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Academic year: 2021

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SALIbcIA P01IICAE PLExAo

Odette G.L.A.S. Campos, Angela C.S. Rodrigues, Beatriz O. Longo, Cacilda de

o.

Camargo, Devino

Zambonim, Marina B. Bazzolli UNESP - Araraquara e USP

o

objetivo deste trabalho

e

analisar a influencia da saliencia fonica sobre a presenca/ausencia de marcas de plural nos elementos que compoem 0 SN. 0 corpus analisado

e

formado por 15 gravacoes de 30 minutos que abrangem todos os tipos de inqueritos e as cinco capitais brasileiras compreendidas pelo projeto, perfazendo urn total de 450 minutos.

Pretende-se comparar os dados obtidos em nossa anali se com os de outras pesquisas realizadas no Brasil, com outras camadas socio-culturais, para observar-se se a atuacao deste principio relaciona-se

a

classe social dos falantes.

Cabemalgurnas observacoes a respeito dos criterios de selecao de ocorrencias adotados:

1 - Com relacao aos SNs complexos do tipo os donos de fil mes ou a maioria das pessoas, esclarece-se que cada urn dos SNs constituintes de SN complexo e considerado separadamente como dado de analise, desde que apresente marca formal de plural, 0

que leva

a

exclusao de sintagmas com marca semantica, do tipo a maioria de, grande quantidade de, uma porcao de.

2 - Sao considerados todos os SNs simples con tendo urn ele mento marcado semanticamente como plural como 10 elemento, ain da que 0 nome substantivo nao se flexione como em· doze livro.

3 - Os SNs cujos nucleos sao formados por nomes compostos sao descartados pelo fato de, em principio, estes exigirem urn tratamento especial, tendo em vista a natureza dos elementos

(2)

que entram na composicao.

4 - Sao tambem descartados os seguintes casos:

4.1 os SNs em que ocorre situacao de ambigftidade fo nica, isto e, em que nao se pode definir a existencia de marca

formal de pluralidade, como em: todas as secOes, aos seis as sessores, e, no dialeto carioca, as botas cheias, os jogad~ res.

08S:- No exemplo "paises subdesenvolvidos", paises e considera do forma plural porque, alem do

Isl

neutralizado, apr~ senta a vogal

lei

como indice de pluralidade.

4.2 - os SNs cujos nucleos sao formados por nomes pro

4.3 - os SNs cujos nucleos nominais sao constituidos de nomes que so ocorrem no plural: costas, ferias;

4.4 - os SNs com nucleos representado por pronomes pes soais: eles, elas;

4.5 - os SNs cujos nucleos nao vem expressos nem podem ser recuperados no contexto;

4.6 - os SNs cujos nucleos sao formados por estrangeiras: papas fritas.

Computados todos os SNs com, pelo menos, uma marca ~rmal de pluralidade, ou, mais especificamente, os constitui~ tes flexionaveis de todos os SNs plurais pertinentes, os resul tados obtidos sao os seguintes:

TA8ELA 1 - Resultado geral Total de ocorrencias: Formas flexionadas: Formas nao flexionadas:

3 011 2 923 88

Percentagem de formas flexionadas: 97% Percentagem de formas nao-flexionadas: 3%

(3)

o

principio da saliencia fonica foi introduzido por LEMLE e NARO entre 1974 e 1976. segundo este principio, as fo~ mas mais salientes e, consequentemente, mais perceptiveis tem maior probabilidade de serem formalmente marcadas do que as menos salientes. Inicialmente, este principio foi

apenas com relacao

a

flexao verbal. Em 1976, BRAGA e

verificaram ser possivel analisar a influencia deste princl pio na concordancia nominal. Outros estudos foram feitos por

(1980). Em 1981, NARO sugere que se considerem duas dimensoes no eixo da saliencia fonica: a diferenca material fonica ou os processos de formacao do plural, e a tonicidade(l). SCHERRE, em 1988, propOe uma terceira dimensao: 0 nUmero de silabas.

Pensa-se que,se 0 efeito do principio da Saliencia

Fonica for sempre positivo, podem-se estabelecer as seguintes hipOteses:

a - com relacao aos processes -erfofonolOqicos de formaCao do plural, espera-se que as formas que apresentam maior grau de diferenciacao de material fonico na relacao singular/plural tendam a ser mais marcadas do que as que apresentam menor dife renciacao.

Adotada uma escala de diferenciacao do material foni co em seis niveis (SCHERRE, 1988, p. 75-6), a variavel proce~ sos fica assim subdividida:

1 - marca dupla de plural: jornaizinhos, ovos; 2 - itens terminados em -1: casal/casais;

3 - itens em -ao(2); irmao/irmaos; coracao/coracOes; 4 - itens em -r: mulher/mulheres;

(4)

mais a aplicacao da regra, do que os proparoxitonos e paroxit£ nos, visto terem os oxitonoa acento na silaba que vai receber

3 - proparoxitonos: dialogo.

c - com relacao ao nu.ero de allabas do itell ainCJUlar, es

jam os mais marcados. Estabelece-se a seguinte cao:

3 - mais de tres silabas: anedota, palavra.

