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Direito das Coisas. Prof. Marcelo Jesus

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(1)

Direito das Coisas

Prof. Marcelo Jesus

(2)

Da Posse

• Conceito

O Código Civil define a posse

como sendo o exercício de fato, pleno, ou

não, de algum dos poderes inerentes à

propriedade, em nome próprio e com

autonomia (art. 1.196 e 1.198).

(3)

Da Posse

• Sobre a posse existem duas teorias principais:

• Teoria subjetiva de Savigny – Elementos: corpus e animus

domini;

• Teoria objetiva de Ihering – Elemento: corpus. O animus

encontra-se ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa; deve-se ter em vista a destinação econômica do bem.

(4)

Classificação da Posse

• Quanto à extensão da garantia possessória:

• indireta ou mediata- É a daquele que cede o uso do bem. Ex.: posse do locador.

• direta ou imediata- É a daquele que detém materialmente a coisa. Ex.: posse do locatário.

• Quanto à simultaneidade do exercício (composse, compossessão ou posse em comum):

• composse pro diviso

• composse pro indiviso - “Se duas ou mais pessoas

possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores” (art. 1.199).

(5)

Classificação da Posse

• - Quanto aos vícios objetivos (art. 1.200CC):

• justa - a que não é violenta, clandestina, ou precária; • injusta - a que é violenta, clandestina ou precária.

• - Quanto à subjetividade (art. 1.201CC):

• de boa-fé - é aquela em que o possuidor ignora o vício, ou o

obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído.

• de má-fé - é aquela em que o possuidor conhece o vício, ou o

obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído.

(6)

Classificação da Posse

• - Quanto aos efeitos:

• ad interdicta - é a que pode ser amparada

pelos interditos possessórios, nos casos de

esbulho, turbação ou ameaça. A posse do

locatário é apenas ad interdicta.

• ad usucapionem - quando for capaz de dar

origem ao usucapião da coisa, desde que

observados os requisitos legais.

(7)

Aquisição da Posse

• De acordo com o Código Civil “adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos

poderes inerentes à propriedade” (art. 1.204 CC).

• A aquisição pode ser por modo originário (quando não há transmissão da posse em relação ao possuidor anterior) ou derivado (quando ocorre a referida transmissão, portanto se exige a existência de um possuidor anterior).

• Atos que não induzem posse (art. 1208 CC): atos de mera permissão ou tolerância - Decorrem de um consentimento expresso ou de concessão do dono, sendo revogáveis pelo concedente. Não induzem posse em razão da precariedade; atos violentos, ou clandestinos – Não induzem posse, senão depois de cessada a violência, ou a clandestinidade. Deve ser entendido como não induzem posse ad usucapionem

(8)

Aquisição da Posse

• Quem pode adquirir a posse (art. 1205 CC): a própria pessoa que a pretende; um representante da pessoa que a pretende; terceiro sem mandato (gestor de negócios), dependendo de ratificação.

• Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. (art. 1203 CC).

• A posse transmite-se com os mesmos caracteres aos herdeiros e legatários do possuidor. (art. 1206 CC)

• - O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor (sucessão); e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à de seu antecessor, para os efeitos legais (união). (art. 1207 CC).

• - A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem (art. 1209 CC). extensão da posse.

(9)

Efeitos da Posse

• utilização dos interditos, “O possuidor tem direito a

ser mantido na posse em caso de turbação,

restituído no de esbulho, e segurado de violência

iminente, se tiver justo receio de ser molestado”(art.

1210 CC); e, em alguns casos utilização da

autodefesa, (art. 1210, § 1º CC) legítima defesa da

posse ou desforço imediato.

• percepção dos frutos, indenização e retenção por

benfeitorias e responsabilidade pelas deteriorações;

sendo que, nestes casos convém se fazer uma

(10)

Perda da Posse

• Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa,

embora contra a vontade do possuidor, o

poder sobre o bem, ao qual se refere o art.

