• Nenhum resultado encontrado

especial biomassa vinha, fonte de biomassa asi ca o de biomassa um recurso por explorar Luís Oliveira e Amadeu Borges Bruna Soares e Amadeu Borges

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "especial biomassa vinha, fonte de biomassa asi ca o de biomassa um recurso por explorar Luís Oliveira e Amadeu Borges Bruna Soares e Amadeu Borges"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

IWTIGMEPFMSQEWWE

38

vinha, fonte de biomassa

Luís Oliveira e Amadeu Borges

especial biomassa

Kasi½ capno de biomassa

– um recurso por explorar

Bruna Soares e Amadeu Borges

(2)

A disponibilidade de energia continua atualmente muito dependente dos combustíveis fósseis, motivo pelo qual as concentrações de CO2 na atmos-fera continuam a aumentar, sendo este gás o que mais contribui para o aquecimento global. Diferentes medidas deverão ser aplicadas para dimi-nuir estas concentrações, tais como reduzir fortemente o consumo energé-XMGSEXVEZqWHSEYQIRXSHEI½GMsRGMEHSWWMWXIQEWITSVYQYWSGVIWGIRXI das fontes de energia renovável em detrimento dos combustíveis fósseis.

Introdução

A biomassa é um exemplo de energia renovável cujo potencial é enorme e existem várias razões para considerar a biomassa como uma fonte inte-ressante de energia, nomeadamente porque:

ˆ qYQVIGYVWSVIRSZjZIP

ˆ a sua utilização sustentável permite uma emissão líquida de CO2 para a atmosfera nula, devido ao processo da fotossíntese (Bhattacharya,  

ˆ qYQWYFTVSHYXSHIFEM\SGYWXSREEKVMGYPXYVESYWMPZMGYPXYVE ˆ tem um enorme potencial especialmente no hemisfério norte.

Como biomassa designa-se, em geral, a massa total de matéria orgânica que se acumula num espaço vital. Desta maneira pertencem à biomassa todas as plantas e todos os animais incluindo os seus resíduos bem como, num sentido mais amplo, as matérias orgânicas transformadas como resí-duos da indústria transformadora da madeira e indústria alimentar. Estes elementos primários de biomassa podem ser transformados pelas diferen-tes tecnologias de conversão em biocombustíveis sólidos (estilha, briquediferen-tes ou pellets PuUYMHSWSYKEWSWSWI½REPQIRXIRSWTVSHYXSW½REMWHIIRIV-gia térmica, mecânica e elétrica.

A biomassa combustível, sob as formas de estilha e de pellets, é utilizada em sistemas de aquecimento constituídos por caldeiras mais ou menos automáticas. Embora se consigam custos por unidade de energia ligeira-mente mais baixos com o uso da estilha, esta é sobretudo usada em insta-PEp~IWHIQEMSVIRZIVKEHYVE½GERHSSWIYYWSGSQTVSQIXMHSIQIHMJuGMSW residenciais devido ao volume de armazenamento que exige.

Na verdade, os pellets são a forma de disponibilização de biomassa para energia mais usada no aquecimento de edifícios recorrendo a caldeiras EYXSQjXMGEWTSVWIETVIWIRXEVQEMWYRMJSVQIGSQEPXEGSR½ERpEHISTI-ração, além de requerer menor espaço para o armazenamento.

A procura para a valorização dos recursos endógenos, focalizada na região do Douro, resulta naturalmente num foco sobre os subprodutos da produção de uva para vinho, como o engaço, o bagaço de uva e as podas da vinha. Assim, procura-se a valorização energética destes recursos, com principal incidência nas principais castas do Douro, produzindo ao mesmo tempo a eliminação destes, habitualmente caraterizados como resíduos (*MKYVE).

Descrição da biomassa da vinha

4VSGYVERHSGEVEXIVM^EVIMHIRXM½GEVSTSXIRGMEPIRIVKqXMGSHSWWYFTVSHY-tos da produção de uva para vinho foram realizados ensaios laboratoriais em torno desta matéria-prima na zona de denominação de origem con-trolada mais antiga do mundo, o Douro. De entre as castas, selecionaram--se a Touriga Franca, a Tinta Roriz, Tinta Barroca, Viozinho e Malvasia Fina.

