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MODELOS DE MATURIDADE VS. TOMADOR DE DECISÃO: REDUZINDO O GAP ATRAVÉS DO MÉTODO UTA

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MODELOS DE MATURIDADE VS. TOMADOR DE

DECISÃO: REDUZINDO O GAP ATRAVÉS DO

MÉTODO UTA

Fabio Reginaldo e Silva, Alexandre Firmo Collares Chaves (Faculdades Ibmec - Rio de Janeiro) Resumo: O artigo apresenta uma aplicação do método Utilité Additive – UTA para abordagem do problema de visibilidade do acompanhamento e avaliação da gestão de projetos. O método pertencente à Escola Americana de Apoio Multicritério à Decisão e visa determinar funções de utilidades para os critérios presentes na análise, com base em informações a priori dos gestores do negócio. O estudo foi motivado pela observação de avaliações de projetos baseadas em estruturas de modelos de maturidade que, em sua maioria, desconsideram as prioridades dos tomadores de decisão e a cultura da empresa, direcionando a tomada de decisão para melhorias ineficazes no processo de gestão.

Palavras-chaves: Método UTA; Apoio multicritério a decisão; Função de utilidade multiatributo; Modelos de Maturidade; Avaliação na Gestão de Projetos; CMMI; MPS.BR; OPM3; Gestão de Projetos

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1 - INTRODUÇÃO

Todos os dias, esforços são empreendidos em projetos e empresas investem esperando que estes investimentos resultem em retorno tangível a curto, médio, ou longo prazo, para o negócio da empresa. No entanto, um número muito alto de projetos é cancelado, ou terminam sem alcançar os objetivos esperados. Comumente, projetos terminam com seu orçamento estourado e com suas restrições perdidas.

A diversidade de maneiras para gestão, despreparo das organizações e gerentes, alinhado com resultados frustrantes, trás uma preocupação no que tange a qualidade da gestão nos projetos que estão sendo executados. Há algumas décadas iniciaram estudos que visavam aferir a qualidade na gestão, foi onde surgiram os modelos de maturidade na gestão de projetos, como CMMI, CMMM, MPS.BR, OPM3, Prado, dentre outros.

Em um ambiente empresarial onde as empresas se deparam com instabilidade econômica a nível mundial, alta competitividade, tempo e recursos escassos, dinamismo do mercado, alto nível de riscos para os negócios e clientes exigindo mais qualidade, as empresas necessitam cada vez mais de planejamento assertivo, controle eficiente, e tomada de decisões corretas para que seus negócios mantenham-se sadios.

“Maturidade é o desenvolvimento de sistemas e processos que são por natureza repetitivos e garantem uma alta probabilidade de que cada um deles seja um sucesso. Entretanto, processos e sistemas repetitivos não são, por si só, garantia de sucesso. Apenas aumentam a sua probabilidade.” [KERZNER, 2011]

Um modelo de maturidade é uma estrutura conceitual, composta por processos, resultados esperados, boas práticas, através do qual uma organização desenvolve-se de modo sistêmico a fim de atingir um estado futuro desejado. A cada degrau alcançado nessa jornada, o modelo reconhece e sinaliza o amadurecimento progressivo da organização.

2 - PROBLEMA

Existem vários modelos de maturidade, e estes possuem: considerável base conceitual, órgãos que regem sua estrutura de funcionamento, desenvolvimento dos manuais e organizações especializadas em avaliar o grau de maturidade de empresas que realizam projetos, com base nestes modelos.

No entanto, há hoje aderência limitada aos modelos de maturidade, por motivos como: dificuldade na implantação da melhoria dos processos, alto custo, expectativas voltadas para retorno comercial

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3 e não para melhorias processuais, modelos que não representam a realidade das empresas em termos de prioridade de melhorias, não identificação da empresa com os níveis dos modelos de maturidade, dentre outros.