1.196.

• Art. 1.224. Só se considera perdida a posse

para quem não presenciou o esbulho, quando,

tendo notícia dele, se abstém de retornar a

coisa, ou, tentando recuperá-la, é

violentamente repelido

(11)

Dos Direitos Reais

• Características:

• - relação entre pessoa e coisa - seu exercício

independe da colaboração de terceiro;

• - absoluto e oponível erga omnes

• - aderência à coisa, do que decorre a

ambulatoriedade e o direito de seqüela;

• - exclusividade;

• - limitação pela lei (taxatividade) e tipicidade;

• - possuem sujeito passivo indeterminado

(12)

Dos Direitos Reais

Art. 1.225. São direitos reais:

I - a propriedade;

II - a superfície;

III - as servidões;

IV - o usufruto;

V - o uso;

VI - a habitação;

VII - o direito do promitente comprador do imóvel;

VIII - o penhor;

IX - a hipoteca;

X - a anticrese;

XI - a concessão de uso especial para fins de moradia

XII - a concessão de direito real de uso e

(13)

Dos Direitos Reais

• Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas

móveis, quando constituídos, ou transmitidos

por atos entre vivos, só se adquirem com a

tradição.

• Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis

constituídos, ou transmitidos por atos entre

vivos, só se adquirem com o registro no

Cartório de Registro de Imóveis dos referidos

títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos

expressos neste Código

(14)

Direitos Reais - Propriedade

• A Propriedade  É o direito de usar (tirar da

coisa todas as utilidades que ela pode prestar,

sem que haja modificação de sua substância),

gozar (percepção de frutos e utilização dos

produtos da coisa) e dispor (poder de alienar,

gravar, consumir, submeter ao serviço de

outrem etc.) da coisa, e o direito de reavê-la

do poder de quem injustamente a possua ou

detenha (direito de sequela). (art. 1.228CC)

(15)

Direitos Reais - Propriedade

• Limitações ao uso da propriedade:

• Limitações legais: (art.1228 § 1º, CC) O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o

patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

• (art.1228 § 2º, CC) São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.

• (art.1228 § 3º, CC) O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de

(16)

Direitos Reais - Propriedade

• limitações específicas à propriedade do solo, a qual abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e

profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o

proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las (art. 1229 CC), não abrangendo, também, as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais. (art. 1230 CC).

• Regra geral a propriedade se presume, de modo relativo,

plena e exclusiva, sendo a limitação a exceção (art. 1231 CC), assim como os frutos e produtos da coisa pertencem ao seu proprietário, ainda quando separados, se não houver preceito jurídico especial que os reconheçam pertencerem a outrem (art. 1232 CC)

(17)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

I - Registro do título translativo na circunscrição

imobiliária competente;

II - Acessão;

III - Usucapião;

IV - Direito hereditário (objeto do direito das

sucessões)

(18)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

• I - Registro do título 

• No direito brasileiro não basta o contrato para

transferir a propriedade imóvel. Para tanto,

exige-se, ainda, o registro do título aquisitivo

na circunscrição imobiliária competente.

(19)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

• II – Acessão 

• “Modo originário de adquirir, em virtude do qual fica

pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou

se incorpora ao seu bem” (Clóvis Beviláqua).

• Modalidades: acessão natural (advém de

acontecimento natural) e acessão artificial ou

industrial (resulta de trabalho do homem, ocorre com

a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor).

(20)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel  • Acessões naturais:

• a) formação de ilhas em rios não-navegáveis (correntes comuns) ou particulares :

• b) aluvião - acréscimos de terras às margens de uma

corrente, mediante sucessivos e imperceptíveis depósitos ou aterros naturais (aluvião própria) ou desvio de águas (aluvião imprópria).

• c) avulsão – ocorre quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro. • d) abandono de álveo - Álveo é o leito do rio ou a superfície

que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto.

