• Nenhum resultado encontrado

Escola Superior de Guerra ( ) 65 Anos de História

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Escola Superior de Guerra ( ) 65 Anos de História"

Copied!
110
0
0

Texto

(1)

Escola Superior de Guerra

(1949-2014)

65 Anos de História

Nessa Casa Estuda-se o Destino do Brasil

1949 - 2014

(2)

1

Escola Superior de Guerra

(1949-2014)

(3)

Ministro da Defesa Celso Amorim

Comandante e Diretor de Estudos

Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira Subcomandante e Chefe do Departamento de Estudos

Major Brigadeiro do Ar Stefan Egon Grazca Assistente da Marinha

Contra-Almirante Petronio Augusto Siqueira de Aguiar Assistente do Exército

General de Brigada Angelo Kawakami Okamura Assistente da Aeronáutica

Brigadeiro Intendente Marcos Antonio Diniz Chagas Chefe do Departamento de Administração

Coronel Intendente da Aeronáutica Ricardo de Castro Lima Colaboradores

General de Brigada Angelo Kawakami Okamura Coronel de Infantaria Paulo Cesar Gonzaga Marques

Organizadores

Coronel de Infantaria Ricardo Rodrigues Freire Jornalista Maria da Glória Chaves de Melo

Editores Executivos

Professora Doutora Maria Célia Barbosa Reis da Silva Professora Doutora Jaqueline Santos Barradas

Edição e Revisão

Professora Doutora Maria Célia Barbosa Reis da Silva Jornalista Maria da Glória Chaves de Melo

Projeto e Editoração Gráfica Anério Ferreira Matos

Endereço para correspondência

Av. João Luis Alves, s/nº - Fortaleza de São João Urca- Rio de Janeiro- RJ

Escola Superior de Guerra (Brasil)

Escola Superior de Guerra (1949-2014): 65 anos de história / Orga-nizadores Ricardo Rodrigues Freire e Maria da Glória Chaves de Melo. Rio de Janeiro: ESG, 2014.

107 p.: il. - color.; 22 x 29,7 cm. ISBN 978-85-68649-02-2

1. Escola Superior de Guerra (Brasil) - História 2. Educação Política (Brasil) - História. 3. I. Título.

(4)

3

Escola Superior de Guerra

(1949-2014)

65 Anos de História

Ministério da Defesa

Escola Superior de Guerra

(5)

Prédio Marechal César Obino, construção de 1967, onde funcionou a Escola de Artilharia de Costa, onde ESG onde se enncontra, desde 1949, a ESG Prédio

Marechal César Obino, construção de 1967

(6)

5

Prédio Marechal César Obino, construção de 1967, onde funcionou a Escola de Artilharia de Costa, onde ESG onde se enncontra, desde 1949, a ESG

Prédio Marechal César Obino, ao fundo Prédio Marechal Juarez Távora Prédio Marechal César Obino, ainda como

Escola de Artilharia de Costa

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(7)
(8)

7

É

com muito orgulho que a Escola Superior de Guer-ra (ESG) publica a presen-te revista comemorativa do seu 65º aniversário de criação. Ela compila fatos marcantes de seu passado, de maneira sintética e ilustrada.

Ao completar sessenta e cinco anos de existência no dia 20 de agosto de 2014, a ESG permanece firme no seu rumo, consolidando-se como centro de excelência nos estudos so-bre desenvolvimento, seguran-ça e defesa.

Ajustada às tendências pró-prias da modernidade, a Escola mantém-se fiel ao pensamento dos idealistas que conceberam e tornaram realidade este projeto, hoje nacional e internacional-mente reconhecida. Destaca-se, por exemplo, em meio a tantas citações e pensamentos sobre a ESG, as palavras do seu primeiro Comandante, o General Oswal-do Cordeiro de Farias: “prosse-guimos criando lideranças civis e militares para enfrentar a even-tualidade de novos estilos de conflitos, não mais circunscritos à frente de batalha e ao palco de lutas, mas transformados em fa-tos totais, que afetam a socieda-de por inteiro e toda a estrutura de uma nação”.

A interatividade de civis e militares pensando o Brasil, no seio da ESG, é fato concreto e

evidencia os valores por ela apregoados, que conformam a nacio-nalidade brasileira, dentre eles: o patriotismo, a democracia, a ética e a liberdade de expressão.

Na qualidade de atual Comandante da Escola Superior de Guerra, só me resta externar àqueles e àquelas que construíram esta história tão bela, estejam nesta vida, ou na eternidade, os mais sinceros agradecimentos por sua dedicação e trabalho! Roga-se que seus exemplos sejam perpetuados nesta Escola, tornando-se tradi-ção para cada integrante da ESG, de hoje e do futuro, de forma que suas experiências pessoais e profissionais sejam compartilhadas com toda a sociedade, tanto a brasileira quanto a estrangeira. EDUARDO BACELLAR LEAL FERREIRA

Almirante de Esquadra

Comandante da Escola Superior de Guerra

Palavras do Comandante da ESG

(9)
(10)

9

Sumário

10

Missão e Visão de Futuro

11

Princípios Fundamentais da Escola Superior de Guerra

13

A Escola Superior de Guerra − 65 Anos de História

30

Métodos

32

Ênfase e Influência

33

Heráldica

34

Estrutura da Escola Superior de Guerra

47

Os Cursos da Escola Superior de Guerra

74

Projetos da Escola Superior de Guerra

76

Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra − ADESG

78

Biografias

80

Atividades Comemorativas dos 65 anos da Escola Superior de

Guerra

90

Personalidades Diplomadas pelos Cursos da Escola Superior de Guerra

98

Homenagem aos ex-Comandantes

104

Considerações Finais

(11)
(12)

11

Princípios Fundamentais da Escola Superior de Guerra*

Os Princípios Fundamentais permitiram a criação e a evolução da ESG:

1. A Segurança Nacional é uma função mais do que potencial geral da Nação

do que seu potencial militar.

2. O Brasil dispõe dos requisitos básicos (área, população, recursos),

indis-pensáveis para se tornar uma grande potência.

3. O desenvolvimento do Brasil tem sido retardado por motivos suscetíveis

de remoção.

4. Como todo trabalho, a obtenção dessa aceleração exige a utilização de

uma energia motriz e de um processo capaz de aplicar essa energia.

5. O impedimento até agora existente contra o surgimento de soluções

na-cionais para os problemas brasileiros deve-se ao processo de aplicação

de energia adotado e à falta de hábito de trabalho em conjunto.

6. Urge substituir o “método dos pareceres” por outro que permita

chegar-se a soluções harmônicas e equilibradas.

7. O instrumento a utilizar para a elaboração do novo método a adotar e

para a sua difusão consiste na criação de um instituto nacional de altos

estudos funcionando como Centro Permanente de Pesquisa.

Tal documento destacou, ainda, que a Instituição deveria unir esforços no

estudo e na solução dos problemas relacionados à Segurança Nacional.

* Documento redigido pela Comissão designada pelo Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), em janeiro de 1949, para elaborar o anteprojeto de Regulamento da Escola. Presidia a Comissão o Gene-ral de Divisão Cordeiro de Farias. O relator do documento foi o Tenente-Coronel Idálio Sardenberg.

(13)

Cerimônia de criação da Escola Superior de Guerra

General de Divisão

Oswaldo Cordeiro

de Farias: Primeiro

Comandante da

Escola Superior de

Guerra

1 set. 1949 a 11

dez. 1952

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(14)

13

O

s anseios pela criação de um Instituto de Al-tos Estudos no País remontam ao início do século 20, mais precisamente a 1913, evidenciados na proposta de Al-berto Torres. Deputado estadu-al e federestadu-al pelo Rio de Janeiro e, posteriormente, Ministro da Justiça do Presidente Prudente de Moraes, ele reconhecia no Estado forte a solução para as questões nacionais. Já naquele tempo, acreditava que o Bra-sil deveria dispor de um curso para tratar e equacionar seus problemas. Escreveu vários li-vros, destacando-se o de título “Organização Nacional”, no qual externou essas teorias. Atribui-se, portanto, a Alberto Torres a ideia original da fundação da Es-cola Superior de Guerra (ESG).