Os modelos de maturidade, geralmente, possuem suas estruturas divididas em níveis, visando um alcance da maturidade por partes, facilitando sua implantação e sua adesão. Estes níveis possuem processos, e objetivos, a serem melhorados e alcançados, respectivamente. Para que uma organização passe de um nível para o nível exatamente acima, os resultados esperados pelo modelo no nível almejado devem ser alcançados e verificados por auditores especializados no modelo de maturidade que está sendo utilizado para a avaliação da empresa.

Estes níveis, por vezes, não abordam as necessidades mais urgentes de uma determinada organização, o que torna a implantação do modelo ineficiente, pois há sensação de que o resultado não está sendo alcançado, mesmo com a implantação de uma determinada melhoria de processo. “Modelos de maturidade tendem a negligenciar a potencial existência de múltiplos caminhos igualmente vantajosos [Teo and King, 1997]. De acordo com Mettler and Rohner [2009], modelos de maturidade deveriam se configurados com características internas e externas (como, tecnologia, propriedade intelectual, base de clientes, relacionamento com fornecedores) que podem restringir a aplicabilidade de um modelo de maturidade em sua versão padronizada [Iversen et al. 1999]. King and Kraemer [1984] postulam que os modelos de maturidades não tenham foco numa sequencia de níveis pré-definida, mas em fatores que impulsionam a evolução e a mudança. Outra crítica, refere-se a quantidade de modelos de maturidade quase idênticos, a documentação insatisfatória do processo de design, e uma adoção não reflexiva do modelo CMM (Becker et al. 2009, Becker et al. 2010, Iversen et al. 1999).” [PÖPPELBUß e RÖGLINGER, 2009]

Nota-se que: a percepção de que os modelos de maturidade não estão alcançando o objetivo de uma melhoria dos processos nas organizações é de longa data. Há de se destacar que novos modelos são criados com o intuito de aumentar a concorrência neste mercado, mas surgem com os mesmo problemas fundamentais já supracitados. Um exemplo, é o Modelo de Processo de Software Brasileiro, o MPS.BR, que surgiu com o intuito de aumentar a competitividade no Brasil e conseguiu. A partir deste modelo, os custos para implantação, e avaliação, do CMM no Brasil, modelo concorrente, diminuíram consideravelmente. Mas a estratégia destes modelos é equivalente, possuem dificuldades em trazer soluções reais para as organizações que necessitam de foco no resultado mais rápido, e: que muitas vezes não conseguirá escalar os níveis dos modelos, fazendo com que os níveis se tornem alternativas inalcançáveis. Apesar de haver

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4 entendimento da importância dos itens citados no modelo, sua estrutura e forma de implantação, reduz sua real importância aos olhos dos tomadores de decisão.

3 - OBJETIVO

Este estudo abordou uma análise na gestão de projetos de desenvolvimento de software em andamento, e encerrados, de uma empresa que terá seu nome resguardado, e neste trabalho será chamada de empresa FICTICIA SA.

O objetivo desta análise teve foco no processo de desenvolvimento de software, abrangendo demandas de correções, projetos de melhorias e novos projetos. Na carteira dos projetos analisados, existiam projetos para o ERP SAP da organização, e projetos de sistemas satélites desenvolvidos em outras tecnologias como, .NET e Share Point, ambos da Microsoft.

Na avaliação destes projetos, foi utilizada uma atividade de observação documental, procurando encontrar evidências de resultados esperados para 5 processos, do modelo MPS.BR. Este modelo, o MPS.BR, foi o utilizado para este estudo, e será apresentado no próximo item, no entanto, qualquer modelo, ou mais de um modelo, poderia ter sido usado e o estudo teria o mesmo direcionamento.

O método UTA (Utilité Additive) (JACQUET-LAGRÈZE; SISKOS, 1982) foi empregado nesta pesquisa com a finalidade de avaliar um subconjunto selecionado de critérios utilizados numa avaliação de projetos com base em práticas preconizadas pelo MPS.BR. O emprego do método na pesquisa objetivou principalmente considerar as opiniões coletadas dos decisores para imprimir uma visão integrada do que o modelo preconizava como prioridade e o que os decisores entendiam como prioridade para melhoria nos processos da organização.

