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PROGRAMA DE FORMAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO: UM MILHÃO DE CISTERNAS RURAIS - P1MC

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE FORMAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL

PARA A CONVIVÊNCIA COM O SEMI-ÁRIDO:

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ARTICULAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO – ASA

A ASA é uma articulação que congrega, atualmente, 611 organizações da sociedade civil como as igrejas católicas e evangélicas, ONGs de desenvolvimento e ambientalistas, Associações de trabalhadores rurais e urbanos, Associações Comunitárias, Sindicatos e Federações de Trabalhadores Rurais, Movimentos Sociais e Organismos de Cooperação Internacional Públicos e Privados, que trabalham para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semi-árido brasileiro.

ENTIDADES COORDENADORAS

DIACONIA Entidade de Igrejas Evangélicas

FETAPE Federação de Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco

OXFAM Cooperação Internacional da Inglaterra UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância

Secretária Executiva: Silvia Alcântara Picchioni

GRUPO DE TRABALHO CISTERNAS - GTC TÉCNICO (A) INSTITUIÇÃO

Aldiza Soares PASTORAL DA CRIANÇA Antônio C. de Mello PATAC

Fabio Atanasio de Morais UNICEF Felipe Tenório Jalfim DIACONIA

Joaquim Cartaxo CETRA José Roberto de Lima ESQUEL

Luiz Cláudio Mattos ASPTA Maria Salete Pereira SOSE Nilton Freire de Melo MOC Silvio Rocha Santana ESQUEL

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APRESENTAÇÃO

A sociedade civil organizada no semi-árido brasileiro, por meio da Articulação

no Semi-Árido Brasileiro – ASA, consolidou em Agosto último, uma de suas

propostas permanentes de convivência com o semi-árido.

Para consecução desse trabalho, fez-se necessário percorrer todos os dez estados afetados pelo clima de semi-aridez, num processo de mobilização social intenso. Ocorreram reuniões estaduais e microrregionais envolvendo, em média, 50 organizações em cada um daqueles estados.

Não se tem notícia de uma proposta de política pública que tenha sido elaborada com este nível de participação popular. A inovação avança quando se propõe que o modelo de gestão a ser adotado pelo Programa, seja assumido integralmente pela mesma sociedade civil que o elaborou, acompanhado de um rigoroso sistema de controle social em seus diferentes níveis.

O Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o

Semi-Árido: Um Milhão de Cisternas Rurais – P1MC, consiste em estabelecer, junto

às comunidades rurais, um processo de capacitação que envolve, diretamente, 1.000.000 famílias, abordando a questão da convivência com o semi-árido, enfocando mais especificamente aspectos de gerenciamento de recursos hídricos, construção de cisternas, gerenciamento de recursos públicos e administração financeira dos recursos advindos do P1MC. Somente após este trabalho de mobilização, terá início a construção de 1.000.000 de cisternas ao longo de 5 anos para as famílias localizadas no meio rural do semi-árido brasileiro.

Assim, o desafio da ASA ao Governo Brasileiro é de que este seja um passo seguro, no sentido de unir esforços, para encerrar séculos de uma presença ostensiva da oligarquia no campo, que sempre tratou de manter seu poder ao longo do tempo, impedindo alterações no cenário da região. A participação popular nas decisões e encaminhamentos políticos para o semi-árido é uma forma de luta encampada pela

ASA, que busca a parceria com o Governo Federal, no sentido de garantir as

mudanças almejadas pela sociedade civil.

Este é o indicativo de caminho dado pela ASA, para minimizar os efeitos das secas, a mortalidade infantil e o sofrimento das mulheres, crianças e adolescentes ao carregarem água para suas casas. Espera-se contar com as adesões necessárias à consolidação da proposta. Salienta-se ainda que o processo de consolidação deste documento passou pelo referendum, no período de 27 a 29 de agosto de 2001, quando da realização do II Encontro Anual da ASA.

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BREVE RELATO DA EXPERIÊNCIA

No período de 15 a 26 de novembro de 1999, Recife foi sede da 3a

Conferência das Partes da Convenção de Combate à Desertificação e à Seca – COP3,

patrocinada pelas Nações Unidas. Na ocasião, a sociedade civil organizada e atuante na região semi-árido brasileiro, reproduzindo a experiência da RIO 92, promoveu o Fórum Paralelo da Sociedade Civil à COP3, onde aconteceram vários eventos como seminários, exposições, encontros, oficinas, conferências, exibições de vídeos, apresentações artísticas e culturais que contaram com a participação de diversas entidades dos cinco continentes. A repercussão deste evento assumiu grandes proporções em nível local e nacional, dando visibilidade às questões do semi-árido brasileiro.