Em l928, o primeiro e único Ministro da Guerra civil do

Bra-sil, Pandiá Calógeras, engenheiro, formado na Escola de Minas, em Ouro Preto, que, anteriormente, já havia exercido várias funções no governo, entre elas a de Ministro da Agricultura, Indústria e Comér-cio no mandato do Presidente Venceslau Brás, confirmou a neces-sidade de um Curso de Altos Estudos para o desenvolvimento do potencial da Nação.

No meio militar essas ideias permaneceram latentes e a sua fase embrionária buscou desenvolvimento no Curso de Alto Comando, criado em 1942, pela Lei de Ensino Militar, voltado à época apenas a oficiais-generais e coronéis do Exército. Pode-se citar também,

A Escola Superior de Guerra:

65 Anos de História

Nascíamos sob a sombra do National War College americano. Tinha a nossa Escola Superior de Guerra de tentar, desde o início, atingir os propósitos de sua congênere por estradas diversas trilhadas por ela. A singularidade da ESG reside no fato de que ela deve ser alicerçada na realidade nacional. Marechal Cordeiro de Farias

Prédio da Escola Superior de Guerra na década de 1980

(15)

como fator decisivo nesse pro-cesso, a participação dos mi-litares brasileiros na Segunda Guerra Mundial. A convivência com oficiais de Forças Armadas superiores em organização e poder de combate incentivou nossos oficiais à realização de planos com vistas ao progresso do País e, para tanto, seria fun-damental o estabelecimento de um centro de estudos e reflexão sobre a conjuntura nacional, nascendo, assim, a concepção original da futura ESG. O curso foi idealizado às margens do

úl-timo conflito mundial e o possí-vel acontecimento de outro. Em função disso, deve-se à ênfase em assuntos militares e a esco-lha de sua denominação.

Esse projeto hibernou até 1948, ocasião em que o Presi-dente da República, Marechal Eurico Gaspar Dutra, atribuiu, por Decreto nº 25.705 de 22 de outubro de 1948, ao Estado-Maior Geral, predecessor do Es-tado-Maior das Forças Armadas (EMFA), a missão de organizar a Escola Superior de Guerra, com a finalidade de viabilizar estudos,

planejar, orientar e coordenar as atividades de comum interes-se das Forças Armadas, além de assessorar seus Comandantes Supremos. O Decreto estendia o Curso de Alto Comando para os oficiais de posto corresponden-te ao de capitão de mar e guerra das três Forças Singulares.

Na época, o General de Divi-são Oswaldo Cordeiro de Farias foi posto à disposição do EMFA com o intuito de elaborar o an-teprojeto do Regulamento da ESG, chefiando a comissão com-posta pelo Coronel Sady Folch,

Marechal Eurico Gaspar

Dutra. Presidente da

República Federativa do

Brasil na época da criação

da Escola Superior de

Guerra

(16)

15

Coronel Aviador Ismar Pfaltzgraff Brasil, Tenente-Coronel Affonso Henrique de Miranda Corrêa, Capitão de Fragata Celso Aprígio de Macedo Soares Guimarães e o Tenente-Coronel Idálio Sarden-berg. Esse grupo já se encontrava na Missão Militar oferecida pelo

National War College (EUA) para

a implantação no Brasil de um Instituto Nacional de Altos Estu-dos, nos moldes da congênere estadunidense, direcionado ao binômio Segurança e Desenvol-vimento, que deveria funcionar como um centro permanente de pesquisa e de debates sobre os problemas brasileiros.

Durante os estudos para a re-dação do Regulamento da Esco-la, novas ideias surgiram e foram registradas em um documento de autoria do Tenente-Coronel Idálio Sardenberg, sob o título “Princípios Fundamentais da Es-cola Superior de Guerra”, cujo postulado principal consistia na tese de que o desenvolvimento não dependia só de fatores na-turais, mas, principalmente, de fatores culturais e, sobretudo, da capacidade dos homens cha-mados para as funções de dire-ção de transformar os hábitos até então vigentes, a fim de ins-taurar um ambiente de análise e de trabalho em conjunto.

O citado documento frisava

que o órgão a ser criado conver-giria esforços ao estudo e à solu-ção dos problemas de Segurança Nacional, mediante um método de análise e interpretação dos fatores políticos, econômicos, diplomáticos e militares, ele-mentos esses que condicionam o Conceito Estratégico Nacional, num espaço de ampla compensão entre os grupos nele re-presentados, de forma a desen-volver a sistemática do trabalho em conjunto e de colaboração interdepartamental.

Assim, pela Lei nº 785, de 20 de agosto de 1949, foi funda-da a Escola Superior de Guerra, um Instituto de Altos Estudos, diretamente subordinado ao Ministro de Estado Chefe do Estado-Maior das Forças Arma-das, destinada a desenvolver e a consolidar os conhecimentos necessários ao exercício de fun-ções de assessoramento e dire-ção superior e ao planejamento do mais alto nível. Inicialmente, era direcionada apenas aos mi-litares, mas, em seguida, incor-porou aos seus quadros outros setores da sociedade para que, juntos, civis e militares estudas-sem o Brasil.

Embora tenha nascido “sob a sombra da War College”, a Esco-la Superior de Guerra brasileira não almejava ser uma cópia

da-quela organização. A similar es-tadunidense apresentava como escopo a dedicação aos assun-tos de guerra. No Brasil, a prio-ridade seria formar elites pen-sadoras para encontrar soluções relativas aos problemas do País em tempos de paz. Diante de parcos recursos, ao contrário do modelo dos EUA, que compre-endia três escolas com assuntos específicos (a primeira para pro-blemas bélicos, Industrial

Col-lege, a segunda de formulação

de estratégias, War College, e a terceira, que integrava as três Forças), no Brasil, se constituiu uma só para abranger essas di-ferentes áreas.

Seu primeiro Regulamen-to, aprovado pelo Decreto nº 27.264, de 28 de setembro de 1949, previu, desde logo, o fun-cionamento de um Curso Supe-rior de Guerra (CSG) e a possibi-lidade da organização de outros análogos. Com um período leti-vo de 40 semanas, o CSG, con-gregando militares e civis, teria a incumbência básica de estudar a Doutrina da Política Nacional. Como fundamentação para es-ses estudos e tendo em vista a Formulação da Política Nacional e o Planejamento Governamen-tal, seria largamente examinada a conjuntura brasileira.

(17)

ini-ciou-se o ano letivo da primeira turma da ESG, sendo a Aula Inau-gural proferida pelo General Cé-sar Obino, no auditório da antiga Escola Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia (IME), e que contou com a pre-sença do então Presidente da República, General Eurico Gaspar Dutra.

O primeiro Comandante e Diretor de Estudos, o Marechal

Cordeiro de Farias, foi sucedido pelo Marechal Juarez Távora. Desde essa época, estabeleceu-se um sistema de rodízio, estabeleceu-sendo a Escola comandada, alternada-mente, por oficiais-generais do último posto das três Forças sin-gulares.

Ao assumir o comando, o Ma-rechal Juarez Távora com o Ge-neral Oswaldo Cordeiro de Farias dedicaram-se à preparação da

doutrina da Escola, estruturada nos campos político, econômico, psicossocial, científico-tecnoló-gico e militar.