De acordo com Silva, J. (2006), um cacho de uvas é composto por 3 a 6% de engaço, enquanto que o bago representa 94 a 97% da sua massa. Do bago retira-se 7 a 12% de película, 83 a 91% de polpa e 0 a 6% de grainha. As composições químicas do engaço, da película e da grainha são apre-sentadas na 8EFIPE. Na produção de pellets, com a incorporação de películas e grainhas pretende-se aproveitar a capacidade das ceras pre-sentes nas películas para melhorar o processo produtivo. Já com a incor-TSVEpnSHEKVEMRLETVIXIRHIWIQIPLSVEVSTSHIVGEPSVu½GSkGYWXEHE TVIWIRpEHIGSQTSWXSWKPYGuHMGSWIHIPuTMHSW3TSHIVGEPSVu½GSHIYQ combustível é o valor absoluto da quantidade de calor libertado na com-bustão completa da unidade de massa do combustível, em condições HIZMHEQIRXIHI½RMHEW

%WRIGIWWMHEHIWIRIVKqXMGEWEYQIRXEVEQI\TSRIRGMEPQIRXIRSWqGYPSTEWWEHSIGSRXMRYEQEGVIWGIV

EYQVMXQSEGIPIVEHS

vinha, fonte de biomassa

Luís Oliveira e Amadeu Borges amadeub@utad.pt

Na produção de pellets, com a incorporação de películas e grainhas pretende-se aproveitar a capacidade das ceras presentes nas películas para melhorar o processo produtivo. Já com a incorporação da grainha pretende-se melhorar o poder calorífico à custa da presença

de compostos glucídicos e de lípidos.

(3)

40

VINHA, FONTE DE BIOMASSA

especial biomassa

Procedimento de análise

O teor de água do engaço, película e grainha são determinados após a recolha pela altura da vindima, sendo ao mesmo tempo determinada a energia necessária para a secagem desta biomassa. A biomassa passa posteriormente por um processo de estilhagem e trituração (*MKYVE) antes de ser efetuada a análise química elementar e determinado o poder GEPSVu½GS *MKYVE).

Nesta fase dá-se início à produção de pellets com a incorporação de grai- RLEXIRHSIQZMWXEEQIPLSVMEHSTSHIVGEPSVu½GSIHSTVSGIWWSHITVS-dução, incorporação de películas, tendo em vista a melhoria do processo de produção e a incorporação de outras biomassas, tendo em vista a dimi-nuição do teor de cinzas, tipicamente na ordem dos 7%, regulação de emis-W~IWQIPLSVMEHSTSHIVGEPSVu½GSIHSTVSGIWWSHITVSHYpnS

Resultados

Do processo de secagem (*MKYVE) resulta que o teor de humidade diminuiu cerca de 50% para o engaço e cerca de 35% para a grainha (*MKYVE). A *MKYVE mostra a evolução da perda de massa com o tempo de secagem das amostras da casta Touriga Franca.

3TSHIVGEPSVu½GSFEWIWIQEHMpnSHITIPuGYPEWSYKVEMRLEWVIWYPXSY num intervalo entre 16,1 (casta Tinta Roriz) e 16,9 MJ/kg (casta Touriga Franca) entre as várias castas estudadas.

'SQEEHMpnSHITIPuGYPEWIKVEMRLEWSTSHIVGEPSVu½GSEYQIRXSYIQ GIVGEHI -KYEPEYQIRXSJSMZIVM½GEHSETzWEI\XVEpnSHSWGSQTSWXSW fenólicos presentes no engaço.

Desta forma, facilmente se pode concluir que os subprodutos da produ-ção de uva para vinho apresentam um potencial interessante para a pro-dução de energia.

Potencial energético

A produção nacional de uva em Portugal Continental é ilustrada na 8EFIPE, numa distribuição por NUTS II.

