Direito das Coisas
Prof. Marcelo Jesus
Da Posse
• Conceito
O Código Civil define a posse
como sendo o exercício de fato, pleno, ou
não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade, em nome próprio e com
autonomia (art. 1.196 e 1.198).
Da Posse
• Sobre a posse existem duas teorias principais:
• Teoria subjetiva de Savigny – Elementos: corpus e animus
domini;
• Teoria objetiva de Ihering – Elemento: corpus. O animus
encontra-se ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa; deve-se ter em vista a destinação econômica do bem.
Classificação da Posse
• Quanto à extensão da garantia possessória:
• indireta ou mediata- É a daquele que cede o uso do bem. Ex.: posse do locador.
• direta ou imediata- É a daquele que detém materialmente a coisa. Ex.: posse do locatário.
• Quanto à simultaneidade do exercício (composse, compossessão ou posse em comum):
• composse pro diviso
• composse pro indiviso - “Se duas ou mais pessoas
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores” (art. 1.199).
Classificação da Posse
• - Quanto aos vícios objetivos (art. 1.200CC):
• justa - a que não é violenta, clandestina, ou precária; • injusta - a que é violenta, clandestina ou precária.
• - Quanto à subjetividade (art. 1.201CC):
• de boa-fé - é aquela em que o possuidor ignora o vício, ou o
obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído.
• de má-fé - é aquela em que o possuidor conhece o vício, ou o
obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído.
Classificação da Posse
• - Quanto aos efeitos:
• ad interdicta - é a que pode ser amparada
pelos interditos possessórios, nos casos de
esbulho, turbação ou ameaça. A posse do
locatário é apenas ad interdicta.
• ad usucapionem - quando for capaz de dar
origem ao usucapião da coisa, desde que
observados os requisitos legais.
Aquisição da Posse
• De acordo com o Código Civil “adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos
poderes inerentes à propriedade” (art. 1.204 CC).
• A aquisição pode ser por modo originário (quando não há transmissão da posse em relação ao possuidor anterior) ou derivado (quando ocorre a referida transmissão, portanto se exige a existência de um possuidor anterior).
• Atos que não induzem posse (art. 1208 CC): atos de mera permissão ou tolerância - Decorrem de um consentimento expresso ou de concessão do dono, sendo revogáveis pelo concedente. Não induzem posse em razão da precariedade; atos violentos, ou clandestinos – Não induzem posse, senão depois de cessada a violência, ou a clandestinidade. Deve ser entendido como não induzem posse ad usucapionem
Aquisição da Posse
• Quem pode adquirir a posse (art. 1205 CC): a própria pessoa que a pretende; um representante da pessoa que a pretende; terceiro sem mandato (gestor de negócios), dependendo de ratificação.
• Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. (art. 1203 CC).
• A posse transmite-se com os mesmos caracteres aos herdeiros e legatários do possuidor. (art. 1206 CC)
• - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor (sucessão); e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à de seu antecessor, para os efeitos legais (união). (art. 1207 CC).
• - A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem (art. 1209 CC). extensão da posse.
Efeitos da Posse
• utilização dos interditos, “O possuidor tem direito a
ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência
iminente, se tiver justo receio de ser molestado”(art.
1210 CC); e, em alguns casos utilização da
autodefesa, (art. 1210, § 1º CC) legítima defesa da
posse ou desforço imediato.
• percepção dos frutos, indenização e retenção por
benfeitorias e responsabilidade pelas deteriorações;
sendo que, nestes casos convém se fazer uma
Perda da Posse
• Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa,
embora contra a vontade do possuidor, o
poder sobre o bem, ao qual se refere o art.
1.196.
• Art. 1.224. Só se considera perdida a posse
para quem não presenciou o esbulho, quando,
tendo notícia dele, se abstém de retornar a
coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido
Dos Direitos Reais
• Características:
• - relação entre pessoa e coisa - seu exercício
independe da colaboração de terceiro;
• - absoluto e oponível erga omnes
• - aderência à coisa, do que decorre a
ambulatoriedade e o direito de seqüela;
• - exclusividade;
• - limitação pela lei (taxatividade) e tipicidade;
• - possuem sujeito passivo indeterminado
Dos Direitos Reais
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese;
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia
XII - a concessão de direito real de uso e
Dos Direitos Reais
• Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas
móveis, quando constituídos, ou transmitidos
por atos entre vivos, só se adquirem com a
tradição.
• Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis
constituídos, ou transmitidos por atos entre
vivos, só se adquirem com o registro no
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos
títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos
expressos neste Código
Direitos Reais - Propriedade
• A Propriedade É o direito de usar (tirar da
coisa todas as utilidades que ela pode prestar,
sem que haja modificação de sua substância),
gozar (percepção de frutos e utilização dos
produtos da coisa) e dispor (poder de alienar,
gravar, consumir, submeter ao serviço de
outrem etc.) da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem injustamente a possua ou
detenha (direito de sequela). (art. 1.228CC)
Direitos Reais - Propriedade
• Limitações ao uso da propriedade:
• Limitações legais: (art.1228 § 1º, CC) O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
• (art.1228 § 2º, CC) São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
• (art.1228 § 3º, CC) O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de
Direitos Reais - Propriedade
• limitações específicas à propriedade do solo, a qual abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e
profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o
proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las (art. 1229 CC), não abrangendo, também, as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. (art. 1230 CC).
• Regra geral a propriedade se presume, de modo relativo,
plena e exclusiva, sendo a limitação a exceção (art. 1231 CC), assim como os frutos e produtos da coisa pertencem ao seu proprietário, ainda quando separados, se não houver preceito jurídico especial que os reconheçam pertencerem a outrem (art. 1232 CC)
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
I - Registro do título translativo na circunscrição
imobiliária competente;
II - Acessão;
III - Usucapião;
IV - Direito hereditário (objeto do direito das
sucessões)
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
• I - Registro do título
• No direito brasileiro não basta o contrato para
transferir a propriedade imóvel. Para tanto,
exige-se, ainda, o registro do título aquisitivo
na circunscrição imobiliária competente.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
• II – Acessão
• “Modo originário de adquirir, em virtude do qual fica
pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou
se incorpora ao seu bem” (Clóvis Beviláqua).
• Modalidades: acessão natural (advém de
acontecimento natural) e acessão artificial ou
industrial (resulta de trabalho do homem, ocorre com
a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor).
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel • Acessões naturais:
• a) formação de ilhas em rios não-navegáveis (correntes comuns) ou particulares :
• b) aluvião - acréscimos de terras às margens de uma
corrente, mediante sucessivos e imperceptíveis depósitos ou aterros naturais (aluvião própria) ou desvio de águas (aluvião imprópria).
• c) avulsão – ocorre quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro. • d) abandono de álveo - Álveo é o leito do rio ou a superfície
que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto.
Proprietário “A”
aluvião própria
Pertencem aos
Proprietário “A”
Proprietário “A”
Proprietário “B”
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
• Acessões artificiais: Se processam de móvel a
imóvel. São as construções e as plantações,
no que pertine à aquisição da propriedade
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
Usucapião
• ”Modo originário de aquisição do domínio, através da
posse mansa, contínua e pacífica, por determinado
espaço de tempo, fixado na lei” (Silvio Rodrigues).
• Admite-se a usucapião de direitos reais
exteriorizáveis sobre bens prescritíveis, tais como:
propriedade, servidões (exceto as não aparentes),
enfiteuse, usufruto, superfície, uso e habitação.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião
a) usucapião ordinária:
- prazo: 10 (dez) anos; será de 05 (cinco) anos esse prazo, se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada
posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico;
- posse incontestada, acompanhada de justo título (ainda que contenha algum vício ou irregularidade) e boa-fé;
- continuidade da posse; - animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
Usucapião
b) usucapião extraordinária:
- prazo: 15 (quinze) anos; será de 10 (dez) anos esse
prazo, se o possuidor houver estabelecido no imóvel
a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou
serviços de caráter produtivo;
- posse mansa e pacífica, independente de justo título
e boa-fé;
- continuidade da posse;
- animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião
c) usucapião especial ou constitucional: I – urbano (pro misero ou social urbano). Requisitos:
- imóvel urbano com até 250 m², que não seja público; - não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural; - exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos; - posse mansa e pacífica;
- utilização para moradia do usucapiente ou de sua família; - não exige justo título, nem boa-fé;
- animus domini;
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel
Usucapião
c) usucapião especial ou constitucional:
II - rural (pro labore ou agrário):
- imóvel rural com até 50 ha, que não seja público;
- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural;
- exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos;
- posse mansa e pacífica;
- tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua
família, bem como ter nela sua moradia;
- não exige justo título, nem boa-fé;
- animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Imóvel Usucapião
O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01), instituiu nova
modalidade de usucapião, denominada “usucapião especial coletiva de imóvel urbano”
“Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos
ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel
I - ocupação;
- ocupação propriamente dita - tem por objeto seres
vivos e coisas inanimadas, manifestando-se,
principalmente, na caça e pesca;
- descoberta - é o achado de coisa alheia perdida.
II - especificação;
III - confusão, comissão e adjunção;
IV – usucapião:
Confusão
mistura de
coisas líquidas
mistura de coisas
sólidas ou secas
Comissão
justaposição de uma coisa à outra, sem
que, em qualquer caso, seja possível
destacar a acessória da principal, sem
deterioração.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel IV – usucapião:
a) usucapião ordinária: - prazo: 3 (três) anos
- posse mansa e pacífica, acompanhada de justo título e boa-fé; - continuidade da posse;
- animus domini.
b) usucapião extraordinária: - prazo: 05 (cinco) anos.