É importante registrar ainda que, a partir de 1973, passaram a ser admitidas no Curso Supe-rior de Guerra representantes do sexo feminino. O curso man-teve essa denominação desde a sua implantação até o ano de 1984, quando, por meio do

De-Trabalho de grupo do Curso Superior de Guerra. Divisão de Estudos, 1951

(18)

17

creto nº 91.536, de 16 de agosto de 1985, atualizou seu conteúdo programático e mudou o nome para Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE).

Com a criação do Ministério da Defesa, em 20 de agosto de 1999, a ESG deixou de estar li-gada à Presidência da República, por intermédio do EMFA, para fi-car subordinada à Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos In-ternacionais (SPEAI) e, em segui-da, à Secretaria de Estudos e de Cooperação (SEC). Essas trocas de subordinação acarretaram mudança do nível hierárquico do Comando da Escola com reflexos em toda a sua estrutura organi-zacional, iniciando-se um perío-do de indefinições, incertezas e questionamentos sobre sua exis-tência.

Em dezembro de 2004, dian-te de sua importância histórica, criou-se uma comissão compos-ta por integrantes da Escola, re-presentantes da Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), ex-coman-dantes e ex-integrantes do Corpo Permanente, que sugeriu aper-feiçoamentos na sua estrutura, em especial o retorno do Coman-do da ESG a um oficial-general do último posto. Em 2005, essas propostas foram aceitas e a ESG passou a ser subordinada

direta-mente ao Ministro de Estado da Defesa.

Após esse período, constatou-se a necessidade de formação de pessoal para exercer funções específicas no Ministério da Defesa e de resgatar o prestígio da Instituição na esfera governamental como um estabelecimento de ensino de excelência de grande valia no contexto nacional. Assim sendo, a solução mais acertada para a capacitação de novos quadros seria a criação de cursos na capital federal, mantendo em funcionamento, no Rio de Janeiro, os exis-tentes. Para atingir esse objetivo, foi fundado então, um campus em Brasília.

O ano de 2011 representou um marco na história da ESG com a expansão de suas atividades para a capital federal, materializada pelo Campus ESG – Brasília, reaproximando a Escola do centro polí-tico administrativo do País.

Ao longo de mais de sessenta e cinco anos de existência, cerca de oito mil “esguianos” foram diplomados, entre eles, quatro Pre-sidentes da República, Ministros de Estado e outras personalidades notáveis no cenário político brasileiro.

A Escola Superior de Guerra se notabiliza desde então como um Instituto de ideias abertas ao debate livre e funciona como Centro permanente de estudos e pesquisas.

Missão Militar do National War College, 1951. À esquerda, Capitão de Mar e Guerra Lowe Hayden Bibby; ao centro

Contra-Almirante Charles Warren Wilkins; à direita, Coronel Aviador Alword Van Patten Anderson

(19)
(20)
(21)
(22)
(23)
(24)
(25)
(26)
(27)
(28)
(29)

Conferencista Tenente-Brigadeiro Eduardo Gomes, 1951 Fortaleza de São João, Alameda ESG, 1949

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(30)

29

General de Exército Juarez Távora

Segundo Comandante da Escola Superior de Guerra

Primeira Turma do Curso Superior de Guerra, 1949/1950 Lançamento da pedra fundamental

do Edifício Marechal Juarez Távora, 30 ago. 1983

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(31)

E

ntre os princípios ins-piradores da Escola Su-perior de Guerra está a concepção de um Método de Trabalho que pode ser conside-rado, após anos de evolução e aprimoramento, como uma va-liosa contribuição à cultura bra-sileira. A proposta deste método é equacionar problemas, usan-do, como ferramentas, a análise e a interpretação dos fatos de toda a ordem condicionante.

A ESG buscou basear seus princípios metodológicos na di-dática do ensino superior e na lógica formal. Sistema de estu-dos e pesquisas socioindividu-alizados, cujo foco está nos tra-balhos em equipe, vertente em que é precursora.

Os processos didáticos em-pregados pela Escola compre-endem conferências e palestras, debates, trabalho de equipe, em grupo, especial e de plane-jamento, além de simpósios, se-minários e painéis.

Métodos

Capa do bloco da Conferência da União das Nações-Sul Americanas, coordenadas pelo CAD-Sul na ESG

(32)

31

Capa do Volume I do Manual Básico da ESG O Manual da ESG é composto por três volumes: Volume I Elementos Fundamentais

Volume II Assuntos Específicos

Volume III Método para o Planejamento Estratégico / ESG

(33)

N

esses sessenta e cin-co anos de existência da Escola Superior de Guerra, houve uma variação na ênfase das atividades adotadas ao longo do tempo, que pode ser dividida em três períodos.

No primeiro período, de 1949 a 1952, deu-se prioridade à or-denação de um método de estu-dos, de base científica e acadê-mica, com o objetivo de sugerir soluções para os problemas bra-sileiros, ou seja, um instrumento para o equacionamento dessas questões.

O método adotado nessa fase, no Brasil, era o denominado de Método dos Pareceres, que con-sistia em designar especialistas de diferentes áreas do conheci-mento para dar um parecer so-bre um determinado problema de âmbito nacional. No entanto, por mais que se equilibrassem os pareceres, existia uma tendên-cia em se valorizar o de melhor apresentação, o mais bem redi-gido, ou aquele em que o autor tivesse maior fluência verbal ou prestígio junto à sociedade.

Na ocasião, percebeu-se a im-portância do trabalho em grupo, em oposição à prática do estudo individual dos temas e foi, então, elaborado o Método do

Planeja-mento da Ação Política.

O segundo período, de 1953 a 1967, caracterizou-se pela ênfase na Segurança Nacional. Entendia-se, naquele momento da história do País, que o concei-to de Segurança transcendia ao de Defesa, já que o primeiro se refere à Nação de modo geral e, o segundo, tem um viés militar. Essa nova concepção foi impor-tante para a Doutrina da ESG e suas primeiras formulações fo-ram esboçadas pelo General Ju-arez Távora, então Comandante da Escola.

E, no terceiro, de 1968 a 1973, a primazia ficou no de-senvolvimento nacional. Nessa época, o Brasil se modernizou, construindo uma infraestrutura de telecomunicações, rodovias e transporte, e se transformou na 8ª economia mundial. Co-meça a se formar no País uma bibliografia nacional e, também, a se formar uma mentalidade de cunho nativista, pois a bibliogra-fia pesquisada, até então, era de origem estadunidense, uma vez que o Brasil não dispunha de li-vros que abrangessem todas as áreas do conhecimento, como, por exemplo, ciência política, ex-pressão militar, ciência e tecno-logia, entre outros.

De 1973 até os dias atuais, apesar de os conceitos perma-necerem inalterados, o método foi atualizado, dando-se maior relevância às tarefas em conjun-to, aos estudos dirigidos e deba-tes. Consolidou-se, dessa forma, o primeiro Manual Básico, que reuniu os trabalhos da lavra dos membros do Corpo Permanente em um único documento. E, a partir daí, intensificou-se a bus-ca por uma modelo nacional, desvinculando-se de influências estrangeiras, que eram muito fortes e ordenaram a Escola des-de a sua fundação, em 1949.

Com o decorrer dos anos, diante das inovações tecnoló-gicas que o mundo experimen-tou, a metodologia de plane-jamento da ESG valeu-se das novas ferramentas de apoio e, a cada dia, se aprimoram mais os processos.

Todavia, há de se ter o devi-do cuidadevi-do para não automati-zar demasiadamente o método de planejamento, sob pena de que o conhecimento e o modelo de raciocínio sejam relegados a segundo plano em prol de uma “pseudomodernidade” e, com isso, se perca no esquecimento a sabedoria acumulada ao longo desses 65 anos.

(34)

33

O

símbolo da Escola Superior de Guerra, no formato de calota esférica, tem o Cruzeiro do Sul, em ouro, sobre um campo azul turquesa em esmalte, e é circundado por uma corrente, tam-bém em ouro, de elos retangulares e ligeiramente curvos nos cantos.