O intuito do estudo é validar uma percepção de que: uma a análise realizada com base nos modelos de maturidade e no uso das funções de utilidade identificadas a partir de direcionamentos dos tomadores de decisão, poderão ser encontradas ações de melhoria prioritárias para a empresa, de acordo com sua cultura e conhecimento tácito dos decisores sobre seu negócio. Desta forma, dando aplicabilidade particular ao modelo de maturidade, visando maior assertividade na ordem de aplicação dos processos a serem melhorados.

4 - REFERENCIAL TEÓRICO

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5 O tratamento de critérios ordinais começou com os estudos de Young, De Leeuw e Takane (1976), e Jacquet-Lagrèze e Siskos (1978). Este último refere-se à pesquisa da apresentação do método UTA na série "Cahiers du LAMS ADE" e indica o início real de desenvolvimento de métodos de desagregação. Ambas as equipes de pesquisa enfrentou o mesmo problema: inferir funções de valor adicional desagregando um ranking de alternativas de referência. (JACQUET-L AGRÈZE; SISKOS, 1982)

O método UTA faz a ordenação completa de um conjunto discreto de alternativas, a partir de um subconjunto próprio do conjunto original de alternativas, empregando um procedimento matemático de programação linear para avaliar funções de utilidade associados a cada critério que avalia as alternativas. Dentro de um contexto de comparações globais com este sub-conjunto de alternativas, definidas pelos tomadores de decisão, o chamado conjunto de referência. Cada alternativa é considerada como um todo e não há separação, mesmo que mental, entre critérios. (Jacquet-Lagréze e Siskos 1982).

O método assume que as preferências no conjunto de referência devem ser transitivo (que concordam, uns com os outros) e declara este pressuposto para alcançar consistência mínima dos resultados. A qualidade dos resultados obtidos, o que depende do tamanho do conjunto de referência, é também considerada uma falha do método, pois o UTA retorna informações confiáveis quando se tem um conjunto de referência bem classificado, e que não requer uma grande quantidade de informação a partir dos tomadores de decisão (Pomerol e Barba-Romero 2000). Fato este que pode ser contornado com uma boa estruturação do problema e um bom método de definição dos critérios e alternativas.

Desta forma, a função objetivo do modelo UTA busca minimizar o somatório dos erros associados ao valor global das alternativas, de modo a respeitar as preferências propostas a priori pelos tomadores de decisão. Assim, o problema de regressão ordinal que é tratado pelo método UTA é o seguinte:

Tendo uma estrutura de preferência de pré-ordem R, (≻, ~) com “≻” significando preferência estrita e “~” a indiferença em um conjunto de alternativas ou ações, o ajuste da função de utilidade aditiva baseado em critérios múltiplos é obtido de tal modo que a estrutura de preferência resultante seja tão consistente quanto possível com a estrutura inicial (JACQUET-LAGRÈZE; SISKOS, 1982), proposta a priori pelos decisores. A estrutura para implementar este método são a

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6 ordenação a priori dos decisores e a matriz de avaliação, que é a representação do desempenho das alternativas em relação aos critérios.

Em um problema de Apoio Multicritério à Decisão, o conjunto de alternativas viáveis é avaliado por um conjunto de critérios definidos pelos avaliadores, com a finalidade de analisar as características das alternativas. No modelo aditivo, quando se emprega somente um critério, a preferência entre as alternativas, dentre o conjunto de alternativas A, pode ser explicitada como segue (Equações 1 e 2);

a b gi (a) > gi (b), para i = 1, ..., n, (1)

a ~ b gi (a) = gi (b), para i = 1, ..., n, (2)

que significa que este critério define no conjunto A uma relação de ordem (≻, ~) das alternativas. Considere-se o conjunto de alternativas A, que é avaliado por um conjunto de critérios g = (g1, g2, g3,..., gn) sendo n o número de critérios e gi o desempenho no critério i.

Denomina-se a agregação de todos os critérios em um único critério de função de utilidade multiatributo e é representada como U(g) = U (g1, g2, g3, ... gn). Chama-se de “P” a relação de preferência estrita e de “I” a relação de indiferença (ROY; BOUYSSOU, 1993; VINCKE, 1989) entre duas alternativas, respectivamente.