(21)

Proprietário “A”

(22)

aluvião própria

Pertencem aos

(23)

Proprietário “A”

(24)

Proprietário “A”

Proprietário “B”

(25)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

• Acessões artificiais: Se processam de móvel a

imóvel. São as construções e as plantações,

no que pertine à aquisição da propriedade

(26)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

Usucapião 

• ”Modo originário de aquisição do domínio, através da

posse mansa, contínua e pacífica, por determinado

espaço de tempo, fixado na lei” (Silvio Rodrigues).

• Admite-se a usucapião de direitos reais

exteriorizáveis sobre bens prescritíveis, tais como:

propriedade, servidões (exceto as não aparentes),

enfiteuse, usufruto, superfície, uso e habitação.

(27)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel  Usucapião 

a) usucapião ordinária:

- prazo: 10 (dez) anos; será de 05 (cinco) anos esse prazo, se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada

posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem

estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico;

- posse incontestada, acompanhada de justo título (ainda que contenha algum vício ou irregularidade) e boa-fé;

- continuidade da posse; - animus domini.

(28)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

Usucapião 

b) usucapião extraordinária:

- prazo: 15 (quinze) anos; será de 10 (dez) anos esse

prazo, se o possuidor houver estabelecido no imóvel

a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou

serviços de caráter produtivo;

- posse mansa e pacífica, independente de justo título

e boa-fé;

- continuidade da posse;

- animus domini.

(29)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel  Usucapião 

c) usucapião especial ou constitucional: I – urbano (pro misero ou social urbano). Requisitos:

- imóvel urbano com até 250 m², que não seja público; - não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural; - exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos; - posse mansa e pacífica;

- utilização para moradia do usucapiente ou de sua família; - não exige justo título, nem boa-fé;

- animus domini;

(30)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel 

Usucapião 

c) usucapião especial ou constitucional:

II - rural (pro labore ou agrário):

- imóvel rural com até 50 ha, que não seja público;

- não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural;

- exercício ininterrupto da posse por cinco (05) anos;

- posse mansa e pacífica;

- tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua

família, bem como ter nela sua moradia;

- não exige justo título, nem boa-fé;

- animus domini.

(31)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Imóvel  Usucapião 

O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01), instituiu nova

modalidade de usucapião, denominada “usucapião especial coletiva de imóvel urbano”

“Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos

ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

(32)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Móvel 

I - ocupação;

- ocupação propriamente dita - tem por objeto seres

vivos e coisas inanimadas, manifestando-se,

principalmente, na caça e pesca;

- descoberta - é o achado de coisa alheia perdida.

II - especificação;

III - confusão, comissão e adjunção;

IV – usucapião:

(33)

Confusão

mistura de

coisas líquidas

mistura de coisas

sólidas ou secas

Comissão

(34)

justaposição de uma coisa à outra, sem

que, em qualquer caso, seja possível

destacar a acessória da principal, sem

deterioração.

(35)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Móvel  IV – usucapião:

a) usucapião ordinária: - prazo: 3 (três) anos

- posse mansa e pacífica, acompanhada de justo título e boa-fé; - continuidade da posse;

- animus domini.

b) usucapião extraordinária: - prazo: 05 (cinco) anos.

- posse mansa e pacífica, independente de justo título e boa-fé que, em tal caso, se presume (presunção juris et de jure);

- continuidade da posse; - animus domini.

(36)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Móvel 

V – tradição (arts. 1267/1268 CC);

Espécies:

- real - quando há entrega material da coisa;

- simbólica - quando se dá através de ato que

representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das

chaves de um carro;

- ficta - quando se ultima pelo constituto possessório,

ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao

adquirente do direito à restituição da coisa, que se

encontra em poder de terceiro, caso em que a

(37)

Direitos Reais - Propriedade

Aquisição da Propriedade Móvel 

V – tradição (arts. 1267/1268 CC);

Espécies:

- real - quando há entrega material da coisa;

