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MERCADO DE BENS E SERVIÇOS EM SAÚDE

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Academic year: 2021

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MERCADO DE BENS E

SERVIÇOS EM SAÚDE

Thaiana Thimoteo

Economista Residente em Gestão Hospitalar

HU-UFJF/Ebserh

(2)

Conteúdo

1. Demanda em saúde

2. Demanda x Necessidade 3. Falhas de mercado

4. Conceitos econômicos aplicados à saúde 5. Instrumentos de avaliação em saúde

(3)

Objetivo

1. Apresentar conceitos econômicos ligados a saúde 2. Conhecer particularidades do mercado de saúde

3. Refletir sobre as referências teóricas que podem ser aplicados ao setor da saúde

(4)

1 - Demanda em saúde

Afetam tanto o lado da demanda quanto o da oferta

a) Do ponto de vista do indivíduo, a demanda por serviços de saúde é irregular e imprevisível. Isto é, a maioria de nós não sabe quando e com que frequência vai necessitar de atenção médica;

b) A demanda por atenção à saúde ocorre em uma circunstância anormal, a doença, o que pode comprometer a racionalidade da decisão do consumidor;

(5)

c) não apenas o consumo de serviços de saúde envolve algum risco para o paciente, como também o mercado não pode ser utilizar como um processo de aprendizagem.  O paciente geralmente não pode utilizar experiências anteriores, suas ou de terceiros, para eliminar esse tipo de incerteza e risco.  Dessa forma gera necessidade de um elo de confiança no relacionamento entre o paciente e o seu médico;

(6)

1 - Demanda em saúde

Impacto tanto sobre os consumidores quanto sobre os prestadores

d) este elemento de confiança é reforçado pela crença de que o conselho do médico está supostamente dissociado de seu interesse próprio. A ética médica dita que a conduta terapêutica deve ser determinada apenas pelas necessidades do paciente  independente de sua capacidade econômica de pagamento;

(7)

1 - Demanda em saúde

f) a entrada de profissionais no mercado é limitada por diversos requisitos como especializações, residências, etc. e, particularmente, por restrições impostas à prática de profissionais não-médicos;

g) o mercado de atenção médica é também caracterizado pela discriminação de preços,  cobrança diferenciada de preço para um mesmo tipo de serviço e, portanto, para um mesmo custo.

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1 - Demanda em saúde

A relação entre médico e paciente se estrutura na existência de uma importante diferença de conhecimento, por parte do médico, sobre as condições de saúde do paciente

h) A existência de uma reconhecida diferença de conhecimento entre médicos e pacientes em favor dos primeiros abre a possibilidade de

haver induções da demanda. O exemplo mais evidente  alta

prevalência de cesárias no Brasil.  Explicado por Fatores econômicos (maiores remunerações) ou comodidade para o médico.

(9)

1 - Demanda em saúde - Resumo

Particularidades das demanda em saúde • Demanda é imprevisível;

• Acontece em circunstância anormal → doença • Não se pode aproveitar experiências anteriores;

• A atendimento médico está dissociado da capacidade de pagamento por parte do paciente e isso gera um elo de confiança na relação dos dois.

Geram distorções de preços deslocando a demanda do ponto ótimo: • A ética médica condena propaganda e competição entre médicos; • Entrada de profissionais é limitada;

• Mercado é caracterizado por discriminação de preço.

• Diferença de conhecimento na relação pode gerar indução de demanda. → cesária no Brasil.

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2 - Demanda x necessidade

• Demanda → não leva em consideração questões distributivas e está centrado na liberdade de escolha do consumidor.

• Necessidade → conceito mais igualitário. É definida pelo serviços médicos que a opinião médica acredita ser o mais adequado.

“Necessidade é, em todo caso, uma questão de opinião médica, não um fato médico.”

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3 - Falhas de mercado

• Em um mercado de perfeita competição observa-se a

racionalidade, inexistência de externalidades, perfeito

conhecimento do mercado por parte do consumidor, consumidores agindo livremente em seu benefício, numerosos e pequenos produtores sem poder de mercado. Na saúde, nenhuma das condições está presente, e, neste caso, se justificaria uma ação mais intensa do Estado.