(% peso fresco) Engaço Água 78,0 – 80,0 Oses 0,5 – 1,5 Ácidos orgânicos 0,5 – 1,6 Taninos condensados 2,0 – 7,0 Minerais 2,0 – 2,5 Compostos azotados 0,5 – 1,5 Película Água 78,0 – 80,0 Ácidos orgânicos 0,8 – 1,6 Taninos condensados 0,4 – 3,0 Antocianinas 0,0 – 0,5 Compostos azotados 1,5 – 2,0 Minerais 1,5 – 2,0 Ceras 1,0 – 2,0 Compostos do aroma algumas μg

Graínha Água 25,0 – 45,0 Compostos glucídicos 34,0 – 36,0 Taninos condensados 4,0 – 10,0 Compostos azotados 4,0 – 6,5 Minerais 2,0 – 4,0 Lípidos 13,0 – 20,0 Tabela 1 Composição da biomassa da vinha.

Figura 2 Estilhagem e trituração. Figura 3 Determinação do poder calorífico.

Figura 4 Secagem em estufa da biomassa.

(4)

2987--Uva de mesa Uva para vinho

7YTIVJuGMI 4VSHYpnS 7YTIVJuGMI 4VSHYpnS ha t ha t 'SRXMRIRXI 2467,00 17 838,00 174 976,00 815 282,00 Norte 137,00 398,00 83 070,00 267 219,00 'IRXVS 864,00 3444,00 50 453,00 264 986,00 0MWFSE 187,00 1377,00 8234,00 68 638,00 %PIRXINS 895,00 8933,00 32 060,00 212 795,00 %PKEVZI 384,00 3686,00 1158,00 1645,00

Fonte: Instituto Nacional de Estatística - Estatísticas agrícolas 2012

Tabela 2 Produção nacional de uva.

Considerando apenas a parcela correspondente à uva para vinho, a 8EFIPE apresenta a quantidade de subprodutos (matéria verde) resultantes da produção de vinho (engaço, película e grainha).

2987-- Engaço Película Graínha t t t 'SRXMRIRXI 36 687,69 73 966,46 23 357,83 Norte 12 024,86 24 243,44 7655,82 'IRXVS 11 924,37 24 040,85 7591,85 0MWFSE 3088,71 6227,18 1966,48 %PIRXINS 9575,78 19 305,83 6096,58 %PKEVZI 74,03 149,24 47,13 1EXqVMEZIVHI Tabela 3 7YFTVSHYXSWHETVSHYpnSHIZMRLS QEXqVMEZIVHI 

A matéria orgânica, após secagem até 30% de teor de humidade, disponível para conversão em energia é apresentada na 8EFIPE

2987-- Engaço Película Graínha t t t 'SRXMRIRXI 18 343,85 36 983,23 21 022,05 Norte 6012,43 12 121,72 6890,24 'IRXVS 5962,19 12 020,43 6832,66 0MWFSE 1544,36 3113,59 1769,83 %PIRXINS 4787,89 9652,91 5486,92 %PKEVZI 37,01 74,62 42,42 1EXqVMEGSQ HIXISVHILYQMHEHI Tabela 4 7YFTVSHYXSWHETVSHYpnSHIZMRLS QEXqVMEGSQ HIXISVHILYQM-dade).

Assim, o potencial energético dos subprodutos da produção do vinho é avaliado nas quantidades ilustradas na 8EFIPE, resultando num total de 30 903 Tep para Portugal continental, onde as regiões norte e centro do país contribuem de forma idêntica, representando cerca de 65% desse potencial.

(5)

42

VINHA, FONTE DE BIOMASSA

especial biomassa

2987-- Valorização energética +. 1;L 8IT 'SRXMRIRXI 1 297 935,06 363 421,82 30 903,22 Norte 425 414,65 119 116,10 10 128,92 'IRXVS 421 859,70 118 120,72 10 044,28 0MWFSE 109 272,21 30 596,22 2601,72 %PIRXINS 338 771,24 94 855,95 8065,98 %PKEVZI 2618,85 733,28 62,35 Tabela 5 :EPSVM^EpnSIRIVKqXMGEHSWWYFTVSHYXSWHETVSHYpnSHIZMRLS

Se a utilização da matéria orgânica seca for considerada para a produção HIGEPSVVIGSVVIRHSEYQTVSGIWWSHIGSQFYWXnSHMVIXEGSQI½GMsRGME de 85%, então a energia disponível nos subprodutos da produção de vinho pode ser avaliada através da 8EFIPE.