- simbólica - quando se dá através de ato que

representa a entrega da coisa. Ex.: entrega das

chaves de um carro;

- ficta - quando se ultima pelo constituto possessório,

ou pela traditio brevi manu, ou na cessão ao

adquirente do direito à restituição da coisa, que se

encontra em poder de terceiro, caso em que a

(38)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

• Direito de Superfície 

(arts. 1369 e

ss. CC)

• Conceito  O direito de superfície “... consiste

no direito real de construir, assentar qualquer

obra, ou plantar em solo alheio” (Clóvis

Bevilaqua). Enquanto perdurar o direito de

superfície, a construção ou plantação

(39)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Direito de Superfície

(arts. 1369 e ss. CC)

as partes podem ser denominadas proprietário, concedente ou fundieiro

(dono do terreno) e superficiário ou concessionário (dono da construção ou da plantação);

- abrange o direito de utilizar o solo e o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no instrumento respectivo; não autoriza, entretanto, obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão;

– por tempo determinado;

– gratuito ou oneroso, não se podendo, todavia, estipular pagamento por sua transferência; no caso de ser oneroso, as partes devem estipular se o

pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente; – transmissível inter vivos ou causa mortis;

– extinto o direito de superfície, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, a construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário

(40)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

• Servidão 

• Conceito: é o “o direito real constituído em

favor de um prédio (o dominante), sobre outro

prédio (o serviente), pertencente a dono

diverso”. Por ela se proporciona utilidade para

o prédio dominante e gravame para o prédio

serviente, pertencente a dono diverso.

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Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Servidão 

Características:

- relação entre prédios vizinhos, embora a contigüidade não seja essencial;

- não pode recair sobre prédio do próprio titular; - serve à coisa e não ao dono;

- não se pode de uma servidão constituir outra, de modo que o dono do prédio dominante não tem direito de estendê-la ou ampliá-la a outras propriedades;

- a servidão não se presume; - indivisível;

- perpétua; - acessória; - inalienável.

(42)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Servidão 

Classificação

- Quanto ao modo de exercício: contínuas (quando se

exercerem ou se puderem exercer independentemente de ato humano direto. Ex.: servidão de aqüeduto) e descontínuas

(quando seu exercício é intermitente, sofrendo interrupções. Ex.: servidão de trânsito).

- Quanto à exteriorização: aparentes (as que se revelam por

obras ou sinais exteriores, que sejam visíveis e permanentes. Ex.: servidão de aqüeduto) e não-aparentes (as que não se revelam externamente. Ex.: servidão de não construir além de determinada altura).

(43)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Servidão 

Constituição

- ato jurídico inter vivos e causa mortis.

- sentença judicial

- usucapião

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Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Usufruto

Conceito: É o “direito real de fruir as utilidades e frutos de uma coisa,

enquanto temporariamente destacados da propriedade”, sem alterar-lhe a substância.

Sujeitos

- usufrutuário (aquele que detém os poderes de usar e gozar da coisa, explorando-a economicamente);

- nu proprietário (aquele que detém o direito à substância da coisa, tendo

apenas a sua nua propriedade, despojada, temporariamente, dos poderes de gozo e fruição).

Objeto: “O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em

parte, os frutos e utilidades”. (art. 1.390, CC/2002). A lei ainda admite que o usufruto recaia sobre bens incorpóreos (p. ex.: títulos de crédito), coisas que não dão frutos, mas produtos (como as minas e as florestas), e coisas consumíveis. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos.

(45)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Usufruto

Características:

- Direito real sobre coisa alheia, de uso e gozo.

- Temporário,

- Inalienável,

- Intransmissível,

- Impenhorável, em razão de sua inalienabilidade.