Se g(a) = [g1(a), g2(a), g3(a), ..., gn(a)] é a avaliação multicritério de uma alternativa a, então se observam as seguintes propriedades da função de utilidade multiatributo U, em relação ao conjunto de alternativas A:

U [ g(a) ] > U [ g(b) ]  aPb (3)

U [ g(a) ] = U [ g(b) ]  aIb (4)

e a relação R = P ᴗ I define uma pré-ordem das alternativas. A função de utilidade é aditiva quando tem a forma abaixo (Equação 5):

(5)

em que cada ui (gi) é a utilidade marginal do desempenho gi no critério i. Uma hipótese fundamental que é preciso respeitar quando se aplica uma função de utilidade aditiva é a condição de independência mútua dos critérios em função das preferências (KEENEY; RAIFFA, 1993; ZOPOUNIDIS; DIMITRAS, 1998).

(7)

7 Considere gi* e gi* o limite inferior e superior de cada critério i presente num problema decisório. Assumindo um não decréscimo das preferências em cada critério, então as utilidades marginais ui são funções monótonas crescentes ou decrescentes. Portanto, podem-se normalizar as funções de utilidade dentro do intervalo [0,1], obtendo-se:

(6) e ui(gi*) = 0 para todo i = 1, 2, ..., n (7)

Empregam-se as Equações (6) e (7) na normalização das funções de utilidade. Faz-se uso da Equação (6) na normalização dos valores máximos de cada critério, limitando que este somatório dos valores máximos de cada critério seja igual a uma unidade. Já a Equação (7) por sua vez atribui o valor zero ao valor inicial de cada critério. Desta forma, as funções de utilidade que serão determinadas para cada critério apresentam um valor inicial igual a zero e o valor máximo a ser determinado por meio de programação linear.

Para implementar o método UTA, é necessária uma avaliação multicritério, que avalie as alternativas em relação aos critérios. Para a pré-ordem R definida em A ou A’, em que A’ é um subconjunto das alternativas representativas presentes em A, o tomador de decisão expressa sua preferência ou sua indiferença global para cada par (a, b) ∈ A'.

Para cada alternativa de A’, a função de utilidade calculada U'[g(a)] difere da verdadeira U[g(a)] em um erro σ(a):

Considerando-se as relações de preferência (3) e de indiferença (4), além da função de utilidade (8), tem-se:

U' [ g(a) ] - U' [ g(b) ] ≥ δ  Se o decisor indicar a P b (9) U' [ g(a) ] - U'[ g(b) ] = 0  Se o decisor indicar a I b (10)

sendo δ > 0 um número real pequeno empregado a fim de separar significativamente duas classes da pré-ordem R. Assumindo a existência de transitividade, o agente decisor só precisará fazer (m – 1) comparações entre alternativas, na quais m corresponde ao número de alternativas de A’. Substituindo (8) em (9) e (10), tem-se:

(8)

8 Consideram-se as funções ui como sendo lineares por intervalos. Para definir tais intervalos, o agente de decisão escolhe αi pontos do intervalo [gi*, gi*] em que a função ui está definida. Determina-se cada ponto gij pela seguinte fórmula (Equação 13):

e j variando de 1 até αi. Esses pontos vão definir (αi –1) intervalos equidistantes de [gi*, gi*] (Equação 14).

Satisfaz-se a hipótese da monotonicidade das preferências das utilidades marginais ui(gi) requerida por este método pelo seguinte conjunto de restrições:

em que Si ≥ 0 é o limite de indiferença definido para cada critério i. Estimam-se as variáveis de decisão que representam as utilidades marginais ui (gij) e os erros σ(a) por meio do programa linear [PPL1] (16) considerando as seguintes restrições:

a) restrições devido às preferências (11) e às indiferenças (12) entre as alternativas a  A';

b) restrições devido aos limites superiores (6) e inferiores (7) de cada critério;

c) restrições que garantam a hipótese da monotonicidade das utilidades marginais (15); e

d) restrições devido à não negatividade das variáveis de decisão do modelo, apresentadas nas inequações (17) e (18).