O Cruzeiro do Sul, visto sob a ótica do espaço para a Terra, retrata a ideia de que o Brasil deva ser estudado e pensado, na Escola, com uma visão ampla e, realmente, estratégica.

A corrente que circunda a calota esférica retrata a unidade da Nação e reforça a imagem da Segu-rança do Brasil.

Heráldica

Texto adaptado do Decreto nº 28.503, de 14 de agosto de 1950, que criou o Distintivo do Curso Superior de Guerra da Escola Superior de Guerra.

(35)

A

Escola Superior de Guer-ra (ESG), subordinada diretamente ao Ministé-rio da Defesa, é um instituto de altos estudos e pesquisas na área do Desenvolvimento e Segurança e Defesa Nacional e destina-se a desenvolver e consolidar os co-nhecimentos necessários para o exercício das funções de direção. Organizada pela Lei no 785, de

20 de agosto de 1949, que lhe deu origem, tem uma estrutura constituída pelos seguintes ór-gãos: Direção, Junta Consultiva, Departamentos de Estudos e de Administração, Centro de Estu-dos Estratégicos (CEE), Centro de Atividades Externas (CAExt) e Ins-tituto de Doutrina de Operações Conjuntas (IDOC).

A Direção se compõe de um Comandante e Diretor de Estu-dos, um Subcomandante e Sub-diretor de Estudos, um Diretor do Campus Brasília e Assistentes do Comandante, além da Junta Con-sultiva formada por personalida-des civis e militares, que tenham alcançado reconhecimento na vida cultural ou pública no Bra-sil, convidadas pelo Comandante a integrar o grupo de assessoria especial.

O Comandante e Diretor de Estudos é um oficial-general da ativa, de uma das três Forças

Ar-madas, a priori, do posto mais alto. O Subcomandante e Sub-diretor de Estudos, um oficial-general da ativa, de uma das três Forças Armadas, em princípio, do posto de vice-almirante, general de divisão ou major-brigadeiro.

Em função de norma própria da Escola, o Comandante e o Subcomandante são de Forças diferentes, sendo que o segundo também acumula o cargo de Che-fe do Departamento de Estudos, responsável por executar os tra-balhos realizados na ESG, regidos pelas diretrizes do Comandante.

Assistentes / Diretores de Cur-sos integram o staff do Coman-dante, que são oficiais-generais da ativa, nível general de briga-da, um de cada Força Singular. Também faz parte desse grupo um Ministro de Segunda-Classe do quadro do Ministério das Re-lações Exteriores e, quando ne-cessário, representantes de ca-tegorias equivalentes de outros Ministérios.

Para o assessoramento do Comando, dispõe ainda do Insti-tuto de Doutrina de Operações Conjuntas (IDOC), com atribui-ções direcionadas ao desenvolvi-mento e à promoção de estudos e pesquisas no campo da Dou-trina de Operações Conjuntas, bem como ao intercâmbio com

os setores de estudo de doutri-na das Forças Armadas brasilei-ras e estrangeibrasilei-ras, servindo de referência e base de dados para consulta, estudos, pesquisas e projetos na área de doutrina de Operações Conjuntas.

O IDOC realiza também ativi-dades de extensão que contri-buem para o acompanhamento das transformações científicas e tecnológicas em andamento e de seus impactos sobre as Ope-rações Conjuntas e emprego do Poder Militar como instrumento do Poder Nacional.

O Comando da Escola conta também com um Gabinete, o qual se encarrega dos temas afe-tos à coordenação e articulação das atividades do Comandan-te, bem como da Comunicação Social. Complementa essa es-trutura organizacional uma As-sessoria de Seleção e Avaliação, uma Assessoria Jurídica e outra de Controle Interno (estas duas últimas ligadas diretamente ao Subcomando).

No Campus Rio de Janeiro, o Centro de Estudos Estratégicos (CEE) é um órgão ligado dire-tamente ao Subcomandante e Subdiretor de Estudos da Escola Superior de Guerra. Criado em 1993, tem por objetivo esta-belecer um ambiente aberto,

(36)

35

disponível para o estudo dos fenômenos do Poder e da Estra-tégia no mundo contemporâ-neo. Dedica especial atenção à distribuição e concentração do Poder e dos efeitos dele decor-rentes, particularmente aqueles que possam afetar o Brasil no plano político, como Estado Na-cional soberano de importância no cenário internacional, e no plano cultural como Nação, um projeto de valores que repre-senta substancial contribuição à experiência humana.

São, também, matérias de interesse do CEE, os fenômenos que compõem o cenário socio-estratégico de um país, como os econômicos, militares, culturais, políticos, científicos e tecnoló-gicos e sociais e midiáticos, ten-do em vista suas implicações na construção da cidadania e na co-esão nacional.

Estão convidados a participar de suas atividades todos aqueles que, motivados pela necessida-de profissional e / ou interesse pessoal, estudam as questões estratégicas. O Centro filia-se à tradição do setor militar brasi-leiro, buscando competência na elaboração de estudos concer-nentes à Defesa e à reflexão es-tratégica, e beneficia-se da longa experiência da ESG no desenvol-vimento dos temas de alto inte-resse para a Nação. Aberto a toda forma de interatividade com as

instituições congêneres do País e do exterior, vem expandindo as atividades de intercâmbio por intermédio de grupos de estu-do, conferências, seminários e demais atividades relevantes no âmbito da Academia.

Subordinado igualmente ao Subcomandante, o Centro de Atividades Externas (CAExt) está encarregado de planejar e coor-denar o apoio da Escola Superior de Guerra aos Cursos de Estudos de Política e Estratégia (CEPE) da Associação de Diplomados da Es-cola Superior de Guerra (ADESG), prioritariamente, na fase doutri-nária dos Cursos e, também, pelo Programa de Atualização da Mu-lher (PAM), realizado anualmen-te no Rio de Janeiro. Organiza, ainda, as visitas à ESG e participa, em conjunto com o CEE, da pro-moção e divulgação de eventos direcionados ao público externo, preparando ciclos, seminários, simpósios, encontros e outros eventos especiais; além de efe-tivar os intercâmbios nacionais e internacionais.

O CEE e o CAExt, se compara-dos à estrutura das instituições acadêmicas, seriam pró-reitorias de extensão. Os dois estão volta-dos para projeções extramuros da Escola e, por isso, a necessi-dade da subordinação direta ao Comando.

A ESG, sendo um espaço per-manente de pesquisa, tem por

escopo o estudo do Poder Nacio-nal. Muito embora seja ele uno e indivisível, a Escola subdivide-o em Expressões de Poder, que se consubstanciam nas expressões política, econômica, psicossocial, militar, e de ciência e tecnologia, constituindo, assim, as atuais Di-visões subordinadas ao Depar-tamento de Estudos (DE) da Es-cola, quais sejam, as Divisões de Assuntos: Políticos, Econômicos, Psicossocial, de Ciência e Tecno-logia, de Geopolítica e Relações Internacionais, Militares, como também as Divisões de Funda-mentos, Planejamento e Gestão, de Logística e Mobilização Nacio-nal e de Inteligência Estratégica. A coordenação pedagógica das Divisões do DE e do Campus-Bra-sília é conduzida pela Divisão de Planejamento e Orientação Didá-tico-Pedagógica. Ainda, há uma Divisão encarregada de dar su-porte aos cursos da Escola e aos estagiários: a Divisão de Apoio aos Cursos.

Além dessa citada estrutura própria à atividade fim, a ESG conta com um Departamento de Administração, ao qual compete realizar os procedimentos de ad-ministração de pessoal, de ma-terial, patrimonial, de serviços gerais, de orçamento e finanças, de contabilidade e de tecnologia da informação e informática, de transportes, entre outros do gê-nero.