Entretanto, seu exercício pode ser objeto de

(46)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Usufruto 

Classificação:

- Quanto ao objeto:

a) próprio - tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis; b) impróprio - recai sobre bens fungíveis ou consumíveis. Neste

caso, tem-se o chamado “quase-usufruto”. - Quanto à extensão:

a) universal (recai sobre uma universalidade de bens) ou particular (recai sobre um ou vários bens determinados); b) pleno (abrange todos os frutos e utilidades que a coisa

produz) ou restrito (se são excluídas algumas utilidades que a coisa produz).

(47)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Usufruto

Classificação:

- Quanto à duração:

a) temporário - dura por período de tempo preestabelecido;

b) vitalício - dura até a morte do usufrutuário ou enquanto não sobrevier causa legal extintiva.

- Outras espécies:

a) usufruto sucessivo - o que é instituído em favor de um indivíduo para que se transmita após a sua morte. Não permitido em face do ordenamento em vigor;

b) usufruto simultâneo - o que é constituído em favor de dois ou mais

indivíduos, que devem exercê-lo simultaneamente. Neste caso, extinguir-se-á parte a parte em relação a cada um dos que faleceram, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente (direito de acrescer).

(48)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Usufruto

Extinção:

- pela morte do usufrutuário;

Exceção: direito de acrescer.

- pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a exercer;

- pelo advento do termo de sua duração; - pela cessação do motivo de que se origina; - pela consolidação;

- por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei;

- pela destruição da coisa,

- pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor; - pela renúncia;

(49)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Usufruto

Extinção:

- pela morte do usufrutuário;

Exceção: direito de acrescer.

- pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso do prazo de 30 anos da data em que se começou a exercer;

- pelo advento do termo de sua duração; - pela cessação do motivo de que se origina; - pela consolidação;

- por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista em lei;

- pela destruição da coisa,

- pelo implemento de condição resolutiva estabelecida pelo instituidor; - pela renúncia;

(50)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Uso 

• direito real que, a título gratuito ou oneroso, autoriza uma pessoa a retirar, temporariamente, de coisa alheia, todas as utilidades para atender às próprias necessidades e às de sua família • Caracteres: - direito real; - temporário; - indivisível; - intransmissível; - personalíssimo

(51)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Uso 

• Constituição e Extinção = utilizam-se, no que couber, as disposições relativas ao Usufruto

(52)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Habitação 

• direito real temporário de habitar gratuitamente casa

alheia, não podendo o titular desse direito alugá-la,

ou emprestá-la, mas simplesmente ocupá-la com sua

família

• Caracteres: direito real limitado, personalíssimo,

gratuito, temporário, indivisível e intransmissível

• tributos que recaírem sobre o imóvel - habitador

• Se o direito real de habitação for conferido a mais de

uma pessoa

(53)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Habitação 

• Constituição e extinção – aplicam-se, no que couber,

as disposições relativas ao usufruto e ao uso.

• Art. 1831 CC

Ao Cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será deferido direito real de habitação, relativamente ao bem imóvel utilizado para residência da

família, contanto que seja o único desta espécie a se inventariar

(54)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Direito Real do Promitente Comprador

• Arts. 1417 e 1418 CC

• Caracteres:

– Direito real

– Oponível erga omnes ( somente depois de

registrado)

– Adjudicação compulsória

– Transmissibilidade

(55)

Direitos Reais Sobre Coisa Alheia

Direito Real do Promitente Comprador

• Arts. 1417 e 1418 CC

• Constituição:

Instrumento público ou particular, sem cláusula

de arrependimento, registrado no Cartório de

Registro de Imóveis

(56)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Arts. 1419 e 1430 CC

• Conceito:

é o que confere ao seu titular a prerrogativa de obter o

pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de

um bem aplicado exclusivamente à sua satisfação

(57)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor,

anticrese ou hipoteca, o bem dado em

garantia fica sujeito, por vínculo real, ao

cumprimento da obrigação

(58)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá

empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens

que se podem alienar poderão ser dados em penhor,

anticrese ou hipoteca.

§ 1o A propriedade superveniente torna eficaz,

desde o registro, as garantias reais estabelecidas por

quem não era dono.