Produção de calor 2987-- 1;L 'SRXMRIRXI 308 908,54 Norte 101 248,69 'IRXVS 100 402,61 0MWFSE 26 006,79 %PIRXINS 80 627,55 %PKEVZI 623,29 'SRWMHIVERHSI½GMsRGMEHIGSQFYWXnSHI Tabela 6 (MWTSRMFMPMHEHIIRIVKqXMGE

Desta forma pode ser avaliado o equivalente em gás natural, conside-rando o custo de 0,08037 €/kWh, com IVA incluído (8EFIPE).

Equivalente de produção de calor com base em GN

2987-- € 'SRXMRIRXI 24 827 943,47 Norte 8 137 672,89 'IRXVS 8 069 670,90 0MWFSE 2 090 246,55 %PIRXINS 6 480 288,09 %PKEVZI 50 095,51 Tabela 7 Equivalente de produção de calor baseado em gás natural.

(IWXEERjPMWIVIWYPXEQzFZMEWEWHM½GYPHEHIWIQVIEPM^EVSETVSZIMXE-mento total dos subprodutos, muito devido à dispersão dos centros de produção de vinho.

Assim, considerando uma exploração agrícola real de dimensão média, com cerca de 500 toneladas anuais de produção de uva, resultam os valo-res ilustrados na 8EFIPE.

Quinta (Douro) Produção

t 9ZEWTEVEZMRLS 500,00 1EXqVMEZIVHI )RKEpS4IPuGYPE+VEuRLE 82,19 1EXqVMEGSQ HIXISVHILYQMHEHI 46,82

Tabela 8 'ETEGMHEHITVSHYXMZEHIYQE5YMRXEHIHMQIRWnSQqHMEREVIKMnSHS(SYVS

Com base nos valores apresentados na 8EFIPE, a valorização energé-tica dos subprodutos é avaliada em 702,36 GJ (196,66 MWh ou 16,72 Tep).

'SRWMHIVERHSYQTVSGIWWSHIUYIMQEHMVIXEGSQI½GMsRGMEHI E energia disponível é avaliada em 167,16 MWh, resultando num equivalente baseado em gás natural de 13 435,23€.

Conclusões

A valorização energética de recursos endógenos, dos que podem ser con-siderados como biomassa, a maioria das vezes concon-siderados como des-perdícios incómodos para as empresas, conduz necessariamente a uma valorização económica, muito à custa da conversão desses desperdícios em energia térmica e em eletricidade.

Os desperdícios da atividade agrícola não são exceção. Muitas vezes con-siderados como um problema e pouco amigos do ambiente, a valorização energética surge como solução para o problema, resultando ainda em gan-hos para as empresas.

Tendo por base os resultados obtidos, conclui-se que o potencial ener-gético da biomassa resultante da produção de uva para vinho tem um valor IPIZEHSWIRHSIWXIETVS\MQEHSSYEXqQIWQSWYTIVMSVESWZIVM½GEHSW nos pellets existentes no mercado. Espera-se ainda que este venha a melho-rar com a inclusão de outros subprodutos.

&ibliogra½a

Bhattacharya, Sribas C., “Commercialization options for biomass energy technologies in ESCAP countries”. Economic and Social Commission for %WMEERHXLI4EGM½G%WMER-RWXMXYXISJ8IGLRSPSK]

Borges, A. D. S., 2009 Projecto de Sistemas Térmicos – Aproveitamento energético da biomassa: Soluções técnicas para o aproveitamento ener-gético da biomassa residual, Universidade de Trás-os-Montes e Alto (SYVS:MPE6IEP

Borges, A. D. S., 2009 Projecto de Sistemas Térmicos – Aproveitamento energético da biomassa: Caracterização das propriedades da combustão, 9RMZIVWMHEHIHI8VjWSW1SRXIWI%PXS(SYVS:MPE6IEP

7MPZE.ž'YVWS-RXIRWMZSHI:MRM½GEpnS-RWXMXYXS7YTIVMSVHI%KVS-nomia, Universidade Técnica de Lisboa, 4 a 8 de Setembro de 2006.