(37)

Prédio Marechal César Obino:

edificação principal da ESG. Abriga o gabinete do Ministro da Defesa, Gabinete do Comando e Assistentes. Relações Internacionais e Administração

(38)

37

Prédio Marechal Cordeiro de Farias:

edificação que abriga o Departamento de Estudos, salas de estudos, biblioteca e o auditório Professor Oliveira Junior

(39)

38

Salas de Estudos do prédio Juarez Távora

Biblioteca General Cordeiro de Farias

(40)

39

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

Prédio Therezinha de Castro. Refeitório e sala da memória da ESG

(41)

40

Auditório A - Marechal César Obino

Auditório B - Professor Oliveira Junior

(42)

41

Auditório Delta

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(43)
(44)

43

Maquete da Escola Superior de Guerra: Campus-Brasília

(45)

Organograma

(46)
(47)
(48)

47

A

ESG oferece dois tipos de cursos a público-alvo distinto: os cursos regulares, distribuídos entre o Campus-Rio de Janeiro e o Cam-pus-Brasília; e um programa de atualização, sob a supervisão do Centro de Atividades Externas (CAExt).

Entre os sete cursos regula-res, administrados pelo Campus Rio de Janeiro, o Curso de Altos Estudos Estratégicos e Políticos (CAEPE) é o de maior duração, ministrado durante 40 semanas, entre os meses de março a de-zembro, em regime de trabalho diário integral.

Os seis outros, com duração diversa, são: o Curso de Estado-Maior Conjunto (CEMC), o Curso Superior de Inteligência Estraté-gica (CSIE), o Curso de Logística e Mobilização Nacional (CLMN), o Curso Superior de Defesa e o Curso Avançado de Defesa Sul-Americano (CAD-SUL), além do Curso de Gestão de Recursos de

Defesa (CGERD), este realizado em São Paulo.

O Campus-Brasília gere o Cur-so Superior de Política e Estraté-gia (CSUPE), o Curso de Direito Internacional dos Conflitos Ar-mados (CDICA) e o Estágio em Assuntos de Defesa (EADef).

O método didático adotado pela ESG configura-se como um sistema de estudo e pesquisas, desenvolvido por intermédio de atividades que requerem dos es-tagiários o desempenho individu-al e em grupo. Para tanto, empre-gam-se técnicas que visam tornar mais produtivo e dinâmico esse processo e, também, realizados trabalhos em grupo que, efetiva-mente, favoreçam a participação, a troca de experiências e o desen-volvimento dos estagiários, tanto na área cognitiva quanto na afeti-va.

Assim sendo, na seleção das técnicas de ensino, são priori-zados os estudos de casos, as pesquisas em pequenos grupos,

os painéis, especialmente aque-les que incluem o contraditório, além de outros, de maneira a ajustar o ensino à prática pro-fissional contemporânea, larga-mente adotada nas mais diversas organizações onde se destacam o trabalho em equipe.

A avaliação é realizada em função da participação dos es-tagiários, divididos em Grupos de Trabalho (GT), no desenvol-vimento de Projeto Interdiscipli-nar, concretizado na elaboração de Plano versando sobre tema de interesse da Área de Defesa, definido pela Coordenação do Curso.

No programa letivo estão pre-vistas visitas e viagens de estudos (VE), realizadas em organizações relevantes da Defesa, atividades que constituem meios de apren-dizagem eficazes, propiciando um melhor conhecimento do País e das áreas visitadas, para promover maior integração en-tre civis e militares.

Os Cursos da Escola Superior de Guerra

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(49)

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

CAEPE

Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia

HISTóRICO

As origens do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) estão intrinsecamente ligadas às da própria Escola Su-perior de Guerra (ESG). Em de-zembro de 1948, o General de Divisão Oswaldo Cordeiro de Farias foi colocado à disposição do Estado-Maior das Forças Ar-madas (EMFA), com o propósito de chefiar a equipe encarregada de elaborar o anteprojeto do re-gulamento da ESG e, por conse-guinte, das diretrizes do Curso de Alto Comando destinado a oficiais-generais e oficiais supe-riores do último posto das três Forças. Porém, novas ideias sur-giram, redundando na implanta-ção do Curso Superior de Guer-ra (CSG), desta feita estendido,

também, aos civis, que funcio-

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(50)

49

nou de 1949 a 1985, resultando na formação do CAEPE.

Registros históricos compro-vam que o CSG se manteve em transformação e evolução perma-nentes, posto ter recebido cons-tantes e periódicas modificações, objetivando atender às necessida-des das atividanecessida-des-fim de ensino, pesquisa, extensão, intercâmbio e difusão de conhecimentos. Tais modificações legitimaram, de forma natural e gradual, a atual denominação. É importante citar que, em 1973, foram aceitas, pela primeira vez no curso, represen-tantes do sexo feminino.

Com o objetivo de atender às numerosas solicitações de ma-trícula no Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE) de estagiários das Nações Ami-gas, particularmente os sul-ame-ricanos e centro-amesul-ame-ricanos, foi criado, em 1996, o Curso Espe-cial de Altos Estudos e Estratégia (CEAEPE), com a duração de 20 semanas, mas com o conteúdo programático reduzido. O curso foi extinto em 2006, quando os estagiários das Nações Amigas passaram a integrar o CAEPE.

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(51)

Visita do CAEPE à Base Aérea de Santa Cruz

Público-Alvo

Quanto à composição, as tur-mas são formadas por civis e mi-litares, previamente indicados pelos ministérios, órgãos fede-rais, estaduais e municipais, as-sociações, entidades de classe, empresas públicas e privadas e universidades, selecionados pela ESG e, posteriormente, aprova-dos pelo Ministro de Estado da Defesa.

Os estagiários são oficiais-generais e oficiais superiores das Forças Armadas e das Forças Auxiliares, além de servidores civis, escolhidos pelos Coman-dos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e de outros ór-gãos da administração pública, entidades de classe, associações etc., bem como oficiais ou civis estrangeiros indicados pelas res-pectivas Nações Amigas convi-dadas. São homens e mulheres oriundos de todas as regiões do País que exercem as mais diver-sas atividades profissionais.

Durante o curso, fortalecem-se relacionamentos interpesso-ais, incentiva-se a pluralidade de

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

CAEPE

Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia

(52)

51

ideias, reafirmam-se convicções e, nesse período, as melhores in-tenções e esforços são dirigidos em prol de um projeto de desen-volvimento do Brasil. Ao concluir o curso – momento de regresso aos rotineiros afazeres profissio-nais – os estagiários encontrarão oportunidades para, com novo e mais acurado olhar crítico, em-pregar processos e técnicas de análise de sistemas e o Méto-do de Planejamento Estratégico (MPE) da ESG, a fim de contri-buírem, de forma substancial e decisiva, para o aprimoramento de suas organizações e, por con-seguinte, do Brasil.

Estruturação

Suas atividades acadêmicas são concretizadas por meio de conferências, palestras, painéis, estudo de caso, trabalhos de grupo, estudo individual (mo-nografia) e atividades externas que versam sobre Política, Eco-nomia, Ciência e Tecnologia, Ge-opolítica, Relações Internacio-nais, Doutrina Militar, Logística e Mobilização.

Visita do CAEPE à Base Aérea de Santa Cruz

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

CAEPE

Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia

(53)

De modo a sistematizar os estudos realizados anualmente, a Escola desenvolveu o Método para o Planejamento Estratégi-co da EsEstratégi-cola Superior de Guerra (MPE/ESG) – com o objetivo de auxiliar o processo de tomada de decisões, visando ao deline-amento de soluções para os pro-blemas nacionais.

Abordagem Metodológica

O curso é constituído por três fases: Fase Básica, Fase Conjun-tural e Fase de Avaliação.