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3 - Falhas de mercado

• Mercado em saúde é diferente do mercado competitivo

• Necessita de intervenção e regulação do Estado para corrigir falhas. Agência Nacional de Saúde (ANS) só tem jurisdição sobre os seguros de saúde individuais, que representam apenas 30% do mercado de seguros de saúde no Brasil. A maioria deles (70%), do tipo coletivo são regulados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), regida pelo Ministério da Fazenda.

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3 - Falhas de mercado

• A falha no mercado de saúde pode se dar também sobre o lado da oferta.

• “A demanda por serviços de saúde é determinada e configurada pelas características da oferta”. (Pires, 2007)

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3 - Falhas de mercado

• Ao ofertar serviços de saúde o profissional responsável precisa levar em consideração demanda local para realizar corretamente o planejamento em saúde. A oferta de serviço pelo SUS é dada três níveis de atenção: primário, secundário e terciário. A população usuária precisa ter conhecimento que a porta de entrada para serviços de baixa complexidade ocorre na atenção básica ou setor primário. Como exemplo que o mau uso dos recursos disponíveis pode onerar a distribuição de serviços de saúde temos um estudo realizado por Pires et al (2007). Ao investigar a configuração da oferta e demanda por serviços de média complexidade do Distrito Federal (DF) e municípios de Goiás próximos à Brasília e entorno os autores objetivaram analisar a demanda por serviços de média complexidade no DF e sua relação com a atenção básica.

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3 - Falhas de mercado

• Este estudo chegou a conclusão que ocorre subutilização da oferta de serviços do DF, com duplicidade de ações básicas entre os hospitais e os centros de saúde. Com isso recomenda-se revisão na regionalização e hierarquização dos recomenda-serviços de saúde do DF e Goiás, bem como investimentos na incorporação de tecnologias para a atenção básica. Devido a baixa legitimidade e confiança da população do entorno sobre os serviços ofertados no município, creditado à baixa qualidade e resolutividade dos mesmos o autor ratifica que a demanda por serviços de saúde é determinada e configurada pelas características da oferta. Sob esse aspecto ao planejar a oferta de serviços é de suma importância que os autores conheçam o comportamento dos agentes.

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3 - Falhas de mercado

• “É importante o reconhecimento dos territórios e seus contextos de uso, pois estes materializam diferentemente as interações humanas, os problemas de saúde e as ações sustentadas na intersetorialidade.” Gondim et al (2008):

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4 - Conceitos econômicos aplicados à

saúde

1. Seleção adversa 2. Risco Moral 3. Barreira à entrada 4. Externalidade

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4 - Conceitos econômicos aplicados à

saúde

1. Seleção adversa

“Na tentativa de proteger alguns grupos sociais, o governo ao

regulamentar os contratos de seguro-saúde impedindo a

discriminação perfeita dos agentes acaba gerando problemas de seleção adversa de consumidores.” (Andrade, 2000)

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4 - Conceitos econômicos aplicados à

saúde

2 - Risco Moral

“Na relação entre o paciente e o provedor o problema de risco moral ocorre na presença de seguro pleno na medida em que, nesse caso, os agentes tendem a sobre-utilizar os serviços já que o custo marginal do serviço demandado é zero.” (Andrade, 2000)

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4 - Conceitos econômicos aplicados à

saúde

3. Barreira à entrada

• Procedimentos que podem ser realizados apenas por

determinados profissionais.

• Necessidade de formação adequada • Necessidade de registro em Conselho

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4 - Conceitos econômicos aplicados à

saúde

4. Externalidade

• Conceito clássico: são atividades que envolvem a imposição involuntária de custos ou de benefícios, que têm efeitos positivos ou negativos sobre terceiros

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4 - Conceitos econômicos aplicados à

saúde

• Saúde: “O exemplo mais comum de externalidades difusas é o caso do consumo de vacinas. Um indivíduo gera externalidades sobre os demais quando decide ser irá ou não se vacinar alterando a probabilidade destes ficarem doentes. O principal resultado do trabalho é mostrar que na presença de externalidades no consumo destes bens, dependendo da tecnologia de produção, o provimento privado é ineficiente.” (Andrade, 2000)