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9 somatório dos erros σ(a) associados às utilidades de cada alternativa a  A', para respeitar a ordenação a priori fornecida pelos decisores.

A solução ótima do primeiro programa linear [PPL1] (16) será aquela (ou aquelas) que obtenha o melhor valor para a função objetiva. Seja F* o valor ótimo obtido por meio do primeiro programa linear.

O método UTA, além da obtenção de uma solução ótima do PPL1 (16), outras soluções são pesquisadas, incluindo-se,

F ≤ F* + k(F*) (19)

como uma nova restrição. Os vértices deste novo poliedro correspondem às funções de utilidade, em que um ou mais critérios atingem um peso extremo (ou máximo ou mínimo). Assim, a exploração do novo poliedro é feita resolvendo dois novos problemas de programação linear:

[PPL2] min ui (gi*), para i = 1, 2, 3, ..., n (20)

[PPL3] max ui (gi*), para i = 1, 2, 3, ..., n (21)

para cada critério. Esta etapa é chamada de análise pós-otimização. Apresentam-se a seguir estes dois novos problemas de programação linear:

(10)

10 [PPL2] min ui(gi*), para i = 1, 2, 3, ..., n (20)

Sujeito a:

[PPL3] Max ui (gi*), para i = 1, 2, 3, ..., n (21)

Sujeito a:

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11 de cada critério podem assumir respeitando além das restrições do [PPL1] (16), a restrição (19) e a restrição referente à folga da solução do [PPL1] (16).

Já o [PPL3] (21) pesquisa os valores máximos que as variáveis que representam os valores máximos de cada critério podem assumir respeitando as mesmas restrições do [PPL2] (20).

As variáveis de decisão deste modelo são as funções de utilidades marginais ui(gij) dos critérios e o erro associado à ordenação das alternativas σ(a). Pelo método UTA calcula-se as médias das variáveis que representam as funções de utilidades marginais ui(gij) obtidas pela análise de pós-otimização [PPL2] e [PPL3].

Com estas médias, pode-se avaliar a U(g(a)) de todas as alternativas a ∈ A, sejam ou não estas alternativas do conjunto de referência A’.

4.2 – Modelo de Maturidade (MPS.BR)

A Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) executa, desde 1996, iniciativas de apoio, desenvolvimento, promoção e fomento para impulsionar a Indústria Brasileira de Software e Serviços de TI, a Softex é responsável pela gestão do modelo de maturidade MPS.BR.

Este programa para melhoria de processo do software brasileiro é apoiado pelo governo federal (MCT-Ciência e Tecnologia, FINEP, BID). Adequado ao perfil de todas as empresas brasileiras públicas e privadas, com foco nas micro, pequenas e média empresas. Em conformidade com as normas ISO 12207/15504 (Processos do ciclo de vida do software) e compatível com CMMI [SOFTEX, 2012]

Este modelo surgiu como uma alternativa ao alto custo de implementação do CMMI, oferecendo uma maior escalada em níveis para adequação ao mercado brasileiro.

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Figura 1 Modelo de Níveis do MPS.BR

No Modelo de Referencia MPS, os processos estão distribuídos nos níveis da seguinte forma: Nível G – Parcialmente Gerenciado: este nível é alcançado, quando a organização atender os resultados esperados para os seguintes processos: Gerência de Requisitos e Gerência de Projetos; Nível F – Gerenciado: além dos processos do nível anterior a organização deve atender os resultados para processos de: Medição, Gerência da Qualidade, Gerência de Portfólio, Gerência

de Configuração e Aquisição;

Nível E – Parcialmente Definido: além dos processos do nível anterior a organização deve atender os resultados para processos de: Gerência de Projetos (Evolução), Gerência de Reutilização,

Gerência de Recursos Humanos, Definição de Processos Organizacionais e Avaliação e Melhoria de Processos Organizacionais;

Nível D – Largamente Definido: além dos processos do nível anterior a organização deve atender os resultados para processos de: Verificação, Validação, Projeto e Construção de Produto,