(6)
(7)

especial biomassa

44

)Q4SVXYKEPRnSI\MWXIRIRLYQEGIRXVEPHIKEWM½GEpnSRSIRXERXSEWZER-tagens da sua utilização passariam pela valorização dos recursos energéti-cos endógenos, que por sua vez levaria à diminuição das importações de combustíveis fosseis e consequente melhoria do desempenho do saldo da balança comercial. A isto soma que, sendo uma tecnologia que faz uso de resíduos, se reduziriam os custos na recolha e transporte de resíduos e se TSYTEVMEIWTEpSRSWEXIVVSW7IRHSYWEHEFMSQEWWE¾SVIWXEPHMQMRYMVWIME SVMWGSHIMRGsRHMSW¾SVIWXEMW

%GVIWGIEMRHEUYIHEKEWM½GEpnSHEFMSQEWWEVIWYPXEYQWYFTVSHYXS conhecido como biochar, que quando aplicado nos solos agrícolas aumenta a sua capacidade de retenção de nutrientes, diminuindo a necessidade do uso de fertilizantes, e funciona como sequestrador de dióxido de carbono atmosférico.

Contexto histórico

%KqRIWIHSIWXYHSHEKEWM½GEpnSGSQIpEERXIWHSRSVQEPQIRXIHMXEHS %TVMQIMVEMRZIWXMKEpnSVIPEXMZEkKEWM½GEpnSqHEXEHEHIIQUYI Thomas Shirley ensaiou “LMHVSKqRMS GEVFSREXEHS” (agora designado por metano) e 30 anos mais tarde, Dean Clayton obteve gás de carvão através de experiências com pirólise (Kaupp & Goss, 1984).

 %XYEPQIRXII\MWXIQGIRXVEMWHIKEWM½GEpnS IQSTIVEpnSIIQ construção) cujas principais aplicações são a produção de energia, extra-ção de químicos, como metanol e amoníaco, e a produextra-ção de combustíveis líquidos e gasosos (Higman, 2014).

Princípio de funcionamento

%KEWM½GEpnSqYQTVSGIWWSHIGSRZIVWnSXIVQSUYuQMGEHEFMSQEWWEE altas temperaturas, envolvendo a oxidação parcial dos elementos combus-tíveis (Reed, 2002). O resultado deste processo é um gás sintético com-posto essencialmente por monóxido de carbono, hidrogénio, dióxido de carbono, vapor de água, metano e alguns contaminantes, tais como partícu-las de carbono, alcatrão e cinza.

%KEWM½GEpnSHIYQGSQFYWXuZIPWzPMHSqVIEPM^EHERYQVIEXSVHIWMKREHS TSVKEWM½GEHSVRETVIWIRpEHIYQEKIRXIS\MHERXIUYITSHIVjWIVSS\M-génio puro, vapor de água ou simplesmente o ar atmosférico.

2SMRXIVMSVHSKEWM½GEHSVMRHITIRHIRXIQIRXIHEWYEREXYVI^EUYEXVS processos ocorrem em simultâneo (Reed, 2002):

ˆ 7IGEKIQ¯VIQSpnSHILYQMHEHITSVIPIZEpnSHEXIQTIVEXYVE

ˆ 4MVzPMWI – decomposição térmica da biomassa na ausência de

oxigé-nio a cerca de 500º C, obtendo-se frações de hidrocarbonetos líqui-dos (óleo de madeira), sólilíqui-dos (carvão vegetal) e gases (McKendry, E 

ˆ 3\MHEpnS – com a introdução de ar na zona de oxidação diversas

rea-ções ocorrem entre o oxigénio presente no ar e o carbono sólido produzindo monóxido de carbono. As reações ocorrem a tempera-turas da ordem dos 975 a 1275K, as principais das quais são apresen-tadas seguidamente, onde o sinal positivo indica a libertação de calor.