Este processo foi coordenado pela Articulação no Semi-Árido Brasileiro –

ASA, que consolidou-se em fevereiro de 2000, enquanto espaço de articulação

política da sociedade civil e que tomou como base para a sua constituição. O resultado mais importante deste evento, que foi, sem dúvida, o documento síntese das discussões de grupos distintos da sociedade civil em torno do semi-árido intitulado Declaração do Semi-Árido . O mesmo foi elaborado em consenso com os diversos segmentos ali representados, tais como: ONGs de desenvolvimento e ambientalistas, movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais, igrejas católicas e evangélicas, agências de desenvolvimento, pesquisadores, etc. Na ocasião, surgiram as primeiras discussões sobre a possibilidade de acionar o Governo Federal, no sentido deste apoiar as iniciativas voltadas a tornar a cisterna uma realidade presente em todas as pequenas propriedades rurais do semi-árido.

Assim, representantes que acompanharam a visita do Ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, ao Fórum Paralelo das ONGs à COP3, reivindicaram a implantação de 1 milhão de cisternas para garantir água de qualidade, destinada ao consumo familiar no semi-árido. O ministro, publicamente, pronunciou-se disposto a “batalhar” por recursos para a realização dessa proposta, em função do baixo custo e dos benefícios sociais para o Nordeste.

Em fevereiro de 2000, a ASA promoveu um encontro, visando a constituição e funcionamento da articulação no Nordeste para debater sobre a região semi-árida e seu desenvolvimento. Este encontro permitiu estabelecer a formatação da Articulação, redigindo uma carta de princípios como documento síntese da sua conformação.

Na ocasião, um grupo de trabalho foi constituído para dar seguimento a esta linha de ação. Este grupo produziu um anteprojeto para garantir a continuidade do processo, visando a elaboração de um plano executivo para a construção de 1 milhão de cisternas (P1MC).

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transformou em um convênio firmado entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) a ASA, por meio da Diaconia, entidade indicada (pelo conjunto da Articulação) como responsável pela recepção e administração dos recursos, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância - Unicef.

A formalização do convênio exigiu das entidades um compromisso maior, visando a execução responsável e conseqüente das ações previstas. Este empenho, além de reforçar a relação das entidades que atuaram no GTC, representou o fortalecimento da própria ASA como ambiente de proposição de políticas públicas para o desenvolvimento do semi-árido.

Elaboração do Plano Executivo

A experiência das OSCs que trabalham no semi-árido com ações como a construção de cisternas, tem mostrado que, tanto as instituições quanto as comunidades, necessitam experimentos demonstrativos antes de adotar qualquer nova tecnologia ou novos comportamentos. Assim, o Convênio ASA/MMA, por meio das 500 cisternas construídas, permitiu realizar experimentos muito úteis para o processo de mobilização e sensibilização de comunidades e de instituições governamentais e não-governamentais. As construções destas cisternas permitiram também testar e confirmar hipóteses e modelos operacionais de atendimento, além de promover, desde já, a capacitação de técnicos, pedreiros, mestres-de-obra, das instituições e das famílias a serem beneficiadas pelo Programa.

Outro ponto importante, foi a possibilidade de se elaborar o "Projeto Executivo P1MC" dentro de uma ótica efetivamente participativa, capaz de envolver um número significativo de atores nesse processo, de forma que esse atores se sentissem co-responsáveis pelo Programa. Para tanto, foram criados o Grupo de Trabalho Cisterna – GTC, no âmbito da Diaconia, responsável direto pela elaboração do Plano Executivo, e os Grupos de Trabalho Estaduais - GTE, interfaces do GTC e responsáveis pelo processo de mobilização nos estados.

ASA

REGIONAL

ASA

ESTADUAL

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A participação foi garantida por meio das várias regiões que ocorreram para discutir localmente questões como: princípios e objetivos do Programa; o processo seletivo das comunidades e das famílias; as organizações representativas para assumirem o papel de executoras e/ou gestoras; e modelos de gestão locais. Ao nível estadual o GTE organizou reuniões micro-regionais e estaduais e, em alguns casos (que não foram poucos), ocorreram reuniões ao nível municipal.

Ou seja, o processo de elaboração deu-se em dois níveis: regional e estadual. Para facilitar essas reuniões, o GTC elaborou um documento-base, apresentando as primeiras propostas dos pontos acima descritos e o enviou para apreciação nos estados. O passo seguinte foi um discussão ampla desse documento num Seminário Regional, acontecido em Juazeiro-BA, com a participação de representantes dos GTEs de todos os 10 estados alvo do Programa e mais representantes de instituições governamentais como SUDENE, EMBRAPA e MMA. O documento resultante deste Seminário serviu como orientador dos Projetos Estaduais que, por sua vez, resultaram das diversas reuniões microrregionais, municipais e estaduais promovidas pelos GTEs. É importante frisar que nestas reuniões de âmbito local participaram representantes da sociedade civil organizada (comunidades, Associações, Sindicatos, ONGs, etc.) e, também, representantes dos poderes públicos (Secretários Municipais e vereadores).