- posse mansa e pacífica, independente de justo título e boa-fé que, em tal caso, se presume (presunção juris et de jure);
- continuidade da posse; - animus domini.
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel
V – tradição (arts. 1267/1268 CC);
Espécies:
- real - quando há entrega material da coisa;
- simbólica - quando se dá através de ato que
representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das
chaves de um carro;
- ficta - quando se ultima pelo constituto possessório,
ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao
adquirente do direito à restituição da coisa, que se
encontra em poder de terceiro, caso em que a
Direitos Reais - Propriedade
Aquisição da Propriedade Móvel
V – tradição (arts. 1267/1268 CC);
Espécies:
- real - quando há entrega material da coisa;
- simbólica - quando se dá através de ato que
representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das
chaves de um carro;
- ficta - quando se ultima pelo constituto possessório,
ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao
adquirente do direito à restituição da coisa, que se
encontra em poder de terceiro, caso em que a
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
• Direito de Superfície
(arts. 1369 e
ss. CC)
• Conceito O direito de superfície “... consiste
no direito real de construir, assentar qualquer
obra, ou plantar em solo alheio” (Clóvis
Bevilaqua). Enquanto perdurar o direito de
superfície, a construção ou plantação
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Direito de Superfície
(arts. 1369 e ss. CC)as partes podem ser denominadas proprietário, concedente ou fundieiro
(dono do terreno) e superficiário ou concessionário (dono da construção ou da plantação);
- abrange o direito de utilizar o solo e o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no instrumento respectivo; não autoriza, entretanto, obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão;
– por tempo determinado;
– gratuito ou oneroso, não se podendo, todavia, estipular pagamento por sua transferência; no caso de ser oneroso, as partes devem estipular se o
pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente; – transmissível inter vivos ou causa mortis;
– extinto o direito de superfície, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, a construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
• Servidão
• Conceito: é o “o direito real constituído em
favor de um prédio (o dominante), sobre outro
prédio (o serviente), pertencente a dono
diverso”. Por ela se proporciona utilidade para
o prédio dominante e gravame para o prédio
serviente, pertencente a dono diverso.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Servidão
Características:
- relação entre prédios vizinhos, embora a contigüidade não seja essencial;
- não pode recair sobre prédio do próprio titular; - serve à coisa e não ao dono;
- não se pode de uma servidão constituir outra, de modo que o dono do prédio dominante não tem direito de estendê-la ou ampliá-la a outras propriedades;
- a servidão não se presume; - indivisível;
- perpétua; - acessória; - inalienável.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Servidão
Classificação
- Quanto ao modo de exercício: contínuas (quando se
exercerem ou se puderem exercer independentemente de ato humano direto. Ex.: servidão de aqüeduto) e descontínuas
(quando seu exercício é intermitente, sofrendo interrupções. Ex.: servidão de trânsito).
- Quanto à exteriorização: aparentes (as que se revelam por
obras ou sinais exteriores, que sejam visíveis e permanentes. Ex.: servidão de aqüeduto) e não-aparentes (as que não se revelam externamente. Ex.: servidão de não construir além de determinada altura).
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Servidão
Constituição
- ato jurídico inter vivos e causa mortis.
- sentença judicial
- usucapião
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Usufruto
Conceito: É o “direito real de fruir as utilidades e frutos de uma coisa,
enquanto temporariamente destacados da propriedade”, sem alterar-lhe a substância.
Sujeitos
- usufrutuário (aquele que detém os poderes de usar e gozar da coisa, explorando-a economicamente);
- nu proprietário (aquele que detém o direito à substância da coisa, tendo
apenas a sua nua propriedade, despojada, temporariamente, dos poderes de gozo e fruição).
Objeto: “O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em
parte, os frutos e utilidades”. (art. 1.390, CC/2002). A lei ainda admite que o usufruto recaia sobre bens incorpóreos (p. ex.: títulos de crédito), coisas que não dão frutos, mas produtos (como as minas e as florestas), e coisas consumíveis. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos.
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Usufruto
Características:
- Direito real sobre coisa alheia, de uso e gozo.
- Temporário,
- Inalienável,
- Intransmissível,
- Impenhorável, em razão de sua inalienabilidade.
Entretanto, seu exercício pode ser objeto de
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Usufruto
Classificação:
- Quanto ao objeto:
a) próprio - tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis; b) impróprio - recai sobre bens fungíveis ou consumíveis. Neste
caso, tem-se o chamado “quase-usufruto”. - Quanto à extensão:
a) universal (recai sobre uma universalidade de bens) ou particular (recai sobre um ou vários bens determinados); b) pleno (abrange todos os frutos e utilidades que a coisa
produz) ou restrito (se são excluídas algumas utilidades que a coisa produz).