§ 2o A coisa comum a dois ou mais

proprietários não pode ser dada em garantia real, na

sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas

cada um pode individualmente dar em garantia real a

parte que tiver.

(59)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais

prestações da dívida não importa exoneração

correspondente da garantia, ainda que esta

compreenda vários bens, salvo disposição

expressa no título ou na quitação.

(60)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm

o direito de excutir a coisa hipotecada ou

empenhada, e preferir, no pagamento, a outros

credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade

no registro.

Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a

reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for

paga; extingue-se esse direito decorridos quinze

(61)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese

ou hipoteca declararão, sob pena de não

terem eficácia: (especialização)

I - o valor do crédito, sua estimação, ou

valor máximo;

II - o prazo fixado para pagamento;

III - a taxa dos juros, se houver;

IV - o bem dado em garantia com as suas

especificações

(62)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:

I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o

bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o

devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;

II - se o devedor cair em insolvência ou falir;

III - se as prestações não forem pontualmente

pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado

o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior

da prestação atrasada importa renúncia do credor ao

seu direito de execução imediata;

(63)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:

• IV - se perecer o bem dado em garantia, e não

for substituído;

• V - se se desapropriar o bem dado em

garantia, hipótese na qual se depositará a

parte do preço que for necessária para o

pagamento integral do credor

(64)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:

• § 1o Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-rogará na indenização do seguro, ou no

ressarcimento do dano, em benefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo

reembolso .

• § 2o Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado, se o perecimento, ou a

desapropriação recair sobre o bem dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não desapropriados ou destruídos.

(65)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Desconto dos juros ainda não vencidos:

• Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anterior, de

vencimento antecipado da dívida, não se

compreendem os juros correspondentes ao

tempo ainda não decorrido

(66)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Não substituição de garantia prestada por

terceiro:

• Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o terceiro

que presta garantia real por dívida alheia não

fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la,

quando, sem culpa sua, se perca, deteriore,

ou desvalorize

(67)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Proibição de Pacto Comissório:

• Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o

credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a

ficar com o objeto da garantia, se a dívida não

for paga no vencimento

• Pode dá-la em pagamento (forma de extinção

das obrigações)

(68)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Possibilidade de Remição pelos sucessores

• Art. 1.429. Os sucessores do devedor não

podem remir parcialmente o penhor ou a

hipoteca na proporção dos seus quinhões;

qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo

(69)

Direitos Reais de Garantia

Disposições Gerais

• Insuficiência da arrematação da coisa dada

em garantia:

• Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ou

executada a hipoteca, o produto não bastar

para pagamento da dívida e despesas

judiciais, continuará o devedor obrigado

pessoalmente pelo restante

(70)

Direitos Reais de Garantia

Considerações

• PENHOR

• Em regra recai sobre coisas móveis (é

possível sobre direitos) e exige a tradição real

do objeto (credor fica na situação de

(71)

Direitos Reais de Garantia

Considerações

• PENHORES ESPECIAIS

• RURAL: pode ser Agrícola (3 anos)

Pecuário (4 anos)

• INDUSTRIAL ou MERCANTIL

• VEÍCULOS (2 anos)

(72)

Direitos Reais de Garantia

Considerações

• HIPOTECA

• Constituição: Escritura Pública

• Objeto: Bens Imóveis (com seus acessórios)

– Domínio direto

– Domínio útil

– Estradas de Ferro

– Recursos Minerais

– Navios e Aeronaves

(73)

Direitos Reais de Garantia

Considerações

• HIPOTECA

• Prazo máximo: 30 anos (art. 1485), após este

prazo somente poderá subsistir

reconstituindo-se por novo título.

(74)

Direitos Reais de Garantia

Considerações

• ANTICRESE

• Direito Real que autoriza o Credor a perceber,

em compensação da dívida, os frutos e

rendimentos produzidos por um imóvel.

• Não concede direito de preferência, somente

de retenção

Referências

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