Na Fase Básica, são ministradas conferências e palestras contendo teoria propedêutica acerca de três módulos de interesse específico do Curso: Elementos de Ciências Humanas, Poder Nacional e Es-tudos Aplicados, concomitante-mente à realização de práticas de trabalho em grupo. Essa fase fi-naliza com exercício prático sobre elaboração de cenários prospec-tivos em um país fictício (Estudo de Caso ZENDA) com o intuito de ambientar o estagiário com a apli-cação do MPE/ESG.

Segue-se a Fase Conjuntural, na qual, por intermédio de palestras, conferências e painéis, são examinados os módulos de Poder Nacional e Estudos

Aplicados, que possibilitam aos estagiários conhecer, com profundidade, os problemas nacionais, e servem de valioso subsídio à aplicação e análise dos temas a serem estudados pelos grupos de trabalho durante a aplicação do MPE/ESG.

Na última fase – Fase de Avaliação – apresentam-se os Trabalhos em Grupo (TG), de Planejamento Governamental e os individuais. Durante as fases citadas, os estagiários elaboram o Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia (TCC–MO), o mais importante deles.

Nas conferências, nas pales-tras, nos painéis e nos estudos de caso, professores e estagi-ários constituem um conjunto do qual, em livre e democrático foro de manifestação de ideias e expressão de pontos de vista, surgem debates e soluções para os problemas brasileiros. Assim, o ensino não é exclusivamente difundido pelos conferencistas e palestrantes, mas resultado na-tural das atividades curriculares dos estudos, decorrentes da re-flexão pessoal e das discussões sobre os temas apresentados, das questões focalizadas e dos trabalhos entregues à pesquisa dos estagiários.

No que concerne aos TG, subdivide-se a turma em grupos para que desenvolvam projetos interdisciplinares de interesse nacional (exercícios de elabo-ração de Cenários Prospectivos e de Planejamento Governa-mental). Tais procedimentos se realizam por meio de temas / questões amplas para apresen-tação de estudos, que são deba-tidos pelos dirigentes de grupo (ou membro do grupo indicado) com todos estagiários.

Ainda quanto aos TG, torna-se importante aduzir que o estudo sobre o processo de desenvolvi-mento da nação brasileira, nos ambientes interno e externo, exi-ge domínio do conhecimento e o equacionamento dos problemas de toda ordem defrontados por nossa sociedade. Sob essa ótica, considera-se o CAEPE um curso direcionado ao trato dessas ques-tões, com emprego de um méto-do de identificação, de análise de dados e de levantamento de Fatos Portadores de Futuro, a partir de base conceitual própria, median-te avaliação da conjuntura e pro-posição de soluções em nível de planejamento estratégico gover-namental, visando à formulação de políticas públicas e estratégias decorrentes. Para isso, considera:

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

(54)

53

no campo interno – as

a)

multidisciplinares interações que permeiam as atividades sociais brasileiras, exigindo, assim, pro-funda compreensão dos fatores conjunturais das cinco expres-sões do Poder Nacional (Política, Econômica, Psicossocial, Militar e Cientifico-Tecnológica); e

no campo externo – a

com-b)

plexidade da geopolítica dos Esta-dos e das relações internacionais correlacionadas indica que os safios apresentados ao Brasil de-correm, entre outros fatores, da elevada dinâmica de troca de in-formações, do contínuo surgimen-to do conflisurgimen-to de interesses, da pro-posição de modelos questionáveis quanto aos conceitos de soberania e papel dos Estados modernos, bem como de uma singular assi-metria de poder entre eles.

Para melhor desenvolvimen-to do Trabalho de Conclusao de Curso (TCC)/Monografia (MO), é designado um integrante do Corpo Permanente como orien-tador de cada pesquisa científica a ser realizada. O TCC–MO deve apresentar propostas e soluções para os diferentes temas sele-cionados. Ao final do curso, a monografia é analisada por uma banca examinadora (da qual faz parte, obrigatoriamente, o

orientador) durante a apresen-tação-síntese pelo discente, em auditório. Como se considera a ESG um instituto multi e inter-disciplinar destinado a desenvol-ver e consolidar os conhecimen-tos necessários ao exercício de funções de direção e de planeja-mento da defesa e da segurança nacionais, por meio do ensino, da pesquisa, da difusão, da ex-tensão e do intercâmbio de tais conhecimentos, todos os estagi-ários devem comparecer à apre-sentação dos TCC–MO, a fim de conhecerem o trabalho e, se de-sejarem, debaterem com o ex-positor as propostas e soluções identificadas. Nesse contexto, algumas monografias são sele-cionadas pela Escola para publi-cação e divulgação, na forma de artigos, nos periódicos editados pela ESG.

Como atividades externas, o CAEPE realiza visitas (VS) e viagens de estudos (VG) que têm por finalidade proporcionar aos estagiários a oportunidade de realizar pesquisa de campo, por meio da coleta de dados e informações de interesse para o diagnóstico da conjuntura dos TG, nos próprios locais visitados.

Nas VS e VG em território na-cional e países estrangeiros, os

estagiários conhecem centros de excelência, civis e militares, voltados à pesquisa científica e inovação tecnológica; organi-zações militares relevantes ao preparo de pessoal afeto à de-fesa dos interesses nacionais; e importantes instalações e insti-tuições correlacionadas às cinco expressões do Poder Nacional.

Nas VG ocorrem encontros com autoridades e personalida-des (locais, regionais e nacionais) de diversos níveis e segmentos representativos das elites da so-ciedade, possibilitando o inter-câmbio de conhecimentos para uma avaliação atualizada da con-juntura, posto contribuírem para a identificação de necessidades, aspirações e óbices, que possam subsidiar os trabalhos escolares, especialmente os TG.

Ingresso

Os critérios para indicação e seleção aos cursos da Escola Su-perior de Guerra se encontram na Diretriz para o Processo

Sele-tivo aos Cursos da ESG,

disponí-vel em sua página eletrônica. Os contatos para esclarecimentos e informações podem ser efetua-dos por intermédio da Assessoria de Seleção e Avaliação da Escola.

(55)

Histórico

Em 29 de novembro de 1999, em decorrência da instituição do Ministério da Defesa e tendo em vista o estabelecimento de dou-trinas de emprego conjunto das Forças Armadas, o Comando da Marinha estabeleceu um grupo de trabalho para estudar novos currículos para os cursos da ESG. O relatório dos estudos realiza-dos, aprovado em 25 de outu-bro de 2000, propôs a criação do Curso do Estado-Maior de Defesa (CEMD), exclusivamente para mi-litares, sendo, em consequência, extinto o Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia Militares (CAEPEM), ministrado na Escola. O ano de 2001 foi dedicado ao planejamento e às ações neces-sárias para a operacionalização do recém-criado curso, que fun-cionou de 2002 a 2007.

Com vistas à melhor adequa-ção do nome do curso aos seus

objetivos, a partir de 2008, o CEMD passou a ser denominado de Curso de Estado-Maior Com-binado (CEMC). Entretanto, com a publicação da Estratégia Nacio-nal de Defesa, em 18 de dezem-bro de 2008, alterou-se o nome para Curso do Estado-Maior Con-junto (CEMC), de conformidade com os diplomas legais vigentes.

Público-Alvo

Direcionado aos oficiais su-periores com o Curso de Estado-Maior que estejam servindo no Ministério da Defesa, nos Estados-Maiores das Forças, nos Coman-dos Operacionais, nas Escolas de Estado-Maior e em qualquer ór-gão ou estrutura relacionada com o planejamento e o emprego con-junto das Forças Armadas.

Estruturação

O Curso de Estado-Maior Con-junto (CEMC) se desenvolve no período de 13 semanas nas insta-lações da ESG. A estrutura curricu-lar pretende conduzir o estagiário à aplicação prática do conteúdo programático, o qual contempla assuntos ligados, direta ou indire-tamente, ao conhecimento sobre planejamento e emprego de for-ças em um Comando Conjunto.