C + O2 = CO2 +393,8 MJ/kmol

Durante a reação de combustão 12,01 kg de carbono são comple-tamente queimadas com 22,39 m3 de oxigénio fornecido pelo ar para

obter 22,26 m3 de dióxido de carbono e 393,8 MJ de calor. O hidrogénio

presente no combustível reage com o oxigénio produzindo vapor de água. H2 + 0,5 O2 = H2O + 242 MJ/kmol

ˆ 6IHYpnS – na zona de redução, um elevado número de reações

quí-micas ocorre a altas temperaturas sem a presença de oxigénio. Assu-QMRHSEKEWM½GEpnSHIFMSQEWWESTVMQIMVSTEWWSHSTVSGIWWSqE decomposição termoquímica dos componentes celulósicos com pro-dução de voláteis e resíduo carbonoso. As principais reações de redu-pnSUYISGSVVIQREKEWM½GEpnSWnSEWWIKYMRXIW

Reação de Boudouard: CO2 + C = 2CO – 172,6 MJ/kmol

Reação com vapor de água: C + H2O = CO + H2 – 131,4 MJ/kmol

%KEWM½GEpnSIQFSVERnSWIRHSYQTVSGIWWSHIGSRZIVWnSHIIRIVKMEVIGIRXIqTSYGSI\TPSVEHS

ERuZIPQYRHMEPETIWEVHEWZERXEKIRW

gasi½cação de biomassa

– um recurso por explorar

Bruna Soares e Amadeu Borges amadeub@utad.pt

Da gasificação da biomassa resulta um subproduto conhecido como biochar, que quando aplicado nos solos agrícolas aumenta a sua capacidade de retenção de nutrientes, diminuindo a necessidade do uso de fertilizantes, e funciona como sequestrador de dióxido de carbono atmosférico.

(8)

Produção de água: CO2 + H2 = CO + H2O + 41,2 MJ/kmol Produção de metano: C + 2H2 = CH4 + 75 MJ/kmol

As reações principais mostram ser necessário fornecer calor durante o processo de redução. Deste modo, a temperatura do gás irá baixar durante IWXEIXETE2SGEWSHEKEWM½GEpnSGSQTPIXEXSHSSGEVFSRSqUYIMQEHS ou reduzido a monóxido de carbono, um gás combustível, e alguma outra matéria mineral que é vaporizada. Como resíduos temos cinza e eventual-mente algum carbono não queimado. Outras reações ocorrem durante o TVSGIWWSHIKEWM½GEpnSXEMWGSQS

C + CO2 = 2CO CH4 + H2O = CO + 3H2

Os principais produtos da reação da biomassa são as seguintes (Wang et al., 1997):

Pirólise da biomassa: H2 + CO2 + CO + hidrocarbonetos

Reformação catalítica de vapor: H2 + CO2 + CO + hidrocarbonetos +EWM½GEpnSHIFMSQEWWE,2 + CO2 + CO + N2 (ar como oxidante) %I½GMsRGMEKPSFEPHIGSRZIVWnSHIFMSQEWWEIQIRIVKMEEXVEZqWHEKEWM ½GEpnSqHESVHIQHSWE  1G/IRHV]F 

Gasi½ cador experimental

9QEMRWXEPEpnSHIKEWM½GEpnSqGSQTSWXETSVUYEXVSYRMHEHIWJYRHEQIR XEMWSWMWXIQEHIEPMQIRXEpnSYRMHEHIHIKEWM½GEpnSYRMHEHIHI½PXVEKIQ e arrefecimento e a unidade de conversão (McKendry, 2002b).

Figura 1 Esquema simplificado de uma instalação de gasificação.

PU B . 7MWXIQEHI EPMQIRXEpnS HIFMSQEWWE +EWM½GEHSV 'EPHIMVEW 8YVFMREW 1SXSVIW HIGSQFYWXnS MRXIVREII\XIVRE 4VSHYpnSHI GSQFYWXuZIMW WMRXqXMGSW 4VSHYpnSHI LMHVSKqRMS SYQIXERSP *MPXVEKIQ IEVVIJIGMQIRXS

(9)

46

GASIFICAÇÃO DE BIOMASSA – UM RECURSO POR EXPLORAR

especial biomassa

3KEWM½GEHSVI\TIVMQIRXEPI\MWXIRXIREWMRWXEPEp~IWHE98%(*MKYVE, qYQKEWM½GEHSVHIPIMXS½\SIQUYISQIMSHIWYTSVXIHEFMSQEWWEq GSQTSWXSTSVYQEKVIPLEHSXMTSGSGSVVIRXIIQUYIS¾Y\SHIS\MHERXI desce no mesmo sentido da biomassa. Os constituintes mais relevantes deste equipamento são:

