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A ADIAFA, no Pólo Cultural e (Museológico) de Benfica do Ribatejo

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Academic year: 2021

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Editor: Instituto Politécnico de Santarém Coordenação: Gabinete coordenador do projecto

Ano 5; N.º 207; Periodicidade média semanal; ISSN:2182-5297; [N.33]

FOLHA INFORMATIVA Nº40-2012

A ADIAFA,

no Pólo Cultural e (Museológico) de Benfica do Ribatejo

Anfitriões: Eng.º José Manuel Malfeito Ferreira e Esposa

Filhos: Dr. Helena Malfeito Ferreira, Eng.º Manuel José Malfeito Ferreira

Antigas instalações da Destilaria de Vinhos de Manuel Ferreira Fundada em 1928

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1. Apresentação

A Associação Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, conjuntamente com representantes da Família Malfeito Ferreira iniciou diligências para a instalação do Pólo Cultural e (Museológico) de Benfica do Ribatejo.

Os principais representantes e mentores do Pólo Cultural reuniram pela primeira vez, no dia 25 Julho de 2010, no Gabinete do Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, visitando de seguida as instalações a ceder para a Instalação deste Equipamento Cultural, nas antigas instalações da Destilaria de Vinhos de Manuel Ferreira Jr, fundada em 1928, na rua Marquês de Tancos, vila de Benfica do Ribatejo.

Como conclusão ficou decidido dar início aos trabalhos de limpeza e recuperação do espaço, catalogação dos artefactos existentes, entre outras actividades no decorrer do mês de Setembro do corrente; entretanto, foi a acordada a redacção de um protocolo com vista à concretização escrita da parceria a celebrar entre os parceiros, RFBR & Família Malfeito Ferreira.

Este projecto apelidado por algumas vozes como megalómano, é hoje bem real, e não tem como base uma estrutura fechada, como tantos outros projectos museológicos parados no tempo; pelo contrário, com a finalidade de conservar, estudar e valorizar acervos culturais vivos, práticas sociais da comunidade, comportamentos dos diversos grupos sociais, procura-se com este projecto contribuir para o enriquecimento da História Local e para uma melhor formação das crianças e jovens da freguesia e do concelho.

Desta feita, o que nos propomos é traçar as primeiras linhas e abrir caminho para que o Pólo Cultural e Museológico de Benfica do Ribatejo surja como um referência no campo da Cultura não só da freguesia de Benfica do Ribatejo, como também do concelho de Almeirim e até mesmo da Região do Vale do Tejo, tendo em conta, por um lado, a especificidade da Vila de Benfica do Ribatejo, por outro a sua tradição e vivências da Lezíria da Charneca e do Tejo…

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… aproveitando a Cultura Avieira e a Rota Turística dos Avieiros que neste momento termina em Valada, mas que sendo estendida até às aldeias Avieiras das Faias e Cucos em Benfica do Ribatejo, servirá este Pólo Cultural como referência para esse objectivo.

Por outro lado, o espaço onde será instalado este Pólo Cultural e Museológico de Benfica do Ribatejo, não é um equipamento que tivesse obrigado a uma construção de raiz. As obras todas realizadas por voluntários e voluntárias, ressalvou a manutenção dos seus traços originais bem como o respeito pelas actividades usuais que durante décadas foram realizadas naquele espaço, e teve em conta o desenvolvimento de esforços conducentes à reactivação da adega, com adaptação para a criação de um posto de venda de vinhos e de artesanato entre outras potencialidades.

A este Pólo Cultural cabe um duplo papel: retrospectivo e prospectivo. Retrospectivo dentro da noção mais tradicional e elementar na preservação de traços culturais – a salvaguarda e preservação dos elementos que constituem parte integrante da vida e cultura das gentes de Benfica do Ribatejo. Prospectivo, porque enquanto instituição viva e dinâmica, deverá ser o pólo potenciador e dinamizador da actividade cultural da Freguesia e para o Concelho. Deverá ser, assim, um espaço centrado no passado mas sempre com os olhos postos no futuro. Por isso, num concelho rico em tradição e cultura – ou não existisse ocupação humana em Benfica do Ribatejo desde os primórdios, como comprovam os achados arqueológicos do Vale da Fonte Moça e da Fonte Branca –, mas simultaneamente tão carenciado de espaços que comprovem essa história e realizações culturais, deverá caber ao Pólo Cultural um papel fundamental na construção desse mesmo progresso.

O Pólo Cultural e Museológico de Benfica do Ribatejo assume-se hoje como foco aglutinador de tudo o que sobre e de Benfica do Ribatejo a tradição foi consolidando. O Pólo Cultural é assim o cartão de apresentação da Freguesia de Benfica do Ribatejo e do concelho. Às perguntas “o que foi?”, “o que é?”, “quem é?”, “que relação tem com Benfica do Ribatejo?”,

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deve o Pólo Cultural ser/ter a resposta. Ao conceito de multidisciplinaridade se encontra subjacente a noção de abertura e de investigação constante.

Ponto de encontro de múltiplas manifestações culturais – de carácter local ou exterior – o Pólo Cultural deverá ser ponto de encontro e reencontro das gentes da freguesia e do concelho com a sua própria terra.

Deverá não só conseguir chamar essas mesmas gentes, mas ir ao seu encontro – assumindo aqui preponderância a colaboração e intercâmbio com as Escolas, Associações, Sociedades Recreativas ou outras instituições sócio-culturais da Vila e do concelho.

