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ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA SUÍNOS
RICCI, G. D1.; SUZIN, L.2 ; COUTINHO, G. S3.; SCAPINI, L. B.4; SUREK, D5; SCHMITT, C. I.6, DALLA COSTA, O. A.7
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Acadêmica do curso de Zootecnia da Unesp - Campus Botucatu, Distrito de Rubião Júnior, Botucatu, SP; e-mail: giseledelaricci@hotmail.com
2
Acadêmica do curso de engenharia ambiental, Unc, Campus Concórdia. Rua Victor Sopelsa 3000, bairro Salete, Concórdia SC; e-mail: lidisuzin@hotmail.com
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Acadêmico do curso de Agronomia, UFPel – Campus Capão do Leão, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel Caixa Postal 354 - CEP 96010-900, Pelotas, RS; e-mail: coutinhoufpel@gmail.com
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Acadêmica do curso de medicina veterinaria da Ufpr Campus Palotina, Rua Pioneiro, 2153, Palotina -PR Cep: 85950000; e-mail: lidiscapini@gmail.com
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Doutorando em Nutrição de Monogástricos da Ufpr - Campus Curitiba - Rua dos Funcionários 1540, Juvevê, Cep: 80035050, Curitiba, PR; e-mail: diego_surek@hotmail.com
6Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária da UNICRUZ – Universidade de Cruz Alta- Curso de Medicina Veterinária-
Campus Universitário, Rod. Jacob Della Meia km 5,6, Distrito de Parada Benito, Caixa postal 858, Cep. 98020-290. Cruz Alta – RS. e-mail: schmittproducoes@gmail.com
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Zootecnista, pesquisador nas áreas de bem-estar, sistema de produção e manejo de suínos. EMBRAPA, rodovia BR 153, Km 110, Caixa Postal 21, Distrito de Tamanduá, Cep. 89700-000 3441-0497; Concórdia, SC; e-mail: osmar.dallacosta@embrapa.br
Introdução
Para que um sistema seja eticamente sustentável e socialmente correto é necessário que atenda a conceitos relacionados ao bem-estar animal, sendo assim, a produção animal vem se adaptando a essa realidade, principalmente devido ao aumento da exigência dos consumidores por produtos oriundos de sistemas de produção que respeitem essas condições (MACHADO FILHO, 2000).
O bem-estar dos animais pode ser definido como a manutenção do animal em condições favoráveis de saúde mental e física, garantindo que suas necessidades como conforto, alimentação, qualidade ambiental e prevenção de doenças sejam supridas, controladas e evitadas (YOUNG, 2003).
Suínos são animais inteligentes e curiosos, apresentando um repertório amplo de comportamentos sociais. Nos sistemas de confinamento convencionais atuais o período de monotonia, destes animais, significa inatividade contrariando seu comportamento de exploração ambiental típico dessa espécie. Essa condição causa estresse e consecutivamente queda da produtividade, da imunidade, aumento da susceptibilidade a doenças e a manifestação de comportamentos atípicos como morder a cauda, fuçar a barriga ou a orelha dos companheiros de baia, aumentando lesões como canibalismo e agressões corporais (MACHADO FILHO & HÖTZEL, 2000).
O enriquecimento ambiental é um método de melhoria da qualidade de vida de animais em confinamento, com a introdução de objetos que aprimorem o ambiente e permitam um entretenimento maior dos animais. Por meio dele os animais tem maior
2 possibilidade de usufruir e explorar o ambiente, melhoria no comportamento alimentar, maior exercício de comportamentos naturais e imprevisibilidade ambiental (YOUNG, 2003).
Padrões comportamentais como estereotipias, automutilações e canibalismo nos permitem medir a baixa qualidade de vida e a redução da atividade de comportamentos naturais dos animais confinados (YOUNG, 2003). O parâmetro mais comum de anormalidade é o da distinção dos movimentos, uma vez que, em alguns casos o animal usa essas variações comportamentais para se adaptar ao manejo ou ao ambiente podendo ajudar ou prejudicar na qualidade de vida.
O objetivo desta revisão de literatura é discutir a importância da utilização do enriquecimento ambiental para melhorar o bem-estar dos suínos em suas fases de desenvolvimento produtivos.
Desenvolvimento
O enriquecimento ambiental é uma prática utilizada visando à melhoria das condições de instalações com a introdução de objetos ou pequenas estruturas nos cativeiros para tornar o ambiente mais interativo, adequando às necessidades comportamentais e atendendo as normas do bem-estar animal (MACHADO FILHO & HOTZELl, 2000).