ˆ 7MPSHIFMSQEWWE tem como função armazenar e direcionar a

bio-QEWWETEVEE^SREHIIRXVEHEHSVIEXSV

ˆ 6IEXSV a biomassa desce lentamente por ação da gravidade. Neste

movimento, o combustível reage com o ar que é fornecido por um ventilador, ocorrendo os processos químicos que caraterizam a gasi-½GEpnS3FMSGEVZnSqVIQSZMHSTIPETEVXIMRJIVMSVHSVIEXSV

ˆ *MPXVSIQPIMXSHIKjW forma uma barreira física para alcatrão e

par-XuGYPEWTIVQMXMRHSETEWWEKIQHSKjWPMQTS

ˆ 1SXSVHIGSQFYWXnSMRXIVRE o gás de síntese é introduzido no

sistema de admissão de ar com a razão da mistura gás de síntese/ EVHI

ˆ '49 esta Unidade de Controlo permite monitorizar os parâmetros

HSTVSGIWWSHIKEWM½GEpnSGSQSXIQTIVEXYVETVIWWnSTVIWWnSHS óleo do motor, entre outros.

1odelação numérica da gasi½cação

Com vista a facilitar a compreensão de todas as fases e processos ine-VIRXIWkKEWM½GEpnSHEFMSQEWWEJSVEQGVMEHSWIHIWIRZSPZMHSWHMZIVWSW modelos matemáticos cujo principal objetivo é estudar os processos ter-QSUYuQMGSWUYISGSVVIQHYVERXIEKEWM½GEpnSHEFMSQEWWEIEZEPMEVE MR¾YsRGMEHEWTVMRGMTEMWZEVMjZIMWGSQSSXISVHILYQMHEHII\MWXIRXIRS KjWIEXIQTIVEXYVEHIKEWM½GEpnSMHIEP

No Departamento de Engenharia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro tem sido desenvolvido trabalho experimental em torno HEKEWM½GEpnSVIGSVVIRHSESKEWM½GEHSVI\TIVMQIRXEPFIQGSQSXsQ

sido desenvolvidos modelos numéricos capazes de descrever o pro-

GIWWSHIKEWM½GEpnSUYIVFEWIEHSWRSIUYMPuFVMSXIVQSHMRlQMGS EQUI-GASI v1), quer baseados na cinética (MOGIWWSHIKEWM½GEpnSUYIVFEWIEHSWRSIUYMPuFVMSXIVQSHMRlQMGS EQUI-GASI v1). Ambas as abordagens

têm conduzido a resultados satisfatórios, com erros inferiores a 3%, quando comparados com os resultados experimentais. Os modelos numéricos em uso fazem recurso das linguagens de programação For-tran e Visual C#.

Na 8EFIPE evidencia-se para a madeira, a percentagem de metano presente no gás de síntese em função da variação do teor de humidade e HEXIQTIVEXYVEHIKEWM½GEpnS(IWXEJSVQEGSRGPYMWIUYIEWGSRHMp~IW ideais são 873,15K (600ž') e 40% de humidade relativa, onde a percen-tagem de metano atinge os 6,38%.

Conclusão

%KEWM½GEpnSqYQTVSGIWWSHIGSRZIVWnSXIVQSUYuQMGEHEFMSQEWWE a altas temperaturas, do qual resulta um gás sintético e bio-carvão (biochar).

As aplicações do gás resultante vão desde a sua utilização como com-bustível em motores, caldeiras e turbinas e a produção de químicos como metanol, etanol, amoníaco e combustíveis sintéticos líquidos e gasosos. 3FMSGLEVSWYFTVSHYXSHEKEWM½GEpnSIRVMUYIGISWWSPSWEKVuGSPEWI aumenta a captação de dióxido de carbono atmosférico.