2. A Adiafa

«Tanto nos viticultores mais humildes como nas casas mais abastadas, após o fim das vindimas era tradição os ranchos de vindimadores confraternizarem com os patrões, partilhando a alegria de mais uma colheita. A festa durava o dia todo alimentada no corpo por um ensopado de borrego e no espírito pelo vinho da colheita anterior. Bandeiras, vivas e bailaricos faziam parte da animação», assim se referindo um texto antigo à prática desta tradição enraizadamente vinhateira e bairrista.

Adiafa é uma palavra que tem origem no árabe - addyafa - referindo-se a um grande legado deixado pelos árabes essencialmente ligado ao trabalho da terra e aos homens que a cultivam. Adiafa é, de resto, a celebração do convívio e do trabalho, em reunião de todos aqueles que tinham como destino os campo para os trabalhos agrícolas sazonais, como por exemplo, a monda, a ceifa, a tiragem da cortiça, a apanha da Azeitona ou a vindima.

Nas Lezírias ribatejanas, o fim das vindimas significava a partida de muitos trabalhadores rurais para as suas regiões de origem depois várias semanas ao serviço deste ou daquele fazendeiro que assim engrossava o rancho

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necessário à tarefa das colheitas. Era um dia de festa, o dia da Adiafa, marcado pela alegria do Rancho com sentimento de dever cumprido que cantava, dava vivas ao patrões e dançava o bailarico depois de um almoço oferecido pelo patrão como recompensa da dedicação à colheita daquele ano. Em troca, o rancho oferecia uma bandeira, sinal de agradecimento e de esperança de um regresso no ano seguinte.

A recriação da Adiafa tem sido um dos pontos obrigatórios do Programa anual do Pólo Sociocultural de Benfica do Ribatejo. Tal como aconteceu de há três anos a esta parte, neste ano de 2012 ir-se-á repetir.

O Programa é apresentado em Anexo a esta Folha.

3. Instalações A Adega

Sala já visivelmente recuperada com grandes trabalhos de limpeza, recuperação de alfaias, pintura e pequenas obras de recuperação dos equipamentos existentes por forma a realçar a beleza da estrutura e o potencial enquanto espaço que em termos de projecto será prioritariamente destinado à realização de eventos no seu interior e um público-alvo específico como por exemplo, lançamentos de edições, conferências e palestras temáticas, entre outras pequenas iniciativas.

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O Atelier

Sala interior de ligação ao Espaço Museológico destinada ao artesanato local, sua promoção e valorização. Nesta sala é possível promover a actividade artesanal da freguesia e contribuir para a recuperação de tradições locais e melhor conhecimento dos utensílios, trajes e ferramentas da época. Com a actividade artesanal ao vivo mas também em jeito de Exposição permanente, o Pólo Cultural e (Museológico) espera assim contribuir de forma decisiva para a reabilitação do património cultural.

O Lagar

Por enquanto sem possibilidade directa de visita, uma vez foi necessário à logística da festa da Adiafa, reservamos este espaço do lagar para os vinhos. Terra farta em produtores, procuramos contribuir com o Lagar para a divulgação da produção não só local mas regional. Espaço que será cuidadosamente adaptado por forma a receber provas de vinhos enquanto não descuramos a possibilidade da venda dos néctares da região.

A Sala Museu

Sala ampla com características propícias à sua requalificação com vista a receber Exposições de carácter permanente. Deverá ser um trabalho profundo, rigoroso e criativo em torno de um aspecto, acontecimento ou personalidade marcante da realidade cultural da Freguesia. Deverá ser o momento em que o conceito orientador do Pólo Cultural, expresso na introdução deste documento, mais se aplicará. A multidisciplinaridade será aqui, então, a intersecção de múltiplas disciplinas e pontos de vista para uma apreensão, tão rica quanto possível, da realidade das gentes de Benfica do Ribatejo, sempre alicerçada num criterioso trabalho gráfico.

Um dos grandes objectivos a longo prazo passa pela formação do Museu do Traje de mãos dadas com a organização do Festival Internacional de Folclore do Concelho de Almeirim. Por enquanto, a Sala Museu recebe a Associação do Património Histórico Cultural do Concelho de

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Almeirim com o professor Eurico Henriques, presidente da Associação, a lançar o seu livro sobre as origens de Benfica do Ribatejo.

Espaço Exterior

O jardim que abraça as instalações da destilaria está por agora limpo e aprazível depois de largos períodos de limpeza e de dias de esforço e empenho dos elementos e amigos do Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo. É um espaço de convívio para eventos de natureza social e cultural.

Com a possibilidade de ser apoiado com cozinha rústica para apoio à restauração e confecção no próprio local, esta será uma das mais-valias do Pólo no seu todo.

O Auditório

O Auditório tem como principal objectivo actividades de complementaridade aos temas expostos. Deste modo, constitui-se como um espaço polivalente, dado que possibilitará várias formas de abordagem, nomeadamente ao nível da projecção de filmes, realização de colóquios, conferências e outras palestras, bem como de actividades teatrais e musicais. Poderá ainda ser utilizado para acções de formação e workshops.

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Instalações do Pólo Sociocultural – vista exterior

A ADIAFA EM IMAGENS

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A chegada dos cavaleiros e das carroças

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Um passeio pelo pátio no decurso da entrega do estandarte

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A atenção e a participação da herdeira da família Malfeito Ferreira

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A entrega do estandarte

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A família anfitriã

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A empresária da OLLEM (Dra. Madalena Viana) esteve presente e bem-disposta

O almoço comemorativo e celebrativo das boas tradições da Borda-d’Água

Referências

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