Para Carlstead e Shepherdson (2000) o enriquecimento ambiental com a sua capacidade de introduzir melhorias no confinamento, tornando o ambiente mais complexo, acarreta consequências como a redução do estresse, aumento de índices reprodutivos, diminuição de distúrbios comportamentais e de na taxa mortalidade.
Ao comparar suínos em ambientes enriquecidos e em confinamento convencional nota-se a evidência de comportamentos naturais indicadores de melhor bem-estar (KIEFER, 2009). Segundo Beattie et al. (2000) suínos em ambientes enriquecidos tiveram um quarto do seu comportamento direcionado para o piso (palha) enquanto que os em ambiente monótono exploraram os objetos fixos na baia, simbolizados por comportamentos agressivos nocivos e estereotipados que gera estresse e queda no estado de bem estar. A redução de comportamentos estereotipados é destaque comportamental decisivo da diminuição do estresse (SHEPHERDSON, 1998; YOUNG, 2003).
A utilização de casca de arroz e maravalha foi indicado como adequada para a criação de suínos em crescimento-terminação para as condições brasileiras, porém se verificou uma preferência dos animais a cama de maravalha, sendo esta melhor para descanso e mais atrativa como material para fuçar (HOTZEL et al., 2009).
Beattie (2000) analisou suínos em ambientes enriquecidos e monótonos de confinamento convencional. O ambiente enriquecido foi constituído por palha e um maior espaço por suíno alojado enquanto o ambiente monótono possuía estruturas convencionais e pequeno espaço por suíno instalado. Conclui-se a partir deste estudo que o comportamento,
3 especialmente na terminação, foi melhor no ambiente enriquecido com consequência positiva na qualidade da carne aumentando sua maciez e diminuição das perdas por cocção.
Machado Filho (2000) observou que leitões de baias, em crescimento, exibiram maior frequência de comportamentos agressivos e menor frequência de comportamento alimentar e exploratório que os criados em sistemas ao ar livre, demostrando a influência do meio ambiente no bem-estar dos animais.
Segundo Van de Weerd & Day (2005) o estudo dos benefícios do enriquecimento ambiental para matrizes e cachaços é escasso, sendo necessárias maiores pesquisas e análises comportamentais referentes ao uso desses métodos para melhorar a qualidade de vida dos animais.
Conclusão
O enriquecimento ambiental é uma ferramenta importante para amenizar problemas relacionados ao bem-estar de animais confinados, auxiliando consecutivamente no desempenho zootécnico e maximização da produção animal. Ambientes enriquecidos mostram-se mais eficientes para animais cativos uma vez que os animais tem maior possibilidade de explora-lo, sendo esta uma característica típica dos suínos. Portanto, torna-se importante um numero maior de pesquisas que demonstrem a eficiência para as diversas fases de criação comercial de suínos.
Referências Bibliográficas
BEATTIE, V.E., N.E. O'Connell and B.W. Moss. 2000. Influence of environmental enrichment on the behavior, performance and meat quality of domestic pigs. Livest. Prod. Sci., v. 65, p. 71-79.
CARLSTEAD, K.; SHEPHERDSON, D. The effects of environmental enrichment on reproduction. Zoo Biology, New York, v. 13, n. 5, p. 447-458, 1994.
HÖTZEL, M.J.; SOUZA, G.P.; MACHADO FILHO, L.C.P. et al. Estresse e reconhecimento de seres humanos em leitões recém desmamados. Revista Biotemas, v.4, n. 20, p. 91-98, 2009.
MACHADO FILHO, L.C.P. e M.J. HOTZEL. 2000. Bem- estar dos suínos. Em: V Seminário internacional de suinocultura. Anais... Gessuli. São Paulo. p. 70-82.
SHEPHERDSON, D. J. Tracing the path of environmental enrichment in zoos. In: SHEPHERDSON, D. J.; MELLEN, J. D.; HUTCHINS, M. (Ed.). Second nature: environmental enrichment for captive animals. Washington: Smithsonian Institution Press, 1998. p.1-12.
4 VAN DE WEEDRS, H. A.; DORKING, C.M.; DAY, J. E.L.; EDWARDS, S. A. The development of harmfoul social behaviour in pigs with intact tails and different enrichment hack grounds in two housing systems. Animal Science, v. 80, p. 289-298, 2005.
YOUNG, R. J. Environmental enrichment for captive animals. Oxford: Blackwell Science, 2003. 228 p.