3TSXIRGMEPHIKEWM½GEpnSqIPIZEHSIIQFSVERnSWIRHSETVSZIMXEHS em Portugal, poderá contribuir para o desenvolvimento social, econó-mico e ambiental. Ao investimento nesta tecnologia é inerente a criação de emprego, a valorização dos recursos energéticos endógenos e conse- UYIRXIHMQMRYMpnSHEHITIRHsRGMEIRIVKqXMGEHSVMWGSHIMRGsRHMSW¾S-restais e emissões de gases com efeito de estufa.

&ibliogra½a

,MKQER'  ±7XEXISJXLI+EWM½GEXMSR-RHYWXV];SVPH[MHI+EWM½-GEXMSR(EXEFEWI9THEXI²+EWM½GEXMSR8IGLRSPSKMIW'SRJIVIRGI ;EWLMRKXSR('

Kaupp, A. &Goss, J. (1984) “Small Scale Gas Producer – Engine Systems”. (IYXGLIW>IRXVYQJYV)RX[MGOPYRKWXIGLRSPSKMIR+%8)

McKendry, P. “Energy production from biomass (part 2): conversion tech-RSPSKMIW².SYVREPSJ&MSVIWSYVGIXIGLRSPSK] E  1G/IRHV] 4 ±)RIVK] TVSHYGXMSR JVSQ FMSQEWW TEVX   KEWM½GEXMSR

XIGLRSPSKMIW².SYVREPSJ&MSVIWSYVGI8IGLRSPSK] F  Reed, Thomas. Encyclopaedia of Biomass Thermal Conversion: The

prin- GMTPIWERH8IGLRSPSK]SJ4]VSP]WMW+EWM½GEXMSRERH'SQFYWXMSR&MS-mass Energy Foundation Press, 3rdIHMXMSR

;ERK(7'^IVRMO(1SRXERI11ERRERH)'LSVRIX&MS-mass to hydrogen via fast pyrolysis and catalytic steam reforming of the pyrolysis oil or its fractions. Ind. Eng. Chem. Res. 36: 1507-1518.

Figura 2 +EWMJMGEHSV I\TIVMQIRXEP HE 98%( E  %WTIXS KIVEP F  9RMHEHI HI GSRXVSPS c) motor de combustão interna.

873,15K 973,15K 1073,15K 1173,15K 1273,15K 0% 4,54 1,73 0,66 0,28 0,13 10% 5,11 1,89 0,71 0,29 0,14 20% 5,64 2,04 0,75 0,31 0,14 30% 6,09 2,18 0,79 0,32 0,14 40% 6,38 2,27 0,81 0,32 0,14 Tabela 1 Metano presente no gás de síntese em função do teor de humidade e tempera-tura de gasificação.

Com vista a facilitar a compreensão de todas as fases e processos inerentes à gasificação da biomassa foram criados e desenvolvidos diversos modelos matemáticos cujo principal objetivo é estudar os processos

termoquímicos que ocorrem durante a gasificação da biomassa e avaliar a influência das principais variáveis, como o teor de humidade existente no gás e a temperatura de gasificação ideal.

Referências

Documentos relacionados

Segundo Maneschy (1993) e Fidellis (2013) em São Caetano de Odivelas são encontrados principalmente 3 tipos de currais de pesca: coração, enfia e enfia-coração, sendo o

LLVM (Low Level Virtual Machine) is a compilation strategy that uses a low-level virtual instruction set with rich type information as a common code representation for all phases

[r]

Foram utilizadas para a busca de patentes as bases gratuitas INPI, EPO e Derwent, utilizando as palavras- chave dos potenciais usos como: atapulgita and droga, argila and

Epitáfio que fez hu Conego do mesmo Mosteiro de Grijó muito bom poeta latino, que se chamava Dom Ioão Guterres, sobrinho do Prior D. Pedro Guterres, mancebo de grande engenho e

5 Considerando a importância do gênero Callithrix como modelo experimental potencial em estudos sobre a fisiologia de primatas humanos e não humanos, a

23.E voltando-se para os discípulos em particular, disse-lhes: "Felizes os olhos que vêem o que vós estais vendo. 24.Pois eu vos digo: muitos profetas e reis quiseram ver o

O objetivo deste trabalho é analisar o processo de crescimento da área urbana do município de Alagoa Grande-PB, identificando desta forma os principais produtores do espaço urbano