As Olimpíadas ajudaram a injetar, no mês de agosto, cerca de meio bilhão de reais na economia do Rio de Janeiro por dia. É isso o que aponta o balanço do Rio 2016, divulgado pela prefeitura.
Segundo o governo, 1,17 milhão de turistas estiveram no Rio entre 5 e 21 de agosto, período dos Jogos. Desse total, 410 mil eram estrangeiros e 760 mil brasileiros. Em média, o turista do exterior gastou R$ 462,62 por dia no
evento, enquanto o tursita brasileiro gastou R$ 310,42 diariamente no Rio.
Com isso, a média diária de arreca-dação foi de R$ 425 milhões. Segundo a Embratur, em 12 dias os turistas es-trangeiros colocaram cerca de R$ 2 bi-lhões nos cofres das empresas do Rio.
Os setores que mais cresceram foram os de alimentação e hospedagem. De acordo com a prefeitura do Rio, os ba-res e ba-restaurantes da Zona Sul,
princi-Turistas injetaram meio bi de
reais por dia no Rio 2016
POR REDAÇÃO| B O L E T I M E S P E C I A L | J O G O S O L Í M P I C O S • R I O 2 0 1 6 |
EDIÇÃO • 579 QUINTA-FEIRA, 25 DE AGOSTO DE 2016
WWW.MAQUINADOESPORTE.COM.BR Durante os Jogos, turistas foram conhecer o Museu do amanhã no Boulevard Olímpico; segundo a prefeitura, local recebeu 4 milhões de pessoas entre os dias 5 e 21 de agosto, sendo que
turistas gastaram diariamente quase
meio bi de reais
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pal região turística, tiveram um incremento de 70% no consumo. Já a rede hoteleira chegou a 94% de ocupação, sem contar a hos-pedagem em casas, pelo Airbnb. “É um resultado considerável e que merece ser comemorado”, disse o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, na terça-feira.
Entre os turistas estrangeiros, Estados Unidos (17%), Argentina (12%) e Alemanha (7%) foram os que mais tiveram
representan-tes. Já nos estados brasileiros, São Paulo levou a grande maioria dos turistas para o Rio de Janei-ro (43%), seguido de Rio Grande do Sul (9%) e Minas Gerais (7%).
A presença maciça de turis-tas estrangeiros também pode ajudar a cidade a receber mais gente do exterior no futuro. Se-gundo enquete do Ministério do Turismo, 95% dos visitantes ter interesse em regressar ao Rio.
“Eles disseram que voltariam
ao País devido à hospitalidade do povo brasileiro e por causa da organização nos Jogos”, afirmou Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil em entrevista coletiva.
Além do alto índice de turistas, os Jogos do Rio foram marcados pela presença de torcedores da cidade em locais de ativação.
As três unidades do Boulevard Olímpico receberam 4 milhões de pessoas durante toda a Olim-píada, segundo a Embratur.
MCDONALD’S NO RIO
GRANDES
NÚMEROS
500mil
250 mil
20
2,2mi
1mi
litros de bebidas foram
consumidos em 15
dias nos live sites
dos Jogos, no Porto
Maravilha, Madureira
e Campo Grande,
segundo dados da
prefeitura do Rio
milhões de reais foram
arrecadados na venda do
Rio Card, que dava acesso
ao transporte público
DE PASSAGEIROS FORAM TRANSPORTADOS PELO METRÔ DO RIO EM 17 DE AGOSTO, RECORDE DA HISTÓRIA DO SISTEMA
PRODUTOS FORAM VENDIDOS PELOS 50 FOOD TRUCKS NO BOULEVARD OLÍMPICO
de pessoas usaram
o sistema de BRT
para acessar o Parque
Olímpico no Rio
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Qual é o grande apelo dos Jogos Pa-ralímpicos? Essa deveria ser uma res-posta fácil para organização e público a poucos dias do evento, mas ainda é complicado ter algo bem definido. E esse é um grande problema na hora de espalhar os tíquetes e chegar no nú-mero almejado de venda de ingressos. Por ora, há uma série de fatores ci-tados. Obviamente, todos são válidos, mas nenhum é definitivo. Oportu-nidade de visitar o Parque Olímpi-co, por exemplo, põe as disputas em segundo plano. A expressão “Evento
família” poderia perfeitamente ter se encaixado nos Jogos Olímpicos.
Os Jogos Paralímpicos também têm um grande problema de promoção: menos mídia. E, quando ela aparece, há um exagero nas histórias de supe-ração dos atletas, que faz existir uma espécie de vitimização deles. Esse ar de ‘coitadinho’ não tem nada a ver com esporte. É, sem dúvida, mais um jeito pouco efetivo de vender o evento.
Essa deveria ser a questão central: Jogos Paralímpicos, assim como os Olímpicos, têm a elite do alto
rendi-mento. Nas arenas do Rio não esta-rão pessoas com deficiências, mas sim atletas de performance sobrehumana.
Os fatores que têm sido citados po-dem ter algum apelo, mas não refle-tem essencialmente o que é a Paralim-píada. Não é uma promoção de fim de feira da Olimpíada, muito menos a chance de ver alguém superando uma dificuldade. A Paralimpíada um even-to esportivo de primeiro nível. É isso que precisa ficar mais claro a todos.
