxima capacidade de armaze-namento de agua no solo.

Os dados de precipitação p1uvia1(P) ,temperaturas médias, maximas e minimas, deficiência hidrica(DEF) , excedente hidrico e outros, referentes as médias mensais e anual, foram p10tadas e traçados as iso1inhas em mapas, origina1mente,na esca~a 1:750.000.

Os dados c1imato16gicos utilizados neste trabalho foram ge-rados em estações meteoro16gicas convecionais e se referem â média c1imato16gica até 1988.

Fina1mente,procedeu-se um estudo de interação entre os e1e-mentos c1imaticos e as exigências para ó desenvolvimento do cultivo

I

da pimenta-do-reino que resultou no estabe1eciment~de três faixas com distintas potencialidades para expansão desse cultivo no-Sudeste da Bahia e, conseq~entemente,mapificação,na escala 1:750.000

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Resultados e Discussão

A Figura 1 mostra o zoneamento c1imâtico para o cultivo da pimenta-do-reino no Sudeste da Bahia.

A faixa c1imâtica caracterizada como RECOMENDADA apresenta condições hidricas e térmicas favorâveis ao desenvolvimento e produ-ção da pimenta-do-reino.Nessa faixa, a precipitação pluvial média anual é maior do que 1600mm além de ser distribuida regularmente ao longo do ano, o que proporciona ausência de deficiência hidrica men-sa1.A umidade relativa do ar é maior ou igual a 85 % pelo menos 12 horas /dia em qualquer mês do ano ,a temperatura média mensal oscila entre 20 e 26 C e a anual, em torno, 24 C. Ressa1ta-se,entretanto, que apesar dessa faixa apresentar condições c1imâticas plenamente adequada ao desenvolvimento da pimenta-do-reino, é também favorâvel à ocorrência de doenças fungicas,principa1mente, a Fusariose ,que é causada pelo fungo Fusarium solani f. sp. piperis .

Nessa faixa c1imâtica, a pimenta-do-reino pode ser consorciada com outros cultivos tropicais e de interesse regional, jâ que essa faixa coincide com âreas aptas para o cacaueiro,de acordo com os resultados encontrados por Sâ et a1(1982), dendezeiro (Almeida, Sâ e Maia,1982) e Marginal ou Margin~l a moderada,devido às condições adequadas ao ma1-das-fo1has para a Seringueira encontrados por Almeida, Santana e Sâ(1987).A faixa RECOMENDADA abrange uma ârea em torno de 23.500 km2 ( 26,1% da região).

Na faixa c1imâtica RECOMENDADA COM RESTRIÇOES apresenta um total de chuva anual médio entre 1.400 e 1.600 mm, deficiência hidrica em torno de 50 mm, excedente hidrico de 100 a 400 mm e a temperatura média do ar maior do 22 C. Essa faixa foi caracterizada

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com restrições devido ao fator hidrico que, embora seja considerado bastante elevado (chuva anual em torno de 1500 mm),é inferior aos observados nos principais centros produtores de pimenta-do-reino. Essa area abrange em torno de 16.300km2(18,1% do Sudeste da Bahia).

Na faixa classificada como NAO RECOMENDADA ,a precipitação pluvial anual é inferior a 1400 mm, a temperatura média do ar é menor ou igual a 22 C e a deficiência hidrica chega a 800 mm a oeste dessa faixa. Essas condições hidricas e térmicas podem afetar o desenvolvimento e principalmente a produção de pimenta-do-reino. Essa baixa quantidade de chuva associada com a temperatura média do mês mais frio inferior a 20 C, constitui uma condição que não encontra respaldo na literatura para se recomendar a exploração do cultivo da pimenta-do-reino em escala comercial.Essa faixa dispõe de uma area, em torno, de 50.000km2.

Conclusões

Pelos resultados deste trabalho,conclui-se que o Sudeste da Bahia dispõe de uma faixa c1imatica ,no sentido (norte-sul) adequada

à expansão da pimenta-do-reino,classificada como RECOMENDADA , num prolongamento de 40 a 60 km da costa, cobrindo uma area de aproximadamente 23.500 km2.Seguindo em direção oeste, comtemplam-se duas outras faixas denominadas de RECOMENDADA COM RESTRRIÇOES e Não RECOMENDADA .Essas faixas apresentam restrições ao cultivo da pimenta-do-reino tanto devido à ocorrência de deficiência hidrica, especialmente em anos mais secos,quanto por deficiência hídrica e/ou térmica inadequada na faixa NAO RECOMENDADA .Essas duas faixas climaticas dispõem de uma expressiva area de 66.500 km2.

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Figura 1 Zoneamneto c1imatico para o cultivo da pimenta-do-reino

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Referências

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