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MULHERES E MERCADO DE TRABALHO PLATAFORMA DE APOIO AOS CANDIDATOS VERDES

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Academic year: 2021

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MERCADO DE

TRABALHO

PLATAFORMA DE APOIO AOS

CANDIDATOS VERDES

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Objetivo

Subsidiar mulheres e homens que concorrerão a cargos públicos para o legislativo e o executivo municipais, para elaboração de políticas públicas relacionadas à área do mercado de trabalho para a mulher.

Apresentação

A forma de desenvolvimento capitalista produziu historicamente uma vida cotidiana em que o tempo de trabalho é mais valorizado do que o tempo despendido em atividades sociais ou familiares. A apropriação do tempo de trabalho é uma dimensão fundamental e permanente da organização social capitalista.

Dentro deste sistema, que é patriarcal e racista ao mesmo tempo, o trabalho produtivo foi destinado aos homens e o trabalho reprodutivo atribuído às mulheres.

Contexto

Desde as últimas décadas do século XX foi possível observar uma crescente inserção produtiva das mulheres no mercado de trabalho. Os impactos produzidos por essa mudança podem ser observados no aumento do

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grau de especialização e de competitividade por vagas entre homens e mulheres no mercado de trabalho tradicional.

Se por um lado são exigidas capacitação e experiência mais longas para a obtenção de cargos com maior remuneração, por outro, embora as mulheres detenham experiência equivalente e níveis de escolaridade mais altos do que homens, elas não ocupam cargos decisórios na mesma proporção que eles e ainda ganham menos. Ou seja, há mais espaço para as mulheres no mercado de trabalho, nas grandes empresas e companhias, porém ver mulheres na liderança ainda não é tão

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comum como poderia ser. Ainda há bastante desigualdade de gênero na hierarquia das empresas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística - IBGE, apenas 41,8% das lideranças são femininas.

Esse modelo de trabalho ocidental, pautado no favorecimento do padrão masculino, branco e heteronormativo de trabalho, reforça o lugar dos homens no mundo produtivo e das mulheres no reprodutivo, além de ampliar a divisão sexual e racial do trabalho. Isso acontece porque, mesmo no contexto do home-offi ce, o trabalho do cuidado continua recaindo nas costas das mulheres, e em alguns contextos, recai triplamente, como é o caso das mulheres negras.

Pesquisas comprovam a sobrecarga laboral sobre mulheres. Segundo o IBGE, em 2019 as mulheres dedicam, em média, 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas. Com relação à remuneração, os homens tiveram rendimento médio mensal 28,7% maior do que das mulheres em 2019, considerando os ganhos de todos os trabalhos.

O problema é ainda mais sério avaliando que, nessa mesma pesquisa, 64% das mães relataram terem a carreira prejudicada após a maternidade – ou por terem que recusar propostas de trabalho por não terem tempo

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sufi ciente para os fi lhos, ou por não terem sido promovidas por conta da maternidade.

Avanços

O trabalho se reestrutura para manter o sistema neoliberal intacto, com seus sustentáculos racistas a serviço da ordem capitalista. Ainda assim, mulheres seguem rompendo estereótipos que lhes foram impostos nas construções socioculturais ao longo da história. O aumento da escolaridade e a presença delas em funções antes ocupadas apenas por homens são dois aspectos importantes de avanços em termos trabalhistas.

Algumas barreiras vêm sendo rompidas rumo à igualdade de tratamento de gênero em ambientes de trabalho, mas, infelizmente, ainda é preciso percorrer um longo caminho para combater os efeitos nocivos da divisão sexual do trabalho já enraizados na sociedade.

Na prática

Um caminho possível a se percorrer rumo à igualdade de gênero é o incentivo à participação da mulher na elaboração de leis e políticas públicas que digam respeito a melhores

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condições de trabalho. Certamente, a repercussão das demandas por inclusão das mulheres no mundo laboral teria impacto nas relações de trabalho. A presença de mulheres em espaços de poder e decisórios fará com que suas pautas sejam atendidas mais intensamente.

Para além de articular políticas públicas de forma isolada, é preciso pensar a integração relacionadas, que tenham impacto mútuo entre si para que possam resolver, efetivamente, as desigualdades no mercado de trabalho. Vincular o incentivo à participação da mulher nos setores produtivos à existência de creches para cuidados com seus filhos é um exemplo.

Embora essas políticas públicas levem algum tempo até que se percebam os resultados, é inegável que mulheres, como agentes e destinatárias dessas medidas, saberão elaborar, implementar e fiscalizar políticas de ações afirmativas para atendimento pleno de suas demandas.

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A curto prazo, é possível pensar em ações para mitigar a divisão sexual do trabalho mediante diversifi cação das funções das trabalhadoras nos locais de trabalho, equilibrando a paridade representativa na relação homem/ mulher no maior número possível de ocupações; apoio à participação das trabalhadoras no desenvolvimento tecnológico interno da empresa; elevação do nível de qualifi cação e de consciência profi ssional das trabalhadoras engajadas nas empresas.

Casos de sucesso

A Natura, empresa de cosméticos brasileira, oferece incentivos para diminuir a carga laboral do cuidado dos fi lhos sobre a mulher ao oferecer licença paternidade remunerada de 40 dias. Além disso, a empresa oferece berçário e creche no local de trabalho para os fi lhos de colaboradores (homens ou mulheres) até que completem 3 anos de idade. Isso permite que as mães amamentem durante a jornada de trabalho e acompanhem o desenvolvimento dos bebês de pertinho.

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Fontes

• https://outraspalavras.net/feminismos/tempos-modernos-trabalho-feminino-em-pandemia/ • https://www.cfemea.org.br/index.php/colecao- femea/140-numero-156-junhojulhoagosto-de- 2008/1261-medida-favorece-a-mulher-para-ingressar-no-mercado-de-trabalho • https://www.cfemea.org.br/index.php/colecao- femea/64-numero-082-novembro-de-1999/127-mulher-mercado-e-relacoes-de-trabalho

• IBGE - Outras Formas de Trabalho, da PNAD Contínua 2019 • https://pvmulher.com.br/politicasparamulheres/aula9/ • https://pvmulher.com.br/politicasparamulheres/ curso-de-capacitacao-para-candidatas-2016-apostilas/ • h t t p s : // p v m u l h e r . c o m . b r / w p - c o n t e n t / uploads/2016/05/Aula-09.pdf

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Referências

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