A administração do Curso con-ta com um Diretor, um Coordena-dor e Adjuntos responsáveis pela sua estruturação, montagem, execução e retroalimentação, vi-sando ao aperfeiçoamento con-tínuo do processo. A especifici-dade de determinados assuntos, relacionados no Plano de Discipli-nas, considera a possibilidade de apoio de outras organizações.

Ao final, os estagiários apre-sentam um Projeto Interdis-ciplinar, que consiste no pla-nejamento de uma Operação Conjunta, realizado em grupo, mediante uma situação formu-lada no âmbito de hipóteses de emprego conjunto das Forças, a ser proposta aos estagiários, no qual é empregado o Processo de Planejamento Conjunto. Esse exercício possibilita a discussão e a aplicação dos conhecimentos adquiridos sobre os temas inte-gradores como o Planejamento Militar de Defesa (Diretrizes do EMD), o Planejamento de Ope-rações Conjuntas e a Redação de Documentos.

Abordagem Metodológica

A orientação metodológi-ca na aplimetodológi-cação das técnimetodológi-cas de ensino para a apresentação das

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

(56)

55

Unidades de Estudos deve ser entendida como sugestão ao docente, que tem a liberdade de optar por outra, desde que atenda aos seus objetivos. Essas técnicas têm a finalidade de es-timular a discussão, a pesquisa e o trabalho em equipe, favore-cendo a participação, a troca de experiências, o desenvolvimen-to e o audesenvolvimen-toaprimoramendesenvolvimen-to dos estagiários, tanto na área cog-nitiva, quanto na afetiva. Foram adotadas as seguintes técnicas

de ensino: Conferência, Deba-te, Discussão Dirigida, Estudo de Caso, Palestra, Palestra Interati-va e Trabalho de Grupo.

Considera-se que o estagiário do CEMC possua uma conside-rável bagagem profissional por tratar-se de oficial superior, com o curso de Comando e Estado-Maior. Assim sendo, o debate em classe será sempre incentiva-do durante o curso, na busca de aproveitar ao máximo a experi-ência profissional do grupo.

Ingresso

Anualmente, o Ministério da Defesa regulamenta os cri-térios e o processo de seleção para todos os cursos da ESG. No caso específico do CEMC, cabe ao próprio Ministério e ao Estado-Maior de cada Força Singular indicar os candidatos que atendam aos critérios es-tabelecidos para a matrícula, não cabendo à ESG a seleção dos estagiários.

Auditório Delta

Fonte: Crédito de Anério Matos. Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(57)

Histórico

O primeiro Curso de Inte-ligência, então denominado Curso de Informações, foi reali-zado, em caráter experimental, na Escola Superior de Guerra (ESG), em 1958. No entanto, somente em 23 de fevereiro de 1965, por força do Decreto nº 55.791, passou a funcionar regularmente o Curso Superior de Informações, que formou mais de 100 analistas civis e militares, até 1972.

Com a criação do Sistema Na-cional de Informações (SNI), em 1964, o curso moldou-se ao con-texto da época e foi transferido para a Escola Nacional de Infor-mações (EsNI), estabelecimento de ensino situado em Brasília/ DF e responsável pela formação

de recursos humanos para a ati-vidade.

Após a extinção do SNI, no início da década de 90, e devido à carência de profissionais nessa área, em função do Decreto nº 20.090, de 9 dezembro de 1996, que aprovou o Regulamento da Escola Superior de Guerra, tor-nou-se oficial o funcionamento do Curso Superior de Inteligên-cia Estratégica (CSIE), adminis-trado, à época, pela Divisão de Assuntos de Inteligência (DAI), atualmente, denominada de Di-visão de Assuntos de Inteligên-cia Estratégica(DAIE).

A partir da criação do Minis-tério da Defesa, em 1999, o CSIE foi reformulado e, em 2001, hou-ve uma redução na duração do curso de nove para seis meses, atendendo, exclusivamente, aos órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SIS-BIN). Assim, desde 2002, vem sofrendo sucessivas alterações, a fim de se adequar às necessi-dades conjunturais.

Por mais de dez anos, o CSIE vem capacitando civis e militares para o exercício de funções de Inteligência Estratégica na Administração Pública e,

em especial, no Ministério da Defesa. Esse aprimoramento contribuí, sobremaneira, para o aperfeiçoamento da Doutrina de Inteligência no nível estratégico, no interesse da Defesa e na preparação de recursos humanos para o SISBIN e para o Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE).

Nesse período, o CSIE con-tou com a inestimável colabora-ção de profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Escola de Inteligência da ABIN, Escola de Inteligência Militar do Exército (EsIMEx), Departamen-to de Polícia Federal (DPF), bem como de diplomados do Minis-tério das Relações Exteriores (MRE) e de integrantes das For-ças Armadas.

As universidades federais, es-taduais e as particulares mais re-nomadas do País também con-tribuem para o enriquecimento do ensino, caracterizando, dessa maneira, a participação do Esta-do e da iniciativa privada na con-secução da grade curricular.

As modificações ocorridas, a partir de 2002, proporcionaram aos estagiários o aprofunda-mento e ampliação do conteúdo de informações estratégicas,

es-Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

(58)

57

pecíficas da atividade de Inteli-gência, de forma a prepará-los, adequadamente, para o eficien-te desempenho de funções em seus órgãos de origem.

Em 2006, o currículo recebeu importante aperfeiçoamento, quando foi realçado o caráter acadêmico do CSIE, com ênfase na ampliação do conceito de In-teligência Estratégica e na forma-ção do analista de inteligência.

A avaliação de desempenho do estagiário é realizada pelo exame de diversos trabalhos in-dividuais, em dupla e em grupo, permitindo, assim, um acompa-nhamento das diferentes tare-fas desenvolvidas ao longo do curso, oportunidade em que os discentes trocam experiências profissionais, além de criarem vínculos de amizade e confian-ça, essenciais para a integração das instituições que compõem o SISBIN.

Público-Alvo

Vários órgãos integrantes do SISBIN – Instituições Federais, Forças Armadas, Forças Auxilia-res, Órgãos de Segurança Pública dos diferentes estados – indicam

profissionais para realizar o cur-so, o que vem concorrendo para a integração do Sistema.

Estruturação

A estrutura curricular do CSIE ampara-se em estudos teóricos e em aplicações práticas do con-teúdo programático, estabele-cidos por meio de Unidades de Estudos inseridas no Plano de Disciplinas, aplicados de modo a integrar os conhecimentos das seguintes áreas: Administração, Política, Economia, Geopolítica, Psicossocial, Científico-Tecnoló-gica e Militar. A especificidade de determinados assuntos do CSIE leva à necessidade de apoio de organizações por meio de cooperações e de outros instru-mentos. O CSIE funciona, atual-mente, ao longo de 21 (vinte e uma) semanas.

Abordagem Metodológica

Atualmente, o curso tem o objetivo de preparar civis e mili-tares para o exercício de funções de direção e assessoramento superior de Inteligência Estraté-gica na administração pública e,

em especial, nos órgãos ligados ao SISBIN.

O currículo do CSIE destina-se, principalmente, à formação do futuro analista de inteligên-cia, com vistas à produção de conhecimentos, como subsídios à formulação das políticas e es-tratégias no contexto do proces-so decisório governamental de alto nível, envolvendo, principal-mente, a segurança do Estado e da sociedade, bem como a salva-guarda de assuntos de interesse estratégico nacional. Diante dos riscos e ameaças provenientes do crime organizado de caráter internacional e do terrorismo, estão inseridos nessa grade a Inteligência de Segurança Pú-blica, a Inteligência Financeira, direcionada para a Previdência Social e o Ministério Público, além da Inteligência Econômica ou Empresarial.