Ao GTC coube sistematizar, negociar ajustes e complementar as informações desses Planos Estaduais. Assim, o Plano Executivo - P1MC, é o resultado deste rico processo, que mobilizou mais de 611 entidades em todo o semi-árido, com a participação efetiva de aproximadamente 2000 pessoas dos diferentes seguimentos sociais.

Com esse processo, criou-se uma grande expectativa no semi-árido de que a parceria entre sociedade civil e governo pode, efetivamente, transformar as políticas públicas voltadas ao bem-estar social no semi-árido. Com a sociedade mobilizada, as ações voltadas ao desenvolvimento regional poderão ser passíveis do "controle social" e, desta forma, beneficiar todos os segmentos da sociedade, eliminando o domínio secular de grupos que se apropriam dos recursos públicos voltados aquele fim. Esse processo de construção participativa tem ampliado o contato e estreitado relações entre as organizações sociais no semi-árido, promovendo uma maior discussão a respeito das possibilidades regionais. É visível que a mobilização resultante da construção participativa do P1MC tem criado uma aproximação entre os atores sociais e induzido a organização para o desenvolvimento regional. O Programa conta hoje com o apoio incondicional da sociedade civil organizada na ASA, no sentido de fazer com que, por meio do P1MC, as relações Governo/Sociedade sejam mediadas por critérios éticos e transparentes para a construção de um futuro digno à população local. A formação social presente neste Programa tende a ser o elo de ligação do povo sertanejo com o futuro.

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DESENHO ESQUEMÁTICO DA CONSTRUÇÃO DO P1MC

NÍVEL REGIONAL NÍVEL ESTADUAL

ELABORAÇÃO DA 1ª VERSÃO DO DOCUMENTO DE ORIENTAÇÃO (GTC) CONHECIMENTO E DISCUSSÃO SEMINÁRIO REGIONAL 2a PROPOSTA DO DOCUMENTO DE ORIENTAÇÃO ELABORAÇÃO DOS PROJETOS ESTADUAIS

DISSEMINAÇÃO DO

PROGRAMA

REUNIÃO FINAL DE FECHAMENTO

PROGRAMA

GLOBAL

Sistematizar Negociar Ajustes Completar Informações

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Carta De Princípios da Articulação no Semi-árido / ASA

1. A Articulação no Semi-árido – ASA – é o espaço de articulação política regional da sociedade civil organizada, no semi-árido brasileiro.

2. São membros ou parceiros da ASA toda as entidades ou organizações da sociedade civil que aderem à “Declaração do Semi-árido” (Recife 1999) e à presente Carta de Princípios;

3. A ASA é apartidária e sem personalidade jurídica e rege-se por mandato próprio; respeita totalmente a individualidade e identidade de seus membros e estimula o fortalecimento ou surgimento de outras redes de nível estadual, local ou temático, adotando o princípio de liderança compartilhada;

4. A ASA se fundamenta no compromisso com as necessidades, potencialidades e interesses das populações locais, em especial os agricultores e agricultoras familiares, baseado em: a) conservação, uso sustentável e recomposição ambiental dos recursos naturais do semi-árido; b) a quebra do monopólio de acesso à terra, água e outros meios de produção – de forma que esses elementos, juntos, promovam o desenvolvimento humano sustentável do semi-árido;

5. A ASA busca contribuir para a implementação de ações integradas para o semi-árido, fortalecendo inserções de natureza política, técnica e organizacional, demandadas das entidades que atuam nos níveis locais; apoia a difusão de métodos, técnicas e procedimentos que contribuam para a convivência com o semi-árido;

6. A ASA se propõe a sensibilizar a sociedade civil, os formadores de opinião e os decisores políticos para uma ação articulada em prol do desenvolvimento sustentável, dando visibilidade às potencialidades do semi-árido;

7. A ASA busca contribuir para a formulação de políticas estruturadoras para o desenvolvimento do semi-árido, bem como monitorar a execução das políticas públicas;

8. A ASA se propõe a influenciar os processos decisórios das COPs – Conferências das Partes da Conservação de Combate à Desertificação, das Nações Unidas, para fortalecer a implementação das propostas da Sociedade Civil para o semi-árido, e busca articular-se aos outros Fóruns Internacionais de luta contra desertificação.

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