Integração de Produto e Desenvolvimento de Requisitos;

Nível C – Definido: além dos processos do nível anterior a organização deve atender os resultados para processos de: Gerência de Riscos, Desenvolvimento para reutilização e Gerência de

Decisão;

Nível B – Gerenciado Quantitativamente: além dos processos do nível anterior a organização deve atender os resultados para processos de: Gerência de Projetos (Evolução);

Nível A – Em Otimização: Para alcançar o nível A do MPS.BR, a organização não necessita implementar nenhum processo, ou evolução de processo, novo. No entanto, alguns resultados e atributos que não foram cobrados nos níveis anteriores, são esperados para o Nível A.

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5.1 – Ferramenta Utilizada

O método UTA, originalmente proposto por E.Jacquet-Lagrčze e J.Siskos em 1982, ganhou popularidade com a implementação de um software chamado PREFCALC, escrito por E.Jacquet-Lagrčze. Desde então, este software foi melhorado e modificado por autores sobre o tema, até resultar no UTA Plus, neste documento citado como UTA+.

O Software UTA+ é a ultima implementação do método UTA no ambiente Windows. Ele resume importantes contribuições feitas por outros autores e oferece algumas novas possibilidades, em particular, uma "compensação" de funções marginais utilidade controlados pelo usuário e do uso de intensidades de preferência, além da classificação definida pelo usuário. Estas funcionalidades, e a facilidade de manuseio da ferramenta, foram as variáveis que levaram a aplicação da ferramenta para o estudo.

5.2 – Definição dos Critérios

Na empresa FICTÍCIA SA, foram entrevistados gerentes de projetos, coordenadores, analistas de negócio e usuários envolvidos nos projetos, além de análise documental, observação e reuniões com a alta gestão, os tomadores de decisão.

A definição dos critérios considerou estudo realizado pelo PMI – Project Management Institute, que utilizou base de pesquisa de bechmaking para elencar os principais problemas em projetos, além de reuniões com a alta gestão para identificação dos mesmos.

Os critérios utilizados na pesquisa foram:

 C1: Os projetos terão menos mudanças de escopo, ou estas serão bem controladas para e não gerarão impactos negativos;

 C2: Os projetos atrasarão menos;

 C3: Haverá maior comprometimento das áreas, e alta gestão;

 C4: Os projetos terão sua prioridade, e recursos, balanceados de acordo com as expectativas da empresa;

 C5: Menos erros ocorreram na gestão;

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Figura 2 Definição dos Critérios na Ferramenta

5.3 – Definição das alternativas

Após discussão com os tomadores de decisão, foram identificados os processos candidatos a avaliação no estudo. Para escolha dos processos, foram considerados, as recomendações do modelo de maturidade para uma empresa com processos ad hoc e, na visão dos envolvidos, quais processos/resultados esperados têm mais influência no resultado da empresa segundo os critérios. Foram selecionados, os resultados esperados de 5 processos do MPS.BR, resumidos abaixo: Gerência de Requisitos e Desenvolvimento de Requisitos: A principal motivação para utilização de um processo de gerência e desenvolvimento de requisitos é estabelecer e manter uma boa comunicação com os fornecedores de requisitos, assegurando um bom entendimento das necessidades do cliente, aumentando as chances de sucesso do projeto. (SOFTEX, 2012)

Verificação, Validação e Testes: os processos de verificação, validação e testes, é a detecção de defeitos o mais cedo possível, visando o desenvolvimento de software com alto padrão de qualidade. Uma vez que a qualidade de um produto de software está diretamente relacionada à sua quantidade de defeitos, estes devem ser detectados o mais cedo possível, evitando o retrabalho e diminuindo os custos de correção, que crescem consideravelmente à medida que são propagados para fases posteriores do processo de desenvolvimento. (SOFTEX, 2012)

Gerencia de Configuração: A principal motivação para utilização de um processo de gerência de configuração é tratar de forma efetiva as questões relacionadas ao desenvolvimento em paralelo entre as equipes, solucionando os problemas de sincronismo e conflitos entre atividades concorrentes, através do controle da evolução de todos os artefatos gerados no ciclo de vida do processo de desenvolvimento. (SOFTEX, 2012)