A visão holística e o caráter multidisciplinar dos conheci-mentos necessários ao analis-ta do mais alto nível, diversos temas e assuntos derivados da Ciência Política, Sociologia, Eco-nomia, História, Relações Inter-nacionais, Estratégia e outros determinaram a inclusão no

(59)

conteúdo programático do CSIE, com a finalidade de proporcio-nar o embasamento teórico in-dispensável para fundamentar o instrumental de análise e de avaliação da conjuntura e de suas tendências.

Desse modo, a estrutura do currículo está ancorada em seis dimensões: Globalização, Segu-rança e Defesa, Desenvolvimen-to, Pensamento e Método de Planejamento da ESG, Doutrina de Inteligência e Aplicação. Es-sas dimensões moldam o cará-ter substantivo e metodológico do Curso.

A Globalização trata da serção do Brasil no cenário in-ternacional, de sua política ex-terna com as correspondentes condicionantes geopolíticas e da busca da integração regional, visando a um maior poder de transação junto a outros blocos ou potências.

A Segurança e Defesa envol-vem a salvaguarda e a proteção da sociedade e do Estado, sob o contexto das vulnerabilidades do País e dos riscos e ameaças a eles associados. Verificam, ainda, os instrumentos disponí-veis para a Defesa, contidos nas

Expressões do Poder Nacional, com ênfase na Militar, além dos recursos orçamentários para atender às necessidades de gas-tos com a Defesa.

O Desenvolvimento, aliado à Segurança, abrange os temas do planejamento governamental, das conjunturas econômicas na-cional e internana-cional, da ques-tão energética e da ambiental.

O Pensamento e o Método de Planejamento da ESG são comuns a todos os cursos da Escola, destacando-se a avalia-ção do Poder Nacional e de suas Expressões, notadamente a Po-lítica. Também é realçada a ma-croinstituição do Estado, posto que a Inteligência, como ativida-de especializada e como órgão ou serviço, tem o Estado como referência, constituindo-se num componente significativo do Po-der Nacional.

A Doutrina de Inteligência, que consta do currículo, abor-da os conceitos básicos, dos diversos tipos de inteligência, dos principais temas univer-sais sobre a matéria, desde os autores clássicos até os atu-ais. Inclui, também, o relacio-namento com a estratégia e

o planejamento de políticas públicas, com destaque para a análise, vista como um tra-balho de caráter fundamental-mente intelectual e calcado na metodologia científica.

Quanto ao aspecto metodo-lógico, trata, de forma introdu-tória, do desenvolvimento do pensamento lógico, de modo a reforçar a aplicação, pelos estagi-ários, do instrumental da razão e do raciocínio, despertando-lhes, ao mesmo tempo, o espírito crí-tico quanto aos conhecimentos desenvolvidos ou produzidos. Parte-se da premissa de que o assessoramento de alto nível, no âmbito do processo decisório nacional, deve estar apoiado em sólida base epistemológica, rela-tiva, particularmente, às ciências sociais.

Por fim, a Aplicação abrange o Projeto Interdisciplinar e re-presenta a Unidade de Estudos mais importante, pois se baseia na Metodologia para a Produção do Conhecimento de Inteligên-cia, cujo resultado final será for-malizado numa estimativa. Além dessa atividade, os estagiários realizam um Ensaio, trabalho de conclusão do curso, em

substi-Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

(60)

59

tuição à monografia, que se re-fere ao tema doutrinário, deman-dando um anteprojeto. Essa nova abordagem de caráter científico se dá devido à redução do perío-do de duração perío-do curso.

São previstas, ainda, na grade curricular uma Viagem de Estu-dos a Brasília/DF e a uma região do país, bem como Visitas de Estudos a entidades ligadas ao setor de Inteligência (como por exemplo, no Rio de Janeiro/RJ,

a Superintendência Estadual da ABIN, a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Petrobras). Tais atividades possibilitam aos estagiários ampliar o intercâmbio entre os órgãos, além de permi-tir-lhes conhecer, in loco, os prin-cipais problemas nacionais.

Ingresso

Basicamente, o CSIE é desti-nado aos órgãos e instituições

que integram o SISBIN. Os cri-térios para indicação e seleção também se encontram listados na Diretriz para o Processo

Se-letivo aos Cursos da ESG,

dispo-nível em sua página eletrônica. Os contatos para esclarecimen-tos e informações podem ser efetuados por intermédio da Assessoria de Seleção e Avalia-ção da Escola.

Auditório C - Marechal Cordeiro de Farias

Fonte: Acervo da Biblioteca General Cordeiro de Farias

(61)

Histórico

O Curso de Mobilização da Escola Superior de Guerra (ESG), origem do atual Curso de Lo-gística e Mobilização Nacional (CLMN), surgiu com o Decreto no 40.835, de 24 de janeiro de

1957, do então Presidente da República Juscelino Kubitschek, com a finalidade de “cooperar no estabelecimento da Doutrina de Mobilização Nacional e preparar civis e militares para as funções relacionadas”.

No entanto, funcionou so-mente durante os anos de 1958 e 1959 nas dependências da ESG. No período de 1960 a 1981, foi considerado apenas como uma disciplina curricular do an-tigo Curso de Estado-Maior e

Comando das Forças Armadas (CEMCFA).

O renascimento da Mobiliza-ção, como curso básico, ocorreu na Escola Nacional de Informa-ções (EsNI), em 1982, com as constantes viagens do Corpo Permanente a Brasília, a fim de ministrar o conteúdo progra-mático. Essa parceria ESG/EsNI igualmente teve vida curta, sen-do, em 1986, o último ano de funcionamento na capital da Re-pública. Pode-se atribuir ao in-sucesso da empreitada a vários fatores, como à ausência de vo-cação da localidade para o estu-do da Cratologia (Estuestu-do estu-do Po-der) e à possibilidade, na época, em se usar o Curso, por alguns, como “trampolim” para ingresso no funcionalismo federal sem o correspondente concurso públi-co de admissão.

Como esse importante tema não podia ser tratado de forma secundária, o seu retorno à ESG foi inevitável, porque o Rio de Janeiro era, e continua a ser um dos eixos do parque industrial brasileiro, além de abrigar um público interessado nos

aspec-tos adotados nas economias de guerra.

Em 1990, com a chegada do Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Ivo Seixas ao Comando da ESG, oficial-general que, na Aeronáuti-ca, se destacara por sua atuação na Logística Aeroespacial, a Mo-bilização Nacional, como curso, renasce de forma definitiva e são estabelecidas as bases e a imple-mentação do Curso de Logística e Mobilização da Expressão Militar do Poder, cujo funcionamento se deu a partir de 1991.

Em 1995, foi criada a Divisão de Assuntos de Logística e Mo-bilização (DALMob), passando a coordenar, no período de 1997 a 2001, o Curso Intensivo de Mo-bilização Nacional.

No momento em que a Lo-gística se posicionava no cená-rio competitivo das empresas e coadjuvada por seu valor vital no processo decisivo nos con-frontos bélicos, em 2002, a ESG reestrutura o seu currículo ao novo contexto e institui aquele que perdura até os dias atuais: o Curso de Logística e Mobilização Nacional (CLMN).

Cursos Regulares - Campus-Rio de Janeiro

Referências

Documentos relacionados

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

[r]

O Estudo de Caso analisou os fatores extra e intraescolares associados à eficácia escolar do Instituto de Educação Eber Teixeira de Figueiredo, instituição de ensino da

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, de 2007, e a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, instituída em 2009 foram a base

No primeiro capítulo a pesquisa se concentrou no levantamento de dados da escola no Projeto Político Pedagógico (PPP) e análise dos indicadores do SPAECE. No

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Na apropriação do PROEB em três anos consecutivos na Escola Estadual JF, foi possível notar que o trabalho ora realizado naquele local foi mais voltado à