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5 - Instrumentos de avaliação em saúde

Há quem considere a avaliação como uma forma de racionalizar a alocação de recursos e há quem tem grande desprezo por considerar que a vida humana não tem preço e vale qualquer esforço

1. Custo-benefício 2. Custo-efetividade 3. Custo-utilidade

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5 - Instrumentos de avaliação em saúde

Análise de custo benefício: avaliar viabilidade econômica dos projetos sociais. Tem por objetivo avaliar os custos totais de cada programa e os benefícios diretos e indiretos gerados.

Análise de custo efetividade: parte das perguntas (i) é socialmente rentável investir no projeto x? (ii) dados os projetos x e y, qual é mais rentável socialmente? E os estudos buscam concluir: para alcançar objetivo z qual estratégia mais custo efetiva: a,b ou c?

São sempre estudos comparativos de alternativas de intervenção diferentes para executar uma mesma ação.

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5 - Instrumentos de avaliação em saúde

Análise de custo utilidade: avaliação comparativa de tratamentos muito caros. Dado que os recursos são limitados o custo de tratamento é alto qual a melhor forma de propiciar melhor e mais longa sobrevida a pacientes?

Ex: Caso Alfie Evans

Essas técnicas usam ferramentas micro para responder a análise macro. Isto é, propõe-se a responder questões acerca da melhor forma de alocação de recursos da sociedade entre diferentes programas.

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6 - Conclusão/Discussão

• Conceitos econômicos que podem ser aplicados a saúde.

• As profissões de saúde concentram-se na ética individualista, segundo a qual a saúde não tem preço e uma vida salva justifica qualquer esforço.

• Por outro lado, a economia fixa-se na ética do bem comum ou ética do social. A importância dessas diferenças reside nas atitudes de cada grupo sobre a utilização de recursos.

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• Conflito entre economistas e profissionais de saúde no que diz

respeito à gestão eficiente dos serviços de saúde. → Economistas

não querem precificar a vida e sim alocar corretamente os recursos escassos.

• Os gastos em saúde vem aumentando no mundo todo, maximizar o uso de recursos. Ex: Diabetes no EUA e no Brasil

• Não se comprovam que a um nível maior de gastos em saúde correspondam melhores condições de saúde.

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6 - Conclusão/Discussão

Outras aplicações:

• Teoria Ricardiana dos rendimentos marginais decrescentes • Ótimo de Pareto

• Economia de Escala

• Planejamento em saúde: demanda x oferta

• Micro: análise de custos – total, fixo, variável, marginal - ; produção em saúde; remuneração x produção.

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Referências

• ANDRADE, M.V. Ensaios em economia da saúde. Rio de Janeiro: EPGE-FGV, 2000. Disponível em:

http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/1053/1431.pdf?sequence=1

• GONDIM, G. M. M.; et al. O território da saúde: A organização do sistema de saúde e a territorialização. Disponível em: http://www.rets.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/o_territorio_da_saude_a_organizacao.pdf

• MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde: revisão bibliográfica, fundamentos, conceitos e elementos constitutivos. In. MENDES, E.V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 549p. Disponível em: www.conass.org.br/pdf/Redes_de_Atencao.pdf

• PIOLA, S.F.; VIANNA, S.M. (organizadores). Economia da Saúde: Conceitos e Contribuição para a Gestão da

Saúde. Brasília, outubro de 1995. Disponível em:

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=5329:economia-da-saude-conceitose-contribuicao-para-a-gestao-da-saude&catid=291:1995&directory=1

• PIRES, Maria Raquel Gomes Maia et al. Oferta e demanda por média complexidade/SUS: relação com atenção básica. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 15, supl. 1, p. 1009-1019, Jun. 2010. Disponível em

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Referências

• TERRA. 6 questões para entender o caso Alfie Evans. Abril/2018

• Disponível em: https ://www.terra.com.br/noticias/mundo/6-questoes-para-entender-o-caso-alfie-evans,3cfcac06e67e1b779f43a9d537407f687pr6e583.html

Referências

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