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15 Gerência de Qualidade: A principal motivação para utilização de um processo de garantia da qualidade é manter o controle sobre a utilização dos processos na organização, identificando as oportunidades de melhoria nos métodos e padrões estabelecidos. (SOFTEX, 2012)

Gerência de Projetos: A principal motivação para utilização do processo de Gerência de Projeto é a necessidade de planejamento e controle das atividades de desenvolvimento, considerando as necessidades e o balanceamento entre as demandas conflitantes em termos de qualidade, escopo, tempo e custos, visando à entrega do produto de acordo com os seus requisitos. (SOFTEX, 2012) Medição: A principal motivação para utilização de um processo de medição é apoiar a tomada de decisão em relação aos projetos, processos e atendimento aos objetivos organizacionais. O uso de comparações de indicadores e medidas entre projetos pode prover importantes informações e análises para a identificação de problemas ou sucessos comuns à organização e, a partir daí, originar melhorias nos processos ou confirmar o efeito de uma boa prática adotada. A análise de séries históricas também permite a identificação de tendências e, assim, uma tomada de decisão mais rápida e acertada. (SOFTEX, 2012)

Alternativas

Abaixo estão listadas as alternativas para melhorias nos projetos, que são avaliados numa escala com valores de 1 a 4. Representando respectivamente:

1. não impacta,

2. fracamente recomendada, 3. parcialmente recomendada, 4. fortemente recomendado.

Segundo o modelo de maturidade, numa estrutura de avaliação que colhe evidências de que boas práticas / resultados esperados, não estão implementadas na organização, já gera uma lista de alternativas a serem priorizadas para melhoria, dependendo do nível que se almeja alcançar do modelo. No entanto, neste estudo, esta estrutura será o conjunto de alternativas discretas A.

Processo Resultado esperado

Gerência de Requisitos / Desenvolvimento

de Requisitos

1 - As pessoas autorizadas a definir e a alterar requisitos são identificadas e existe um documento de requisitos que represente seu entendimento, viabilizando um aceite pelo cliente ou um representante

...

13 - Os requisitos são validados pelo cliente ou representante

Verificação, Validação e Testes

14 - Os produtos de trabalho sujeitos à verificação são identificados ...

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25 - Os resultados das atividades de validação são analisados e disponibilizados para as partes interessadas

Gerência de Configuração

26 - Foi estabelecido e mantido um sistema de gerência de configuração, visando à integridade de todos os produtos de trabalho elaborados no processo de desenvolvimento ...

32 - São realizadas auditorias objetivas sobre a gerência de configuração, assegurando que os itens de configuração e as baselines estão íntegros, completos, corretos e consistentes

Gerência de Qualidade

33 - Existem registros de avaliações dos produtos de trabalho gerados em relação aos padrões, procedimentos e requisitos aplicáveis, realizadas por equipes independentes e baseadas em critérios objetivos

...

36 - Ações corretivas para a resolução das não-conformidades são estabelecidas e acompanhadas até a sua conclusão, e, quando necessário, são escalonadas para os níveis superiores visando a sua efetivação

Gerência de Projeto

37 - O escopo do trabalho para o projeto é definido ...

54 - Ações para corrigir desvios em relação ao planejado e para prevenir a repetição dos problemas durante a monitoração são identificadas, analisadas, estabelecidas,

implementadas e acompanhadas até a sua conclusão, e, quando necessário, escalonadas para níveis hierárquicos superiores

Medição

55 - Os objetivos da organização e as necessidades de informação de processos técnicos e gerenciais são identificados, e os objetivos de medição para atender a estas demandas são estabelecidos e mantidos ao longo do tempo

...

61 - Os resultados da medição são comunicados aos interessados de forma a apoiar decisões na organização e nos projetos, conforme pertinente

Tabela 1 Alternativas elencadas

Na tabela acima, foram retirados itens do questionário em virtude da manutenção da privacidade do dicionário aplicado, que teve base no modelo do MPS.BR, com adaptações para a empresa.