As tabelas 2, 3 e 4 apresentam os resultados dos ca! culos de freqCencia percentual e probabilidade de pluralizacao dos constituintes do SN para 0 grupo de fatores fonicos cons!

derados.

TABELA 2 - Indicacao de pluralidade no SN segundo os pr£ cessos morfofonologicos de formaCao de plural

FreqCencia Probabilidade 1 - duplo 11/11 = 100\

·

31 2 - -1 97/97

..

100\

·

67 3 - -ao 112/113 = 99\

·

54 4 - -r 110/110 ••100\

·

67 5 - -s 52/55 = 95\

·

28 6 - reaular 2541/2625 = 97\

·

54

(5)

TABELA 3 - Indicacao de pluralidade no 8N segundo a tonic! dade dos itens singulares

Freqdencia Probabilidade 1 - oxitono e monoss!. labo tonica 411/416 90%

.

71 2 - paroxitono e mo nossilabo atone 2392/2470 97% 39 3 - proparoxitono 120/125 96% 38

TABELA 4 - Indicacao de pluralidade no 8N segundo 0 nUmero

de silabas dos itens singulares

Freq6encia Probabilidade

1 - monossilabo 683/691 99% 44

2 - dissHabo 1033/1039 97% 49

3 - mais de duas sHa

bas 1237/1281 91%

.

57

1 - nas formas que possuem menor diferenciacao de material fonico na relacao singular/plural;

2 - numa escala descendente, nos itens paroxitonos e mono~ silabos atonos, de urn lado, e nos proparoxitonos de outro;

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3 - nos dissilabos e trissilabos, com indices de pluraliz~ cao ligeiramente inferior aos monossilabos.

Apenas 0 resultado relativo ao nUmero de silabas

item lexical singular aparece em desacordo com a hipOtese mulada, 0que pode estar associado ao fato de os artigos

tencerem

a

categoria dos monossilabos.

As tabelas 2, 3 e 4 apresentam tambem 0 resul tado do

tratamento probabilistico dos dados percentuais, efetuado com o objetivo de avaliar a importancia relativa de cada urn dos f~ tores, calculando a probabilidade com que a regra se aplica in dependentemente da amostragem definida e para toda a configur~ cao dos contextos pertinentes.

Feitos os testes de relevancia, os subfatores proce~

BOS morfofonologicos de formaCao do plural e nUmero de silabas do item lexical s~ngular resultam inoperantes; apenas a tonic! dade do item lexical singular se apresenta como subfator pert! hente. De fato, os oxitonos e monossilabos tonicos apresentam maior probabilidade de aplicaCao da regra padrao (.71) ja que o acento recai na silaba que recebe 0 morfema de plural; co~

trastam com os paroxitonos e monossilabos atones (.39) e prop~ roxitonos (.38).

do

for

Comparando estes dados com os de BRAGA e SCHERRE (1976), de BRAGA (1977), de SCHERRE (1978) e de CARVALHO NINA (1980), baseados em "corpora" de varias regioes do Brasil, a saber, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Par~ pode-se afirmar que o principio da saliencia fonica:

1 - atua, de urn modo geral, em falantes da classe media 2 - nao atua em falantes da classe baixa

3 - atua de forma incipiente em falantes de nivel sitario

(7)

Se, com os dados da classe media e baixa, SCHERRE concluiu que a classe baixa esta em estagio mais avancado do que a media no que diz respeito

a

reducao de marcas de plural no interior do SN, pode-se concluir, por outro lado, que a classe alta esta em estagio menos avancado do que a media, de vido ao proprio carater conservador desta classe.

Considerando os dados analisados, pode-se afirmar que, entre falantes cultos de nivel universitario, observa-se pouca atuacao do aspecto fonico entre os fatores que levam

a

falta de marcas dos elementos flexionaveis do SN. Isso se deve provavelmente ao fa to de os falantes culto~ por darem muita i~ portancia aos valores culturais e

a

tradicao gramatical, terem ~ internalizado as regras da lingua escrita. Os falantes cultos policiam-se muito mais do que os das demais classes sociais. Dai decorre a uniformidade do corpus analisado, em que ha ap~ nas 3% de "desvios" em relacao

a

regra padrao da lingua culta.

NO'l'AS

(1) Estes dados historicos constam do trabalho (1988) •

(2) Os itens terminados em -ao foram todos codificados como 3, independentemente de0plural se fazer com insercao de

-s, acompanhada ou nao de alteracao morfofonemica. (3) CAMARA Jr., 1970, p. 50-51.

(4) SCHERRE, 1988, p. 246.

BIBLIOGRAFIA

BRAGA, M.L. A concordancia de niimero no sintagma nominal no triangulo mineiro. Dissertacao de mestrado, PUC, Rio de Ja neiro, 1977. mimeo.

CAMARA JR., J.M. Estrutura da lingua portuguesa, Vozes, 1970.

(8)

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LEMLE, M. e NARO, A. J. Competencias basieas no portugues. Rio de Janeiro, MOBRAL/Fundacao Ford, 1977.

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SCHERRE, M. M. P. A regra de concorclincia de nu.ero no sintaCJIDB nominal em portuguese Dissertacao de mestrado, PUC, Rio de Janeiro, 1978. mimeo.

port~ 1988. gues. Tese de Doutorado, UFRJ, Faculdade de Letras,

Referências

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