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Livro de Daniel - Capítulo 10 Por Felipe Moura. 1) Resumo

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Academic year: 2021

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Livro de Daniel - Capítulo 10 Por Felipe Moura

1) Resumo

Daniel recebe uma revelação no terceiro ano de Ciro da Pérsia. Ele passa três semanas chorando e fazendo jejum de carne, vinho e fragrâncias.

No vigésimo quarto dia do primeiro mês, estava à margem do rio Tigre. Olhou para cima, e viu um homem vestido de linho, com cinto de ouro, corpo como o berilo, rosto como o relâmpago e pernas como bronze. Sua voz era como de uma multidão. Os que estavam junto de Daniel não viram, mas carregam de pavor.

Daniel cai, mas é tocado pelo homem, que a ele para não temer pois ele é amado. O homem diz que o príncipe da Pérsia o resistiu por vinte e um dias. Miguel, um dos príncipes, veio ajudar.

Um ser que parecia um homem tocou nos lábios de Daniel, que começou a falar e se disse angustiado com a visão, sem forças e incapaz de respirar. O homem nele tocou, fortalecendo-o.

O homem diz a Daniel que esse deveria ser forte. E esclarece que ele veio lutar contra o príncipe da Pérsia e, em seguida, com o príncipe da Grécia. Ele promete revelar o que está escrito no Livro da Verdade. E diz que somente Miguel o ajuda nessa luta.


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2) Introdução ao Trecho Final de Daniel Este trecho do livro de Daniel foi escrito

originalmente em aramaico. Porém, o original aramaico se perdeu:

“Esta seção final está em um hebraico simples, e pode representar uma tradução simplória do original aramaico. Muitas dificuldades em sua interpretação podem ser devido a erros de tradução.

Esta seção, que compreende três capítulos, mal se apoia no esquema da visão-interpretação. E se conduz mais como uma narrativa levemente disfarçada de eventos histórico, que o historiador moderno (e o leitor antigo, sem dúvida) pode identificar.

Mas ela também oferece uma interpretação da história como um ‘grande conflito’ (10:1) que combina a ideia de uma sequência pré-ordenada e de uma luta entre nações: seres celestiais representando a luta de cada nação pela supremacia de seu povo.” (Oxford Bible Commentary - The History of the World as a Heavenly Conflict - Daniel 10:1-12:13)

3) Conflito entre Nações x Conflito Celestial

A ideia de que as vitórias das nações eram motivadas por vitórias e conquistas dos deuses era um pensamento bastante predominante no mundo politeísta. E uma visão de

mundo muito típica da Babilônia, que o povo judeu trouxe após o exílio.

Essa visão aparece em alguns comentários do texto original de Deuteronômio 32:18:

“Quando o Altíssimo deu às nações a sua herança, quando dividiu toda a humanidade, estabeleceu fronteiras para os povos de acordo com o número dos filhos de Deus.” (Segundo os Manuscritos do Mar Morto e a Septuaginta)

Havia quem interpretasse aqui os “filhos de Deus” como alusão a anjos ou seres celestiais. A exemplo dos deuses, na mitologia babilônia.

Ao invés de combater essa ideia, o autor de Daniel procura confortar o leitor, assegurando-lhe que a angústia é passageira e que o Eterno está no comando de tudo. No fim, a vitória será daquele que o Eterno desejar.

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4) O Momento da Visão

O Texto Massorético traz: “No terceiro ano do rei Ciro dos persas.” A Septuaginta e os Manuscritos do Mar Morto trazem:

“No primeiro ano do rei Ciro dos persas.”

Se a referência for ao terceiro ano de Ciro, o Templo havia começado a ser reconstruído. Poderia ser uma alusão ao receio dos leitores quanto ao destino do Templo.

A leitura mais provável, porém, é a de LXX e Qumran, que colocam o evento no primeiro ano de Ciro. Nesse caso, ainda não havia ocorrido o decreto para regresso dos judeus e reconstrução de Jerusalém.

Nesse caso, a alusão do autor de Daniel seria à angústia quanto à incerteza do futuro.

5) A Experiência

Conforme visto em comentários anteriores, tanto o jejum quanto o rio fazem alusão à experiência mística. Embora o jejum também esteja ligado à questão do arrependimento.


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6) O Período de Jejum

O jejum de Daniel ter durado por 3 semanas a partir do começo do primeiro mês é bastante significativo.

O leitor deve se recordar da Torá, que diz:

“No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a Páscoa do ETERNO. E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do ETERNO; sete dias comereis pães ázimos. No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.” (Levítico 23:5-7)

A Festa dos Ázimos dura exatamente até o final do dia 21, início do dia 22. Com a dificuldade da determinação da lua na diáspora, era prática comum estender a comemoração até o final do dia 22, início do dia 23.

Não é por acaso que o jejum de Daniel dura até exatamente um dia depois da festividade. Há aqui duas possibilidades: A primeira, uma referência a ausência de motivos para comemorar a liberdade, já que o povo de Israel não era independente.

Mas, há outra razão ainda mais contundente:

"Prolongaram as cerimônias e os festejos por oito dias, como na ocasião da festa dos tabernáculos, recordando-se de que, pouco antes, na ocasião dessa festa, habitavam nas montanhas e nas cavernas como animais selvagens." (2 Macabeus 10:6)

À época do autor de Daniel, é provável que os judeus ainda estavam proibidos de realizar as suas festividades, em função da profanação do Templo.

O que deveriam fazer? Para o autor de Daniel, a resposta é: Jejuar, em busca do arrependimento que os conduziria à redenção.


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7) A Origem de Miguel

“Miguel é especialmente designado na literatura judaica antiga - e muito frequentemente no livro de Enoque - como “o príncipe de Israel” e em escritos judaicos posteriores… como “o advogado dos judeus.” É por essa razão que ele é representado como o anjo da paciência e da misericórdia (1 Enoque 40:3), que ensinou a Enoque os mistérios da clemência e da justiça.” (Michael - Jewish Encyclopedia)

Se em Daniel encontramos a ideia adaptada ao Monoteísmo de que as nações fossem governadas por divindades, seria apenas natural que Israel também tivesse o seu príncipe.

O nome de Miguel, contudo, dá uma pista importantíssima quanto ao Monoteísmo, ao fazer a pergunta:

Mi khaEl? (לאכימ) - Em outras palavras: Quem é como EL?

Em suma, o príncipe de Israel era apenas um anjo, um mensageiro que não almejava ser uma divindade, nem usurpar o lugar do Criador. Ele próprio proclama: Quem é como o Senhor?

Muitos focam tanto na figura do anjo, que deixam passar desapercebida a mensagem monoteísta.


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8) Os Príncipes da Pérsia e da Grécia

A referência aos príncipes da Pérsia e da Grécia têm conexão com o papel importante que essas nações teriam no futuro de Israel.

A Périsa foi reconhecidamente importante, mas ainda assim os anjos de Israel tiveram que pelejar contra o “príncipe da Pérsia”.

Depois disso, a referência ao reinado de Alexandre, o Grande, que conquistaria a Pérsia.

É importante recordar que o império selêucida (greco-sírio), que afligia o povo judeu, era visto como uma continuidade do reinado grego.

Os eventos serão melhor detalhados no capítulo 11, que é talvez um dos mais claros quanto ao panorama dos acontecimentos do Livro de Daniel.


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