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Figura 3 Definição e pontuação das alternativas na ferramenta

Os valores definidos para as alternativas, é o resultado das médias das avaliações dos critérios para cada alternativa apontada pelos entrevistados, como tabela abaixo.

Alternativas C1 C2 C3 C4 C5 C6

A1 3,00 3,00 2,00 2,00 4,00 4,00

A2 3,00 3,00 4,00 3,00 2,00 2,00

... ... ... ... ... ... ...

A61 1,00 4,00 2,00 4,00 2,00 3,00

Tabela 2 Média dos critérios levantados com os envolvidos nos projetos para as alternativas

5.4 – Definição da matriz de preferência A’ junto aos decisores (Alta Gestão)

A partir de um levantamento com base num questionário, que apresenta os resultados esperados pelo modelo de maturidade para os tomadores de decisão envolvidos, foram identificados quais dos resultados esperados podem melhorar os critérios identificados acima, independentemente do processo e ordem proposta pelo modelo. Neste ponto foi identificado, com base na opinião dos tomadores de decisão, quais seriam os resultados esperados mais importantes para potencialização e melhoria dos critérios definidos.

Desta forma foi solicitado que estes decisores identificassem, das 61 alternativas, 3 para cada grupo de prioridade, que fossem: alta, média e baixa. Esta escolha partia da opção de 3 linhas da lista apresentada acima, para cada grupo de prioridade.

Na tabela abaixo é apresentada a tabela que indica a escolha dos decisores (alta gerencia) sobre quais resultados esperados de cada processo do modelo, trariam resultado de alto, médio ou baixo impacto sobre os critérios definidos.

Prioridades Alternativas

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Prioridade Média A33 A42 A44

Prioridade Baixa A19 A21 A29

Tabela 3 - Preferência dos Tomadores de Decisão ( A' )

Figura 4 Aplicação das preferências dos decisores

6 – RESULTADO

A partir destas configurações o Método UTA já pôde ser aplicado pela ferramenta, pois já possui as informações necessárias para aplicação das Programações Lineares.

Figura 5 Execução das Programações Lineares

O coeficiente de Kendall é usado para medir a correlação entre a classificação definida pelos tomadores de decisão e a classificação obtida utilizando a função de utilidade encontrado por regressão ordinal. O valor varia entre -1 e 1. Se  = 1, em seguida, os rankings são idênticos (função objetivo do problema LP é igual a zero), se  = -1 os dois rankings são completamente inversa. É geralmente assumido que ≥ 0,75 é um valor aceitável.

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Figura 6 Ranking resultante da aplicação do Método UTA

A lista apresentada acima representada o resultado da aplicação do método UTA para

identificação das prioridades para melhorias de processo na empresa FICITICIA SA, que leva em consideração o conhecimento tácito e cultura dos tomadores de decisão desta organização.

Figura 7 Funções aditivas dos critérios

7 – CONCLUSÕES

Entendemos que este estudo possui grande utilidade na área de melhoria de processos para gestão de projetos. Entende-se que este é um tema extremamente atual e que carece de novos estudos e simulações.

Será de grande valia para a comunidade que se envolve em condução de projetos uma alternativa viável aos modelos de maturidade existentes, mas utilizando suas premissas e seus estudos prévios. Uma adição considerando apenas a visão da corporação envolvida, onde termos uma

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20 visão matricial e não uma visão linear como os modelos sugerem, onde não se consegue adequar os objetivos dos modelos aos interesses de negócio das empresas.

Este estudo gera a oportunidade de priorizar não apenas por processos de um determinado modelo de maturidade, mas de definir a prioridade dentre os resultados esperados de vários modelos de maturidade. Propõe-se a possibilidade de mesclar o que for mais adequado para uma determinada empresa. É necessário esclarecer que para a replicação da simulação, os responsáveis devem ter competências em melhoria de processos e conhecer profundamente os modelos de maturidade para que os valores dos mesmos sejam explicados para os entrevistados.

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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