Jogos Paralímpicos precisam
definir como vão se vender
A baixa venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos era uma preocupação da organi-zação, mas, após o fim dos Jogos Olímpicos, parece que o público começa a se empolgar mais com a competição, que começa dia 7.
A demonstração mais clara disso aconteceu na última terça-feira, quando o evento bateu o recorde de venda de ingressos em um único dia: foram 133 mil tíquetes comercializados.
No último fim de semana, os Jogos Paralím-picos já haviam vendido 66 mil ingressos, o que também representava um recorde ao evento.
Além das disputas, quem comprar o ingresso para os Jogos Paralímpicos poderá conhecer o Parque Olímpico por um preço mais acessível. Há tíquetes por R$ 10, para a meia entrada.
Com a proximidade do evento, o Comitê Pa-ralímpico Brasileiro tem feito campanha para promover as disputas no Rio de Janeiro. O ob-jetivo da entidade é chegar a 80% dos ingres-sos comercializados, o que daria uma arreca-dação de R$ 80 milhões. Serão 2,5 milhões de entradas disponíveis para o público.
Em comparação, os Jogos Olímpicos termi-naram com 95% de venda dos 6,5 milhões de ingressos disponibilizados. O Comitê Orga-nizador faturou R$ 1,2 bilhão somente com a venda de entradas para o evento.
Além da venda convencional de ingressos, os Jogos Paralímpicos têm um modo para esco-las e grupos de educação. Nesse caso, a venda tem que ser de no mínimo 18 pessoas.
Após início ruim, Paralimpíada tem
recorde de venda de ingressos
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POR REDAÇÃO
O P I N I Ã O
POR DUDA LOPES
A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (dia 24), mandados ju-diciais em investigação sobre desvios de recursos públicos em confe-derações esportivas. A Operação Nemeus realizou um mandado de prisão preventiva, quatro de condução coercitiva e oito de busca e apreensão. Os alvos foram as confederações brasileiras de Tiro Espor-tivo e Taekwondo, esportes que renderam medalhas no Rio 2016.
Por conta das investigações, o empresário Sérgio Borges, dono da SB Marketing, foi preso preventivamente. Já o presidente da confede-ração de taekwondo, Carlos Fernandes (foto), teve confirmado o afas-tamento do comando da entidade. A operação investiga convênios em que a SB Marketing, empresa com sede no Rio de Janeiro, atuava.
De acordo com a investigação da PF, membros das confederações vinham desviando recursos públicos cedidos pelo Ministério do Espor-te através de convênios. Há fraudes em licitações, uso de documentos falsos e contratações e compras por preços muito acima do mercado.
Segundo Tássio Muzzi, delegado da PF, o esquema funcionava em duas fases. Na primeira, a SB Marketing ganhava contratos para asses-soria administrativa. Na fase seguinte, durante a execução do trabalho, há indícios de emissão de notas fiscais frias de serviços não prestados.
Os envolvidos respondem por crimes de formação de quadrilha, pe-culato, fraude em licitação e falsificação de documentos.
PF investiga desvios em
taekwondo e tiro
POR REDAÇÃO
N A D A L E F E D E R E R
J O G A R Ã O J U N T O S
Roger Federer anunciou as datas e formato da Rod Laver Cup, torneio em homenagem ao ex-jogador australiano que será incluído em 2017 ao calendário do tênis. A competição, que tem a agência brasileira Go4It entre os seus investidores, terá a inédita parceria entre Federer e Rafael Nadal nas duplas.
Björn Borg será o capitão do time dos europeus, e John McEnroe, do restante do mundo. O torneio será de 22 a 24 de setembro, em Praga, República Tcheca.
AT L E TA S F O R Ç A M
N I K E N O U R U G U A I
Os principais jogadores da seleção do Uruguai emitiram um comunicado exigindo que a Tenfield, agência dona dos direitos comerciais do time nacional, seja mais transparente nas negociações de material esportivo para o país.
Godin, que é patrocinado da Puma, exige na carta que a agência revele os detalhes de uma proposta da Nike, que estaria sendo ignorada pela Tenfield, mesmo tendo valores maiores que a da Puma, atual fornecedora da seleção.
E F F E C T N E G O C I A
R A I A R Á P I D A
A agência de marketing esportivo Effect Sport negocia cotas de patrocínio do Raia Rápida, desafio internacional de natação que será o único evento na piscina do Parque Olímpico antes de ser desmontada. A prova, que acontece no fim de semana de 24 e 25 de setembro, vai reunir quatro times de quatro países, em diferentes disputas na piscina. A atração terá nomes como Bruno Fratus e o americano Anthony Ervin, que ganhou o ouro no Rio após 16 anos. • F I Q U E P O R D E N T R O •
FA L H A S
D O R I O
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O sistema de alimentação (1) foi falho, especialmente nos primeiros dias, com filas imensas para pagar e pegar produtos, o que gerou brigas; a água verde (3) na piscina de saltos ornamentais do Maria Lenk só foi resolvida após ser trocada; a prometida e não cumprida despoluição da Baía de Gua-nabara (3); um acidente com a queda da câmera panorâmica (4) no Parque Olímpico; a bala perdida que atingiu o ônibus de mídia em Deodoro (5)