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Usufruto
Classificação:
- Quanto à duração:
a) temporário - dura por período de tempo preestabelecido;
b) vitalício - dura até a morte do usufrutuário ou enquanto não sobrevier causa legal extintiva.
- Outras espécies:
a) usufruto sucessivo - o que é instituído em favor de um indivíduo para que se transmita após a sua morte. Não permitido em face do ordenamento em vigor;
b) usufruto simultâneo - o que é constituído em favor de dois ou mais
indivíduos, que devem exercê-lo simultaneamente. Neste caso, extinguir-se-á parte a parte em relação a cada um dos que faleceram, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente (direito de acrescer).
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Usufruto
Extinção:
- pela morte do usufrutuário;
Exceção: direito de acrescer.
- pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a exercer;
- pelo advento do termo de sua duração; - pela cessação do motivo de que se origina; - pela consolidação;
- por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei;
- pela destruição da coisa,
- pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor; - pela renúncia;
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Usufruto
Extinção:
- pela morte do usufrutuário;
Exceção: direito de acrescer.
- pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a exercer;
- pelo advento do termo de sua duração; - pela cessação do motivo de que se origina; - pela consolidação;
- por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei;
- pela destruição da coisa,
- pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor; - pela renúncia;
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Uso
• direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender às próprias necessidades e às de sua família • Caracteres: - direito real; - temporário; - indivisível; - intransmissível; - personalíssimo
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Uso
• Constituição e Extinção = utilizam-se, no que couber, as disposições relativas ao Usufruto
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Habitação
• direito real temporário de habitar gratuitamente casa
alheia, não podendo o titular desse direito alugá-la,
ou emprestá-la, mas simplesmente ocupá-la com sua
família
• Caracteres: direito real limitado, personalíssimo,
gratuito, temporário, indivisível e intransmissível
• tributos que recaírem sobre o imóvel - habitador
• Se o direito real de habitação for conferido a mais de
uma pessoa
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Habitação
• Constituição e extinção – aplicam-se, no que couber,
as disposições relativas ao usufruto e ao uso.
• Art. 1831 CC
Ao Cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será deferido direito real de habitação, relativamente ao bem imóvel utilizado para residência dafamília, contanto que seja o único desta espécie a se inventariar
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Direito Real do Promitente Comprador
• Arts. 1417 e 1418 CC
• Caracteres:
– Direito real
– Oponível erga omnes ( somente depois de
registrado)
– Adjudicação compulsória
– Transmissibilidade
Direitos Reais Sobre Coisa Alheia
Direito Real do Promitente Comprador
• Arts. 1417 e 1418 CC
• Constituição:
Instrumento público ou particular, sem cláusula
de arrependimento, registrado no Cartório de
Registro de Imóveis
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Arts. 1419 e 1430 CC
• Conceito:
é o que confere ao seu titular a prerrogativa de obter o
pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de
um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor,
anticrese ou hipoteca, o bem dado em
garantia fica sujeito, por vínculo real, ao
cumprimento da obrigação
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá
empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens
que se podem alienar poderão ser dados em penhor,
anticrese ou hipoteca.
•
§ 1o A propriedade superveniente torna eficaz,
desde o registro, as garantias reais estabelecidas por
quem não era dono.
•
§ 2o A coisa comum a dois ou mais
proprietários não pode ser dada em garantia real, na
sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas
cada um pode individualmente dar em garantia real a
parte que tiver.
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais
prestações da dívida não importa exoneração
correspondente da garantia, ainda que esta
compreenda vários bens, salvo disposição
expressa no título ou na quitação.
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm
o direito de excutir a coisa hipotecada ou
empenhada, e preferir, no pagamento, a outros
credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade
no registro.
•
Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a
reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for
paga; extingue-se esse direito decorridos quinze
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese
ou hipoteca declararão, sob pena de não
terem eficácia: (especialização)
•
I - o valor do crédito, sua estimação, ou
valor máximo;
•
II - o prazo fixado para pagamento;
•
III - a taxa dos juros, se houver;
•
IV - o bem dado em garantia com as suas
especificações
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
•
I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o
bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o
devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;
•
II - se o devedor cair em insolvência ou falir;
•
III - se as prestações não forem pontualmente
pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado
o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior
da prestação atrasada importa renúncia do credor ao
seu direito de execução imediata;
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
• IV - se perecer o bem dado em garantia, e não
for substituído;
• V - se se desapropriar o bem dado em
garantia, hipótese na qual se depositará a
parte do preço que for necessária para o
pagamento integral do credor
Direitos Reais de Garantia
Disposições Gerais
• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
• § 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no
ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo
reembolso .
• § 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a
desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos.